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www.philosophia.cl / Escola de Filosofia da Universidade ARCIS.

O QUE É METAFÍSICA?
Martin Heidegger
Tradução direta de Xavier Zubiri.

O que é metafísica? A questão levanta a esperança de que eles falem cerca de da


metafísica. Nós renunciamos a isso. Em vez disso, vamos elucidar uma certa questão metafísica.
Desta forma, mergulhamos imediatamente na própria metafísica. Com o qual fornecemos a única
possibilidade adequada para que ele se manifeste a nós.
Propomos, primeiro, pose uma questão metafísica; então nós tentamospara elaborar a
questão que encerra e terminamos respondendo a ela.

PLANÇAMENTO DE UM euNTERROGANTE METAFÍSICO

A filosofia, considerada do ponto de vista da sã razão humana, é, segundo Hegel, a


"mundo de cabeça para baixo". Por isso, a particularidade de nossa empresa exige uma caracterização prévia. Isso
surge de uma dupla característica do questionamento metafísico.
Em primeiro lugar, toda questão metafísica abraça totalmente o problematismo da
metafísica. É sempre otudo da metafísica. Em segundo lugar, nada pode ser formulado sem que o
questionador, como tal, esteja dentro dele, isto é, sem irele mesmo envolto nisso. Daqui obtemos,
por ora, esta indicação: a questão metafísica deve estar em sua totalidade e deve sempre ser
colocada a partir da situação essencial em que se situa a existência questionadora.Nós nós
perguntamos, aqui e agora, para nós. Nossa existência - na comunidade de pesquisadores,
professores e discípulos - é determinada pela Ciência. Que coisa essencial nos acontece no pano de
fundo da existência quando a ciência se torna nossa?paixão?
Os domínios da ciência estão muito distantes uns dos outros. A forma de tratar seus objetos
é radicalmente diferente. Essa multiplicidade dispersa de disciplinas permanece, ainda, unida apenas
graças à organização técnica das Universidades e Faculdades, e mantém um significado devido à
finalidade prática das especialidades. Em vez disso, o enraizamento das ciências em seu fundamento
essencial foi completamente perdido.
E, no entanto, em todas as ciências, seguindo seu propósito mais autêntico, lidamos com "a
própria entidade". Visto da ciência, nenhum domínio goza de preeminência sobre outro, nem a
Natureza sobre a História, nem esta sobre aquela. Nenhuma das maneiras de lidar com objetos
supera as outras. O conhecimento matemático não é mais rigoroso que o histórico-filológico; tem
apenas o caráter de "exatidão", o que não equivale a rigor. Exigir exatidão da História seria
contrariar a ideia do rigor específico das ciências do espírito.A referência para o mundo que
prevalece em todas as ciências, como tais, os faz buscar a própria entidade, para fazer um objeto de
escrutínio e fundamento, em cada caso, o "quê" das coisas e seu modo de ser. Na ciência é realizado
-em ideia-uma abordagem à essência de tudo.

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Esta referência muito especial à própria entidade no mundo é sustentada e liderada por um
atitude da existência humana, adotado livremente. Também no fazer e omitir, pré e extra-científico,
o homem tem que lidar com o ser. Mas a ciência se distingue porque concedecoisa em si,
fundamentalmente, explícita e exclusivamente, a primeira e a última palavra. Nessa forma cedida de
questionar, determinar e fundamentar, faz-se uma submissão à própria entidade, para que se revele
o que está nela:servidão da pesquisa e da doutrina torna-se fundamento da possibilidade de um
domínio “próprio”, ainda que limitado, diretivo na totalidade da existência humana. A referência
especial ao mundo, típica da ciência, e a atitude humana que a ela conduz, não podem ser bem
compreendidas senão depois de ver e apreender o que ele é.
o que ocorre nessa referência ao mundo. O homem - uma entidade entre nós - "faz ciência". Nesse fazer nada
menos que a irrupção de uma entidade, chamada homem, ocorre em toda a entidade e, de tal forma, que
nessa irrupção e por meio dela, a entidade fica exposta em suanaquela é e no dele Desculpe-me isto é. Esta
irrupção do descobridor serve,À sua maneira, para que pela primeira vez a entidade se recupere. Essas três
coisas: referência ao mundo, atitude e irrupção, trazem consigo, em seusunidade radical,
um aceso simplicidade e acuidade da existência do homem na existência científica. Se quisermos
capturar de ummaneira explícita A existência científica, como a esclarecemos, teremos que dizer:

