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Índice

Introdução..........................................................................................................................1

4 de Outubro: Acordo Geral de Paz..................................................................................2

A Guerra dos 16 anos.....................................................................................................4

Objectivo da Guerra civil...............................................................................................5

Factores para o Início da Guerra Civil em Moçambique...............................................5

Consequências da Guerra Civil em Moçambique (1976-1992).....................................6

Causas Internas da Guerra dos 16 anos em Moçambique..........................................7

Cronologia do conflito entre a RENAMO e o Governo de Moçambique..................9

Conclusão........................................................................................................................13

Bibliografia......................................................................................................................14

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Introdução

Guerra civil moçambicana foi um conflito civil que começou em 1977 dois anos após o
fim da guerra de independência de Moçambique, e que foi semelhante a guerra civil
angolana, visto que ambas eram guerras secundárias dentro do contexto maior guerra
fria.

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4 de Outubro: Acordo Geral de Paz

Comemora-se a 4 de Outubro quinze anos de paz e reconciliação nacional, alcançadas


com o Acordo Geral de Paz, assinado em Roma, em 1992, entre o Governo
moçambicano e a Renamo. Pôs-se fim a uma guerra que devastou a economia nacional
e teve consequências trágicas para a população.

Na origem desta guerra estão vários factores sendo de destacar as grandes tensões
político-militares que, desde 1975 (ano da independência), se fizeram sentir entre
Moçambique e os países vizinhos da Rodésia e África do Sul. Estes dois países, cujos
governos, de fortes características coloniais, temiam o avanço do socialismo pela África
Austral, desencadearam, desde 1976, várias operações militares em território
moçambicano e apoiaram a criação do Movimento Nacional de Resistência (MNR) que
integrou moçambicanos opostos ao regime recém-criado da Frelimo.

A partir de 1981, uma força da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) foi-se


infiltrando no interior de Moçambique, sobretudo na Província de Gaza e espalhou-se
rapidamente pelas regiões do sul e do centro.

Entre 1982 e 1983, forças da Renamo actuavam nas províncias de Gaza, Manica,
Sofala, Tete, Zambézia, Nampula e Niassa e, para sul, em Inhambane e Maputo.

A 16 de Março de 1984, as autoridades moçambicanas assinaram o Acordo de Nkomati


com a África do Sul. O acordo ditava a cessação do apoio de Moçambique às forças
nacionalistas sul-africanas do Congresso Nacional Africano (ANC), com a África do
Sul a retirar o seu apoio à Renamo. Todavia, este acordo foi insuficiente para terminar a
guerra, uma vez que as actividades da Renamo prosseguiram.

Em 1989, o governo moçambicano desenvolveu novos esforços para obter um


entendimento que levasse ao fim da guerra civil, causa de pesadas perdas humanas e
materiais. Nesta fase, desempenharam um papel importante as Igrejas Católica e
Anglicana, o Conselho Cristão de Moçambique e os dirigentes do Quénia e do
Zimbabwe.

Em 1990, iniciaram-se conversações mais directas e formais em Roma, com o apoio da


Comunidade de Santo Egídio e do Governo Italiano. Seguiram-se nove rondas
negociais.

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A 4 de Outubro de 1992, realizou-se em Roma a assinatura do Acordo Geral de Paz,
entre o Governo moçambicano e a Renamo, que pôs fim à guerra.

O Acordo foi composto por sete Protocolos, que regulavam questões de carácter
político, militar e económico. Para a sua implementação foram constituídas Comissões,
que funcionaram entre finais de 1992 e finais de 1994, ou seja, por um período
aproximado de dois anos. A Comissão de Supervisão e Controlo (CSC) foi o principal
órgão coordenador e controlador da implementação do Acordo. Foi criada ao abrigo do
Protocolo I e presidida por Aldo Ajello, representante local do Secretário-Geral das
Nações Unidas. Integrou uma delegação da Renamo, chefiada por Raúl Domingos e
uma delegação do Governo, chefiada por Armando Guebuza. Incluiu representantes da
Itália, Portugal, Reino Unido, Estados Unidos da América, França, OUA e Alemanha.

A esta Comissão coube:

 Garantir as disposições contidas no Acordo Geral de Paz;


 Garantir o respeito pelo calendário previsto para o cessar-fogo e para a
realização de eleições;
 Responsabilizar-se pela interpretação autêntica dos acordos;
 Dirimir os litígios surgidos entre as partes;
 Orientar e coordenar as actividades das comissões que se lhe subordinaram.

