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depois
O Protocolo de Lusaka foi um acordo que visava alcançar a paz
em Angola, assinado a 20 de Novembro de 1994 pelo governo
Angola e extintas forças militares da UNITA. Faz parte dos três
principais acordos de paz celebrados entre as duas partes. Foi
mais uma das várias tentativas de solução do então conflito
político – militar entre o MPLA, que formava o governo, e a
UNITA, que reivindica a instalação de um Estado
“verdadeiramente” democrático em Angola.
BENJAMIN SALOM ÃO
20 de Novembro, 201 7
Antecedentes
Das eleições livres e justas às acusações de fraude: tal como ficara acordado
nos termos de Bicesse, a realização das eleições legislativas e presidências
era um dos pontos mais altos da agenda de Bicesse. Após a publicação dos
resultados eleitorais, em que o MPLA ganharia as eleições legislativas e
presidenciais com maioria absoluta de 53,74 por cento dos votos, a frente da
UNITA com 34,1 por cento dos votos, e o candidato José Eduardo dos Santos
venceria a primeira ronda com 49,57 por cento dos votos, a frente de Jonas
Savimbi com 40,07 por cento dos votos, ficou marcada segunda volta para as
presidenciais. Não chegou a realizar-se devido ao reacender da guerra, fruto
da contestação dos resultados eleitorais feita inicialmente pela FNLA em 2 de
Outubro de 1992, seguido por um grupo de partidos políticos, incluindo a
UNITA, a 5 de Outubro (Fernando e Almeida, 2006).
A rota do fracasso
As lições de Lusaka
Vinte e três anos depois os angolanos ainda se perguntam, terá sido plano
divino? Tanto sofrimento imputado pelos irmãos compatriotas, terá sido
vontade dos homens? Os angolanos, ainda actualmente, tentam compreender
as razões da demora da chegada da paz. E cada vez mais percebem que
mesmo com a paz, continuam a existir motivos para a perpetuação dos seus
sofrimentos. Entendemos hoje que famílias foram destruídas: todos nós
perdemos um ou mais ente queridos, e a quem perdeu todos, outros
simplesmente desapareceram com sua geração devido aos efeitos nefastos da
guerra. Vinte e três anos depois, rejubilamos com a paz, mas “comemos”
pouco “dela” em relação ao que perdemos na guerra. Uma guerra que em
“muitos aspectos a luta pelo poder político, ou mantê-lo, tornou-se indistinguível
da luta para controlar os benefícios financeiros vindos do petróleo e diamantes”
(Comeford, 2005).
Salaan aleikun.