Você está na página 1de 7

Questão 1

No ano em que o maior clarinetista que o Brasil conheceu, Abel Ferreira, faria 100 anos, o choro dá
mostras de vivacidade. É quase um paradoxo que essa riquíssima manifestação da genuína alma brasileira seja
forte o suficiente para driblar a falta de incentivos oficiais, a insensibilidade dos meios de comunicação e a
amnésia generalizada. “Ele trazia a alma brasileira derramada em sua sonoridade impar. Artur da Távola,
seguramente seu maior admirador, foi quem melhor o definiu, “alma sertaneja. toque mozarteano”. O acervo
do músico autodidata nascido na mineira Coromandel, autor de 50 músicas, entre as quais Chorando baixinho
(1942), que o consagrou, amigo e parceiro de Pixinguinha, com quem gravou Ingénuo (1958), permanece com
os herdeiros à espera de compilação adequada. O Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro tem a guarda
do sax e do clarinete, doados em 1995.
Na avaliação de Leonor Bianchi, editora da Revista do Choro, "a música instrumental fica apartada do
que é popular porque não vai à sala de concerto. O público em geral tem interesse em samba, pagode e axé”.
Ela atribuiu essa situação à falta de conhecimento e à pouca divulgação do gênero nas escolas.

FERRAZ, A. Disponivel em: we cartacapia! com EAcesso em: 22 abr 2018 (adaptado)
a) atribuir o desconhecimento da obra de Abel Ferreira ao ensino de música nas escolas.
b)reivindicar mais investimentos estatais par à preservação do acervo musical nacional.
c) destacar a relevância histórica e a riqueza estética do choro no cenário musical brasileiro.
d) apresentar ao leitor dados biográficos pode conhecidos sobre a trajetória de Abel Ferreira
e) constatar a impopularidade do choro diante da preferência do publico por músicas populares.

Questão 2

A transformação digital vem impactando a vida e o cotidiano das pessoas, em especial,


profissionalmente. Na saúde, não seria diferente. Os avanços tecnológicos, na medicina, trazem muitos
benefícios tanto para profissionais quanto para pacientes.
A tecnologia aplicada à saúde vai muito além de equipamentos eletrônicos modernos e aplicativos
digitais. A chamada Saúde 4.0 tem um caráter fortemente preventivo e traz a medicina para o dia a dia dos
pacientes, por meio de novidades, como a IoT, o Big Data e a Inteligência Artificial.
No Brasil, as inovações em medicina são tantas, que foi criada a Aliança Brasileira da Indústria
Inovadora em Saúde, a ABIIS. Segundo o seu presidente, existem mais de 500 mil tecnologias médicas em uso
atualmente. Os avanços tecnológicos médicos devem ser acompanhados, pois impactam diretamente na vida
de quem atua na área e também na saúde dos pacientes.
Os principais são os seguintes: a telemedicina, que está baseada na relação médico-paciente a
distância e envolve uma série de ações desempenhadas remotamente; a cirurgia robótica assistida, cuja função
é garantir procedimentos mais seguros e menos invasivos aos pacientes; o prontuário eletrônico, em que
constam atualizados, em tempo real, resultados de exames, histórico, medicações, tratamentos e sintomas do
paciente; a impressão de órgãos, 3D, que, no lugar de tinta comum, utiliza biotintas, as quais contêm células,
proteínas e outros elementos biológicos em sua composição; a IoT médica, cujo papel é levar o controle e o
monitoramento clínico para fora dos consultórios, ou seja, para o dia a dia dos pacientes; os diagnósticos
personalizados, que são desenvolvidos com base em dados obtidos de pessoas com características comuns, por
exemplo, homens brancos de uma determinada faixa etária, em geral americanos, mas os mesmos tratamentos
são aplicados, pelo mundo inteiro, em pacientes com genética completamente diferente, e os medicamentos
personalizados, os quais, assim como os diagnósticos, com base em dados mais precisos sobre cada paciente,
aparecem como uma forte tendência.

Quanto aos recursos linguísticos utilizados na composição do texto, está correto o que se afirma em
I) Os vocábulos “avanços” e “biotintas” são formados por derivação.
II) O termo coesivo “como”, em “como a IoT, o Big Data e a Inteligência Artificial.” e em “aparecem
como uma forte tendência.”, nas duas ocorrências, indica exemplificação.
III) A forma verbal “existem”, em “existem mais de 500 mil tecnologias médicas em uso atualmente.”,
pode ser substituída por há sem nenhum prejuízo de ordem gramatical.
IV) Os conectores “cuja”, em “cuja função é garantir procedimentos mais seguros e menos invasivos
aos pacientes” e “que”, em “que, no lugar de tinta comum, utiliza biotintas”, possuem o mesmo valor
morfológico e introduzem orações adjetivas explicativas.
V) O operador argumentativo, “mas”, em “mas os mesmos tratamentos são aplicados, pelo mundo
inteiro, em pacientes com genética completamente diferente”, expressa a ideia de compensação. A alternativa
em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a

a) I e II.
b) II e III.
c) I, III e V.
d)II, III e IV.
e) III, IV e V

Questão 3

O (não) lugar do “pardo”