Em paralelo, entraram em funções as Comissões subordinadas:

 Comissão de Cessar-Fogo (CCF);


 Comissão de Reintegração (CORE);
 Comissão Conjunta para a Formação das Forças Armadas de Defesa e
Segurança de Moçambique (CCFADM);
 Comissão Nacional dos Assuntos Policiais (COMPOL);
 Comissão Nacional de Informação (COMINFO);
 Comissão Nacional da Administração Territorial;
 Comissão Nacional de Eleições;
 O Tribunal Eleitoral.

Nesses dois anos (1992 a 1994), o país passou por profundas mudanças: adopção do
multipartidarismo; realização das primeiras eleições multipartidárias, em Novembro de
1994; desenvolvimento de meios de comunicação social independentes; formação de

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diversas organizações e associações a nível da sociedade civil; passagem de uma
economia socialista centralizada para um regime neo-liberal.

O Acordo Geral de Paz deu origem ao ciclo político e económico que ainda hoje
vivemos em Moçambique.

A Guerra dos 16 anos

A guerra dos 16 anos, foi um conflito civil que começou em 1977, dois anos após da
guerra de independência de Moçambique, e que foi semelhante à Guerra Civil angolana,
visto que ambas eram guerras secundárias dentro do contexto maior da Guerra Fria. O
partido no poder, a FRELIMO e as forças armadas de moçambicanas eram
violentamente contrário a RENAMO, que recebia financiamento da Rodésia, e mais
tarde da África do Sul.

Durante o conflito, cerca de um milhão de pessoas morreram e por conta de crises de


fome, cinco milhões de civis foram deslocados e muitos sofreram amputações por minas
terrestres, um legado que continua a assolar o país.

O conflito terminou em 1992 com o Acordo geral de Paz e as primeiras eleições


multipartidárias do país foram realizadas em 1994. No entanto, passado mais de vinte
anos de paz formal, Moçambique presenciou em 2013 o ressurgimento do conflito
armado nas regiões centrais e norte do país, pondo em questão a parente estabilidade
democrática e o processo de reconciliação.

Imediatamente a seguir a independência do Moçambique, alguns militares ou (ex-


militares) portugueses e dissidentes da FRELIMO, instalaram-se na Rodésia, que vivia
uma situação de “independência unilateral”não reconhecida pelas maiores partes do
mundo.

O regime de Ian Smith, já a braços de um movimento interno de resistência que


aparentemente tinha algumas bases em Moçambique, aproveitou esses dissidentes para
atacar essas bases.

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De facto, a FRELIMO apoiava esses rebeldes rodesianos e, em 1976 o governo de
Moçambique declarou oficialmente aplicar as sanções pela ONU contra o governo
ilegal de Salisbúria e fechou as fronteiras de com aquele país. A Rodésia dependia em
grande parte o corredor da Beira, incluindo as linhas de caminho de ferro, a estrada e o
oleoduto que ligavam o porto da Beira àquele país encravado.

Objectivo da Guerra civil

Geralmente, as guerras civis (dependendo do contexto de cada caso) têm objectivos de


tomar o controlo do país; conquistar a independência de uma determinada região; mudar
a política do governo; manifestar avidez pelo poder; combater injustiças.

Factores para o Início da Guerra Civil em Moçambique

Considera-se que o início do conflito após a independência era resultante de um


conjunto de factores destacando-se:

1. A existência de situações coloniais e racistas na região, sendo a luta contra esses


regimes uma prioridade da FRELIMO e da OUA (Organização da Unidade
Africana);

2. As políticas económicas e externas da FRELIMO;

3. O contexto internacional da Guerra Fria, considerando a importância da região


em alguns recursos minerais estratégicos;

4. A aplicação do processo de recolocação das populações (criação das aldeias


comunais);

5. A quase inexistência de serviços prestado pelo Estado.

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Consequências da Guerra Civil em Moçambique (1976-1992)

a) 1 Milhão de mortos;

b) 454.000 Crianças de idade inferior aos 15 anos mortas entre 1981 e 1988 (45 das
vítimas);

c) 23% de crianças entre os feridos registados nas unidades sanitárias;

d) 7.000 Crianças deficientes devido às minas entre 1980 e 1993;

e) 50.000 Pessoas amputadas, das quais 7.000 crianças e mulheres;

f) Dos 92.881 soldados e guerrilheiros desmobilizados (76,3 do exército governamental


