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Sumário
7 9
Apresentação Corporeidade e esporte:
atitudes/conceitos
indispensáveis para a
qualidade de vida
28 46
Uma revisão sobre instru- Distúrbio de voz e
mentos de avaliação da vida qualificada
qualidade de vida direcio-
nados às pessoas com
doenças reumáticas
68 87
Qualidade de vida de pes- Alimentação e nutrição
soas com deficiência: na promoção da saúde:
conceitos contemporâneos guia alimentar para a
e instrumentos de avaliação população brasileira
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Sobre os organizadores /
autores
Apresentação
O Admirável mundo novo (brave new world, 1932), de Aldous Huxley,
talvez, hoje, não seja tão distópico quanto já foi. Pouco mais de um século
depois de Ford, vivemos num mundo redesenhado por uma modernidade
líquida. Nas metanarrativas, a crença irrestrita no progresso e nos ideais
iluministas se diluiu. Neste cenário, marcado por impressionantes avanços
e recuos, nem tudo que reluz é ouro, e efeitos colaterais estão presentes.
Nem mesmo os grandes saltos para a frente em relação a épocas
passadas têm produzido condições para a humanidade enfrentar suas
catástrofes e desigualdades. Os avanços em biotecnologia, nanotecno-
logia e infotecnologia não foram capazes de impedir, por exemplo, a maior
catástrofe humanitária desde a gripe espanhola, a Coronavírus Disease
– 2019 (COVID-19). O liberalismo econômico não está melhorando a vida
dos mais pobres. No Brasil, mais de 20% da população está abaixo da
linha da pobreza.
Falar da (ideia transversal de) qualidade de vida e da qualidade
de vida no trabalho é quase uma distopia no cálculo utilitário do Homo
Economicus. Mesmo sendo desejável, mercados abertos e desregulados,
dissociados do poder do Estado, são incongruentes, na realidade con-
creta, com a efetivação de índices elevados de desenvolvimento humano.
Nada tem sentido se as condições de vida dos indivíduos não melhoram,
e falar em melhoras supõe, também, falar do trabalho (locus de parcela
significativa da vida dos indivíduos) e de felicidade. Na lógica liberal, antes
de se reivindicar melhores condições, é necessário ter emprego.
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. De acordo com
o Relatório de Desenvolvimento Humano (2019) do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil ocupa a vergonhosa
segunda colocação de má distribuição de renda entre sua população. As
principais causas da desigualdade social são conhecidas, além da má
distribuição de renda, baixos investimentos governamentais, dificuldades
no acesso à educação e corrupção. As consequências também são con-
hecidas: fome, crescimento da violência, aumento dos índices de pobreza,
dificuldade de acesso ao ensino e baixa qualidade das escolas públicas,
evasão escolar, aumento do desemprego, pouco acesso a opções culturais
e de lazer, desigualdade de gênero, entre outras.
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A propagada ideia liberal de diminuição do Estado, no Brasil, apre-
senta, por exemplo, o Sistema Único de Saúde (SUS), as universidades
públicas, patrimônios da sociedade brasileira, e os servidores públicos
como uma espécie de mazela. O Bolsa Família é visto apenas como um
programa assistencialista. Trata-se de equívocos. Se pensarmos por
exemplo na COVID-19, a tragédia só não alcançou proporções ainda
maiores em função destes entes públicos. Paradoxalmente, para termos
mais qualidade de vida, convivemos com uma (equivocada) demanda pela
diminuição do Estado e com uma (necessária) ampliação dos serviços
públicos (de qualidade).
Pensar em qualidade de vida e qualidade de vida no trabalho (vida
com qualidade) não é apenas desejável, é imprescindível. Agora, a tarefa
está muito longe de ser trivial e, com os parâmetros econômicos estabe-
lecidos, a conta não fecha, e nunca fechará. O Brasil, em primeiro lugar,
ainda é um rascunho mal tracejado inspirado em Thomas More.
Mesmo sem negar os avanços substanciais registrados em di-
mensões como educação, saúde, padrões de vida e a transformação
das tecnologias para qualidade de vida em área prioritária de pesquisa
pelo governo brasileiro, as necessidades básicas da população brasileira
continuam sem respostas.
