Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUPLEMENTO
S U M Á R I O guarda que uniu o Povo moçambicano para o combate
contra o colonialismo, dirigiu a luta armada de Lber-
Assembleia Popular tação nacional, proclamou a independência nacional
Lei n.° 1/84 e fundou a República Popular de Moçambique
Da nova redacção ao artigo 77 da Constituição da Republica A Bandeira Nacional tem cinco cores vermelho,
Lei n.° 2 / 8 4
verde, preto, amarelo dourado e branco
As cores representam
Aprova o Plano Estatal Central para o ano de 1984
Vermelho — a resistência secular ao colonialismo,
Lei 3/84
a luta armada de libertação nacional e a revolução,
Aprova os princípios e indicadores gerais a observar na
organização do Orçamento do Estado para 1984
Verde — as riquezas do solo de Moçambique
Preto — o continente africano,
Resolução n.° 2/84: Amarelo dourado — as riquezas do subsolo,
Ratifica as Leis n ° s 5, 6, e 7/83, de 31 de Março, 19 de Branco — a justeza da luta armada do Povo moçam-
Maio e 25 de Dezembro, respectivamente bicano e a paz
Resolução n.° 3/84. De cima para baixo, estão dispostas horizontalmente,
Ratifica o Acordo de Não-Agressão e Boa Vizinhança, desig- o verde, o preto e o amarelo dourado, alternadas por
nado por «Acordo de Nkomati», celebrado em 16 de faixas brancas
Março de 1984, entre o Governo da Republica Popular Do lado esquerdo, o vermelho ocupa um triângulo
de Moçambique e o Governo da Republica da África
do Sul no centro do qual se encontra uma estrela amarelo
dourado, tendo sobre ela um livro, ao qual se sobre-
Resolução 4/84: põem uma arma e uma enxada cruzadas
Ratifica o Tratado de Amizade e Cooperação, celebrado A estrela amarelo dourado simboliza o internaciona-
em Brazzaville aos 12 de Abril de 1984, entre a República
Popular de Moçambique e a República Popular de Congo
lismo proletário
O livro, a enxada e a arma consagram a palavra de
Resolução 5 / 8 4 ordem «Estudar, Produzir, Combater»
Resolução Final da 12° Sessão da Assembleia Popular
Aprovada pela Assembleia Popular
Publique-se
ASSEMBLEIA POPULAR
O Presidente da Republica, Marechal da República
Lei n.° 1/84 SAMORA MOISES MACHEL
de 27 de Abril
Por ocasião do 4.° Congresso do Partido Frelimo for cria- Lei n.° 2/84
da a nova Bandeira Nacional, pelo que é necessário alterar
de 27 de Abril
o texto do artigo 77 da Constituição da República
Nos termos do artigo 48 da Constituição, a Assembleia O Plano Estatal Central para 1984 define as principais
Popular reunida na sua 12 a Sessão determina metas e tarefas que devemos realizar em cada um dos
É alterado o artigo 77 da Constituição, que passa a ter sectores de actividade económica e social do nosso País,
a seguinte redacção para materializarmos as orientações do Partido e Estado,
A Bandeira Nacional tem como base a Bandeira da em especial, as Directivas Económicas e Sociais aprovadas
Frelimo — Frente de Libertação de Moçambique, van- pelo IV Congresso do Partido Frelimo.
4 0 - ( 2 ) I SÉRIL — NÚMERO 17
O nosso País enfrenta uma situação económica difícil civil e disciplinar em vigor na República Popular de Mo-
resultante principalmente de: çambique.
— a acção descstabilizadora provocada pela África Alt. 4. São fixadas as seguintes metas e tarefas prin-
do Sul e pelos bandidos que por ela foram arma- cipais, bem como taxas mínimas de crescimento, relativa-
dos e financiados, mente ao realizado em 1983
— a crise cconómica international, verificando-se a a) No âmbito agrário
deterioração dos termos de troca, e
— as calamidades naturais que há vários anos de- — Aumentar a produção agrária comercializada em
vastam o nosso País pelos menos 3 0 % , considerando os ramos agrícola,
pecuário e florestal na área planificada e a preços
Neste contexto, podemos afirmar que o cumprimento constances,
do Plano Estatal Central para 1984 não será tarefa fácil — Concentrar os recursos para cumprir e ultrapassar
mas é realizável se assumirmos uma atitude combativa as metas a atingir no milho, arroz, feijão, algodão-
vigilante e revolucionária, se mantivermos uma disciplina -caroço, copra, castanha de caju, chá, citrinos e
férrea e se garantiimos o engajamento de todo o Povo mafurra,
moçambicano — Assegurar a preparação da campanha de comercia-
O Plano Estatal Central para 1984 insere-se nas acções lização para se cumprirem e ultrapassarem as
em curso para a criação de um clima de paz na nossa zona, metas estabelecidas,
as quais, aliadas a nossa ofensiva militar para neutralização — Garantir a correcta preparação da próxima cam-
da acção dos bandidos devem criar condições mais favo- panha agrícola de 1984/85, de modo a que ela
ráveis para a produção. se traduza num passo em frente neste sector vital
Prossegue a ofensiva diplomática para levar a comuni- da economia nacional
dade internacional a compreender a nossa situação e os
problemas que enfrentamos, bem como as suas verdadeiras b) No âmbito industrial.
