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de sistemas fotovoltaicos:
Aplicações em dessalinização
Sandro Jucá
Paulo Carvalho
1ª edição - 2013
c
Sandro Jucá
Paulo Carvalho
Métodos de dimensionamento
de sistemas fotovoltaicos:
Aplicações em dessalinização
1ª edição
Duque de Caxias
2013
C 2013, Espaço Científico Livre Projetos Editoriais
s
Este conteúdo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia,
eletrônica ou impressa, desde que:
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Projetos Editoriais, bem como, o endereço eletrônico em que o livro está disponível para
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Ficha Catalográfica
J919m Jucá, Sandro César Silveira; Carvalho, Paulo Cesar Marques de.
aaaISBN 978-85-66434-01-9
CDU 621.3
_______________________________________________________________________
Autores: Sandro César Silveira Jucá e Paulo Cesar Marques de Carvalho
Revisão: Verônica C. D. da Silva
Capa: Verano Costa Dutra / Imagens: Sandro César Silveira Jucá (Fotos tiradas em Münster/Alemanha)
Coordenador: Verano Costa Dutra
Editora: Monique Dias Rangel Dutra
Espaço Científico Livre Projetos Editoriais é o nome fantasia da Empresa Individual MONIQUE DIAS RANGEL
11616254700, CNPJ 16.802.945/0001-67, Duque de Caxias, RJ
espacocientificolivre@yahoo.com.br / http://issuu.com/espacocientificolivre
Dedicamos este trabalho a Deus e às nossas famílias.
A
presente publicação apresenta uma descrição de dimensionamento de
sistemas fotovoltaicos autônomos com três métodos distintos. Tendo
como base estes métodos, é disponibilizado um programa de
dimensionamento e análise econômica de uma planta de dessalinização de
água por eletrodiálise acionada por painéis fotovoltaicos com utilização de
baterias. A publicação enfatiza a combinação da capacidade de geração
elétrica proveniente da energia solar com o processo de dessalinização por
eletrodiálise devido ao menor consumo específico de energia para
concentrações de sais de até 5.000 ppm, com o intuito de contribuir para a
diminuição da problemática do suprimento de água potável. O programa
proposto de dimensionamento foi desenvolvido tendo como base operacional a
plataforma Excel® e a interface Visual Basic®, linguagens de amplo acesso com
o objetivo de facilitar, para o público em geral, a difusão dos conceitos de
sistemas fotovoltaicos autônomos e do processo de dessalinização de água por
eletrodiálise.
ABSTRACT
T
his work presents a sizing description of photovoltaic stand-alone systems
with three different methods, and starting from these, a proposed sizing
and economical analysis program of a water desalination plant for
electrodialysis powered by photovoltaic arrays with use of batteries. The work
emphasizes the combination of the electric generation capacity originating from
the available solar energy with the electrodialysis desalination process due to
smallest specific energy consumption for salts concentrations up to 5.000 ppm,
characterizing most of the brackish water wells of the area, with the intention of
contributing for the decrease of the drinking water supply problem. The
proposed sizing program was developed as operational base the platform
Excel® and the Visual Basic® interface that are wide access languages with the
objective of facilitating, for the public in general, the diffusion of the PV systems
and the water electrodialysis desalination concepts.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
1.1. PLANO DO TRABALHO ..................................................................................... 13
10
7.3. MÉTODO GROUMPOS DE DIMENSIONAMENTO ÓTIMO PARA SISTEMAS FV
AUTÔNOMOS ............................................................................................................ 58
7.3.1. DIMENSIONAMENTO DO ARRANJO FV E DO BANCO DE BATERIAS ........ 58
7.3.2. ANÁLISE DO CUSTO DA INSTALAÇÃO ........................................................ 60
7.3.3. ANÁLISE DO MÉTODO GROUMPOS ............................................................. 63
7.4. MÉTODO LORENZO ........................................................................................... 64
7.4.1. DIMENSIONAMENTO DO ARRANJO FV ........................................................ 64
7.4.2. DIMENSIONAMENTO DO BANCO DE BATERIAS ......................................... 65
7.4.3. ANÁLISE DO MÉTODO LORENZO ................................................................. 65
7.5. COMPARAÇÃO DOS MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTO ............................. 68
9. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 79
9.1. COMENTÁRIOS FINAIS ..................................................................................... 79
9.2. CONTRIBUIÇÕES DESTE TRABALHO ............................................................. 79
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 80
11
1. INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
A
lém de ser o responsável pela existência da vida na Terra a energia solar está
sendo aproveitada de forma crescente para produção de energia elétrica
através de módulos fotovoltaicos.
Esta descoberta nunca foi tão importante quanto agora, quando se observa que a
exploração de fontes fósseis de energia como o petróleo além de contribuir para a
poluição, são recursos cada vez mais escassos.
Essa forma de conversão direta da energia solar disponível em eletricidade com o uso
de módulos fotovoltaicos está em ampla expansão devido à possibilidade de geração
descentralizada, o caráter modular e a facilidade na instalação e manutenção, unidas
à característica renovável e não poluidora da energia solar.
A região Nordeste apresenta os maiores índices de radiação solar do Brasil. Por outro
lado, existe no interior uma área muita seca e com escassez de abastecimento de
água que corresponde à 60% da superfície total da região, chamada de Polígono da
Seca. De acordo com estudos realizados pela Associação Brasileira de Águas
Subterrâneas (ABAS), pelo menos 19,5 bilhões de metros cúbicos de água poderiam
ser extraídos por ano do subsolo nordestino brasileiro sem o risco de esgotamento dos
mananciais. O potencial é 40 vezes maior que o explorado. Esta água, por ser salobra,
requer a utilização de processos de dessalinização para obtenção de água potável [1].
Fluxo de água potável, com concentração de sal dentro dos limites para o
organismo humano;
12
Figura 1.1 – Esquema básico de um sistema fotovoltaico autônomo
N
o capítulo 1 é feita uma introdução do trabalho desenvolvido e a descrição
sucinta dos capítulos que compõem o trabalho.
No capítulo 4 é descrito um estudo sobre as baterias elétricas com ênfase nas baterias
de chumbo-ácido que são as mais empregadas nos sistemas fotovoltaicos autônomos.
13
No capítulo 6 é feita uma análise da união das tecnologias de dessalinização por
eletrodiálise e fotovoltaica e a possível implementação no Nordeste do Brasil. Além
disso, são mostradas experiências adquiridas mundialmente no uso de instalações de
eletrodiálise acionadas por painéis fotovoltaicos.
14
2. CONVERSÃO SOLAR FOTOVOLTAICA
2. CONVERSÃO SOLAR FOTOVOLTAICA
2.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
2.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
O
efeito fotovoltaico, que é a base da geração direta de eletricidade a partir da
energia solar, é conhecido desde 1839 através dos estudos realizados por
Edmund Becquerel. Naquele ano, Becquerel demonstrou a possibilidade de
conversão da radiação luminosa em energia elétrica, mediante a incidência de luz em
um eletrodo mergulhado em uma solução de eletrólito. Em 1873, Willoughby Smith
descobriu a fotocondutividade do selênio. Em 1887, na Inglaterra, W.G. Adams e R.E.
Day observaram que a exposição do selênio à radiação produzia uma corrente elétrica
[3]. Charles Fritz descreveu, em 1883, a primeira célula produzida a partir de pastilhas
de selênio, com eficiência de conversão de energia solar em elétrica em torno de 1%
[4].
Entre os anos de 1961 e 1971, não foi observado qualquer progresso na tecnologia
das células. Nesse período, os esforços foram concentrados na redução de peso e
custos das células, bem como, na melhoria da resistência das células à radiação
existente no espaço. Em 1972, foi anunciado o desenvolvimento da "célula violeta",
com 15,2% de rendimento. Esse aumento de rendimento atribuiu-se à melhora na
resposta da célula na região azul do espectro, à diminuição da resistência interna e ao
aumento do processo de coleta dos portadores na célula. A geração fotovoltaica de
energia recebeu um grande impulso com a crise mundial de energia de 1973/1974. A
partir do fim da década de 70, a produção de células solares para uso terrestre
superou a produção para equipamentos espaciais, em aplicações como bombeamento
de água, irrigação, estações isoladas residenciais e de telecomunicações [3]. Esta
tendência crescente vem sendo acompanhada, até os dias atuais, por inovações como
o aumento da eficiência das células de silício, bem como uma significante redução nos
custos de produção dos módulos fotovoltaicos.
15
2.2. A RADIAÇÃO SOLAR
2.2. A RADIAÇÃO SOLAR
A
composição química do sol, com um diâmetro de 1.390.000 km, 108 vezes
maior que o da Terra (12.756 km) e com o volume 1.300.000 vezes maior, é
basicamente de 85% de hidrogênio, 14,8% de Hélio e 0,2% de outros elementos
[5].
A fonte de energia solar permaneceu como um enigma durante muito tempo. Embora
várias hipóteses tenham sido formuladas, nenhuma conseguia explicar de forma
satisfatória como o sol era capaz de liberar tanta energia durante tanto tempo. Hoje
em dia é aceita a hipótese de que esta energia provém da fusão de núcleos atômicos.
O processo mais frequente é a transformação de quatro núcleos do isótopo mais
comum de hidrogênio (H1) em um núcleo do isótopo mais comum do hélio (He4).
Ocorre, portanto, a transformação de quatro prótons em uma partícula de hélio
constituída por dois prótons e dois nêutrons. A massa da partícula α é menor que a
dos quatro prótons de hidrogênio de origem e a energia correspondente a esta
diferença de massa (Δm) é mostrada pela equação 2.1 divulgada pelo físico alemão
Albert Einstein (1879-1955).