A que esta referência ao mundo se dirige é para a própria entidade -Nada mais. Aquilo a partir do
qual toda atitude recebe sua direção éda própria entidade -e nada mais. O que a investigação
invade para elucidar éna própria entidade -e nada mais. Mas, coisa notável, da mesma forma que
o homem científico certifica-se de que mais
ter É, fala, precisamente, de de outros.
O que há para perguntar é apenas a entidade e de outra forma -algum; a entidade apenas e- algum mais;
apenas a entidade, e fora dela -algum.
Que tal esse nada? É uma chance de falarmos tão espontaneamente dessa maneira? É uma
forma de falar e nada mais?
Mas por que se preocupar com esse nada? Nada é o que a ciência rejeita e abandona por si mesma
bagatela. No entanto, ao abandonar o nada dessa forma, já não o admitimos? Mas podemos falar de
admissão se não admitirmosalgum? Não caímos com tudo isso em uma disputa vã de palavras? Não é
agora, precisamente quando a ciência deve colocar sua seriedade e sobriedade de volta em jogo,
uma vez que tudo o que importa é o corpo? O que a ciência não pode ser senão abominação e
fantasmagoria?
Se a ciência está certa, uma coisa é certa: a ciência não quer saber nada do nada. E esta é, em
última análise, a concepção rigorosamente científica do nada. Sabemos disso na medida exata que,
do nada, não queremos saber de nada.
A ciência não quer saber nada do nada. mas não é menos verdade que, precisamente, quando
tenta exprimir a sua própria essência, não recorre a nada. Ele se apodera do que descarta. Este
discordante a essência é revelada a nós aqui?
Ao refletir sobre a nossa existência factual (de facto) - uma existência determinada pela
ciência - temos conflito. Nesseconflito Uma questão foi levantada. Na verdade, tudo que você precisa
fazer é fazer a pergunta:

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Que tal nada?

ETRABALHANDO NO CUSAR

A elaboração da questão sobre o nada tem que nos colocar naquela situação que faz
resposta possível, ou que deixe claro que é impossível. A ciência não admite o nada, ou seja, deixa-o
indiferentemente desde o seu auge como aqueleque não há.
No entanto, tentemos não pedir nada: O que é nada? Já o primeiro ataque nos mostra algo
incomum. De antemão, assumimos nesta questão oalgum como algo que "é" de uma forma ou de outra,
ou seja, como uma entidade. Mas, precisamente, se se distingue de algo, é de todos os seres. Não
pedindo nada - o que e como não é nada-transforma o que foi pedido em seu oposto. A questão se
despoja de seu próprio objeto.
Portanto, todos responder a esta questão resulta, desde o início, impossível. Porque a
resposta necessariamente se desdobrará desta forma: nada "é" isso ou aquilo.Tanto a pergunta
quanto a resposta com respeito a nada eles são, então, igualmente, um Absurdo.
Não é, portanto, necessária a rejeição prévia da ciência. A norma fundamental comumente
atribuída ao pensamento, o princípio de que a contradição deve ser evitada,lógica
Geralmente, isso derrota a pergunta feita. O pensamento, com efeito - que é sempre, por essência, o
pensamento de algo - pensar que nada teria que agir contra sua própria essência.
Uma vez que somos proibidos de converter nada em qualquer objeto, estamos agora no final de
nossa questão sobre o nada - assumindo que nesta questão é o lógica a instância suprema e que o
entendimento deixe o meio e o pensamento serem a maneira de capturar originalmente a lugar nenhum
e decidir sobre sua possível descoberta.
Mas a soberania da "lógica" não é intangível? Não é realmente o entendimento soberano
nesta questão sobre o nada? Na verdade, só com a ajuda deles podemos determinar o nada e situá-
lo, mesmo que não seja mais do que um problema que se devora. Porque nada é o
negação da onitude da entidade, é simplesmente a não entidade. Com isso, classificamos o nada sob
a determinação superior do não e, portanto, do negado. Mas anegação é, de acordo com a doutrina
dominante e intacta da "lógica", um agir compreensão específica. Como, então, eliminar o
entendimento em nossa questão do nada e, sobretudo, na questão da possibilidade de formulá-lo?
No entanto, o que consideramos garantido lá é tão verdadeiro? Representa o não, a negatividade e,
com ela, a negação, a determinaçãosuperior, sob o qual cai o algum, como uma meio que negado?
Não existe nada apenas porque não existe, isto é, porque existe negação? Ou não é, talvez, o
contrário, que não há e negação apenas porque não há nada?Problema não resolvido ou mesmo
explicitamente formulado. Nós afirmamos:nada é mais original do que não e negação.
Se esta tese estiver correta, a possibilidade de negação como ato do entendimento e, com
ela, o próprio entendimento, dependem de alguma forma do algum. Então, como ele pretende
decidir sobre isso? Em última análise, não deixará o aparenteAbsurdo da pergunta e da resposta
sobre lugar nenhum cego obstinação de um entendimento errante?

