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O CASAL

DIANTE DO
ESPELHO E A
RECONSTRUÇÃO
DO VÍNCULO
DO AMOR
C335 O casal diante do espelho e a reconstrução do vínculo do amor
/ organizado por Iara L. Camaratta Anton. – Novo Hamburgo
: Sinopsys, 2020.
16x23cm; 416p.

ISBN 978-85-9501-166-3

1. Psicologia – Casais – Vínculo – Amor. I. Anton, Iara L.


Camaratta. II. Título.

CDU 159.922

Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto – CRB 10/1023


6
Violência psicológica
no casal: dinâmica
relacional e prática clínica
Patrícia Manozzo Colossi

Atualmente, muito se fala em violência de gênero, referindo assim à violên-


cia exercida de um gênero em relação ao outro; não necessária e exclusiva-
mente do homem em relação à mulher. Contudo, é verdade que saltam aos
olhos os dados de prevalência da violência contra a mulher, já que, segundo
a Organização Mundial da Saúde (2014), ao redor do mundo, 1 em cada
3 mulheres é vítima de violência por parte do seu parceiro amoroso ao longo
da vida. Vamos pensar na magnitude destes resultados?
Não há dúvida de que são dados preocupantes. Ainda mais se considerar-
mos que podem ser subnotificados, já que existem situações de violência
não contabilizadas porque se mantêm no segredo da intimidade.
No entanto, a violência conjugal, de modo amplo, costuma referir-se pre-
dominantemente, à parte perceptível do fenômeno, à violência física e,
comumente, do homem contra a mulher.
A manifestação física da violência conjugal parece ser a ponta do iceberg de um
contexto profundo e complexo. Assim como o iceberg é “apenas um pedacinho”
de gelo visto sobre o oceano, o mesmo acontece com a violência conjugal.

METÁFORA DO ICEBERG

O que a metáfora do iceberg representa é que a violência física


constitui uma expressão mais visível da violência e que, embora o in-
74 Violência psicológica no casal: dinâmica relacional e prá ca clínica

verso possa ocorrer, não se pode pensar na ocorrência da violência físi-


ca sem a presença da violência psicológica, tornando esta última, ain-
da mais ampla e recorrente. O que aqui vamos tratar é da violência
sutil, silenciosa, que se revela por meio de microviolências cotidianas,
expressas em xingamentos, humilhação, aviltamento, intimidação,
controle, isolamento, ciúme patológico, indiferença às demandas afe-
tivas, ameaça e situação de abuso físico e/ou sexual (Hirigoyen, 2006),
que, pelos prejuízos emocionais, podem imobilizar o outro, produzin-
do sofrimento tão nocivo ao psiquismo quanto aqueles causados pela
violência física (Trindade, 2005).
Talvez o maior desafio para terapeutas conjugais que trabalham
com casais psicologicamente violentos seja compreender a dinâmica
conjugal da violência. Por vezes, pode ser difícil ampliar a compreen-
são de gênero, já que há que considerar os aspectos socioculturais de
uma sociedade patriarcal que demarca os papéis esperados para ho-
mens e mulheres, prejudicando a ambos (e que nós, terapeutas, tam-
bém somos “atravessados”). O que se propõe aqui é a compreensão da
violência conjugal como um modelo interacional, em que homens e
mulheres participam, de algum modo e, em alguma medida, da cria-
ção e da manutenção de uma relação violenta (Falcke et al., 2009).
A violência psicológica assume características relacionais, uma
vez que refere o modo como o casal se relaciona. Considerada de ca-
racterística circular, transita mais entre os sexos do que outras expres-
sões violentas e se estabelece na coautoria dos parceiros. A ideia não é
culpabilizar as vítimas quando elas não possuem condições de evitar
situações de violência, mas compreender os diferentes papéis que ho-
mens e mulheres desempenham em seus relacionamentos e como a
violência circula, fazendo com que o mesmo parceiro possa exercer,
ora o papel daquele que agride, ora daquele que é agredido.
Ao fazer referência à expressão psicológica da violência, não se
refere a um ou outro episódio violento, mas a um estilo relacional. O
trabalho clínico com adultos em terapias de diferentes abordagens nos
permite afirmar que, na quase totalidade dos casos, as pessoas envolvi-
O casal diante do espelho e a reconstrução do vínculo do amor 75

das nos contextos de violência conjugal experimentaram em suas fa-


mílias de origem, contextos disfuncionais de violência, seja como víti-
ma seja como testemunha, tendo herdado um legado de dor e sofri-
mento (Colossi, Marasca, & Falcke, 2015). Para além disso, o sujeito
acaba aprendendo um modelo disfuncional de relacionar-se com o
outro, naturalizando a violência como estratégia de resolução de con-
flitos na conjugalidade.
O atendimento clínico de casais nos mostra que, mesmo em re-
lações conjugais satisfatórias e gratificantes, podem ocorrer momentos
de expressão de raiva ou eventual descontrole emocional em que pala-
vras ou comportamentos ofensivos são proferidos. Nesses contextos,
entretanto, essas ocasiões tendem a ser episódicas e são habitualmente
seguidas por arrependimento e tentativas de reparação, o que parece
não ocorrer na conjugalidade violenta.

