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28/07/2021 A retificação de sexo e nome da pessoa transgênero no registro civil - Migalhas

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Migalhas Notariais e
Registrais
A retificação de sexo e nome da pessoa
transgênero no registro civil: Harmonização
entre identificação e identidade
Caio Pacca Ferraz de Camargo e Taysa Pacca Ferraz de Camargo

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Embora hoje saibamos que identificação e identidade são conceitos distintos, por
muito tempo foram tidos como sinônimos. Houve época, aliás, em que a identidade
cedeu à identificação. Isso, todavia, foi se alterando, principalmente em relação ao
nome civil, signo de primeira importância tanto à identidade quanto à identificação da
pessoa, que evoluiu no sentido de se compreender o nome como direito da
personalidade, o que entre nós atualmente está expressamente catalogado como tal
no artigo 16, do Código Civil de 2002.

Sobre a diferença entre a individualização (identidade) e identificação, Leonardo


Brandelli recorda que:

A identificação difere da individualização. Esta pressupõe uma conotação estática


de distinção dos seres humanos, ao passo que aquela contempla o aspecto
dinâmico da individualização, uma vez que pressupõe um processo investigatório
para reconhecer-se se determinada pessoa é a que se busca. A individualização
serve para distinguir; a identificação, para comprovar. (BRANDELLI, 2012, p. 78)

Outros autores lembram ainda que a identificação tem a ver com uma perspectiva
cultural e narrativa, que nos é imposta num contexto relacional dialógico (MENEZES,
2014), ao passo que a identidade é a forma como nos vemos no mundo e como ele, em
troca, nos vê: "[...] a identidade vai além da mera nomeação, encontrando eco nas
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culturais, políticas e ideológicas
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Identidade, portanto, parte do pressuposto
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indivíduo se reconhece e como
é reconhecido pela sociedade" (FACHIN, 2014, p. 37).
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Em suma, por identificação tem-se um processo de investigação social para indicação


de quem é quem sob uma ótica social externa, ao passo que a identidade é
conformada, na lição de Jacques Lacan, por laços identitários que pressupõem o afeto
na definição de significados (STARNINO, 2016).

Destarte, tanto a identificação quanto a identidade se valem, dentre outros, de


aspectos externos de cada indivíduo, dentre eles, claro, os biológicos. Todavia, o
imperativo da valorização da dignidade humana impôs uma inadiável reflexão entre a
preponderância da identidade sobre a identificação, e mais, até que ponto é legítimo
restringir a identificação do ser humano única e exclusivamente a partir do recurso aos
sinais biológicos externos.

Historicamente a determinação de uma identidade sexual (e o vocábulo


"determinação" denota o viés identificatório sobre o identitário) esteve ligada à
perspectiva biológica, ou seja, distribuída de acordo com as distinções corporais entre
homens e mulheres, mormente àquelas associadas às diferentes capacidades
reprodutivas (PISCITELLI, 2009, p. 119). Qualquer desobediência a esse padrão binário
era visto como uma transgressão à própria natureza (ARAÚJO; CAMPOS, 2019, p. 104),
tanto que os nascidos com desenvolvimento parcial das genitálias, a não estremar
binariamente o sexo entre masculino e feminino, eram submetidos a intervenções
cirúrgicas, ou até mutilações, para, superada a situação de indefinição dos órgãos
íntimos, aí sim se chegar à inequívoca designação do sexo, complementada por
trabalhos terapêuticos de harmonização da identidade do gênero às genitais
(PISCITELLI, 2009, p. 126).

Esse pressuposto binário e heteronormativo que colocava o sexo biológico como uma
verdade imutável e conformadora de um modo de ser e agir, e que exigia linearidade
sem desvios entre sexo genital, gênero, desejo e práticas sexuais (BUTLER, 2003, p.
189), era tão evidente que a identidade de gênero, quando diversa da biológica,
chegou a ser patologizada e considerada como transtorno mental pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), na 10ª Classificação Internacional de Doenças (CID).

A consequência mais penosa dessa abordagem foi justamente permitir que durante
muito tempo se buscasse um "tratamento" e "cura" a essa "patologia". A distopia, porém,
estava no pressuposto, no diagnóstico. O avanço da psicanálise, da sociologia e da
medicina, evidenciou que os conceitos de sexo e gênero não eram imbricados de
modo incontornável nem automaticamente autoimplicantes, mas que podiam existir
autonomamente.

