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DOS
LIMITES
FEVEREIRO, 1999
NOTA DO EDITOR
O texto constitui uma seleção do livro “A Guerra Além dos Limites: Conjecturas
sobr
sobree a Gu
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Fevereiro de 1999, incluindo o Índice, Prefácio, Palavras Finais, e as Informações
Bibliográficas dos autores do livro.
O li
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Coro
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integrantes do PLA (People´s Liberation Army), e publicado pela editora oficial “PLA
Literature and Arts Publishing House”, em Pequim, sugerindo, desta forma, que a
sua publicação tenha sido endossada por autoridades no comando do PLA. Esta
sugestão foi reforçada por uma entrevista com Qiao Liang além de uma crítica
louvável ao livro, publicada em 28 de junho de 1999, pelo periódico oficial da Liga
Jovem do Partido o “Zhongguo Quignian Bao”.
Na en
entre
trevi
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declarou
declarou que: “a prime
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guerra
a irrestrita
irrestrita é a de que não existem regras,
nada é proibido”. Estendendo-se, ele declarou que países poderosos não adotariam
esta
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países
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porque
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regras
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enquanto que os países emergentes às violam e exploram aspectos não previstos...
os Estados Unidos violam (regras da ONU), e cria
criam
m novas regra
regras,
s, quando aque
aquelas
las
regras não se adaptam (aos seus propósitos), mas eles têm de observar as suas
próprias regras, pois ao contrário, perderão a confiança mundial”.
ÍNDICE
A TECNOLOGIA É O TOTEM DO HOMEM HOMEM MODERNO MODERNO..............................
.................................................
................... 8
NÃO SERÁ MAIS POSSÍVEL
POSSÍVEL ROTULAR A GUERRA.................................
GUERRA...................................................
.................. 17
DOIS PENSAMENTOS DOUTRINÁRIO
DOUTRINÁRIOS S — “GUERREAR COM AS ARMAS
EXISTENTES OU ARMAS ESPECÍFICAS PARA GUERREAR” GUERREAR”..................................
.................................. . 22
ARMAS DE EMPREGO NEOCONCEPCIONAL E ARMAS NEOCONCEPCIONAIS...... 27
A TENDÊNCIA
TENDÊNCIA PARA AS ARMAS SUAVES SUAVES.............................
..............................................................
.................................... ... 32
POR QUE E POR QUEM LUTAR?...............................................................................38
ONDE LUTAR?....................................................... .................................. ................. 44
QUEM SÃO OS GUERREIROS?
GUERREIROS?............................
..............................................................
.................................. ................... 49
QUAIS MEIOS E MÉTODOS
MÉTODOS SERÃO USADOS NA NA GUERRA?................................
GUERRA?..................................... ..... 56
UMA ALIANÇA REPENTINA
REPENTINA................................
.................................................................
.......................................................
...................... 70
A OPORTUNA LEI DE REORGANIZA
REORGANIZAÇÃO ÇÃO.............................
..............................................................
.................................... ... 74
INDO ALÉM DO COMBATE
COMBATE INTEGRADOINTEGRADO AR-TERRA AR-TERRA.............................
.................................................
.................... 77
QUEM É O REI NAS AÇÕES AÇÕES DE GUERRA TERRESTRE? TERRESTRE?................................
...........................................
........... 80
UM OUTRO JOGADOR
JOGADOR ESCONDIDO POR TRÁS DA VITÓRIA VITÓRIA..............................
....................................
...... 85
UMA MAÇÃ COM MUITAS FATIAS ................................
.................................................................
...........................................
.......... 89
A MÃO ESTENDIDA ATRAVÉS DA CERCA — CADA FORÇA VÊ A GUERRA DE FORMA
DIFERENTE............................................................. .................................
.................................................
................ 94
O MAL DA EXTRAVAGÂN
EXTRAVAGÂNCIA CIA E O “NÍVEL ZERO DE PERDAS” PERDAS”...............................
............................... 106
GRUPO DE BATALHA FORÇA FORÇA EXPEDICIONÁRIA FORÇA INTEGRADA ......... 112
DAS CAMPANHAS COMBINADAS ATÉ A GUERRA ONIDIMENSIONAL — UM PASSO
PARA O COMPLET
COMPLETO O ENTENDIM
ENTENDIMENTO ENTO ..............................
...............................................................
.................................... ... 119
REMOVENDO
REMOVEN DO A COBERTURA DAS NUVENS NUVENS DA GUERRA GUERRA.............................
......................................
......... 139
A DESTRUIÇÃO DAS REGRAS E A AMBIÊNC AMBIÊNCIA IA DE PERDA DE EFICÁCIA EFICÁCIA...............
............... 146
COQUETEL NA TAÇA DOS GRANDES GRANDES MESTRES MESTRES .............................
...................................................
...................... 156
USANDO A ADIÇÃO
ADIÇÃO PARA VENCER O JOGO JOGO...............................
..........................................................
........................... 162
TIPOS DE GUERRA ..............................
...............................................................
..................................................................
................................. 168
CONFORMANDO-S
CONFORM ANDO-SE E À REGRA DA PROPORÇÃO ÁUREA..............................
ÁUREA.........................................
........... 173
A GRAMÁTICA DA VITÓRIA — A REGRA COLATERAL-PRINCIPAL COLATERAL-PRINCIPAL...........................
........................... 180
O ELEMENTO DOMINANTE E O CONJUNTO TODO — A ESSÊNCIA DA ESTRUTURA
COLATERAL-PRINCIPAL
COLATERAL- PRINCIPAL.............................
...............................................................
.................................. .......................... 191
UMA REGRA E NÃO UMA FORMULA PREESTABELECIDA PREESTABELECIDA.................................
......................................
..... 196
COMBINAÇÕES SUPRANACIONAIS .......................................................................205
SUPRACOMBINAÇÃ
SUPRACOM BINAÇÃO O DE AMBIÊNC
AMBIÊNCIAS IAS..............................
................................................................
.................................. .. 214
SUPRACOMBINAÇÃ
SUPRACOM BINAÇÃO O DE MEIOS ........................................
...... ...................................................................
................................... 220
SUPRACOMBINAÇÃ
SUPRACOM BINAÇÃO O DE NÍVEIS .................................. .................................
.........................................
........ 227
ONIDIRECIONALIDADE
ONIDIRECIONAL IDADE ..............................
................................................................
.................................. ......................... 234
SINCRONIA
SINCRON IA .............................
..............................................................
...................................................................
.................................. ........... 236
OBJETIVOS LIMITADOS .............................
..............................................................
...........................................................
.......................... 237
MEDIDAS ILIMITADAS ...........................................................................................239
DESEQUILÍBRIO ....................................................................................................241
CONSUMO
CONSU MO MÍNIMO ................................
.................................................................
...............................................................
.............................. 242
COORDENAÇÃO
COORDENA ÇÃO MULTIDIME
MULTIDIMENSIONAL NSIONAL .................................. ................................ 244
AJUSTE E CONTROLE DE TODO O PROCESSO PROCESSO ..............................
....................................................
...................... 246
APLICAÇÃO
APLICAÇÃ O DOS PRINCÍPIOS NA NA GUERRA ALÉM DOS LIMITES............................
LIMITES............................ 247
INTRODUÇÃO
Todos que viveram a última década do século XX têm uma grande percepção das
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mudanças
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mundo.
do. Não acr
acredi
editam
tamos
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exista
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alguém
uém que pos
possa
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alegar a existência de uma outra década na História, em que tenha ocorrido um
maior número de mudanças. É evidente, que as causas por traz dessas enormes
mudanças são inúmeras, para serem citadas, não obstante, existem algumas que
são sistematicamente mencionadas, e uma delas é a 2ª Guerra do Golfo (1990-91).
A 2ª Guerra no Golfo foi a guerra que mudou o mundo. Associar esta conclusão a
uma guerra limitada, tanto no tempo (durou apenas 42 dias), quanto à área de
operações, parece um pouco de exagero. Não obstante, os fatos corroboram essa
asser
assertiva
tiva,, bas
bastan
tando
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citar,
ar, todos os novo
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termos
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conceit
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os que com
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surgir após 17 de janeiro de 1991, tais como: a antiga União Soviética, Bósnia-
Herzegovina,
Herzegovina, Kosovo, clonagem, Micros
Microsoft,
oft, hackers, Internet,
Internet, a crise financeira
financeira do
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Estados Unidos. Pode-se alegar que estes termos e conceitos seriam suficientes e
constituíram, em grande parte, os principais temas na década de 80. No entanto, o
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relacionados àquela guerra, quer direta, quer indiretamente.
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cativa
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difere
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nça no pod
poder
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efetivo
tivo dos
contendores. Muito pelo contrário, em nossa análise
análise desta guerra, que em 15 dias
praticamente mudou o mundo inteiro, notamos um outro fato, qual seja, o de que a
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recente conflito, marcando um ápice na História Militar, deixou de ser considerada
um do
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importância de um ator secundário.
Possivelmente, aqueles que sentem tal condição mais profundamente são os norte-
ameri
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canos
os os qua
quais,
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poucos que querem assumir todos os papéis, compreendendo o de salvadores, o de
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bombei
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c. Ao fi
fina
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“Tempestad
“Tempestadee no Deser
Deserto”
to” o “Tio Sam”, novamente,
novamente, não foi capaz de alcançar
alcançar uma
vitória convincente; e tanto na Somália, quanto na Bósnia-Herzegovina, o desfecho
foi, invariavelmente, o mesmo.
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desemprego de grandes efetivos militares, ou se irá abolir a guerra da face da Terra.
Tudo isso ainda é indeterminado. A única conclusão certa é a de que, a partir de
agora, a guerra não será mais como sempre foi. Em outras palavras, se no futuro, a
humanidade não tiver alternativas que não a de engajarem-se em guerras, estas
não serão mais conduzidas dentro dos moldes que nos eram familiares.
É impossível negar o profundo impacto exercido sobre a sociedade pelas novas
motivações representadas pela liberdade econômica, concepção dos direitos
humanos e percepção da importância da proteção ambiental. Mas é certo que a
metamorfose da guerra provocará um cenário ainda mais complexo, caso contrário,
o imortal pássaro da guerra, na eminência de seu declínio, não será capaz de
atingir o seu nirvana.
Seja qual for o nome atribuído a estas evoluções na ambiência da guerra, elas não
nos tornam mais otimistas, e isto porque a redução da natureza da guerra, em sua
essência, não significa o seu fim. Mesmo na chamada era pós-moderna, ou pós-
industrial, a guerra não deixará de existir. Ela apenas irá permear a sociedade
humana, de uma forma mais complexa, mais penetrante, encoberta e sutil. É
como Byron citou em seu poema “Mourning Shelley” “Nada aconteceu, ele
apenas passou para um outro nível de vida”.
0
No livro “In Man and Technology”, O. Spengler afirma: “como Deus, nosso Pai, a
tecnologia é eterna e imutável, e como o Filho de Deus, irá salvar a humanidade, e
como o Espírito Santo, brilha sobre nós”. A adoração do filósofo Spengler pela
tecnologia, semelhante à de um teólogo por Deus, não era nada mais do que uma
manifestação de um outro tipo de ignorância, na medida em que o homem entrava
na grande era do industrialismo, que florescia de forma intensa na era pós-
industrial.
Princípios filosóficos dão conta de que, sempre que algo atingir o seu ponto
máximo, voltar-se-á na direção oposta. Nesse sentido, a invenção do armamento
nuclear, esta arma “ultra-letal ”0 que pode aniquilar toda a humanidade, colocou a
própria humanidade numa espécie de armadilha existencial criada por ela mesma.
0
A substituição o conceito de “arma ultra-letal” pelo conceito de “arma de
destruição em massa” deve-se à necessidade de realçar o fato de que o poder letal
destas armas excede as necessidades da guerra, sendo o produto do pensamento
posições políticas, envolvendo as diversas forças políticas e sociais; a concepção da
“derradeira preocupação” com a ecologia e meio-ambiente; e em particular a
valorização da vida humana; têm influenciado preocupações relativas à matança e
à destruição, dando berço a uma nova concepção de guerra e a uma nova ética na
condução da guerra.
0
O termo “suave” refere-se ao fato de que estas armas reduzem o grau da matança
e o nº de vítimas colaterais.
0
[N.T.] Neste sentido é interessante o comentário de Bernard Shaw (repórter da
CNN) ao irradia, diretamente de Bagdá, durante o 1º ataque norte-americano no 2º
Conflito do Iraque: “...se isto é um ataque cirúrgico, eu não queria estar nessa
através do emprego de um míssil, rastreando o sinal de um telefone celular, os
russos conseguiram calar o incomodo e ameaçador discurso de Dudayev de forma
permanente, e ao mesmo tempo, eliminar um enorme problema que havia sido
desenvolvido pela minúscula Chechenia.