PRÁTICA CLÍNICA

Como psicóloga e terapeuta de casais, diria que um dos grandes


questionamentos, mesmo de profissionais experientes, é quanto à in-
dicação (ou não) de atendimento conjugal em situação de violência.
Nos casos em que há presença de violência física, com medida judicial
restritiva, o terapeuta propor o descumprimento da lei para atender o
casal, por razões óbvias, não constitui uma postura profissional reco-
mendada. Casais violentos podem ser hábeis em burlar combinações,
tarefas terapêuticas e até mesmo a lei. Nestes casos, sugere-se o atendi-
mento de ambos, mas em processos psicoterápicos separados.
No entanto, quando se trata da violência psicológica, o atendi-
mento do casal em um processo conjunto pode constituir-se na am-
pliação de possibilidades, tanto no que se refere ao estabelecimento de
respeito quanto ao desenvolvimento de um novo modelo de relacio-
namento mais saudável e funcional, independente do futuro dos par-
ceiros como casal. Se os cônjuges não reconhecem a disfuncionalidade
76 Violência psicológica no casal: dinâmica relacional e prá ca clínica

relacional que vivenciam como violência, atribuindo ao temperamen-


to/comportamento do outro os problemas vivenciados, o trabalho
conjunto pode ser uma importante ferramenta capaz de possibilitar a
comunicação do que as condutas psicologicamente violentas tentam
expressar. A experiência psicoterápica em conjunto se mostra útil ao
favorecer que os parceiros reconheçam a diferença entre uma relação
conflitiva e uma relação psicologicamente violenta, com níveis de des-
trutividade que fere a ambos.
Mas, afinal, qual a diferença? Será que todos os casais que brigam
são violentos? A resposta é “não”. O que identificamos, na clínica con-
jugal, é que mesmo os casais altamente conflitivos, com baixa tolerância
à frustração e comportamento quase automático de colocar a culpa do
problema no parceiro, apresentam potencial para o arrependimento e
empatia, e se mostram capazes de buscar, na maioria dos casos, a repa-
ração. Com o tempo, as situações agressivas tendem a diminuir e espe-
ra-se que o casal desenvolva estratégias mais saudáveis de resolução de
conflitos. Nos casos de violência psicológica conjugal, o que se apresen-
ta é um contexto no qual as expressões de violência se alternam entre os
parceiros, são frequentes, e há grande dificuldade tanto de colocar-se no
lugar no outro quanto na possibilidade de reparação.
Por vezes, a terapia de casal favorece o reconhecimento dos parcei-
ros quanto à impossibilidade de estabelecerem um convívio relacional de
respeito, afeto e apoio mútuo, sendo o divórcio a opção mais saudável e
menos destrutiva para ambos. Em contrapartida, quando existe um “fio
de possibilidade” que faz o casal buscar a reparação relacional, o perdão e
um novo contrato conjugal, o terapeuta pode ser um instrumento poten-
cializador do reconhecimento da participação de cada um no estabeleci-
mento da dinâmica estabelecida. Tem-se, então, um universo de possibili-
dades para um terapeuta de casal disposto a trabalhar!
Na clínica conjugal com casais psicologicamente violentos, o
que vemos são homens e mulheres que parecem manifestar uma certa
“aceitação” da violência, como se esta estivesse naturalizada no con-
texto conjugal. Por vezes, está! Assim, o conflito confunde-se com um
O casal diante do espelho e a reconstrução do vínculo do amor 77

campo de batalha, e fazer a diferença entre o conflito aceitável, que


pode ser construtivo, e o que constitui um contexto violento, por ve-
zes, não é uma tarefa fácil! Certamente, essa dificuldade de reconheci-
mento contribui para a naturalização da violência em um espaço que
se esperaria afeto, zelo e reciprocidade, perpetuando padrões de rela-
cionamentos conjugais que atravessam gerações e prejudicam tanto os
parceiros do casal quando os filhos que possam ter.