Lá no fim do século XIX e no começo do XX, o Brasil passava pelo dilema que todas as nações
modernas enfrentaram (e, de certa maneira, ainda enfrentam): como criar uma identidade nacional que
justifique e mantenha o Estado?
Notem que eu ouso criar, porque é bem isso mesmo, inventar uma história que servisse aos interesses
da elite dominante e homogeneizasse a população brasileira. Ora, essa população era formada,
principalmente, por pretos escravos ou ex-escravos, indígenas perseguidos e uma parcela de gente branca. No
centro da discussão estava: quem seria o cidadão brasileiro.
Houve quem defendesse a educação para o trabalho: ensinar os pretos amolecidos e degenerados
pela escravidão (faz me rir) a trabalhar resignado. Teve aqueles que achavam que a inferioridade dos pretos era
tão grande que não adiantava educar nem nada, era melhor expulsar ou deixar morrer. O Brasil, em seus
debates sobre a nação e seus cidadãos, bebeu muito das teorias racialistas que estavam em voga na Europa e
sendo amplamente utilizadas para justificar a colonização na África depois de séculos e séculos de saque
humano. [...]
Daí surge o pardo como a gente conhece hoje. O pardo não é raça, não é povo, não é cidadão
brasileiro. Ele é o estágio transitório entre a base da pirâmide (os negros) e o topo (os brancos). Não é branco,
ainda não chegou no estágio sublime de branquitude que garante o direito à vida, oportunidades e cidadania,
mas é prova viva da boa vontade e do esforço de se embranquecer tão valorizado por uma elite branca que,
desde sempre, morre de medo dos pretos fazerem daqui o Haiti.
Como fala Foucault, o poder, no estado moderno, não é negativo, ele é normatizador. Ou seja,
estabelece normas de conduta, estéticas, discursivas, e beneficia aqueles que fazem o jogo. No caso do Brasil, o
jogo da branquitude. Quanto mais branco você tentar ser, seja usando intervenções estéticas ou
compartilhando o discurso político e social, mais “tolerável” você vai ser. Nisso, nós que somos claros, temos
uma vantagem: o branqueamento estético é mais alcançável para nós. Mas nada disso garante que você vai
passar de boa em uma sociedade racialmente hierarquizada, o embranquecimento é, sobretudo, uma
mutilação. E pra quem ainda tem dúvidas, mutilação é sempre ruim ok? Não tem gradação de violência e
mutilação. [...] https://medium.com/@isabelapsena/o-n%C3%A3o-lugar-do-pardo
Considerando o contexto de circulação de um artigo de opinião e o propósito discursivo do produtor do texto
acima, os recursos argumentativos utilizados têm a função de
a) defender a importância da tomada de consciência acerca de condutas sociais, a fim de estancar os
preconceitos na sociedade brasileira.
b) influenciar o leitor para um comportamento social mais ético e moral, a fim de hierarquizar a
sociedade racial brasileira.
c) apresentar divergências raciais recorrentes, a fim de ocultar as condições de representatividade
étnica.
d) ironizar práticas sociais existentes, a fim de chamar a atenção do leitor para as atitudes
preconceituosas existentes na conduta brasileira.
e) refletir sobre as ideias expostas pelos intelectuais contemporâneos, a fim de ressaltar a topografia
étnica brasileira.

Questão 4

Em nenhum outro tipo de literatura a fantasia desempenha papel tão importante. Sapos se transformam em
príncipes, animais conversam com humanos, mesas se põem sozinhas e contratempos insolúveis se resolvem
de um parágrafo para outro. Essa falta de verossimilhança não afasta o leitor. Pelo contrário, juntamente com o
anonimato dos príncipes e princesas, que não têm personalidade definida e vivem em terras distantes sem
localização exata, ela facilita a identificação com os personagens. O mundo da fantasia abre espaço para que
coisas desagradáveis, que não seriam toleradas em outros tipos de história, passem incólumes, como bruxas
comedoras de criancinha e anões cruéis que roubam bebês. Boa parte do fascínio dos contos tem origem
justamente nesse mundo sombrio. Contos de fadas não constituem sempre histórias agradáveis polvilhadas
com açúcar, como a casa de pão de ló de João e Maria. Pelo contrário, as tramas são recheadas de malvadezas
que sobrevivem às dezenas de adaptações. Podem passar despercebidas, mas estão lá. Ou é inofensiva a
história de uma menina e sua avó que são devoradas vivas por um lobo? Ou é inocente o conto da menina que
é sequestrada e obrigada a passar a juventude trancada no alto de uma torre? E o que dizer do bebê
condenado à morte no dia do seu batizado?

