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Universidade Federal de Viçosa

Departamento de Educação

Licenciatura em Educação do Campo - Ciências da Natureza

Prof. Juninho
NOME: Zaquiel Santos

ENA 202- Psicologia social e comunitária

MATRÍCULA: 100978

Desejo e Politica

Resumo
Dentre muitos temas que a historia do pensamentos filosófico tem,
sem duvida o desejo e a politica está entre uns dos mais importantes,
grandes pensadores ao longo de sua vidas, buscaram refletir sobre o desejo.
Aqui iremos refletir, sobre o pensamento do DELEUZE, mas antes vamos a
filosofia clássica grega, para Platão o desejo nasce pela busca do que não
temos, ou seja, para ele o que move a sociedade é o desejo, o que move as
pessoas é o desejo, o que é um prato cheio para o mercado capitalista, desse
século XXI e isso de uma forma mais ampla, em todas as esferas, seja ela,
de base social ou politica.

Basicamente aqui, não iremos fazer uma reescrita do texto do


DELEUZE, mas, pensar a partir da abordagem dos conceito de desejos e
politica, quais contribuições que podemos tirar, a parir deles, para o
contexto da Educação do Campo, e claro, no macro olhar, para as linhas
que compõe o espaço universitário, e como estamos imersos nelas, e como
as disputamos.

1. Pensando desejo, politica e o estado.

O espaço acadêmico, não é simplesmente, o lugar onde se passa


diversos sujeito, mas sim, a partir da disputa entre eles, seja estudante entre
estudante, professores-estudantes, o professores-reitores, a instituição
universitária e a maquinado estado, e seus seguimentos, se forma um lugar
que está cheio de linhas, alias, as três linhas segundo Deleuze.

A universidade é composta por uma linha dura, e dentro da mesma, a


partir dos movimentos das classes para acessa-la, constrói outras linhas,
como a linha de fuga por exemplo, o que podemos perceber a partir, dos
pensamentos deleuzianos, é entender de que modo o desejo agência às
máquinas políticas contemporâneas, se percebemos isso podemos discutir
os diferentes circuitos desejantes, resultantes da intensão de cada
movimento.

Numa linguagem mais fácil, é perceber, que as lutas tem um


seguimento, e que apesar de cada segmento ter seus circuitos desejantes, as
linhas, dura, flexíveis, e de fuga, não necessariamente representa uma
trialidade. Apesar de terem segmentos diferentes, parte de uma ideia de que
dentro da maquina o agenciamento se da pela constituição de linhas, e é
esse seguimento que parte de um determinado ponto, e essa partida é
movida por um desejo, o que na verdade o desejo é uma sustentação da
luta, o que mantem o movimento de resistência, é o desejo, por exemplo, se
saíssemos da utopia, de que e todas as mazelas sociais fossem sanadas,
acabaríamos por diluir o movimento de resistência.

Ate aqui, já podemos identificar duas esferas e as linhas que as


compõe, a universidade, como sendo um aparelho organizado por suas
linhas duras, dentro do agenciamento do estado, e os movimentos de
resistência sociais como sendo uma linha de fuga, mas que também para se
por dentro de uma disputa politica, deve-se ter seus fundamentos baseados
em uma linha dura.

E não escapando do debate politico, o instrumento organizador da


sociedade é a fundamentação politica, e não estamos falando de politica
partidária, mas sim de uma politica enquanto elemento de organização
social, o bairro tem sua politica, a comunidade quilombola tem a sua
politica, a comunidade indígena tem a sua politica, a universidade tem seu
regimento, que uma espécie de politica regimental os próprios cursos de
graduação, da pós-graduação vão ter seus elementos políticos, enquanto um
seguimento que estando disputando espaço, traça seus ideais, e suas formas
de se por ou de opor.

Quem controla a politica partidária, se não o aparelho de


codificação do estado, ou seja; A máquina de codificação diz respeito a um
soberanismo do estado para capturar informações que é de tal modo um
elemento desejante, por parte da politica que organiza o estado.

Contribuições para a Educação do Campo

A Educação do Campo, é um movimento educacional, que nasce


das bases sociais de resistência, ou seja, parte de uma linha de fuga, e se
firma ou se busca se reafirma dentro da disputa pelo saber cientifico a partir
de seus movimentos, que parte de um desejo, mas a partir de Deleuze é
importante dizer esse desejo, não algo que foge a sua abstração, mas
também não algo solto, nem um desejo como temos compreendido pelo
senso comum.
Temos uma contribuição para a esse contexto da Educação do
Campo, compreender que a luta para estar dentro da universidade, se
constitui enquanto movimento dentro da codificação do estado, apesar de
nascer de movimentos sociais, junto a uma proposta educativa, especifica
para os povos do campo, que resiste a algumas dicotomias e domínio
soberano do estado, o importante é olhar para os conceitos de politica e
desejo, e como eles estão presente dentro da universidade, e como a
LICENA conversa o desconversa com eles, pois os termos desejos e ate
mesmo politica é utilizado num misto de senso comum entremeado com
questões conceituais.

