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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

MIKE FERREIRA NASCIMENTO

EXCELÊNCIA CONSTRUTIVA:
MÉTODOS DE PREVENÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

SÃO PAULO
2021
MIKE FERREIRA NASCIMENTO

EXCELÊNCIA CONSTRUTIVA:
MÉTODOS DE PREVENÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Programa de Pós-Graduação Latu Sensu da
Escola de Engenharia da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, como requisito parcial
para obtenção do título de Especialista em
Construções Civis: Excelência Construtiva e
Anomalias.

SÃO PAULO
2021
“Somos o que repetidamente fazemos.
A excelência, portanto, não é um feito, e sim
um hábito”.
(Aristóteles)
RESUMO
Neste trabalho foi realizado um estudo referente as patologias estruturais no Viaduto
Onze de Junho em São Paulo - SP. Seus resultados podem ser utilizados como
base para uma inspeção mais detalhada da estrutura do viaduto, para verificação da
necessidade de intervenções, tais como: manutenção, reforços e até interdição
temporária do local, se necessário. O primeiro passo foi a revisão bibliográfica sobre
tipos e variedades de patologias comuns em viadutos, as possíveis causas,
gravidade, métodos de prevenção de novas ocorrências e manutenção, utilizando-se
de normas especificas, como a NBR 9452/16 – “Inspeção de pontes, viadutos e
passarelas de concreto” e o ”Manual de recuperação de pontes e viadutos
rodoviários” do IPR/DNIT. Foi realizada uma visita ao viaduto para o mapeamento
das manifestações patológicas no local, com a finalidade de identificar quais estão
visíveis na estrutura e sua atual situação. Para verificar o seu desenvolvimento, foi
realizado um monitoramento periódico com medições e relatórios fotográficos, dessa
forma sendo possível definir se as deteriorações encontradas já estão estáveis ou
ainda estão instáveis, ou seja, em desenvolvimento. Além disso, constatadas as
possíveis anomalias na estrutura e sua gravidade. Após o término da pesquisa é
esperado que se possa determinar qual a situação do viaduto e indicar quais os
possíveis procedimentos a serem adotados: inspeção detalhada, manutenção
periódica, reforço ou demolição/reconstrução.

Palavras-chave: Manifestações Patológicas; Concreto Armado; Prevenção.


ABSTRACT

In this academic work, a study was carried out regarding structural pathologies in the
Viaduct Onze de Junho in São Paulo - SP. These results can be used as a basis for
more detailed inspection of its structure, in order to verify the interventions, such as
maintenance, reinforcement and even temporary prohibition if necessary. The first
step was the literature review on types and varieties of pathologies common in
viaducts, possible causes, severity, methods of prevention of new occurrences and
maintenance, using specific standards, such as NBR 9452/16 - "Bridge inspection ,
overpasses and concrete walkways" and the "Manual of recovery of road bridges and
viaducts" of the IPR / DNIT. After the bibliographic review, a visit was made to the
viaduct for mapping the pathological manifestations on site, in order to identify which
are visible in the structure and the current situation. To verify the progress, a periodic
monitoring was made with measurements being taken plus photographic reports, so
it is possible to define if the deteriorations found are already stable or are still
unstable, that is, in development. Beyond that, ascertained the possible anomalies in
the structure and the severity, specialists were consulted in the area of inspection
and maintenance on bridges, regarding the necessity of the maintenance and
reinforcement services in the structure. After the accomplishment of the study, it is
expected that the situation of the viaduct can be determined and it can indicate the
procedure to be followed up: detailed inspection, periodic maintenance,
reinforcement or demolition / reconstruction.

Keywords: Bridges and viaducts; inspection; pathologies;

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Lista das Pontes e viadutos...........................................................22

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quadro de classificação da condição de pontes..........................20

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Fases do desempenho de uma estrutura durante sua vida útil...........20

1. INTRODUÇÃO 8
1.1 Justificativa 10
1.2 Objetivos 11
1.2.1 Objetivo Geral 11
1.2.2 Objetivo Específico 11
1.3 Estrutura da Monografia 12
2. REVISÃO DA LITERATURA 13
2.1 Conceitos Gerais 13
2.2 Concreto Armado: Histórico, Definição e Características Principais 14
2.3 Custos das Estruturas de Concreto Armado 16
2.3.1 Custos de Construção 16
2.3.2 Custos de Manutenção e Lei de Sitter 17
2.4 Deterioração das Construções 19
2.4.1 Fatores Intrínsecos 19
2.4.2 Fatores ambientais 19
2.4.3 Fatores resultantes do tipo e intensidade da manutenção 19
3. PATOLOGIA APLICADA A ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO 20
3.1 Origens das Falhas 20
3.2 Causas e Métodos de Prevenção 21
3.2.1 Retração Térmica ou Higroscópica 22
3.2.2 Agregados reativos 22
3.2.3 Agressividade do ambiente, Ataques de Cloretos e Sulfatos 23
3.2.4 Eflorescência 25
3.2.5 Delaminação e Disgregação 25
3.2.6 Desagregação e Ninhos de concretagem 26
3.2.7 Trincas e fissuras 26
3.2.8 Carbonatação 27
3.2.9 Corrosão 27
4. PROFILAXIA E RECOMENDAÇÕES PARA EXECUÇÃO DE ESTRUTURAS DE
CONCRETO ARMADO 28
4.1 Recomendações Gerais 28
4.2 Canteiro de obras 29
4.3 Fundação 29
4.4 Formas e Escoramentos 29
4.5 Armação 31
4.5.1 Recebimento 31
4.5.2 Transporte e Armazenagem 31
4.5.3 Corte e Dobra 31
4.5.4 Montagem 32
4.5.5 Proteção 32
4.6 Concreto 33
4.6.1 Condições operacionais 33
4.6.2 Recebimento 34
4.6.3 Lançamento 36
4.6.4 Adensamento 37
4.7 Cura 38
4.8 Desforma e Limpeza 38
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41
1. INTRODUÇÃO

O concreto armado em estruturas, pode ser considerado recente visto que as


primeiras peças surgiram há pouco mais de 150 anos, porém seu emprego efetivo
em construções com embasamento técnico e modelos de cálculo racionais, ocorre
há menos de 100 anos. (CLÍMACO, 2005).