VINHETAS CLÍNICAS

Joana e Raul
Desde que ele me traiu, nunca mais foi igual.
Eu quis morrer, ele acabou como todos os meus sonhos. Sofri muito.
Mas, depois de um tempo, juro que perdoei, tentei juntar os cacos.
Mas cada vez que ele quer sexo, “aquela mulher” me vem à cabeça,
mesmo depois de tantos anos. Porque eu confiava nele, e ele me tro-
cou por ela...
Aí, muitas vezes, eu sei que ele quer e eu não cedo, pra castigar
mesmo...
É a moeda que eu tenho! Eu fico insegura também, porque ele
pode ir atrás de mulher de novo, não sei se não vai, mas eu sofri
tanto a ponto de querer morrer... Agora, ele que se vire. Vem me fa-
lar de sexo? Me poupe! Ele acabou com qualquer desejo que eu pu-
desse ter, e eu tinha!

Joana (42 anos) e Raul (54 anos) se conheceram jovens, casaram-


-se sonhando com um “conto de fadas”, tiveram três filhos. Reconhecem
terem sido felizes “durante os primeiros anos”, mas desde muito tempo
referem que “se perderam” e vivem uma relação “desequilibrada”.
As crenças familiares de que “casamento é para sempre” impe-
diam que o casal encaminhasse a separação, dada a dificuldade pre-
mente de superar a infidelidade. Não conseguiam separar-se, tampou-
78 Violência psicológica no casal: dinâmica relacional e prá ca clínica

co conseguiam viver juntos. Assim, o ciclo de comportamentos de


abandono, indiferença às demandas afetivas e humilhação se perpe-
tuou, até que Raul buscou atendimento psicológico conjugal por não
entender o porquê de Joana, afinal, não abrir mão da relação. “Ela
não me quer, mas não me deixa ir, o que me confunde”. Ele, advoga-
do renomado, jamais permitiria enfrentar um divórcio litigioso e, as-
sim, “vão levando”. Os atendimentos psicoterápicos ajudaram Joana a
perceber que, na tentativa de vingar-se do marido, acabava maltratan-
do também a si mesma, oferecendo feedbacks que se mostravam noci-
vos à relação. Raul, por sua vez, tinha dificuldade de conversar com a
esposa e referir o que sentia, afundando-se no trabalho e “devolvendo
na mesma moeda”, com acusações, descaso e abandono. Ambos esta-
vam magoados, sentiam-se sozinhos e infelizes no casamento. Estava
aí, o “prato cheio” para um terapeuta conjugal!
Essa alternância de expressões destrutivas, ora por parte de Joana,
ora por parte de Raul, parece estar apoiada, entre outros aspectos, na
inadequação do processo comunicacional entre eles. A possibilidade
de verbalização dos conflitos cede lugar a um comportamento violen-
to, nem sempre verbalizado, sendo esse o único modelo de comunica-
ção possível.
O caso de Joana e Raul revela a violência que acontece em subs-
tituição ao diálogo, pois quem agride mostra-se incapaz de verbalizar
suas inseguranças, frustrações e conflitos (Guimarães, Maciel, & Silva,
2007). A terapia mostrou que embora Joana amasse o marido e dese-
jasse o casamento, a infidelidade episódica ocorrida há vários anos,
não havia sido superada, o que a deixava fragilizada e insegura em re-
lação a si mesma e sua autopercepção de competência. Raul, embora
arrependido do que dizia ter sido “um ato insano” (referindo-se à infi-
delidade), jamais havia conseguido desnudar-se afetivamente e pedir
perdão, genuinamente, à esposa. O processo psicoterápico foi emocio-
nalmente difícil, já que lembranças sofridas precisaram ser trazidas à
tona, mas, segundo Joana e Raul, “foi importante para lavar a alma,
nos perdoarmos e termos a oportunidade de recomeçar”.
O casal diante do espelho e a reconstrução do vínculo do amor 79

Ana e Marcos
Se ele não tá nem aí pra mim, por que eu tenho que me preocupar
com ele?
Se ele quer sexo ou me levar nas reuniões “como esposa”... Eu não
me importo mesmo, eu quero é que ele se dane!
Eu fui um lixo de marido, eu sei, mas ela me agride, me chamando
de bêbado.
Péra lá, são 15 anos que eu estou sem beber... Não sou mais um bêbado.