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Mas se não nos permitirmos ser enganados pela impossibilidade formal da questão sobre o nada
e, apesar deles, chegarmos a formulá-lo, teremos que satisfazer, pelo menos, o requisito
fundamental de tudo Possível questão. Se formos parapergunta, Enfim, para nada, é necessário que,
previamente, nada é dado a nós. Devemos ser capazes de encontrá-lo.
Onde procurar o nada? Como encontrar? Para encontrar algo, você não precisa saber que está lá?
Efetivamente. Quase sempre acontece que um homem não pode procurar algo se não souber de
antemão que o que procura está ali. Mas, em nosso caso, o que se busca é oalgum. No final das contas
haverá uma buscasem essa antecipação, uma busca à qual é inerente um puro achar?
O que você quiser, a verdade é que não sabemos nada, mesmo que seja apenas algo sobre o qual
falamos todos os dias em todos os lugares. E podemos até enfeitar previamente, em uma "definição",
esse nada vulgar, esmaecido em toda a palidez do óbvio, que desliza tão insensivelmente em nossas
conversas:
O nada é a negação pura e simples da onitude do ser.
Essa caracterização do nada não é, afinal, uma indicação da direção em que só podemos
tropeçar nela? É necessário que, previamente,a onitude da entidade seja dado a nós para que Como
tal simplesmente sucumbir à negação, na qual o próprio nada se tornará aparente.

Nós vamos; pero aun prescindiendo de lo problemática que es la relación entre la negación y
la nada, ¿cómo vamos a hacer nosotros –seres finitos- que el todo del ente sea accesible en sí mismo,
en su omnitud, y, especialmente, que sea accesible para nós? Podemos, em qualquer caso, pensar
na "idéia" do todo do ser, negar em pensamento esse todo assim formado e, então, "pensá-lo", por
sua vez, como negado. Mas desta forma obteríamos o conceito formal de um nadafigurativo, mas
não o nada igual. Mas nada é nada, e se, por outro lado, representa indiferenciação completa, não
pode haver diferença entre nada figurativo e nada "autêntico". Por outro lado, não é este nada
"autêntico" esse conceitocontraditório, bem isso escondido, de um nada que é? Esta deve ser a
última vez que entender as objeções pare nossa busca, que apenas umaexperiência radical do nada
poderia legitimar.
É verdade que nunca podemos apreender absolutamente o todo do ser, não é menos verdade,
porém, que estamos colocados no meio do ser, que de uma forma ou de outra nos é descoberto na
totalidade. Em última análise, há uma diferença essencial entreapreenda o todo da própria entidade e
Conheça no meio da entidade no total. Isso é radicalmente impossível. Isso acontece
constantemente em nossa existência.
Parece sem dúvida que na nossa ânsia diária nos encontramos ligados ora a ela, ora àquela
entidade, como se estivéssemos perdidos neste ou naquele bairro da entidade. Mas, por mais
desagregado que nos pareça o cotidiano, ele sempre engloba, ainda que na sombra, a entidade
como um todo. Mesmo quando não estamos realmente ocupados com as coisas e conosco mesmos
- e justamente então-, somos oprimidos por esse “tudo”, por exemplo, notédio real. Este não é o que
vem quando só este livro ou aquele show, esta ocupação ou aquele lazer nos aborrecem. Ele brota
quando "alguém está entediado". O tédio profundo rola pelos abismos da existência como uma
névoa silenciosa e nivela todas as coisas, os homens e a si mesmo em uma estranha indiferença.
Esse tédio revela a entidade como um todo.

