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1ª Semana

da Literatura
Brasileira
Lilian Cardoso
O que é Resumão especial para
literatura você que acompanhou a
brasileira? 1ª Semana da Literatura
Brasileira!

Diogo
Martins
Literatura e literatura brasileira: definições
► “Literatura é arte literária. Somente o escrito com propósito ou a intuição dessa arte, isto é,
com os artifícios de invenção e de composição que a constituem é, a meu ver, literatura.”
Assim definiu José Veríssimo, escritor e pesquisador de literatura, acerca da arte com
palavras. Logo, o que é escrito aqui no Brasil de forma literária é considerado literatura
brasileira!

► “Mas tudo que se escreve no Brasil é literatura brasileira?!”


Não! Nessa noção de literatura, excluem-se textos de informação, jornalísticos, produção
escrita de autoajuda, documentos e artigos científicos, ainda que publicados em edições de
livros.

Diogo
Martins
Escolas Literárias

► As escolas literárias – ou movimentos literários – são divisões cronológicas baseadas em


momentos históricos, culturais e políticos de um país.

► Tendências, estilos de escrita e manifestações de arte são definidos como padrões que
caracterizam uma escola literária.

► Essa subdivisão foi criada pelos pesquisadores da área para facilitar a análise, o estudo e o
ensino dos momentos que compõem a história da nossa literatura.

Diogo
Martins
As Escolas Literárias
► Quinhentismo;
► Barroco;
► Arcadismo;
► Romantismo;
► Realismo;
► Naturalismo;
► Parnasianismo;
► Simbolismo;
► Pré-Modernismo;
► Modernismo;
► Geração de 45;
► Literatura contemporânea.

Diogo
Martins
Fonte: Blog Estante Literária

Os 12 autores mais lidos no exterior

Diogo
Martins
Literatura Brasileira no EXTERIOR
► É fato que a literatura do Brasil é riquíssima. Além da fama no nosso país, os livros aqui
escritos fazem sucesso e são estudados mundialmente.
► Em 2009, o projeto Conexões Itaú Cultural desenvolveu o Mapeamento da Literatura
Brasileira no Exterior. Mais de 192 autores brasileiros de vários gêneros literários foram
mapeados como os mais lidos e influentes pelo mundo todo. Na lista constam Machado de
Assis, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, além de Jorge Amado, Graciliano Ramos, Milton
Hatoum, Chico Buarque, Carlos Drummond de Andrade, Rubem Fonseca, Oswald de Andrade,
Mário de Andrade e Moacyr Scliar.
► Confira a lista completa em: https://conexoesitaucultural.org.br/mapeados/3866/
► Você sabia?! O brasileiro Paulo Coelho entrou para o Livro dos Recordes (Guinness World
Records) como o autor vivo mais traduzido com a obra O Alquimista, publicada em mais de 70
línguas. O Alquimista é também o romance brasileiro mais vendido do mundo e ultrapassou
até mesmo Jorge Amado com Capitães da Areia, publicado em mais de 48 línguas.
► Saiba mais sobre os autores nacionais lidos no mundo no blog Estante Virtual:
https://blog.estantevirtual.com.br/2011/11/21/literatura-brasileira-no-exterior-os-12-autores-
nacionais-mais-lidos-no-mundo/

Diogo
Martins
Ler os clássicos da literatura
brasileira é tarefa obrigatória?
► Não. Mas vale a pena! Os clássicos são clássicos
por algum motivo: atemporais, retratos da condição
humana ou lembrados pela estilística do escritor.
Eles refletem a cultura de um povo, a trajetória de
personagens ou o momento histórico de uma
narrativa. São conhecidas e reconhecidas e se
tornam referência para escritores e leitores. Quase
como um modelo, por assim dizer. Dom Casmurro é
um bom exemplo disso: são poucos os que não
conhecem a maior dúvida da literatura machadiana
sobre a possível traição de Capitu. Mesmo publicado
em 1899, a narrativa transcende tempo ao tratar de
questões humanas e relacionais que podem
acontecer e são assunto até hoje.