A edição de Abril de 1993 do periódico britânico “International Defense Review” revelou que os EUA estavam
empreendendo intensas pesquisas em uma grande variedade de armamentos não-letais, compreendendo: armas
ópticas; armas de microondas de alta energia; armas de raios acústicos; e armas a laser. A edição de 6 de março do
periódico “Jane´s Defense Weekly” relata que um comitê de alto nível relacionado a armas não-letais, no âmbito de
Departamento de Defesa, já formulou uma política regulando a demanda, o desenvolvimento e o emprego de tais
tipos de armas. Além disso, de acordo com as p521-522 da edição de 1997 do “World Military Yearbook” o
departamento de Defesa dos EUA formou um grupo pioneiro para pesquisa de armamentos não-letais, cujo propósito é
o de providenciar para que as armas não-letais sejam incorporadas, o mais breve possível, no inventário de
armamentos.
0
Ver “Military Science Publishing House Foreign Military Data”, 26 de Março de
campo de batalha, alguém que esteja ferido demanda maior cuidado que outro que
esteja morto, e neste sentido, armas não tripuladas, progressivamente, prescindem
de blindagem e estruturas de proteção. Certamente, aqueles que se dedicam ao
desenvolvimento de “armas suaves ” já contabilizaram o custo e benefício relativo a
estes aspectos. A ocorrência de vítimas pode eliminar a capacidade de combate de
um inimigo, levando-o ao pânico e perda da vontade de lutar, e isto pode ser
considerado como um meio extremamente válido de se alcançar a vitória.
De qualquer forma, não podemos nos deixar levar por fantasias românticas a
respeito de tecnologia, acreditando que a partir de agora a guerra tornar-se-á um
confronto semelhante a um jogo eletrônico. Até nas guerras simuladas, realizadas
0
Uma bomba lógica é um programa que foi deliberadamente escrito ou modificado,
sem autorização para produzir resultados específicos quando determinadas
condições são preenchidas, resultados estes inesperadas ou não autorizados pelo
em complexos informatizados, há que haver como premissa, a capacidade real dos
países envolvidos, pois mesmo que se desenvolvam dez planos para uma guerra
simulada, ainda assim, não será o suficiente para deter um inimigo real, que seja
mais poderoso em termos de força. A guerra ainda é uma arena de vida e morte,
uma área de destruição e sobrevivência, que não comporta uma ação cometida de
forma inocente.
Qualquer jovem que participou da Guerra do Golfo poderá dizer, sem hesitar, que
lutou para restaurar a justiça em proveito do minúsculo e fraco Kuwait. No
entanto, o motivo real da guerra talvez tenha sido outro, bem diferente da razão tão
filantrópica que foi oficialmente divulgada.
Desta forma, com esta diversidade de interesses condicionantes, não há como uma
guerra possa ser conduzida sob um único propósito.
0
[N.T.] Uma alusão ao premiado filme “Dança com Lobos” em que um soldado do
exercito norte-americano se tornou amigo e aliado de uma tribo indígena, na época,
ONDE LUTAR?
Quando o ronco dos motores inaugurava a era dos tanques passando sobre as
trincheiras, já apareciam nos céus os primeiros aviões equipados com
metralhadoras, e já era possível o lançamento de bombas por dirigíveis.
Erich Lunderdoff foi outro estrategista que tentou mudar radicalmente a natureza
do campo de batalha, idealizando o conceito de “guerra total”, que combinava os
elementos do campo de batalha a outros não pertencentes a este cenário,
integrando-os num só conjunto orgânico. Não obstante, ele não conseguiu
0
[N.T.] A expressão “Teatro de Operações” é o conceito atual, que corresponde ao
que o autor define como sendo Área de Batalha.
0
[N.T.] Acreditamos que o autor se referiu a “dezenas” de milhas, porém, para
implantar sua concepção ou testemunhar o seu sucesso, pois estava predestinado
a travar as batalhas do seu tempo, em teatros como o de Verdun e dos Lagos
Masurios. Ainda assim, ele foi o precursor de uma doutrina militar que lhe
sucedeu por mais de meio século.
Neste sentido, o destino de um soldado é determinado pela era em que ele vive.
Naquele tempo, a amplitude das asas do Deus da guerra estava limitada ao alcance
de uma peça de artilharia fabricada pela Krupp, o que tornava impossível o disparo
de um projétil, cuja trajetória parabólica atingisse o inimigo, além de suas linhas
de frente e de retaguarda.
Hitler teve mais sorte que Lunderdoff. Passados 20 anos, ele tinha armas de longo
alcance à sua disposição. Empregando bombardeiros propulsados por motores
Mercedes, e os foguetes V1 e V2, ele conseguiu quebrar a tradição das Ilhas
Britânicas, de nunca terem sido constrangidas por qualquer invasor0. Hitler, que
não era um estrategista e tão pouco um tático, confiando apenas em sua intuição,
conseguiu ultrapassar os espaços que demarcavam a linha de frente e a
retaguarda; ele jamais entendeu, realmente, o significado revolucionário do
rompimento da configuração espacial que separava os elementos integrantes e não
integrantes do campo de batalha. Provavelmente, este conceito estava além do
alcance da percepção de um completo maníaco quanto à guerra, além de ser um
estrategista simplório.
Essa revolução, todavia, logo estará entre nós com sua força máxima. No momento,
a tecnologia novamente está avançada em relação ao pensamento militar. Ainda
que nenhum estudioso militar tenha apresentado qualquer conceito novo e
extremamente amplo sobre o campo de batalha, a tecnologia está se esforçando
para expandir o campo de batalha para uma dimensão que é virtualmente
ilimitada; existem satélites no ar, submarinos nas profundezas dos mares, mísseis
balísticos que podem atingir qualquer ponto do globo, e a guerra eletrônica, que
explora o invisível espectro eletromagnético.
Até mesmo o último refúgio da raça humana — o mundo interior do ser humano —
não está livre dos ataques da guerra psicológica. Existem redes integrando
0
[N.T.] Não foi considerada a invasão das Ilhas Britânicas em 1066 por Guilherme
sistemas nos cercando por cima e por baixo, de modo que uma pessoa não tem
mais como escapar.
0
“Ambiência tecnológica” é um novo conceito que est ondo, de modo a
A guerra de precisão, chamada pelos norte-americanos de — guerra sem contato,
ou pe
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loss ru
russos0 de — co
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ação
ão,,
velocidade,
velocidade, precisão, alto grau de eficácia e poucas perdas colaterais.
colaterais. Nas guerra
guerrass
do futuro, cujos desfechos talvez ocorram pouco tempo depois dos seus inícios,
esta doutrina,
doutrina, que já demo
demonstrou
nstrou alguma eficácia
eficácia na 2ª Guerr
Guerra
a do Golfo, talvez se
torne o procedimento mais aceito e adotado pelos generais norte-americanos.
Esta
Esta co
conce
ncepç
pção
ão es
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clar
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invo
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cam,
m, im
impl
plic
icand
ando
o nu
num
m
temerário excesso de autoridade por parte dos EUA — um caso clássico da atitude
norte-americana que pode ser representada pela frase — “eu sou responsável por
todos os lugares banhados pela luz do sol”.
0
[N.T.] A sigla C4I corresponde a definição de uma ambiência ou sistema que
inte
integr
gra
a sist
sistem
emas
as ou subs
subsis
iste
tema
mass de Coma
Comand
ndo,
o, Co
Cont
ntro
role
le,, Comu
Comuni
nica
caçõ
ções
es,,
Computadores e Inteligência.
0
Após realizar pesquisa sobre a Guerra no Golfo, o especialista russo em tática,
I.N. Vorobyev, salientou que o “combate remoto” é um método de combate que tem
um grande potencial. (“Military Thought”, Rússia, 1992, p11).
0
[N.T.] O livro foi escrito em 1996, por essa razão o autor ainda se referiu ai século
As ações ou medidas que podem ser classificadas como MOOTW compreendem:
manutenção
manutenção da paz; comba
combate
te ao tráfico
tráfico de drogas;
drogas; supr
supressão
essão de levantes,
levantes, ajuda
ajuda
militar; o controle de armas; apoio humanitário; a evacuação de cidadãos residindo
em outros países, e o combate ao terrorismo.
A dif
difere
erença
nça ent
entre
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concepç
cepções
ões de “Op
“Opera
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çõess de Gue
Guerra
rra Não-Milit
Não-Militare
ares”
s” e as
MOOTW vai muito mais além da diferença semântica, ou da mera inversão de
palavras como
como nas frases de um “quebra cabeça”.
cabeça”. O conceito de MOOTW pode ser
considerado, simplesmente, como uma designação para um conjunto de missões e
operações realizadas por Forças Armadas quando não há um estado de guerra
decl
declar
arad
ado.
o. O co
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“Ope
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ior que o sign
signifi
ificad
cado
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expres
ressão
são ope
operaç
rações
ões mil
milita
itares
res,,
expansão esta, resultante do fato de que os seres humanos utilizarão quaisquer
meios concebíveis, para alcançar os seus objetivos.
Com o aparecimento
aparecimento concepção
concepção de “Opera
“Operações
ções de Guerra Não-Militar
Não-Militares”,
es”, quais
quais
serão
serão os meios que, estando atualmente
atualmente desv
desvinculad
inculados
os da guerra, tornar-se-ão
tornar-se-ão as
novas armas e meios, e que se evidenciam,
eviden ciam, com uma freqüência cada vez maior, em
todo o mundo?
Se a expressão guerra comercial, a cerca de doze anos atrás era apenas uma
expres
expressão
são des
descrit
critiva
iva,, na atu
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alidade
ade ela se tor
tornou
nou um ins
instru
trumen
mento
to dis
disponí
ponível
vel a
diversas nações, para empreenderem Operações de Guerra Não-Militares.
Este instrumento tem sido usado com habilidade pelos norte-americanos, que o
aperfeiçoaram até o nível de uma arte, compreendendo em seu bojo: a aplicação da
legis
legislaç
lação
ão co
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merc
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tern
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eliminação arbi
arbitrár
trária
ia de barre
barreiras
iras tarifárias;
tarifárias; a adoç
adoção
ão intem
intempestiva
pestiva de sançõ
sanções
es
comerc
comerciai
iais;
s; a imp
imposi
osição
ção de emb
embarg
argos
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tecnolo
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críticas; a adoção do capítulo específico da Lei Especial 301 0 ; e a adoção do
conceito de “país mais favorecido”; e etc.
A GUERRA F
FINANCEIRA
0
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práticas
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Depois de apenas um assalto na competição, as economias de diversos países
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econômica deflagrou um quase colapso da ordem político-social.
As perdas decorrentes deste caos continuado são tão numerosas quanto as que
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provocados por qualquer guerra regional.
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usando
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meios
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res par
para
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enfrent
rentar
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paises soberanos. Desta forma, a guerra financeira é uma forma de guerra não-
militar,
militar, tão destrutiva
destrutiva quanto
quanto um combate
combate sangrento,
sangrento, sendo que, na realidade,
realidade,
sem o derramamento de sangue.
É evidente que Soros não detêm o monopólio do uso da arma financeira para
apli
aplica
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derrubar o Muro de Berlim — um muro que, anteriormente, ninguém conseguiu
derrubar empregando projéteis de artilharia 0.
0
Na edição de 23 de agosto de 1998 do jornal Los Angeles Times havia
havia uma artigo
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intitulado
lado “Os Mercado
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Financ
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Ameaça à Paz
Paz”.
”. Estee artigo
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treinamento de terroristas, é que constituem a maior ameaça à paz mundial.
0
Wang Jiannan; “Who Has Joined the Fray? Helmut Kohl”; China Broadcasting
Taiwan, visando atacar a moeda e o mercado de ações de Hong Kong, e em
particular, as ações de empresas controladas por interesses na China Continental.
Esta
Esta cri
crise
se no Sud
Sudeste
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consultoria financeira Morgan Stanley e a Moody, famosas pelos relatórios de taxas
de juros assinalando alvos promissores de ataques para os grandes investidores do
mercado financeiro mundial0. Estas
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duas empresas
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seuss
lucros.
No verão de 1998
1998,, após quase um ano de dura
duração,
ção, a guerra financeira
financeira no Sudeste
Asiático entrou no seu segundo assalto, e agora com uma amplitude maior, e as
batalhas decorrentes se prolongam até os dias de hoje, incluindo, além daquela
região, dois titãs mundiais, o Japão e a Rússia.
Disto resultou uma economia global mais austera e difícil de ser controlada, e as
chamas ofuscantes das batalhas financeiras atingiram, também, aqueles que se
aventurar
aventuraram
am a iniciar
iniciar este incêndio.
incêndio. Sabe-se,
Sabe-se, por exemplo, que George
George Soros e o
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somente na Rússia e em Hong Kong0.
Analisando
Analisando o caos ocorrido
ocorrido na Albânia há pouco tempo atrás,
atrás, pode-s
pode-see identificar,
identificar,
claramente, o papel desempenhado por diversos tipos de fundações criadas por
0
O artigo intitulado “A New York Corporation that Affects Economies”, constante
da edição de 29 de julho de 1998 do periódico “The Christian Science Monitor”,
desvendou como os relatórios de taxas de juros de Moody influenciaram e até
manipularam tendências econômicas na Itália, Coréia do Sul, Japão e Malásia.
0
George Soros expõe toda a sua amargura em seu livro “A Crise do Capitalismo
Global”, onde, com base numa superficial análise de seus investimentos no ano de
grupos transnacionais e por milionários, cujos ativos igualavam-se a riquezas de
diversos Estados-Nação. Estas fundações controlam a mídia, subsidiam
organizações políticas, e limitam a capacidade de atuação de autoridades
nacionais, provocando o colapso na ordem nacional, bem como a queda de
governos legalmente estabelecidos. Talvez nós pudéssemos intitular este tipo de
guerra como de guerra financeira baseada em fundações.
