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Concreto Pré-moldado e Protendido

Materiais utilizados:

1- Concreto

1.2 - RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO

Em função da resistência característica do concreto à compressão (fck), a NBR 8953 - Concreto Para
Fins Estruturais, classifica os concretos nos grupos I e II. Os concretos convencionais são designados
pela letra C, seguida do valor da resistência característica, expressa em MPa, como:

Grupo I: C20, C25, C30, C35, C40, C45, C50;


Grupo II: C55, C60, C70, C80, C90, C100.

Para o concreto protendido geralmente usa-se 35 MPa ≥ fck ≥ 50MPa.


Estruturas com concretos de maior resistência são especificados para estruturas de concreto
protendido, pois:
a) Elevadas solicitações prévias causadas pela força de protensão;
b) Possibilitam dimensões menores das peças, logo menor peso próprio que é muito importante nos
grandes vãos e peças pré-moldadas;
c) Maiores módulos de elasticidade (Ec), logo menores efeitos de deformações imediatas, fluência e
da retração. Assim as flechas e as perdas de protensão são menores;
d) São mais impermeáveis e diminuem a possibilidade de corrosão das armaduras de protensão, que,
por estar sob tensões muito elevadas, são mais suscetíveis à corrosão.

C10 e C15 Não se aplicam a fins estruturais.

1.3 - RESISTENCIA A TRAÇÃO


A resistência a tração do concreto geralmente é de 8 a 15% da sua resistência característica do
concreto à compressão.
A resistência a tração pode ser determinada por ensaios de laboratório ou pelas seguintes fórmulas:
a) Para concretos de classes até C50
b) Para concretos de classes C55 até C90

Momento de fissuração:

Sendo:

Estados Limites - São aqueles limites aos quais estruturas podem se apresentar no que se refere à
segurança e utilização para o qual a estrutura foi projetada.

Estado Limite Último (ELU) - Estado limite relacionado ao colapso ou ruina parcial ou total da
estrutura que determine a paralisação da utilização da mesma.

Estado Limite do serviço (ELS) – Estado limite vinculado ao conforto, durabilidade, aparência e boa
utilização da estrutura. Apesar de não estar vinculada à ruptura propriamente dita da estrutura é de
suma importância dado que pode inviabilizar a utilização da estrutura por pessoas, equipamentos ou
para a finalidade que a estrutura foi projetada.
· Estado Limite de Formação de Fissuras (ELS-F) - Início da formação de fissuras no concreto
quando sua resistência a tração é superada;

· Estado Limite de Abertura de Fissura (ELS-W) – Estado em que as fissuras apresentam


aberturas máximas iguais aos máximos especificados por norma. Por exemplo, para o
concreto protendido com protensão parcial esta abertura é limitada a 0,2mm;
Tabela 13.4 da Norma NBR6118

· Estado Limite de Deformação Excessiva (ELS-DEF) – Estado em que as deformações


atingem os limites determinados por norma para cada tipo de estrutura.

Tabela 13.3 da Norma NBR6118


· Estado Limite de Descompressão (ELS-D) – Estado no qual, em um ou mais pontos da seção
transversal à tensão longitudinal (normal) é nula não havendo tensão de tração no restante da
seção.

· Estado Limite de Descompressão Parcial (ELS-D) - Estado limite semelhante ao anterior


mas que se admite tensão de tração na seção transversal desde que esta tensão esteja numa
região afastada no máximo a uma distancia ap (50mm) da armadura ativa.

· Estados Limite de Compressão Excessiva (ELS-CE) - Estado em que as tensões de


compressão atingem o limite recomendado. Quando o concreto é submetido a tensões de
compressão inicia-se um processo de danificação progressiva, principalmente pelo
crescimento de microfissuras a partir de falhas pré-existentes no concreto e na interface
pasta-agregados. Processo este responsável pelo comportamento não-linear do concreto e
pelo efeito Rüsch.
Tensões de compressão > 0,5fck - acentua-se a microfissuração interna do concreto.
Tensões de compressão > 0,7fck - a microfissuração torna-se instável.
Para projeto das peças protendidas em serviço é geralmente adotada a tensão de apenas 50
ou 60 % da resistência característica do concreto à compressão.

· Estado Limite de Vibração Excessiva (ELS-VE) – Estado em que as vibrações atingem


limites estabelecidos para utilização da estrutura. Normalmente relacionado a conforto e
utilização de determinados equipamentos.
Domínios de Deformações das Seções de Estruturas de Concreto Protendido

Peças Protendidas Pré-Fabricadas


Geralmente se usa cimento tipo CPV ARI (Alta Resistência Inicial) devido aos altos esforços de
protensão com pouca idade. (Logo maior produtividade e menor custo)
- CPV ARI → @0,5fck com 1dia de idade e 0,8fck com 3 dias de idade (após a concretagem);
Também tem sido muito usado Concreto alto-adensável que reduz custo de produção dos elementos
estruturais. (menor equipe, processo mais rápido de concretagem, não necessita vibração, etc)
Usada cura térmica com vapor para melhorar ainda mais o processo de amadurecimento da
resistência do concreto: CPV ARI + Cura Térmica com vapor → @0,7fck com 1 dia de idade.

