Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A
Pós-Modernidade e os novos rumos da pesquisa; 3.1 A pós-modernidade frente a
modernidade baseada no racionalismo; 3.2. A multiplicidade e a fragmentação dos
conhecimentos; 3.3 A procura da integração do homem na ciência que produz; 4 – Os
possíveis caminhos da pós-modernidade; 4.1. Possibilidade de reconstrução social,
cultural e pedagógica; 4.2. Os potenciais de evolução do homem e a expansão cientifica
e técnica; 4.3. Uma opção metodológica para a pesquisa na educação ambiental; 5. A
busca metodológica para a educação ambiental; 5.1 - O conceito de educação ambiental;
5.2- As atitudes conservacionistas do ambiente natural; 5.3 - O essencial processo
global de educação, integrador do individuo, da instituição de ensino e da comunidade;
5.4 – Metodologia participativa e as fases da pesquisa.
1 - INTRODUÇÃO
A questão ambiental ocupa espaço tão relevante no contexto globalizado que seu caráter
emergencial é reconhecido pelos governos, empresas, entidades comunitárias, igrejas,
ONG’s, Universidades e outros seguimentos sociais.
Porém, no que se refere ao ensino de nível superior, um aspecto torna-se primordial para
a efetiva concretização dos objetivos gerais desta dimensão educativa, que se estendem
a melhor qualidade de vida a partir de uma nova ética na relação sociedade-natureza e a
formação de cidadãos conscientes de seus direitos e suas responsabilidades em uma
perspectiva ambiental.
DEMO in Desafios modernos de educação ministra que "... pesquisa significa diálogo
crítico e criativo com a realidade, culminando na elaboração própria e na capacidade
de intervenção. Em tese, pesquisa é a atitude do "apreender a apreender", e, como tal,
faz parte de todo processo educativo e emancipatório" (1)
Mas que tipo de metodologia de pesquisa deve-se utilizar? Como atender as exigências
sociais e estatais de aproximação comunidade/Universidade, sem, contudo, deixar de
lado o caráter acadêmico do trabalho?
O pesquisador que atende ao perfil desejado não deve ser aquele que se mantém em
superioridade por dominar o saber científico, cuja postura é vertical e distanciada
decorrente de uma visão de mundo dicotomizada e cartesiana.
A Universidade nos molde que está posta não atende a uma ação institucional clara e
definida para a educação ambiental, apesar das movimentações em todos os segmentos
sociais, das normas constitucionais que abrangem a matéria e das orientações do próprio
Ministério da Educação.
O que se nos afigura essencial é que a Universidade pense como um todo voltado para o
ambiente em suas múltiplas dimensões.
A razão passa a ser um instrumento de poder e de dominação sobre o homem, que não é
ator de sua própria vida.
Os sujeitos observados não são mais apenas objetos e os observadores seres objetivos, o
eu está presente e revela grande importância, posto que o sujeito é criador, e como
criador encontra na sua capacidade de invenção e construção novos instrumentos de
integração social. Não mais interessa ao homem a apreensão de um mundo despedido de
suas próprias percepções e afetividade.
MORIN afirma que há quebra do saber. Exclusão e fratura dos saberes que revelam
novas formas de obscurantismo, de perda de significação.
Ora, queremos crer que a instrumentalização a que se refere tal magistério nada mais é
do que a adequada opção metodológica, rompedora com determinados paradigmas, não
mais se tratando de ciência neutra, nos moldes positivistas e empiristas, mas sim que
concebe a verdade preexistente nos fatos sociais.
Ocorre, no entanto, que a leitura dos fatos sociais é um fenômeno de vasto exercício do
homem pós-moderno, eis a razão da pós-modernidade exigir o entrelaçamento ou a
integração da racionalização instrumental da modernidade com a subjetivação por ela
negada. Hoje o sujeito não se afigura mais como um submisso às leis racionais e
impessoais, a sua inegável emergência é uma das características motivadoras da
mudança de atitude na pesquisa, já que o mundo pós-moderno não aparta o sujeito
individual de seus papéis sociais.
O mundo pós-moderno não separa o sujeito individual de seus papéis sociais. O sujeito
é capaz de lutar contra a ordem estabelecida e os determinismos sociais a fim de alterá-
los.
A realidade hodierna traça potenciais de evolução que não mais se assentam apenas na
expansão do crescimento científico e do técnico, mas nas pessoas com seus recursos
humanos suscetíveis de mobilização, tudo com vista a retirada do homem da perspectiva
de exclusão e sua inserção na integração. Estamos vivenciando um período em que se
busca as semelhanças, as aproximações, e isto, fatalmente, resultará no aparecimento de
novos paradigmas entre os saberes, as correntes doutrinarias e de pensamentos
filosóficos, os modelos sociais, o que acarretará diversificação das teorias. Há uma
premente necessidade de integração do homem na expansão científica e tecnológica.
Nos ensinamentos trazidos por POURTOIS e DESMET in Para uma perspectiva pós-
moderna em educação, p.31, temos que " Os paradoxos pedem a aplicação de uma
dialética com mediação" E, na seqüência explicam que sem a mediação o que se
estabelece são dois pólos distintos justapostos e opostos, que resultará em
convencimentos, crenças em uma e em outra idéia, alternadamente, oscilando-se o saber
ora com inclinação para um lado, ora para o lado oposto, sendo esta uma situação
estabelecida pela própria modernidade, quando na verdade no contexto da pós-
modernidade o importante é restaurar o intermédio entre os termos do paradoxo.