Pior: com os acontecimentos registrados na Amazônia e os recuos
no enfrentamento de problemas ambientais, o Brasil está globalmente
em suspeição. Com efeito, as desigualdades nas dimensões centrais do
desenvolvimento humano estão sendo ampliadas.
O papel da academia no enfrentamento deste cenário deveras com-
plexo é a produção de conhecimento e de soluções socialmente relevantes.
Nesta direção, colocamos em foco, com acesso aberto e o necessário
olhar local, reflexões de importantes pesquisadores brasileiros versando
sobre a qualidade de vida e a qualidade de vida no trabalho.
Organizadores
Luiz Alberto Pilatti
Camila Lopes Ferreira
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Corporeidade e esporte:
atitudes/conceitos indispensáveis
para a qualidade de vida
Q
ualidade de vida, quando analisada de forma superficial e
beirando o senso comum, pode nos levar a equívocos pre-
ocupantes. Por exemplo, tem-se que a vida com qualidade
deve ser estruturada em possuir um belo apartamento ou
uma bela casa com grande metragem, incluindo no prédio ou no condomínio
piscinas, pistas de corrida, jardins faraônicos, academia de ginástica e tantos
outros elementos que possam ocupar nosso tempo com conforto e auxiliar
na busca de uma vida saudável. Também, às vezes, significa ter carro com
equipamentos de última geração, sempre do ano, além de viagens periódicas
ao exterior a passeio. Não há dúvida de que isso estabelece um padrão de
qualidade, mas perguntamos: qual a abrangência dessa possibilidade para
o total de seres humanos? Quais sacrifícios são necessários no dia a dia das
pessoas para alcançar tais metas?
Por essa razão, falar em qualidade de vida, de uns tempos para cá,
parece até ter virado moda, mas, normalmente, este tema vem atrelado aos
valores de consumo e idealizado como de fácil alcance.
Grande engano, mesmo porque viver é existir em um mundo de con-
tradições, de complexidade, de ambiguidades, de afirmações e negações e,
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qualidade de vida em foco
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corporeidade e esporte
A a medicina e a saúde;
B a cidade e o habitat;
D a alimentação;
E o consumo;
F o trabalho.
A as políticas de saúde;
B a relação médico/paciente;
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qualidade de vida em foco
C a formação especialista/generalista;
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corporeidade e esporte
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qualidade de vida em foco
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corporeidade e esporte
Num primeiro momento isto parece ser um tratado teórico, mas, desde
Merleau-Ponty (2011), fica patente que somos corpos encarnados, corporei-
dade relacional, por isso mesmo vivendo em sociedade, produzindo história
e cultura, somos ao mesmo tempo modificados por essa história e cultura. Se
nossa preocupação é com estilo de vida coletivo, que explicite a importância
de buscarmos qualidade de vida, devemos cultuar e cultivar a corporeidade.
Se somos um corpo e não temos um corpo, passamos do sentido de quan-
tidade do ser para a qualidade de ser.
Vivermos a corporeidade modifica nossas sensações em relação ao
mundo e às coisas, afinal que maior qualidade de vida pode ser desfrutada
do que:
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qualidade de vida em foco
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corporeidade e esporte
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qualidade de vida em foco
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corporeidade e esporte
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qualidade de vida em foco
Bento (2013) levanta uma dúvida interessante: por que será que um
número significativo de pessoas se dirigem diariamente para a prática de
esportes, tanto em situações formais quanto nas informais? Diz mais: por
que será que locais como piscinas, ginásios, parques, academias são cada
vez mais frequentados? Quais seriam os sentidos do esporte para os seres
humanos?
Este autor já colabora com uma possível resposta às perguntas an-
teriores:
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corporeidade e esporte
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qualidade de vida em foco
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corporeidade e esporte
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qualidade de vida em foco
Considerações finais
Na busca do sentido compromissado, de relevância social e de qua-
lidade de vida, há problemas que devem ser resolvidos e que demandam
disposição de luta. Por essa razão nos lembramos de uma frase conhecida de
Luther King (apud ferreira, 2011, p. 1): “A verdadeira medida de um homem não
se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência,
mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio”.