0
[N.T.] O uso dos qualificativos “limitado” e “ilimitado” pelo autor, no contexto do
livro, não corresponde às conceituações doutrinárias adotadas pelos norte-
americanos de acordo com o Dicionário de Termos Militares do departamento de
Defesa. Neste caso o qualificativo “limitado” refere-se aos meios empregados.
0
[N.T.] Neste caso o qualificativo “ilimitado” refere-se à ambiência em que os meios
dores de cabeça em nações poderosas como os EUA, como que justificando a
ineficácia do emprego de uma marreta para matar uma formiga. As comprovações
mais recentes0 desta assertiva foram as duas explosões ocorridas,
simultaneamente, nas embaixadas americanas em Nairobi e Dar es Salaam.
Seja como for, se todos os terroristas restringissem suas ações aos padrões
tradicionais, como o emprego de bombas, os raptos, os assassinatos e o seqüestro
de aeronaves, isso representaria, apenas, um nível um pouco abaixo do máximo
que o terror pode atingir. O que realmente infunde terror no coração das pessoas é
o casamento do terrorismo com os diversos tipos de alta-tecnologia 0, que propiciará
o desenvolvimento de novas “super-armas”.
Neste sentido, nós já temos uma pista do que nos espera no futuro um indício
que pode causar preocupação. Quando os asseclas da Aum Shinriko lançaram gás
tóxico Sarin no metrô de Tókio, o número de vitimas representou, apenas, uma
pequena parcela da dimensão do novo terrorismo. Este acontecimento alertou as
pessoas para o fato de que a moderna tecnologia bioquímica já conseguiu forjar
uma arma mortal para emprego pelos terroristas que venham a tentar promover a
destruição em massa da humanidade0.
0
[N.T.] Deve-se considerar o ano em que a obra foi escrita, 1999.
0
[N.T.] neste sentido as palavras do autor foram proféticas, a se constatar pela
constatação idêntica que foi feita pelo governo norte-americano através da sua
edição de 2002 da Estratégia de Segurança Nacional.
0
Alguns especialistas em segurança nos EUA sugeririam que o governo deveria
manter em estoque grandes quantidades de antídotos, de modo a prevenir contra a
terrorista de alta-tecnologia. Seus propósitos são específicos, e os meios que
empregam são extraordinários. Sua especialização é a violação de redes de
computadores de bancos e organizações de mídia, visando roubar informações
armazenadas, deletar programas e disseminar desinformação, constituindo, assim,
ações terroristas clássicas, executadas contra redes interativas e a mídia,
empregando a tecnologia mais atual, visando a atingir a humanidade como um
todo. Podemos denominar este tipo de ação como sendo o “novo terrorismo”.
GUERRA E
ECOLÓGICA
Talvez, em muito pouco tempo, um fenômeno do tipo “El Nino”, produzido pelo
homem, venha a representar um novo tipo de super-arma nas mãos de
determinadas nações ou organizações terroristas. É mais provável que uma
organização terrorista seja o primeiro agente a iniciar uma guerra ecológica devido
à própria natureza de sua forma de atuação, ou pelo fato de não se sentir
responsável pelas pessoas ou pela sociedade como um todo; como também, porque
estas organizações têm demonstrado, de forma consistente, a sua não disposição
em obedecer as regras do jogo.
Além disso, visto que o equilíbrio ecológico já está no limiar de uma catástrofe, pela
ação dos países na busca do desenvolvimento pela via mais rápida possível, existe
o perigo de que, uma pequena variação em qualquer das variáveis da equação
ambiental, seja o suficiente para deflagrar um holocausto ecológico.
Tendo diante de si uma diversidade infinita de opções para escolher, por que as
pessoas procuram embrenhar-se numa rede, por elas mesmas criada, para
selecionar e usar meios de guerra que estão limitados ao universo da força das
armas e do poder militar?
Os métodos que não se caracterizam pelo uso da força das armas ou do poder
E é neste ponto que as ações de guerra modernas diferem de quaisquer ações de
guerras no passado, porque os eventos, ao serem informados em tempo real ou
quase real pela mídia, transformam-se num programa de televisão, que todas as
pessoas comuns podem assistir. Desta forma, a mídia de forma imediata, passou a
ser parte integrante da guerra, não sendo mais um mero veículo que
proporcionava apenas informações oriundas de um distante campo de batalha.
0
Os 1300 repórteres enviados à frente de combate estavam todos a par das
“Revised Regulations Regarding Gulf War News Reports”, emanadas pelo
Pentágono, de modo que cada repórter exerceu uma autocensura com relação ao
Imediatamente após a invasão do Kuwait pelo Iraque, rapidamente surgiram
notícias, nos diversos canais de mídia, dando conta de que uma imponente força
norte-americana estava sendo enviada para a Arábia Saudita. Estas notícias
criaram hesitação entre as forças iraquianas que estavam posicionadas na fronteira
entre o Kuwait e a Arábia Saudita, provocando o seu recuo.
Do mesmo modo, sem o realce proporcionado pela mídia, nenhuma das chamadas
armas de alta-tecnologia, enviadas para a 2ª Guerra do Golfo, seriam tão
maravilhosas como as pessoas foram levadas a crer. Ao longo das 98 conferências
com a imprensa, realizadas durante todo o curso da guerra, as pessoas viam
imagens de mísseis de precisão penetrando em edifícios através de aberturas de
ventilação para explodir em seu interior; mísseis “Patriot” interceptando mísseis
“Scud”; além de inúmeras outras imagens que causaram uma profunda impressão
favorável.
Tudo isso representou um imenso choque visual para o mundo inteiro, incluindo
para os iraquianos. Esta ação da mídia gerou um mito no tocante aos poderes
inigualáveis das armas norte-americanas, gerando, desta forma, a crença de que o
“Iraque iria inevitavelmente perder a guerra, e que os Estados Unidos estava
destinados a serem os vencedores”.
0
Ver Apêndice ao “Relatório Final do Departamento de Defesa ao Congresso”;
o tema ainda é mais explicitado ao citar o exemplo da “guerra da mídia” durante a
Guerra do Golfo.
Parece que nos conflitos do futuro, além das ações militares básicas, a mídia tende
a representar um ator a mais na guerra, e irá desempenhar um papel comparável
ao das operações militares, na determinação do curso das guerras.
No Golfo, da mesma forma que as forças aliadas lideradas pelos EUA privaram o
Iraque de seu direito de falar em termos militares, a poderosa mídia ocidental
privou-o, também, politicamente, do direito de falar, de se defender, e, até mesmo,
do seu direito de merecer manifestações de simpatia e apoio. Se comparada à fraca
voz da propaganda iraquiana, que retratava Bush como o “grande Satan”, dotado
de uma maldade além da possibilidade de perdão, a imagem de Saddam, como um
agressor ensandecido pela guerra, foi difundida de uma forma mais convincente.
Foi precisamente a assimetria de força da mídia adicionada à assimetria de força
militar que, como numa seqüência rápida de golpes de boxe, atingiu o Iraque, tanto
no campo de batalha, quanto moralmente, com isso determinando a derrota de
Saddam.
No entanto, os efeitos da ação da mídia têm sempre representado uma faca de dois
gumes. Isso significa que, na medida em que ela é direcionada contra um inimigo,
simultaneamente, em outra frente, ela pode se tornar uma espada afiada
apontando para você mesmo. Com base nas informações obtidas após a guerra, a
razão pela qual a ação terrestre foi abruptamente interrompida depois de 100
horas, decorreu do fato de Bush ter sido influenciado por análises precipitadas,
divulgadas na televisão por um oficial de assessoria do controle de imprensa no
campo de batalha. Com base naquelas informações, Bush foi levado a tomar uma
decisão, também precipitada, “encurtando dramaticamente o processo de tomada
da decisão estratégica com vistas à conclusão da guerra” 0.
0
O manual operativo do Exército Americano FM100-6, “Information Operations”,
revela os detalhes deste evento dramático (Ver p 68-69). As notícias da televisão
sobre a “via expressa da morte” também exerceu um efeito na excessiva
antecipação na conclusão da guerra. (“Joint Force Quaterly”; edição de Outono-
Em decorrência desta decisão, Saddam, que estava com os seus dias contados,
escapou da morte certa, e também ficou um rastilho de operações inacabadas
vieram a constituir bombas de efeito retardado para Clinton, que posteriormente
assumiu o governo.
O impacto da mídia na guerra é cada vez mais amplo e direto, a ponto de até as
decisões de alto nível, tomadas pelo Presidente de uma superpotência, tal como os
EUA, e que determinou a cessação de hostilidades, serem, em grande parte,
originadas da reação a um simples programa de televisão. A partir deste fato, pode-
se perceber o quanto de significado que a mídia tem na vida social de hoje.
A partir desta constatação, pode-se dizer, sem qualquer exagero, que um rei sem
coroa tornou-se, agora, a principal força para se vencer qualquer batalha. Depois
que a “Tempestade no Deserto” varreu o Golfo, não será mais possível confiar
apenas na força militar, sem que ocorra o envolvimento da mídia, para se obter a
vitória em uma guerra.
L UTANDO
UTANDO JUNTOS E DIVIDINDO A CONTA
A Seção 16 do “Apêndice ao Relatório Final do Departamento de Defesa ao Congresso”, contem uma análise relativa
ao tema “responsabilidade compartilhada”. Ao contrário da crença geral, a principal razão que levou os EUA repartir
com seus aliados, os custos da guerra, não foi um fator econômico, e sim, considerações de ordem política. No livro
“21st Century Rivalries” Lester Thurow observa que, em relação aos 61 bilhões de dólares correspondentes ao custo
da guerra, “se comparados com o seu PIB anual de 6 trilhões de dólares, esta despesa nem vale ser mencionada. O
motivo para eles quererem que aqueles países que não enviaram forças de combate para a guerra provessem
assistência financeira era exclusivamente o de convencer o público Americano de que a guerra não era apenas
americana, e sim uma operação combinada”.
As ações de guerra psicológica não constituem, na realidade, uma nova tática, mas
o que impressionou na “Tempestade no Deserto” foi a sua criatividade.
0
Na revista “Special Operations” o Major Jake Sam (como foi publicado) revê as
circunstancias que determinaram a condução das ações de guerra psicológica pelo
“4th Psyops Group” durante a Guerra do Golfo (Ver “Special Operations”. Outubro
1992). Na edição de Dezembro de 1991 do periódico Americano “Journal of Eastern
Europe and Middle Eastern Military Affairs” há, também, um artigo dirigido às
Este novo documento acrescentava conceitos com forte apelo motivacional — como
por exemplo “a existência do Posicionamento Avançado ”; “o desdobramento para o
Posicionamento Avançado ”; e “o combate a partir do Posicionamento Avançado ” — ao
conceito estratégico da Marinha.
“O documento ‘... From The Sea ’, divulgado em 1992, pela Marinha e Corpo de Fuzileiros Navais, determinava
mudanças marcantes no corpo e ênfase da estratégia destas forças...; ...a ênfase na implementação do
‘posicionamento avançado’ é a principal diferença observada entre a doutrinas ‘Forward... From The
Sea ’ e a doutrina ‘… From The Sea ’”. (Almirante J.M. Boorda, “Marine Corps Magazine”, Março 1995).
Depois que o Almirante Boorda cometeu suicídio [em maio de 1996], para redimir a
honra dos militares que ele havia prejudicado, o seu sucessor, o Almirante Jay L.
Johnson, regulamentou e promoveu as reformas idealizadas e iniciadas por ele
iniciadas. Ele prescrevia a “deterrência, a prevenção de conflitos em tempo de paz,
e a obtenção de vitórias na guerra”, como as três maiores responsabilidades da
Marinha norte-americana no século XXI.
O que não mudava era que, da mesma forma como os seus predecessores, todos os
planos que o Almirante Johnson propôs consideravam a Marinha como o ator
principal, não admitindo exceções. Sua argumentação era a de que, para atender
às diversas tarefas de combate no exterior, e cujas responsabilidades cabiam às
forças armadas norte-americanas, o Exército precisava obter o apoio de diversas
origens para poder executar um desdobramento, e a Força Aérea era extremamente
dependente de bases aéreas em outras nações. Somente a Marinha dispunha da
liberdade para transitar em qualquer espaço marítimo, empregando múltiplos
meios de inserção num teatro de operações, e a conclusão natural era de que a
Marinha deveria ser o coração de uma força de combate conjunta.
-
APESAR DAS PERCEPÇÕES DE CADA FORÇA - AS CERCAS PERMANECEM
0
Ver o “National Defense Report” para o ano fiscal de 1998, promulgado pelo
ilimitada extravagância na guerra por parte dos norte-americanos, e que já se
transformou em um vício.