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Outra possibilidade de tal patente é oferecida no alegria pela presença da existência - não só
da pessoa - de um ente querido.
Tal estado de espírito, no qual a pessoa "se encontra" desta ou daquela maneira, permite que nos
encontremos no meio de todo o ser e por ele temperados. Este encontro, típico detemperamento, não só deixa
claro, em cada caso à sua maneira, a entidade como um todo, mas essa descoberta, longe de ser um simples
episódio, é o acontecimento radical de nossa existência.
O que chamamos de "sentimento" não são fenômenos fugazes concomitantes de nosso pensamento ou atitude
volitiva, nem simples impulsos derivados disso, nem são simplesmente estados presentes com os quais chegamos a um
acordo de uma forma ou de outra.
No entanto, quando esses temperamentos da mente nos levam a esse destino na frente do entidade no total,
eles escondem de nós, precisamente, o nada que buscamos. E menos nos ocorrerá agora pensar que a negação da entidade
como um todo, que é evidente em nosso temperamento, pode nos colocar diante de nada. porque isso só poderia
acontecer, mesmo com radicalidade, em umtemperamento de encorajamento que para o seu mais autêntico
O sentido do descobridor tornará o nada aparente.
Existe na existência do homem um temperamento mental que o coloca imediatamente antes de nada
mesmo?
É um acontecimento possível e, embora raramente, real, por alguns momentos, naquele
estado de espírito radical que é a angústia.
Não aludimos àquela inquietação muito frequente que, no fundo, é apenas um ingrediente
do medo em que podemos facilmente cair. A angústia é radicalmente diferente do medo. Sempre
temos medo desta ou daquela entidadedeterminado que nos ameaça em um certo aspecto. Medo
de algo é sempre medo de algodeterminado. Como o medo é caracterizado por este
determinação do a partir de e de para, Acontece que o medo e o medo permanecem sujeito para a
circunstância que o assusta. Ao tentar escapar disso - daquele certo algo - você perde sua segurançapara
todo o resto, isto é, "enlouqueça".
A angústia não permite que venha semelhante confusão. Longe disso, sinta-se invadido por uma
tranquilidade especial. É verdade que a angústia de ... é sempre angústia de ..., mas não por isso ou por
aquilo. No entanto, esteindeterminação de o que e por que estamos ansiosos não é uma mera ausência
de determinação, mas a impossibilidade essencial de ser determinado. Isso é evidente em uma expressão
bem conhecida.
Costumamos dizer que na angústia "a pessoa está chateada". O que esse "um" significa? Não
podemos dizer de onde vem esse mal-estar. Nos encontramos assim e nada mais. Todas as coisas como
nós estão imersas em uma indiferenciação. Mas não como se fosse um mero desaparecimento, mas
como umir embora que e um tornar-se para nós. [Em] Esse afastamento total da entidade, que nos
atormenta na angústia, nos oprime. Não há alça esquerda. A única coisa que permanece e que nos
oprime quando a entidade nos escapa é esse "nenhum".
A angústia revela nada.
Estamos "suspensos" na angústia. Mais claramente, a angústia nos deixa suspensos porque nos
faz escapar de toda a entidade. Por isso acontece que nós próprios - estes homens que somos-, estando
no meio do ser,Vamos escapar de nós mesmos. Por isso, na realidade, não somos "eu" ou

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"Você" o desconfortável, mas "um". Tudo o que resta é a pura existência no choque daquele ser suspenso no
qual não há nada a que se agarrar.
A angústia encobre nossas palavras. À medida que a entidade totalmente nos escapa, assediando-nos o
nada, tudo o que diz "é" fica mudo em sua presença. Se muitas vezes na inquietação da angústia tentamos
quebrar o vazio do silêncio com palavras incoerentes, isso não prova a presença de nada.
A angústia que descobre o nada é confirmada pelo próprio homem imediatamente após sua
passagem. Na visão luminosa que emana da memória viva, somos obrigados a declarar: aquilo de e
aquilo para ... o que afligimos foi, realmente, nada. Na verdade, o próprio nada, como tal, estava lá.

Com o temperamento radical que é angústia, chegamos naquela acontecimento da existência


em que o nada se torna aparente para nós e a partir do qual deve ser possível submetê-lo a
interrogação.
Que tal nada?