As perguntas ao final do texto estão relacionadas ao argumento segundo o qual contos de fadas

a) manifestam aspectos obscuros da condição humana.


b) estimulam a fantasia e a imaginação dos leitores.
c) cfavorecem a identificação com os personagens.
d) são inadequados para a maioria das crianças.
e) são adaptados aos valores de cada época.
Questão 5

A charge é um texto que se caracteriza, predominantemente, pelo teor argumentativo que carrega. A análise
do texto permite identificar que a crítica realizada se constitui sobretudo

a) na disparidade entre a alegria das crianças e a tristeza expressa pela avó.


b) no uso criativo e debochado de traços de desenho marcantes do artista.
c) na apresentação do texto da legenda que se encontra abaixo da charge.
d) na oposição verificada entre “do tempo dos escravos” e “de hoje”.
e) no uso informal da linguagem em “bisa”, “fia” e “pega lá”.

Questão 6

A seguir, é apresentado trecho do portal da Câmara dos Deputados na Internet em que há uma série de links
para a participação dos cidadãos nas atividades daquela casa legislativa, assim como algumas formas de se
compartilhar o conteúdo da página com outras pessoas.

Com base no que se pode inferir desse contexto e nas características dos gêneros textuais digitais, um modo
adequado e formal de participação de um cidadão junto à Câmara dos Deputados, por meio do portal dessa
entidade na Internet, seria

a) postar em página de rede social da entidade um comentário cuja linguagem e cujo formato sigam o
padrão do gênero batepapo online.
b) mandar-lhe uma mensagem instantânea cuja linguagem e cujo formato sigam o padrão do gênero
fórum de discussão.
c) redigir em perfil da entidade uma curtida cuja linguagem e cujo formato sigam o padrão do gênero
telegráfico.
d) enviar-lhe um spam cuja linguagem e cujo formato sigam o padrão do gênero hipertexto.
e) mandar-lhe um email cuja linguagem e cujo formato sigam o padrão do gênero carta.

Questão 7
Você quer registrar uma reclamação junto a uma empresa de ônibus (o cinto de segurança da poltrona pela
qual você pagou não prendia) e é informado de que precisa registrá-la por escrito, porém exclusivamente em
meios digitais.

Assinale a alternativa que indica dois gêneros digitais que você pode utilizar para fazer esse registro.

a) Wiki e Vlog.
b) E-mail e Gifs.
c) E-mail e Chat.
d) Podcast e Vlog.
e) Vlog e E-book.
f)

Questão 8

O avanço tecnológico provocou alterações nos meios de comunicação e também na linguagem, o que
deu origem aos gêneros digitais. Tal avanço trouxe diversas novidades não apenas para os meios de
comunicação, mas também para a linguagem. A comunicação passou por diversas transformações graças ao
advento da informática, e essas transformações estão mais próximas do que imaginamos.
Os gêneros textuais são incontáveis e adaptáveis às diversas realidades e situações comunicacionais.
Eles também podem ser definidos graças a um conjunto de elementos fixos, embora sejam mais flexíveis do
que os tipos textuais convencionais. A verdade é que a comunicação na internet acabou criando novos gêneros
e alterando outros, comprovando que eles estão a serviço dos falantes e às necessidades de seu tempo. Se
antes enviávamos cartas, hoje enviamos e-mail, que nada mais é do que uma adaptação virtual que dispensa o
papel e a caneta. Hoje utilizamos as redes sociais para deixar um recado para nossos amigos. Contudo, é
importante observar que, embora os meios tenham sido modernizados, a estrutura da comunicação e a forma
com a qual nos expressamos continuam seguindo parâmetros que estabelecem uma relação dialógica com
formas textuais preexistentes.
Embora o número de gêneros seja variado, muitos deles possuem certa similaridade na escrita e na
oralidade. Podem-se exemplificar como gêneros digitais presentes no dia a dia o e-mail, os blogs, os chats e os
fóruns eletrônicos. Disponível em: https://www.portugues.com.br/redacao/generosdigit ais.html. Acesso em:
24 set. 2020 (Adaptado).