O equívoco inicial ficou patente quando, na CID-11, retiraram-se os  transtornos de


identidade de gênero  do capítulo de doenças mentais (MEINDRAD; DUARTE, 2018, p.
6), legitimando a identidade de gênero como fruto da autodeterminação humana, no
exercício de sua dignidade e, por isso, merecedora de proteção jurídica como modo de
concreção da cidadania. Nesse contexto, totalmente descabida a exigência de
qualquer cirurgia de transgenitalização ou submissão a tratamentos hormonais ao
reconhecimento do gênero declarado pela pessoa trans, o que representaria, para
além de uma afronta a sua integridade física e violação de sua dignidade, uma
reinstauração do perverso binarismo sob infundada justificativa de "sanar" a
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inadequação entre sexo e gênero (CARRARA, 2010, p. 138).
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O direito à autoafirmação do gênero deve se imbricar com tantos outros direitos já


longamente considerados fundamentais, dentre eles o direito ao próprio corpo
(SCHREIBER, 2013, p. 32) e ao nome, como pilares fundantes tanto de uma
identificação como de uma identidade.

Daí ser assaz violenta a negação ou turbação do exercício do direito de autoafirmação


do gênero, independentemente de qualquer outra circunstância, pois impede o pleno
desenvolvimento da personalidade da pessoa, por lhe negar seu direito de ser o que é
e de se construir em suas experiências sociais, culturais, políticas e ideológicas,
diminuindo-lhe as potencialidades. Negar a possibilidade da afirmação do gênero
emancipado do sexo biológico compromete o ideal de cidadania em todas as suas
dimensões, civil, política e social (WALBY, 2004, p. 170), pois gera tratamento não
paritário por um critério não eticamente sustentável.  Tanto assim que, em 2011, o
Supremo Tribunal Federal (STF), chamado a decidir a ADPF 132/RJ e a ADIN 4.277,
arvorou, em histórica decisão que reconheceu a validade jurídica da união estável
homoafetiva como entidade familiar, que nem o sexo nem a orientação sexual das
pessoas, salvo disposição constitucional em contrário, prestam-se como fator de
desigualação jurídica.

Em que pese tal decisão lapidar a edição do Decreto Federal nº 8.727/2016, ao impor à
administração pública a obrigação de tratar a pessoa trans por seu nome social,
definido como aquele com o qual ela se identifica e é socialmente reconhecida (arts.
10 e 20), as pessoas transgênero (definidas no art. 1º da resolução 2.265/2019, do
Conselho Federal de Medicina, como aquelas que apresentam uma não paridade entre
a identidade de gênero e o sexo do nascimento, incluindo-se transexuais, travestis e
outras expressões identitárias relacionadas à diversidade de gênero), continuaram a ter
sua dignidade negada, no tocante ao ato jurídico fundante e inaugurador da cidadania:
o registro de nascimento.

É a partir do registro de nascimento que se fixa a nacionalidade e se extraem todos os


demais documentos pessoais indispensáveis à vida juridicamente digna na comunhão
nacional e transnacional, haja vista a dificuldade de deslocamentos transfronteiriços
sem um passaporte. Continuava o registro de nascimento, onde obrigatoriamente deve
o Oficial que o lavrar fazer constar o sexo da criança registrada (art. 54, lei 6.015/1973),
intangível a qualquer mudança.

Conquanto a utilização do nome social assegurasse a dignidade de tratamento das


pessoas trans no relacionamento com a administração pública, não conseguia garantir
a mesma eficácia em todas as outras dimensões da vida privada, na qual continuavam
a se sujeitar a situações vexatórias ao terem de apresentar, no interesse e necessidade
de identificação, documentos em completa dissonância com suas performances de
gênero (BENTO, 2014, p. 175), ou seja, dissociadas de suas identidades.

Era uma equivocada prevalência da identificação sobre a identidade que feria a


identidade e ao mesmo tempo não identificava. Como o prenome "João", num
documento de identidade, poderia identificar alguém que já se apresentava e vivia
socialmente como "Maria"? Insistir nesse paradigma era querer o pior de dois mundos e
de grande desserviço tanto à identidade quanto à identificação.
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Assim, muitos transgêneros buscaram
E-mail a via judicial paraTelegram
WhatsApp retificar seus registros civis de
nascimento, a fim de adequar seu registro à sua identidade de gênero e,
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nascimento, a fim de adequar seu registro à sua identidade de gênero e,
posteriormente, alterar seus demais documentos. Essa busca individual, contudo, era
desgastante tanto pela morosidade do Judiciário quanto pela incerteza do deferimento
do pedido, haja vista os inúmeros julgados que, permeados por concepções
tradicionalistas, os negavam.1 