Conforme o avanço da tecnologia, erros foram corrigidos, novas formas,


materiais, e novos problemas surgiram. As manifestações patológicas, podem ser
um paralelo do que o corpo humano sofre ao adoecer, aparentando ou não sintomas
que podem variar em gravidade e dificuldade de correção, e diminuem a
durabilidade e a vida útil dos sistemas que compõe o todo.

Segundo ANDRADE (1997), o conceito de durabilidade pode ser difícil de ser


quantificado e usado de maneira frequente no dia a dia. Isto leva a introdução do
conceito de vida útil como um termo operacional que aborda de forma quantitativa a
questão da durabilidade das estruturas.

De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2007), durabilidade é a capacidade da


estrutura resistir às influências ambientais presumidas e definidas em conjunto com
o autor do projeto e o contratante, no início dos trabalhos de elaboração dos
projetos.

Já vida útil, a norma define como sendo o período de tempo o qual se


mantém as características das estruturas de concreto, desde que satisfeitos os
requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista e construtor, assim como
de execução dos reparos decorrentes de danos acidentais.

Para CONSOLI e REPETTE (2009) a estimativa da “durabilidade depende


muito mais do conhecimento do que os próprios recursos, não é uma qualidade
intrínseca dos materiais”.
Na figura a seguir, pode-se observar como as estruturas se comportam ao
longo do tempo, quando começam a perder a sua funcionalidade devido a algum
tipo de deterioração, sendo necessário muitas vezes a necessidade da realização de
reparos ou reforços que são extremamente custosos se comparado ao baixo custo
de controle de qualidade e manutenção preventiva.

Gráfico 1: Fases do desempenho de uma estrutura durante sua vida útil

Fonte: ANDRADE, 1997

É notório, dessa forma que à medida que os danos na estrutura evoluem, os


custos necessários para as correções crescem exponencialmente, conforme a Lei
de Sitter ou regra dos 5 que será detalhada melhor nos capítulos a seguir.

O presente trabalho mostrar os principais problemas em estruturas de


concreto, e como evita-los ainda na fase de execução das estruturas.
1.1 Justificativa

As estruturas de concreto armado são, atualmente, o principal sistema


construtivo das construções no Brasil e no mundo, ou seja, o estudo desse material
influencia diretamente a vida cotidiana de todos.

A condição das edificações de uma cidade é de fundamental para o


desenvolvimento e continuidade do acesso a todas as necessidades da população,
como: à saúde, educação, saneamento, trabalho e a interação social.

É possível perceber o grau do desenvolvimento entre cidades, baseando-se


nas vias de transporte em seu território, pontes, viadutos e tuneis e edificações de
uso conjunto da população como escolas, hospitais e shoppings.

Atualmente o Brasil enfrenta um grave problemas com falta de manutenção


em construções, sendo obrigado a gastar valores elevados para reabilitar suas
estruturas. Melhorando a qualidade das construções e atuando na prevenção de
manifestações patológicas, seria possível diminuir esse gasto.

O objetivo desse trabalho é compreender este importante tema, que afeta


cada um dos indivíduos que compõem a população urbana, e mostrar métodos e a
direção para diminuir os problemas patológicos nas estruturas de concreto.
1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral do trabalho é compreender, e demostrar medidas para


diminuir a presença e ocorrência de manifestações patológicas em estruturas de
concreto armado devido a falhas de execução na obra.

1.2.2 Objetivo Específico

Para que o objetivo geral possa ser atingido, é necessário:

 Pesquisar e entender os tipos de manifestações patológicas existentes em


concreto armado;
 Analisar as principais causas e métodos de prevenção desses problemas;
 Estudar os métodos e normas de construção das estruturas;
 Apresentar de forma resumida as principais recomendações para a execução de
estruturas de concreto armado;
 Verificar por meio de pesquisa a utilização dos métodos e normatizações
apresentados no trabalho;
 Analisar a relação entre a aplicação das recomendações com a ocorrência de
manifestações patológicas.

1.3 Estrutura da Monografia

Essa Monografia é composta por 6 capítulos, sendo que:

No Primeiro capítulo é realizada a Introdução do tema, composta pelos


objetivos geral e específicos, justificativa e estrutura da monografia;
O Segundo capítulo apresenta uma revisão bibliográfica do tema com as a
introdução sobre Concreto, Custos de Estruturas de Concreto e Fatores de
Deterioração;

O Terceiro capítulo apresenta as principais Manifestações Patológicas em


Concreto Armado, suas causas e formas de prevenção;

O Quarto capítulo versa sobre execução de estruturas, apresentando de


forma resumida as principais normas e recomendações para concreto armado;

O Quinto capítulo apresenta um estudo de caso realizado por meio de


pesquisa com profissionais da área de Engenharia e Construção Civil sobre a
aplicação das normas e recomendações apresentadas, e as discussões a respeito
dos resultados encontrados;

O Sexto capítulo expõe a conclusão, e aponta recomendações para os


próximos trabalhos a serem desenvolvidos nesta área;

E finalizando, tem-se as referências bibliográficas.

2. REVISÃO DA LITERATURA

O presente trabalho tem o intuito de demonstrar as principais causas de


manifestações patológicas em sistemas estruturais de concreto armado e como
preveni-las evitando maiores custos no futuro.
2.1 Conceitos Gerais

Para melhor compreensão dos conceitos abordados no presente trabalho, é


necessário fornecer alguns conceitos gerais:

 Excelência – Qualidade do que é excelente. Alto Grau de perfeição.


