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AS TENTATIVAS DE SOLUÇÃO NEGOCIAL DO CONFLITO INTERNO

AS TENTATIVAS DE SOLUÇÃO NEGOCIAL DO CONFLITO INTERNO

As transformações que começaram depois de 1985 na URSS, com a eleição de


Mikhail Gorbachev, levaram ao abrandamento da Guerra Fria e do clima de
conflitualidade entre os países Ocidentais e os países de Leste, criando assim
perspectivas para uma solução pacífica (negocial) do conflito regional que opunha a
República Popular de Angola à África do Sul. Neste contexto a tensão militar foi
transferida para a fronteira norte, onde a R.D.C. ex-República do Zaire, se tornava
receptora do material militar enviado pelos EUA à UNITA. Foi neste clima, que no
ano de 1989, o presidente da República do Zaire, Mobutu, reuniu em Gbadolite com
José Eduardo dos Santos e Jonas Malheiro Savimbi na presença de vários estadistas
africanos. A reunião produziu um acordo de cessar-fogo declarada em 24 de Junho,
que nunca viria a entrar em vigor.

O Acordo de Gbadolite

Gbadolite é uma cidade localizada na República Democrática do Congo. É a capital


da província deNord-Ubangi. A cidade está localizada a 12 km ao sul do Rio Ubangi.
Segundo estimativas para2010, tem 48.083 habitantes. Foi a cidade onde morou o
antigo presidente Mobutu Sese Seko (nascido em Lisala).
Sob a mediação Zairense é assinado um Acordo em Gbadolite entre o Presidente de
Angola e o Lider da UNITA, conhecido por "Acordo de Gbadolite".

A busca pelo Acordo de Gbadolite contou com o grande engajamento do presidente


Mobutu, que depois da reunião de kinshasa de 27 de Abril de 1989, volta a encontrar-
se com eduardo dos santos durante a Cimeira de Luanda à 16 de Maio de 1989, que
reuniu também os presidentes Keneth Kaunda (Zâmbia), Omar Bongo (Gabão),
Manuel Pinto da Costa (S.Tomé e príncipe)Denis Sassou Nguesso (Gabão), Robert
Mugabe (Zimbabwé), visando encontrar uma solução negocial para a crise angolana
Nesta ocasião o presidente José Eduardo Dos Santos (governo de Angola), entrega ao
mediador (pres. Mobutu) um Plano de Paz para Angola, que era mais um processo de
rendição da UNITA, ao que um processo de reconciliação. A UNITA pretendia a
revisão da Constituição e a realização de Eleições Gerais em, Angola e o governo
angolano pretendia a manutenção das estruturas e instituições do estado. As duas
partes estavam desavindas. Na verdade, quer a UNITA, assim como o governo não
conheciam os Planos de Paz um do outro.
O plano de Paz do governo assentava nos seguintes pontos:
1º Respeito pela Constituição e pelas principais leis da República Popupar de Angola;
2º Cessação de todas interferências externas nos assuntos internos de angola;
3º Integração da UNITA nas instituições da República Popular de Angola;
4º Aceitação do afastamento voluntário e temporário de jonas Savimbi da cena
política angolana.
Estes pricípios não foram partilhados Jonas Savimbi, que rejeita uma integração e o
seu afastamente da vida política angolana e no caso, a sua organização não se
encontrava militarmente debilitada.
No final da Conferência de gbadolite foi lavrada um documento com os seguintes
pontos:
1º A vontade de todos os filhos de Angola de porem fim a Guerra e de proclamarem
perante o mundo a reconciliação nacional;
2º A cessação de todas as hostilidades, assim como a implantação do cessar-fogo, que
entraria em vigor às zero horas do dia 24 de Junho de 1989;
3º Constituição de uma Comissão encarregur de estabelecer as modalidades de
aplicação deste Plano que visa a reconciliação sob a mediaçáo a mediação do
presidente do Zaíre.
Foi neste espírito e na presença de 22 chefes de estado e de Governo de África, que se
realizaram em Gbadolite (Rep do Zaíre) a Cimeira de Gbadolite, que teve lugar em 22
de Junho de 1989.
Gbadolite foi assim uma das tentativas africanas no sentido de se resolver o conflito
interno angolano por via do diálogo. Foi efectivamente o primeiro aperto de mãos
entre o presidente angolano e o líder da UNITA, Jonas Savimbi.

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