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Sistema Digestório

Conceito: é um conjunto de estruturas tubulares e glândulas que realizam a digestão e a


absorção de nutrientes e finalmente a eliminação de Produtos residuais sob a forma
de fezes.

Divisão do sistema digestório:


I. Tubo digestório (canal alimentar)
II. Glândulas anexas - Fígado
-Pâncreas
-Glândulas salivares:
- Glândula submandibular
- Glândula sublingual
- Glândula parótida

Tubo digestório compõe-se no sentido crânio-caudal de:


• Boca
• Faringe
• Esôfago
• Estômago
• Intestino Delgado
• Intestino Grosso
• Reto
• Anus
Boca
Representa um espaço irregular localizado na porção inferior da face. Esta cavidade é
delimitada por 06 paredes:
• Anteriormente (lábios)
• Superiormente (palato)
• Posteriormente (Istmo das fauces)
• Inferiormente (assoalho muscular)
• Lateralmente (bochechas)

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Saliências da boca: dentes e língua
A boca possui duas porções:
• Vestíbulo bucal
• Cavidade bucal

Língua: Estrutura predominantemente muscular (17 músculos), revestido por mucosa.


Funções:
• Gustativa (paladar)
• Fonação (articulação da palavra fonada)
• Deglutição
• Orienta o bolo alimentar durante a mastigação.
Face superior: dorso da língua.
2/3 anteriores + 1/3 posterior = sulco terminal, divide a língua em duas porções:
corpo (anterior)
raíz (posterior).

Sabores:
• Doce- extremidade anterior da língua.
• Amargo- região posterior da língua.
• Salgado- porções laterais anteriores da língua.
• Acido- porções laterais posteriores da língua.

arco palatoglosso

arco palatofaríngeo

Dentes: são pequenas estruturas fortemente mineralizados de coloração branco-


amarelada implantadas em cavidades das maxilas e mandíbula. Cavidades
denominadas de alvéolos dentários.

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Possui três partes:
• Coroa (livre)
• Colo (circundada pela gengiva)
• Raíz (implantada no alvéolo)

Mamíferos são chamados de heterodontes, que possuem grupos dentais diferentes. Outros
animais que possuem dentes iguais são chamados de homodontes.

Humanos: possuímos duas dentições (difiodontes)


• Dentição decídua (‘leite”)
• Dentição permanente

Dentição decídua (20 dentes):


• Caninos (4) - rasgar
• Incisivo (8) - incisar, cortar /central e lateral
• Molares (8) – morder (1 e 2 molares)

Dentição permanente (32 dentes):


• Caninos (4)
• Incisivo (8) - central e lateral
• Pré-molares (8) – (1 e 2 pré-molares)
• Molares (12) – (1, 2 e 3 molares) dente do siso.

Faringe
É o único órgão indispensável para a circulação do ar e dos alimentos. Representa um
canal músculo-membranoso, com aprox. 15 cm, formada por músculo estriado
esquelético (músculos constritores da faringe).

A faringe é um tubo que se estende posteriormente ao nariz, boca e laringe.

A faringe apresenta suas paredes muito espessas devido ao volume dos músculos que a
revestem externamente, por dentro, o órgão é forrado pela mucosa faríngea, um epitélio
liso, que facilita a rápida passagem do alimento.

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Limites da Faringe:
• Superior - corpo do esfenóide e porção basilar do osso
occipital
• Inferior - esôfago
• Posterior - coluna vertebral e fáscia dos músculos
longo do pescoço e longo da cabeça
• Anterior - processo pterigóideo, mandíbula, língua,
osso hióide e cartilagens tireóide e cricóide
• Lateral - processo estilóide e seus músculos

A faringe pode ainda ser dividida em três partes:


• Nasal (nasofaringe) – via aérea (respiratória),
• Oral (orofaringe) – via mista (aero-digestórias) e
• Laríngea (laringofaringe) – via Digestório.

Esôfago
Representa um canal músculo-membranoso que mede de 25-30 cm de comprimento que
conduz o alimento até o estômago, e une a laringofaringe ao estômago. É um conduto
musculoso de contrações involuntárias, controladas pelo sistema nervoso autônomo,
Localizado posteriormente à traquéia começando na altura da 7ª vértebra cervical.
Perfura o diafragma pela abertura chamada hiato esofágico e termina na parte superior
do estômago.