Diogo
Martins
José de Alencar, autor independente?! A autopublicação antes dos
tempos de Amazon
► Tarefa facilitada nos dias de hoje com o auxílio da tecnologia digital e internet, a
autopublicação nem sempre foi a principal escolha dos escritores, mas já era uma alternativa
do autor independente há séculos. Conheça alguns deles lembrados pelo jornalista e editor
Cláudio Soares, do Guia da Publicação:
► José de Alencar, que nasceu no dia 1º de maio, é um dos mais conhecidos romancistas
brasileiros. É provável que você tenha lido Iracema na época da escola – e se encantado, ou
não, com a obra. Iracema é um dos mais populares romances da literatura brasileira e foi
autopublicado em 1865, com o investimento que o autor fez na primeira tiragem da obra,
impressa no Centro do Rio de Janeiro.
► Monteiro Lobato também utilizou estratégias para manter a publicação de seus livros. Sabe-se
que o autor criou a "Editora Monteiro Lobato”, mas nem sempre foi assim. A primeira tiragem
de O Saci-Pererê: Resultado de um inquérito foi uma autopublicação, e os custos da edição
foram pagos com o espaço publicitário que o autor inseriu nas páginas do seu livro. Dá para
acreditar na sacada que Lobato teve?

Diogo
Martins
José de Alencar, autor independente?! A autopublicação antes dos
tempos de Amazon
► Para Lima Barreto, a publicação do seu primeiro romance, Recordações do escrivão Isaías
Caminha (1909), só foi possível com a ajuda de um amigo que fez o intermédio em uma editora
portuguesa. Infelizmente, o autor conseguiu um único editor no Brasil para publicar seu último
romance, Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá, poucos anos antes de sua morte, em 1922. Por
anos ele foi rejeitado pelas grandes casas editoriais. Lima Barreto acabou por adquirir uma grande
dívida para manter os custos e impressões de alguns exemplares de Triste Fim de Policarpo
Quaresma, seu romance mais popular. O livro autopublicado em 1915 acabou por se tornar um
dos maiores clássicos da nossa literatura!
► A história da publicação de Os Sertões exprime a dedicação e esforço de Euclides da Cunha. O
autor passou anos escrevendo a obra acerca da Guerra de Canudos e, mesmo com o manuscrito
pronto em 1900, ele só foi publicado em dezembro de 1902, com os custos da primeira edição
mantidos pelo próprio autor – o que lhe comprometeu dois meses de salário. Mesmo assim, nem
tudo se resolveu. A primeira edição do livro saiu com vários erros ortográficos! Euclides, com
grande esforço, os corrigiu um a um nas mais de mil cópias impressas. Após, o autor viajou por
temer a crítica. O que não se esperava era que, mesmo sem a presença dele, a primeira edição
de Os Sertões fosse publicada e vendida quase por inteira em oito dias.
Diogo
Martins
Literatura contemporânea:
nossas referênciasLiteratura
contemporânea:
nossas
referências
O senhor... mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais,
ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. É o
que a vida me ensinou. Isso que me alegra montão.” (Guimarães Rosa, 1956. Grande Sertão: Veredas).

Diogo
Martins
Afinal, o que é a literatura contemporânea??
► O Modernismo e a Semana da Arte Moderna de 1922 foram divisores de águas para a
construção literária brasileira. A primeira fase, dos anos 20, é conhecida pela ruptura com
padrões estéticos da escrita e mudança do fluxo de conceito. Portanto, linguagem e estética
são muito diferentes do que fora escrito no período pré-moderno, por exemplo. A segunda e
terceira geração, já não mais tão preocupadas com a mudança e inovação da criação literária,
ainda trouxeram narrativas que abordam problemas sociais e questões ideológicas do Brasil
dos anos 30 e 40, respectivamente. Se o movimento modernista dos anos 20 fora
contemporâneo para sua época, a literatura de depois dos anos 30 é, para nossa atualidade,
a literatura contemporânea.
► Para Alfredo Bosi, pesquisador de literatura brasileira, hoje somos contemporâneos de uma
realidade econômica, social, política e cultural que se estruturou depois de 1930.
► Logo, essa é a marca temporal de divisão dos períodos modernistas e as tendências
contemporâneas.

Diogo
Martins
As características e os escritores contemporâneos
► A literatura brasileira contemporânea aborda, em geral, a vida urbana e seus aspectos
cotidianos: a solidão, a violência, as questões políticas, entre outros. Na prosa, as tendências
contemporâneas são divididas nas vertentes regionalista; intimista; urbano-social; político;
memorialista; experimentais e metalinguísticos. A partir da década de 1970, a poesia e os
poetas lançam novas formas de expressão com técnicas inovadoras de recursos gráficos,
formas reduzidas de texto e ecletismo, como no Concretismo, o Poema processo, a Poesia
social e a Poesia marginal.