Marque a alternativa que apresenta uma característica do desenvolvimento dos gêneros digitais.

a) Apresentam flexibilidade linguística, sendo possível ao usuário optar de forma consciente entre o uso
de uma forma variante ou outra, fazendo adaptação ao grau de formalidade, à circunstância ou ao
estilo.
b) Apresentam um texto estável, em que as ferramentas disponíveis para criação e edição permitem aos
leitores pouca ou nenhuma interferência ou alteração do texto.
c) Apresentam um forte controle, pois a produção de textos passa por um processo de controle de
qualidade do material que é publicado na rede, havendo pouca liberdade de criação.
d) Apresentam um espaço reduzido e individual, o que torna o leitor apenas um visitante, ou seja,
diante da impossibilidade de interação, aumenta-se a distância entre a relação autor/leitor.
e) Apresentam um processo de criação monoautoral, em que prevalece a ideia expressa de um indivíduo
em relação à escrita e à fala. Desse modo, o autor utiliza-se de regras de leitura para delimitar a
interpretação por parte do leitor.

Questão 9

O avanço tecnológico provocou alterações nos meios de comunicação e também na linguagem, com o
surgimento de novos tipos e gêneros textuais, entre eles os digitais. É interessante notar que eles podem ser
definidos porque apresentam elementos que possibilitam isso, além de preservarem características de tipos e
gêneros já consagrados. [...] Sabemos que os tipos e gêneros textuais são incontáveis e adaptáveis a diversas
realidades e situações comunicacionais. Sabemos também que em relação aos gêneros textuais estes podem
ser definidos graças a um conjunto de elementos fixos, embora sejam mais flexíveis do que os tipos textuais. A
verdade é que a comunicação na internet acabou criando novos gêneros e alterando outros, comprovando que
eles estão a serviço dos falantes e às necessidades de seu tempo [...]. Disponível em:
https://www.portugues.com.br/redacao/generosdigit ais.html. Acesso em: 26 out. 2022 (fragmento).

Em síntese, entre os gêneros textuais utilizados em diferentes situações comunicativas estão os gêneros
digitais, os quais

a) não devem ser utilizados na produção de textos dissertativos.


b) empregam apenas a linguagem formal.
c) utilizam apenas elementos não verbais.
d) utilizam períodos curtos e diretos.
e) não admitem linguagem interativa.

Questão 10

Para responder à questão, considere não apenas o fragmento em itálico, mas também a contextualização que o
precede.
O fragmento a seguir foi recortado de um texto intitulado “Maternidade especial”, postado em 15 de fevereiro
de 2022, em um site pertencente ao domínio “.com” e que pode ser pesquisado pelo nome “garotadatelha”,
precedido de http://. A autora identificase como “gente, mãe, atuante no mundo jurídico e interessada em
coisas legais”. Quanto aos conteúdos do gênero por meio do qual “produz, reproduz e difunde a escrita de
maneira interativa” (LORENZI; PÁDUA, 2012, p. 40), ela assim os apresenta: “Viagem, entretenimento,
comentários, receitas, festas, dicas para economizar, dicas de locais para sair, de livros, séries, filmes, muitos
casos, contos e histórias (por mim escritos) para rir... alguns desabafos... e no fim, o que vier na telha para
ajudar”.
Vejamos o fragmento:
Vou escrever sobre uma mãe que conheço. [...] Quando a conheci, ela só tinha tido o melhor amigo do meu
filho. E eu sabia da sua existência através do menino. [...] Pois bem, essa mãe passou muita coisa e, hoje, tem
três filhos. Apesar de engenheira, de entender de números, probabilidades e estatísticas, em questão de filho
ela muda toda a logística matemática, se recusando a aceitar as teorias e fazendo, sempre, dos filhos, o ponto
fora da curva. [...] Acorda cedo, cuida do bebê, ajuda o mais velho nas atividades, e trata o filho do meio. [....]
Esse segundo filho foi diagnosticado com autismo. Não falava e não fazia contato visual. Se ela ficou baqueada
com o diagnóstico? Ficou sim. Deixou as crianças em casa com o marido. Chorou. Comeu doce. Respirou.
Tornou a chorar e, no dia seguinte, aquela supermãe já estava tomando providências pra tratar o filho. E disse
a mesma coisa que mamãe me falou uma vez: “Ele não precisa de choro; precisa de orientação e tratamento;
então... vamo que vamo...” (A parte do “vamo que vamo” é dessa mãe fofa – minha mãe não falava isso).

O parágrafo contextualizador reúne informações sobre um dos diferentes gêneros digitais. Assinale a
alternativa que traz a identificação correta desse gênero e o trecho do texto que sinaliza para sua função social
atual.

a) blog: produz, reproduz e difunde a escrita de maneira interativa.


b) wiki: contos e histórias (por mim escritos).
c) e-book: dicas [...]de livros, séries, filmes.
d) vlog: site pertencente ao domínio “.com”.
e) chat: para rir... alguns desabafos....

Você também pode gostar