Possui 03 porções:
• Cervical- porção que está em contato íntimo com a traquéia.
• Torácica – superior ao hiato esofágico é a porção que passa posterior ao brônquio
esquerdo (mediastino superior, entre a traquéia e a coluna vertebral).
• Abdominal – inferior ao hiato esofágico, deságua no estômago.

Musculatura do esôfago:
• 1/3 superior: músculo estriado esquelético
• 1/3 médio: músculo estriado esquelético + músculo liso
• 1/3 inferior: músculo liso

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Possui dois esfíncteres:
• Esfíncter esofágico superior
• Esfíncter esofágico inferior (entre esôfago e estômago).
Esôfago encontra-se posteriormente a traquéia e anteriormente a coluna vertebral.

Estômago
Representa uma dilatação do tubo digestório, víscera oca. Situado inferior ao diafragma,
mais precisamente entre o esôfago e o duodeno. Encontra-se na cavidade abdominal
imediatamente abaixo do músculo diafragma.
Função: quebra e absorção de proteínas.

Apresenta dois orifícios: um proximal, de comunicação com o esôfago (óstio cárdico), e


outro distal, que se comunica com a porção inicial do duodeno (óstio pilórico).
Possui 04 porções:
• Cárdica – corresponde a junção com o esôfago;
• Fundo – situada superiormente a um plano horizontal que tangencia a junção
esôfago-gástrico;
• Corpo – corresponde a maior parte do órgão;
• Pilórica – porção terminal, continuada pelo duodeno. É dividida em duas sub-
porções:
o Antro pilórico: proximal, onde se inicia o estreitamento (canal pilórico);
o Piloro: transição entre estômago e duodeno.

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A forma e posição do estômago variam de acordo com a idade, tipo constitucional,
alimentação, posição do indivíduo e o estado fisiológico do órgão.
As duas margens do estômago são denominadas curvatura maior (esquerda) e curvatura
menor (direita).

Intestino Delgado
O intestino delgado é responsável pela maior parte da digestão
dos nutrientes, bem como a sua absorção, ou seja, a
assimilação das substâncias nutritivas. Situa-se entre o
estômago e intestino grosso e mede aprox. 6 -7m de
comprimento, possui diâmetro de aprox. 3-4cm. dispõe de
alças intestinais, dobras intestinais.
Função: digestão e absorção de nutrientes.

Possui 03 porções:
• Duodeno – representa a porção inicial do intestino delgado, possui forma de “C”,
cuja concavidade está virada para o plano esquerdo e recebe a cabeça do pâncreas.
Mede aprox. 25 – 30 cm onde desemboca o
ducto hepato-pancreático (união dos ductos
colédoco (traz a bile) e pancreático (traz
secreção pancreática)).

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• Jejuno – forma os 2/5 proximais do intestino delgado.
• Íleo - forma os 3/5 distais do intestino delgado.
O jejuno e o íleo, por não possuírem limites nítido entre eles, podem ser descritos em
conjunto: porção móvel do intestino. Apresentam numerosas alças intestinais e estáo
presos a parede posterior do abdôme por uma prega peritoneal ampla, o mesentério.
Mucosa: pregueada

Intestino grosso
O intestino grosso constitui a porção terminal do canal alimentar, sendo mais calibroso e
mais curto que o intestino delgado, mede aprox. 1,5m e possui diâmetro aprox. de 6
– 7cm.
Intestino grosso e separado do intestino delgado através da valva ileocecal.
Função: absorver água e formar eletrólitos e fezes.

O intestino grosso é composto por seis porções:


• Ceco – segmento inicial, em fundo cego. Nessa porção encontramos o apêndice
vermiforme e a valva íleo-cecal.
• Colón ascendente – segue-se ao ceco e tem trajeto cranial, estando fixado a parede
posterior do abdôme. Na altura do fígado, flete para continuar no colón transverso
(essa flexura é denominada flexura cólica direita, e marca o limite entre os dois
segmentos: ascendente e transverso).