Marcos (65 anos) é alcoolista em abstinência há cerca de 15 anos,


após período de 18 anos de alcoolismo ativo. Buscaram atendimento
porque diziam “não aguentar mais a vida a juntos”. Ao mesmo tempo,
também não queriam a separação, segundo Ana (54 anos), “porque já
passaram por tantos ‘perrengues’... Se fosse pra separar, tinha que ter
sido antes”. Marcos frequenta o Alcoólicos Anônimos (AA) desde o iní-
cio do período de sobriedade e, segundo ele, “é imprescindível”, para
que permaneça “limpo”. Apesar de Ana compreender a importância do
marido frequentar o AA, se diz “sozinha desde sempre; porque mulher
de bêbado é assim, sozinha: primeiro, porque ele está bebendo, depois
porque está se tratando, e depois porque está nos grupos”.
A violência psicológica entre o casal se expressa no abandono e
na indiferença às demandas afetivas de Ana (Hirigoyen, 2006). Em
contrapartida, quando o marido retorna das reuniões do AA, recebe a
hostilidade da esposa revelando um padrão comunicacional confuso
que “dificulta o entendimento das mensagens transmitidas” (Féres-
-Carneiro, 2005, p. 26). Ana acredita que Marcos sabe que ela se in-
comodava em ficar sozinha, embora tivesse dificuldade de tratar dire-
tamente do assunto com o marido. Deste modo, quanto mais ela hos-
tilizava o marido, mais ele se comprometia com atividades no AA. As-
sim, ambos contribuíam para a manutenção do distanciamento con-
jugal, como uma forma de expressar as frustrações vivenciadas na con-
jugalidade. Marcos e Ana ora evitavam o diálogo, ora se envolviam no
conflito, com ataques pessoais e perda de controle sendo a forma como
80 Violência psicológica no casal: dinâmica relacional e prá ca clínica

o casal buscava resolver as divergências conjugais. Ana recordava, res-


sentida, as vezes em que ouviu do marido: “Tu és uma mulher de mer-
da”, referindo a humilhação e o aviltamento sofridos (Hirigoyen, 2006).
Acreditava que, ao longo do tempo, levara as ofensas do marido a sério
demais, pois se julgava uma pessoa sem valor, revelando a violência ex-
pressa no aniquilamento da autoestima (Trindade, 2005).
A realização do genograma como estratégia psicoterápica, revelou
faces da agressividade no trato com o outro como um padrão transgera-
cional de comportamento violento perpetuado desde a geração dos avós.
Marcos referiu que “esse foi o único modelo que conheceu”. A presença
do alcoolismo em gerações anteriores, parece ter favorecido, entre outros
fatores, o aprendizado desta forma de se relacionar. Marcos reconheceu
que embora não fizesse mais uso do álcool, o que parecia intensificar a
violência (Whiting, Simmons, Havens, Smith, & Oka, 2009), seguia
ofendendo, humilhando e sendo indiferente à esposa. Ana, por sua vez,
referiu a forma como os pais e os avós se tratavam, com palavrões, gritos e
falta de sensibilidade com o cônjuge. Mesmo disfarçados de paixão e ro-
mance no começo da relação, cada qual a seu modo aprendeu que o casa-
mento é uma relação marcada por discursos agressivos e violentos, reve-
lando a tendência à repetição dos padrões relacionais (Colossi, Marasca,
& Falcke, 2015; Mendlowicz & Figueira, 2007).
Ana aprendeu com a família de origem que o silêncio resolve con-
flito, e com a terapia que o fato de não verbalizar o que incomoda não faz
com que o incômodo não exista e que, cedo ou tarde, emerge de alguma
forma. A experiência de silenciar diante dos desacordos mostra-se intensi-
ficadora da violência psicológica, sugerindo um comportamento de pouca
expressividade (Féres-Carneiro, 2005), já que as agressões acabam se cons-
tituindo em uma forma de expressarem suas dores.
A evitação do conflito é disfuncional ao longo do tempo, au-
mentando o risco de insatisfação conjugal e divórcio (Walsh, 2005),
estando relacionada, em alguma medida, à expressão bidirecional da vio-
lência psicológica. Mesmo quando Marcos fazia tentativas de aproxima-
ção, isso era identificado pela esposa com descrédito. Acordava cedo e
O casal diante do espelho e a reconstrução do vínculo do amor 81

preparava o café da manhã para a esposa, ao que ela reclamava: “Ele ‘tá’
careca de saber que eu não gosto de margarina! Faz 30 anos que o cara
vive comigo e não me conhece? Acho até que faz de propósito!”
A terapia possibilitou ao casal a percepção do quanto, tanto
Marcos como Ana, se envolviam em uma cadeia de feedbacks que
mantinha o contexto disfuncional que adoecia a ambos. Nesse senti-
do, a violência bidirecional mostra-se um preditor de maior insatisfa-
ção conjugal, quando comparada à violência de um ou de outro côn-
juge (Panuzio & DiLillo, 2010). Estratégias terapêuticas foram ado-
tadas para favorecer o abandono do comportamento acusatório de
ambos em relação ao cônjuge. O caso de Marcos e Ana reflete a pre-
sença de violência psicológica em diferentes situações e com amplo
trânsito entre os parceiros, confirmando a característica de reciproci-
dade da violência psicológica (Dantas- Berger & Giffin, 2005).