Diogo
Martins
Escritores contemporâneos
Nomes conhecidos e estudados na Algumas das obras mais conhecidas
literatura contemporânea: desse período são:

► José Lins do Rego; ► A Rosa do Povo, de Carlos Drummond de


► Raquel de Queirós; Andrade;
► Graciliano Ramos; ► Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna;
► Jorge Amado; ► Morangos Mofados, de Caio Fernando Abreu;
► Érico Veríssimo; ► Poema Sujo, de Ferreira Gullar;
► Clarice Lispector; ► Estórias da Casa Velha da Ponte, de Cora
► José Guimarães Rosa; Coralina;
► Vinícius de Moraes; ► A Hora da Estrela, de Clarice Lispector,
► João Cabral de Melo Neto; entre outros.
► Carlos Drummond de Andrade;
► Murilo Mendes;
► Cecília Meirelles;
► Ferreira Gullar e outros.
Diogo
Martins
“Ler nos torna melhor”. Uma homenagem saudosa a Rubem Fonseca
Em abril de 2020, aos 94 anos, morre o escritor Rubem
Fonseca. Autor de Agosto, Feliz Ano Novo, O Cobrador e A Grande Arte,
Rubem criticava a sociedade ao abordar a violência, o erotismo e as
figuras marginalizadas.
Na escrita dos romances policiais criou o advogado Mandrake,
que voltou a ser citado em suas outras narrativas e teve A Grande Obra
adaptada para o cinema posteriormente.
Em 2013, durante a inauguração da biblioteca que ganhou
seu nome, o escritor discursou para um grupo de operários na Linha 4,
no Rio de Janeiro: "Ler nos torna melhor. Permite que a gente entenda
melhor o outro. E permite que a gente entenda melhor a nós mesmos".
No ano de 2003, Rubem Fonseca foi o grande vencedor do Prêmio
Camões, o principal da literatura de língua portuguesa; foi por seis
vezes celebrado pelo Prêmio Jabuti e, em 2015, recebeu o Prêmio
Machado de Assis na Academia Brasileira de Letras (ABL) pelo
conjunto de sua obra.
Diogo
Martins
O que podemos aprender
com nossos escritores?

O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes.”
(Cora Coralina).

Diogo
Martins
Na prática: 5 escritores e muitos aprendizados
Nos tempos em que a informação não circulava de forma
total e globalizada e a internet não existia nem em sonho,
Machado de Assis era um grande pesquisador. Mesmo de origem
humilde – Machado era neto de escravos alforriados – e sem
acesso a cursos regulares, estudou como pôde e aos 14 anos
publicou o primeiro trabalho literário. Atuou como revisor e
colaborador no Correio Mercantil e pertenceu à redação do Diário
do Rio de Janeiro, a convite de Quintino Bocaiúva.
Ao se fazer presente e notável, o autor colaborava
com várias revistas da cidade, ou seja, Machado escrevia MUITO.
Irrefreável, o autor escreveu 10 romances, 216 contos, 10 peças
teatrais, 5 coletâneas de poemas e mais de 600 crônicas!

Diogo
Martins
Na prática: 5 escritores e muitos aprendizados
O jornalista e professor Euclides da Cunha foi enviado
para o Sertão da Bahia como correspondente pelo jornal O
Estado de São Paulo, a fim de cobrir a Guerra de Canudos. A
partir disso, seu livro Os Sertões narra e analisa os
acontecimentos da guerra.
O escritor teve dificuldades financeiras para publicar o
livro e gastou todo o seu dinheiro para investir na edição que
sairia, mais tarde, com erros ortográficos. Mesmo com grandes
obstáculos, usou sua dedicação para corrigir os mil exemplares,
um a um. O iminente fracasso tornou-se, na verdade, um dos
mais conhecidos livros da literatura brasileira. Se Euclides da
Cunha tivesse desistido da publicação pela dificuldade e,
posteriormente, desistido da correção dos exemplares, não
teríamos, hoje, seu legado literário.
Diogo
Martins
Na prática: 5 escritores e muitos aprendizados
Depois da nossa 1ª Semana da Literatura Brasileira,
você sabe que José de Alencar bancou a publicação de Iracema,
um dos livros mais conhecidos do romancista.
O veículo de sua publicação é, hoje, inexistente: o
folhetim. Antes, um capítulo da obra era publicado nesse meio
de forma sequencial e só era possível saber a continuação um
tempo depois. Se você, escritor, publica em Wattpad, saiba que
a plataforma se assemelha aos antigos folhetins!
José de Alencar, lá em 1865, usava a tecnologia que
tinha disponível em seu favor.
E você, sabe aproveitar as plataformas de publicação
que estão hoje ao seu alcance?

