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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - CAMPUS VITÓRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICA


PROJETO DE PESQUISA DE MESTRADO PROFISSIONAL

Ricardo de Abreu Toribio

ENSINO-APRENDIZAGEM DE SISTEMAS LINEARES A PARTIR DA


PROGRAMAÇÃO LINEAR NO CURSO TÉCNICO DE MANUTENÇÃO
ELETROMECÂNICA DE FERROVIAS

VITÓRIA-ES
2016
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - CAMPUS VITÓRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E
MATEMÁTICA

RICARDO DE ABREU TORIBIO

ENSINO-APRENDIZAGEM DE SISTEMAS LINEARES A PARTIR DA


PROGRAMAÇÃO LINEAR NO CURSO TÉCNICO DE MANUTENÇÃO
ELETROMECÂNICA DE FERROVIAS

Projeto de pesquisa apresentado ao


Programa de Mestrado em Educação
em Ensino de Ciências e Matemática,
como requisito parcial para aprovação
na disciplina de Metodologia da
Pesquisa.
Linha de Pesquisa: linha 1
Práticas pedagógicas e recursos
didáticos no contexto da Educação em
Ciências e Matemática.

Professor Orientador:
Luciano Lessa Lorenzoni

Professor co-Orientador:
Maria Alice

VITÓRIA-ES
2016
RESUMO

Resumo enviado ao SECIM

Nesse trabalho iremos, utilizando a modelagem matemática, introduzir para o


aluno os conceitos da Teoria de Grafos, bem como sua aplicação prática em
casos reais de programação robótica. Durante o percurso iremos modelar a
Teoria de Grafos pela aplicação do Algorítimo de Dijikstra com o estudo do
caminho mínimo, este algorítimo será utilizado na programação do robô para a
escolha do melhor percurso que o robô deverá fazer para se deslocar entre dois
pontos além de executar tarefas pré determinadas em pontos específicos. Neste
projeto de pesquisa contamos com a participação de dois grupos formados por 3
(três) alunos do curso integrado de eletrotécnica do IFES campus Guarapari aos
quais estão em um projeto específico para a participação na Olimpíada Brasileira
de Robótica. O percurso didático compreenderá as 10 (deis) etapas da
modelagem matemática proposto por KLUBER E BURAK (2008) e atender os
preceitos de Barbosa (2001) onde os alunos irão buscar o caminho mínimo pelo
algoritimo de Dijikstra mais discutindo e valorando as arestas e os nós
(referencia aos Grafos) que serão representado pelos obstáculos no percurso e
os robôs adversários.

Palavras-chave: modelagem matemática, ensino e aprendizagem da matemática,


teoria de grafos.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................
hipoteses levantadas

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .........................................................................

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..........................................................

4. PRODUTO FINAL ..............................................................................................

5. CRONOGRAMA ................................................................................................
REFERÊNCIAS ......................................................................................................
1- INTRODUÇÃO

Trabalhando com formação profissional em cursos técnicos em escolas como


IFES, SENAI, e ambientes não formais, inclusive em áreas rurais pelo SENAR,
vivenciei muitas situações de dificuldades e até bloqueio em relação a aplicação
da matemática e de seus conceitos, em particular relacionados as disciplinas de
Eletricidade, Eletrônica, Máquinas Elétricas e Metrologia.
Sob esse aspecto, Meyer, Caldeira e Malheiros (2013, p.24) ao analisar o ensino
da matemática afirmam que:
A maioria das pessoas não consegue relacionar a
Matemática nem com as outras ciências e muito
menos com situações de seus cotidianos, porque
foi criado um universo à parte, ou seja, para elas, a
Matemática não está presente em outros contextos.
Visando vencer tais bloqueios iniciei um trabalho de pesquisa para aplicação da
programação linear em modelagem, no ensino da matemática, nos cursos
técnicos do IFES, campus Cariacica.
Verifiquei que as aulas práticas com uso de laboratórios ou espaços reais de
vivência dos alunos, como nas áreas rurais, com os trabalhos em grupo,
possibilita a oportunidade de reflexões e interações, facilitam a aprendizagem.
Explicando que em modelagem o sujeito do processo cognitivo é o aprendedor, é
o aluno, e a necessidade do ensino da matemática ser significativo para o
mesmo, Meyer, Caldeira e Malheiros (2013, p.25) escrevem:
Os gregos desenvolveram a geometria porque
achavam que tudo o que era ligado a Deus era belo;
os egípcios desenvolveram o cálculo de área porque
tinha de fazer as medições das terras do Nilo; os
fenícios desenvolveram conceitos aritméticos de
contabilidade porque eram comerciantes. Era, na
verdade, uma Matemática para algum fim.
É um desafio pensar sobre o processo da aprendizagem e buscar soluções
pedagógicas onde exista a participação ativa, crítica e reflexiva dos alunos.
Segundo Almeida, Silva e Vertuan (2013, p. 30)
Uma hipótese subjacente à proposta de Modelagem
na Educação Matemática é que a abordagem de
questões reais, oriundas do âmbito de interesses dos
alunos, pode motivar e apoiar a compreensão de
métodos e conteúdos da matemática escolar,
contribuindo para a construção de conhecimentos
bem como pode servir para mostrar aplicações da
Matemática em outras áreas de conhecimento.
É importante aguçar a curiosidade do aluno e identificar metodologias que
facilitem a utilização desses conhecimentos no seu cotidiano e que resgate a
identificação com a matemática e seus conceitos.
Bassanezi (2013, p. 24) considerando sobre modelagem matemática explica que:
Modelagem Matemática é um processo dinâmico
utilizado para a obtenção e validação de modelos
matemáticos. É uma forma de abstração e
generalização com a finalidade de previsão de
tendências. A modelagem consiste, essencialmente,
na arte de transformar situações da realidade em
problemas matemáticos cujas soluções devem ser
interpretadas na linguagem usual.