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• Colón transverso – bastante móvel, estendendo se da flexura cólica direita até a
flexura cólica esquerda.
• Colón descendente – está fixado a parede posterior do abdome, tem trajeto caudal.
• Colón sigmóide – continuação do colón descendente com trajeto sinuoso, que
dirige- se para o plano mediano da pelve onde é continuado pelo reto.
• Reto – porção final, estreitada denominada canal anal, atravessa o conjunto de
partes moles
(períneo) e se
abre no exterior
através do ânus.

Anexos
• Haustros: sulcos transversais
• Bosseladuras: dilatações limitadas por sulcos transversais (haustros).
• Tenias: Formações em fita, condensação da musculatura longitudinal e percorrem
quase toda a extensão.
• Apêndices adiposos (epiplóicos): acúmulos de gorduras salientes na víscera serosa.
• Apêndice vermiforme: é uma extensão tubular que existe no início do intestino
grosso, no ceco.

Ânus
O canal anal ou anel anorretal é a porção distal do sistema digestório. Está localizado
inferiormente a linha pectínea, limite anatômico entre o reto e o anus. É composto
basicamente por dois tubos musculares sobrepostos: o esfíncter interno e o esfíncter
externo.
• Esfíncter interno: formado pelo espessamento terminal
da musculatura circular da parede do intestino grosso. É
composto de musculatura não estriada (lisa) e
comandada pela inervação autônoma.
• Esfíncter externo: uma extensão terminal do músculo
levantador do ânus e é composto por músculo estriado
esquelético.

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Glândulas anexas

Glândulas Salivares
São glândulas encontradas na boca e na garganta que produzem um liquido lubrificante
(saliva). A secreção da saliva é um importante processo na digestão, pois é nessa
porção do sistema digestório que a digestão se inicia. As glândulas salivares são
encontradas aos pares e contralaterais umas das outras.

Existem três tipos de glândulas salivares:


Glândula Parótida: situada lateralmente na face e anteriormente ao pavilhão da orelha.
• Canal excretor, ducto parotídico, abre no vestíbulo bucal (ao nível do segundo
molar superior).
• Processo infeccioso na parótida, parotidite, é conhecido como caxumba.
Glândula submandibular: localiza-se anteriormente a porção inferior da parótida,
protegida pelo corpo da mandíbula.
• Ducto submandibular abre-se no soalho bucal, inferior a língua, próximo ao plano
mediano.
Glândula sublingual: menor das três, situada lateral e inferiormente a língua, sob a mucosa
que reveste o soalho da boca.
• Secreção é lançada na cavidade bucal, na porção anterior da língua, por canais que
desembocam independentemente por uma série de orifícios no soalho da cavidade
bucal.

Pâncreas
É uma glândula endócrina (insulina) e exócrina (suco pancreático). Situada na porção
superior do abdome e posteriormente ao estômago, em posição retroperitoneal, a
esquerda da cavidade abdominal. Aproximadamente 15 cm.
Possui três porções:
• Cabeça: extremidade direita, dilatada, emoldurada pelo duodeno.
• Corpo: disposto transversalmente.
• Cauda: extremidade esquerda, afilada.

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Ducto pancreático acola-se ao ducto colédoco (ducto hepato-pancreático), para
desembocar no duodeno por um óstio comum (papila maior do duodeno). Entretanto, o
ducto pancreático pode, também, desembocar separadamente no duodeno por um ducto
acessório.

Fígado

O fígado é a maior víscera do corpo humano, correspondendo a 1/50 do peso corporal em


adultos e 1/20 do peso corporal de um neonato. Situa-se no quadrante superior direito
do abdômen, aderido à superfície inferior do diafragma. É, essencialmente, uma
massa de células permeada por um complexo sistema de canais que transportam o
suprimento sanguíneo e a bile. Recebe 25-30% do débito cardíaco.

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• Maior glândula do corpo humano.
• Localizado imediatamente inferior ao músculo diafragma e a direita, embora
pequena porção ocupe também a metade esquerda do abdôme. Protegido pelos arcos
costais (costelas).
• Desempenha importante papel no metabolismo dos carboidratos, lipídios e
proteínas, sintetizando a bile e participando de mecanismos de defesa.