RRESPONDA AO PPERGUNTA

A única resposta que, por enquanto, é essencial para nosso propósito, vamos alcançá-lo se
prestamos atenção ao fato de que a questão sobre o nada foi levantada Mesmo. Para isso, será
necessário reproduzirmos aquela transmutação do homem em sua existência pura, que ocorre em todas
as angústias, para captar, tal como se apresenta, o nada que nela se manifesta. Isso requer, ao mesmo
tempo, quevamos separar expressamente Essa caracterizações de nada que não são nascidos direto de
nossa entrevista com ela.
O nada é descoberto na angústia - mas não como uma entidade. Nem é dado como um objeto. A
angústia não é uma apreensão de nada. no entanto, o nada nos é evidenciado nele e por meio dele, embora,
mais uma vez, não como se estivesse separado e "próximo" da entidade como um todo que se apresenta no
espanto da angústia. Em vez disso, dissemos: na angústia, o nada chega até nós em união com a entidade
como um todo. O que significa "para um com"?
Na angústia, a entidade como um todo se torna decídua. Em que sentido? Porque a angústia nãoaniquilar
a entidade para nos deixar como um resíduo nada. Como devo fazer se a angústia é justamente na mais
absolutaimpotência na frente da entidade no total? Em vez disso, o nada se manifesta com e no ser
enquanto isso nos escapa completamente.
Angustiado não acontece um aniquilação de toda a entidade em si mesma. Masqualquer nós
realizamos um negação da entidade no total, a fim de obter o nada. Mesmo desconsiderando essa angústia,
como tal, é alheia à formulação expressa de um enunciado negativo, resultaria que, com tal negação (que
deveria resultar em nada), chegaríamos sempre tarde demais. Nada apareceu em nosso caminho antes. É por
isso que dissemos que o nada surge em nosso caminho "em harmonia" com a entidade como um todo, na
medida em que nos escapa.
Na angústia, há um retiro de ... que certamente não é uma fuga, mas uma quietude fascinada.
Esse revés começa do nada. O nada não atrai, mas essencialmente rejeita. Mas essa rejeição é, como tal,
uma referência, deixando escapar, para a entidade como um todo quese afunda. Este total

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referência rejeicionista A entidade total que nos escapa (que é como o nada perturba a existência na
angústia), é a essência do nada: aniquilação.
Não é uma aniquilação da entidade, nem se origina de uma negação. A aniquilação também não pode ser
obtida adicionando aniquilação e negação.O próprio nada atordoou. O aniquilamento não é um acontecimento como
outro qualquer, mas por ser um rejeicionista, remetendo-nos à entidade em sua totalidade que nos escapa, deixa
claro esta entidade em sua plenitude, até agora uma estranheza oculta, como absolutamente outro
na frente de nada.
Nesta noite clara que é o nada da angústia, é onde surge a "patência" original da entidade. como tal
entidade: o que é entidade e não nada. Mas este "e não nada" que acrescentamos na nossa elocução não é, no
entanto, um esclarecimento subseqüente, mas o que habilita anteriormente a patência da entidade em geral. A
essência desse nada, originalmente avassalador, é:que conduz, por existir, pela primeira vez, perante a
entidade enquanto tal.
Somente com base na permeabilidade original de nada pode a existência do homem para obter para a entidade e
introduzir o. Na medida em que a existência faz essencialmente uma relação com a entidade, com a entidade que não é ela mesma
e com a entidade que é ela mesma, ela sempre procede, como tal existência, do nada patente.
Existir (ex-sistir) significa: não estar segurando nada.
Contendo o nada, a existência é sempre além a entidade no total. Este ser além do ser é o
que chamamostranscendência. Se a existência não fosse, na última raiz de sua essência, uma
transcendência; isto é, se não fosse mantida no nada de antemão, ela nunca poderia entrar em uma
relação com a entidade e, portanto, com ela mesma.
Sem a permeabilidade original do nada, não há mesmice e não há liberdade.
Com isso já obtivemos a resposta à pergunta sobre o nada. O nada não é objeto nem entidade
alguma. O nada não se apresenta por si mesmo, nem junto com a entidade, à qual, por assim dizer,
aderiria.O nada é a possibilidade da patencia da entidade, como tal, para a existência humana. O nada
não nos fornece o contra-conceito de entidade, mas originalmente pertence à essência do ser o mesmo.
No ser da entidade, a aniquilação de nada acontece.
Mas é hora de uma objeção há muito reprimida vir à tona. Se a existência não pode entrar em
relação com o ser, isto é, não pode existir a não ser sustentando-se no nada, e se o nada se revela
originalmente apenas na angústia, não deveríamos estar permanentemente suspensos na angústia
para existir? Mas não nos reconhecemos que esta angústia radical éestranho? E acima de tudo,
todos nós nós existimos e lidamos com a entidade - com a entidade que não somos nós e que somos
nós- sem essa angústia. Não é uma invenção gratuita, e o nada a que atribuímos um exagero?