causas. — Assegurar a produção aos níveis estabelecidos dos
For solicitada aos credores a renegociação da dívida produtos de exportação, dos produtos de abaste-
externa, sendo do nosso interesse, para além do dos cre- cimento do povo e venda na comercialização
dores, sanearmos a nossa situação económico-financeira e agrária;
viabilizarmos cada vez mais a nossa economia — Aprofundar o controlo de direcção para que, com
Temos consciência dos problemas que enfrentamos e os poucos combustíveis planificados, possam ser
somos capazes de encontrar as vias para a sua solução enfrentadas as tarefas do plano e realizadas com
As metas e tarefas planificadas para 1984, em geral, êxito;
e algumas, em particular, pela sua importância, devem — Deve-se definir os principais consumidores, fixar
merecer a máxima prioridade, a concentração dos esforços consumos mínimos, hierarquizar as tarefas para
organizativos, a afectação prioritária de recursos humanos, que os objectivos principais do plano sejam sem-
materiais e financeiros necessários ao seu cumprimento pre salvaguardados;
Entre elas podem-se destacar a maximização das ex- — Promover acções concretas para desenvolver peque-
portações, garantir os níveis planificados de abastecimento nas indústrias que garantam o aproveitamento de
e assegurar os meios previstos para o reforço e ampliação recursos locais e contribuam na solução de pro-
da capacidade defensiva blemas do povo.
Os operários, os camponeses, os trabalhadores moçam-
bicanos são o factor decisivo para cumprirmos os objectivos c) No âmbito dos transportes e comunicações
planificados e, assim, avançarmos na solução dos proble- — Garantir a realização das receitas de tráfego ferro-
mas do povo viário de carga internacional fixadas, prevendo-se
A implementação e controlo permanente das metas e um crescimento de pelo menos 17 % na activi-
tarefas do plano, até ao nível das unidades de produção e dade,
serviços, constitui uma tarefa importante pelo que, calda — Assegurar a circulação de passageiros e mercadorias
colectivo e cada trabalhador deve conhecer, compreender naconais de e para os países vizinhos,
e assegurar a realização da sua tarefa — Preparar um conjunto de medidas que, face à pla-
Ass m, a emulação assume o seu verdadeiro panel nificada
e diminuiçãolugar,
da como
actividade interna
elemento no do pr
integrante
tação e execução do plano transporte aéreo, permitam a gestão normal desta
situação,
O Plano Estatal Central para 1984 deve ser rigorosamente — Garantir que, no tráfego aéreo internacional total,
cumprido por todas as entidades nele contempladas e pelos incluindo as transportadoras estrangeiras, invisí-
cidadãos, em geral veis e serviços produtivos, se diminua o sajdo
Nos termos da alínea a) do artigo 44 da Constituição da negativo cm divisas,
República, a Assembleia Popular determina — Controlar a evolução do trabalho aero-agrícola e
Artigo 1 É aprovado o Plano Estatal Central para o garantir as tarefas fundamentais, com os recursos
ano de 1984, com as metas e indicadores nele definidos, disponíveis;
apresentado pelo Conselho de Ministros e elaborado de — Procurar racionalizar, nas comunicações, a utiliza-
acordo com as Directivas Económicas e Sociais ção dos meios disponíveis, de modo a melhorar
Art. 2 O Plano Estatal Central para o ano de 1984 a possibilidade de contacto entre as diferentes
é de cumprimento obrigatório e vincula todas as entidades regiões do país, até que entrem em funciona-
estatais, cooperativas, empresas mistas e privadas nele con- mento os projectos para o efeito previstos
templadas
Art. 3 Os responsáveis pelo não cumprimento das
d) No âmbito do investimento e construção
tarefas e prazos fixados no Plano Estatal Central para o — Realizar o levantamento e análise dos investimentos
ano de 1984, respondem nos termos da legislação penal, tendo em conta os recursos disponíveis para o
27 DE ABRIL DE 1984 40—(3)
diato, e devem igualmente propor ao Ministério Art. 12. Compete ao Ministro do Plano emitir instruções
da Agricultura as principais metas e tarefas de destinadas à execução e controlo do Plano Estatal Central
produção e comercialização agrária que pensam para o ano de 1984, sempre que tal for necessário
poder atingir e com que recursos o fariam para Art. 13. Compete ao Ministro do Plano esclarecer qual-
que este apresente a proposta da campanha agrí- quer dúvida que possa surgir na implementação, execução
cola 1984/85, ao Estado-Maior da Comissão Na- e controlo do Plano Estatal Central para o ano de 1984.
cional do Piano, até Junho, Art. 14 A presente lei entra imediatamente em vigor
c) Com base nestes materiais a Comissão Nacional do
Plano preparará orientações para a elaboração do Aprovada pela Assembleia Popular.
Projecto do Plano Estatal Central para o ano de Publique-se
1985, que serão distribuídas aos diferentes orga-
nismos, até meados de Agosto. Entretanto, o O Presidente da República, Marechal da República
trabalho com as empresas e distritos deve ser SAMORA MOISÉS MACHEL
prosseguido,
d) Durante parte de Agosto, Setembro e Outubro,
elaborar-se-ão os Projectos de Plano a nível dos Lei n.° 3/84
organismos centrais e locais, de 27 de A b r i l
e) Em Novembro e meados de Dezembro, a Comissão
Nacional do Plano preparará o Projecto do Plano O IV Congresso do Partido Frelimo analisou a situação
Estatal Central para o ano de 1985 económica e social do país e traçou as directivas para ven-
cermos as dificuldades actuais do nosso processo de desen-
Art. 7 — 1 Compete ao Conselho de Ministros e a cada volvimento
um dos seus membros, em particular, garantir e organizar O Orçamento do Estado, principal Plano Financeiro Esta-
a execução e controlo do Plano Estatal Central para o tal e instrumento para a materialização da Política Econo-
ano de 1984, no seu sector específico mica do Partido e Estado requer na sua fase de preparação,
2 Cabe a cada membro do Conselho de Ministros a um nível de organização e articulação cada vez maior e o
responsabilidade de fornecer aos respectivos sectores de- conhecimento profundo da nossa realidade política, econó-
pendentes as informações necessárias ao cumprimento do mica e social, de modo a ser possível determinar e avaliar
Plano Estatal Central para o ano de 1984. com antecedência as consequências das medidas que se pro-