E m. c'2 (2.1)
A massa de ar, AM, é definida como sendo o caminho percorrido pela radiação solar
desde a incidência na atmosfera até atingir a superfície terrestre como mostra a figura
2.1. Matematicamente, a massa de ar é definida da seguinte forma: AM = 1 / cos θz ,
onde θz é a distância angular entre o feixe solar e a vertical no local de incidência.
16
Figura 2.1 – Figura 3.2. Massa de ar que um feixe de radiação atravessa ao incidir na
superfície terrestre com um ângulo θz [6]
Quando o Sol está no zênite do local, o caminho ótico percorrido pela radiação dentro
da atmosfera terrestre é igual a l, ou seja, AM 1,0. AM igual a 1,0 não é sinônimo de
meio dia terrestre, pois o Sol, ao meio dia, não está necessariamente no zênite local. A
medida que cresce o ângulo entre o feixe solar e a vertical local (ângulo zenital - θz),
aumenta a massa de ar. Isto ocorre aproximadamente com a secante de θz, deste
modo, ao atingir aproximadamente 48º, a massa de ar é de 1,5 e com θz = 60º, a
massa de ar chega a 2,0.
De toda a radiação solar que chega às camadas superiores da atmosfera, apenas uma
fração atinge a superfície terrestre devido à reflexão e à absorção dos raios solares
pela atmosfera. Esta fração que atinge o solo é constituída por um componente direta
e por uma componente difusa, que é obtida através dos raios refratados pelas nuvens
e pela própria atmosfera.
17
A latitude, ø, é a distância angular medida sobre a superfície da Terra a partir do
equador até o ponto em questão. É considerada positiva no hemisfério norte e
negativa no hemisfério sul. –90º< ø < +90º.
O ângulo horário
considerado negativo no período da manhã (Sol antes do meridiano local), e positivo
no período da tarde. Cada hora do dia corresponde a uma variação de 15º em ω.
A energia solar incidente no meio material pode ser refletida, transmitida ou absorvida.
A parcela absorvida dá origem, conforme o meio material, aos processos de
fotoconversão e termoconversão.
18
A energia de qualquer tipo de radiação eletromagnética , como a luz, existe na forma
de porções discretas que são chamadas de quanta ou fótons. Podemos então,
caracterizar o espectro solar pelas energias dos fótons. Segundo a equação 2.2,
quanto menor for o comprimento de onda, maior é a energia de um fóton (EF) e vice-
versa.
P c'
EF (2.2)
Os fótons mais energéticos do espectro solar possuem cerca de 12,4 eV (0,1 µm),
enquanto que o pico de emissão está nos fótons com energia de 2,48 eV (0,5 µm).
Portanto, fótons com comprimento de onda superior a 1,1 µm não são capazes de
gerar eletricidade, apenas aquecem as células. Comparando com a distribuição
espectral da radiação solar, figura 2.2, verifica-se que só por este motivo as células
solares mais comuns não são capazes de absorver cerca de 30% da energia solar que
incide sobre elas.
O
efeito fotovoltaico dá-se em materiais da natureza denominados
semicondutores que se caracterizam pela presença de uma banda de energia
onde é permitida a presença de elétrons (banda de valência) e de outra “vazia”
(banda de condução).
19
Figura. 2.3 – Esquema simplificado de uma célula fotovoltaica [6]
Se, por outro lado, forem introduzidos átomos pertencentes ao grupo III da tabela
periódica com apenas três elétrons de ligação, como é o caso do boro, haverá falta de
um elétron para satisfazer as ligações com os átomos de silício da rede. Esta falta de
elétron é denominada lacuna e ocorre que, com pouca energia, um elétron de um local
vizinho pode passar a essa posição. Diz-se, portanto, que o boro é um aceitador de
elétrons ou um dopante P.
Se, partindo de um silício puro, forem introduzidos átomos de boro em uma metade e
de fósforo na outra, será formado o que se chama junção PN. O que ocorre nessa
junção é que elétrons livres do lado N passam ao lado P onde encontram as lacunas
que os capturam. Isto faz com que haja um acúmulo de elétrons no lado P, tornando-o
negativamente carregado e uma redução de elétrons do lado N, que o torna
eletricamente positivo. Essas cargas aprisionadas dão origem a um campo elétrico
permanente, também chamado de banda proibida, que dificulta a passagem de mais
elétrons do lado N para o lado P; o processo alcança um equilíbrio quando o campo
elétrico forma uma barreira capaz de barrar os elétrons livres remanescentes no lado
N. Este mesmo fenômeno acontece com os diodos quando se forma a camada de
depleção.
Se uma junção PN for exposta a fótons com energia maior que a da banda proibida,
ocorrerá a geração de pares elétrons-lacuna; se isto acontecer na região onde o
campo elétrico é diferente de zero, as cargas serão aceleradas, gerando assim, uma
corrente através da junção; esse deslocamento de cargas dá origem a uma diferença
de potencial nas extremidades do “bloco” de silício à qual se chama de Efeito
Fotovoltaico. Se as duas extremidades forem conectadas externamente por um fio,
haverá uma circulação de elétrons. Para cada elétron que deixa a célula fotovoltaica
há um outro que retorna da carga para substituí-lo.
20
como foi visto cerca de 30% do espectro, devido ao seu comprimento de onda ser
maior que 1,1 µm, não é capaz de excitar os elétrons de uma célula de silício.
Além disso, muitos fótons que são absorvidos disponibilizam energias maiores do que
o necessário para criar um par elétron-lacuna. O excesso de energia absorvida pelos
elétrons da célula fotovoltaica é convertido em calor. Por estas razões a eficiência
máxima da célula de silício alcançada em laboratório é em torno de 27% [6].
O
s principais fatores que influenciam nas características elétricas de um módulo
fotovoltaico são a radiação solar e a temperatura da célula, que se consegue
obter através da análise da temperatura ambiente. Com um histórico dessas
medições, pode-se viabilizar a instalações de sistemas fotovoltaicos em uma
determinada região garantindo o máximo aproveitamento ao longo do ano onde, as
variações da intensidade de radiação solar e temperatura sofrem significativas
alterações.
21
É mostrado, também na figura 2.2 do apêndice II, um piranômetro termoelétrico
instalado no teto do laboratório GPEC do Curso de Engenharia Elétrica da UFC.
22
3. MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
3. MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
D
evido à baixa tensão e corrente de saída em uma célula fotovoltaica e também
pelo fato de apresentarem espessura muito reduzida, necessitando proteção
contra esforços mecânicos e fatores ambientais, agrupam-se várias células
formando um módulo, para que se obtenham tensões úteis na prática. Denomina-se,
portanto, de módulo ou painel fotovoltaico, o menor conjunto ambientalmente
protegido de células interligadas com o objetivo de gerar energia elétrica em corrente
contínua, por sua vez o agrupamento desses módulos é chamado de arranjo
fotovoltaico. Ao conectar as células em paralelo mostrado na figura 3.1, somam-se as
correntes de cada módulo e a tensão do módulo é exatamente a tensão da célula. Já a
conexão de células em série provoca a soma da tensão de cada célula.
Quando uma célula fotovoltaica dentro de um módulo, por algum motivo, estiver
encoberta ou danificada, a potência de saída do módulo cairá drasticamente e, por
estar ligada em série, comprometerá todo o funcionamento das demais células no
módulo. Para que toda a corrente de um módulo não seja limitada por uma célula de
pior, usa-se geralmente um diodo de passagem ou de “bypass” mostrado na figura 3.2.
Esse diodo serve como um caminho alternativo para a corrente e limita a dissipação
de calor na célula defeituosa. Geralmente, o uso do diodo “bypass” é feito em
grupamentos de células, o que reduz o custo comparado ao de se conectar um diodo
em cada célula.
23
Figura 3.2 – Possíveis ligações para um diodo “bypass” entre células FV
N
ormalmente, a potência dos módulos ou conjunto de células é fornecida pela
corrente de pico. Entretanto, esta opção não é suficiente para se fazer
comparações exatas entre diferentes tipos de módulos.
Em muitas aplicações o importante é o tempo que o módulo leva para carregar uma
bateria; e este depende da corrente de carregamento fornecida pelo módulo à bateria.
24
Figura 3.3 – Curva característica IxV de um módulo fotovoltaico [6]
Tensão e corrente de máxima potência (Vmp e Imp): Para cada ponto IxV, o produto
corrente-tensão representa a potência gerada para a condição de operação. A figura
3.4 mostra uma curva típica de potência versus tensão para uma célula fotovoltaica, e
consequentemente, para o módulo, e que existe somente uma tensão Vmp (e
correspondente corrente Imp) para a qual a potência máxima (Pm) pode ser extraída.
Figura 3.4 – Curva típica de potência versus tensão para uma célula fotovoltaica [6]
25
Ponto de Máxima potência (Pm): corresponde ao produto da tensão de máxima
potência (Vmp) e da corrente de máxima potência. Os valores de Pm, Vmp, Imp, Voc e
Isc são os parâmetros que especificam o produto sob dadas condições de radiação,
temperatura de operação e massa de ar.
A figura 3.5 mostra a curva característica IxV superposta à curva de potência para
análise parâmetros.