Superioridade;
 Manifestação Patológica –Degradação identificada na edificação, que pode ser
gerada durante o período de execução da obra, projeto ou ainda adquiridas ao
longo do tempo pela utilização da edificação;
 Manutenção Corretiva - Efetuada após a ocorrência de uma pane destinada a
recolocar um item em condições de executar uma função requerida;
 Manutenção Preditiva - Permite garantir a qualidade de serviço desejada, com
base em técnicas de análise, por meio de supervisão ou de amostragem, para
reduzir ao mínimo as manutenções preventivas e corretivas;
 Manutenção Preventiva - Efetuada em intervalos predeterminados, ou de
acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a
degradação do funcionamento de um item;
 Patologia – Ciência que estuda os sintomas, formas de manifestação, origens e
causas das doenças ou defeitos que ocorrem nas edificações;
 Profilaxia – Ciência que estuda as medidas para antecipação das
consequências de uma ação, afim de prevenir seu resultado, corrigindo por
segurança. Em sua adaptação para a engenharia, a aplicação de meios para
evitar anomalias em construções, bem como suas propagações;

2.2 Concreto Armado: Histórico, Definição e Características Principais

Segundo CLÍMACO (2005), o concreto armado em estruturas, pode ser


considerado recente visto que as primeiras peças surgiram há pouco mais de 150
anos, porém seu emprego efetivo em construções com embasamento técnico e
modelos de cálculo racionais, ocorre há menos de 100 anos.
Além disso, o autor o define como um material composto pela associação do
concreto com barras de aço inseridas, de modo que estabeleçam um sólido único,
do ponto de vista mecânico quando submetido às ações externas. Dessa forma,
aproveitando as principais vantagens de ambos, concreto e aço, quanto à
resistência, à durabilidade e ao custo, destacando-se a boa resistência à
compressão do concreto e a elevada resistência a tração do aço.

De acordo com Botelho e Marchetti (2003), uma estrutura de concreto armado


é uma ligação solidária, de concreto com uma estrutura resistente a tração que é
usualmente o aço.

Já a NBR 6118 (ABNT, 2007) define como estruturas de concreto armado


aquelas cujo comportamento estrutural depende da aderência entre o concreto e a
armadura, e nas quais não se aplicam alongamentos iniciais das armaduras antes
da materialização dessa aderência.

Segundo Carvalho e Figueiredo (2011), o concreto armado apresenta


vantagens e desvantagens quanto ao seu uso estrutural., as principais são:

a) Vantagens

 Apresenta boa resistência à maioria das solicitações;


 Tem boa trabalhabilidade, quando em estado fresco;
 As técnicas de execução são razoavelmente dominadas no mundo;
 É um material durável, desde que seja bem executado;
 Apresenta durabilidade e resistência ao fogo superiores em relação à
madeira e ao aço, desde que os cobrimentos e a qualidade do concreto
estejam de acordo com as condições de exposição;
 Em diversas situações é economicamente mais viável que o aço;
 É resistente a choques e vibrações, efeitos térmicos, atmosféricos e
desgastes mecânicos.

b) Desvantagens

 Resulta em elementos com maiores dimensões que o aço, o que, com seu
peso específico elevado, maior peso próprio, limitando o seu uso em
determinadas situações ou elevando bastante o seu custo;
 As adaptações e reformas são, muitas vezes, de difícil execução;
 É bom condutor de calor e som, determinando, em casos específicos,
associação com outros materiais para sanar esses problemas;
 É necessário um sistema de escoramento, que em geral precisa
permanecer no local até que o concreto alcance resistência adequada.

2.3 Custos das Estruturas de Concreto Armado


2.3.1 Custos de Construção

Para se construir uma estrutura, é necessário grandes investimentos de


dinheiro e de tempo. A tabela a seguir mostra os principais sistemas de um
empreendimento e seu custo em % para diversas tipologias de edifícios.
Tabela 1 – Estimativas de Custos por Etapa de Obra (%)

Fonte: Editora PINI, 1992

É possível perceber na tabela que os custos da estrutura (infra+super) que


em geral é executada em concreto armado, pode corresponder a mais de um terço
do custo global da construção. Além disso, é valido lembrar que ao apresentar
problemas na estrutura, os primeiros sinais se dão em esquadrias, vedações e
revestimentos, que juntos também correspondem a uma enorme parcela de custo.

2.3.2 Custos de Manutenção e Lei de Sitter

Além dos custos de construção da estrutura, é necessário como mostrado no


gráfico 1 ao longo da vida útil se investir mais ainda em manutenções, reparos, e
reforços para se manter o desempenho mínimo. De acordo com a Lei de Sitter esse
custo cresce em uma escala de exponencial, sendo que o valor investido em projeto
é irrisório, comparado a manutenção corretiva dos problemas. O gráfico a seguir
ilustra esse conceito:
Gráfico 2: Evolução dos custos pela fase de intervenção

Fonte: SITTER, 1984 apud HELENE, 1997

a) Fase de projeto: Toda medida tomada a nível de projeto com o


objetivo de aumentar a proteção e a durabilidade da estrutura, como,
aumentar o cobrimento da armadura, reduzir a relação água/cimento
do concreto ou aumentar fck, especificar certas adições ou tratamentos
protetores de superfície, e outras tantas, implica num custo associado
ao número 1 (um);

b) Fase de execução: Toda medida extra projeto, tomada durante a


fase de execução propriamente dita, implica num custo 5 (cinco) vezes
superior que na fase de projeto, para obter-se o mesmo resultado. Um
exemplo típico é a decisão em obra de reduzir a relação água/cimento
para aumentar a durabilidade, quando já poderia ter se projetado
assim.

c) Fase de manutenção preventiva: Operações isoladas de


manutenção, como: pinturas frequentes, limpezas de fachada sem
beirais e sem proteções, impermeabilizações de coberturas e
reservatórios mal projetados, e outras, necessárias a assegurar as
boas condições da estrutura durante o período da sua vida útil, podem
custar até 25 vezes mais que medidas corretas tomadas na fase de
projeto estrutural ou arquitetônico. Por outro lado, podem ser 5 vezes
mais econômicas que aguardar a estrutura apresentar
problemas evidentes que requeiram uma manutenção corretiva;

d) Fase de manutenção corretiva: Corresponde aos trabalhos de


diagnóstico, reparo, reforço e proteção das estruturas que já perderam
sua vida útil de projeto e apresentam manifestações patológicas
evidentes. A essas atividades pode-se associar um custo 125 vezes
superior ao custo das medidas que poderiam e deveriam ter sido
tomadas na fase de projeto e que implicariam num mesmo nível de
durabilidade que se estima dessa obra após essa intervenção
corretiva.

Portanto, é possível compreender que investir em projeto e em melhores


práticas de construção é fundamental não tecnicamente, mas financeiramente
também, gerando grande economia ao longo do tempo.