3 Cabe a cada Ministro e Secretário de Estado, no seu põem nos diversos sectores.
âmbito de acção, a responsabilidade pelo controlo do cum- No processo de preparação de Orçamento do Estado
primento das metas e tarefas fixadas no Plano Estatal para 1984 é de salientar a participação activa das províncias
Central para o ano de 1984, em especial, relativamente na elaboração das suas propostas orçamentais. Esta partici-
aos produtos de exportação, de abastecimento do povo e pação aliada à directiva do IV Congresso do Partido Frelimo
as tarefas relacionadas com a defesa e segurança de descentralização dos orçamentos, quer no âmbito dos
4 O controlo da execução do Plano Estatal Central para gastos correntes do Estádio quer no âmbito do investimento,
o ano de 1984 será efectuado através da Metodologia permitiu aos órgãos provinciais aprofundarem o conheci-
Específica aprovada para o ano de 1983 mento da área económica da sua competência
Para a recolha de informação de base necessária ao Na fase de preparação do Orçamento do Estado para
controlo do Plano Estatal Central para o ano de 1984, os 1984 houve a preocupação de, à luz das «Directivas Eco-
organismos devem assegurar o respeito rigoroso das normas nómicas e Sociais» do IV Congresso do Partido Frelimo,
fixadas pelo Sistema Nacional de Informação Estatística, se introduzirem medidas visando a contenção dos fundos de
tanto no que se refere ao tipo de informação como aos salários e das despesas com o funcionamento corrente do
prazos para o seu envio aparelho de Estado Contudo, verifica-se um crescimento
5 Cabe a cada Ministro e Secretário de Estado garantir do montante global das despesas correntes do aparelho de
o cumprimento das orientações contidas na Metodologia Estado Este aumento deve-se principalmente à transferência
Específica para o orçamento corrente de encargos anteriormente fi-
Art 8 A responsabilidade pela execução e controlo do nanciados pelo Orçamento de Investimentos
Plano Provincial é da competência do Dirigente ou Go- O orçamento agora aprovado não contempla ainda as
vernador Provincial, conforme o caso, que deve fornecer necessárias dotações para o financiamento do investimento
à Comissão Nacional do Plano as informações necessárias em curso no país Nesta área, deverá o Ministério das Fi-
sobre a evolução nos termos do n 0 4 do artigo 7 nanças e o Banco de Moçambique proceder à organização do
Art. 9 As relações entre as entidades que concorrem Plano de Financiamento do Investimento, de conformidade
para o cumprimento do Plano Estatal Central para o ano com os indicadores de Plano Estatal Central e outras orien-
de 1984 regem-se mediante a celebração de contratos tações da Comissão Nacional do Plano
Art 10 Os conflitos emergentes das relações contratuais A actual situação económica, financeira e cambial do país
firmadas no âmbito do cumprimento do Plano Estatal exige um orçamenio de austeridade. Neste sentido, as tarefas
Central para o ano de 1984 serão decididos por uma e objectivos enunc ados na presente lei terão que ser assu-
comissão designada pelo Ministro do Plano midos como obrigatótios em todos os Ministérios, estruturas
Art 11 — 1. O Conselho de Ministros, sob proposta da e instituições do Estado, criando-se mecanismos para a sua
Comissão Nacional do Plano, pode elaborar os ajusta- implementação e controlo e exig.ndo-se a cada nível de res-
mentos necessários ao Plano Estatal Central para o ano ponsabilidades a necessária prestação de contas
de 1984, sempre que se verificar superveniência de factos Nestes termos, ao abrigo do disposto na alínea c) do ar-
ou alteração de circunstâncias essenciais que impossibili- tigo 44 da Constituição, a Assembleia Popular determina
tem o cumprimento dos indicadores do plano.
ARTIGO 1
2. As alterações ao Plano Estatal Central para o ano
de 1984 revestirão a forma de aditamento de cumprimento São aprovados os princípios e indicadores gerais a obser-
geral e obrigatório var na organização do Orçamento do Estado para 1984, de
27 DE ABRIL DE 1984 40—(5)
O Acordo de Nkomati é a prova de capacidade de com- RECONHECENDO que é responsabilidade dos Estados
bate das Forças Armadas de Moçambique (FPLM) e das não permitirem que o seu território seja utilizado para a
forças de defesa e segurança em geral, que no campo milicar prática de actos de guerra, agressão ou violência contra
lutam contra os bandidos armados. outros Estados;
Este acordo de não-agressão e de boa vizinhança é es- CONSCIENTES da necessidade de promover um rela-
pelho da maturidade e competência do Governo do nosso cionamento de boa vizinhança com base nos princípios de
País que, mais uma vez, soube evidenciar que é capaz de igualdade de direitos e vantagens mútuas;
realizar uma política correcta em defesa dos interesses da CONVICTOS de que as relações de boa vizinhança, entre
Nação as duas Altas Partes Contratantes contribuirão para a paz,
Hoje, abre-se a perspectiva de uma paz duradoura, que segurança, estabilidade e progresso na África Austral, no
permitirá dedicarmo-nos ao desenvolvimento económico, Continente e no Mundo,
à liquidação dos males sociais, à implantação do progresso Acordam solenemente o seguinte:
e do bem-estar, o que consagra o Acordo de Nkomati como
acontecimento histórico de grande alcance.