Implementar o sentido e a atitude de corporeidade e de esporte, neste
texto colocado para contribuir com a busca e a manutenção da qualidade de
vida, nos impõe desafios, questionamentos, movimentos necessários para
sair da situação de conforto, ações essas não muito habituais e, por essa
razão, que demandam esforço, ousadia e determinação.
Provavelmente o que faz adentrarmos nestes desafios é a certeza da
importância da corporeidade e do esporte enquanto elemento transformador
do status quo. Qualidade de vida não deve ser um conceito teórico ou um
modismo a serviço apenas do consumo, destinada a uma determinada classe
social. Qualidade de vida é direito do ser humano enquanto existencializa sua
facticidade no mundo e, de nossa parte, temos a certeza de que o sentido/
atitude de corporeidade e o fenômeno esportivo podem contribuir para o
atingimento desta meta.
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corporeidade e esporte
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Uma revisão sobre instrumentos de
avaliação da qualidade de vida
direcionados às pessoas com
doenças reumáticas
D
iante do aumento da expectativa de vida e da redução na
mortalidade das doenças, a qualidade de vida começou a
ser valorizada como indicador de saúde. Qualidade de vida
é definida, pela Organização Mundial da Saúde, como a “[...]
percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sis-
tema de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas,
padrões e preocupações” (the whoqol group, 1994, p. 41, tradução nossa).
Por essa razão, envolve muito além do conceito ampliado de saú-
de, abrangendo também aspectos ambientais, financeiros, de segurança
pública, moradia e liberdade. A avaliação da qualidade de vida relacionada
à saúde surgiu com a busca de um indicador de saúde que fosse além das
características clínicas, sendo utilizado para a verificação da efetividade dos
tratamentos desenvolvidos.
Para tanto, diversos instrumentos de avaliação da qualidade de vida
foram desenvolvidos, tanto gerais, quanto específicos (pedroso; pilatti, 2010).
Entre os instrumentos específicos para avaliação da qualidade de vida, estão
aqueles dedicados às doenças reumáticas, que constituem o foco desta
pesquisa.
As afecções reumatológicas, em sua maioria, constituem doenças
crônicas, cujo tratamento visa a qualidade de vida ao invés da cura. Tendo
em vista essa característica, o conhecimento acerca dos instrumentos de
avaliação da qualidade de vida tem relevância não somente no âmbito da
pesquisa, mas também na prática clínica. Dentro desse contexto, o objetivo
do presente trabalho é identificar e analisar os instrumentos de avaliação
da qualidade de vida desenvolvidos e/ou validados no período entre 2012 e
2015 com foco nas doenças reumatológicas.
Para a realização da revisão sobre os instrumentos de avaliação da
qualidade de vida direcionados às doenças reumáticas, foi utilizada a base
de dados PubMed e os seguintes descritores: “rheumatic diseases” OR
rheumatology OR rheumatism AND “quality of life” AND “instrument” OR
“measurement” OR “evaluation”. A busca foi restrita ao período de janeiro de
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qualidade de vida em foco
D fibromialgia: 78 artigos;
K esclerodermia: 3 artigos;
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uma revisão sobre instrumentos de avaliacão da qv
Variáveis de análise
Nome do instrumento de avaliação
Localização geográfica
Idioma
Domínios avaliados
Número de itens e subescalas
Número e tipos das categorias de resposta
População alvo a quem o instrumento foi originalmente desenvolvido
Resultados das propriedades de mensuração (consistência interna, confiabilidade,
erro de mensuração, validade do conteúdo, validade do construto e responsividade)
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qualidade de vida em foco
Resultados e discussão
Dos artigos obtidos, foram tabulados os dados referentes aos ins-
trumentos específicos de avaliação da qualidade de vida referentes a cada
patologia. Ainda, foram listados outros instrumentos que avaliam outros
aspectos da doença além da qualidade de vida, como atividade da doença
e sintomatologia.