Mas o que significa que essa angústia radical só ocorre em cru momentos? Não significa
outra coisa senão que, por enquanto, o nada, com sua originalidade, permanece quase sempre
escondido para nós. E o que é que o esconde? Está oculto pelo fato de que, de uma forma ou de
outra, nos perdemos completamente no ser. Quantosmais nos voltamos para a entidade em nossos
esforços, tanto menos Nós o deixamos escapar como tal, e quanto mais nos desviamos do nada e
com maior certeza mergulhamos na superfície pública da existência.
No entanto, esse desvio constante, embora equívoco, do nada, conforma-se, dentro de certos
limites, ao seu sentido mais próprio. Em sua aniquilação, o nada nos remete precisamente ao ser. o

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nada aniquilado continuamente, sem saber, dentro do qual nos movemos diariamente, nos informe
devidamente deste evento.
Que testemunho mais convincente desta perene e ampla - mas oculta - permeabilidade do
nada em nossa existência do que o negação? Mas isso pertence, dizem, à essência do pensamento
humano. A negação é expressadizendo não de algo que não é. Mas a negação não retira o não ser
do que não é para inseri-lo, por assim dizer, no ser, como meio de diferenciação e oposição ao dado.
Como o não conseguirá tirar a negação de si mesmo, se só pode negar se algo lhe for proposto
anteriormentenegável? E como pode o negável, o que deve ser negado, ser considerado como
afetado pelo não, senão porque todo pensamento, como tal pensamento, tem já olhos no não? Mas
não, só se pode evidenciar retirando de sua latência o que lhe dá origem: o aniquilamento do nada
e, com ele, o próprio nada.
O não não nasce da negação, mas a negação se baseia no não, que nasce da aniquilação do nada.
Mas também não é a negação outra coisa senão um modo daquela atitude avassaladora, isto é, daquela
atitude anterior fundada na aniquilação do nada.
Com isso, mostramos, aproximadamente, a tese declarada acima: O nada é a origem da
negação e não o contrário.
Ao quebrar assim o poder de entendimento nesta questão sobre o nada e o ser, decidimos,
ao mesmo tempo, o destino da soberania da "lógica" na filosofia. A própria ideia de "lógica" é
dissolve no turbilhão de uma questão mais radical.
Por muito diferente que seja a negação - explícita ou não - prevalece em todo pensamento,
ela não é, por si só, testemunho suficiente da patência do nada, patência essencial à existência.
Porque não podemos afirmar que a negação é a única - nem mesmo a principal - atitude
avassaladora em que a existência é abalada pela aniquilação do nada.
Mais abismal do que a simples adequação da negação lógica é a crueza do contravenção e a
acrimônia do execração. Há mais responsabilidade na dor de fracasso e no tempo inclemente
proibição. Mais impressionante é a aspereza do privação.
Estão possibilidades de atitude esplêndido -forças com as quais a existência suporta, embora sem
poder dominá-la, que está sendo lançada em eles não são espécies de mera negação. Mas isso não os
impede expressar-se com um não e uma negação. O que nos trai, de forma muito clara, o vazio e a
amplitude da negação.
O fato de que essa atitude avassaladora atravesse a existência de ponta a ponta, atesta a perene e
obscurecida permeabilidade do nada, que só a angústia nos revela originalmente. É assim que se explica
queangústia radical quase sempre é reprimido na existência. A angústia está aí: ele cochila: Seu hálito
bate incessantemente pela existência: onde menos, na dos "medrosos"; imperceptível no "sim, sim" e no
"não, não" do homem apressado: mais naquele que é dono de si mesmo; com toda a certeza, no que é
radicalmenteirresponsável. Mas o último ocorre apenas quando há algo para oferecer vida a fim de
assegurar a existência a suprema grandeza.
A angústia do temerário não tolera Eu comparei à alegria, muito menos à satisfação pacífica
de cuidados silenciosos. É encontrado -além de tais contraposições- em segredo
aliança com a serenidade e doçura do desejo criativo.