Diogo
Martins
Na prática: 5 escritores e muitos aprendizados
Conceição Evaristo teve a infância e a adolescência
marcadas pela miséria em uma favela mineira. Para manter
seus estudos, trabalhou como babá e faxineira, mesmo que
aspirasse à carreira de professora.
Depois de conciliar os trabalhos na docência, na
literatura e na produção de estudos teóricos, Conceição
Evaristo defendeu a dissertação Literatura Negra: Uma
Poética de Nossa Afrobrasilidade e tornou-se doutora com
sua tese Poemas malungos, cânticos irmãos, em que
analisou a literatura afro-brasileira.
A obra de Conceição foi traduzida para o inglês e o
francês e, posteriormente, a autora foi finalista do Prêmio
Jabuti em 2015 e contemplada, em 2018, com o Prêmio de
Literatura do Governo de Minas Gerais pelo conjunto de sua
obra. Mesmo com toda dificuldade, a autora de contos,
poemas e romances conseguiu deixar seu nome marcado na
história, mantida pelo esforço e dedicação em sua vida.
Diogo
Martins
Na prática: 5 escritores e muitos aprendizados
Você acha que pode ser tarde demais para publicar
seu livro? Se dependesse disso, a literatura de Cora Coralina
não existiria. Sua primeira obra, Poemas dos Becos de Goiás
e Estórias Mais, foi publicada quando ela tinha 76 anos! A
autora, que estudou apenas até terceira série do curso
primário, passou a maior parte da vida sendo doceira e, aos
62 anos, candidatou-se a vereadora. Recebeu o Troféu Jaburu
por meio do Conselho Estadual de Cultura de Goiás, o Troféu
Juca Pato, o Prêmio de Poesia em São Paulo e foi agraciada
com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de
Goiás. Cora Coralina escrevia sobre as coisas simples do
cotidiano, as miudezas e as delicadeza da vida com lirismo.

Diogo
Martins
DOMÍNIO PÚBLICO
Você conhece o Portal Domínio Público?
► O Portal Domínio Público (http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp )
funciona como uma biblioteca virtual gratuita, que disponibiliza aos usuários da internet o
acesso a milhares de obras literárias!
► Por que ele é diferente de outros sites de download de livros? As obras que estão no portal já
são patrimônio cultural do nosso país, ou seja, são legalizados os processos de
divulgação, publicação e compartilhamento dos conteúdos. Assim, quando você acessá-los,
não estará infringindo leis de direitos autorais que cabem às editoras e aos autores. Bacana,
não é?!
► As obras de Machado de Assis contabilizam mais de 320 textos disponibilizados de forma
gratuita para você baixar!
► A autobiografia de José de Alencar também está disponível nesta plataforma pelo link
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1837

Diogo
Martins
Referências virtuais
A Enciclopédia Itaú Cultural é um espaço virtual que traz milhares de fontes sobre as artes
brasileiras. Somente sobre literatura e o gênero romance, são mais de 400 referências
adicionadas.
Confira pelo link: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/busca?categoria=literatura

O site Catraca Livre separou 10 clássicos da literatura brasileira em e-books gratuitos para você
baixar!
Confira pelo link: https://catracalivre.com.br/educacao/10-classicos-da-literatura-brasileira-para-
ler-de-graca/

A Revista BULA fez uma seleção incrível das 10 melhores obras literárias brasileiras para quem
quer se aventurar pela nossa vasta literatura.
Confira pelo link: https://www.revistabula.com/3944-os-10-romances-mais-importantes-da-
literatura-brasileira/
Diogo
Martins
Leia sobre a Literatura Brasileira
LIVROS:
► A literatura brasileira: origens e unidade: 1500-1960. José Aderaldo Castello, Edusp.
► Conceito de literatura brasileira, de Afrânio Coutinho. Editora Vozes.
► Entre a literatura e a história, de Alfredo Bosi. Editora 34.
► Introdução à Teoria da Literatura, de Antônio Soares Amora. Editora Cultrix.
► História Concisa da Literatura Brasileira, de Alfredo Bosi. Editora Cultrix.
► Uma breve história da literatura, de John Sutherland. Editora L&PM.
► História da Literatura Brasileira, de José Veríssimo. Domínio Público.
► História da Literatura Brasileira - Vol. I, III e III, de Massaud Moisés. Editora Cultrix.
► Literatura Brasileira Contemporânea: um Território Contestado, de Regina Dalcastagnè. Editora
Horizonte.

RECOMENDAMOS:
► Revista Quatro Cinco Um
Diogo
► Jornal Rascunho Martins
Obrigada por
viajar nessa
história junto com
a gente!

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