ARTIGO 1
Pela esperança de paz e de segurança que encerra, o
Acordo é a justa compensação para os sacrifícios consen-
Cada uma das Altas Partes Contratantes compromete-se
tidos pelo Povo moçambicano pela afirmação da sua per-
a respeitar a soberania e independência da outra e deve,
sonalidade, dignidade e independência.
em cumprimento desta obrigação fundamental, abster-se
O Presidente da República, enquanto Chefe do Estado de interferir nos assuntos internos da outra Parte.
e símbolo da Nação, ao dirigir o Governo e ao assinar o
Acordo, soube assumir os justos anseios de todo o Povo
moçambicano: ver alcançada a paz, a segurança e a tran- ARTIGO 2
quilidade e ver afastado o espectro da instabilidade, da vio-
lência e da guerra. 1. As Altas Partes Contratantes resolverão os diferendos
O Acordo de não-agressão e de boa vizinhança está em e disputas que surjam entre si e que possam pôr em perigo
rigorosa conformidade com os preceitos constitucionais e a paz e segurança mútuas ou da região, através de negocia-
com as demais normas do nosso Estado e da ordem jurídica ções, inquéritos, mediação, conciliação, arbitragem e outros
internacional. meios pacíficos, e obrigam-se a não recorrer individual
Assim, nos termos do artigo 51 da Constituição da Re- ou colectivamente ao uso da força contra a soberan'a,
pública, a Assembleia Popular determina: integridade territorial e a independência política de cada
uma delas
É ratificado o Acordo de Não-Agressão e Boa Vizinhaça, 2. Para efeitos do presente artigo, o uso da força com-
designado por «Acordo de Nkomati», celebrado em 16 de preende inter alia:
Março de 1984, entre o Governo da República Popular de
Moçambique e o Governo da República da África do Sul, a) Ataques por forças terrestres, aéreas ou marítimas;
cujo texto figure em anexo à presente resolução b) Sabotagem;
c) Concentração injustificada de tais forças ou na junto
Aprovada pela Assembleia Popular
das fronteiras internacionais das Altas Partes Contra-
Publique-se tantes;
d) Violação das fronteiras internacionais, terrestre,
O Presidente da República, Marechal da República aérea ou marítima, de qualquer das Altas Partes Con-
SAMORA M O I S É S MACHEL
tratantes.
Acordo de Não-Agressão e Boa Vizinhança 3. As Altas Partes Contratantes não apoiarão de qualquer
entre o Governo da República Popular de forma as forças armadas de qualquer Estado ou conjunto
Moçambique e o Governo da República de Estados que tenham sido mobilizados contra a soberania
da África do Sul territorial ou independência política da outra Parte
b) Eliminar dos respectivos territórios bases, centros, e abrigações internacionais e os compromissos decorrentes
de treino, locais de guarida, alojamento e trânsito do presente Acordo.
para os elementos que pretendam realizar as acções ARTIGO 7
referidas no n.° 1 deste artigo,
c) Eliminar dos respectivos territórios centros ou de- As Altas Partes Contratantes empenham-se em interpretar
pósitos de armamento de qualquer tipo, a serem uti- o presente Acordo dentro do princípio da boa-fé e realizarão
lizados pelos elementos referidos no n 0 1 deste artigo; contactos periódicos entre si para garantir a efectiva aplica-
d) Eliminar dos respectivos territórios postos ou locais ção do Acordo.
de comando, direcção e coordenação dos elementos ARTIGO 8
referidos no n.° 1 deste artigo,
e) Eliminar dos respectivos territórios instalações de Nenhuma disposição do presente Acordo poderá ser
comunicação e telecomunicação entre o comando e entendida como restringido o direito de autodefesa de cada
os elementos referidos no n 0 1 deste artigo; uma das Altas Partes Contratantes, em caso de ataques ar-
f) Eliminar e proibir a instalação nos respectivos ter- mados, nos termos em que tal direito vem consagrado na
ritórios de estações de radiodifusão, incluindo emis- Carta das Nações Unidas.
sões não oficiais ou clandestinas de elementos que
ARTIGO 9
levem a cabo as acções referidas no n.° 1 deste artigo,
g) Exercer nos respectivos territórios controle rigoroso 1 Cada uma das Altas Partes Contratantes designará
sobre elementos que se proponham realizar ou pla- representantes de nível elevado para integrar uma Comissão
near as acções referidas no n.° 1 deste artigo; Conjunta de Segurança, com o objectivo de supervisar e
h) Impedir que elementos que se proponham ou pla- controlar a aplicação do presente Acordo
neiam realizar as acções referidas no n.° 1 deste ar- 2. A Comissão determinará os seus próprios procedi-
tigo transitem de um ponto do interior do território mentos de trabalho.
de qualquer das Partes para outro ponto do território 3 A Comissão deverá reunir-se regularmente e poderá ser
da outra ou para um outro ponto do território de convocada a título exraordinário sempre que as circunstân-
qualquer terceiro Estado que faça fronteira com a cias o exigirem
Alta Parte Contratante contra a qual os referidos ele- 4 A Comissão deverá:
mentos se propõem ou planeiam realizar tais acções,
i) Tomar medidas apropriadas nos respectivos ter- a) Apreciar todas as alegações de violação das disposi-
ritórios para impedir o recrutamento de elementos de ções do presente Acordo;
qualquer nacionalidade com o objectivo de levar a b) Notificar as Altas Partes Contratantes das suas
cabo as acções referidas no n.° 1 deste artigo, conclusões;
j) Impedir que a partir dos seus respectivos territórios c) Recomendar às Altas Partes Contratantes medidas
os elementos referidos no n.° 1 deste artigo possam, que visem a aplicação eficaz do presente Acordo
por qualquer meio, levar a cabo acções de rapto e e a resolução dos diferendos decorrentes de viola-
outras, com vista a tornar reféns cidadãos de qualquer ções ou alegadas violações
nacionalidade no território da outra Alta Parte Con-
tratante; 5 Altas Partes Contratantes definirão o mandato dos
k) Proibir a concessão nos seus respectivos territórios respectivos representantes, de modo a permitir a tomada de
de qualquer facilidade de ordem logística para a rea- medidas provisórias, em casos de reconhecida urgência.