Isabel e Alberto
Ele começa a trabalhar meia hora depois de mim. Poderia me dar
uma carona, pra deixar o Pedro na creche. Nem que de lá, eu se-
guisse de ônibus.
Mas, mesmo em dia de chuva, eu saio com o “nosso” filho, bolsa,
mochila, guarda-chuva... Porque o “bonito” não pode sair trinta
minutos antes de casa.
Mas eu tenho que pagar o combustível para ele ir trabalhar.
Se eu peço pra ele nos levar, ele não responde, ou diz que vai pen-
sar. E nossa... Como pensa! Eu fico esperando, no vazio, e ele não se
manifesta. O silêncio me mata!
Aí, acabo saindo pra não me atrasar.
Se insisto, é confusão na certa e ele logo diz que não.
A falta de uma mínima preocupação comigo e, nem mesmo com o
nosso filho, me mata aos poucos...

Isabel (34 anos) e Alberto (37) vivem juntos há cinco anos e


tem um filho de 10 meses. Ele é funcionário público e ela trabalha em
82 Violência psicológica no casal: dinâmica relacional e prá ca clínica

uma multinacional. Embora Alberto tenha um salário equivalente ao


triplo do da esposa, dividem igualmente as contas da casa, sob o argu-
mento de que “tudo é dos dois”. As contas são divididas, igualmente,
o que inclui a prestação do carro da família, combustível e até mesmo
as despesas com o filho. Embora Alberto e Isabel tenham acertado que
ela pagaria 50% do combustível para os passeios aos finais de semana,
o carro é de uso exclusivo do marido. Ela se mostra extremamente
frustrada, pois, durante a semana inteira, vai ao trabalho de ônibus,
levando consigo o filho, que fica na creche.
No caso de Isabel e Alberto, embora os dois ganhem salários
diferentes, em função de suas colocações profissionais, o casal defi-
niu que ambos participariam do pagamento das contas da casa em
partes iguais. A questão financeira é a “ponta do iceberg”, já que Isa-
bel se sente um objeto na relação com Alberto e, segundo ela, mais
do que a questão financeira, o pior é o sofrimento frente o reconhe-
cimento do desprezo do marido. Isabel se sente desencorajada com a
possibilidade de encarar a vida separada dele. Acredita que se não é
capaz de mudar a situação que vive com o marido a ponto de pro-
mover uma relação mais equilibrada e respeitosa, tampouco terá
condições de “enfrentá-lo” como ex-marido: “Se ele faz o que faz,
casado comigo, o que não faria se nós estivéssemos separados?”. A
participação financeira de ambos em partes iguais, esgota os recursos
individuais de Isabel, o que faz com que ela não perceba qualquer
possibilidade de viver sozinha, referindo um comportamento de
controle que poderia passar despercebido (Hirigoyen, 2006).
A relação de Isabel e Alberto revela aspectos transgeracionais
envolvidos no fenômeno da violência psicológica conjugal. No curso
psicoterápico, Isabel recordou, emocionada, as repetidas vezes que
viu os pais em conflito. Não um “conflito simplesmente”, já que,
afinal, o conflito é inerente à condição humana e pode ser positivo
em muitas relações, mas aquele marcado por uma relação de com-
pleta desqualificação do outro. Segundo ela, seus pais “sempre en-
contravam uma forma de ‘esculhambar’ o outro”: na intimidade, nas
O casal diante do espelho e a reconstrução do vínculo do amor 83

relações familiares e mesmo em diferentes contextos sociais. A situa-


ção se manteve até o falecimento do pai, por doença grave, quando
Isabel tinha 14 anos de idade. Depois disso, ela imaginava que a
mãe, a quem define como “uma guerreira” enfrentaria a vida sozi-
nha, não acreditando que a ela pudesse aceitar outro homem em sua
vida. Sua maior surpresa foi conhecer o novo companheiro da mãe,
que foi partícipe da reedição de uma história já bastante familiar:
mudaram os personagens, mas a história era mesma. Colocando “a
cereja do bolo”, o padrasto abusou sexualmente de Isabel por vários
anos, até que ela conheceu Alberto, saindo de casa poucos meses de-
pois. Após submeter-se ao processo psicoterápico, já na adultez,
pôde compreender que acabou crescendo acreditando que precisava
seguir a história de sua mãe, de uma “guerreira”, a quem tudo su-
porta, e que, igualmente, merece o sofrimento, já que parece ser o
modelo familiar conhecido por ela.
O caso de Isabel e Alberto refere o quanto os membros do casal
assumem um papel relevante no exercício da manutenção das histó-
rias vivenciadas em suas famílias de origem, a partir dos aprendizados
familiares, dos modelos parentais e suas experiências prévias. Com
isso, a terapia conjugal oportuniza ao casal o envolvimento de ambos
na modificação dos padrões de relacionamento geradores de sofrimen-
to em função de expressões de violência.
Neste caso, o foco de compreensão e consequente intervenção se
deu na relação alicerçada entre os cônjuges, nas interações que se expres-
sam no casal, por meio de uma proposta terapêutica conjugal, buscando
a modificação dos padrões relacionais existentes. O terapeuta se oferece,
então, como mediador de um processo de (re)construção conjugal, tra-
balhando a reorganização da dinâmica do casal que favoreça o exercício
de um novo modelo relacional, mais saudável e funcional. Nesse senti-
do, a expectativa terapêutica é de que o padrão de comportamento vio-
lento ceda espaço a uma nova realidade relacional e ao desenvolvimento
de estratégias de resolução de conflitos mais saudáveis (Alvim & Souza,
2005; Falcke et al., 2009; Dantas-Berger & Giffin,2005).
84 Violência psicológica no casal: dinâmica relacional e prá ca clínica