PERGUNTA E OBJETIVO GERAL DA PESQUISA


O problema investigado nesse trabalho é como o ensino-aprendizagem da
matemática por meio da Programação Linear na modelagem pode contribuir para
a aplicação de Sistemas Lineares no Curso Técnico de Manutenção
Eletromecânica de Ferrovias.
Pergunta:
Em que medida o ensino-aprendizagem de Sistemas Lineares para alunos de
cursos técnicos pode ser facilitado a partir da utilização de modelos de
Programação Linear?

Objetivo Geral:
Analisar o ensino-aprendizagem de Sistemas Lineares, para alunos de cursos
técnicos, utilizando modelos de programação linear.

Objetivos específicos:
Construir um ambiente de aprendizagem com uso da modelagem
matemática para abordar o conteúdo Sistemas Lineares .

Identificar e elaborar uma aplicação de Programação Linear a ser


utilizada para o ensino de Sistemas Lineares.

Identificar os possíveis registros de representação semiótica para o


conteúdo de Sistemas Lineares.

Verificar a aprendizagem de Sistemas Lineares a partir dos registros de


representação semiótica.

Elaborar um guia didático descrevendo a atividade proposta, bem como


as potencialidades de seu uso em sala de aula.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capitulo partimos da intensa discussão que se faz desde o final do século passado
sobre a formalidade do “método tradicional” como Silva (1993) define em cinco
características típicas desse modelo de matemática onde temos o caráter:

- epistemológicos: o conhecimento é descoberto por aqueles que “produzem”


matemática;
- psicológicos: o aluno aprende vendo e o professor ensina mostrando;
- didáticos: é mais fácil aprender a partir da própria estrutura da matemática;
- pedagógicos: aprova-se quem “aprende” o que o professor mostrou;
- políticos: seleciona os que se adaptam a este sistema contrapondo a criação de novos
métodos educacionais aplicáveis a realidade Brasileira.

Este método tradicional infere a consciência da exigibilidade do sistema seqüencial de


séries e níveis implantado através da utilização de modelos avaliativos quantitativos
rígidos que busca valorar o conhecimento do aluno para um aprovação ou não
direcionando o aluno para o próximo nível. Desta forma o educando recebe uma forma
de adestramento com acerto valendo recompensas e erros punições.
Ao nosso ver, ainda sobra espaço para utilização de metologias qualitativas de avaliação
privilegiando questões abstratas onde o desenvolvimento do raciocino é mais
importante do que a resposta em si. Tal alternativa ao ser trabalhadas pela modelagem
matemática passam a visar muito mais uma formação para a futura atividade laboral e
social focando sua capacidade de solucionar problemas diferente dos modelos até então
vistos em sala de aula.

Para realização deste trabalho pretendemos dispensar pouca energia com o método de
avaliação, sem deixar de caracteriza lo claramente, e concentrar essa energia em uma
sistemática de ensino aprendizagem nos moldes da modelagem matemática sócio critica
proposto por Barbosa.

Bom afinal o que é modelagem matemática?

Modelagem matemática vem propor o abandono sistemático do modelo teórico


expositivo muito bem caracterizado por (Silva 1993) como “modelo tradicional”onde
citamos; uma postura autoritária do professor, a ação pedagógica fica subjacente a
um fazer mecânico e acaba sendo identificada com esse fazer, a comunicação em sala
de aula é fictícia, a relação não se faz em torno do objeto matemático, mas sim, em
torno da aprovação/promoção alem do mecanicismo no tratamento do conteúdo
explicita a busca pelo “correto” em detrimento das situações motivadoras que
ocorrem na sala de aula.
A repetição deste modelo de práticas tradicionais executadas pelos alunos, leva a um
esgotamento de sua motivação pelo aprender e passa a buscar apenas uma forma de se
manter vivo no percurso pré-definido da obtenção da nota. A modelagem matemática
propõe uma inversão completa do mecanismo de busca de modelos pré definidos e
situações conhecidas para o deslocamento do foco na solução de problemas esternos a a
matemática partindo deste problema buscando soluções baseadas em conhecimentos
prévios dos alunos na busca pela solução de tal desafio.