0
Ver o Apêndice F do Relatório Final do Departamento de Defesa sobre a Guerra
[N.T.] Trecho do Apêndice F do Relatório Final sobre a Guerra no Golfo: Ainda que tenha havido alguns problemas, o
esforço logístico dos EUA e de seus aliados situa-se entre os mais bem sucedidos da história. Deslocar uma força de
combate por metade do globo, interligar linhas de suprimento que se estendiam por todo o globo, e manter níveis de
prontidão sem precedentes, constituem um tributo aquelas pessoas que fizeram o sistema logístico funcionar. O
pessoal de logística de todas as forças apoiou mais de meio milhão de militares norte-americanos com suprimentos,
serviços, facilidades, equipamentos manutenção e transporte.
Um levantamento das marcas alcançadas pelo pessoal de logística mostra que, entre outras coisas, eles:
- Mantiveram muitos dos principais sistemas de armas nos mesmos padrões ou até acima do que é previsto em tempo
de paz;
- Movimentaram mais de 1,3 bilhões de tonelada/milha de carga entre os portos e as unidades de combate;
-Embarcaram e receberam mais de 112.500 veículos com rodas e lagartas;
- Municiaram sistemas de armas com mais de US$ 2.5 bilhões em munição;
- Construíram instalações de apoio totalizando um US$ 615 milhões; e
- No pique da fase operacional, distribuíram mais de 19 milhões de galões de querosene de aviação por dia.
McNamara que foi de presidente da Ford Motor Company para a chefia do Departamento de Defesa, introduziu o
sistema de contabilidade gerencial das empresas privadas e o conceito de custo comparativo no âmbito militar dos
Estados Unidos. Ele fez com que as forças aprendessem a gastar menos dinheiro na aquisição de armas, e em
contrapartida incorporando outros padrões na forma de conduzir a guerra. “O Departamento de Defesa deve alcançar o
seguinte objetivo: alcançar a segurança da nossa nação com a menor taxa de risco, ao menor custo possível e, na
eventualidade de entrar em guerra, com o menor número de vítimas”. (McNamara, “Looking Back on the Tragedy and
the Lessons of the Vietnam War, pp 27-29).
Até mesmo o Comitê para as Forças Armadas na Câmara dos Deputados, onde
freqüentemente estabeleciam-se acalorados debates com o alto comando das
forças armadas em temas relacionados a custos, sequer expressou uma opinião em
relação às extraordinárias despesas desta guerra.
Sem considerar um possível exagero nos elogios assinalados, pode-se concluir que
são manifestações de orgulho em relação aos militares norte-americanos que, ao
derrotarem o Iraque, atingiram de forma completa, e com a ajuda das armas de
alta-tecnologia, os seus objetivos. Ou então, são baboseiras típicas, ditas por dois
indivíduos que têm opiniões categóricas relativas à capacidade da tecnologia em
produzir um sucesso. Em todo caso, essas referências não nos dão qualquer
Mesmo que estas concepções de “ operações militares não-combate ” e de “guerra
onidimensional ” possuam inúmeras idéias originais e estejam bem próximas de
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quee se
encontram, os norte-americanos chegaram à beira de um precipício, e o pico da
montanha, que significa a grande revelação, ainda está muito longe. Neste ponto os
norte-americanos pararam, e as “lebres” norte-americanas que sempre estiveram
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ideologia militares, começaram a perder o fôlego.
De nada adiante que Sullivan ou Franks tenham proporcionado algum fôlego para
as “lebres da competição”, por meio das muitas proposições que apresentaram após
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tartarugas, que integram o mesmo time, sejam deixadas para trás.
Talvez esta seja a hora apropriada para que o Tenente-Coronel Lonnie Henley0 e
aquel
aqueles
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capac
acida
idade
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implan
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tação
ão de
revoluções militares em outras nações, façam um exame de consciência.
0
Na Conferência sobre Estratégia, realizada pela Escola de Guerra do Exército dos
estados Unidos em Abril de 1996, o Tenente-Coronel do Exército Lonnie Henley
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escreve
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Opponent”, no qual concluía que: “Pelo menos, nos primeiros 25 anos do próximo
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PARTE 2 — UMA DISCUSSÃO SOBRE NOVOS
MÉTODOS DE OPERAÇÃO
Um exército não tem um dispositivo rígido, tanto quanto a
água não tem uma forma fixa. Aquele que obtém a vitória,
sabendo
sabendo apro
aproveit
veitar
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manobra
obrass do adv
adversár
ersário
io possu
possui
i
uma arte realmente divina.
Sun Zi
A expressã
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o “re
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volução
ução milita
militar”
r” é um modismo
modismo assim
assim como a NBA (Nation
(National
al
Basketball
Basketball Association)
Association) e Michae
Michaell Jorda
Jordan.
n. O fato de que, ao aparecimento
aparecimento de cada
coisa nova correspondem necessidades específicas, no caso dos norte-americanos,
isto é significativo pelo fato deles serem adeptos da criação de modismos. Os norte-
americanos, que sempre apreciaram ostentar uma posição de liderança no mundo
no que concerne a diversas questões, são reconhecidamente eficientes quanto à
apresentação de um excelente pacote, tratando de qualquer tema novo de acordo
com o seu pensamento, disseminando-o, em seguida, para todo o mundo.
Pelo fato de William J. Perry, o ex-Secretário de Defesa dos Estados Unidos, ter
priorizado a tecnologia “stealth”, tendo sido denominado o “pai do stealth”, ao ser
perg
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respondeu sem hesitar: “logicamente que foram a tecnologia ‘stealth’ e a tecnologia
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pred
edom
omina
inante
nte nos
círculos militares norte-americanos — a revolução militar era uma revolução da
tecnologia militar.
De acordo com ponto de vista daqueles que pensavam como Perry, seria apenas
necessária a resolução do problema do ponto de vista tecnológico, possibilitando
que os soldados, diante de uma montanha, possam saber “o que existe do outro
lado daquela montanha” e isto seria o equivalente a realizar esta revolução militar.
Quando o Coronel Chen Bojiang, um colega de pesquisas do Instituto de Ciência Militar visitava estudiosos nos
Estados Unidos, ele conhece
conheceuu um grupo de pessoas muito importantes
importantes no âmbito militar Americano.
Americano. Chen Bojiang,
então, perguntou a Perry: “Quais foram as realizações e desenvolvimentos mais importantes que foram produzidos
pela Revolução Militar Norte-americana?” A resposta de Perry foi: “O desenvolvimento mais importante foi, é claro, a
tecnol
tecnologia
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completamente diferente, algo de igual importância foi a invenção da “information technology”, que resolveu o
problema que tinha que ser resolvido pelo soldados por vários séculos, qual seja: o que é que existe além da próxima
montanha? O progresso para solucionar este problema tem sido muito vagaroso por diversos séculos. O progresso da
tecnologia tem sido extremamente rápido nos últimos dez anos, nos quais apareceram métodos revolucionários para
resolver este problema. (National Defense University Journal, 1998, Nº 11, p.44). Na qualidade de professor na
Faculdade de Engenharia da Universidade de Stanford, é natural que Perry tenha maior tendência para observar e
entender a revolução militar do ponto de vista técnico. Ele é, sem dúvida, um dos proponentes de tecnologia na
revolução militar.
Pouc
Poucas
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pude
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esta
ta
situação, e naturalmente não poderiam perceber o equívoco provocado pelos norte-
americanos e que provoca, agora, um desentendimento global em relação ao que se
tornou uma ampla revolução global.
O si
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gnific
ficad
ado
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milita
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revolu
olução
ção
militar não pode permanecer no nível mundano das transformações de tecnologia
militar e da formulação de sistemas. A revolução no pensamento militar é, em
última análise, uma revolução nos modelos e métodos de combate.
Parte da perspectiva que equipara a revolução da tecnologia militar com a revolução militar, muitas pessoas estão
ainda mais desejosas de ver a revolução militar como o produto da combinação de uma nova tecnologia, com uma
nova estruturação da expressão militar, e com um novo pensamento militar. A título de exemplo, Steven Maizi e
Thomas Kaiweit declararam em ser relatório intitulado “Strategy and the Military Revolution: From Theory to Policy”: a
chamada revolução militar é composta por mudanças simultâneas e mutuamente promotoras de mudanças nas áreas
de tecnologia militar, sistemas de armas, métodos de combate, sistemas de organização de tropa, resultando na
ocorrência
ocorrê ncia de um salto (ou mudança repentina)
repentina) na eficiência de combate dos militares. (Relatório
(Relatório de pesquisa do
Instituto de Estratégia da Escola Militar do Exercito Norte-americano intitulado: “Strategy and the Military Revolution:
From Theory to Policy”). Em outro relatório de pesquisa relacionado ao tema revolução militar, produzido pelo do
Centro Norte-americano de Pesquisa em Estratégia e Assuntos Internacionais, é citado que a revolução militar é o
resultado da combinação de uma série de fatores. Toffler iguala a revolução militar a uma substituição de civilização,
algo bastante amplo e inexeqüível.
Caso
Caso a rev
revolu
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tecnolo
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milita
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revo
volu
luçã
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segunda etapa, essencialmente importante dessa revolução.
A ap
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fica
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pressagio do início de uma nova etapa, que apresenta também, em grande parte, os
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milita
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possibilidades, dentro de uma faixa mais ampla, essas possibilidades transformam-
se tam
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ameaça
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autores. E nas mesmas
mesmas proporções0 (e isto
proporções
ocorre porque, a monopolização de um tipo de tecnologia é muito mais difícil que a
de inventar um novo tipo de tecnologia).
Tais ameaças nunca se manifestaram como nos dias atuais, porque hoje as
possibilidades são distintas e estão num processo permanente de mudanças, e isto,
na realidade, cria a impressão de estarmos vendo um inimigo escondido por trás de
cada
cada ár
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Qualqu
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possivelmente, uma ameaça em potencial para a segurança de um país e, ainda
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sabermos, claramente, de onde está vindo essa ameaça.
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ça às
seguranças políticas, econômicas, e militares de um, ou, vários países. Este modelo
de ameaça, possivelmente, não tem qualquer nuance militar, quando observado à
distancia e, assim sendo, ele tem sido denominado por alguns analistas como
“guerras secundárias ” ou “guerras análogas ”0. No entanto, a destruição que estes
novos modelos provocam nas áreas em que atacam, absolutamente não são
secundários em relação às guerras exclusivamente militares. Quanto a isto, basta a
menção dos nomes de lunáticos como George Soros, bin Laden, Escobar,
Matsumoto e Kevin Mitnick.0
É possível que já não possamos mais determinar, com precisão, o momento em que
os principais atores, responsáveis pela deflagração de guerras, deixaram de ser os
Estados soberanos e passaram a ser as organizações criminosas, as organizações
terroristas, os indivíduos do submundo com intenções malévolas, os financistas
que controlam enormes quantidades de recursos, ou indivíduos psicologicamente
desequilibrados que têm fixação por determinados alvos, personalidades
obstinadas, e de caráter resoluto, e todos dotados das possibilidades de iniciar uma
guerra militar, ou, não-militar. As armas que eles empregam podem ser
representadas por aeronaves, canhões, gazes venenosos, bombas, agentes
bioquímicos, assim como vírus de computador, navegadores de redes, e
ferramentas de ordem financeira.
A maioria desses ataques não são ações militares, mesmo assim, podem ser
encaradas como ações de guerra, que obrigam países a satisfazerem seus próprios
interesses ou exigências. Esses ataques têm uma força destrutiva idêntica, e até
mesmo superior à das guerras militares, e já criaram sérias ameaças a nossa
Segurança Nacional, diferentes daquelas do passado.
O Secretário de Defesa dos Estados Unidos mencionou as diversas ameaças com as quais defronta-se os Estados
Unidos, em cada um dos Relatórios de Defesa Nacional relativos aos anos fiscais de 1996, 1997 e 1998. No entanto,
este tipo de visão ampla não se constitui, de fato, num padrão de observação que os norte-americanos podem manter
em termos de consciência própria. Em Maio de 1997, foi frisado no “The Global Security Environment”, — a primeira
parte do Relatório de Investigação Quadrienal da Defesa, publicado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos
— que a segurança dos Estados Unidos iria defrontar-se com uma série de desafios.
Primeiro seria as ameaças vindas do Iraque, Iran, Oriente Médio e da Península Coreana; em segundo lugar seria a
difusão da tecnologia de sensores, como o radar; armamentos biológicos e químicos; assim como a tecnologia de
projeção, a tecnologia cibernética a tecnologia “stealth”, e etc; em terceiro lugar seria a atividade terrorista, comércio
ilegal de drogas, organizações criminosas internacionais, e falta de controle de imigração; em quarto lugar seria a
ameaça de armamentos antipessoal de grande poder.
“Nações que estejam capacitadas a rivalizar com os Estados Unidos não têm possibilidade de aparecer antes do ano
de 2015, e após 2015, possivelmente aparecerá uma potencia regional ou um inimigo a nível global bem dotado em
termos de poder. Alguns consideram que mesmo não se conhecendo os prognósticos relativos à Rússia e à China,
mesmo assim, é possível que eles se tornem esse tipo de inimigo”.
