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Alex Kooji Kimura

32040644

Sala 3B

Direitos Internacional Público

Questões:

Em 2018, a Corte Interamericana de Direitos Humanos profere a sentença


condenatória, no caso Vladmir Herzog vs Brasil. (Disponível
em: https://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/resumen_353_por.pdf). Com
base nesse caso, pergunta-se:

1) O caso usa como base legislativa a Convenção Americana de Direitos


Humanos. Considerando a Convenção, explique se a ela se aplica a Teoria de
Duplo Controle.

Considerando a Convenção, o uso da base legislativa da Convenção Americana de


Direitos Humanos se justifica, devido a cláusula pétrea da Constituição Federal, presente
no §3° do art. 5° da constituição:

art. 5° da CF: Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados em que a
República Federativa do Brasil seja parte.

Desta forma, pode ser aplicado a Teoria de Duplo Controle, em que deve se
observar previamente tanto as normas constitucionais quanto os tratados e convenções
internacionais ratificados pelo Brasil de forma igualitária. Neste caso, a Convenção
Americana de Direitos Humanos tem um peso considerável no julgamento, pois deve ser
observado juntamente com a Constituição Federal.

2) A decisão da Corte Interamericana difere do tratamento dispensado à justiça


brasileira sobre o caso. A justiça internacional deveria ter levado a decisão
da Justiça Nacional para julgar o caso? Por quê?
A justiça Internacional não deveria ter levado a decisão da Justiça Nacional para julgar o
caso. De acordo com o art. 27 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados:

Art. 27 do CVDT “Uma parte não pode invocar disposições de seu direito interno para
justificar o inadimplemento de um tratado”.

Dessa forma, a justiça nacional não encontra relevância em instância internacional, sendo
da autonomia da Corte Interamericana de julgar o caso independentemente.

3) Em caso de divergência entre a interpretação da justiça nacional e da justiça


internacional sobre a norma internacional aplicável ao caso, qual
interpretação deve prevalecer e por quê?

Em caso de divergência entre a interpretação da justiça nacional e da justiça internacional


sobre a norma internacional, a interpretação que deve prevalecer é a da justiça
internacional, uma vez que existe uma corte específica para tal julgamento, concordando
com os princípios de boa fé.

Em 2010, o Brasil reconheceu a Palestina como Estado independente (segundo as


fronteiras definidas em 1967). No que se refere ao reconhecimento de Estado,
pergunta-se:

4) O Brasil poderia fazê-lo, mesmo não sendo a Palestina reconhecida como


Estado-membro da ONU?

Sim, pois o reconhecimento de Estado é feito de uma relação entre um país e outro, não
envolvendo a ONU neste processo. Dessa forma, o Brasil poderia reconhecer a Palestina.
Assim também escrito no art. 12 da Carta da Organização dos Estados Americanos:

Art. 12: A existência política do Estado é independente do seu reconhecimento pelos


outros Estados.

5) Segundo a Corte Internacional de Justiça, pode ser considerada legal a


declaração de independência feita por um Estado? Em que base?
Segundo a CIJ, a declaração de independência feita por um Estado só é considerada legal
quando não surge de um ato de força que contrarie o direito internacional. Ora, como é
raro as declarações de independência serem feitas sem um ato de força contra o governo
vigente, a declaração de independência feita por um Estado geralmente não é considerada
legal.

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