Nota-se, através da curva característica IxV, que o módulo se comporta como uma
fonte de corrente, com pouca variação de corrente, quando a tensão varia de zero até
o ponto de máxima potência, e que o módulo se comporta como uma fonte de tensão,
com pouca variação de tensão) entre o ponto de máxima potência e a tensão de
circuito aberto.
O fator de forma (FF) é uma grandeza que expressa o quanto a curva característica
IxV se aproxima de um retângulo. Quanto melhor a qualidade das células no módulo,
mais próxima da forma retangular será a curva IxV. A equação 4.1 apresenta a
definição do fator de forma:
Im p Vmp
FF (3.1)
Isc Voc
Im p Vmp
(3.2)
A Ic
26
3.2. FATORES QUE AFETAM AS CARACTERÍSTICAS
ELÉTRICAS DOS MÓDULOS
3.2. FATORES QUE AFETAM AS CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DOS MÓDULOS
O
s principais fatores que influenciam nas características elétricas de um módulo
são a radiação solar e a temperatura das células. A corrente gerada nos
módulos aumenta linearmente com o aumento da radiação solar como mostra
a figura 3.6. Por outro lado, o aumento da temperatura na célula faz com que a
eficiência do módulo caia abaixando assim os pontos de máxima potência gerada. A
figura 3.7 mostra curvas IxV para diversas temperaturas e radiação solar em 100
W/m2, mostrando a influência na eficiência quando se compara os “joelhos” das
curvas. Isto se deve ao fato de que a tensão diminui significativamente com o aumento
da temperatura enquanto que a corrente sofre uma elevação muito pequena, quase
que desprezível.
Figura 3.6 – Efeito causado pela variação de radiação solar na curva característica IxV [6]
Figura 3.7 – Efeito causado pela temperatura da célula na curva característica IxV (para 1000
2
W/m ) em um módulo fotovoltaico [6]
27
3.3. PRINCIPAIS TECNOLOGIAS DE FABRICAÇÃO DE
MÓDULOS
3.3. PRINCIPAIS TECNOLOGIAS DE FABRICAÇÃO DE MÓDULOS
O
silício é um elemento semicondutor muito abundante na Terra, por isso tem
incentivado a fabricação e o desenvolvimento de células fotovoltaicas podendo
ser constituídas de cristais monocristalinos, policristalinos ou de silício amorfo.
Como qualquer outra tecnologia, a fotovoltaica vem buscando melhorar a eficiência
das células associada a uma redução de custos.
As aplicações mais comuns que tem contribuído para o aumento dessas pesquisas no
setor são o uso espacial em espaçonaves e satélites, iluminação residencial,
bombeamento de água, conexão à rede para geração elétrica e, mais recentemente,
sistemas de dessalinização de água.
A
célula de silício monocristalino é historicamente a mais usada e comercializada
como conversor direto de energia solar em eletricidade e a tecnologia para sua
fabricação é um processo básico muito bem constituído. A fabricação da célula
de silício começa com a extração do cristal de dióxido de silício. Este material é
desoxidado em grandes fornos, purificado e solidificado. Este processo atinge um grau
de pureza em 98 e 99% o que é razoavelmente eficiente sob o ponto de vista
energético e custo. Este silício para funcionar como células fotovoltaicas necessita de
outros dispositivos semicondutores e de um grau de pureza maior devendo chegar na
faixa de 99,9999%. A figura 3.8 mostra uma célula de silício monocristalino.
Para se utilizar o silício na indústria eletrônica além do alto grau de pureza, o material
deve ter a estrutura monocristalina e baixa densidade de defeitos na rede. O processo
mais utilizado para se chegar as qualificações desejadas é chamado “processo
Czochralski”. O silício é fundido juntamente com uma pequena quantidade de dopante,
normalmente o boro que é do tipo P. Com um fragmento do cristal devidamente
orientado e sob rígido controle de temperatura, vai se extraindo do material fundido um
28
grande cilindro de silício monocristalino levemente dopado. Este cilindro obtido é
cortado em fatias finas de aproximadamente 300µm [8].
Após o corte e limpezas de impurezas das fatias, deve-se introduzir impurezas do tipo
N de forma a obter a junção. Este processo é feito através da difusão controlada onde
as fatias de silício são expostas a vapor de fósforo em um forno onde a temperatura
varia entre 800 a 1000 0C.
A
s células de silício policristalino são mais baratas que as de silício
monocristalino por exigirem um processo de preparação das células menos
rigoroso, ou seja, ao invés de formarem um único grande cristal é formado um
bloco composto de pequenos cristais. Devido a isso, a eficiência diminui em
comparação as células de silício monocristalino. A figura 3.9 mostra uma célula de
silício policristalino.
29
3.3.3. SILÍCIO AMORFO
3.3.3. SILÍCIO AMORFO
U
ma célula de silício amorfo difere das demais estruturas cristalinas por
apresentar alto grau de desordem na estrutura dos átomos. A utilização de
silício amorfo para uso em fotocélulas tem mostrado grandes vantagens tanto
nas propriedades elétricas quanto no processo de fabricação. Por apresentar uma
absorção da radiação solar na faixa do visível e podendo ser fabricado mediante
deposição de diversos tipos de substratos, o silício amorfo vem se mostrando uma
forte tecnologia para sistemas fotovoltaicos de baixo custo. Mesmo apresentando um
custo reduzido na produção, o uso de silício amorfo apresenta duas desvantagens: a
primeira é a baixa eficiência de conversão comparada às células mono e policristalinas
de silício; em segundo, as células são afetadas por um processo de degradação logo
nos primeiros meses de operação, reduzindo assim a eficiência ao longo da vida útil.
Por outro lado, o silício amorfo apresenta vantagens como processo de fabricação
relativamente simples e barato, possibilidade de fabricação de células com grandes
áreas e baixo consumo de energia na produção que compensam as deficiências
citadas.
N
o intuito de descobrir formas alternativas de se fabricar células
fotovoltaicas, têm se realizado muitas pesquisas com células de filmes
finos. O objetivo geral é obter uma técnica através da qual seja possível
produzir células fotovoltaicas confiáveis, utilizando pouco material semicondutor,
resultando em custo mais baixo do produto e consequentemente da energia
gerada. A Figura 3.10 apresenta módulos de filme fino.
30
4. BATERIAS ELÉTRICAS
4. BATERIAS ELÉTRICAS
C
onveniente fonte de eletricidade e uma eficiente forma de armazenamento de
energia elétrica, as baterias são essenciais para os sistemas autônomos de
geração com fontes renováveis (solar , eólico ou híbrido) que utilizam
armazenamento de energia elétrica. Por isso faz-se necessário o conhecimento das
limitações intrínsecas, para que haja correta instalação, prolongando a vida útil e
aumentando o grau de confiabilidade.
Quando uma bateria está conectada a um circuito elétrico, há uma corrente devido a
uma transformação eletroquímica que será abordada adiante, ou seja, há produção de
corrente contínua através da conversão de energia química em energia elétrica.
O número de tipos possíveis de baterias é muito grande (Ni-Fe, Ni-Zn, Zn-Cl, etc.).
Entretanto, a disponibilidade do mercado reduz a possibilidade de escolha dos tipos a
serem empregados. Dessa maneira, as baterias de chumbo-ácido e níquel-cádmio
tornaram-se algumas das poucas opções para os projetistas de sistemas autônomos.
O preço das últimas é, para a mesma quantidade de energia, da ordem de quatro a
cinco vezes superior ao das primeiras. Por esse motivo, a grande maioria dos
acumuladores de energia já instalados nos sistemas fotovoltaicos, eólicos ou híbridos,
são as baterias recarregáveis de chumbo-ácido [7].
31
Chama-se de regime ou taxa de descarga, a relação entre a capacidade nominal da
bateria e a corrente em que se realiza a descarga (ou carga), expresso normalmente
em horas. É representado na forma de um sub-índice ao lado do símbolo da corrente,
por exemplo: I20, representa um regime de descarga de 20 horas.
A
primeira bateria de chumbo ácido foi construída por Planté, em 1859. Este tipo
de bateria é utilizado ainda hoje em algumas aplicações específicas, mas
devido às suas características construtivas e aos seus altos custos de produção
a sua gama de aplicação foi restrita.
No anodo:
Desc arg a
PbO2 SO42 4H 2e C arg a
PbSO4 2H 2 O
(4.1)
No catodo:
Desc arg a
Pb SO42 C arg a
PbSO4 2e (4.2)
A reação global:
Desc arg a
Pb PbO2 2H 2 SO4 C arg a
2PbSO4 2H 2 O
(4.3)
Durante o processo de carga, uma corrente elétrica entra na bateria pelo anodo,
formando óxido de chumbo no anodo e chumbo puro no cátodo. Com isso, ácido
32
sulfúrico (H2SO4) é liberado na solução aquosa, denominada de eletrólito, aumentando
sua densidade. Já no processo de descarga, a corrente elétrica sai pelo anodo,
formando sulfato de chumbo nos dois eletrodos absorvendo o ácido sulfúrico do
eletrólito, diminuindo sua densidade.
Segundo as equações (4.1), (4.2) e (4.3) e a figura 4.1, nota-se que uma bateria está
carregada quando seu eletrodo negativo é composto, predominantemente, de chumbo
puro, enquanto que seu eletrodo positivo está constituído basicamente de dióxido de
chumbo. Por sua vez, neste estado de carga, a densidade do eletrólito é máxima, pois
a quantidade de ácido sulfúrico dissolvida no eletrólito é a maior possível. Neste caso,
a tensão nos pólos da bateria também é máxima, pois é diretamente proporcional à
quantidade de íons presentes no eletrólito ou, o que é a mesma coisa, à densidade
deste. Conhecendo estas características, podemos determinar o estado da carga de
uma bateria de forma bastante simples, medindo a tensão em seus pólos, ou a
densidade de seu eletrólito através de um densímetro.