Na atitude natural, e mesmo em alguns outros textos deleuzianos,


simplesmente o desejo aparece como uma forma assumir a significação de
querer, de vontade Mas basta somente o desejo, a Educação do Campo,
enquanto movimento, não basta somente querer, ou desejar, para se firma
dentro de seus pré-requisitos políticos afirmativos. No texto
esquizoanalítica existe uma outra definição original sobre o desejo. Que
vai contradizer ao desejos erótico platônico, de que o desejo é falta, os dois
tem razão, mas bem diferente da psicanálise estruturalista, o desejo não é
restituição de uma falta segundo (DELEUZE & GUATTARI, 1972), não se
restringe ao prazer (DELEUZE, 1975; DELEUZE &GUATTARI, 1980),
não é uma forma e nem é mera intencionalidade, ou querer de um
individuo.

Ou seja dentro da universidade o desejo individual, deve tornar-se


em um desejo coletivo, em favor da coletividade. Apesar de termos
diversos indivíduos, diversas culturas, lutas transversais, e muitos
seguimentos de movimentos sociais, se cada um defender apenas o prazer
da realização de seu desejos, fora da intensão coletiva pautada na politica, o
que na verdade pode-se dar é uma luta infundada sem significado, toda a
simbologia da LICENA, marca um espaço que não é de todo modo
confortável, más é desse desconforto que parte o desejo de estar ali, como
sujeitos, que tem os mesmos direitos como deve ter-se todos os sujeito.

Se os movimentos sociais ocupar o lugar de conforto de suas lutas,


perde o sentido da luta, é como desejar enxergar com boa visão, só deseja
enxergar quem não tem a visão, de mesmo modo só se tem um curso de
Educação do Campo, porque na falta da uma educação equitativa, real e
contextualizada do contexto social e histórico do campo enquanto lugar de
produção de saber e conhecimento, por meio da cultura, das praticas e
saberes, nasce a luta por uma educação que seja especifica para os
camponeses, sem que este perca a noção critica de mundo.

Afinal, o mundo não é distante, depende de como o vemos, e qual


mundo desejamos, entre outras coisas podemos dizer que em certo ponto a
sociedade necessita dos fenômenos que rejeita, não das raízes, mas dos
fenômenos que ao longo tempo, se fez nascer a luta de movimento, por
exemplo só é possível ter luta efetiva por reforma agraria, num espaço onde
ainda se tem má divisão geográfica do território, se não avesse, a luta seria
liquida, ou apenas teórica, a luta por educação, só se dá por meio de um
seguimento de estado que não promove o acesso, ou se dá o acesso, mas
não a condição ideal de permanência.

Na esquizoanálise, Deleuze e Guattari afirmam que o desejo não se


restringe a um só indivíduo, à pessoalidade e nem a um objeto. “O
desejo não tem pessoas ou coisas como objeto, mas meios inteiros
que ele percorre, vibrações e fluxos de qualquer natureza que ele
esposa, introduzindo cortes, capturas, desejo sempre nômade e
migrante (...)” (1972, p. 386)

A partir dessa constatação, percebe-se que, os movimentos são passageiros,


são substituíveis, as linhas que compõe a Educação do campo não são
estáticas, e podem ser mudadas, como os elementos de sua origem,
seguindo o movimento, um sistema de agenciamento da maquina do
estado, as lutas podem mudar, a Agroecologia, pode ser substituída por
outra coisa, a agricultura poderá ser também substituída por uma outra
politica.

Podemos então dizer a partir da ideia deleuziana, o os conceito de


desejo e politica, nos entender que, dentro da LICENA á uma força que
agencia e é agenciada por diferentes componentes. Uma força que pode
assumir diversos vetores direcionais e que forma distintas configurações.
Portanto, o desejo presente no espaço de disputa dentro da universidade no
caso UFV é um agenciamento coletivo, por meio dos diversos sujeitos, dos
diversos movimentos, culturas, conhecimentos e saberes, no qual o
indivíduo é apenas um ponto, ou uma resultante, de suas conexões.

Entre outras coisas, dentre diversas perspectivas, que tem a


educação do campo, entender no macro o sentido de desejo e da politica, é
fundamental, pois no âmbito da macro política estas segmentarizações, de
disputa e poder, seja politico, ou por estar dentro do espaço de produção de
ciência, as lutas por igualdade, território, educação, bem como o racismo,
tornam-se ferramentas de dominação e de governo sobre a população, num
processo de hiperterritorialização neofacista.

E para finalizar, uma reflexão importante, a LICENA, os


movimentos sociais, a luta contra os racismo, a luta por uma outra politica,
por estar dentro da universidade, os espaços de poder e disputa, tudo refere-
se a um conjunto de dispositivos e saberes que visam a desmontagem das
máquinas do desejo do estado, então se firma como um movimento de luta,
de resistência, de oposição sistêmica, assim, produz novas linhas de fugas
e novos circuitos desejantes, nos quais, mesmo estando dentro do que seria
o processo códigos, hajam outros processos para potencializar e construir,
nossa utopia coletiva.

Referências Bibliográficas

DELEUZE, Gilles. DIÁLOGOS Trad. Eloisa Araújo Ribeiro, São Paulo:


Escuta, 1998, 184p

BAREMBLITT, Gregorio. Introdução à esquizoanálise. Belo Horizonte:


Editora Instituto Félix Guattari, 1988.

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