lização das acções referidas no no 1 deste artigo 6. As Altas Partes Contratantes porão à disposição da
Comissão todas as facilidades necessárias ao seu bom fun-
3 As Altas Partes Contratantes não utilizarão o território cionamento e apreciarão em conjunto as conclusões e reco-
de terceiros Estados para levar a cabo ou apoiar as acções mendações por ela submetidas.
referidasnos n.os 1 e 2 deste artigo.
ARTIGO 10
ARTIGO 4
Este Acordo será também designado por Acordo de Nko-
As Altas Partes Contratantes tomarão medidas, individual mati.
e conjuntamente, para assegurar que a fronteira interna- ARTIGO 11
cional entre os respectivos territórios seja efectivamente
patrulhada e que os postos de fronteira funcionem com 1. Este Acordo entra em vigor na data da sua assinatura
eficiência para impedir a travessia ilegal do território de 2. Qualquer alteração deste Acordo, concordada pelas
uma das Altas Partes Contratantes para o território da outra, Altas Partes Contratantes, poderá ser efectuada por Troca
nomeadamente pelos elementos referidos no artigo 3 do pre- de Notas
sente Acordo. Em fé do que, os signatários, em nome dos respectivos
Governos, assinam e selam este Acordo, em quadruplicado,
ARTIGO 5
nas línguas portuguesa e inglesa, sendo ambas as versões
As Altas Partes Contratantes proibirão nos seus territórios igualmente autênticas.
acções de propaganda que incitem à guerra de agressão con- Feito e assinado na fronteira comum nas margens do Rio
tra a outra Alta Parte Contratante e proibirão igualmente Nkomati, aos 16 dias do mês de Março de 1984.
as acções de propaganda destinadas a incitar a actos de
terrorismo e guerra civil no território da outra Alta Parte Pelo Governo da República Popular de Moçambique,
SAMORA M O I S É S M A C H E L Marechal da República, Presi-
Contratante
dente da República Popular de Moçambique, Presidente
ARTIGO 6
do Conselho de Ministros. — Pelo Governo da República
As Altas Partes Contratantes declaram que não há con- da África do Sul, P I E T E R W I L L E M B O T H Primeiro-Ministro
flito entre os compromissos por elas assumidos em tratados da República da África do Sul
27 DE ABRIL DE 1984 40—(9)
actuais problemas económicos Ele criou condições para lismo e o imperialismo, pela libertação nacional, pela
que as acções económicas possam desenvolver-se com independência, pela democracia e progresso social.
regularidade e no tempo previsto. Os deputados manifes- A Assembleia Popular debateu em detalhe a vida das
taram a sua total disponibilidade em desenvolver esforços Assembleias do Povo. Analisou em particular o seu nível
adicionais para curar as feridas que foram sucessivamente de funcionamento, debruçando-se nomeadamente sobre a
provocadas ao país, ano após ano, desde a independência periodicidade das sessões, a actividade das comissões de
nacional trabalho, as experiências de aplicação dos princípios de
A Assembleia Popular considerou que a tarefa essencial subordinação das assembleias de escalão inferior às de
é a de concentrar os esforços na liquidação definitiva dos escalão superior e dos órgãos executivos às assembleias do
bandidos armados e na recuperação económica nível respectivo.
No contexto da reconstrução nacional, deverá ser dada Os deputados constataram que um trabalho vivo e
prioridade à ocupação física, política, administrativa e concreto das Assembleias do Povo exige que cada deputado
económica das zonas devastadas pelos bandidos armados tenha uma vinculação permanente com os cidadãos eleito-
É necessário revitalizar o conjunto da economia nacional res. Um trabalho dinâmico implica igualmente a estrutura-
através da concretização das directivas económicas e sociais ção nas assembleias de órgãos permanentes formados pelos
do IV Congresso do Partido Frelimo, nomeadamente con- seus deputados.
cedendo maior apoio ao sector familiar e privado, forta-
lecendo a gestão empresarial e agindo com maior incidên- A Assembleia Popular considerou ser indispensável indi-
cia no sector produtivo car o processo de implementação do sistema de inspecção
popular tal como foi definido pelo IV Congresso do Partido
Os deputados da Assembleia Popular ao debaterem os Frelimo
objectivos, métodos e resultados da Operação Produção
consideraram que constitui um meio correcto de orientar Os deputados da Assembleia Popular estudaram especi-
a população excedentária dos centros urbanos para activi- ficamente as nossas experiências eleitorais anteriores no
dades produtivas nas zonas rurais e de promover o apro- contexto da análise das próximas 2 a s eleições gerais e
veitamento da força de trabalho sem emprego ou subutili- pronunciaram-se sobre as medidas necessárias à sua cor-
zada Acentuaram contudo, que devem ser adoptadas recta preparação e realização
medidas correctivas dos erros já detectados, a fim de Ultrapassada a fase de criação das Assembleias do Povo.