2.4 Deterioração das Construções

Segundo o DNIT (2010), os fatores de deterioração em construções são


separados em grupos, entre eles: Fatores intrínsecos, ambientais e resultantes do
tipo e intensidade da manutenção.

2.4.1 Fatores Intrínsecos

Os fatores intrínsecos têm ligação com a estrutura em si, ou seja, que pode
ter fatores de degradação ou ser suscetível a danos.

Os principais são a idade e qualidade dos materiais que compõe o concreto, e


principalmente a relação da água e cimento. Portanto, faz-se necessário dosar
esses materiais de forma que garanta, melhoras na resistência mecânica,
durabilidade, porosidade, permeabilidade, densidade, compacidade, baixa
fissuração demais características referentes a sua qualidade.

2.4.2 Fatores ambientais

Os fatores ditos como ambientais devem-se principalmente ao clima e


atmosfera onde a estrutura está inserida, como variações de temperatura,
tempestades e ação do vento.

Além disso, a poluição atmosférica, chuva ácida, águas poluídas por produtos
químicos, dos rios e subterrâneas, que são de responsabilidade da ação humana e
degradam tanto as superestruturas como as infraestruturas.

2.4.3 Fatores resultantes do tipo e intensidade da manutenção

Os fatores resultantes do tipo e intensidade da manutenção, geralmente, são


decisivos na influencia a durabilidade de estruturas; a manutenção, preventiva ou
corretiva (limpeza, proteção, e medidas de conservação), deve ser adequada para
que não permita a degradação.

3. PATOLOGIA APLICADA A ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

3.1 Origens das Falhas

As manifestações patológicas ocorrem, ao longo do ciclo de vida de uma


estrutura de concreto, desde as primeiras idades (por falta de controle de qualidade
e imperícia na execução), até a degradação natural durante os anos. Além disso,
pode ter diversas origens, como erros de projeto e execução, escolha inadequada
de materiais e uso incorreto, os gráficos a seguir mostram as principais origens
desses problemas.

Gráfico 3: Origem das falhas em edificações (%)


Fonte: AMORIM, 1997

Observando o gráfico é possível notar que o uso, bem como os fatores


diversos mesmo somados, em média não representam nem 20% das principais
origens das falhas. Além disso, é nítida a importância de se elaborar projetos em
conformidade com as normas e bem claros para diminuir as falhas, pois esta fase
pode provocar entre 36 e 49% dos problemas

Entretanto, é valido observar que a escolha, compra e aplicação dos materiais


faz parte da fase de execução. Sendo assim, a fase de execução pode superar a
fase de projetos, como causa dos problemas, podendo ser responsável, de acordo
com o gráfico por 37% a 47%, devido entre outros fatores, principalmente a falta de
conhecimento a respeito de métodos de profilaxia e prevenção de anomalias.
3.2 Causas e Métodos de Prevenção

O concreto armado é um compósito, ou seja, dois ou mais elementos que


trabalham em conjunto, e devido a sua composição pode ser afetado por diversos
fatores químicos e/ou físicos do ambiente ao seu redor.

Segundo PIANCASTELLI (1997), a característica do concreto de ser um


material não inerte o torna sujeito a alterações, ao longo do tempo, devido a
interações entre seus elementos constitutivos (cimento, areia, brita, água e aço),
interações entre esses e agentes externos (ácidos, bases, sais, gases e outros) e
com materiais que lhe são adicionados (aditivos e adições minerais).
Figura 1: Interações do concreto com agentes externos

Fonte: PIANCASTELLI, 1997

As causas, em geral, são divididas em químicas e físicas e podem ser


evitadas ainda na fase de escolha dos materiais e com qualidade nos controles
tecnológicos do concreto. Segundo DNIT (2010), o concreto pode apresentar
diversos tipos diferentes de manifestações patológicas, como:

3.2.1 Retração Térmica ou Higroscópica

Origem: Execução/Materiais

O concreto enquanto fresco, e durante o seu processo de secagem, pode


sofrer alterações de volume devido ao calor da reação e absorção ou perda de água,
que podem gerar trincas e fissuras.

Para diminuir o risco desse problema, é necessário o controle da temperatura


de concretagem, e afim de garantir um processo de secagem com qualidade e sem
problemas de retração, atentar-se principalmente na escolha dos materiais
adequados, e execução de cura conforme NBR 14931.
3.2.2 Agregados reativos

Origem: Materiais

Um dos problemas que pode ocorrer devido a escolha imprudente de


materiais é a reação álcali-agregado. A reação entre os álcalis no cimento e os
minerais reativos do agregado, podem produzir uma espécie de gel, que ocupa um
volume maior na massa de concreto. Essa reação causa uma expansão e
consequentemente trincas, geralmente afastando-se da fonte da expansão.

Para identificar a existência da reação álcali-agregado é necessário estar


atento a sinais típicos, porém a identificação só pode-se confirmar com testes de
laboratório, por meio de testemunhos extraídos da peça estrutural sob suspeita. O
problema não é tão comum, e sua prevenção pode ser custosa, dessa forma é
necessário consultar a norma 15577 caso a caso, para verificar a necessidade de
ensaios nos agregados.

Entre os sinais estão: A presença de gel nas trincas; fragmentos cônicos;


umidade, descoloração do concreto e movimentação de trechos fraturados do
concreto.

3.2.3 Agressividade do ambiente, Ataques de Cloretos e Sulfatos


Origem: Projeto/Execução/Materiais/Uso

As reações de reações expansivas entre sulfatos, que podem estar presentes


no solo, na água do mar ou em elementos existentes dentro do próprio concreto ou
cimento, podem ser uma das causas de manifestações patológicas como: Trincas, e
fissuras.

Esses tipos de ataques podem, e devem ser evitados utilizando cimentos


adequados, como o cimento resistente a sulfatos, pozolânicos e de alto-forno, para
que seja possível produzir um concreto com maior densidade, juntamente com
menores porosidades e permeabilidade, dessa forma, inibindo a reação química que
ocorre com os sulfatos.