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A angústia radical pode surgir a qualquer momento. Você não precisa de um evento
incomum para acordá-lo. À profundidade com que domina corresponde a ninharia de sua possível
provocação. Estápara sempre à espreita, e ainda apenas Raramente cai sobre nós para nos agarrar e
nos deixar suspensos.
Este ser sustentando a existência no nada, sustentado pela angústia recôndita, faz com que o homem
ocupe o lugar do nada. Tão finito nós somos que não podemos, por nossa própria decisão e vontade, nos
colocar originalmente antes do nada. Tão incompreensivelmente aprofunda ofinitude na existência, que o
profundo e genuíno finitude escapa para a nossa liberdade.
Este ser sustentando a existência no nada, sustentado pela angústia recôndita, é uma superação da
entidade em sua totalidade: é a transcendência.
Nossa pergunta sobre o nada tem que colocar diante de nossos olhos o metafísica ela
própria. O nome "metafísica" vem do grego ταµετα τα φισικα. Este estranho título foi
posteriormente interpretado como uma designação da questão que endireita "além" -µετα, trans, - a
entidade como tal.
Metafísica é um pós-interrogatório além da entidade, para reconquistá-la posteriormente,
conceitualmente, como tal e no total.
Na questão do nada, essa marcha se realiza além do ser, como ser, no total. Assim, isso nos
foi mostrado como uma questão "metafísica".
Indicamos no início duas características dessa classe de questões. Em primeiro lugar, toda
questão metafísica abrange toda a metafísica. Em segundo lugar, em toda interrogação metafísica, a
existência que ela interroga está sempre envolvida.
Em que sentido a questão sobre o nada compreende e abarca toda a metafísica?
Sobre o nada, a metafísica se expressa, desde os tempos antigos, em uma frase, certamente equívoca:
ex nihilo nihil fit, nada sai do nada. Apesar de que, na explicação deste princípio, o próprio nada
passa a ser uma questão própria, no entanto, este princípio, devido à sua peculiar referência ao
algum, revela a concepção fundamental do entidade.
o metafísica antiga ele entende o nada no sentido do que não é, isto é, da matéria sem uma figura
que por si mesma não pode ser corporificada em um ser com figura e, portanto, seu próprio aspecto
(ειδοσ). Entidade é aquela formação que se informa e que, como tal, é representada na forma ou na
imagem. A origem, a justificação e os limites desta concepção do ser são tão obscuros quanto o próprio
nada.
o Dogmática cristã, pelo contrário, nega a verdade da proposição: ex nihilo nihil fit, e assim
dá ao nada um novo significado, como a mera ausência de todos os seres extradivinos: ex nihilo fit-
ens creatum. O nada se torna, agora, um contra-conceito da própria entidade, do
summum ens, de Deus, como ens increatum. Aqui também a interpretação dada do algum a
concepção do entidade. Mas a explicação metafísica do ser se move no mesmo plano que a questão
sobre o nada. As questões sobre o ser e sobre o nada são ignoradas. Por isso, não se trata da
dificuldade de que, se Deus cria do nada, não tem que lidar com nada. Mas, se Deus é Deus, nada
pode salvar do nada, visto que o "absoluto" exclui toda niilidade de si mesmo.

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Esta crua memória histórica mostra o nada como um contra-conceito para sendo ele mesmo,
quer dizer, como sua negação.
Mas se, finalmente, nos tornamos um problema a partir do nada, não só resulta que esse
contraste é mais bem especificado, mas é aí que surge a autêntica questão metafísica do ser do ser.
O nada não é mais tão vago e imprecisona frente da entidade, mas é revelado a nós como
pertencente ao próprio ser da entidade.
"Sendo puro e puro, nada é igual." Esta frase de Hegel (Ciência da lógica, livro I, WW
III, p. 94) é justo. O ser e o nada caminham juntos; mas não porque ambos coincidam em sua imediatez e
indeterminação -como acontece quando são considerados a partir do conceito hegeliano de
pensamento-, mas sim que oser é, por essência, finito, e só é evidente na transcendência da existência
que não se sobrepõe a nada.
Se, por outro lado, a questão do ser enquanto tal é a questão que circunscreve a metafísica,
mostre-nos que também a questão do nada é de tal natureza que abarca toda a metafísica.