Este Relatório que corresponde a um esforço conjunto, desenvolvido entre o Gabinete do Secretário do Departamento
de Defesa e a Junta de Chefes de Estado-Maior, evidentemente ainda está transitando no âmbito do conceito de
ameaça militar, sendo considerado em parte real, em parte imaginário. Ao analisar as ameaças especificadas na
edição de 1997 do relatório “United States National Military Strategy” , observa-se que existe uma seção especial que
se refere a “fatores desconhecidos” e evidencia que os norte-americanos estão ansiosos e receosos com relação a
A GLOBALIZAÇÃO GERA UM CONCEITO DE SEGURANÇA NACIONAL AMPLIADO
Na realidade, não apenas os Estados Unidos, mas todas as nações que veneram o
conceito moderno de soberania, inconscientemente já deram início à ampliação das
fronteiras da segurança, estendendo-as a múltiplas ambiências, compreendendo a
política, a economia, os recursos materiais, a nacionalidade, a religião, a cultura,
as redes interativas, a geografia, o meio ambiente, o espaço sideral e etc.
O australiano Xiaomohan Malikev assinalou que as sete tendências que irão influenciar a segurança nacional durante
o século XXI são: globalização da economia; globalização de difusão tecnológica; a maré globalizadora da
democracia; a polarização da política internacional; mudanças na configuração dos sistemas internacionais; mudanças
nas concepções de segurança; e mudanças nos pontos focais de conflitos. Os efeitos combinados dessas tendências
constituem as origens das duas categorias de conflitos que ameaçam a segurança na região pacífico-asiática. A
primeira categoria é a fonte de conflitos tradicionais: a disputa pela hegemonia pelas grandes nações; a expansão do
nacionalismo por nações bem sucedidas; disputas em relação a interesses e direitos territoriais e marítimos;
competição econômica; e proliferação de armas com alto poder de destruição. A segunda categoria é constituída pelas
novas fontes de futuros conflitos: nacionalismo (racismo) nas nações em declínio; conflitos culturais entre crenças
religiosas; a difusão de armas leves letais; disputas em torno da explotação de petróleo, da pesca e de recursos
marítimos; as ondas de deslocamento de populações e refugiados; desastres ecológicos e o terrorismo. Todas essas
situações interpõem ameaças múltiplas às nações no decorrer do século 21. A visão deste australiano, com relação à
segurança nacional é um pouco mais ampla que a das autoridades norte-americanas. (Ver a publicação “United
States' Comparative Strategies”, 1997, No. 16, para maiores detalhes).
Isto deveria ser um “grande método de guerra” que combinasse todas as dimensões
e métodos constantes das duas grandes ambiências, a militar e a não militar, e
assim conduzir a guerra. Isto representa o oposto da formulação de métodos de
guerra que foram utilizados em guerras do passado. Tão logo surgiu este “grande
método de guerra”, foi vislumbrado a necessidade de criação de um modelo de
guerra totalmente novo, que simultaneamente englobasse e se superpusesse a
todas as dimensões que influenciam a Segurança Nacional.
Não importa que sejam dois ou três ou dez mil coisas, tudo resulta da combinação.
Com a combinação existirá abundância e com a combinação haverá uma miríade
de mudanças, e com combinação haverá diversidade. A combinação praticamente
ampliou, a um valor infinito, os meios da guerra moderna, e praticamente mudou a
conceituação de guerra moderna elaborada no passado: a guerra executada com
armas e métodos de operações modernos. Isto significa que embora a ampliação
das medidas reduza o efeito das armas, o conceito da guerra moderna também é
ampliado.
Receamos que a maioria das antigas aspirações de alcançar a vitória numa guerra,
exclusivamente através de meios militares, numa situação em que a seleção de
meios necessária para cobrir toda a extensão do campo de batalha sofreu uma
0
[N.T.] Ainda que o autor não faça qualquer menção, esta citação corresponde a
grande expansão, tornou aquelas aspirações inócuas, como que “nadar e morrer
na praia”0.
O que deve ser feito por todos aqueles militares e políticos, imbuídos da ambição
pela vitória, é ampliar o seu campo visual, escolher o momento oportuno, avaliar a
situação, confiar na adoção de um método de guerra significativo, e livrarem-se do
miasma que representa a visão tradicional da guerra.
0
[N.T.] Utilizamos esta adaptação, por entendermos quer a versão em português do
adágio chinês utilizado pelo autor — “and be marginally within the mountain " —
CAP 5 - NOVA METODOLOGIA DOS JOGOS DE
GUERRA
Esta revolução não está em busca de métodos operativos que se coadunem com
cada tipo de mudança, mas em vez disso, está procurando um método operativo
comum que leve em conta todas essas mudanças. Em outras palavras, está
procurando uma nova metodologia que utilize um método para o trato das
inúmeras alterações das guerras futuras.
A Guerra é o jogo mais típico, e ainda assim, freqüentemente não é suscetível às teorias clássicas dos jogos. A
guerra é, intrinsecamente, o comportamento irritado do homem, e baseando-se em diversas conjecturas do “homem
racional” irá naturalmente e facilmente falhar. Os temidos efeitos decorrentes do uso de armas nucleares têm levado a
humanidade a gradualmente encontrar o seu caminho de volta, do comportamento mais irracional à racionalidade há
muito tempo perdida. Além disso, a direção da globalização tem levado a humanidade a concordar com o pensamento
do “homem racional” no processo de busca da segurança nacional, aprendendo a libertar-se da “condição de vítima”, e
não mais participar de jogos hegemônicos de “briga de galo” como entre os Estados Unidos e a União Soviética. O
jogo econômico compreendendo tanto a cooperação quanto a competição, já começou a infiltra-se na esfera militar e a
influenciar a guerra nesta nova era. (Referências podem ser encontradas na abordagem feita na obra de Zhang
Weiying — “Game Theory and Information Economics”; Livraria Sanlian de Shanghai; Shanghai People’s Press; 1996).
A partir de 15 de março de 1997, o Exército dos Estados Unidos conduziu, durante 14 dias, exercícios operacionais de
alto nível com Brigadas digitalizadas na área do Centro Nacional de Treinamento do Forte Irwin, na Califórnia. De
acordo com as observações feitas pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, o General Rymer, o propósito deste teste
era o de determinar ou não se o soldado tecnológico do século XXI estaria capacitado a responder, instantaneamente,
a três questões cruciais da guerra atual: Onde estou? Onde estão os meus companheiros? Onde está o inimigo? Em
face das condições em que os testes foram conduzidos, as tropas que foram reestruturadas e empregaram novos
armamentos com tecnologia digital tiveram uma velocidade operativa muito maior, um maior poder de destruição, e
maior capacidade de sobrevivência que o exército atual. Ver os relatórios no periódico norte-americano “Defense
News”, edição de 17-23 de Março de 1997, para os detalhes relativos a este exercício.
É obvio que a revolução militar mencionada por Cohen é idêntica àquelas visões
proféticas a que nos referimos na abertura desta seção.
O vencedor sempre deseja persistir num caminho de vitória. Da mesma forma como
as forças terrestres francesas que dependeram das trincheiras em Verdun para
vencer a Primeira Guerra Mundial, e que esperavam vencer a próxima guerra da
mesma forma, através da Linha Maginot, os militares norte-americanos que
obtiveram uma vitória na Guerra do Golfo, mantêm a esperança de continuar
praticando os tipos de ações empreendidas na Tempestade do Deserto no decorrer
do século XXI.
Foi novamente enfatizado no documento norte-americano “1997 National Army Strategy” que a missão e capacitação
do Exército dos Estados Unidos visava a, simultaneamente, vencer dois conflitos regionais de larga escala. Esta
diretiva, de fato, deu prosseguimento à política estratégica de crescimento do Exército predominante na era da Guerra
Fria. James R. Blaker frisa em seu artigo titulado “Building a Military Revolution –Type United States Army – A Troop
Reform Plan Different From the ‘Four Year Military Examination Report’ ”, que esta política — “foi um plano militar
projetado há 20 anos atrás e implementado durante um período que terminou há 10 anos atrás. (“Strategy Review”, Ed
Summer 1997).
0
Ver relatório de pesquisa do Instituto de Pesquisa Estratégica da Escola de
Guerra do Exército dos Estados Unidos — “ Strategy and Military Revolution: From
transposta para as páginas da História, mas em termos conceituais é notório que já
começou a ficar para trás.
Em paralelo aos ataques terroristas, cada vez mais intensos; as guerras dos
hackers; as guerras financeiras; e as guerras de vírus nos computadores; que irão
dominar o futuro, existem atualmente, as novas concepções de guerra, para as
quais é difícil estabelecer uma designação, e que já são suficientes para que a
percepção de segurança, de que — “resistir ao ataque de um inimigo além das
fronteiras nacionais” — passe a ser, da noite para o dia, algo do passado.
0
Consistia numa técnica utilizada por submarinos, para atacar navios mercantes,
durante a Primeira Guerra Mundial, inventada por Dönitz, Comandante da Força
de Submarinos da Marinha Alemã. O método consistia em que após a descoberta
de um navio mercante por um submarino, este, imediatamente, notificava outros
submarinos, e após aguardar a reunião de vários submarinos, estes
desencadeavam um ataque em conjunto, da mesma forma que uma matilha de
lobos age contra a sua presa.
0
[N.T.] Em recente curso feito no Naval War College (2001-2002), pode-se constatar
a propriedade da opinião do autor, visto que uma das grandes preocupações que os
estudiosos e catedráticos daquela instituição manifestavam era a busca da
resposta á pergunta: “Por que é que nós (norte-americanos) continuamos a ganhar
Se for considerado que o método de combinação representou, apenas, uma fórmula
secreta vitoriosa de uns poucos gênios, sua utilização como uma orientação para
um método de operações está se tornando cada vez mais evidente nos dias atuais,
e a prática da guerra está ocorrendo em uma ambiência cada vez mais ampla e com
maior alcance.
No entanto, tudo aquilo gerado pela era da integração tecnológica proporciona para
a combinação um campo de possibilidades aparentemente ilimitado. Pode-se
afirmar, que quem quer que seja, que for capaz de preparar um coquetel saboroso e
excepcional para o futuro banquete da guerra, estará predestinado, em última
análise, a coroar-se com os lauréis do sucesso.
Todas as cartas já foram mostradas. Sabemos que a guerra não será mais
caracterizada pelo seu modelo original. Em grande parte, a guerra nem mesmo é
mais a guerra, mas ao invés, passa a ser um enfrentamento na Internet, uma
competição na mídia das grandes massas, a interferência e defesa nas transações
financeiras futuras, juntamente com outros ingredientes que nunca tínhamos
entendido como partícipes da guerra, o que nos obriga, agora, a parar e raciocinar.
É como dizer que o inimigo não será mais o inimigo original significativo; os
armamentos, possivelmente, não serão aqueles originais, e o campo de batalha,
possivelmente, não será o campo de batalha original. Nada é definitivo. Aquilo que
pode ser avaliado, também não é definitivo. Na realidade, mudaram as regras do
jogo, e o que precisamos continuar a fazer é investigar um novo método de luta, em
uma ambiência plena de incertezas. Não é o caso de uma simples prescrição para o
tratamento dos sintomas de uma doença, e sim, um processo híbrido de
aprendizagem dos pontos fortes de outros processos, concentrando todos aspectos
vantajosos, permitindo, assim, que uma mesma árvore produza, ao mesmo tempo,
frutas diferentes. Isto, então, seria combinação, e este processo, em particular, já
apresentamos anteriormente.
Aquilo que nós ainda não falamos é de um outro termo: adição, um método de
combinação.
Em um ringue de luta de boxe, aquele que, desde o início e até o fim do embate usa
apenas um método de luta para enfrentar o seu oponente, logicamente, não é
aquele lutador combina socos diretos, “jabs”, jogo de corpo, e ganchos para atacar
o seu oponente como uma tempestade. O ensinamento daí decorrente pode ser
considerado como extremamente simples: um mais um representa um valor maior
do que um.
O problema é que este preceito, tão simples que até um principiante pode
compreender, surpreendentemente, não tem sido entendido por muitas pessoas
responsáveis pelo sucesso ou fracasso da segurança e da guerra em âmbito
nacional.
Dentro das expectativas, a regra áurea demonstrou, novamente, todo o seu poder
milagroso. É possível verificar-se que a formação de batalha da cavalaria mongol
era diferente daquela da falange tradicional ocidental. Na sua disposição, em cinco
colunas, a proporção entre a cavalaria pesada e a cavalaria ligeira era de 2 para 3;
cabendo
cabendo o valor 2 à cava
cavalaria
laria pesada
pesada com armadura,
armadura, e o valor 3 à cav
cavalaria
alaria leve,
leve,
0
Ver “The History or War of China”, Military Translation Press, Vol. 1, pp. 253-273
e as ilustrações 1-26 do anexo.
0
[N.T
[N.T.]
.] Pa
Para
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mento
to de
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a, co
cons
nsult
ultar
ar a ob
obra
ra “T
“The
he
Enciclopédia of Military History” de Dupuy and Dupuy; p.49-50; Ed 1970.
0
Ver Fuller, “Uma história militar do mundo Ocidental”, vol. 1, p. 117. Este livro
contém uma ótima análise da Batalha de Arbela como também ilustrações que
veloz e com mobilidade. Esta divisão representa um outro exemplo da aplicação da
proporção áurea! Nós temos que reverenciar o entendimento, ao nível de gênio,
daquele pensador montado! Seria lógico, que a força, dispondo de um líder como
ele, teria um poder mais contundente do que as forças européias que a ele se
opunham. Parece que, embora altamente talentosos quanto à aplicação da regra
áurea às artes, os cristãos europeus tardaram a reconhecer a aplicação dessa regra
em outras ambiências.