Como explica Barbosa ( )

“entendo Modelagem como um ambiente de aprendizagem no qual os alunos são


convidados a indagar e/ou investigar, por meio da matemática, situações oriundas
de outras áreas da realidade.”

Podemos entender a modelagem matemática como “um grande guarda-chuva”


(Barbosa, ) onde podemos aplicar a modelagem matemática em praticamente
qualquer situação problema, e trabalhar conceito matemático inéditos ao aluno. Para
nosso estudo em específico, será introduzir os conceitos da teoria de Grafos utilizando
modelagem matemática em um ambiente de programação robótica culminando
participação de uma equipe na olimpíada brasileira de robótica.

Em nossa proposta fomos ao encontro dos trabalhos de Barbosa onde são abordados
situações reais para o nosso aluno com a participação na olimpíada de robótica em
dissonância a situações fictícias não teria uma real significância para o mesmo e até
muitas vezes estão longe da realidade social do aluno.

(Barbosa, ) “Temos pouco interesse em situações fictícias elaboradas artificialmente


para atender aos propósitos do ensino de matemática. Isto não quer dizer que elas não
possam envolver os alunos em ricas discussões;.....”

Dentro do nosso projeto buscamos atender aos cinco argumentos propostos por
Barbosa apara aplicação da modelagem matemática, onde temos a motivação do aluno
em buscar novas informações e conceitos, facilitação da aprendizagem devido ao objeto
de estudo fazer parte da realidade do aluno, preparação para utilizar a matemática em
áreas diferentes como na robótica, desenvolvimento de habilidades gerais de exploração
de e compreensão do papel sócio-cultural da matemática.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Essa é uma pesquisa qualitativa, estaremos desenvolvendo junto a dois grupos


paralelos, ou seja com os mesmos objetivos, compostos por 3 (trez) alunos do
Curso Técnico de Eletrotécnica, IFES/Campus Guarapari
O inicio do projeto se dará com uma palestra sobre grafos que ao final serão
distribuídos tarefas de pesquisa sobre o conteúdo que serão debatido na forma
de seminário. Serão coletados dados por questionário, entrevista com os alunos
e o diário de bordo com minhas observações.
Vencida a primeira etapa de introdução ao Grafos partiremos para um
aprofundamento na de Dakester para o estudo do caminho ótimo para que
possamos criar o um primeiro modelo de controle para o robô Sendo também
coletados dados por questionários, entrevistas e diário de bordo.
Já na terceira etapa criaremos simulações para o robô, onde deverá com o uso
de grafos partir de um determinado ponto e atingir outro no menor tempo tempo
possível sem atingir os obstáculos.
Verificação da aprendizagem a partir dos registros de representação semiótica.
Ao final da Olimpíada Brasileira de Robótica estaremos com um procedimento
metodológico capas de ser replicado em qualquer curso técnico industrial e
também para boa parte das escolas de ensino médio que se proponham a
trabalhar os alunos de uma forma a desenvolver a tomada de decisão, raciocinio
lógico, capacidade de solucionar problemas e principalmente grande capacidade
de desenvolvimento social.
4. PRODUTO FINAL

O produto educativo será a elaboração de um guia didático com desenvolvimento


de técnicas e procedimentos para o ensino do conteúdo grafos por meio de
projeto utilizando a modelagem matemática sócio-critica para os cursos técnicos
do IFES, cursos técnicos em geral e escolas de segundo grau.
Pretende-se que esse trabalho seja um referencial teórico para o ensino da
matemática, alem das disciplinas técnicas industriais, contribuindo para a
formação de profissionais qualificados e preparados para o mercado de trabalho.
5. CRONOGRAMA

Atividades Ano 1 (2015/2016) Ano 2 (2016/2017)

(Meses) S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A

Estudos bibliográficos                                                

Redação inicial do Projeto de Pesquisa                                                

V SECIM                                                

Elaboração das atividades práticas de


modelagem                                                

Aplicação das atividades propostas                                                

Redação texto Qualificação                                                

Exame Qualificação                                                

Redação da dissertação/artigo
científico                                                

Revisão do texto final

Defesa da dissertação                                                

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, L. W.; SILVA, K. P.; VERTUAN, R. E. Modelagem matemática na
educação básica. 1. ed. São Paulo: Contexto, 2013.
BASSANEZI, R. C. Ensino-aprendizagem com modelagem matemática: uma
nova estratégia. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2013.
BIEMBENGUT, M. S.; HEIN, N. Modelagem matemática no ensino. 5. ed. São
Paulo: Contexto, 2013.
MEYER, J. F. C. A.; CALDEIRA, A. D.; MALHEIROS, A. P. S. Modelagem em
educação matemática. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. (Coleção
Tendências em Educação Matemática).
BASSANEZI, R. C. Modelagem como metodologia de ensino de matemática. In:
Actas de la Séptima Conferencia p. 130-155, 1990.

SILVA, M. R. G. da. Concepções didático-pedagógicas do professor-pesquisador


em matemática e seu funcionamento em sala de aula de matemática. Rio
Claro: PGEM/UNESP, 1993. 245p. (Dissertação, Mestrado).

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