A
tensão fornecida por uma bateria recarregável é contínua (CC). Para carregá-la
necessita-se de uma fonte de corrente contínua que deverá ser conectado com
a polaridade correta: positivo do gerador ao positivo da bateria e negativo do
gerador ao negativo da bateria. Para poder forçar uma corrente de carga, a tensão
deverá ser superior à da bateria.
33
através desta, em direção oposta à de carga, provocando reações químicas nos
eletrodos que retornam o sistema à sua condição inicial.
A quantidade de energia que pode ser acumulada por uma bateria é dada pelo número
de watt-horas (Wh) da mesma. A capacidade (CB) de uma bateria submeter-se a um
dado regime de descarga é dada pelo número de ampères-horas (Ah).
34
O número de Ah de uma bateria é um valor que se obtém de um regime de descarga
especificado pelo fabricante. Para um tipo especial de baterias, o procedimento de
prova é padronizado pela indústria.
Um exemplo prático serve para reforçar este conceito: se uma bateria solar tem uma
capacidade (CB) de 200 Ah para um tempo de descarga de 20 h, o valor da corrente
durante o teste é de 10 A.
Figura 4.2 – Variação da capacidade de uma bateria de chumbo ácido em função da corrente e
descarga a que esta é submetida [7]
35
4.3. TENSÃO DE SAÍDA
4.3. TENSÃO DE SAÍDA
A
tensão de saída de uma bateria de chumbo-ácido não permanece constante
durante a carga ou descarga. Duas variáveis determinam seu valor: o estado da
carga e a temperatura do eletrólito. As curvas das figuras 4.3 e 4.4 mostram
essas variações na tensão por elemento, tanto para o processo de carga quanto para
o de descarga. Os valores dados pelas curvas correspondem a tensão por elemento
de uma bateria de chumbo-ácido. Seis elementos em série correspondem a uma
bateria de 12 V. Se o banco de baterias tem um valor que é um múltiplo de 12 V, os
valores lidos deverão ser multiplicados por seis e pelo valor do múltiplo.
Figura 4.3 – Evolução da tensão entre os terminais de uma bateria durante um processo de
carga a corrente constante, em função do tempo e regime de carga, para uma temperatura de
0
25 [7]
A diminuição da tensão nos pólos da bateria é mais acentuada quanto maior for a
intensidade da corrente de descarga. A figura 4.4 apresenta o comportamento da
tensão nos pólos da bateria em função do tempo transcorrido durante um processo de
descarga a corrente constante.
36
Figura 4.4 – Evolução da tensão entre os terminais de uma bateria durante um processo de
descarga a corrente constante [7]
O
valor da tensão de circuito aberto de uma bateria não representa uma boa
indicação do estado de carga ou da vida útil da mesma. Para que essa
medição tenha algum significado, a leitura deve ser precedida pela carga da
mesma, seguida de um período de inatividade de várias horas. O voltímetro deverá ser
capaz de ler com uma precisão de no mínimo duas casas decimais. A medição da
densidade do eletrólito constitui uma avaliação mais confiável, pois se mede um grupo
de células em separado. Diferenças significativas no valor da densidade entre um
grupo de células e as restantes dá uma indicação clara do envelhecimento da bateria.
Uma tensão que é importante é a de “final de descarga” para a bateria. Esse valor é
dado pelo fabricante, porém é sempre próximo aos 10,5 V, para uma bateria de
chumbo-ácido de 12V nominais, trabalhando a uma temperatura próxima de 25 °C.
O
congelamento do eletrólito é um problema que pode ocorrer quando a
temperatura do mesmo cai abaixo dos 0 °C e está relacionado com o estado de
carga da bateria. Quando a bateria está praticamente descarregada, a
quantidade de água na solução eletrolítica é maior, como indicado anteriormente. Ao
baixar a temperatura do eletrólito, existe a possibilidade de que a água se congele.
Quando isso ocorre, seu volume aumenta. A força dessa expansão pode danificar
tanto os eletrodos, quanto as células, ou até quebrar a caixa. O ácido do eletrólito atua
como anti-congelante, de maneira que é extremamente importante manter a carga das
baterias quando a temperatura de trabalho diminui. Uma bateria solar do tipo chumbo-
ácido, totalmente descarregada, congela em torno dos - 10 °C. Se ela estiver
totalmente carregada, o ponto de congelamento será de aproximadamente -58 °C
conforme Tabela 4.1.
37
Temperatura de Congelamento
Estado de carga (%)
do Eletrólito ( 0 C)
100 -58,0
75 -34,4
50 -20,0
25 -15,0
Descarregada -10,0
Tabela 4.1 – Ponto de congelamento de uma bateria de chumbo-ácido [10]
D
enomina-se ciclo de um acumulador ao processo de carregar e descarregar. A
repetição sucessiva de ciclos é denominada de processo de ciclagem. Ao
descarregar repetidamente os acumuladores eletroquímicos, diminui-se,
progressivamente, a capacidade total destes. Isto ocorre porque, com o aumento de
volume dos eletrodos, originada pelas sucessivas recargas, criam-se tensões
mecânicas internas, fazendo com que o material ativo se desprenda e caia. Com isto,
perde-se este material e, consequentemente, a capacidade de acumular energia. Esta
perda na capacidade aumenta com o número de cargas e descargas e principalmente
com o aumento da profundidade de descarga adotada em cada ciclo.
38
Figura 4.5 – Evolução da capacidade da bateria submetida ao processo de ciclagem, em
função do número de ciclos e da profundidade de descarga de 20% [7]
A
o se aproximar do final do processo de carga da bateria, começa a faltar matéria
ativa e parte da corrente de carga deixa de realizar a reação química e começa
a decompor a água do eletrólito em hidrogênio, H2, e oxigênio, O2. Este
fenômeno, denominado gaseificação, tem consequências positivas e negativas. Em
pequena escala, a gaseificação é responsável pela homogeneização do eletrólito,
ação particularmente importante para as baterias instaladas nos sistemas
fotovoltaicos. Em maior escala, com a decomposição da água do eletrólito e, se não
houver reposição, os eletrodos correm o risco de ficarem expostos. Fora da solução
eles podem sofrer danos irreversíveis. A gaseificação é também responsável pelo
aumento na resistência interna da bateria, dificultando a passagem da corrente e a
ocorrência das reações químicas.
39
SULFATAÇÃO
O
bserva-se que a descarga das baterias de chumbo-ácido causa a deposição de
sulfato de Pb em ambas as placas. Normalmente, essa deposição é constituída
por pequenos cristais, que se decompõem facilmente durante o processo de
carga. Quando a bateria é descarregada repetidas vezes abaixo do mínimo
especificado, e não totalmente recarregada, ou quando permanece descarregada por
um longo tempo, o tamanho dos cristais cresce, e só uma parte deles participa no
processo de carga. Isso se traduz em uma diminuição da superfície ativa do eletrodo,
diminuindo a capacidade de armazenamento. Esse fenômeno é conhecido como
sulfatacão da bateria. Em lugares onde os períodos nublados são de longa duração,
as baterias podem permanecer em estado de baixa carga por bastante tempo,
induzindo a sulfatação das placas. Uma carga com regime elevado de corrente pode
dissolver esta formação cristalina [11].
AUTO-DESCARGA
D
enomina-se de auto-descarga o processo natural de perda de carga que o
acumulador sofre.
40
5. CONFIGURAÇÕES DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
5. CONFIGURAÇÕES DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
D
e acordo com a localização e a disponibilidade dos recursos energéticos, os
sistemas fotovoltaicos podem ser classificados como autônomos ou conectados
à rede. Os sistemas fotovoltaicos autônomos, ou seja, não conectados à rede
elétrica, quando não se restringem somente à geração fotovoltaica são chamados de
autônomos híbridos, ou simplesmente, híbridos e quando puramente fotovoltaicos são
conhecidos como autônomos isolados, ou simplesmente, autônomos. Assim, segundo
a classificação das categorias, os sistemas fotovoltaicos são:
Autônomos: Isolados
Híbridos
S
istemas fotovoltaicos autônomos, em geral, necessitam de algum tipo de
armazenamento. A forma mais comum de armazenamento á a utilização de
baterias elétricas. Existem também outros tipos de armazenamento de energia
como no bombeamento de água, onde a água é armazenada em tanques elevados, a
energia solar será convertida em energia potencial gravitacional.
Para evitar que haja sobrecarga ou descarga profunda e garantir a vida útil do sistema
de armazenamento, em geral, é utilizado um controlador de carga. Este equipamento
é utilizado para proteger os acumuladores, cortando o abastecimento energético das
baterias quando o estado de carga das baterias (SOC) atinge 100%, ou
desconectando a carga dos acumuladores quando estes atingem a profundidade de
descarga máxima (PDMAX).
41
Figura 5.1 – Diagrama de sistemas fotovoltaicos autônomos em função da carga utilizada
S
istemas híbridos são aqueles que, desconectado da rede convencional,
apresenta várias formas de geração de energia como, por exemplo, turbinas
eólicas, geração diesel, módulos fotovoltaicos, entre outras. A utilização de
várias fontes torna-se complexo a otimização e o dimensionamento da geração de
energia elétrica.
