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A Invasão Dos Playboys Ciclistas
A Invasão Dos Playboys Ciclistas
LEO AVERSA
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CULTURALEO AVERSA
O primeiro choque é estético: para que tantas cores? Fico imaginando se quem
inventou esse figurino teve um um AVC na hora de escolher os tons. Parecem araras
desenhadas pelo Romero Britto para um anúncio da Suvinil. O segundo choque é
físico mesmo, já que eles raramente se importam com sinais fechados.
Dizem que esse colorido todo é para chamar a atenção dos motoristas. Alguém deve
explicar aos praticantes que não é que o chofer do ônibus, por exemplo, não os veja:
é que ele simplesmente não se importa. Aqui é Rio de Janeiro. Sua única
preocupação é se o atropelamento amassou a lataria ou se vai perder algum ponto
na carteira pelo acidente. Esclarecido isso, vamos enfim ao tema desta coluna.
Não se trata de um solitário: anda em grupo, junto aos tiozões fitness, aqueles que
trocaram as bermudas cargo bege pelas de lycra preta — como faz para desver isso?
— e as louras wellness, aquelas moças magras de cabelo louro e liso que de tão
semelhantes entre si parecem clones.
Se o objetivo é fazer gastar energia, não seria mais adequado uma Caloi Barra Forte
ou uma Monark Barra Circular? Dessas de ferro, que pesam uma tonelada, em que
você gasta mil calorias só para regular o banco. A bicicleta de cinco dígitos é leve
como uma pluma e exige muito menos empenho para pedalar, mas a pessoa não
entrou nessa exatamente pelo esforço? Sou um ser raso e de pouca fé, então
bicicletas que não exigem esforço para pedalar é algo que não entendo, igual a
pessoas que pegam o carro para ir à academia fazer esteira.
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