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Clínica II Nefrologia AULA 1.

EXAMES COMPLEMENTARES EM NEFROLOGIA


Análise de urina
Sinônimos: urina tipo I, EAS (elementos anormais e sendimentos), QUE (exame qualitativo de urina).
A coleta deve ser feita com o jato médio, com boa higiene, e encaminhar até 120 minutos desde que refrigerada.
Cor e aspecto: amarelo escuro x marrom. Urina avermelhada, se negativo para hemoglobina, pensar em uso de
medicação ( fenazopiridina, rifampicina), alimentos.
Odor
Densidade: a normal é entre 1015 a 1025 g/ml. Densidade menor que 1003 g/ml indica diabetes insipidus, e maior que
1032 g/ml indica glicosúria, agentes osmóticos ou contraste.
Parâmetros bioquímicos:
 Ph: o normal é entre 4,5 e 8. O pH é um parâmetro pouco útil. Acidose tubular renal a urina fica mais alcalina pois
o rim não reabsorve bicarbonato).
 Bilirrubina: direta (conjugada) é hidrossolúvel e pode estar presente na urina e pode indicar colestase na presença
de icterícia. A bilirrubina indireta não sai na urina, se icterícia deve-se pensar em hemólise.
 Estearase leucocitária e nitrito: achados indiretos que podem sugerir infecção.
 Leucocitúria/piúria: favorece o diagnóstico de ITU. Normal é até 10 leucócitos/campo.
 Glicose: glicosúria indica glicemia > 210 md/dl
 Corpos cetônicos: jejum prolongado, cetoacidose diabética ou alcoólica.
 Hemoglobina: principal causa é hemólise
 Mioglobinúria: rabdomiólise (CPK aumentada)
 Proteína: o ideal é solicitar a proteína de 24h, normal até 150 mg/dia
o A proteinúria geralmente é causada por lesão tubular ou glomerular
o A presença de proteínas em amostra única não permite maiores considerações, anão ser quando
correlacionada com creatinina urinária.
o Proteinúuria nefrótica: >3,5 g/24 h
o Albuminuria: screening para nefropatia diabética: 30 a 300 mg/dl indica microalbuminúria; >300 mg/dl:
macroalbuminúria.
 Sedimento urinário: a presença de células ocorre devido ao fato de que o epitélio pode descamar nas
glomerulopatias. A hematúria pode ser transitória ou persistente, pode ser alta ou baixa. A baixa se origina do trato
urinário, é urina vermelho vivo, com ou sem coágulos, sem dismorfismo eritrocítario. A alta tem origem glomerular,
aspecto de “coca-cola”, com hemácias dismórficas.
o Cilindros: matriz proteica + gordura + células. Tipos mais importantes são:
 Cilindros hemáticos: doença glomerular
 Cilindors gordurosos: S. nefrótica
 Hialinos, granulosos e céreos tem pouco significado clínico.
Avaliação da função renal
Taxa de filtração glomerular (TFG) ou clearance de creatinina é a média de filtração de cada néfron (unidade funcional),
multiplicando-se pelo número total de néfrons. Em homens o normal é de 130 ml/min/1,73m², em mulheres é de 120
ml/min/1,73m². A TFG é muito variável, dependendo de dieta, sexo, massa muscular e diminui com o passar da idade
(10% a cada década).
A cretinina sérica é o principal marcador de função renal utilizada na pratica. Ela é um produto do metabolismo proteico
e tem produção em ritmo constante, pode ser influenciada ppor ingestão proteica, atividade física. No rim é filtrada no
glomérulo e secretada nos túbulos.
MÉTODOS DE IMAGEM
Ultrassonografia:
Geralmente é o primeiro exame para avaliar aparelho urinário. Apresenta como vantagens o fato de não utilizar
contraste, avaliar rins, vias urinárias e bexiga, ter grande disponibilidade, ser indolor e seguro. Sua desvantagem é o
fato de ser operador-dependente. Suas principais indicações são para avaliar tamanho renal, presença de cálculo,
obstrução do trato urinário, cistos, tumores, complicações de pielonefrite (abcesso), avaliar nefropatia crônica (aumento
de ecogenicidade).
Tomografia computadorizada
Sua vantagem é o fato se ter maior sensibilidade, e tem como desvantagens o uso de contraste e seu custo elevado.
Suas principais indicações são tumores renais (tipos e extensão), hidronefrose (uroTC permite identificar melhor o nível
de obstrução). A angioTC renal é alternativa a angiografia para avaliar estenoses e fluxo renal.

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