A energia gerada por um sistema híbrido tem a forma “pulsante”, pois dependem de
fenômenos meteorológicos variáveis como a velocidade do vento e a radiação solar,
porém a carga necessita, geralmente, que o fornecimento de energia seja constante e
dentro de limites mínimos e máximos aceitáveis para a operação. Por isso, a energia
gerada é enviada para baterias, que além de armazenar, têm a função de fornecer, de
forma ininterrupta e dentro de uma faixa confiável, a energia para a carga. A figura 5.2
mostra um diagrama de sistemas fotovoltaicos híbridos em função da carga utilizada.
42
Figura 5.2 – Diagrama de sistemas fotovoltaicos híbridos em função da carga utilizada
E
stes sistemas utilizam um grande número de painéis fotovoltaicos, e não
utilizam armazenamento de energia pois toda a geração é entregue à rede. Esta
forma de geração representa uma fonte complementar ao sistema elétrico de
grande porte ao qual esta conectada. Todo o arranjo é conectado em inversores e logo
em seguida guiados diretamente à rede. Estes inversores devem satisfazer as
exigências de qualidade e segurança para que a rede não seja afetada. A figura 5.3
mostra um diagrama simplificado de sistemas conectados à rede.
43
5.4. EXEMPLOS DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS AUTÔNOMOS
NO NORDESTE DO BRASIL
5.4. EXEMPLOS DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS AUTÔNOMOS NO NORDESTE DO BRASIL
N
o Brasil existem hoje vários projetos em nível governamental e privado. Esses
projetos englobam diversas áreas que utilizam conversão fotovoltaica da
energia solar como na eletrificação rural, no bombeamento de água e também
em sistemas híbridos. Aqui serão apresentados alguns dos sistemas instalados no
Nordeste do Brasil mostrando as características e as comunidades beneficiadas.
E
sse sistema de dessalinização de água salobra foi instalado na comunidade de
Coité-Pedreiras no Ceará. O dessalinizador possui capacidade nominal de 250
litros por hora e o gerador fotovoltaico é formado por 20 módulos SM55 de
55Wp da Siemens com oito baterias de 100Ah. Essa pesquisa foi desenvolvida pelo
Grupo de Processamento de Energia e Controle (GPEC) do Curso de Engenharia
Elétrica da UFC. Os recursos para implementação do projeto foram concedidos pelo
concedidos pelo CNPq e o Banco do Nordeste.
E
ste projeto de eletrificação fotovoltaica faz parte da primeira fase do acordo
NREL/CEPEL/COELCE, e é parte integrante do Programa LUZ DO SOL. O
sistema foi instalado em várias localidades do interior do Ceará. Foram também
implantados sistemas de iluminação pública em cada localidade onde foram instalados
sistemas residenciais e escolares. O primeiro sistema, dentro da primeira fase do
acordo NREL/ CEPEL/COELCE, foi instalado em dezembro de 1992 na vila de
Cordeiros no município de São Gonçalo do Amarante e vem operando nestes últimos
anos, de forma contínua.
Este projeto atende a 14 vilas do interior dos municípios de Alto Santo, Apuiarés,
Canindé, General Sampaio, Itapipoca, Pentecoste, Quixadá e São Gonçalo do
Amarante no Ceará beneficiando um total de 492 residências com 30,74 kWp
instalados [8].
CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA
44
SISTEMA DE BOMBEAMENTO PARA IRRIGAÇÃO NA
BAHIA
O
sistema de bombeamento fotovoltaico foi instalado no açude Rio dos Peixes
no município de Capim Grosso na Bahia e é formado por 16 painéis M55 da
Siemens e uma bomba centrífuga de superfície McDonald de 1HP CC. Devido
às variações sazonais do nível da água no açude, a solução mais prática foi a
instalação do sistema em uma balsa flutuante ancorada. O sistema completo fica a
15m da margem do açude, quando em época de cheia, e bombeia a uma distância de
350m com vazão de 12 m3 por dia.
E
m 28 de janeiro de 1995, foi inaugurado o Sistema Gerador Fotovoltaico do
Posto Avançado do Parque Ecológico Porto Sauípe na Bahia. Este Sistema é
composto de um painel fotovoltaico Solarex de 1,4 kWp, fornecendo energia em
corrente contínua para um banco de baterias que, através de um inversor alimenta
luminárias com 110VAC, equipamentos de informática e sistemas de áudio e vídeo do
Posto [8].
CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA
- 1 Inversor de 1500W.
45
6. ELETRODIÁLISE COM ACIONAMENTO FOTOVOLTAICO
6. ELETRODIÁLISE COM ACIONAMENTO FOTOVOLTAICO
E
ste capítulo visa o estudo da união da tecnologia de dessalinização por
eletrodiálise que tem assumido uma importância crescente nos últimos anos,
devido ao menor consumo específico de energia para águas salobras até 5.000
ppm [2], que é o caso da grande maioria de poços de água salobra da região Nordeste
do Brasil, juntamente com a conversão elétrica da energia solar através da tecnologia
fotovoltaica.
6.1. INTRODUÇÃO
6.1. INTRODUÇÃO
O
s resultados de uma seca dependem da capacidade de resistência e de
convivência da população atingida: quanto mais carente e despreparada,
maiores serão os reflexos da seca. Na tentativa de resolver o problema de
abastecimento de água tem-se utilizado duas estratégias básicas no interior do
Nordeste:
46
51% da área total do Nordeste. Com exceção do Piauí, todos os estados do Nordeste
localizados no Polígono da Seca possuem a maior parte de suas áreas sob terreno
cristalino como indica a figura 6.1 [1].
600
Terreno cristalino
500
Área (1.000 km2)
400 Terreno
sedimentar
300
200
100
0
RGN
MA
AL
BA
PB
CE
PE
SE
PI
Figura 6.1 – Classificação dos terrenos encontrados na região Nordeste do Brasil [1]
Estima-se que em todo o Nordeste existam cerca de 50.000 poços; cerca de 80%
apresentam água salobra inadequada para o consumo humano de até 500 ppm,
segundo a Organização Mundial de Saúde. A concentração de sólidos dissolvidos na
região varia entre 1.000 e 10.000 ppm.
O
processo de eletrodiálise consiste basicamente na transferência de íons da
água a ser dessalinizada (salobra) através de membranas de cátions e ânions
para um fluxo de concentrado conforme a figura 6.2, onde é mostrado o
processo de uma célula, sendo que uma unidade comercial contém normalmente
centenas de células em paralelo.
Através desta divisão são originados o fluxo de água potável, com concentração de sal
dentro dos limites para o organismo humano e o fluxo de concentrado de sais, com a
maior parte do sal presente na água original.
Reservatório aberto, onde a água é evaporada e o sal deixado pode ser usado
para alimentação humana e de animais;
47
Coletor solar, onde a água evaporada é condensada e pode ser então
adicionada à água potável, aumentando a produção da instalação;
Para irrigação de plantas (erva do sal) ou criação de peixes que suportam alto
teor de sal.
O cátodo (-) juntamente com o anodo (+), com aplicação de corrente contínua,
provocam a separação dos sais contidos na água salobra em ânions e cátions.
Os íons carregados positivamente (cátions), no caso do exemplo, os cátions de sódio
(Na+) são atraídos pelo Cátodo, e os íons carregados negativamente, ânions de cloro
(Cl-), são atraídos pelo Anodo. A membrana de separação de cátions (Na+) permite a
passagem dos mesmos, que se juntam ao fluxo de concentrado de sais. Da mesma
forma acontece do outro lado da célula, quando a membrana de separação de ânions
(Cl-) permite a absorção dos mesmos que se dissolvem em outro fluxo de água
salobra proveniente da fonte, formando o concentrado de sais. O fluxo de água
remanescente entre as membranas corresponde ao fluxo de água dessalinizada
(potável). Durante a quebra das moléculas de sais em ânions e cátions, átomos de
cloro ficam retidos na água dessalinizada funcionando como agentes antimicrobianos.
O processo apresenta um consumo médio de energia da ordem de 1,5 a 2,0 KWh/m3
de água tratada, e tende a ser o mais econômico quando usado em água salobra,
particularmente, em salinidades de até 5.000 ppm [2]. Como comparação, pode-se
citar o sistema de dessalinização por osmose reversa instalado em Coité-Pedreiras
que apresentou um consumo específico de energia inicial em torno de 4,11 kWh/m 3 de
água [12].
48
eletrodiálise a nível mundial é o desenvolvimento alcançado na fabricação das
mesmas, buscando o compromisso entre vida útil, capacidade de separação e
consumo de corrente elétrica.
C
omo a tecnologia fotovoltaica tem mostrado viabilidade tanto econômica quanto
técnica em regiões remotas sem rede elétrica com sistemas de bombeamento
de água e de iluminação, a dessalinização de água salobra vem sendo uma
área de pesquisa com excelentes perspectivas.
A
s principais experiências estão localizadas em Tanot na Índia, no Vale Spencer
nos Estados Unidos e na cidade de Fukue no Japão.
Uma planta de eletrodiálise com capacidade de produção de água potável de 1m3 por
dia, acionada por um arranjo de painéis fotovoltaicos com 540 Wp, foi instalada para
fornecer água potável com concentração em torno de 1.000 ppm para população local,
acima do índice máximo de 500 ppm recomendado pela Organização Mundial de
Saúde. O arranjo fotovoltaico consiste em seis módulos padrões de 30 Wp conectados
em série, e em três séries agrupadas em paralelo para fornecer uma tensão de circuito
aberto de aproximadamente 118 V e corrente de curto circuito de aproximadamente
5,5 A [13]. A água salobra é bombeada para uma caixa d’água através de uma bomba
movida por um motor diesel, e a planta de eletrodiálise é alimentada por gravidade.
