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2) Observam o mundo à sua volta, prestam atenção ao que acontece no dia-a-dia para
descobrir novas ideias
Empreendedores procuram o que é diferente do que esperavam. Procuram estar
ligados a todos os impulsos e estímulos a que são expostos. Procuram olhar as
inovações ruins para saber porque não deu certo. Buscam pontos de vista diferentes.
Não se contentam com apenas uma resposta certa. Prestam atenção nas reclamações
dos clientes.
4) Buscam e testam ideias junto à sua rede de relacionamento, sobretudo com pessoas
com backgrounds distintos do dele
O network dos executivos é para a carreira, para vender o que sua empresa produz ou
para estabelecer laços de amizade. O empreendedor é diferente, ele busca pontos de
vistas diferentes, procura quem contradiz suas ideias, para fazer o advogado do diabo,
ou seja, encontrar oportunidades de melhorar sua ideia ou negócio, partindo da visão
de quem está fora do contexto. O empreendedor tem plena consciência que o processo
criativo é coletivo, que as pessoas contribuem de forma colaborativa para construir e
estruturar uma ideia
Um exemplo mencionado no estudo é dado por Steve Jobs. Jobs fez um curso de
caligrafia na época do colégio, aparentemente um dos melhores cursos de caligrafia
do país. Jobs não tinha nenhum interesse particular em caligrafia, mas decidiu fazer o
curso por ser uma forma de escapar das aulas normais. Ele então aprendeu fontes
serifs, espacejamento, combinações de letras diferentes e bons estilos de tipografia.
Este conhecimento nunca teve nenhuma aplicação prática em sua vida até o momento
em que ele desenhou seu primeiro computador Macintosh, dez anos depois. A
variedade de fontes que a Apple criou e depois foi copiada pelo Windows se tornou
padrão desde então.
6) Demonstram forte desejo de mudar o mundo ou fazer algo que ninguém fez antes,
algo inovador
Os executivos não demonstram este desejo ou comportamento com a mesma
intensidade. A principal motivação do executivo é obter o sucesso financeiro de seu
empregador e, como consequência, o seu sucesso na carreira. Os empreendedores
demonstraram a propensão maior de mudar o estado atual das coisas atuais e trazer
novas soluções onde nada havia antes ou onde o que havia não funcionava bem.
Meg Whitman, do eBay, queria ‘dar um chute’ na situação atual do mundo. Niklas
Zennstrom, do Skype, queria mudar o mundo. Jeff Bezos, da Amazon, queria ‘fazer
história’ e Steve Jobs queria dar um cutucão no universo.
Embora a pesquisa tenha sido feita nos EUA, partindo de depoimentos de altos
executivos e empreendedores convidados para palestras nas universidades dos
pesquisadores, acredito que no Brasil a percepção das diferenças não deve ser muito
distinta. Uma pergunta natural que decorre destas constatações é: Quantos destes
empreendedores já foram executivos no passado? Dentre os que foram, estas
características que não eram tão comuns entre executivos foram desenvolvidas antes
ou depois de se tornarem empreendedores? Não sei a resposta desta pergunta, que
caberia perfeitamente como mais um tema de pesquisa. O importante é que, se você
está usando a experiência como funcionário para adquirir as competências necessárias
para empreender no futuro, é bom levar em consideração estas diferenças. Não
necessariamente o que te fez um excelente executivo em 2009 necessariamente fará
de você um grande empreendedor em 2010.