impedir o desvirtuamento da Operação Produção e garantir a Assembleia Popular declara que devemos consolidar as
que prevaleçam os seus objectivos de dignificar o trabalho, Assembleias do Povo como órgãos de exercício efectivo do
de criar em cada cidadão a consciência de que deve ser poder popular
socialmente útil, de contribuir eficazmente para o combate Tendo debatido em profundidade a realidade presente
à improdutividade e marginalidade. do país no plano interno e externo, a Assembleia Popular
Examinando o estado da legalidade no país, a Assembleia considerou que as dificuldades actuais encontram a sua
Popular constatou que ainda se verificam violações, irregu- solução na implementação das decisões do IV Congresso
laridades e arbitrariedades que constituíram a razão do Neste contexto e na concretização das resoluções da
desencadeamento da Ofensiva da Legalidade III Sessão do Comité Central do Partido Frelimo, a As-
Os deputados da Assembleias Popular concluíram que sembleia Popular determina:
a manutenção da Ofensiva da Legalidade como uma prática
permanente é uma das garantias da ordem pública, da
segurança e tranquilidade interna, valores que a ética
da revolução moçambicana encerra
1. Nas Forças de Defesa e Segurança deve ser prossegui-
A Assembleia Popular ao apreciar as acções desenvolvi- da a ofensiva organizativa, de modo a
das no quadro da ofensiva diplomática, assentes nos
princípios básicos que orientam o nosso Partido e Estado, — Consolidar a sua organização,
reafirmou o facto de que o estabelecimento dum clima de — Reforçar a preparação combativa das Forças Ar-
paz, de cooperação, de igualdade e de justiça, constituem madas de Moçambique (FPLM) adaptando-as
expressão das mais profundas aspirações do povo mo- cada vez mais às novas tácticas dos bandidos
çambicano que, em tranquilidade, quer vencer o subdesen- armados;
volvimento e edificar o socialismo. — Valorizar o Serviço Militar Obrigatório e melhorar
A Assembleia Popular considerou que a ofensiva diplo- o nível de organização do recrutamento militar,
mática permitiu divulgar a natureza da nossa política — Elevar o nível de organização das Milícias Populares
socialista de paz, de independência, de não-alinhamento e unificando-lhes o comando e subordinando-o ao
de cooperação com todos os países, e denunciar que o comando das Forças Armadas Neste contexto
rcgime de apartheid constitui o factor essencial da desesta- importa garantir o cumprimento das orientações
bilização da África Austral já definidas sobre a selecção, preparação e en-
A Assembleia Popular congratulou-se pela assinatura do quadramento dos milicianos, recorrendo nomea-
Acordo de Nkomati, expressão da vitória da política so- damente à participação popular na purificação
cialista de paz praticada pela República Popular de Mo- dos infiltrados
çambique
A Assembleia Popular saudou as acções diplomáticas 2 Reconhecendo a importância das Forças Locais no
desenvolvidas Elas têm alcançado os seus objectivos e combate aos bandidos armados, é fundamental melhorar
são coerentes com os princípios da política externa consa- a sua organização e fortalecer o seu comando
grados na Constituição da República 3 As Forças Armadas de Moçambique (FPLM) devem
A Assembleia Popular concluiu que a defesa dos inte- generalizar o treino militar e intensificar a educação patrió-
resses do povo moçambicano, constituindo uma constante tica entre os jovens nas escolas, nos institutos, na universi-
da nossa política, é parte indissociável da luta pela conso- dade e outras instituições de ensino, nas empresas, coope-
lidação e fortalecimento da revolução socialista em Mo- rativas, hospitais, em todos os locais de trabalho e de
çambique, sendo parte da luta dos povos contra o colonia- residência
27 DE ABRIL DE 1984 40—(11)
4. A Assembleia Popular responsabiliza as estruturas A Operação Produção deve neste contexto, ser prosse-
políticas e administrativas locais, pelo apoio e participação guida no sentido de promover o enquadramento na pro-
dos deputados, para o enquadramento correcto das popu- dução dos trabalhadores subempregados e improdutivos.
lações vítimas da acção dos bandidos armados. Estas 4. Para uma adequada aplicação dos recursos disponí-
estruturas devem mobilizar os recursos locais para a re- veis, o Governo deve introduzir, no corrente ano, a regula-
construção da vida económica e social das populações mentação do processo de investimentos internos com vista
afectadas, consolidando política e economicamente as áreas a que se realizem fundamentalmente os projectos cuja
em que vivem. viabilidade técnico-económica esteja claramente demons-
5. A Assembleia Popular exorta todos os cidadãos a trada e para os quais estejam assegurados os meios indis-
agudizar a vigilância popular, dando particular atenção pensáveis.
às manobras do inimigo, nas suas tentativas de infiltração 5. No corrente ano, em todos os sectores económicos,
no seio das famílias, procedendo-se ao controlo rigoroso da no aparelho de Estado e nas empresas, têm de ser intro-
movimentação das pessoas. duzidas medidas que garantam a contenção de despesas
Exorta igualmente os deputados a todos os níveis, a e o rigoroso controlo da aplicação dos fundos.
engajarem-se activamente no combate aos bandidos arma- Em particular, em 1984, no aparelho de Estado o fundo
dos, participando na mobilização e no enquadramento do de salários global não poderá crescer, sendo em princípio
povo para intensificar a vigilância, detectar e combater as vedado o recrutamento de novos trabalhadores. Todas as
manobras do inimigo. nomeações, reavaliações ou reajustamentos salariais serão
efectuadas por meio de concursos e necessitarão de inter-
II — No âmbito económico venção do Ministério das Finanças.