Entre os instrumentos referentes à artrite reumatoide, listam-se os
mais frequentes:
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uma revisão sobre instrumentos de avaliacão da qv
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qualidade de vida em foco
B Pediatric rheumatology quality of life scale (PRQL): com dez itens, divi-
didos em duas subescalas (saúde física e psicossocial), é destinado a
crianças de 8 a 18 anos portadoras de doenças reumáticas e seus pais
(weiss et al., 2013);
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uma revisão sobre instrumentos de avaliacão da qv
vida são utilizadas, como EULAR sjogren syndrome patient reported index
(ESSPRI), EULAR Sjögren syndrome disease activity index (ESSDAI) e Ocular
surface disease index (OSDI) questionnaire (denoyer; rabut; baudouin, 2012;
hackett et al., 2012).
Assim como a síndrome de Sjögren, a artrite gotosa não apresenta
instrumentos específicos de avaliação da qualidade de vida.
Diferentemente da maioria das doenças reumáticas, a gota apresenta
características mais agudas, sendo seu impacto na qualidade de vida devi-
do à intensidade da dor provocada pelos tofos gotosos. Dessa forma, são
utilizados instrumentos que aferem a atividade da doença: Tophus impact
questionnaire, Gout assessment questionnaire 2.0 e Gout impact scale (GIS),
cada um citado em um artigo (aati et al., 2014; chandratre et al., 2013; spaetgens;
van der linden; boonen, 2014).
A doença de Behçet acomete mucosas, pele, vasos sanguíneos, olhos,
entre outros órgãos, apresentando variada sintomatologia. Essa característica
torna necessária a utilização de instrumentos específicos de avaliação:
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qualidade de vida em foco
Considerações finais
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uma revisão sobre instrumentos de avaliacão da qv
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45
Distúrbio de voz e vida qualificada
D
urante muitos anos, compreendeu-se como distúrbio vocal
e (ou) disfonia, qualquer alteração que impedisse a produção
natural da voz (behlau, 2001). Nos dias atuais, tal definição foi
aprimorada no sentido de considerar uma alteração vocal
como distúrbio somente diante de uma repercussão negativa na qualidade
de vida do falante (schwartz et al., 2009). Isso porque já se sabe que não há uma
relação direta entre alterações perceptivo-auditivas, acústicas e laringológi-
cas e a autoavaliação do indivíduo em relação à voz (behrman; sulica; he, 2004;
felippe; grillo; grechi, 2006; grillo; penteado, 2005; penteado; pereira, 2007; servilha;
roccon, 2009; ugulino; oliveira; behlau, 2012).
O conceito de qualidade de vida é subjetivo e foi se modificando com
o decorrer dos anos. Inicialmente visto como ausência de doença, em 1995
ele foi conceituado pela Organização Mundial da Saúde de forma mais ampla,
sendo definido como a “[...] percepção do indivíduo de sua inserção na vida,
no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais se vive e em relação
aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (whoqol group,
1995, tradução nossa).
Dessa forma, a qualidade de vida não pode ser julgada como um con-
ceito estático, que segue as mesmas direções para todos os indivíduos, mas
sim como um conceito subjetivo e complexo, cuja relação com outros fatores
não é direta. Por outro lado, alguns parâmetros objetivos como condições
de saúde, saneamento básico, alimentação, moradia, transporte e educação,
podem direcionar o estudo sobre qualidade de vida (vilarta; gonçalves, 2004).
Assim, a análise de qualidade de vida é considerada multidimensional
e envolve duas esferas — os aspectos subjetivos e os objetivos — ainda que
a inter-relação entre eles ocorra de forma complexa e dependa do poder de
influência individual de cada fator, pois ocorrem em função da interpretação,
percepção e expectativa perante a vida, que são individuais (vilarta; gonçalves,
2004). A partir dessas informações, pode-se inferir que o conceito de qualidade
de vida é formado a partir da relação subjetiva entre fatores objetivos.
A qualidade de vida ligada à saúde pode ser compreendida a partir de
um híbrido biológico-social. A partir desse conceito, pode-se compreender
que a qualidade de vida em saúde não é puramente biológica e nem há um
47
qualidade de vida em foco
48
disturbio de voz e qualidade de vida
Movimento de validação de
instrumentos de autoavaliação vocal e
mensuração da qualidade de vida em voz
49
qualidade de vida em foco
50
disturbio de voz e qualidade de vida
51
qualidade de vida em foco
A 0: nunca;
B 1: quase nunca;
C 2: algumas vezes;
D 3: quase sempre;
E 4: sempre.