Era preciso, portanto, uma tutela institucional, estrutural e definitiva à população trans,
conforme, aliás, indicava o Parecer Consultivo OC-24/17, da Corte Interamericana de
Direitos Humanos,2 ao afirmar que os Estados têm o dever de reconhecer e oferecer
proteção legal à identidade de gênero autopercebida das pessoas, garantindo a
retificação da anotação do gênero e nome dos seus registros civis (CIDH, 2017, p. 81). O
progresso veio mais uma vez do STF que, em 2018, no julgamento do RE 670.422/RS,
com repercussão geral, e da ADI 4.275/DF, decidiu que os transgêneros poderiam
alterar seu sexo e prenome nos documentos públicos independente de realização de
cirurgia de transgenitalização, além de reconhecer a possibilidade de retificação do
seu registro civil diretamente no cartório, sem necessidade de ação judicial,
independentemente de prova de cirurgia de redesignação sexual.

Logo após a decisão do STF, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) editou o Provimento
CNJ nº 73/2018, que dispõe sobre a averbação3, diretamente nas serventias de
Registro Civil das Pessoas Naturais, do prenome e do gênero nos assentos de
nascimento e casamento da pessoa transgênero.

Essa alteração administrativa é hoje realizada com base na autonomia do requerente,


maior de 18 anos que, munido de alguns documentos necessários (art. 4º, §6º,
Provimento CNJ nº 73/2018), deve declarar, perante o registrador civil, sua vontade de
proceder à alteração da identidade mediante averbação do prenome, do gênero ou de
ambos (art. 4º, caput, Provimento CNJ nº 73/2018). Essa alteração abrange a inclusão
ou exclusão de agnomes indicativos de gênero ou de descendência (art. 1º, § 1º,
Provimento CNJ nº 73/2018). Todavia, não é possível a alteração de nomes de família
(sobrenomes), bem como a alteração pleiteada não pode ensejar identidade de nome
com outro membro da família (art. 2º, § 2º, Provimento CNJ nº 73/2018).

Ressalte-se que esse procedimento é sigiloso, de modo que não haverá na certidão
nenhuma menção à alteração, cuja informação constará apenas do livro preservado no
cartório. Após a averbação, o oficial deverá comunicar a alteração a todos os órgãos
expedidores de documentos e ao foro em que estiver tramitando alguma ação do
requerente, o que, todavia, não retira o dever do requerente em alterar todos os seus
documentos pessoais (art. 8º, caput e §1º, Provimento CNJ nº 73/2018),
obrigatoriedade que embora pareça óbvia revela a lógica que há até bem pouco se
resistiu: a de haver uma necessária relação de anterioridade entre identidade e
identificação. Identifica-se, ou seja, comprova-se aquilo que já é, não o contrário.
Primeiro deve haver uma identidade para depois identificá-la.   

Se o requerente for casado, a alteração do prenome e gênero no registro de


casamento dependerá da anuência do cônjuge, e, se o requerente tiver filhos, a
alteração no registro de nascimento destes dependerá da anuência deles quando
maiores de 16 anos, e da anuência de todos seus genitores. Havendo qualquer
discordância de uma Cadastre-se paraoreceber
das partes, o informativodeverá
consentimento gratuitamente
ser suprido judicialmente
(art. 8º, §§2º, 3º e 4º, Provimento
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nº 73/2018). Telegram
Vale ainda lembrar que esse

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procedimento de alteração pode ser realizado em qualquer cartório de registro civil do


país, e não apenas no cartório onde consta o registro de nascimento do requerente.

O relatório  Cartório em Números revela que desde 2018 já foram realizadas


administrativamente nos cartórios de Registro Civil, 3.921 mudanças de nome e gênero
(ANOREG, 2020, p. 25). Esses números, que certamente hoje (julho de 2021) já são
maiores, provam o acerto do Estado brasileiro no reconhecimento da autonomia do
gênero em relação ao sexo biológico, que permite não só a livre construção identitária
da pessoa, como uma identificação que, para além de mais humanizada, pois
concebida da pessoa para a sociedade, e não desta para aquela, ainda é mais certeira
porque identifica aquilo que realmente é, reconhecendo a necessária relação de
anterioridade entre a identidade e a identificação, reforçando assim simultaneamente a
segurança jurídica, ao contrário de infirmá-la, e um dos fundamentos da República
Federativa do Brasil, o da dignidade da pessoa humana (inciso III, do art. 1º, da
Constituição Federal de 1988).

Referências
ASSOCIAÇÃO DOS NOTÁRIOS E REGISTRADORES DO BRASIL (ANOREG).   Cartório em
números. 2020. Disponível aqui. Acesso em: 10 jul. 2021.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Provimento nº 73/2018. Disponível aqui. Acesso
em: 10 jul. 2021.