6 Os deputados ao assumirem que no PEC-84 os re-
1. As estruturas do aparelho de Estado de direcção da cursos disponíveis são escassos, serão conscientes de que
economia devem tornar-se mais operativas, eficientes e deverão buscar meios adicionais através de maior apro-
actuantes por forma a garantir a realização, em devido veitamento de reservas económicas disponíveis localmente,
tempo, das tarefas do Plano Estatal Central para 1984. e através de maior desenvolvimento da iniciativa criadora
Neste contexto, deverão ser adoptadas medidas concretas aplicando com maior dinamismo o princípio de contar com
para criar as condições do arranque da nossa economia. as próprias forças.
2. Para o funcionamento regular da economia devem O cumprimento do Plano e a melhoria das condições
ser eliminados a ingerência e o bloqueio de carácter admi- de vida exige ainda o desenvolvimento de pequenos pro-
nistrativo, para que a empresa se torne efectivamente a jectos, em particular no fomento da actividade artesanal
célula base da nossa economia. Em 1984, o Governo deve e da indústria local.
aprovar e fazer aplicar leis e normas económicas que
libertem as forças produtivas do país. A solução dos nossos problemas assenta no apoio prio-
ritário que conferimos aos produtores, em todos os aspectos
O Governo deve em particular-
da vida económica e social, em especial o sector familiar
— Adoptar medidas no âmbito da política de preços e privado, elementos importantes na melhoria da situação
que proporcionem benefícios efectivos aos pro- económica do país nesta fase.
dutos, que incentivem a produção mercantil e 7. A luta que empreendemos contra o subdesenvolvi-
que promovam a eficiência e a produtividade das mento exige de cada um de nós uma atitude activa e dinâ-
empresas; mica na defesa da economia, na protecção dos bens do
— Aprovar legislação sobre o sistema cambial que Estado, no controle e fiscalização dos circuitos de comer-
estimule os sectores geradores de divisas; cialização e de distribuição.
— Introduzir legislação e regulamento de carácter la-
No âmbito do controlo da actividade económica em geral
boral, concretizando um sistema de remuneração
cabe aos órgãos estatais nos vários escalões, com a parti-
que ligue o salário a produção, que incentive a
qualificação profissional permanente e que pre- cipação das Organizações Democráticas de Massas, intensi-
meie o bom trabalho e penalize o mau. Neste ficar e organizar o controlo popular.
domínio, devem ainda ser definidas as obrigações Para defesa da economia, no corrente ano, os organismos
dos trabalhadores. As normas disciplinares deve- estatais de inspecção e controlo terão de ser mais actuantes
rão contemplar sanções monetárias para casos e agir regular e sistematicamente.
de infracção aos procedimentos e regulamentos 8. Considerando que o PEC-84 se vai realizar num
de trabalho momento em que a economia moçambicana atravessa um
período crítico, resultante de factores negativos acumulados
3. No contexto da promoção do funcionamento regular nos últimos anos, a Assembleia Popular exorta a todos os
da economia os órgãos centrais do Estado devem também cidadãos para maior racionalização na utilização do com-
introduzir, em 1984, medidas que, em conjunto, promovam bustível, das matérias-primas, em particular as importadas,
a valorização do metical, corrigindo anomalias no âmbito e para uma adequada manutenção e utilização de equi-
de preços e salários, emprego, crédito, impostos e margens pamentos e a maquinaria.
de comercialização. Em 1984, todos os sectores devem aplicar medidas que
Neste processo, é ainda imperativo que as empresas estimulem a prática contínua e sistemática da poupança,
produzam lucros. Durante o ano de 1984 o aparelho de da austeridade e da racionalização dos gastos materiais
Estado, a todos os níveis, deve introduzir medidas orga- e financeiros, como fontes importantes de obtenção de
nizativas e económicas que assegurem a viabilidade das recursos adicionais para o desenvolvimento.
empresas através de uma melhor utilização de recursos e 9. Na valorização e na melhor utilização dos nossos
da capacidade instalada. Com este objectivo, deve criai recursos e como contribuição determinante para o aumento
condições para que as empresas funcionem com maior de produção e da produtividade e para a melhoria da
autonomia administrativa e financeira, capacitando-se para organização económica do pais é decisiva a reactivação,
uma melhor gestão económica, técnica e financeira. em todos os sectores, da Ofensiva Política e Organizacional.
4 0 - ( 1 2 ) I SÉRIE —NÚMERO 17
6. Deve ser alterada a periodicidade das sessões das As- vamente os deputados, materializando as orientações tra-
sembleias do Povo actualmente em vigor, passando: çadas pelo Bureau Político do Comité Central do Partido
— A Assembleia Provincial a reunir-se de 4 em 4 me- Frelimo sobre a comemoração desta data.
ses,
— A Assembleia Distrital a reunir-se de 3 em 3 meses; VII — Prestação de Contas.
— A Assembleia de Localidade reunir-se de 2 em
2 meses A Comissão Permanente da Assembleia Popular deve
organizar a prestação de contas a realizar perante a As-
A duração das sessões das Assembleias do Povo deve ter sembleia Popular pelos seus deputados e pelo Governo
em coma o numero e especificidade dos assuntos a tratar, sobre o grau de implementação das decisões tomadas na
bem como o momento da vida económica e social em que 12.a Sessão da Assembleia Popular.
se realizam
7. As Assembleias do Povo devem aplicar métodos de
trabalho simples, afastando os procedimentos protocolares VII I Bandeira Nacional.
inadequados que sejam mera repetição dos realizados a
um escalão superior, de modo a garantir uma participação Nos livros das escolas do nosso País devem ser intro-
mais activa dos deputados, a transmissão das suas experiên- duzidas as palavras proferidas pelo Presidente da Repú-
cias concretas e uma melhor discussão dos problemas blica, na 12.a Sessão acerca do significado da Bandeira
concretos da vida do povo. Nacional, cujo conteúdo histórico e de exaltação patriótica
contém uma força educativa profunda essencial à formação
As intervenções dos deputados podem, portanto, ser das jovens gerações, continuadoras das gloriosas tradições
feitas sem texto previamente escrito. revolucinárias do povo moçambicano dirigido pela FRE-
Deve-se ainda cuidar e estimular em cada sessão as LIMO na luta pela conquista da Independêcnia Nacional
manifestações culturais de cada local no sentido de que e do Poder Popular.
constituem parte da cultura nacional.