A presença de cloretos pode ser originada a partir do cloreto de sódio (sal de


cozinha), cimento, aditivos, agregado mal lavados e água do concreto. Assim como
no caso dos sulfatos, é necessário se atentar aos componentes do concreto.

A solicitação do concreto deve exigir que se tenha alta densidade e


durabilidade, agregados bem lavados, aditivos cuidadosamente selecionados, e a
água de boa qualidade, porém não se deve utilizar nesse caso o cimento resistente
a sulfatos, devido a seu alto índice de cloretos na composição.

Além dos sulfatos e cloretos, a agressividade do meio ambiente pode


manifestar-se com poluição atmosférica, através do dióxido de carbono e chuvas
ácidas, que alteram a vida útil da estrutura, quando penetram em trincas e fissuras
existentes. A variação de temperatura também pode provocar fissuras.

Tabela 2: Classes de agressividade ambiental (CAA)


Classe de Agressividade Classificação Risco de deterioração da estrutura
agressividade geral do tipo de
ambiental ambiente para
efeito de projeto
Rural
I Fraca Insignificante

Submersa
II Moderada Urbana a, b Pequeno

Marinha a
III Forte Grande

Industrial a, b

Industrial a, b
IV Muito forte Elevado
Respingos de maré

a Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) para
ambientes interno secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos
residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura).

b Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) em obras em regiões de
clima seco, com umidade média relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas de chuva
em ambientes predominantemente secos ou regiões onde raramente chove.

c Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em industrias de


celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.

Fonte: ABNT, 2014

3.2.4 Eflorescência
Origem: Materiais

Essa manifestação patológica é caracterizada como o acumulo de sais


brancos na superfície do concreto, sendo causada por um processo que ocorre
denominado lixiviação.

O processo de lixiviação ocorre devido a água pura da condensação da


neblina ou do vapor d’água e a água mole da chuva que contém pouco ou nenhum
íon de cálcio, em relação ao concreto que possui muitos íons de cálcio. Deste modo,
ao entrar em contato com a pasta de cimento, ocorre a hidrolise, e parte do cálcio se
dissolve ficando aparente no concreto.
Para diminuir a ocorrência do problema, pode-se recorrer ao uso de concretos
menos porosos, e com menor teor de cálcio como é o caso do CP- III com escória
de forno e o CP- IV pozolânico.

3.2.5 Delaminação e Disgregação


Origem: Execução/Materiais/Uso

A delaminação consiste na separação laminar de uma porção superficial de


concreto ao longo de um plano paralelo à superfície da estrutura. Enquanto que a
disgregação se caracteriza por rupturas não laminares em zonas salientes das
peças. Possuem origem em esforços internos que o concreto não resiste.

Uma causa pode ser a corrosão de armaduras que podem gerar fissuras e
com o passar do tempo ocorrer o desprendimento de porções de concreto, e para
evitar o problema, basicamente é necessário que se trate as trincas e corrosão antes
que gerem o problema, seguindo as recomendações descritas.

3.2.6 Desagregação e Ninhos de concretagem

O fenômeno de desagregação, se dá pela perda ou separação do


aglomerante de seus agregados, e pode se iniciar na superfície do concreto com
mudança de coloração, indicando ataques químicos. Além disso, durante a
concretagem pode ocorrer desagregação devido a lançamento de concreto de
alturas elevadas, ou problemas de adensamento por falta ou excesso.

Os ninhos de concretagem, popularmente conhecidos como “bicheiras”, são


vazios no concreto, devido erros durante a concretagem, quando a argamassa não
preenche corretamente os espaços entre o agregado graúdo.
Para evitar a formação de ninhos de concretagem é necessário seguir as
recomendações da NBR 14931 a respeito de como proceder nas etapas de
recebimento, lançamento e adensamento do concreto.

3.2.7 Trincas e fissuras


Origem: Projeto/Execução/Materiais/Uso

As trincas ou fissuras inevitavelmente irão ocorrer em alguma etapa do ciclo


de vida de uma estrutura, e possuem diferentes causas, tipos e dimensões, sua
relevância depende do tipo da estrutura e sua locação e as dimensões são
influenciados com tempo e carregamentos.

Podem ocorrer por erros de projeto, por isso, é importante conhecer as


especificações da NBR 6118 para encontra-los se necessário. Ainda, mesmo não
havendo problemas do projeto, podem ocorrer erros de interpretação que podem
gerar danos a estrutura. Logo, quando houver qualquer dúvida a respeito de
interpretação de projetos, deve-se comunicar o responsável por sua elaboração
imediatamente

Em geral, as fissuras e trincas são um resultado secundário de outros


problemas, como falhas de projeto, retração, ou reação álcali agregados, e pode ser
o meio de propagação de outras, como carbonatação.

3.2.8 Carbonatação
Origens: Projeto/Execução/Materiais/Uso

Quando o dióxido de carbono reage com o hidróxido de cálcio presenta na


argamassa do concreto, a reação provoca eventualmente, um decréscimo na
alcalinidade do material, diminuindo o valor do pH do concreto de 13 para algo em
torno de 9, geralmente esse valor é insuficiente para proteger a armadura contra a
ação da corrosão, com o tempo a profundidade da carbonatação aumenta e as
armaduras deixam de estar passivadas. Para prevenir o processo é necessário
utilizar concretos PH mais elevado, ou seja, com maior quantidade de cálcio, como o
CP-II.
3.2.9 Corrosão
Origens: Projeto/Execução/Materiais/Uso

Assim como as fissuras, a corrosão é um processo inevitável e inerente ao


compósito denominado concreto armado. Esse processo, pode ter diversas causas,
em todas as fases do ciclo de vida de uma construção, desde a não conformidade
dos cobrimentos com a especificação das normas, inadequação da execução com o
projeto, concreto de má qualidade e até mesmo falta de manutenção.

O fenômeno ocorre devido a reação da pasta de cimento com alguns


elementos químicos, provocando a dissolução do ligante ou a formação de
compostos expansivos, que são fatores de deterioração do concreto. No entanto, o
processo depende das propriedades do meio, incluindo a concentração de ácidos,
sais e bases, do próprio concreto

Para retardar e diminuir os danos causados pelo processo é necessário


seguir todas as recomendações citadas anteriormente, visto que a maioria das
manifestações patológicas podem gerar fissuras, que como dito antes serve de vetor
para a degradação do aço.