52
disturbio de voz e qualidade de vida
53
qualidade de vida em foco
A 0: nunca;
54
disturbio de voz e qualidade de vida
B 1: raramente;
C 2: às vezes;
D 3: quase sempre;
E 4: sempre.
55
qualidade de vida em foco
A Escala Borg CR10-BR adaptada para esforço vocal (camargo et al., 2019);
56
disturbio de voz e qualidade de vida
57
qualidade de vida em foco
58
disturbio de voz e qualidade de vida
59
qualidade de vida em foco
e especificidade (behlau et al., 2016). Por não ser um classificador perfeito, sua
utilização não é recomendada para triagem.
Quanto ao uso na prática clínica, o instrumento permite obter informa-
ções importantes que não podem ser mensurados por outros procedimentos
clínicos, o que os torna essenciais para a caracterização do quadro clínico
na avaliação vocal, visto que a voz é um parâmetro multidimensional (behlau
et al., 2016).
Os resultados da autoavaliação vocal e de qualidade de vida em voz
também podem influenciar na adesão do paciente à terapia. Indivíduos que têm
um impacto maior da alteração vocal na qualidade de vida em voz costumam
aderir melhor a terapia. Tais dados são comprovados tanto pela literatura
(almeida et al., 2013; cielo; ribeiro, 2015), quanto pela experiência clínica.
Finalizamos este capítulo reforçando que não é mais possível, no
contexto da clínica vocal, reabilitar um paciente sem considerar o impacto
da disfonia na sua qualidade de vida.
Todas as variáveis e as reflexões apresentadas neste texto reforçam
que um clínico perspicaz é aquele que valoriza e considera o distúrbio vocal
como multidimensional e com consequências que dependem de inúmeros
fatores, sejam eles pessoais ou profissionais. Hoje, a valorização do que o
sujeito percebe da própria voz e, mais do que isso, o que o problema vocal
interfere nas suas relações, pode ser uma peça chave para uma adequada
conduta terapêutica diante do caso.
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67
Qualidade de vida de pessoas com
deficiência: conceitos contemporâneos
e instrumentos de avaliação
O
termo qualidade de vida (QV) foi, supostamente, mencionado
pela primeira vez em 1964 em um discurso presidencial nos
Estados Unidos da América, por Lyndon Johnson, referin-
do-se ao sentido de valorizar parâmetros além do controle
de sintomas, da diminuição da mortalidade ou aumento da expectativa de
vida da população (fleck et al., 1999).
A partir dessa década, a QV passou a ser vista como um espaço de
investigação científica. Os trabalhos, nesse período, eram realizados com
indicadores objetivos, considerando apenas os recursos relacionados à
condição e ao objetivo de vida e estruturados a partir de estatísticas. Ape-
nas em 1976, indicadores de bem-estar subjetivos ou psicológicos foram
incorporados à temática. Esses indicadores eram baseados na percepção
e avaliação individual das condições sociais e apresentavam a satisfação
como foco (cantorani, 2013).
Desde a primeira vez que o termo QV foi utilizado, várias definições
foram publicadas. Landeiro et al. (2011, p. 4258) publicaram uma revisão sis-
temática sobre o tema e concluíram que não existe um consenso sobre a
definição de QV, mas concordam que a mesma é um “[...] conceito dinâmico,
amplo, subjetivo e polissêmico”.
Apesar de o termo condição de saúde ter sido muito utilizado como
sinônimo de QV, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde, em
sua Constituição de 1947, como “[...] um estado de completo bem-estar
físico, mental e social e não somente a ausência de doença ou enfermidade”
(apud fleck et al., 2008, p. 25). Ao estabelecer uma definição do constructo QV
como “[...] a percepção do indivíduo de sua condição na vida, no contexto
de sua cultura e dos sistemas de valores em que vive e em relação às suas
expectativas, seus padrões e suas preocupações” (fleck et al., 2008, p. 25), a
OMS apresentou a condição de saúde como um de seus domínios e não
como sinônimo.