8. Não podem ser criadas novas unidades político-admi-
mstrativas sem considerar a eleição da respectiva Assem- IX — Saudações.
bleia do Povo e seu Conselho Executivo
9 É necessário adoptar medidas, incluindo no âmbito A Assembleia Popular saúda as gloriosas Forças Arma-
financeiro, que eliminem a classificação de «localidades das de Moçambique (FPLM), os soldados, sargentos e
administrativas» e «localidades políticas» oficiais que com firmeza e heroísmo combatem os bandidos
10 Em especial, ao nível da Assembleia Popular, a sua armados para que a paz e a tranquilidades sejam a reali-
Comissão Permanente deve: dade do dia-a-dia da vida do povo moçambicano Saúda
igualmente as Forças Policiais, as Forças Locais, a Segu-
— Melhorar o trabalho da Assembleia Popular e rança Popular, as Milícias Populares e os Grupos de Vigi-
dinamizar a actividade individual e colectiva dos lânc a pela sua permanente acção de vigdencia e combate
seus deputados; contra os bandidos armados, os criminosos, os marginais
— Criar uma comissão permanente para as relações
internacionais,
A Assembleia Popular saúda o povo moçambicano, todos
— Criar uma comissão de inspecção popular de ca-
os patriotas firmemente engajados na liquidação dos bandi-
rácter permanente;
dos armados e na luta contra a fome, a nudez, a ignorância
— Assegurar que o Conselho de Ministros dê perio- e a miséria É no trabalho árduo e com disciplina, no
dicamente relatório global das actividades do estudo permanente e no combate sem tréguas aos nossos
Governo à Assembleia Popular; inimigos que todos edificamos a Pátria moçambicana de-
— Assegurar a orientação e apoio às Assembleias do senvolvida e socialista de que nos orgulhamos.
Povo de escalão inferior, em particular às As-
sembleias Provinciais. A Assembleia Popular manifesta também o seu apreço
pelos trabalhadores das várias nacionalidades que movidos
11. Relativamente às 2.as eleições, estas devem ter lu- pelos ideais de solidariedade de cooperação unem-se ao
gar no segundo semestre de 1985 povo moçambicano nas realizações economias e sociais
Importa, entretanto, reactivar os órgãos do poder popular necessárias ao crescimento e prosperidade do nosso País
aos vários níveis no cumprimento das tarefas prioritárias Os deputados da Assembleia Popular, reconhecendo a
da liquidação dos bandidos armados e da criação das justeza das decisões do IV Congresso do Partido Frelimo,
condições de arranque decisivo da nossa economia. saúdam-nas vivamente e consideram-nas um guia perma-
As 2.as eleições gerais serão parte do movimento de cele- nente das assembleias e da vida de todo o povo moçambi-
bração do 10 ° Aniversário da Independência Nacional a cano. Saúdam ainda as decisões da III Sessão do Comité
realizar em 1985 Central do Partido Frelimo que sendo uma aplicação cor-
recta das decisões do IV Congresso, contém orientações
VI — Comemoração do 25 de Setembro. e tarefas de primordial importância para vencermos a
crise e rompermos com o subdesenvolvimento
Aproxima-se o 20.° aniversário do 25 de Setembro, data
plena de significado para a nossa revolução. Esta data Os deputados da Assembleia Popular consideram que
deve ser assinalada condignamente por todo o povo e em o sucesso dos trabalhos desta sessão se deve às lúcidas
particular pelos seus representantes democrativamente elei- orientações definidas pelo Presidente da República no seu
tos, os deputados. discurso de abertura e, uma vez mais, à sua atitude cora-
Ciente da necessidade de se atribuírem tarefas concretas joso e entusiástica que serve de guia e farol à nação
aos deputados das assembleias aos diferentes níveis, no inteira.
âmbito das comemorações do 25 de Setembro, a Assembleia Os momentos altos da vida nacional vividos desde a
Popular estabelece que cada assembleia deve aprovar um última sessão da nossa assembleia resultaram das posições
programa de tarefas que responsabilize individual e colecti- esclarecidas, firmes e de grande visão e realismo histórico
40-(14) I SÉRIE —NÚMERO 17
que o Presidente Samora Moisés Machel mais uma vez amizade os Povos irmãos de Angola, Cabo Verde, Guiné-
demonstrou. - Bissau e São Tomé e Príncipe.
Por tudo isto os deputados saúdam com calor e viva
emoção Sua Excelência o Presidente da República Popu- A Luta Continua'
lar de Maçambique.
Os deputados da Assembleia Popular manifestam una- Aprovada pela Assembleia Popular.
nimemente elevada honra e grande alegria pelo privilégio Publique-se
que constitui a presença dos ilustres Chefes de Estado dos
Países Africanos de expressão oficial portuguesa nesta O Presidente da República, Marechal da República
12.a Sessão da Assembleia Popular e saúdam com profunda SAMORA MOISÉS MACHEL