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Resumo
Abstract
*
Assistente Social graduada pela Universidade Federal do Maranhão, Especialista em Elaboração e
Gestão de Projetos Sociais pela Universidade Veiga de Almeida – RJ, Mestranda do Programa de
Pós Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Maranhão e Coordenadora do
Acolhimento Institucional e Familiar da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social de São
Luís-MA.
I. INTRODUÇÃO
1
Conforme o parágrafo único do Artigo 25 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e
filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou
adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade (BRASIL, 1990).
Exemplificando quantitativamente, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea), em 2003, com patrocínio da Secretaria dos Direitos Humanos (SDH) da Presidência
da República – por meio da Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do
Adolescente (SPDCA) e do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
(Conanda) – realizou o Levantamento Nacional de Abrigos para Crianças e Adolescentes.
Das cerca de 670 instituições de abrigo beneficiadas, naquele ano, por recursos da Rede de
Serviços de Ação Continuada (Rede SAC) do Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome, foram investigados 589 abrigos, o que representava 88% do total.
Quando da realização do Levantamento, essas instituições acolhiam 19.373 crianças e
adolescentes (ASSIS; FARIAS, 2013).
Assim, entende-se que os espaços institucionais assemelhavam-se a depósito
de pessoas, e que historicamente não houve intervenção pautada na perspectiva da
garantia de direitos e da proteção integral daqueles que necessitavam. Desta forma, via-se a
urgente necessidade de mudança e reordenamento quanto ao processo de acolhimento
como forma de um desenvolvimento social inclusivo e emancipador.
Desta forma, foi no contexto da Constituição Cidadã de 1988 e do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, que este público passou a ser compreendido e
analisado através de uma nova perspectiva – a da Proteção Integral – confrontando o
famigerado e histórico contexto burocrático de institucionalização que subjugou um universo
infanto-juvenil neste país de permanentes desigualdades.
Porém, mesmo com o advento do referido Estatuto, que orientou como deve ser
realizado a política de atendimento para crianças e adolescentes, verifica-se que a
institucionalização foi um fato histórico que, mesmo sob moldes diferenciados em cada
momento histórico e social, continua arraigado no espaço relacional do país (BOURDIEU,
2007).
2
De acordo com Assis e Farias (2013, p. 23), “as raízes históricas da institucionalização da infância no
Brasil remontam ao período colonial”. Estes também relatam que foi no século XVII, com o processo
migratório, que a situação de crianças e adolescentes pobres foi agravada, haja vista que mediante o
abandono, eram deixadas pelas ruas e acabavam morrendo ou sendo devorada por animais. Assim,
com o objetivo de amparar crianças como estas, foi criado a primeira instituição chamada Roda dos
Expostos, em Salvados em 1726. Em seguida a mesma Instituição também foi criada em outros
Estados. Segundo Rizzini (1997 apud ASSIS; FARIAS, 2013), onde no plano ideológico, a Roda dos
Expostos tinha como objetivo primeiro proteger a moral das famílias, dando um fim caridoso aos frutos
das uniões ilícitas. E foi desta forma que durante boa parte da história crianças pobres, advindas pelos
mais diversos motivos, eram deixadas nestas instituições. Estudos relatam que até o ano de 1935
funcionou a última Casa dos Expostos na cidade do Rio de Janeiro. Porém, mesmo não sendo
exatamente com esta denominação, continuou existindo espaços institucionais que recebiam crianças
e adolescentes com as mesmas características, a saber, pobres os quais os pais, por razões variadas,
não poderiam permanecer com seus filhos.
2.2 Como um processo normativo
29 1 2 1 1 24 1 1
*Algumas das adolescentes atendidas tiveram mais de um motivo de acolhimento.
IV. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ASSIS, Simone Gonçalves de; FARIAS, Luís Otávio Pires (Orgs.). Levantamento nacional
das crianças e adolescentes em serviço de acolhimento. São Paulo: Hucitec, 2013.
FALEIROS, Vicente de Paula. Estratégias em serviço social. São Paulo: Cortez, 1999.
MALTA, Deborah Carvalho et al. Uso de substâncias psicoativas, contexto familiar e saúde
mental em adolescentes brasileiros, Pesquisa Nacional de Saúde dos Escolares (PeNSE
2012). Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, p. 46-61, 2014. Suplemento
Pense.
RIBEIRO, Ananias. Consumo de droga por adolescentes também é alto em São Luís,
capital do Maranhão. 2009. Disponível em:
<http://www.meionorte.com/noticias/policia/consumo-de-droga-por-adolescentes-tambem-e-
alto-em-sao-luis-capital-do-maranhao-88344>. Acesso em: 25 mar. 2017.
SÃO LUÍS. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social. Plano
municipal de acolhimento institucional e familiar para crianças, adolescentes e jovens
do município de São Luís: 2015-2017. São Luís, 2015.