Depois que o potencial elétrico dos painéis fotovoltaicos é aplicado, a água é
dessalinizada, conforme apresentado na figura 6.3.
49
Figura 6.3 – Instalação de eletrodiálise acionada por painéis fotovoltaicos de Tanot – Índia [13]
A potência dos painéis fotovoltaicos foi da ordem de 65 kWp e a vazão média de água
potável em torno de 200 m3/dia, com a água potável em níveis de concentrações de
sais entre 80 e 300 ppm, a partir de concentrações de água salobra entre 300 ppm e
735 ppm. As principais características das plantas citadas são resumidas na tabela
6.1.
50
Características Fukue Japão Vale Spencer EUA Tanot Índia
Potência FV (Wp) 65.000 2.300 540
Vazão de água potável
200 2,8 1,0
(m3/dia)
Acionamento da Bomba
Motor CA 200V Motor CC 120V Motor Diesel
de água
Utilização de Banco de
Sim Sim Não
baterias
Salinidade da água da
300 a 735 900 4.500 a 5.000
fonte (ppm)
Salinidade da água
80 a 300 333 a 885 Cerca de 1.000
tratada (ppm)
Tabela 6.1 – Principais características de instalações de eletrodiálise acionadas por painéis
fotovoltaicos a nível mundial
51
7. DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
AUTÔNOMOS
7. DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS AUTÔNOMOS
7.1. INTRODUÇÃO
7.1. INTRODUÇÃO
O
Nordeste do Brasil possui muitas comunidades que não estão conectadas à
rede elétrica convencional. Muitos desses locais apresentam a necessidade de
uma fonte alternativa de geração elétrica como sistemas FV autônomos não só
para a dessalinização de águas salobras, como também para auxiliar nas mais
diversas atividades como iluminação, irrigação, bombeamento, entre outras.
Estimando-se, para cada região, o número médio de dias consecutivos com baixos
valores de radiação diária, encontra-se o período aproximado em que praticamente
não ocorrerá geração de eletricidade, conhecido como período de autonomia.
Igualando a capacidade de armazenamento energético ao consumo projetado para
este período, determina-se a dimensão do banco de baterias. Esse critério é
empregado em sistemas que não necessitam de alta confiabilidade, ou seja, que não
precisem ser imunes à falhas, acarretando, com isso, um custo menor da instalação.
T Falta de Energia
LLP (7.1)
T Demanda de Energia
52
Os métodos existentes apresentam dois princípios dois para a obtenção do
dimensionamento fotovoltaico, que são:
Gd
N SP (7.3)
1000 W / m2
5 kWh m2 .dia
Assim, N SP 5 h / dia , ou seja, o gerador tem a capacidade de
1000 W / m2
fornecer tensão e corrente nominal, desprezando as perdas, durante cinco horas por
dia.
O
desenvolvimento do programa trata do dimensionamento de sistemas
fotovoltaicos autônomos isolados sem a utilização de seguidor de máxima
potência (MMPT) utilizando o critério da média anual de radiação solar e o
53
princípio de dimensionamento de horas de sol pleno. Este método foi elaborado pelo
Grupo de Pesquisas em Fontes Alternativas da Universidade de Pernambuco (Grupo
FAE/UFPE) e divulgado pelo GTES (Grupo de Trabalho de energia solar fotovoltaica
do CRESESB/CEPEL).
P
ara o dimensionamento de um sistema fotovoltaico é necessário inicialmente
conhecer as características da carga. Após a introdução dos valores de entrada,
os resultados do programa são apresentados em negrito como mostra a figura
7.1.
O ciclo de serviço diário (h/dia): representa o número médio de horas por dia
em que a carga estará em funcionamento;
A estimativa de corrente de pico (A): é obtida pela divisão da potência total das
cargas pela tensão nominal do sistema;
54
O consumo Ampère-hora (Ah/dia): representa o consumo médio diário da
carga. É obtido pelo valor da carga CC mais o produto da Carga CA pela
eficiência de conversão, tudo multiplicado pelo número de horas do ciclo de
serviço diário e dividido pela tensão nominal do sistema.
N
esse item deve ser descrita a condição meteorológica e de latitude do local. A
figura 2 mostra o dimensionamento do número de horas de sol pleno e ângulo
do arranjo fotovoltaico.
E
ssa etapa corresponde ao dimensionamento do armazenamento de energia
utilizada pelo sistema autônomo nos períodos em que a geração elétrica
proveniente dos painéis fotovoltaicos não seja suficiente para abastecer a
carga. A figura x mostra o dimensionamento do banco de baterias.
55
O fator de eficiência das baterias (decimal): o valor considera a eficiência de
carga e descarga das baterias. Este dado se obtém do fabricante, caso isso
não seja possível o dimensionamento sugere 0,95;
N
essa etapa do programa é dimensionado o arranjo FV, componente do sistema
autônomo responsável pela geração elétrica para abastecer a carga e carregar
o banco de baterias. O dimensionamento do arranjo fotovoltaico é mostrado na
figura 7.4:
56
Fator de correção do módulo (decimal): representa o fator de ajuste da corrente
do módulo nas Condições Padrões de Teste para as condições de campo, isto
é, ajuste devido à impurezas nas superfícies dos módulos, temperatura da
célula diferente de 25ºC, massa de ar diferente de 1,5, entre outros. Este fator
não está relacionado com a eficiência de conversão elétrica do módulo, e sim,
o quanto diferente será a corrente e a tensão gerada da corrente e tensão
nominal devido às condições de campo;
O
s itens descritos no método de dimensionamento GTES são mostrados nas
figuras 7.1, 7.2, 7.3 e 7.4 através da análise do método através de uma
unidade existente de osmose reversa, que representa a carga, acionada por 20
módulos fotovoltaicos de 55Wp em Coité-Pedreiras no Estado do Ceará como mostra
a figura 7.5. O gerador fotovoltaico deste sistema FV real de dessalinização foi
dimensionado pelo programa PV-SIZING da SIEMENS.
O banco de baterias contém 8 unidades de 100Ah e tem a tensão limitada em 24V por
dois controladores de carga, um para cada conjunto de painéis. A unidade de osmose
reversa funciona cerca de quatro horas por dia e tem potência de 750 W.
Para essa instalação real de instalação de osmose reversa acionada por painéis
fotovoltaicos foi adotado o número de horas de sol pleno igual a 5 horas por dia, o
fator de eficiência da Bateria igual a 90%, a profundidade de descarga de 20%, e que
o sistema funcione todos os dias da semana.
57
Com a aplicação dessas considerações no programa de dimensionamento, conclui-se
que o período máximo de armazenamento do banco de baterias, ou seja, o período de
autonomia, segundo o método GTES, é de 3 dias e que o ciclo de serviço diário para
potência no valor de 750W terá que ser no máximo de 4 horas, que é o período real
utilizado na prática de operação.
O
programa de dimensionamento foi desenvolvido no Departamento de
Engenharia Elétrica da Universidade de Cleveland nos Estados Unidos. Esse
programa tem como resultado a área do arranjo fotovoltaico, a capacidade de
armazenamento (em kWh) e o custo total do sistema para todo ciclo de vida útil com
probabilidade de perda de carga (LLP) de 1%. Dessa forma, além do
dimensionamento ótimo, esse método propõe uma análise econômica para obter o
menor custo do sistema fotovoltaico.
O
balanceamento (M) é o parâmetro adotado para dimensionamento e análise
dos custos do arranjo FV e do banco de baterias, que são os principais
componentes de um sistema fotovoltaico autônomo. O balanceamento é dado
pela diferença entre radiação solar média mensal (GM) em kWh/(m2.dia) e a radiação
necessária para abastecer a carga (GD) em kWh/(m2.dia), dividida pelo desvio padrão
radiação solar média mensal para todos os meses do ano (S).
(GM GD )
M (7.4)
S
58
DL
A (7.5)
.(GD )
DL
A (7.6)
.(GM M .S )
1
CF (7.7)
PDmáx . B
Para determinar Q2, que é dado pelos períodos noturnos e nublados, é necessário
conhecer a relação noturna da carga (NSR), que é dada pela divisão da demanda da
carga noturna pela demanda diária total. Dessa forma,
Q2 C F .DL .N SR (7.9)
Q Q1 Q2 (7.10)
C1
C C2 (7.12)
M
Para o valor de R entre 0,1 e 0,3 a modelagem de curvas para uma probabilidade de
perda de carga de 1% apresentou as seguintes fórmulas:
59
C1 3,837 R 0, 0189 (7.15)
DL
A (7.17)
.GM (1 M .R)
C1
Q C F .DL .( C2 N SR ) (7.18)
M
D
e posse dessas relações, procede-se à análise do custo do sistema autônomo.
O custo total (CT) do sistema autônomo é dado pela soma do custo do
investimento inicial (CI), o valor dos custos de operação e manutenção (OM) e
o valor dos custos de substituição das baterias (BF) trazidos para o valor presente.