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Parecer Consultivo OC-24/17.


2017. Disponível aqui. Acesso em: 10 jul. 2021.

ARAÚJO, Geórgia Oliveira; CAMPOS, Juliana Cristine Diniz.Corpo, gênero e registro: o


entendimento do Supremo Tribunal Federal acerca da alteração do registro civil das
pessoas trans e o papel da Corte Constitucional no reconhecimento de direitos de
minorias. In: Nas entrelinhas da jurisdição constitucional: estudos críticos sobre o
constitucionalismo à brasileira. DINIZ, Juliana (org.). 1ª ed. Fortaleza: Mucuripe, 2019. 

BENTO, Berenice. Nome social para pessoas trans: cidadania precária e gambiarra
legal. In: Contemporânea. v. 4. nº 1. 2014.
BRANDELLI, Leonardo. O nome civil da pessoa natural. São Paulo: Saraiva, 2012.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de


Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

CARRARA, Sérgio.  Políticas e direitos sexuais no Brasil contemporâneo. In: Revista


Bagoas. n. 5. Natal: UFRN, 2010.

FACHIN, Luiz Edson. O corpo do registro no registro do corpo: mudança de nome e


sexo sem cirurgia de redesignação. In: Revista Brasileira de Direito Civil. Vol. 1. Rio de
Janeiro, 2014.

MEINDRAD, Gabriella; Duarte, Fábio Rijo. Organização Mundial De Saúde (OMS): uma
análise sobre a transexualidade na CID-10 e CID-11. In: Entrementes: Anais da 15ª
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Semana Acadêmica da Fadisma. 2018.
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MENEZES, Vitor. Identidade e processos de identificação: um apanhado teórico. In:


Revista Intratextos. vol. 6. n. 1. 2014.

PISCITELLI, Adriana. Gênero: a história de um conceito. In: BUARQUE DE ALMEIDA, H.;


SZWAKO, J. (org.). Diferenças, igualdade. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2009.

SCHREIBER, Anderson. Direitos da personalidade. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2013.


STARNINO, Alexandre. Sobre identidade e identificação em psicanálise: um estudo a
partir do Seminário IX de Jacques Lacan. In: Doispontos. vol. 13. n. 3. 2016.
WALBY, Sylvia. Cidadania e transformações de gênero. In: Políticas públicas e
igualdade de gênero. GODINHO, Tatau (org.). São Paulo: Coordenadoria Espacial da
Mulher, 2004.

*Caio Pacca Ferraz de Camargo é mestre em Direito. Especialista em Direito Notarial e


Registral Imobiliário e Direito Civil pela Escola Paulista da Magistratura (EPM). Bacharel
em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Bacharel em Relações
Internacionais pela UniFMU. Registrador Civil e Tabelião de Notas no Estado de São
Paulo. Ex-assistente jurídico em gabinete de Desembargador do Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo (TJSP). Coautor em obras jurídicas e co-organizador do livro
"Temas atuais sobre a teoria geral dos contratos", Curitiba: CRV, 2014.

**Taysa Pacca Ferraz de Camargo é mestranda em Direito. Especialista em Direito


Notarial e Registral Imobiliário e Direito Civil pela Escola Paulista da Magistratura (EPM).
Bacharel em Direito. Coautora em obras jurídicas. 

__________

1 A respeito das decisões judiciais de cunho moralizador e de concepções tradicionalistas, pode-se citar
como exemplo: TJRJ, Apelação 1993.001.06617, Rel. Des. Geraldo Batista, DJe 18/03/1997; TJPR,
Apelação 0030019-8, Rel. Des. Osíris Fontoura, DJe 08/11/1994; TJBA, Apelação 0368322-
64.2012.8.05.0001, Rel. Des. José Olegário Monção Caldas, DJe 15/10/2013; TJRS, Apelação 70056132376,
Rel. Des. Jorge Luís Dall'Agnol, DJe 13/11/2013, dentre outras.

2 A Corte IDH pode ser consultada pelos Estados membros sobre a interpretação da Convenção
Americana de Direitos Humanos (CADH) e outros tratados de direitos humanos (art. 64.1 da CADH).

3 Em linhas gerais, apenas para esclarecer os conceitos de averbação e de retificação: Averbar é o ato
de lançar, no registro existente, informação sobre fato que o  modifique, retifique ou
cancele.  Retificar  é  corrigir um erro existente no registro. Portanto, retificação é uma espécie de
averbação, no sentido amplo do termo.

Atualizado em: 28/7/2021 09:23

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