Produz:
• Glicogênio (forma de armazenamento de açucares)
• Bile (emulsificador de gorduras)
• Uréia (produtos da degradação metabólica, aminoácidos e proteínas)
• Heparina (anticoagulante)
• Fibrinogênio (coagulação sanguínea)
• Protrombina (coagulação sanguínea)

Possui duas faces:


Diafragmática: relação com o diafragma, nesta face os lobos direito e esquerdo são
separados por uma prega do peritônio, ligamento falciforme.

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Visceral: contato com várias vísceras abdominais.
Nesta face distinguem-se quatro lobos:
• Direito
• Esquerdo
• Quadrado
• Caudado

Entre o lobo direito e o lobo quadrado situa-se a vesícula biliar.


Entre lobo direito e lobo caudado há um sulco que aloja a veia cava inferior.
Entre lobos quadrado e caudado ha uma fenda transversal, porta do fígado, por onde
passam o pedículo hepático:
• Artéria hepática(supre sangue oxigenado para o fígado),
• Veia porta (A veia porta é derivada da veia esplênica e da veia mesentérica
superior e inferior. Portanto, recebe o sangue que drena da circulação esplênica
para o fígado.),
• Ducto hepático comum, nervos e vasos linfáticos.
A bile alcança os ductulos biliferos intra-hepaticos, que terminam por formar os ductos
hepáticos, direito e esquerdo; estes se unem para formar o ducto hepático comum, um
dos elementos do pedículo hepático.
Ducto hepático conflui com o ducto cístico (drena vesícula biliar), formando o ducto
colédoco. Este último se abre no duodeno juntamente com o ducto pancreático (canal
excretor do pâncreas).

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Peritônio
O peritônio é uma membrana serosa de parede dupla que forra a parede abdominal e dela
se reflete as vísceras para revesti-las em variável extensão, semelhante ao que a pleura
faz no tórax. Entretanto, a disposição da pleura é fácil de ser entendida quando
comparada com o peritônio. Isto ocorre principalmente porque as vísceras abdominais
sofrem, no curso de seu desenvolvimento, alterações complexas antes de atingir sua
forma e posição definitivas.

• Membrana serosa que reveste os órgãos abdominais.


Apresenta duas laminas:
• Peritônio parietal: reveste paredes da cavidade abdominal.
• Peritônio visceral: envolve vísceras.

• As duas lâminas são contínuas, permanecendo entre elas uma cavidade virtual,
cavidade peritoneal, contem grande quantidade de liquido.
• Alguns órgãos situam-se junto da parede posterior do abdome, essas vísceras são
retroparietais (peritônio parietal é anterior as vísceras).
• Outras vísceras salientam-se na cavidade abdominal, peritônio os acompanha e
reveste entre o órgão e a parede, formando-se uma lamina peritoneal, mesentério
ou ligamento.
• Outras vezes as pregas se estendem entre dois órgãos, omento.

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Das suas características funcionais, as principais são:
1. A secreção do líquido peritoneal, que reduz o atrito entre as vísceras
2. A resistência à infecção pela ação dos macrófagos existentes no líquido peritoneal e
também pela sua capacidade de confinar uma infecção. Quando esta não é muito
intensa, o peritônio através, do omento maior, que se desloca, a isola por
tamponamento e/ou aderência.
3. Acúmulo de gordura, em especial no omento maior, que atua como reserva nutricional
4. A absorção e a eliminação de substâncias para e da circulação, podendo ser utilizado
em processos terapêuticos (diálise peritoneal, administração de medicamentos). Esta
mesma propriedade explica a absorção de toxinas bacterianas nos casos de infecções
graves que afetem o peritônio
5. Peritônio é muito sensível, provocando dores intensas quando traumatizado,
descolado ou fortemente distendido. O peritônio parietal é inervado pelos nervos das
paredes a ele adjacentes: a parte diafragmática pelos n.n. frênicos, o restante pelos
n.n. tóraco-abdominais e ramos do plexo lombo-sacral. Os estímulos dolorosos do
peritônio parietal podem ser relacionados diretamente com a região estimulada ou
podem ser referidos, como, por exemplo, a estimulação dolorosa da parte central do
peritônio diafragmático que é referida no ombro. O peritônio visceral não apresenta
inervação para a dor, mas sensações de distensão ou tração podem ser sentidos
difusamente.

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