Na tentativa de ilustrar a relação entre os conceitos de saúde e a
influência dos fatores intrínsecos e extrínsecos para a QV geral, Fleck et al.
(2008) apresentam o esquema conforme mostra a Figura 1.
69
QUALIDADE DE VIDA EM FOCO
70
qualidade de vida de pessoas com deficiência
71
qualidade de vida em foco
SF-36
2.1.2 Indicadores Genéricos
QALYs
DALYs
HeaLYs
Carga Global de Doença
2.2 Uso geral: Coeficiente de Gini
72
qualidade de vida de pessoas com deficiência
73
qualidade de vida em foco
Estrutura comum
de domínios
Conjunto de 100
Aplicação em gru- Estabelecimento de
questões
4 Teste de campo pos homogêneos propriedades psico-
de participantes Escala de respos- métricas do WHOQOL
tas equivalentes
em diferentes
idiomas
74
qualidade de vida de pessoas com deficiência
75
qualidade de vida em foco
76
qualidade de vida de pessoas com deficiência
77
qualidade de vida em foco
78
qualidade de vida de pessoas com deficiência
79
qualidade de vida em foco
segregation; the disability alliance, 1997, p. 14, tradução nossa), enquanto o termo
deficiência apresenta-se como uma:
80
qualidade de vida de pessoas com deficiência
81
qualidade de vida em foco
82
qualidade de vida de pessoas com deficiência
Além disso, Cantorani (2013) afirma que a QV das PCD está relacionada
à capacidade ou condição de executar tarefas de forma independente, de
acessibilidade e de autonomia.
Frente ao contexto apresentado, pesquisas foram desenvolvidas com
o objetivo de avaliar a QV das PCD. Destaca-se a pesquisa de Yazicioglu et al.
(2012), na qual os autores avaliaram a influência dos esportes adaptados na
QV e na satisfação com a vida em participantes esportivos e não esportivos
com deficiência física.
Os autores observaram escores de QV significativamente maiores no
grupo de PCD físicas que participaram de esportes adaptados em comparação
com PCD física que não estavam envolvidas em nenhum esporte adaptado.
Outra pesquisa relevante foi publicada por Côté-Leclerc et al. (2017),
com a aplicação de um método misto quanti-qualitativo. Na análise dos dados
quantitativos, os autores observaram escores similares de QV entre os grupos
pesquisados, que envolviam pessoas com e sem deficiência.
Torna-se interessante destacar a análise qualitativa da pesquisa de
Côté-Leclerc et al. (2017), na qual as PCD puderam relatar sobre o impacto do
esporte adaptado na QV. A conclusão sobre esse impacto foi positiva, princi-
palmente no que diz respeito ao bem-estar físico e à saúde. Os entrevistados
também relataram o impacto positivo na participação social, na autoestima,
na sensação de pertencer a um grupo e nas relações interpessoais.
Considerações finais
83
qualidade de vida em foco
Referências
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86
Alimentação e nutrição na promoção
da saúde: guia alimentar para a
população brasileira
A
alimentação e a nutrição constituem importantes atividades
humanas e causam impacto direto sobre a evolução da socie-
dade. Não se limitam aos aspectos biológicos, abrangendo
também fatores culturais, econômicos, sociais e políticos.
A busca pelo alimento, enquanto meio de sobrevivência, confunde-se com
o próprio desenvolvimento da humanidade. A necessidade de garantir o
sustento, do ponto de vista da aquisição, da produção e da conservação,
impulsionou o homem rumo à busca de técnicas de plantio, de transporte e
de conservação dos alimentos.
A alimentação é primeiramente uma prática biológica ligada à vitalidade
do indivíduo. Em quantidades e proporções adequadas, supre o organismo
dos componentes nutricionais e energéticos, necessários à formação e à
manutenção da vida. Diferentemente dos outros animais, o homem produz
os alimentos, transforma-os, utilizando diferentes técnicas culinárias e tec-
nológicas, e interage o ato de comer com suas relações sociais, envolvidas
por aspectos culturais, religiosos e econômicos (montanari, 2008).
Em praticamente todas as culturas, os alimentos sempre foram rela-
cionados com a saúde. Sua escassez, em diversas fases da sociedade, teve
influência direta sobre o estado nutricional e a saúde, do indivíduo e/ou do
grupo social.