Não se trata de ruptura com o passado, mas de melhorar o sistema utilizado e os saberes
adquiridos, integrando os saberes mais diversos. Acaba-se com o modelo de
pensamento que elimina o outro automaticamente, acaba-se com o totalitarismo de
certas teorias, não há modelo imposto de cima, mas construções novas, imprevisíveis
que nascem do diálogo, da confrontação, das múltiplas negociações, daí resulta que
teremos então, na pós-modernidade uma visão mais dotada de grande complexidade, de
muita criação, onde preponderará a mediação entre as mais variadas correntes de
pensamento.
Os sujeitos observados não são mais apenas objetos e os observadores seres objetivos, o
eu está presente e revela grande importância, posto que o sujeito é criador e encontra na
sua capacidade de invenção e construção novos instrumentos de integração social, não
mais interessando ao homem a apreensão de um mundo despedido de suas próprias
percepções e afetividade.
Os ecologistas, porém, apesar de mais recentes, têm peso político cada vez maior.
Vertente do movimento ecológico que propõe mudanças globais nas estruturas sociais,
econômicas e culturais, esse grupo nasceu da percepção de que a atual crise ecológica é
conseqüência direta de um modelo de civilização insustentável.
Não se pode deixar de reconhecer que a preocupação com o ambiente natural é hoje
objeto de diversas ações simultâneas em megaprojetos de saneamento e recuperação
ambiental, onde se incrementa certa multidiciplinaridade. Mas, dita multidiciplinaridade
tem o sentido apenas de identificar a atuação de diversas áreas de conhecimento em um
mesmo problema, não significando, em hipótese alguma, que se trata de integração
efetiva das diversas áreas ou de interdisciplinaridade.
Não se pode negar que há uma enorme preocupação em todos os âmbitos e níveis do
conhecimento com a questão ambiental, mas, por outro lado, nota-se que as dificuldades
observadas em se promover educação ambiental satisfatória decorre da desintegração do
sujeito, da entidade de ensino e da comunidade, assim o pesquisados acha-se isolado em
grupos de pesquisa ou estudo, a própria instituição de ensino não reconhece o relevante
papel que exerce, e por outro lado, a comunidade acha-se apartada desses
acontecimentos, daí decorre a falta de reflexão crítica sobre alguns princípios
indissociáveis do processo de educação ambiental, que vai muito além das atitudes e
ações preservacionistas do ambiente natural.
A questão ambiental é particularizada para cada região e cada contexto. Somente será
possíveis a integração objetivada na presente proposta com a efetiva participação da
comunidade nas discussões em estudo. Participação esta que não deve ser compreendida
como a simples possibilidade de se colher opiniões, através de entrevistas e outras
técnicas, da comunidade, onde a comunidade apenas opina sobre algo que, não raro,
conhece empiricamente, com certa dosagem de pré-conceitos distantes da realidade de
vida e dos problemas mais relevantes que cercam o grupo estudado. Assim, estamos
diante de uma proposta de participação que confere ao grupo estudado a igualdade de
poderes através do respeito mútuo e compreensão entre o saber popular e o saber
técnico-científico, tudo somado as diferentes experiências de vida.
Essa linha metodológica, como opção epistemológica e política, vem fortemente criticar
o positivismo e os moldes tradicionais que deixam de contribuir para as necessidades
sociais.
Num primeiro momento é preciso conhecer a realidade local, o que poderá ser realizada
com a inserção dos pesquisadores na área delimitada; pessoas estas que devem
participar de todos os possíveis eventos realizados na comunidade, estar presente em
reuniões, proceder visitas e a observação participante, de forma a se envolver com a
comunidade.
Por fim a quinta fase refere-se à avaliação da pesquisa que se desenvolve em dois
momentos básicos um de acompanhamento, onde a comunidade e os pesquisadores
garantem a conquista dos processos participativos e outra refere-se à avaliação crítica e
autocrítica permanente, possibilitando evidenciar os pontos que estão sendo mais
aceitos e interiorizados, se está acontecendo a mobilização, sendo um processo que se
realiza em todas as fases da pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As Universidades ainda hoje, contam com grandes limitações no campo das pesquisas
participativas, deixando de experimenta-las, talvez por preconceito ou por medo da
necessidade de ousadia e criatividade, ou pela própria estrutura do sistema de ensino,
que limita o estudo apenas àquilo que lhe é interessante.
Porém esperamos que com o avanço dos estudos nas áreas humanas e sociais, sobretudo
com as constantes mudanças na educação, as pesquisas de caráter participativo passem a
ser trabalhadas, provocando reais modificações na sociedade, visando a conquista da
cidadania, onde o homem possa ter domínio sobre si, suas ações e conquistas.
BIBLIOGRAFIA
DEMO, Pedro. Desafios modernos de educação, 2a. ed. Petrópolis: Vozes, 1993, 128p.
SCARLATO, F.C. & FURLAN,S A.O ambiente em construção. São Paulo: Scipione,
1997.
Notas
1. DEMO, Pedro. Desafios modernos de educação, 2a. ed. Petrópolis: Vozes, 1993,
128p.
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3496