CT CI OM BF (7.19)
CI (1 d e f ).T (7.21)
60
Onde h é a relação entre Xo e o custo do arranjo FV e j é
relação entre Xo e o custo das baterias. É necessário também
considerar as condições das equações (7.23) e (7.24):
1 go 1 go N
OM X0( )[1 ( ) ] para i go (7.23)
i go 1 i
OM X 0 .N para i go (7.24)
2N 1
NR INT ( ) (7.25)
2 BL
NR
1 g1 NK ( NR 1)
BF b.Q(1 Sb) ( ) (7.26)
K 1 1 i
Através da substituição das equações (7.21), (7.24) e (7.26) na equação (7.19) para
simplificar o custo total do sistema fotovoltaico autônomo (CT) e colocando os
parâmetros A e Q em evidência obtém-se a expressão da equação (7.27):
CT AC . A BC .Q (7.27)
NR
1 g1 NK ( NR 1)
Bc b[1 d e f jN (1 Sb) ( ) ]
K 1 1 i
(7.29)
61
Figura 7.6: Método de dimensionamento GROUMPOS
Custos dos sistemas FV Unidade Valor
Custo unitário de gerador FV [a] R$ /m2 2549,4
Custo unitário de bateria [b] R$/kWh 126.7
Custo unitário de condicionamento de energia [c] R$/m2 605
Relação entre custo de engenharia e o custo total de equipam. [d] 0,00
Relação entre custo de instalação e o custo total de equipam. [e] 0,00
Relação entre custo de gerenciamento e o custo total de equipam.
[f] 0,00
Relação entre o custo de operação no 1º ano e do arranjo FV [h] 0,06
Relação entre o custo de operação no 1º ano e das baterias [j] 1,09
62
Substituindo as equações (7.17) e (7.18) na equação (7.27), considerando DL
constante e derivando a expressão para se obter o custo total mínimo, chega-se a
equação (7.30) do segundo grau em função de M:
Adotando:
Z AC R CF BC C1 GM R 2 (7.31)
T 2CF BC C1 GM R (7.32)
W CF BC C1 GM (7.33)
1
T (T 2 4ZW ) 2
M opt (7.34)
2Z
Assim, Mopt é o valor de M que deve ser usado nas equações (7.17) e (7.18)
resultando no valor ótimo do arranjo FV (Aopt) e no valor ótimo da capacidade de
armazenamento (Qopt). Desta forma, o custo total ótimo para o ciclo de vida útil (CT opt)
é dado por:
P
ara comparação e análise deste método de dimensionamento, o estudo de caso
utiliza o mesmo sistema fotovoltaico autônomo apresentado na figura 7.5.
O desvio padrão (S) foi feito considerando as 12 médias mensais de radiação solar de
2003 e o valor apresentado foi 0,85.
A demanda diária da carga (unidade de osmose reversa) é 3 kWh/dia, que é dada pelo
produto da potência da carga (750W) e número de horas do ciclo de serviço diário,
considerado igual a quatro. O dimensionamento completo é mostrado na figura 7.6.
63
Nota-se que diferente do método de dimensionamento GTES, que utiliza como
princípio de dimensionamento tensão e corrente nominal do gerador fotovoltaico
através do número médio das horas de sol pleno, o método GROUMPOS utiliza o
dimensionamento da área mínima (ótima) dos painéis fotovoltaicos necessária para
acionar a carga. Através da figura 7.6 é verificado que área fotovoltaica calculada pelo
programa, para uma probabilidade de perda de carga de 1%, foi de 8,73 m 2, que é
muito próximo da instalação real em Coité-Pedreiras com 8,51 m2 e o menor custo em
valores atuais do sistema fotovoltaico autônomo para o ciclo de vida útil de 20 anos,
sem considerar o custo do dessalinizador, foi de R$ 41.731,14.
P
ara o caso comum de dimensionamento de sistemas fotovoltaicos autônomos
sem seguidores de máxima potência, a análise do balanceamento de energia
pode ser feita por meio do balanceamento de corrente, considerando que a
tensão nominal (VNOM) seja igual a tensão do ponto de máxima potência do arranjo FV.
Dessa forma, se obtém as equações (1) e (2):
VNOM .I G
AG (7.37)
GREF . G
I G .Gdm
CA (7.38)
QM .GREF
I G .Gd (0)
CO (7.39)
QM .GREF
64
Onde Gd(0) é o valor médio mensal da radiação diária na
superfície horizontal e GREF é a radiação de referência igual a
1000 W/m2.
C
om o intuito de derivar a capacidade nominal da bateria com taxa de descarga
de 20 horas do valor de CS, é válido supor que a relação entre capacidade
nominal da bateria (CB), mostrada na equação (5), e capacidade nominal da
bateria com taxa de descarga de 20 horas (C20) é obtida pela equação empírica (6):
CS .L
CB (7.40)
PDMAX .VNOM
CB 1 0,34
(7.41)
C20 I
1 0,34.( B )
I 20
CB CB2 7,29.CB
C20 (7.42)
2,68
CO f .CS U (7.43)
P
ara análise do método LORENZO de dimensionamento de sistemas FV
autônomos é utilizada a instalação de osmose reversa acionada por painéis FV
em Coité-Pedreiras no Ceará mostrada na figura 7.5.
O consumo médio diário desta essa instalação real de dessalinização por osmose
reversa é cerca de 3 KWh, acionada por 20 módulos fotovoltaicos de 55Wp . A tensão
do banco de baterias e dos painéis FV é limitada em 24V por dois controladores de
carga, profundidade de descarga de 20%.
65
Figura 7.7: Consumo Diário da Carga Unidade Valor
Carga (L) Wh/dia 3000
Tensão Nominal (VNOM) V 24
Valor Médio Mensal da Radiação Horizontal Diária (Gd(0)) 5
Probabilidade de Perda de Carga (LLP) 1%
Parâmetro f relativo a LLP 1.4041
Parâmetro u relativo a LLP 0.1119
Profundidade de Descarga Máxima (PDMAX) 0.2
Consumo Diário da Carga (QM) Ah/dia 125
66
Cs>=2.5
IG Co Cs Cb (Ah) C20 (Ah) C20<=45.IG
2 0.080 #################################
2.5 0.100 #################################
2.6 0.104 #################################
2.7 0.108 #################################
2.8 0.112 #################################
2.9 0.116 #################################
3 0.120 #################################
3.1 0.124 #################################
1 SM55 3.15 0.126 #################################
3.2 0.128 #################################
3.3 0.132 #################################
2 SM55 6.3 0.252 4641349.93 725210926 541202185
3 SM55 9.45 0.378 123878.48 19356013 14444787
4 SM55 12.6 0.504 9472.72 1480112 1104563
5 SM55 15.75 0.630 1289.54 201490 150367
6 SM55 18.9 0.756 252.83 39504 29482
7 SM55 22.05 0.882 63.76 9963 7436
8 SM55 25.2 1.008 19.33 3021 2256
9 SM55 28.35 1.134 6.75 1054 788 788
10 SM55 31.5 1.260 2.63 411 308 308
11 SM55 34.65 1.386 1.12 175 132
12 SM55 37.8 1.512 0.52 81 61
Figura 7.8 – Diferentes Combinações de Arranjos FV e Baterias (IG-C20) para LLP igual a 1%
Experiências mostram que para preservar a vida útil das baterias, a faixa mais
adequada é obtida entre CS 2,5 e C20 45.I G , mostrado em negrito como exemplo
prático na figura 7.8 com valores iguais a 788 Ah e 308 Ah. Nota-se, que através
dessa faixa, IG está restringido entre 28,35 e 31,5 A que correspondem,
respectivamente, à corrente de 9 e 10 módulos instalados em Através dos valores na
figura 7.9, é verificado que as capacidades referentes das baterias com taxa de
descarga de 20 horas (C20R) têm valores iguais a 788 Ah e 308 Ah. Considerando
valores propostos imediatamente superiores de capacidade da bateria (C20P), se obtém
duas soluções apresentadas na figura 7.9:
Ig C20R C20P
(a) 28.35 788 800
(b) 31.5 308 400
Figura 7.9 – Soluções de valores propostos imediatamente superiores de capacidade da
bateria (C20P)
67
Na Figura 7.10 é mostrada a comparação percentual entre (a) e (b) através do
parâmetro C20 P C20 R / C20 R (%) que representa o excesso de capacidade das
baterias.
Nesse caso, o item (a) tem um excesso de capacidade inferior a (b) representando
menor confiabilidade. Assim, o item (b) é adotado para o dimensionamento do sistema
FV autônomo. A figura 7.11 mostra que o dimensionamento final se aproxima da
instalação real em número de módulos FV e necessita de um banco de baterias de
308 Ah, considerando uma probabilidade de perda de carga de 1%, que é convertido
para um valor superior existente de 400 Ah. paralelo.
O
método GTES é baseado no princípio da obtenção de corrente tensão e do
gerador FV necessária para abastecer a carga. Nesse método a capacidade de
armazenamento do banco de baterias é calculada considerando um período de
autonomia fornecido pelo usuário. O dimensionamento do arranjo FV é obtido baseado
nas características do módulo FV disponível, como a corrente nominal e a tensão do
módulo para temperatura mais elevada.
68
Já no método GROUMPOS tem o princípio de obtenção da área do arranjo
fotovoltaico para suprir a carga. O dimensionamento do arranjo FV e a capacidade de
armazenamento do banco de baterias são calculados considerando um
balanceamento ótimo (Mopt) entre o custo mínimo do arranjo FV e o custo mínimo da
capacidade de armazenamento.
69
8. MÉTODO DE DIMENSIONAMENTO PROPOSTO
8. MÉTODO DE DIMENSIONAMENTO PROPOSTO
C
omo foi visto no capítulo 7, dimensionar um sistema fotovoltaico autônomo
significa, conciliar, harmonizando da melhor forma possível, a geração da
energia com o respectivo consumo, minimizando as falhas, os custos dos
sistemas e os gastos com operação e manutenção quando o método permite uma
análise econômica. Para tal, é necessário modelar a oferta de energia solar, a
demanda e a capacidade de armazenamento energético de forma a garantir um
fornecimento de energia contínuo para a carga.