Espera-se, com a terapia conjugal, favorecer o estabelecimento


de um espaço relacional de respeito e reconhecimento do outro, inde-
pendente da continuidade da relação do casal. De qualquer modo, o
processo psicoterápico com casais favorece o um novo modelo de rela-
ção que se apresenta aos filhos, interrompendo a perpetuação da vio-
lência como modelo de relacionamento a ser seguido. Está aí, a nossa
contribuição, como terapeutas, com a promoção de saúde e qualidade
de vida daqueles que passam por nós!

REFERÊNCIAS
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sal: Da coação psicológica à agressão física. evidence. Geneva: WHO.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Sumário

Prefácio ........................................................................................... 13
Mara Lins

Apresentações ................................................................................ 15
Iara L. Camara a Anton

PARTE I
Casais: diferentes faces em diferentes circunstâncias
1 A magia e os desafios do ciclo vital .......................................... 26
Iara L. Camara a Anton
2 O nascimento de um filho enfermo e seu
impacto na conjugalidade ........................................................ 35
Márcia Camara a Anton
3 Os pais no tratamento de crianças ........................................... 42
Sheyla Maria Borowski
4 O olhar da neurobiologia e a inclusão da
sexualidade: novos recursos na terapia de casal ..................... 56
Marli Kath Sa ler e Helena Centeno Hintz
5 Abordagem da sexualidade do casal em
terapia: um tema delicado? ..................................................... 66
Diego Villas-Bôas da Rocha
x Sumário

6 Violência psicológica no casal: dinâmica


relacional e prá ca clínica ........................................................ 73
Patrícia Manozzo Colossi
7 Gênero e relacionamento conjugal: concepções
de homens acusados de agressão ............................................ 85
Mariana Gonçalves Boeckel e Kamila Baldino
8 As doenças psiquiátricas e sua influência
nas relações conjugais .............................................................. 97
Madeleine Scop Medeiros
9 Vínculos feridos pela psicopatologia........................................ 105
Lucas Spanemberg e Gabriela Pavan
10 O castelo real: estabilidade e mudança
nos sistemas familiares ............................................................ 111
Maiton Bernardelli, Joice Cadore Sonego,
Silvia Maria Pedro Mazzo e Débora Albé Sartori
11 Terapia comportamental integra va de casal.......................... 120
Mara Lins

PARTE II
O casal diante do espelho terapêu co:
psicoterapia de casal teoria e técnica
12 Crianças e terapia de casal ....................................................... 132
Iara L. Camara a Anton
13 Indicações e restrições à terapia de casal ................................ 149
Iara L. Camara a Anton
14 Contato telefônico para marcação de
consulta no atendimento a casais ............................................ 173
Iara L. Camara a Anton
15 Primeira sessão em terapia de casal ........................................ 192
Iara L. Camara a Anton
16 Contrato terapêu co ................................................................ 207
Iara L. Camara a Anton
Sumário xi

17 Neutralidade em psicoterapia de casal .................................... 226


Iara L. Camara a Anton
18 Interpretação e transferência em terapia de casal .................. 240
Iara L. Camara a Anton
19 Insigts e mudanças vinculares.................................................. 274
Iara L. Camara a Anton
20 In/fidelidade/s .......................................................................... 291
Iara L. Camara a Anton
21 In midade................................................................................. 333
Iara L. Camara a Anton
22 O espelho terapêu co e seus reflexos sobre a conjugalidade... 356
Iara L. Camara a Anton
23 Reconstrução em terapia de casal............................................ 377
Iara L. Camara a Anton
24 Terapeuta de casais .................................................................. 398
Iara L. Camara a Anton
25 O casal diante do espelho: reflexos da terapia de casal
na vincularidade – síntese para conclusão .............................. 408
Iara L. Camara a Anton
Autores