[N.T.] Na realidade o que Gustavo II Adolfo fez foi alterar a disposição do dispositivo chamado “tertius” que era uma
evolução da falange macedônica, aumentando a sua linha de frente e reduzindo a sua profundidade, alterando,
também, a forma de abertura de fogo, que era originalmente seqüencial, uma fileira de cada vez, para uma salva única
com todas as armas disponíveis. Outro empreendimento seu foi criar unidades menores com maior flexibilidade,
intercalando infantaria, artilharia e cavalaria.
0
[N.T.] O autor refere-se
refere-se a Mauri
Maurice,
ce, o Conde de Nass
Nasssau,
sau, Príncipe de Orange, que
em 10 de julho de 1584, então com 17 anos de idade, assumiu o Principado devido
ao assassinato de seu pai, tendo uma atuação destacada nas guerras em que
procurou preservar a independência da Holanda.
0
[N.T.] Gustavo Adolfo da Suécia foi o responsável por diversas das transformações
ocorridas no início do século XVII, na área militar. Dentre os seus feitos, além do
mencio
mencionado
nado no tex
texto,
to, ser
seria
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possív
sível
el cit
citar:
ar: a tra
transf
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ormaçã
ação
o dos mos
mosque
quetes
tes dos
modelos de 15 a 20 lbs, e que eram disparados com o apoio de uma forquilha, em
uma arma mais leve, pesando apenas 11 lbs; adotou o emprego de cartuchos nos
tes; criou mod artilh
artilh ia de nha moderno
moderno conceito
conceito de
A alteração feita por Gustavo Adolfo consistiu em acrescentar mais 96 soldados
armad
armados
os com mos
mosque
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tes ao efe
efetivo
tivo do esq
esquad
uadrão
rão com
compos
posto
to por 216 sol
soldad
dados
os
lanças e 198 soldados dispondo de mosquetes.0 Esta transformação
armados com lanças
proporcionou uma superioridade instantânea para as armas de fogo, passando a
representar o divisor de águas entre os períodos das armas brancas e das armas de
fogo
fogo.. É de
desn
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cham
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aten
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fato
to de qu
que,
e, no
nova
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ment
nte,
e,
respland
ndeeceu o brilho da PROPORÇÃO ÁUREA , iden
identi
tifi
ficá
cáve
vell ao co
cons
nsid
ider
erar
armo
moss a
proporcionalidade de 198 + 96 soldados armados com mosquetes em relação a 216
soldados armados com lanças.
Exis
isttem ainda outros exempl
plo
os. Vejamos como regra da PROPORÇÃO ÁUREA ,
teimosament
teimosamente,
e, tem procurado
procurado se “manifest
“manifestar”
ar” de modo a nos proporcionar
proporcionar um
emba
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same
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quee a re
reco
conhe
nheça
çamo
moss co
como
mo al
algo
go ma
mais
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quee um
uma
a re
regr
gra
a
aplicável às artes.
Em um outro mês de junho, 130 anos depois, a Alemanha Nazista deu início ao
Plano Barbarosa contra a União Soviética. Durante dois anos as forças alemãs
mant
mantiv
iver
eram
am o se
seu
u ím
ímpe
peto
to ofensi
ofensivo
vo.. E foi em ag
agos
osto
to de 19
1943
43 quee as força
qu forçass
germânicas passaram a adotar uma postura defensiva após o evento de “Kursk” e
nunca mais foram capazes de lançar uma ofensiva contra as forças soviéticas.
0
[N.T.] Efetuando-se as contas com os valores informados pelo autor obtém-se um
valo
valorr qu
quee nã
não
o co
corr
rres
espo
ponde
nde ao nú
núme
mero
ro áu
áure
reo.
o. Em Du
Dupu
puyy an
and
d Du
Dupuy
puy,, ci
cita
tado
do
nt io te lo de feti
feti div d it do lo to
Talvez tenhamos também que considerar o exemplo seguinte como uma
coincidência0.
[N.T.] Na versão inglesa da obra foi adotada a palavra “Castle”, porque provavelmente a palavra “Kursk” foi literalmente
traduzida para o inglês. Por tratar-se de uma referência histórica, optamos por utilizar sua forma original. Durante a 2ª
Guerraa Mundial, a batalha de Kursk (julho de 1943) trava
Guerr travada
da entre alemães e russos foi uma das batalhas
batalhas mais
importantes na frente oriental, mantendo-se, até hoje, como um dos maiores conflitos envolvendo blindados de toda a
história da guerra. Nesta os alemães planejaram uma ação ofensiva que foi contida pelas forças soviéticas, que
lançara, em resposta, uma contra-ofensiva que se estendeu até às portas de Berlim.
A Batalha de Stalingrado, que foi considerada por todos os analistas militares como
o ponto de inflexão da Guerra Patriótica dos Soviéticos, ocorreu exatamente no
décimo sétimo mês da guerra, isto é, novembro de 1942. Este é o ponto fixado pela
PROPORÇÃO ÁUREA , no eixo da linha de tempo
tempo,, que demarca o início do período de vinte
e seis meses, no decorrer dos quais as forças alemãs passaram do sucesso ao
declínio.
Exam
Examine
inemo
mos,
s, ta
tamb
mbém
ém,, a Gu
Guer
erra
ra do Go
Golfo
lfo.. An
Antes
tes da gue
guerr
rra,
a, os es
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tima
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vam
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quee os eq
equi
uipa
pame
ment
ntos
os e os co
comp
mpon
onen
ente
tess da
dass Gu
Guar
arda
dass
Republicanas perderiam, em termos práticos, a sua eficácia em combate, quando
as sua
suass per
perdas
das,, res
result
ultante
antess dos ata
ataque
quess aér
aéreos
eos,, exc
excedes
edessem
sem o va
valor
lor de 30%
30%..
Visando impor perdas às forças iraquianas até que esse nível crítico fosse atingido,
as forças norte-americanas, estenderam, repetidamente, o tempo de bombardeio.
Quando terminou a operação “Espada do Deserto” as forças iraquianas tinham
perd
perdid
ido
o 38
38%
% de se
seu
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efet
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4.28
280
0 ta
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2.28
280
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veíc
ícul
ulos
os
blindados, e 47% de suas 3.100 peças de artilharia. Sobrou apenas, em média,
60% de seu poderio militar. A despeito de dados tão impiedosos, o fulgor misterioso
do número 0,618 aparecia novamente na manhã de 24 de janeiro de 1991. A
guerra terrestre da “Tempestade no Deserto” terminou 100 horas mais tarde.
0
Masaier Bodug (França) autor de “A Enciclopédia da Segunda Guerra Mundial”,
A GRAMÁTICA DA VITÓRIA — A REGRA COLATERAL-PRINCIPAL
Esta
Esta est
estrut
rutura
ura representa
representa um mod
modelo
elo bás
básico
ico na gra
gramát
mática
ica chinesa:
chinesa: a ESTRUTURA
COLATERAL -
-PRINCIPAL
RINCIPAL
P
Na lí
língu
ngua
a ch
chine
inesa,
sa, se nu
numa
ma fr
fras
asee hou
houve
verr so
some
mente
nte su
sujei
jeito
tos,
s, se
sem
m qu
quais
aisqu
quer
er
modificadores, a sentença carecerá de clareza, devido à ausência de tais elementos
indicadores de gradação, localização e modo, e que permitem a compreensão de
forma concreta. Por exemplo, se os modificadores em frases tais como: “pessoa
boa”, “coisa boa”, “edifício alto”, e “bandeira vermelha”, forem removidos, os termos
centrais passarão a ser palavras neutras, sem qualquer significado ou referência
Assim, na ESTRUTURA COLATERAL -
-PRINCIPAL
RINCIPAL
P o elemento “colateral”, tem a função de
determinar, qualitativamente, a sentença ou expressão. Em outras palavras
podemos perceber a palavra central (elemento principal ou o sujeito) representa a
entidade principal e o modificador (colateral ou qualitativo) serve como elemento
orientador.
RINCIPAL .
COLATERAL -
-PRINCIPAL
P
Leis naturais comprovam que duas coisas com características semelhantes devem
obedecer a regras semelhantes. Portanto, se existir alguma regra comum,
governando a regra da PROPORÇÃO ÁUREA e a regra da ESTRUTURA COLATERAL -
RINCIPAL ,
-PRINCIPAL
P ela
poderia ser enunciada como:
O melhor exemplo para ilustrar esta proposição está, talvez, na história da corrida
de cavalos conforme descrita por Tien Chi0. Em uma situação de inferioridade
quanto a um poderio global, o grande estrategista militar Sun Pin realizou a sua
jogada clássica, que representou um exemplo adequado da sabedoria chinesa no
tocante a jogos.
Numa competição de corrida de cavalos, Sun Pin escalou para o 1º páreo pior
cavalo de Tien Chi contra o melhor cavalo do Rei de Qi. Depois de inevitavelmente
ter perdido esse páreo, ele colocou, nos dois páreos seguintes, os seus melhores e
médios cavalos para vencer os médios e piores cavalos de seu adversário obtendo
dessa maneira uma dupla vitória, obtendo, assim, a vantagem necessária para a
vitória geral.
O resultado de vencer dois dos três páreos, também está totalmente de acordo com
a PROPORÇÃO ÁUREA , isto é, 2:3. Aqui podemos constatar a convergência perfeita e a
unicidade das duas regras: a regra da PROPORÇÃO ÁUREA = a regra da ESTRUTURA COLATERAL -
-
PRINCIPAL .
Podemos ter certeza de que, naquela época, Kao Ying não poderia ter conhecido
Pitágoras e a sua teoria da PROPORÇÃO ÁUREA , um fato que só viria a ocorrer 200 anos
mais tarde. Além disso, mesmo que Kao Ying tivesse conhecimento dessa teoria,
não teria sido possível determinar com precisão, no decorrer de uma batalha, onde
se situava o ponto, que corresponderia á proporção de 0,618 em relação à extensão
total da batalha, cuja duração não seria possível prever. Por instinto, acreditamos
que ele tenha conseguido visualizar o momento do contra-ataque, através de um
lampejo de sua inteligência. Esta é uma dádiva comum de todos os militares
talentosos.
[N.T.] A Batalha de Cannae, travada em agosto de 216 AC foi uma batalha decisiva da Segunda Guerra Púnica, e que
se tornou um clássico pela tática empregada por Aníbal, paras derrotar um exército romano amplamente superior em
termos numéricos.
Da mesma forma que Kao Ying, ele entendeu o segredo da seqüência de declínio
do poder de ataque das forças inimigas. Assim sendo, de maneira inusitada, ele
posicionou seu componente mais fraco, composto pelas infantarias espanhola e
gaulesa, no centro de sua vanguarda, onde, normalmente, deveriam estar seus
elementos mais poderosos. Com isso, suas forças mais fracas deveriam enfrentar
as fortes forças romanas. Na medida em que tal enfrentamento proporcionou uma
superioridade romana, ocorreu um recuo do centro da frente de Aníbal,
estabelecendo-se uma nova frente de combate com um formato convexo.
Não importa se essa curvatura tenha sido criada intencionalmente por Aníbal ou
que tenha surgido como conseqüência do engajamento. Na realidade, ela se
transformou em um gigantesco amortecedor que absorveu o poder de ataque das
legiões romanas. Na medida em que esse poder foi sendo gradualmente
enfraquecido, devido à profundidade do corpo central, o ímpeto do ataque chegou
ao seu ponto mais baixo, quando a retaguarda dos romanos estavam se
aproximando das extremidades da frente cartaginesa na forma convexa. Deste
ponto em diante, as forças cartaginesas eram inferiores em termos globais, mas
0
Ver “Kao Ying Analysys of War” . Mais tarde, quando participando da reunião de
Chi e Chu na localidade de Ke, Kao Ying capturou o Duque Heng de Chi usando
uma faca e deste modo obrigou que Chi devolvesse as terras de Chu que haviam
sido ocupadas. Ele foi um bom general demonstrando ao mesmo tempo cora
superiores em termos de cavalaria, que posicionadas nos flancos, rapidamente
lançaram seus ataques envolvendo completamente as forças romanas, e desta
forma, transformando Cannae em um campo de extermínio para 70.000 homens.
Durante a Segunda Guerra Mundial toda a operação alemã de ataque à França foi
baseada na essência das duas regras que discutimos.
Em 1937-1938 Manstein era o primeiro Subchefe do Estado-Maior do Exército Alemão. Em decorrência de conflitos
internos do Alto Comando e assumiu o comando da 18ª Divisão. Em 1939, o Alto Comando Alemão publicou um plano
operacional no tocante à frente ocidental denominado Plano de Operações “Amarelo”. Tal plano indicava a intenção de
realizar ataques frontais a serem executados por forças poderosas no flanco direito de modo a derrotar as forças
franco-britânicas que se supunha estarem concentradas na Bélgica, enquanto que usando forças de menor poder para
cobrir as demais frentes. Obviamente este plano era uma versão modificada do plano Schliffen de 1914. Manstein,
então Chefe do Estado-Maior do Grupo de Exército “A” formulou o seu próprio plano de operações para aquele Grupo
de Exército. Submeteu, repetidamente, tal plano ao Alto Comando quer sob a forma de um memorando, ou, como a
minuta de um Plano de Operações. Sua proposição, todavia, foi rejeitada seguidamente pelo Alto Comando.