e 23,7% da Renamo) após o Acordo de Paz de 1992, cerca de 28% tinham menos de 18
anos: 4.678 menos de 13 anos 6.828 estavam entre 14 e 15 anos e 13.982 entre 16 e 17
anos totalizando 25.498;

g) Acima de 250.000 crianças órfãs e não acompanhadas. As crianças foram submetidas


a repetidas experiências traumáticas: ameaças de morte, terror, agressões, processos
sistemáticos de desumanização, fome, sede, malnutrição, exploração pelo trabalho,
abuso sexual, envolvimento em actos militares. No que toca a sua personalidade foram
verificados os seguintes distúrbios: falta de confiança nos adultos e em si próprias, falta
de perspectiva de futuro ou perspectiva pessimista; isolamento, depressões, fobias
diversas, falta de mecanismos adequados para resolução de conflitos, capacidade muito
limitada para aceitar frustrações, sistemas neuróticos diversos:

a) Cerca de 1/3 de criança morrendo antes dos 5 anos;

b) 1.000 por cada 10.000 nado-vivos de taxa de mortalidade materna;

c) 1/3 da população malnutrida;

d) 2/3 de pobreza absoluta;

e) Mais de 150 aldeias e localidades destruídas;

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f) Cerca de 4.5 milhões de deslocados internos;

g) Mais de 1.5 milhões de refugiados no exterior;

h) Acima de USD 7 biliões de prejuízos de economia nacional;

i) Mais de metade de rede rodoviária destruída;

j) Mais de 50% das Unidades Sanitárias destruídas.

A génese do último conflito armado em Moçambique, a origem da Guerra dos 16 anos


em Moçambique, reparando as causas da mesma, tanto internas como externas.

Causas Internas da Guerra dos 16 anos em Moçambique

Na história da humanidade, em nenhum momento as guerras foram consideradas


benéficas, principalmente para o povo que é a maior vítima, mesmo que em alguns
casos seja o caminho viável. O historiador Heródoto da Grécia Antiga disse: “[...]só um
louco pode desejar guerras. A guerra destrói a própria lógica da existência humana
[…]”. Apesar dos prejuízos, os conflitos acontecem e ocupam lugares cimeiros nos
panteões da história universal, isto acontece muitas vezes em razão das incoerências da
vida constitucional.

Na esteira desse pensamento, Alaim Dieckhoff reitera que é essencial ser extremamente
cauteloso na garantia de direitos políticos específicos, pois este ponto é o que move a
maior parte dos conflitos, bastando-se recorrer para a história universal a título de
exemplo, como a Revolução Americana, a Francesa e tantas outras, que, sem dúvida, o
epicentro eram as liberdades. Ademais, Aristóteles indica-nos outras causas que estão
na origem das revoltas, como o terror, o poder demasiado, o desprezo, as intrigas, o
esquecimento e o aviltamento.

Na África, as causas dos conflitos não fogem à regra, enfatiza que depois da
descolonização africana foram notórias por toda a parte ditaduras e a falta de respeito
pelos direitos do homem, destaca como causa interna dos conflitos que assolam o
continente africano a inadequação das políticas e estratégias de desenvolvimento, que
não respondem às expectativas dos cidadãos, gerando descontentamento e insatisfação,
fato que acaba ocasionando as guerras civis.

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Uma das causas das guerras civis é o descontentamento das ideologias adotadas pelos
novos Estados. Lourenço do Rosário refere que “a guerra dos 16 anos foi terrível e das
mais violentas de quantas houve na segunda metade do século XX. Muitos chegam à
compara-la à Camboja pela irracionalidade e crueldade”. Todavia, mesmo com os actos
macabros perpetrados pela RENAMO, ela foi considerada como “panaceia”.

Deste modo, foi conquistando considerável apoio popular, principalmente de camadas


que se sentiam excluídas ou marginalizadas, pois a FRELIMO mudou a face desde os
tempos da luta de libertação nacional, tornando-se mais autoritária com o seu povo, não
permitindo ideias contrárias às suas, fato que derruba a democracia. Quando se afirma
que nenhuma democracia funciona sem partidos políticos, na medida em que o regime
democrático é activo quando se funde na competição entre os partidos.

De salientar que a transformação num partido marxista-leninista, em 1977, resultou no


abandono da prática da democracia participativa ao nível das populações, que,
anteriormente constituído por camponeses passou a ser formado pelo proletariado que
era insignificante, fato que engendrou um sentimento de exclusão nesses, assim como
foram marginalizadas as antigas autoridades tradicionais. Aliás, o pai do próprio líder da
RENAMO foi chefe tradicional, que serviu ao regime colonial e foi destronado depois
da independência nacional.