70
8.1. O PROGRAMA ELETRODIÁLISE FV
8.1. O PROGRAMA ELETRODIÁLISE FV
O
programa de dimensionamento proposto é constituído por cinco etapas, que
são:
Análise econômica.
C
omo visto no capítulo 6, a salinidade da água é um fator primordial para se
decidir na escolha do tipo de dessalinização a ser utilizada. Além disso, implica
intimamente no consumo de energia gasto pelo sistema de geração para torna-
la dessalinizada, ou seja, quanto maior a concentração de sais dissolvidos na água
salobra a ser dessalinizada, maior será o consumo energético necessário para torná-la
potável. Dessa forma, pesquisas desenvolvidas com o processo de eletrodiálise,
mostra que o mesmo é viável para salinidades de água salobra de até 5.000 ppm, a
partir daí, o consumo de energia do sistema não é economicamente compensado pela
produção de água potável. Portanto, para o dimensionamento fotovoltaico é
necessário conhecer inicialmente a salinidade da água salobra e consumo específico
de energia da planta de eletrodiálise.
Uma planta de eletrodiálise acionada por painéis fotovoltaicos foi desenvolvida para
pesquisas no Vale Spencer nos Estados Unidos análise do rendimento do sistema. A
tensão da planta de eletrodiálise era ajustada para que partindo de uma salinidade de
2.200 ppm da água salobra, a concentração de sais da água potável produzida fosse
em torno de 340 ppm. Os dados coletados como tensão, corrente e pressão foram
usados para calcular o consumo de energia de todo sistema incluindo a bomba de
baixa pressão. Os resultados obtidos apresentaram uma função linear entre a
salinidade da água salobra em ppm e o consumo específico de energia em kWh/m3
necessário para torna-la potável. A equação (8.1) apresenta uma modelagem da
função linear que indica tal relação, onde Sco é o consumo específico de energia e
Tds é a salinidade da água salobra [14].
(8.1)
71
A tensão nominal do sistema (V);
N
esse item deve ser descrita a condição meteorológica e de latitude do local.
E
ssa etapa corresponde ao dimensionamento do armazenamento de energia
utilizada pelo sistema autônomo nos períodos em que a geração elétrica
proveniente dos painéis fotovoltaicos não seja suficiente para abastecer a
carga. A figura 8.4 mostra o dimensionamento do banco de baterias.
72
No dimensionamento do banco de baterias do método GTES são abordados os
seguintes itens:
73
8.1.4. DIMENSIONAMENTO DO ARRANJO FV
8.1.4. DIMENSIONAMENTO DO ARRANJO FV
N
essa etapa do programa é dimensionado o arranjo FV, componente do sistema
autônomo responsável pela geração elétrica para abastecer a carga e carregar
o banco de baterias. Para o dimensionamento do arranjo fotovoltaico mostrado
na figura 8.5 são considerados os seguintes itens:
74
Número total de módulos: representa o arranjo fotovoltaico, obtido pelo produto
do número de módulos em paralelo pelo número de módulos em série.
N
o caso de fontes de geração de energia convencionais não renováveis, não são
internalizados em seus custos os danos ambientais causados pelas grandes
centrais geradoras e os custos em utilizar um recurso energético finito e
poluente que, utilizando-o hoje, estamos privando o acesso às gerações futuras.
R
epresenta a soma de todas as despesas efetuadas ao longo da vida útil do
projeto trazidas para o valor presente.
Dentre pesquisas realizadas a equação com melhor coerência é dada pelo programa
GROUMPOS [16] que pode ser matematicamente representado pela equação (8.1).
(8.1)
75
Custo de Investimento inicial (CI) Custo Unit.(R$) Custo (R$) Faixa
Planta de Eletrodiálise 24000,00 24000,00
Custo Wp do Gerador fotovoltaico 19,70 8668,00 15 a 24
Custo do kWh das Baterias 126.70 108,16 120 a 150
Bomba de baixa pressão 100.00 100.00
Controlador de carga 260.00 260.00
Instalação e acessórios 300.00 300.00
Custo de investimento inicial 33936,16
(8.2)
(8.3)
(8.4)
76
Custo de Substituições de baterias (BF) Custo (R$) Faixa
Vida útil do sistema FV (padrão: 20 anos) [N] 20
Tempo de vida da bateria (mínimo 2 anos) [BL] 4 2a5
Número de substituições de baterias [NR] 4
Taxa anual de inflação da substituição das Baterias [g1] 0,10
Taxa de retorno anual [i] 0,10 0,06 a 0,12
Custo de substituições de baterias (BF) 3040,80
E
ste valor representa o custo anual de possuir, manter e operar um determinado
projeto. A figura 8.9 mostra o cálculo do custo total de vida útil anualizado.
(8.5)
(8.6)
P
ara comparação dos custos de dessalinização entre as duas tecnologias se
tomou como referência analise econômica feita na implementação da primeira
instalação de osmose reversa acionada por painéis fotovoltaicos do Brasil [12].
Segundo esta análise, o custo do metro cúbico de água produzida foi de US$ 10,51,
para uma taxa de conversão em R$ de 1,97, ou seja, o custo da água produzida foi de
77
R$ 20,70/m3, ou seja, R$ 0,41 por 20 litros de água. Através do custo da água
produzida através da tecnologia de osmose reversa, se demonstrou uma tabela, que
nesse trabalho é apresentada como tabela 8.1, com preços da água utilizada pela
comunidade de Coité-Pedreiras, onde o sistema estava instalado.
Atualizando o valor do metro cúbico de água potável produzida pela planta de osmose
reversa de US$ 10,51 com a taxa de conversão atual de R$ 2,93, o custo da água
potável produzida será de R$ 30,79/m3 ou R$ 0,62 por 20 litros de água potável.
Mesmo admitindo que não haja acréscimo no valor da água mineral e no fornecimento
de água do carro Pipa que é de má qualidade, ainda assim, o valor da água potável
produzida, como pode ser visto, é 38% menor que valor de R$ 1,00 da água do carro
Pipa.
O custo total anualizado do metro cúbico de água potável produzida obtido pela
análise foi de US$ 7,55, ou seja, para uma taxa de conversão de R$ 2,93, cerca de R$
22,12. Esse valor representa R$ 0,44 por 20 litros de água potável produzida. A tabela
8.2 mostra a comparação dos preços comparativos de dessalinização por eletrodiálise
e osmose reversa e da água utilizada pela comunidade de Coité-Pedreiras em valores
atuais e admitindo que não haja acréscimo no valor da água mineral e no fornecimento
de água do carro Pipa.
78
9. CONCLUSÕES
9. CONCLUSÕES
N
este capítulo, apresentamos, em um primeiro momento, os comentários finais e
as contribuições fornecidas por este trabalho. A seguir, num segundo momento,
são feitas sugestões para trabalhos futuros e apresentadas possibilidades de
ampliação e aprofundamento dos métodos aqui utilizados.
F
oi admitido para a vida útil da bateria em todos os métodos uma tempo de 4
anos. Para que esse tempo de vida seja atingido, a profundidade de descarga
máxima permitida foi de 20%. Assim, assumindo que estes sistemas
fotovoltaicos possuam uma vida útil de 20 anos, serão necessários cinco bancos de
baterias. O primeiro é instalado no início, junto com o sistema como um todo, ou seja,
faria parte do investimento inicial (CI); os outros 4 serão substituídos no 4º, 8º, 12º e
16º ano de operação do sistema.
E
ste trabalho teve como objetivo central o desenvolvimento de uma ferramenta
de fácil utilização que auxilie tanto no dimensionamento adequado de sistemas
fotovoltaicos autônomos quanto nos sistemas de dessalinização por
eletrodiálise e, também, mostrar a viabilidade de sistemas de dessalinização por
eletrodiálise acionado por painéis fotovoltaicos instalado em regiões áridas e
semiáridas que apresentem problemas no abastecimento de água potável.
79
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
[1] SBPC: Ciência Hoje; Volume 19, Num. 110, 1995.
[2] BUROS, O.K.: ABC's of Desalting, The USAID Desalination Manual, 1990.
[5] MACIEL, W. J.: Astronomia e Astrofísica. IAG/USP, São Paulo, Brasil, 1991.
80
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MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS
FOTOVOLTAICOS: APLICAÇÕES EM DESSANILIZAÇÃO
A presente publicação apresenta uma descrição de dimensionamento de
sistemas fotovoltaicos autônomos com três métodos distintos. Tendo
como base estes métodos, é disponibilizado um programa de
dimensionamento e análise econômica de uma planta de dessalinização
de água por eletrodiálise acionada por painéis fotovoltaicos com utilização
de baterias. A publicação enfatiza a combinação da capacidade de geração
elétrica proveniente da energia solar com o processo de dessalinização
por eletrodiálise devido ao menor consumo específico de energia para
concentrações de sais de até 5.000 ppm, com o intuito de contribuir para a
diminuição da problemática do suprimento de água potável. O programa
proposto de dimensionamento foi desenvolvido tendo como base
operacional a plataforma Excel® e a interface Visual Basic®, linguagens de
amplo acesso com o objetivo de facilitar, para o público em geral, a
difusão dos conceitos de sistemas fotovoltaicos autônomos e do
processo de dessalinização de água por eletrodiálise.