Mas, além disso, a questão do nada abrange toda a metafísica porque nos obriga a nos tornar um
problema do origem da negação; isto é, nos obriga a decidir sobre a legitimidade com que a "lógica"
prevalece sobre a metafísica.
A velha frase: ex nihilo nihil fit, então adquire um novo significado, que afeta o próprio problema de
ser: ex nihilo omne ens qua ens fit. Só no nada da existência a entidade vem a si mesma no todo, mas de
acordo com sua possibilidade mais adequada, ou seja, de forma finita.
Em segundo lugar, se a questão sobre o nada é uma questão metafísica, até que ponto ela
envolve nosso questionamento da existência?
Caracterizamos nossa existência como essencialmente determinada pela Ciência. Portanto, se
nossa existência, assim determinada, está implicada em nossa questão sobre o nada, então a
existência deve se tornar problemática quando esse problema é colocado.
A existência científica deve sua simplicidade e acuidade à maneira muito especial que tem de
lidar com ela. por si próprio, e só com ele. A ciência pode abandonar o nada com um gesto de
superioridade. Mas ao não pedir nada, fica claro que esta existência científicasó é possível se, de
antemão, está submerso no nada. Para se entender, no que você é, você precisanão abandone o
nada.
A presumida sobriedade e superioridade da ciência torna-se ridícula se ela não leva nada a
sério.
Somente porque nada é patente, a ciência pode fazer da própria entidade um objeto de
investigação. E só se a ciência existe em virtude da metafísica, pode renovar incessantemente a sua
tarefa essencial, que não consiste em recolher e ordenar o conhecimento, mas em abrir, renovar,
perante os nossos olhos, otodo reino da verdade sobre a natureza e sobre a história.

Só porque o nada é evidente nas profundezas da existência, pode o completo


estranheza da entidade. Só quando a estranheza da entidade nos perturba, pode nos provocar
admiração. Da admiração - isto é, da permeabilidade do nada - surge o porque? Só porque o porquê
é possível, como tal, podemos nos perguntar sobre os fundamentos e substanciar de um certo

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www.philosophia.cl / Escola de Filosofia da Universidade ARCIS.

Maneira. Só porque podemos perguntar e fundamentar, o destino depesquisadores.

A questão sobre o nada nos rodeia nós eles próprios - para os interrogadores. É uma questão
metafísica.
A existência humana não pode lidar com os seres se não for sustentada no nada. Ir além da
entidade é algo queisso acontece na própria essência da existência. Essa transcendência é
precisamente metafísica; o que faz a metafísica pertencer à "natureza do homem". Não é uma
disciplina filosófica especial ou um campo de divagações: é oevento radical na própria existência e
como tal existência.
Enquanto a verdade da metafísica habita nesses abismos insondáveis, sua vizinhança mais
próxima é a do erro mais profundo, sempre à espreita. Portanto, não há rigor da ciência comparável
à seriedade da metafísica. A filosofia nunca pode ser medida com o padrão fornecido pela ideia de
ciência.
Se o problema do nada realmente se tornou uma questão para nós, não teremos visto a
metafísica de fora. Nem podemos dizer que nos imergimos nele. Não podemos, de forma alguma,
mergulhar nele, pois, pelo simples fato de existir,já estamos sempre nele: φυσει γαρ ω φιλε, εϖεστι
τις φιλοσοφια τη του ανδρος διανοια (Platão, Phaidros 279 a). Pelo mero fato do homem existir, o
filosofar ocorre.
Filosofia - o que chamamos de filosofia - é apenas a colocação em movimento da metafísica;
neste um adquire seu ser presente e seuexplícito tópicos.
E a filosofia só é posta em movimento por uma maneira peculiar de colocar em jogo a própria
existência em meio às possibilidades radicais da existência como um todo. Pois esta posição é
decisiva: emprimeiro lugar, abrir espaço para a entidade como um todo; depois de, largando as
amarras, abandonando-nos ao nada, isto é, livrando-nos dos ídolos que todos temos e aos quais
procuramos nos abraçar sub-repticiamente: por último, ser suspenso para que o questão chave
metafísica, para a qual o próprio nada nos impele:
Por que existe e não nada?

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