Entretanto, somente nas primeiras décadas do século XX, surge a
ciência da nutrição, com ênfase sobre o papel dos nutrientes, suas funções
fisiológicas e a investigação dos efeitos de sua carência na alimentação. A
ciência da nutrição refere-se ao estudo do padrão alimentar, a partir do con-
sumo dos nutrientes, das funções destes componentes nutricionais para o
indivíduo sadio ou enfermo. Abrange as necessidades e as recomendações
nutricionais e a avaliação do estado nutricional (antropometria, composição
corporal e alterações bioquímicas). Uma dieta adequada é aquela que dis-
ponibiliza alimentos que atendam à necessidade da ingestão de nutrientes,
levando-se em conta as variações individuais, as preferências de paladar e os
hábitos alimentares. A nutrição enfatiza a importância da dieta na formação
e na manutenção do bem-estar humano e na promoção da saúde (mahan;
escott-stump; favano, 2005).
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A manter o peso;
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98
qualidade de vida em foco
feijão são apreciadas no Brasil, como arroz com feijão, feijoada, tutu à mineira,
feijão tropeiro, virado de feijão paulista, sopa de feijão, acarajé, entre outras.
Para o grupo do leite e derivados, ricos em proteínas, minerais e vitami-
nas, sugere-se o consumo de fontes com menor teor de gordura, para o caso
dos adultos. Deve-se moderar o consumo de queijos gordurosos e devem ser
evitadas bebidas lácteas e iogurtes adoçados e processados com aditivos.
Alimentos que compõem o grupo da carne (bovina, suína, ovina, de
aves, entre outras) são frequentemente consumidos no Brasil. São ricos em
proteínas, vitaminas, minerais e gorduras. Apesar de serem muito apreciadas
pelos brasileiros, recomenda-se um consumo reduzido das carnes vermelhas
(bovina e suína), por serem ricas em gorduras saturadas e aumentarem o risco
de doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas.
Existem, inclusive, evidências de que o consumo excessivo de carne
vermelha implica risco do desenvolvimento de câncer do intestino (zandonai;
sonobe; sawada, 2012).
A presença de carne de frango é frequente na mesa do brasileiro. O
guia recomenda o consumo de partes magras, sem pele e preparadas com
pouca gordura e pouco sal de cozinha.
Os pescados, fontes de proteínas, minerais e vitaminas, como as ou-
tras fontes de origem animal, representam opção de alimento saudável. Pelo
menor teor de gordura saturada, os peixes, ao lado de preparações vegetais,
são recomendados como componentes das refeições principais (almoço e
jantar). Os ovos, que são incluídos no grupo das carnes, representam opção
barata e versátil. Podem ser consumidos fritos, cozidos, mexidos e como
ingredientes de grande variedade de preparações.
As recomendações relativas à adoção de uma dieta saudável, apre-
sentadas no guia, destacam a ingestão adequada de água, pura e contida
nos alimentos e preparações culinárias. Consta que a água deve ser potável,
isenta de micro-organismos e substâncias químicas impróprias para o con-
sumo humano.
No guia está incluído o grupo das castanhas, sobretudo de caju, baru,
do-Brasil e amendoim. São alimentos ricos em minerais, fibras e gorduras
insaturadas e podem ser usados num lanche rápido ou como ingredientes
em diversas preparações.
No caso do café da manhã, os oito exemplos apresentados no guia
incluem leite ou derivados, cereais ou tubérculos e uma fruta. Há sugestões
mais tradicionais no Sudeste e no Sul do Brasil, como café com leite, bolo de
milho e uma fruta; no Norte e no Nordeste, café com leite, tapioca e banana.
São também apresentados oito exemplos de refeições para o almoço.
Quase todos incluem a mistura arroz e feijão, prato básico da alimentação
99
alimentação e nutrição na promoção da saúde
100
qualidade de vida em foco
101
alimentação e nutrição na promoção da saúde
Referências
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apontam%20a%20carne,peixe%20como%20fatores%20de%20risco. Acesso em: 12 jul. 2018.