Iara L. Camaratta Anton (org.). Psicóloga. Psicoterapeuta individual, de casal e de


família. Especialista em Psicologia Clínica Aplicada pela Pontifícia Universidade Cató-
lica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Especialista em Psicoterapia de Orientação Ana-
lítica (PUCRS). Especialista em Terapia de Casal e de Família pela Domus. Especialis-
ta em Psicanálise dos Vínculos pelo Instituto Contemporâneo de Psicanálise e Vin-
cularidade. Ex-professora do Instituto de Psicologia da PUCRS. Idealizadora e respon-
sável pelos cursos de Psicologia Evolutiva e Educacional (para pais e educadores);
de Vida a Dois (para profissionais e para casais); e intensivo de terapia de casal (para
psicólogos, médico e profissionais afins). Docente e supervisora em psicoterapia de ca-
sal. Autora dos livros A escolha do cônjuge: um entendimento sistêmico e psicodinâmico
(Artmed); Vínculos e saúde mental (Sinopsys), entre outros.

Débora Albé Sartori. Psicóloga pela Universidade de Caxias do Sul. Especialização em Terapia
Familiar pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional de Caxias do Sul IDEAU – em parce-
ria com o Centro de Terapia de Casal e Família (Domus). Curso de Formação em Constelação
Familiar pelo RECRIAR – Centro de Estudos Avançados em Medicina e Psicologia, Caxias do
Sul. Trabalha na clínica psicológica, atendimento individual, casal e familiar.

Diego Villas-Bôas da Rocha. Psicólogo e Terapeuta Sexual. Especialista em Sexualidade Hu-


mana pela Faculdade de Medicina da USP. Terapeuta Sexual pelo Centro de Sexologia de
Brasília (Cesex). Formação em Terapia do Esquema pela Wainer Psicologia Cognitiva/NYC
Institute for Schema erapy. Vice-coordenador do Comitê de Sexualidade da Sociedade de
Psicologia do Rio Grande do Sul. Delegado da Sociedade Brasileira em estudos em Sexuali-
dade Humana, responsável pela área de psicologia do Centro de Sexualidade Humana no
Hospital Mãe de Deus.
vi Autores

Gabriela Pavan. Médica Psiquiatra pelo Hospital São Lucas (HSL/PUCRS). Especialista em
Psicoterapia de Orientação Analítica pelo CELG. Membro Aspirante da Sociedade Psicanalítica
de Porto Alegre (SPPA). Colaboradora do Ambulatório de Psicossomática do HSL/PUCRS.

Helena Centeno Hintz. Psicóloga. Psicoterapeuta especialista em Psicoterapia Individual, de


Casal e Família. Sócia-fundadora, membro da equipe de Coordenação, Docente e Superviso-
ra do Centro de Terapia de Casal e Família (Domus). Fundadora e Editora da Revista Pensan-
do Famílias desde 1999. Presidente da Associação Brasileira de Terapia Familiar (Abratef,
2014/2016). Presidente da Associação Gaúcha de Terapia Familiar (Agatef, 2002/2004;
2006/2008 2016/2018; 2018-2020). Membro do Conselho Deliberativo e Científico da Asso-
ciação Brasileira de Terapia Familiar (Abratef ), cocoordenadora (2018/2020). Membro do Co-
mité Asesor Internacional da Revista Sistemas Familiares – ASIBA. Autora e coautora de capí-
tulos e artigos sobre casal e família.

Joice Cadore Sonego. Psicóloga pela Universidade Federal de Santa Maria. Especialização
em Atendimento Clínico - Ênfase em Psicanálise, Mestrado, Doutorado e Pós-doutorado em
Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Pesquisadora associada
do Núcleo de Infância e Família da UFRGS. Docente do Centro Universitário da Serra Gaú-
cha (FSG). Membro do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário da FSG. Expe-
riência na área de Psicologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Pesquisa em psi-
cologia, psicanálise, desenvolvimento humano e ciclo vital, transição para a parentalidade em
diferentes contextos, interdisciplinaridade.

Kamila Baldino. Mestre em Psicologia da Saúde pela Universidade Federal de Ciências da


Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Especialista em Psicanálise: Teoria e Prática pela Unisinos.
Psicoterapeuta de Orientação Analítica. Membro do grupo de pesquisa coordenado pela Pro-
fessora Doutora Mariana Gonçalves Boeckel na UFCSPA.

Lucas Spanemberg. Médico Psiquiatra pelo HSL/PUCRS. Especialista em Psicoterapia de Orien-


tação Analítica pelo CELG. Doutor em Psiquiatria e Ciências do Comportamento pela UFRGS.
Professor Adjunto da Escola de Medicina da PUCRS e Preceptor da Unidade de Internação Psi-
quiátrica do HSL/PUCRS.