Aços para Armadura Ativa


Retração e Fluência → encurtamento do concreto e do aço → perda de tensão de protensão da ordem
de 150 a 300MPa;

Outras fontes importantes da perda da protensão são: atrito na movimentação das cordoalhas pós-
tensionadas no interior da bainha, escorregamento do dispositivo de ancoragem (cunhas) e a
relaxação do aço.
Aço para Protensão deve ter:
· Grande Capacidade de Alongamento no regime elástico;
· Suportar elevadas tensões iniciais;
· Boa Aderência ao concreto;
· Boa Resistencia a Fadiga;
· Baixa relaxação.

Aços usados para proteção:


a) Fios trefilados;
b) Cordoalhas (fio enrolados em forma de hélices);
c) Barras alta resistência.

Resistência ao escoamento fp0,k = 0,8 a 0,88.f ptk


Aços utilizados: Relaxação Normal (RN) e Relaxação Baixa (RB) → mais utilizado!
Aços de RB tem aproximadamente 25% da relaxação dos aços RN!

a) Fios
São produzidos encruados por trefilação a frio, tem seção circular e podem ter superfície lisa ou
entalhadas.
Trefilação: “consiste na passagem tracionada de um fio obtido por laminação, chamado de fio-máquina, por uma ou mais
fieiras metálicas. A cada passagem em cada fieira seu diâmetro é reduzido e é aumentada sua resistência. A microestrutura do
aço, formada por grãos microscópicos, vai encruando devido à deformação a frio (trefilação), conseguindo-se, com essa
operação, quase dobrar a tensão de ruptura do fio.”[25]

Diâmetros: 4,5,6,7, 8 e 9mm


Aços CP-145, CP-150, CP-160, CP-170, CP-175 sendo CP= concreto protendido e o número que
acompanha a resistência fptk em kgf/mm² ex: CP-145 tem resistência final de 145 kgf/mm² ou 1450
MPa.
Módulo de Elasticidade = 205 GPa
Ex: CP-175 RB 5 E → aço para concreto protendido com resistência ultima à tração fptk = 1750MPa,
com baixa relaxação, diâmetro de 5mm e superfície entalhada.
b) Cordoalhas
As cordoalhas podem tem 3 e 7 fios, serem engraxadas ou não.
Diâmetros nominais são 9.5, 12.7 ou 15.2mm.
O aço utilizado é o CP-190 e CP-210, Modulo de Elasticidade 200GPa com especificações
semelhantes à dos fios.
Assim por exemplo: CP-190 RB 3 x 3,0 → aço para concreto protendido com resistência ultima a
tração fptk = 190kgf/mm² ou 190 kN/cm² ou 1900MPa, de relaxação baixa com 3 fios de 3,0mm de
diâmetro.

c) Barras de alta resistência


As barras são produzidas laminadas a quente com aços especiais que proporcional altas resistências.
Existem diversos diâmetros a partir de 15mm a depender do fabricante e sua superfície geralmente
possui nervuras para utilização de porcas que vao fixar as barras nas chapas de ancoragem.
Critérios de Projetos
Escolha do nível de Protensão

Disposições construtivas
Devem ser respeitadas as recomendações Normativas (item 18.6) para:
· Traçado de cabos de Protensão;
· Curvaturas de cabos de Protensão;
· Especificidades nas extremidades e próximas a Ancoragens;
· Emendas;
· Agrupamentos de cabos espaçamentos mínimos;

Análise de Vigas à Flexão

Tipos de Problemas

· Verificação de estruturas existentes ou já projetadas:


- Conhecidos:
Ø Formas;
Ø Materiais (concreto e aço das armaduras);
Ø Carregamentos atuantes;
Ø Seção transversal;
Ø Áreas das armaduras (passivas e ativas);
Ø Valor e ponto de aplicação da força de protensão.
- A Determinar:
Ø Tensões atuantes normais nos bordos da seção de concreto;
Ø Verificações pertinentes (ELU e ELS).
· Projeto e/ou Dimensionamento:
- Conhecidos:
Ø Materiais;
Ø Carregamentos atuantes;
Ø Tensões admissíveis;
- A Determinar:
Ø Formas e dimensões da seção transversal;
Ø Intensidade e posição da força de protensão;
Ø Quantidades de armaduras (ativas e passiva)

Sugestão de diretriz para projeto:


I) Adotar seção transversal;
II) Calcular Valor e excentricidade da força de protensão função dos carregamentos atuantes no estágio
ou fase mais importante;
III) Verificação das tensões atuantes em todos os estágios dos diferentes carregamentos;
IV) Determinar a capacidade resistente à flexão da peça projetada;
V) Fazer modificações para Otimização do projeto.

Equações Elásticas
Comportamento das vigas protendidas

Exercício:

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