4. PROFILAXIA E RECOMENDAÇÕES PARA EXECUÇÃO DE ESTRUTURAS


DE CONCRETO ARMADO
4.1 Recomendações Gerais

No projeto, deve-se atender as prescrições normativas, inclusive referentes às


condições ambientais da estrutura, que influem diretamente sobre a qualidade e
resistência do concreto, fator água/cimento e cobrimento.

Na execução, é essencial que se utilize materiais com qualidade adequada,


devidamente testados e operados por mão-de-obra especializada. O
dimensionamento de formas e escoramentos deve receber grande atenção, assim
como o planejamento de concretagens e protensões, quando necessário.
As manutenções, preventivas e corretivas do concreto e aço da estrutura, são
essenciais para que a obra possa funcionar adequadamente e obter a durabilidade e
vida útil prevista.

A profilaxia estuda a prevenção dos problemas, ou seja, como evitar as


manifestações patológicas nas estruturas e prolongar sua vida útil, dessa forma, o
DNIT (2010), tem como principais recomendações:
 Seguir o cobrimento normativo das armaduras de acordo com as normas
vigentes, verificando a agressividade do ambiente de implantação da estrutura;
 Utilizar materiais de boa qualidade, que tenham compatibilidade entre si e com o
meio ambiente;
 Dar preferência a concretos mais resistentes, com valores baixos da relação
água/cimento;
 Utilizar aditivos adequados para a finalidade da obra e meio em que se situa;
 Dosar os materiais de forma que seja possível proporcionar concretos com baixa
porosidade e permeabilidade evitando a infiltração de água;
 Dar atenção a cura do concreto, que deve ser prolongada para evitar trincas e
fissuras de origem térmica e para que o concreto atinja sua máxima capacidade.
4.2 Canteiro de obras
O cuidado com os materiais começa no canteiro de obras, que deve atender
aos requisitos da construção a ser realizada, com espaço adequado para
armazenamento dos materiais e equipamento, instalações de áreas de vivência e
estar de acordo com as respectivas normas técnicas.

De acordo com esse processo, são relacionados os pontos críticos para o


controle de materiais obtendo uma melhor qualidade nesse processo construtivo,
com recomendações para o recebimento, identificação, rastreabilidade e
preservação de materiais em obra. (MORAIS, 2017)

4.3 Fundação
Segundo VALIN JR e LIMA (2008), problemas com a cura do concreto podem
deixar as camadas superficiais fracas, porosas e permeáveis o que as torna
vulneráveis à ação de substâncias agressivas ao concreto. Assim, é necessário ter
cuidado permanente nessa fase para evitar o surgimento de patologias. Para
fundações superficiais, recomenda-se a execução de uma camada de brita e ou
concreto magro para proteger da perda/absorção de água.

4.4 Formas e Escoramentos


Segundo a NBR 14931 item 7.2.2.2, no projeto do escoramento devem ser
consideradas a deformação e a flambagem dos materiais e as vibrações a que
estará sujeito. Na construção, o escoramento deve ser apoiado sobre cunhas, caixas
de areia ou outros dispositivos apropriados a facilitar a remoção das fôrmas, afim de
não submeter a estrutura a impactos, sobrecargas ou danos.

O item 7.2.2.3 da mesma norma, afirma que a fôrma deve ser suficientemente
estanque, para impedir a perda de pasta de cimento, que pode permitir que se
formem pequenos vazios, que se não preenchidos, posteriormente haverá nichos de
concretagem, tendo como limite a surgência do agregado miúdo da superfície do
concreto.

O item 9.2.4 indica as tolerâncias de desaprumos e desnivelamentos dos


elementos, indicados nas tabelas a seguir:
No item 9.2.1 da mesma norma, é indicado que a superfície interna das
fôrmas deve ser limpa e deve-se verificar a condição de estanqueidade das juntas,
para evitar a perda de pasta ou argamassa.

Em paredes, pilares e vigas estreitas e altas, devem ser deixadas aberturas


provisórias próximas ao fundo, para limpeza. Deve-se também, se o material da
forma absorver umidade, mantê-las saturadas, para minimizar a perda de água do
concreto, fazendo-se furos para escoamento da água em excesso, salvo
especificação de projeto.

4.5 Armação
4.5.1 Recebimento
O recebimento do aço no canteiro deve ser acompanhado de uma checagem
criteriosa dos romaneios, verificando se as peças estão de acordo com o lote
recebido.
4.5.2 Transporte e Armazenagem
Segundo o item 6.3.2 da NBR 14931, as barras de aço e telas devem ser
estocadas de forma a manterem inalteradas suas características geométricas e suas
propriedades, desde o recebimento na obra até seu posicionamento final.

Cada tipo e classe de aço deve ser claramente identificado logo após seu
recebimento, de modo que não ocorra troca involuntária quando de seu
posicionamento na estrutura. A armazenagem deve ser feita de modo a impedir o
contato com qualquer tipo de contaminante (solo, óleos, graxas, entre outros).

De acordo com o item 8.1.4 da NBR 14931, caso a armadura apresente


oxidação que implique em redução da seção, deve ser feita limpeza e posterior
avaliação das condições, eventualmente considerando-a como de diâmetro nominal
inferior.

No caso de corrosão por ação e presença de cloretos, com formação de


“pites” ou cavidades, a armadura deve ser lavada com jato de água sob pressão
para retirada do sal e dos cloretos dessas pequenas cavidades.

4.5.3 Corte e Dobra


O corte das barras deve seguir rigorosamente o especificado em projeto, e o
dobramento deve considerar os diâmetros internos de curvatura da tabela 1 do item
8.1.5.3 da NBR 14931.

Tabela 2: Diâmetro dos Pinos de Dobramento

4.5.4 Montagem
A armadura deve ser posicionada e fixada no interior das fôrmas de acordo
com as especificações de projeto, e tolerâncias do item 9.2.4 da NBR 14931. A
montagem da armadura deve ser feita por amarração, utilizando arames. No caso de
aços soldáveis, a montagem pode ser feita por pontos de solda. A distância entre
pontos de amarração das barras das lajes deve ter afastamento máximo de 35 cm.
Nessa etapa os espaçadores, são imprescindíveis para garantir o
posicionamento da armação e a geometria dos elementos em obediência ao projeto
e respeitando as especificações de cobrimento mínimo da NBR 6118.