Madeleine Scop Medeiros. Psiquiatra pela UFRGS. Mestre em Medicina pela PUCRS. Pre-
ceptora da Residência em Psiquiatria da UFCSPA/HMIPV.

Maiton Bernardelli. Doutorando em Saúde Coletiva pela Unisinos. Mestre em Saúde Cole-
tiva pela Unisinos. Bolsista CAPES - PROSUP. Docente no Centro Universitário da Serra
Gaúcha (FSG). Graduado em Psicologia pela Faculdade da Serra Gaúcha, com ênfase em
Saúde e Educação. Especialista em Psicologia Clínica. Especialista em Terapia Sistêmica pelo
CEFI-POA. Experiência como psicólogo clínico em consultório e em instituição de saúde
privada. Atua em projetos de educação em saúde, vulnerabilidades em saúde, bioética, epide-
miologia e indicadores de gestão em saúde.

Mara Lins. Psicóloga. Mestre em Psicologia Social. Doutora em Psicologia Clínica. Especialista
em Terapia de Casal e Família. Docente e Supervisora de cursos de pós-graduação. Diretora do
Autores vii

Centro de Estudos da Família e do Indivíduo (CEFI). Tradutora de livro e autora de capítulos


de livros sobre Terapia Comportamental Integrativa de Casal (Integrative Behavioral Couple
erapy – IBCT). Formação nas Terapias Comportamentais Contextuais.

Márcia Camaratta Anton. Psicóloga pela UFRGS. Especialista em Psicoterapia de Orienta-


ção Psicanalítica pelo ESIPP. Especialista em Psicologia Hospitalar pela UFRGS. Mestre e
Doutora em Psicologia do Desenvolvimento pela UFRGS. Psicóloga do Hospital de Clínicas
de Porto Alegre. Psicoterapeuta de crianças, adolescentes e adultos.

Mariana Gonçalves Boeckel. Doutora em Psicologia pela PUCRS e Universitat de València.


Professora Adjunta do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psi-
cologia e Saúde na UFCSPA. Psicoterapeuta Sistêmico-Relacional pela Unisinos, Practicum
Terapia Familiar - Accademia di Psicoterapia della Famiglia, Itália. Atua principalmente nos
seguintes temas: famílias, casais, psicoterapia sistêmico-relacional, intervenção psicossocial,
violência conjugal e familiar.

Marli Kath Sattler. Psicóloga. Psicoterapeuta de Casais, Famílias e de Indivíduos. Mestra em


Psicologia Clínica. Especialização em Terapia de Casal e Família, no Monsall Hospital, Man-
chester, Reino Unido. Sócia-fundadora, membro da equipe de Coordenação, Docente e Su-
pervisora no Centro de Terapia Individual, Casal e Família (Domus).

Patrícia Manozzo Colossi. Psicóloga. Doutora e Mestre em Psicologia Clínica pela Unisi-
nos. Especialista em Psicoterapia Familiar e de Casal pela Unisinos. Editora da Revista Uni-
verso Psi-FACCAT.

Sheyla Maria Borowski. Psicóloga. Psicoterapeuta de Crianças, Adolescentes, Adultos, Du-


plas Mãe-Bebê e de Casais. Mestre em Psicologia Clínica pela PUCRS. Sócia-fundadora, su-
pervisora e docente do Estudos Integrados de Psicoterapia Psicanalítica (ESIPP). Idealizadora
e responsável pelo Projeto Pais Bastante Bons, em 1985, desenvolvido em seu consultório e
em escolas do Rio Grande do Sul, sendo hoje uma empresa de assessoria a pais e educadores,
chamada Falando em Filhos. Publicações em revistas científicas e participação em livros de
psicoterapia, sobre temas do desenvolvimento humano normal e patológico e de técnica de
psicoterapia psicanalítica.

Silvia Maria Pedrotti Mazzotti. Pedagoga pela Universidade de Caxias do Sul. Psicóloga
pela Universidade de Caxias do Sul. Especialização em Terapia Familiar pelo Instituto de De-
senvolvimento Educacional de Caxias do Sul - IDEAU-Faculdades IDEAU em parceria com
o Centro de Terapia de Casal e Família (Domus). Docente no Centro Universitário da Serra
Gaúcha (FSG). Supervisora de Prática Clínica Sistêmica no FSG. Coordenadora do Grupo
de Convivência na Melhor Idade no FSG. Atua como Psicóloga Organizacional, e Clínica
Sistêmica, no atendimento individual, casal e família. Desenvolve programas de orientação
vocacional. Coordena grupos de estudos, oficinas e capacitação profissional. Na área social e
comunitária, presta atendimento voluntário, em projetos de desenvolvimento humano. Parti-
cipa de programas na área de comunicação, rádio e televisão, com temáticas voltadas ao indi-
víduo, com enfoque sistêmico relacional.

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