Desgostoso do proceder de Manstein o Alto Comando o transferiu para as funções de Comandante do 38º Exército.
Manstein conseguiu transmitir a Hitler suas idéias usando da oportunidade que teve em um encontro pessoal com o
líder nazista. Hitler, que era um leigo no tocante a assuntos militares possuía, todavia, uma elevada capacidade de
percepção. O ponto mais importante daquele plano pessoal, chamado Plano Manstein por Liddell Hart, depois da
guerra, era o de desencadear um ataque de surpresa através das florestas das Ardenas, executando ataques
concentrados no flanco esquerdo e utilizando as forças blindadas também concentradas. Ver Manstein “Lost Victory”,
The Academy of Military Science of the Chinese People’s Liberation Army, 1980. Guderian era o Comandante do 19º
Exército Blindado e o melhor agente implementador do Plano Manstein; “Guderian-Blitzkrieg Heroes”, Zhanshi Press,
1981.
Decisões que foram tomadas, como por exemplo: a não subordinação dos tanques à
infantaria, transformando-os na força principal de ataque; a utilização da
“blitzkrieg” com principal doutrina operacional, descartando as práticas da
Primeira Guerra Mundial; e a escolha das florestas das Ardenas como o eixo
também aos velhos generais do alto comando alemão, e poderiam ser consideradas
não-ortodoxas, dotadas de uma nítida característica de desvio para o elemento
colateral.
Foi esse desvio que deu origem a uma transformação radical de pensamento de
todos os militares alemães, e fez também, com que o sonho de Schlieffen de
“lançar-se sobre Canal da Mancha” se transformasse em um pesadelo para os
ingleses em Dunquerque. Antes daquele tempo, quem poderia ter imaginado que a
documentação deste planejamento milagroso seria produzida por dois oficiais
relativamente modernos0 na hierarquia militar alemã, Manstein e Guderian?
Depois que assumiu o Comando da Esquadra Conjunta, Yamamoto rejeitou a idéia do Estado-Maior da Marinha
Japonesa quanto a, inicialmente, atacar as Filipinas. Segundo ele seria necessário realizar inicialmente um ataque de
surpresa à Esquadra norte-americana no Pacífico de modo a imobilizá-la. No dia 7 de Dezembro de 1941, sob o
comando do Almirante Nagumo, seis navios-aeródromos com 423 aviões embarcados atacaram Pearl Harbor de
acordo com o plano de Yamamoto, afundando o encouraçado “Arizona” e três outros encouraçados, e destruindo 188
aviões causando assim grandes perdas para a Marinha norte-americana. Ver Liddell Hart, “História da Segunda Guerra
Mundial”, pp 276-335.
0
[N.T.] Conotação usada no âmbito militar brasileiro para designar oficiais com
pouca antiguidade, quer na sua patente (no caso de recém promovido), quer dentro
do quadro de Oficiais a que pertencem, em função de sua patente ser relativamente
ou outras áreas da ciência e da tecnologia. Assim, acreditamos uma revolução na
tecnológica militar não pode substituir a revolução na arte dos assuntos militares.
Não rejeitamos e nem omitimos o significado da análise matemática, especialmente numa época do emprego amplo
dos computadores, inclusive em nossa nação onde existe uma tradição no sentido de propor a incerteza e uma
aversão quanto a precisão. Em seu livro “Several Methods of Quantitative Analysis of International Politics and
Military Issues”, Li Hongzhi menciona o emprego do “Método Beiyete” por Nigula Shiweite, para analisar a Guerra do
Vietnã, o conflito sino-soviético e as guerras Árabe-Israelenses. Em 1993, Li Hongzhi e outros analistas apresentaram
previsões acuradas quanto à guerra Bósnia – Herzegovina, usando esse método. Ver Guoji Zhengzhi e outros na
publicação da Military Science Press.
De acordo com Sun Zi: “no combate é necessário utilizar ações ortodoxas para
adquirir força e utilizar ações heterodoxas para alcançar a vitória. O combate
implica em apenas ações ortodoxas e heterodoxas. Existe uma troca interminável
no emprego das ações ortodoxas e heterodoxas”.
A citação de Sun Zi é do tema “Momentum” no livro de Sun Tzu “Art of War”. O princípio do “heterodoxo” representa
um conceito importante utilizado pelos antigos estrategistas militares no tocante aos métodos da guerra. A execução
imprevista de manobras que não são esperadas pelo inimigo representa o método heterodoxo. Enfrentar o inimigo no
campo de batalha de maneira clara representa o método ortodoxo. O Imperador T’ai Tsung de Tang estava
perfeitamente familiarizado com o “princípio ortodoxo-heterodoxo”. O engajamento de Weiqing é um bom exemplo
quanto a esse ponto. A publicação “A dialogue between Emperor T’ai Tsung of Tang and Li Weigong” registrou as
opiniões de Li Shimin e Li Jong quanto ao “princípio ortodoxo-heterodoxo”.
A guerra será travada e vencida em uma outra guerra, além do campo de batalha; a
luta pela vitória irá ocorrer em um campo de batalha além do campo de batalha.
Aquele que pretende vencer as guerras atuais ou aquelas do futuro, quer dizer, ter
a vitória firmemente segura em suas mãos, deverá “combinar” todos os recursos de
guerra à sua disposição e utilizá-los como meios para a condução da guerra. E até
mesmo isso não será suficiente. Ele terá de combinar aqueles recursos de acordo
com as exigências das regras da vitória. E ainda assim, tal condição não será
suficiente, porquanto as regras da vitória não podem garantir que a vitória irá “cair
como uma fruta madura na cesta de colheita
colheita ”. Ainda será necessária uma mão hábil
para colhê-la da árvore.
Esta mão hábil representa o conceito de “ ir além dos limites ”, ultrapassando todos
os contornos e fronteiras, em consonância com as regras da vitória quando
travando uma guerra com o auxílio das combinações. Assim, obtivemos um
conceito completo, um método de guerra totalmente novo e que se intitula “guerra
0
de combinação modificada para exceder os limites ” ou “G UERRA EM
UERRA EM S UPRACOMBINAÇÃO
UPRACOMBINAÇÃO ” .
COMBINAÇÕES SUPRANACIONAIS
Parece que nos defrontamos com um outro paradoxo: em termos teóricos, “ ir
além dos li mites ” deveria significar a inexistência de restrições de qualquer tipo, ou
seja, ultrapassar tudo. Mas na verdade, a ultrapassagem ilimitada de limites é
impossível de ser conseguida. Qualquer ultrapassagem de limites, somente poderá
ser efetivada atendendo a determinadas restrições, ou seja, “ir além dos limites ”
não significa “nenhum limite” e sim a ampliação daquilo que era “limitado”.
0
[N.T.] O termo “supracombinação”, inexistente no vernáculo, foi introduzido pelo
tradut de do rd taçã dada lo to iti
Constituindo-se num método de guerra em que “ir além dos limites ” representa sua
característica principal, o seu princípio básico consiste na reunião e combinação do
maior número de meios para solucionar um problema, constituindo uma ambiência
mais ampla que a do problema em si. Por exemplo, quando a segurança nacional é
ameaçada, a resposta não consiste em, simplesmente, selecionar meios para
enfrentar militarmente a outra nação, mas em vez disso, trata-se de dissipar a crise
através o emprego de “ C OMBINAÇÕES
OMBINAÇÕES S UPRANACIONAIS
UPRANACIONAIS ”.
Os países modernos são cada vez mais afetados pelas organizações regionais ou
globais tais como a Comunidade Européia ([sic] agora União Européia), a ASEAN,
OPEP, APEC, o FMI, o Banco Mundial, a OMC e a maior de todas elas, as Nações
Unidas.
Em seu livro “Powershift: Knowledge, Wealth, and Violence at the at the Edge of the
21st Century” Alvin Toffler dedica uma pequena seção à discussão dos “novos tipos
de organizações de âmbito mundial:”, citando: “Nós estamos vendo agora uma
mudança de poder extremamente significativa, especificamente, de países isolados
ou blocos de países, para lutadores de nível ‘mundial’”. Ao referir-se a lutadores de
nível mundial ele quer dizer corporações não-estatais, grandes ou pequenas, desde
o âmbito da Comunidade Européia até às corporações multinacionais. De acordo
com estatísticas constantes do Relatório de Investimentos das Nações Unidas de
1997, o mundo, então, tinha 44.000 corporações filiadas a multinacionais, e
280.000 companhias subsidiárias ou subordinadas a grandes empresas. Estas
de suas vidas, as lições que lhes foram ensinadas visavam capacitá-los a empregar
esses métodos e a lutar bem, qualquer que fosse o nível em que estivessem.
Mas, para os militares do século 21, não será suficiente a mera colocação em
prátic
prática
a dos mét
método
odoss pre
previs
vistos
tos nos qua
quatro
tro nív
níveis
eis.. Ele
Eless dev
deverão
erão des
descobr
cobrir
ir com
como
o
romper esses níveis de modo a vencer as guerras pela combinação de todos os
métodos, desde as ações supranacionais até o combate nas batalhas específicas.
Esta é, certamente, uma missão que poderá ser cumprida.
Não importa
importa se iremos utilizar
utilizar apenas
apenas uma fração
fração dos recursos
recursos disponíveis ou
usar um machado para matar uma galinha; o método empregado será adequado,
desde que funcione corretamente.
Bin Laden usou um método tático quando utilizou apenas dois veículos com cargas
explosivas e, com isso, estabeleceu uma ameaça para os interesses nacionais dos
Esta
Estado
doss Un
Unid
idos
os a nív
nível
el es
estr
trat
atég
égic
ico;
o; ao pa
pass
sso
o qu
que,
e, pa
para
ra os no
nort
rte-a
e-ame
meri
rica
cano
noss
poderem obter a consecução do seu objetivo estratégico, qual seja a proteção da
sua própria segurança, teriam de executar uma retaliação a nível tático contra bin
Laden.
Na gu
guer
erra
ra mi
mili
lita
tarr e na gue
guerr
rra
a nã
não-m
o-mil
ilit
itar
ar qu
quee sã
são
o bá
bási
sica
ca e re
resp
spec
ectiv
tivam
amen
ente
te
naci
nacion
onai
aiss e su
supr
pran
anac
acio
iona
nais
is,, nã
não
o ex
exis
iste
tem
m am
ambi
biên
ênci
cias
as qu
quee nã
não
o po
poss
ssam
am se
serr
ultrapassadas, não existem meios que não possam ser usados na guerra; como
também não existem campos de ação e métodos que não possam ser combinados.
“Os princípios
princípios representam
representam um códig
códigoo de condut
conduta,
a, mas
não têm um valor absoluto”.
George Kennan
Infelizmente, enquanto ele combatia e vencia guerras não teve tempo disponível
para escrever; e depois que foi derrotado, não teve mais disposição para a tarefa.
Não obstante,
obstante, para um general que obteve cerca de 100 vitór
vitórias
ias durante sua vida,
isto não deveria representar
representar um fato a se lamentar.
lamentar. Porém, tendo sido um homem
notá
notáve
vel,
l, fo
foii su
sufi
fici
cien
ente
te que el
elee de
deix
ixa
ass
ssee um br
bril
ilha
hant
ntee le
lega
gado
do de vit
itó
óri
rias
as,,
possibilitando que a posteridade examinasse, detalhadamente, seu caminho para a
vitória.
E as
assi
sim
m fo
foii qu
quee 10
100
0 an
anos
os ma
mais
is ta
tard
rde,
e, te
tend
ndo
o co
como
mo fu
fund
ndam
amen
ento
to as gu
guer
erra
rass
coma
comand
ndad
adas
as po
porr es
este
te an
anti
tigo
go in
inim
imigo
igo,, qu
quee ge
gera
rava
va te
temo
morr no po
povo
vo ing
inglê
lês,
s, qu
quer
er
dura
durant
ntee su
sua
a vi
vida
da,, co
como
mo ta
tamb
mbém
ém ap
após
ós o se
seu
u fa
falec
lecim
iment
ento,
o, um gen
gener
eral
al ing
inglês
lês
chamado J. F. C. Fuller criou cinco princípios para a condução da guerra 0. Todos
0
Os cinco princípios que Fuller deduziu a partir das Guerras Napoleônicas são: ataque,
manobra, surpresa, concentração e apoio. Em paralelo a isso, Fuller, adotando os pontos
de vista de Clausewitz, também deduziu sete princípios, semelhantes aos referentes às
Guerr
Gue rra
a Nap
Napole
oleôni
ônicas
cas,, qua
quais
is sej
sejam:
am: man
manute
utenç
nção
ão do obj
objeti
etivo;
vo; se
segur
guranç
ança
a da açã
ação;
o;
mobilidade da ação; exaurir a capacidade ofensiva do inimigo; concentrar forças; e a
surpresa. Estes princípios tornaram-se o fundamento dos modernos princípios militares.
os princípios de guerra moderna, adotados no Ocidente, são descendentes desta
proposição de Fuller. Ainda que, mais tarde, os regulamentos militares de algumas
nações
nações,, bem com
como
o div
divers
ersos
os ana
analis
listas
tas mil
milita
itares
res tenh
tenham
am pro
propos
posto
to ist
isto
o ou aqu
aquilo
ilo
como princípios de guerra, tais propostas diferem muito pouco daqueles princípios
que foram enunciados por Fuller0. Esta
Esta perenida
perenidade
de conceitua
conceituall ocorre,
ocorre, porque
porque
desde o início das Guerras Napoleônicas, até o período imediatamente anterior à
Guerra do Golfo, salvo o contínuo aumento na letalidade e poder de destruição dos
armamentos, não existiram motivos para uma alteração significativa na natureza
da guerra em si.