Na mesma perspectiva, foram proibidas as práticas mágico-religiosas tomadas como


obscurantismo, consubstanciada no artigo 15, da Constituição de 1975: A República
Popular de Moçambique realiza um combate enérgico contra o analfabetismo e
obscurantismo”. Desta maneira, nega-se a cultura, que é identidade de um povo.

Também, as várias congregações religiosas e comerciantes foram reprimidos, foi este


empilhado de situações que possibilitou que a RENAMO se tornasse a maior expressão
de oposição interna, apesar de tanta desumanidade causada à população. Outrossim,
Severino Elias Ngoenha evidencia que os novos Estados africanos cometeram
consideráveis erros, fato que confluiu em divisões entre povos, provocando guerras
entre irmãos.

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Cronologia do conflito entre a RENAMO e o Governo de Moçambique

1975

Ao fim de mais de uma década de guerra de libertação, a República Popular de


Moçambique é proclamada a 25 de Junho por Samora Machel, Presidente da Frente de
Libertação de Moçambique, FRELIMO, e primeiro Presidente do país.

A Revolução dos Cravos, que, a 25 de Abril do ano anterior, tinha derrubado a ditadura
em Portugal, abriu o caminho para a independência das então províncias ultramarinas (à
excepção da Guiné-Bissau, cuja independência foi proclamada unilateralmente a 24 de
Setembro de 1973, reconhecida internacionalmente, mas não por Lisboa) e a assinatura
dos Acordos de Lusaka, a 7 de Setembro de 1974, entre o Estado português e a
FRELIMO. Na capital da Zâmbia é reconhecido o direito à independência do povo
moçambicano e acordada a transferência de poderes. A FRELIMO assume o poder e
declara Moçambique um estado mono-partidário marxista.

1976

Eclode uma guerra civil entre o Governo da FRELIMO e os rebeldes da RENAMO, a


Resistência Nacional Moçambicana. O conflito dura 16 anos. A maior parte deste
período inclui-se na Guerra Fria, que se reflecte nos apoios recebidos por um e pelo
outro lado: a FRELIMO, de orientação marxista a partir de 1977, é apoiada por países
como a União Soviética, enquanto a RENAMO recebe assistência da África do Sul a
partir de 1980, depois do colapso da Rodésia (actual Zimbabué).

1990

A FRELIMO abandona a ideologia marxista e revê a Constituição do país. O novo texto


prevê um sistema político multipartidário. O país abre-se para uma economia de
mercado. Governo e rebeldes reiniciam negociações no sentido de chegar a um cessar-
fogo. Já antes, em 1984, as duas partes do conflito tinham assinado um cessar-fogo sob
o Acordo de Nkomati. A condição, imposta no acordo, de que a FRELIMO retiraria o
seu apoio ao Congresso Nacional Africano, ANC, e a África do Sul, por sua vez, o seu à
RENAMO não sobrevivera muito tempo e este primeiro cessar-fogo saíra frustrado.

1992

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FRELIMO e RENAMO assinam o Acordo Geral de Paz a 4 de Outubro, em Roma,
Itália. No fim da guerra, contam-se mais de um milhão de mortos, a economia
moçambicana está de rastos e o país é considerado o mais pobre do mundo.

1994

A FRELIMO vence as primeiras eleições multipartidárias com 44% dos votos contra
38% da RENAMO. Joaquim Chissano é reeleito Presidente da República. Chissano
tinha assumido o cargo, depois da morte de Samora Machel num acidente de avião em
1986.

2000

Mais de 40 pessoas são mortas em tumultos durante protestos da RENAMO contra as


eleições de 1999, nas quais Chissano tinha sido, mais uma vez, reeleito contra o seu
adversário da RENAMO, Afonso Dhlakama. O maior partido da oposição protesta
contra alegada falta de transparência no escrutínio, enquanto observadores
internacionais afirmam que este foi livre e justo.

2009

O líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, ameaça recomeçar a guerra depois de voltar a


perder as eleições presidenciais contra Armando Emílio Guebuza, candidato da
FRELIMO. Em 2005, Guebuza tinha sido nomeado chefe de Estado, depois de vencer
as presidenciais de novembro do ano anterior. A RENAMO volta a acusar a FRELIMO
de fraude perante o resultado: 75% para Armando Guebuza. Desta vez, também
observadores acusam a Comissão Nacional de Eleições de não trabalhar de forma
independente.