107
Sobre os organizadores
108
Sobre os autores
Bruno Pedroso
Professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Membro do corpo docente do Programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais Aplicadas e do Programa de Pós-Graduação em
Ciências da Saúde, ambos da UEPG. Graduado em Educação Física
pela UEPG. Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade
Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Doutor em Educação Física
pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pós-Doutor em
109
Engenharia de Produção pela UTFPR. Atua nas linhas de pesquisa:
Esporte, lazer e sociedade; Estudos bibliométricos e cientométricos
na produção do conhecimento; Avaliação da qualidade de vida; Ava-
liação da qualidade de vida no trabalho; Construção e validação de
instrumentos de avaliação da qualidade de vida e qualidade de vida
no trabalho; Desafios e tendências de recursos humanos; Qualidade
de vida e qualidade de vida no trabalho; Trabalho e lazer; Gestão
de pessoas e qualidade de vida no ambiente produtivo; Gestão
de recursos humanos para o ambiente produtivo; e Qualidade de
vida, saúde coletiva e atividade física. Coordenador dos Grupos de
Pesquisa: Estudos bibliométricos e cientométricos na produção do
conhecimento e Avaliação da qualidade de vida e qualidade de vida
no trabalho na sociedade hodierna. Membro do Grupo de Pesquisa
Esporte, lazer e sociedade.
110
Leandro Martinez Vargas
Professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Graduado em Educação Física pela UEPG. Mestre em Engenharia de
Produção pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Doutor em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP). Pós-Doutor em Engenharia de Produção pela UTFPR.
Atua nas linhas de pesquisa: Respostas e adaptações fisiológicas
ao exercício (GERAFISIO) e Gestão de pessoas e qualidade de vida
no ambiente produtivo. Coordenador dos Grupos de Pesquisa: Ava-
liação do perfil antropométrico de ciclistas de alto nível do sexo
feminino e Estudos sobre o nível de desempenho motor, atividade
física, aptidão física e qualidade de vida de praticantes de exercícios
físicos e esportes. Membro do Grupo de Pesquisa Qualidade de vida,
atividade física e saúde.
111
Vanessa Veis Ribeiro
Professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Membro
do corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Fonoaudiologia
da Universidade Federal da Paraíba e da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Graduada em Fonoaudiologia pela Universidade
Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). Mestre em Distúrbios da
Comunicação Humana pela Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). Doutora em Fonoaudiologia pela Universidade de São Paulo
(USP). Pós-Doutoranda em Distúrbios da Comunicação Humana
pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Atua nas linhas
de pesquisa: Fonoaudiologia e saúde coletiva; Aspectos clínicos
e funcionais em voz, motricidade orofacial e disfagia; Processos e
distúrbios da voz, fala e das funções orofaciais; Diagnóstico, pre-
venção e intervenção nos distúrbios da voz; e Núcleo de Estudos
em fonoaudiologia e neurociências. Membro do Grupo de Pesquisa
Distúrbios sensoriais da laringe: diagnóstico e reabilitação.
112
em espaços curriculares e extracurriculares. Bolsista de Produtividade
em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (CNPq) – Nível 2.
113
Título Qualidade de Vida em Foco
Formato 18 x 24 cm
Tipografia Aktiv Grotesk | Dalton Maag
Licença CC BY-NC-ND
Curitiba
2021
Feito no Brasil
Made in Brazil
Qualidade de vida é um movimento ainda recente no meio
acadêmico que busca valorizar parâmetros mais amplos
que apenas saúde. Em razão de sua complexidade e utili-
zação por diversas áreas de estudo, a falta de consenso
conceitual dificulta a compreensão da temática e impõe
diferentes desenhos na operacionalização de análises
científicas, normalmente perspectivando a qualidade de
vida como algo bom, necessário e desejável. Neste livro,
composto de cinco capítulos, são discutidos os seguintes
temas: corporeidade e esporte; avaliação da qualidade
de vida de pessoas com doenças reumáticas; distúrbio
de voz; qualidade de vida de pessoas com deficiência;
alimentação e nutrição. As abordagens, divididas em
componentes, em conjunto, colocadas em foco, permitem
a aproximação de um possível conceito geral.