Tabela 3: Correspondência entre classe de agressividade e cobrimento

Fonte: ABNT, 2014

É permitido o uso de espaçadores de concreto ou argamassa, desde que


apresente relação água/cimento menor ou igual a 0,5, e espaçadores plásticos, ou
metálicos com as partes em contato com a fôrma revestidas com material plástico ou
similar.

4.5.5 Proteção
Segundo o item 8.1.6.2 da NBR 14931, se houver uma interrupção na
concretagem de mais de 90 dias, as barras de espera devem ser pintadas com
pasta de cimento para proteção contra a corrosão. Ao ser retomada a concretagem
deve-se limpa-las para permitir boa aderência com o concreto.

4.6 Concreto
A concretagem e todas as ações precedentes são fundamentais para que
estrutura executada corresponda ao projeto estrutural, garantindo assim a
durabilidade e a qualidade desejadas. (Comunidade da Construção, 2020)

A especificação do concreto deve levar em consideração todas as


propriedades requeridas em projeto, em especial quanto à:
 Resistência característica;
 Módulo de elasticidade;
 Granulometria dos Agregados;
 Durabilidade.

Uma das produções mais eficientes ocorre a partir de concretos dosados em


centrais e fornecidos ao canteiro em caminhões betoneira, incorrendo-se sempre em
melhores controles de: qualidade de agregados, medidas em peso, precisão de
volumes, garantia da concreteira quanto ao desempenho do concreto recebido etc.

A atividade de aplicação do concreto nas fôrmas deve ser precedida de um


planejamento detalhado. Estude e elabore um plano de concretagem levando em
consideração as características do concreto que será utilizado, a geometria das
fôrmas, o layout do canteiro e o plano de ataque do empreendimento

4.6.1 Condições operacionais

Antes de realizar a mistura do concreto na obra ou solicitar a entrega de


concreto dosado em central, é necessário verificar as condições dos equipamentos
(quantidade, disponibilidade e funcionamento) necessários ao lançamento e
adensamento do concreto. Se a concretagem for realizada durante a noite, o
sistema de iluminação deve permitir a segurança, e condições de inspeção,
acompanhamento e controle dos serviços.

4.6.2 Recebimento
a) Transporte: Um aspecto muito importante é o tempo de transporte decorrido
entre o início da mistura, contado a partir da primeira adição de água, até a
entrega do concreto na obra. O tempo deve ser fixado para que o fim do
adensamento não ocorra após o início de pega do concreto lançado,
evitando-se a formação de junta fria.
b) Tempo: O intervalo decorrido entre o início da mistura e a entrega do
concreto no canteiro deve ser inferior a 90 minutos; e o entre o instante em
que a água de amassamento entra em contato com o cimento e o final da
concretagem não deve ultrapassar a 2 h 30 min.

c) Dados: Antes de iniciar a descarga do concreto, deve-se conferir o


documento de entrega, certificando-se de que a descrição do material
corresponde ao que foi solicitado. Além da conferência do lacre da bica de
descarga antes deste ser rompido. Não se deve receber o concreto se houver
alguma discordância.

d) Trabalhabilidade: Deve ser verificado se o concreto está com a consistência


desejada e se não ultrapassou o abatimento (slump) limite especificado no
documento de entrega, por meio de ensaio seguindo as recomendações
especificadas na norma NBR NM 67/ descritas a seguir:

 Lavar os componentes do ensaio (tronco cônico, gola, haste


metálica, concha e base metálica);
 Montar peças constituintes sob uma base nivelada geralmente
com areia lavada média;
 Realizar o golpeamento em 3 (três) camadas de 25 (vinte e
cinco) golpes por camada com o auxílio da haste metálica;
 Regularizar o topo do tronco de cone com o auxílio da gola;
 Remover o tronco do cone de fome lenta, contínua e
perfeitamente vertical;
 Mensurar o deslocamento a partir do ponto mais alto da mistura
até a referência do topo do cone.
e) Moldagem de Corpos de Prova: Os corpos de prova de concreto devem ser
moldados conforme as especificações da NBR 5738 para posterior ensaio de
verificação da resistência.
 Colher amostra de concreto e homogeneizar a amostra com
auxílio de uma colher de pedreiro;
 Verificar os moldes: devem estar limpos, sem falhas e revestido
de óleo vegetal sob uma superfície nivelada;
 Realizar golpeamento em 2 (duas) camadas com 12 (doze)
golpes cada uma, sem interrupções;
 Identificar corpos de prova por meio de etiquetas com data e o
local de moldagem;
 Reservar corpos de prova em local nivelado e protegido contra
intempéries por um prazo de 24 horas.

4.6.3 Lançamento
Segundo a ABCP (2009), para o lançamento do concreto, preferencialmente
deve-se fazer o uso de bombas, devido ao menor tempo, perdas e melhor
trabalhabilidade do concreto. Deve haver planejamento, para que a massa flua
homogeneamente preenchendo todos os espaços das fôrmas. A presença do
Engenheiro Responsável (bem como o engenheiro da fiscalização da obra) é
indispensável durante toda a operação.
De acordo com os itens 9.3.2 e 9.3.3 da NBR 14931:

Quando a concretagem for efetuada em temperatura ambiente muito


quente (≥ 35°C) e, em especial, quando a umidade relativa do ar for
baixa (≤ 50%) e a velocidade do vento alta (≥ 30 m/s), devem ser
adotadas as medidas necessárias para evitar a perda de consistência e
reduzir a temperatura da massa de concreto.

 A temperatura da massa de concreto, no momento do lançamento, não


deve ser inferior a 5°C.
 A concretagem deve ser suspensa se as condições ambientais forem
adversas, com temperatura ambiente superior a 40°C ou vento acima
de 60 m/s.

Deve ser lançado evitando a segregação, com maiores cuidados em grandes


alturas de lançamento (a partir de 2m), e densidade de armadura.