2010

Moçambicanos saem à rua em protesto contra o aumento dos preços dos alimentos.
Várias pessoas morrem em confrontos com a polícia, que abre fogo contra os
manifestantes.

2012, 8 de Março

Um polícia é morto em confrontos com ex-combatentes da RENAMO, instalados há


três meses na sede do partido da oposição na cidade de Nampula, no norte do país.

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2012, 4 de Outubro

Moçambique festeja os 20 anos de paz e do Acordo Geral de Paz de 1992, que foi
assinado em Roma, na Itália. Cresce a insatisfação no seio da RENAMO. Reclamam
mais acesso às instituições do Estado, às Forças Armadas e à Comissão Nacional de
Eleições (CNE).

2012, 17 de Outubro

Dhlakama instala uma base militar na região da Gorongosa, no centro de Moçambique,


e começa a treinar antigos veteranos, exigindo uma nova ordem política. Satunjira foi a
primeira base fixa militar do então movimento rebelde da RENAMO em 1980. A data
do regresso de Dhlakama a Satunjira, 17 de Outubro, coincide com o aniversário do
primeiro líder da RENAMO, André Matsangaissa, morto em 1979 durante a guerra
civil.

Dlakhama chegou de Nampula, a capital do norte do país e uma das províncias de maior
implantação da RENAMO junto do eleitorado, onde tinha permanecido nos meses
anteriores após a sua saída da capital Maputo.

2012, 3 de Dezembro

Começam negociações entre o Governo e a RENAMO, que exige uma maior


representação nas forças armadas, a revisão do sistema eleitoral e um quinhão mais
importante das receitas de gás e carvão. As conversações falham.

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2013, 4 de Abril

Quatro polícias e um militante da RENAMO são mortos num ataque contra uma
esquadra da polícia na cidade de Muxúnguè, província central de Sofala. O objetivo é
libertar mais de uma dezena de militantes da RENAMO detidos numa invasão pela
polícia da sede do partido no dia anterior. O ataque do dia 4 é justificado pela
RENAMO como retaliação à invasão da sua sede.

A situação internacional

Com a Segunda Guerra Mundial, o mundo ficou dividido em duas esferas de influência,
o americano e o soviético, o que Adriano Moreira designou de dois mundialismos.
Como tal, vários conflitos eclodiram ao redor da terra, resultantes da competição entre
as potências referidas, munida cada uma do seu projecto mundialista. Para a consecução
de seus interesses, principalmente em África, os ocidentais criaram movimentos
armados para conseguir as mudanças que tanto almejavam, em detrimento da via de
desenvolvimento socialista, tal como aconteceu em Moçambique com a RENAMO.

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Conclusão

A Guerra Civil moçambicana durou cerca de 16 anos, por isso é também chamada
“Guerra dos 16 anos”, contudo, esta guerra pode também ser apelidada de “guerra de
desestabilização, porque desarmonizou e fragilizou por completo a economia e a
sociedade moçambicana.

Durante o conflito, cerca de um milhão de pessoas morreram em combate e por conta de


crises de fome, cinco mil de civis foram deslocados e muito sofreram amputações por
minas terrestres, um legado de guerra que continua assolar o país. O conflito terminou
em 1992 com o Acordo Geral de Paz e as primeiras eleições multipartidárias do país
foram realizadas em 1994. No entanto, passados mais de vinte anos de Paz formal,
Moçambique presenciou em 2013 o surgimento do conflito armado nas regiões centrais
e norte do país, pondo em questão a aparente a estabilidade democrática e o processo de
reconciliação. Apesar da enumeras negociações um novo acordo de paz não foi
concluída.

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Bibliografia

i. FINNEGAN, William. A complicated wor: Harrowing of Mozambique,


University of California Press, 1992.
ii. NHAPULO, Telésfero de Jesus. História 12ª Classe. Plural Editores, Maputo,
2013.

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ESCOLA BÁSICA DE CHUIBA

IIIº Trimestre

Tema: Celebração do dia 4 de Outubro.

Discente:

Isabel Luís Nr: 42

Trabalho de carácter
avaliativo sobre a
celebração do dia 4 de
Outubro. A ser avaliado
pelo,

Docente: Falume Bacar

PEMBA
2023

15
ESCOLA BÁSICA DE CHUIBA

Disciplina: Português

9ª Classe, Turma: C

Tema: Celebração do dia 4 de Outubro

Discente: Docente:

Isabel Luís Falume Bacar

PEMBA
2023

16

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