Nenh
Nenhum
um pr
prin
incí
cípi
pio
o po
pode
de apo
poia
iar-
r-se
se em um
uma
a pl
plat
ataf
afor
orma
ma fr
frá
ági
gil,
l, pa
pass
ssív
ível
el de
desmor
desmorona
onar,
r, e est
estee pre
pressu
ssupost
posto
o é ain
ainda
da mai
maiss ver
verdad
dadeiro
eiro,, qua
quando
ndo se tra
trata
ta de
princípios de guerra. Os princípios de guerra, independentemente de qual pensador
milita
militarr os elab
elabora
oraram
ram,, ou de que reg
regulam
ulament
entos
os mil
milita
itares
res eles for
foram
am ext
extraí
raídos
dos,,
representam, sem dúvida, o produto de repetidas têmperas realizadas na fornalha e
na bigorna da guerra.
Se nã
não
o ti
tives
vesse
sem
m oc
ocor
orri
rido
do as gu
guer
erra
rass no Pe
Perí
ríodo
odo da Pr
Prim
imav
aver
era
a – Ou
Outo
tono,
no, nã
não
o
existiriam os princípios de Sun Tzu. Se as Guerras Napoleônicas não tivessem
ocorrido, não existiriam os princípios de Fuller. Da mesma forma,
forma, se não tivessem
ocorrido grandes e pequenas guerras militares, quase-militares e até mesmo não-
militares em todas as regiões do mundo, antes e depois da Guerra do Golfo, não
exis
existi
tiri
riam
am pr
prop
opos
osta
tass de no
novo
voss co
conc
ncei
eito
toss co
como
mo,, po
porr ex
exem
emplo, as “operações
plo,
onidimensionais ” do
doss no
nort
rte-
e-am
amer
eric
ican
anos
os e a no
noss
ssa
a pr
prop
opos
osição de “Guerra
ição Guerra
Guerr
Gu a em
erra
Combinação Além dos Limites ”.
”. Logicamente,
Logicamente, os princí
princípios
pios de guerr
guerra
a que decorrem
desses conceitos também estariam fora de questão.
0
Um exem
exemplo
plo são os nove princípios
princípios militares
militares básic
básicos
os do Exér
Exército
cito norte-americ
norte-americano:
ano:
objetivo; ofensiva; concentração; economia de forças; mobilidade; segurança; surpresa;
Ainda
Ainda que
que lament
lamentem
emos
os o fato
fato de que a te
teoria das “operações onidimensionais ”
oria
tenha
tenha mo
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ido
o no se
seu
u na
nasc
sced
edour
ouro,
o, es
esta
tamo
moss de
decid
cidid
idos
os no pr
prop
opós
ósito
ito de qu
quee a
“Guerra em Combinação Além dos Limites ” não irá permanecer restrita, ao nível de
uma especulação teórica. Ao contrário, desejamos que ela seja incorporada aos
métodos de combate e possua uma aplicação prática.
Ainda que o objetivo da ideologia “além dos limites ” que propomos, seja o de romper
com
com to
toda
dass as re
rest
stri
riçõ
ções
es,, ai
aind
nda
a as
assi
sim,
m, ex
exis
iste
te um
uma
a li
limi
mita
taçã
ção
o qu
quee de
deve
ve se
serr
rigorosame
rigorosamente
nte obse
observada,
rvada, qual seja, a obediência de princí
princípios
pios essenciais, quando
da execução das ações de combate.
combate. Apenas em situações excepcionais será válido
desobedecer a um princípio.
Quando
Quando um rac
racioc
iocínio
ínio pro
profund
fundo
o em rel
relaçã
ação
o às reg
regras
ras da gue
guerra
rra sol
solidif
idifica
ica-se
-se,,
transformando-se em algum tipo de método de combate, nasce, ao mesmo tempo,
um princípio.
princípio. É muito
muito difíc
difícil
il dizer se esses princípios
princípios e métodos,
métodos, que ainda não
foram experimentados em novas guerras, podem ou não sinalizar o caminho para a
próxima vitória. No entanto, a proposição de princípios essenciais é, sem dúvida,
um processo teórico indispensável para o aperfeiçoamento do método de combate.
Aqui
Aqui temos
temos um giros
giroscó
cópio
pio,, de
deixe
ixemo
moss qu
quee el
elee no
noss or
orie
iente
nte!! Exam
Examine
inemo
moss os
princípios relacionados a seguir, e vejamos o que eles podem acrescentar à “ Guerra
de Comb
Combinina
ação
ção Além
Al
Aléém
m do
lém doss Limi
Limite
tes
s ”: Onid
Onidire
irecio
cional
nalidad
idade;
e; Sinc
Sincron
ronia;
ia; Obj
Objetiv
etivos
os
limi
limita
tado
dos;
s; MeMedi
dida
dass il
ilimi
imita
tada
das;
s; As
Assi
sime
metr
tria
ia;; Co
Consnsum
umoo mímíni
nimo
mo;; Co
Coor
orde
denaç
naçãoão
onidimensional; e Ajuste e controle de todo o processo;
ONIDIRECIONALIDADE
A “ONIDIRECIONALIDADE ” rep
repre
rese
senta
nta o po
ponto
nto de pa
part
rtid
ida
a da id
ideo
eolog
logia
ia da gue
guerr
rra
a se
sem
m
limites0 , proporcionando um invólucro para essa ideologia.
No tocante à “guerra além dos limites ” não existe mais qualquer distinção entre o
que é, e o que não é, o campo de batalha. Os espaços naturais, compreendendo a
superfície terrestre, os oceanos, a atmosfera e o espaço exterior, constituem
campos de batalha, e os espaços sociais, tais como os militares, políticos,
econômicos, culturais e psíquicos, também são campos de batalha. O espaço
tecnológico, unindo esses dois grandes espaços, representa um campo de batalha
ainda mais importante, dentro do qual os antagonistas não medem esforços em sua
contendas.
O campo de batalha da “guerra além dos limites” difere dos campos de batalha do passado, pelo fato de que ele
incorpora todos os espaços naturais, tais como a ambiência social, e a esfera de desenvolvimento contínuo da
tecnologia, onde o espaço, agora, já é medido em nanômetros. Atualmente, estes espaços estão interligados uns aos
outros. Por exemplo, o espaço cósmico pode ser encarado como um espaço natural, e também como um espaço
tecnológico, uma vez que, cada passo no sentido da militarização do espaço exterior requer um avanço tecnológico.
Da mesma forma, a interdinâmica entre a sociedade e a tecnologia deve ser vista como uma constante.Não existe um
exemplo mais típico deste fenômeno que o efeito da tecnologia cibernética sobre a sociedade. Em decorrência desses
aspectos, podemos ver que o campo de batalha é onipresente e desta forma só podemos vê-lo de forma onidirecional.
Finalmente, deve ser esclarecido que o âmbito das operações de combate, em cada
guerra específica, nem sempre irá se expandir para todos os espaços e ambiências,
mas o primeiro princípio da “guerra em combinação além dos limites” é o de pensar
onidirecionalmente e entender as condições do combate.
SINCRONIA
0
As guerras do passado envolviam, em termos de espaço, o ataque de forças a partir de
guerra, que estavam dispersos em ambiências distintas, para que coincidam no
mesmo espaço de tempo. Estes fatores relacionam-se intimamente aos objetivos da
guerra, e tratados no âmbito de um trabalho de equipe bem organizado, visando
um ataque combinado, permitem que sejam alcançadas: a surpresa, o sigilo e a
eficácia.
Uma única ação de grande profundidade, mas que seja sincronizada, poderá
representar apenas uma pequena operação de “combate além dos limites”, mas
poderá ser suficiente para representar o desfecho de toda uma guerra. O que
queremos caracterizar como “ SINCRONIA ” não significa “simultaneidade”, sem que
haja até mesmo a diferença de um segundo; ao contrário, deve ser entendida como
“dentro de um mesmo período de tempo”. Neste sentido a “guerra além dos limites ”
merece ser chamada de “guerra no momento determinado”. Usando esta definição
como um padrão, a força armada cujas capacidades militares estão bastante
próximas desse nível é a dos norte-americanos.
OBJETIVOS LIMITADOS
0
Não há um exemplo mais típico disto que os quatro princípios, definidos na publicação
militar norte-americana “Joint Vision 2010” quais sejam: “manobra dominante,
principalmente a guerrilha urbana, a guerra terrorista, a guerra santa, a guerra de
desgaste0, a guerra em redes interativas e outras formas de combate.
No que concerne a guerrilha urbana, o famoso pesquisador do desenvolvimento da sociedade capitalista, Fernand
Braudel enfatizou, em particular, a “grande importância da função organizacional” das grandes cidades no mundo
capitalista. A despeito de seu grande tamanho, este mundo, ainda assim, possui um grande número de pontos de
aglomeração compreendendo cidades tais como: Nova Yorque, Londres, Tókio, Bruxelas e talvez Hong Kong. Se
estas cidades fossem atacadas simultaneamente, ou se uma guerras de guerrilha eclodisse simultaneamente nestas
cidades, isso levaria o mundo a um caos. (“The Motive Force of Capitalism”; Fernand Buluodaier; Ed. Oxford Press).
Na maioria das vezes o lado mais fraco seleciona como seu principal eixo de
batalha aquelas áreas ou linhas de batalha onde o adversário não espera ser
atacado. O centro de gravidade do ataque é sempre um local que irá provocar um
enorme impacto psicológico no adversário.
Além da eficácia que a assimetria demonstra, quando utilizada, que ela se constitui
numa aplicação prática da regra da proporção áurea. Dentre todas as regras ela é a
única que estimula a ruptura das regras assim como a utilização das regras. É,
também, uma prescrição eficaz para um tratamento metódico e bem equilibrado
para a enfermidade crônica do raciocínio.
CONSUMO MÍNIMO
0
[N.T.] Tradução adotada para o conceito “protracted war”.
0
Os princípios militares sempre incluíram a concepção de “economia”, referindo-se,
combate é decidida pela configuração do combate0; e em terceiro lugar, dever-se-á
usar “mais” (mais medidas) para obter (“menos”) um menor consumo. A
racionalidade pode ser considerada sob dois aspectos: a designação racional dos
objetivos e o emprego racional dos recursos.
Mais importante do que uma familiaridade cabal com os princípios será saber como
os princípios são aplicados. A consideração quanto a usar, ou não, a quantidade
mínima de recursos para a consecução de um objetivo irá depender do tipo de
combate que for selecionado. Por exemplo, a campanha de Verdun é considerada
pelos historiadores da guerra como um “moedor de carne”, porque ambos os lados
travaram uma insensata guerra de atrição. Em contraste com esse exemplo, a
razão pela qual a Alemanha foi capaz de eliminar a força conjunta franco-britânica,
após o cruzamento da Linha Maginot, foi por ter combinado o menor intervalo
temporal com uma ótima rota,e com as armas mais poderosas, formando uma
“blitzkrieg”. Assim sendo, pode-se constatar que a solução para realmente obter um
“consumo mínimo” é descobrir um método de combate que utilize racionalmente os
recursos para o combate.
COORDENAÇÃO MULTIDIMENSIONAL
“COORDENAÇÃO
COORDENAÇÃO MULTIDIMENSIONAL
MULTIDIMENSIONAL ” refere-se à coordenação e cooperação entre
forças distintas, em diferentes ambiências, visando à consecução de um objetivo.
Portanto, esta definição nada tem de original. Explicações semelhantes podem ser
encontradas em muitos regulamentos de combate, tanto antigos, quanto
recentemente publicados.
Por último, também gostaríamos de agradecer a nossa família pelos sacrifícios que
enfrentaram, como conseqüência da elaboração deste livro e, novamente, isto não
pode ser expresso por palavras.
Suas obras mais importantes incluem “Gate to the Final Epoch”, “Spiritual
Banner”, e “Great Glacial River”.
Além de suas criações literárias ele tem se dedicado, durante muito tempo, à
pesquisa da teoria militar e juntamente com outros escritores produziu as
seguintes obras: “A Discussion of Military Office Quality”; “Viewing the Global
Military Big Powers”; “A Listing of the Rankings of Global Military Powers”.
Ele colaborou com outros autores na elaboração dos livros “A discussion of Military
Officer Quality”, Viewing the Global Military Powers”; e “A Record of Previous Major
Global Wars”.