Quando a concretagem é interrompida antes do preenchimento total, e


retoma-se após o um tempo superior a 30 minutos, é caracterizado uma junta de
concretagem. Para juntas não planejadas, deve-se compartilhar a posição e com
calculista para análise estrutural, e indicação de solução conforme a norma.

A NBR 6118: 2007 estabelece que:

“O projeto de execução de uma junta de concretagem deve indicar de forma precisa


o local e a configuração de sua superfície”

“Sempre que não for assegurada a aderência e a rugosidade entre o concreto novo
e o existente, devem ser previstas armaduras de costura, devidamente ancoradas
em regiões capazes de resistir a esforços de tração”

4.6.4 Adensamento
O adensamento deve ser cuidadoso, para que a mistura preencha todos os
espaços da fôrma. Nessa operação, tome as precauções necessárias para impedir a
formação de ninhos ou segregação dos materiais. O enchimento da fôrma deve ser
realizado sem a ocorrência de falhas por ar aprisionado.

De acordo com os itens 9.6.1 e 9.6.2 da NBR 14931,


 Quando forem utilizados vibradores de imersão, a espessura da
camada deve ser aproximadamente igual a 3/4 do comprimento da
agulha. Ao vibrar uma camada de concreto, o vibrador deve penetrar
cerca de 10 cm na camada anterior;
 No adensamento manual, a altura das camadas de concreto não deve
ultrapassar 20 cm;
 Em todos os casos, a altura da camada de concreto a ser adensada
deve ser menor que 50 cm, facilitando a saída de bolhas de ar.

Quando o lançamento do concreto for interrompido, e se formar uma junta de


concretagem não prevista, devem ser tomadas precauções para garantir a suficiente
ligação do concreto já endurecido com o do novo trecho.

Antes de reiniciar o lançamento do concreto deve ser removida a nata da


pasta de cimento e feita a limpeza da superfície da junta, com a retirada do material
solto. Pode ser retirada a nata superficial com a aplicação de jato de água sob forte
pressão logo após o fim de pega (“corte verde”).

Em outras situações, para se obter a aderência desejada entre a camada


remanescente e o concreto a ser lançado, é necessário o jateamento de abrasivos
ou o apicoamento da superfície da junta, com posterior lavagem, de modo a deixar
aparente o agregado graúdo.

4.7 Cura
O concreto deve ser protegido de intempéries, mudanças de temperatura,
secagem, vento, chuva forte, agentes químicos, choques e vibrações de intensidade
que possam produzir fissuras ou prejudicar a aderência à armadura.

A norma brasileira ABNT NBR 12645 especifica que a cura do concreto deve
ser executada sempre e que seu início deve ocorrer logo após a desforma, evitando-
se assim a secagem prematura. Quanto mais cedo for feita a cura, menor a
possibilidade de surgirem fissuras superficiais, principalmente em lajes.
Elementos estruturais de superfície devem ser curados até que atinjam
resistência característica à compressão (fck), de acordo com a ABNT NBR 12655,
igual ou maior que 15 MPa.

4.8 Desforma e Limpeza


Segundo a NBR 14931 Item 7.1, a retirada de fôrmas e escoramentos deve
ser executada de modo a respeitar o comportamento da estrutura em serviço. No
caso de dúvidas quanto ao modo de funcionamento de uma estrutura específica, o
engenheiro responsável pela execução da obra deve entrar em contato com o
projetista, a fim de obter esclarecimento sobre a sequência correta para retirada das
fôrmas e do escoramento.

De acordo com VENTURINI (2011), após passado um período de 12 horas do


lançamento do concreto nas formas, o material atinge uma resistência suficiente
para iniciar com segurança o processo de desforma, minimizando assim os impactos
para evitar o surgimento de fissuras.

A limpeza pode ser utilizando jatos de água com pressão, ou com aplicação
de espátulas plásticas e escovas com água. Após a limpeza deve-se aplicar
desmoldante nos painéis. Devido a diversidade de tipos de materiais que compõem
as fôrmas, o desmoldante deve ser escolhido de acordo com a superfície de
aplicação

5. ESTUDO DE CASO: NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS


DA CONSTRUÇÃO CIVIL A RESPEITO DE PATOLOGIA DAS
CONSTRUÇÕES E PRINCIPAIS NORMAS
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O sistema construtivo de concreto armado, é e ainda será por muito tempo o


principal meio de construção no Brasil e no mundo, sendo o concreto um dos
materiais mais utilizados do planeta, ficando atras apenas da água.

Baseando-se nas discussões apresentadas, é perceptível a importância da


qualidade das estruturas de concreto, e sua necessidade de manutenção constante
é indiscutível nos tempos atuais.
No Brasil, a importância do estudo, deve-se principalmente devido à escassez
de obras devidamente acompanhadas por profissionais com conhecimento a
respeito de patologia das construções.

A questão é evidenciada, pela falta de comprometimento de muitas obras que


deixam toda a responsabilidade pelo controle de qualidade e cumprimento das
normas a cargo de encarregados e mestres de obras com grande experiência
pratica, porém pouquíssimo estudo a respeito do assunto, e estagiários com pouco
ou quase nenhuma pratica.

Esse conjunto de fatores corrobora para agravar e aumentar a ocorrência de


manifestações patológicas nas estruturas, e posteriormente riscos de colapso nas
estruturas, que resultam em perdas não só financeiras, mas de vida também.

Além disso, os processos para recuperação, reconstrução e até mesmo


manutenções corretivas dessas estruturas, são muito mais caros e onerosos do que
investir em treinamento e controle de qualidade.

Durante o trabalho, foi possível compreender a importância de se estudar a


área de Patologia, para garantir a Excelência Construtiva nas estruturas de concreto,
afim contribuir para amenizar os efeitos que inevitavelmente já serão causados pelo
tempo e intempéries da natureza.

A coleta dos dados não foi suficiente para definir com exatidão a gravidade da
situação em relação ao estudo proposto, para isso seria necessário ampliar o
alcance do estudo e coletar uma quantidade maior de informações.

Assim, para estudos futuros, recomenda-se a disseminação do conhecimento


aplicado no trabalho, e uma análise mais profunda sobre a questão em âmbito
nacional, afim de melhorar a qualidade das nossas obras em busca da Excelência
na Construção.
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