Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 Gisela Bock & Pat Thane (eds.). Maternidad y políticas de género. La mujer en los
estados de bienestar europeos, 1880-1950. Valença: Ediciones Cátedra, 1996; Linda Gordon.
Women, the State and Welfare. Madison: The University of Wisconsin Press, 1990 e Pitied but
not entitled: single mothers and the History of Welfare. Nova York: Free Press, 1994; Seth Koven
& Sonya Michel (eds.). Mothers of a New World. Maternalist politics and the origins of welfare
states. 1890-1945. Londres: Routledge, 1993; Molly Ladd-Taylor. Mother, work, women,
child welfare and the state. 1890-1930. Champaign: University of Illinois Press, 1993; Theda
Skopcol. Protecting soldiers and mothers. The political origins of social policy in the United States.
Cambridge: Harvard University Press, 1992.
História dos cuidados com a saúde da mulher e da criança 187
3 A puericultura pode ser definida como a parte das ciências médicas que visa à
manutenção da saúde física e emocional das crianças, acompanhando seu crescimento e
desenvolvimento. Diferentemente da pediatria, voltada para o corpo infantil doente, a
puericultura se dirige ao corpo social, dialogando em particular com as mães visando transfor-
mar comportamentos e atitudes em relação à criação dos filhos.
4 Apple (1987) definiu maternidade científica como o exercício da maternidade
fundamentado em bases científicas, objeto de práticas educativas próprias e supervisionado
por médicos.
5 Donzelot (1986) identificou, de forma pioneira, o estabelecimento de uma “aliança
privilegiada” entre os médicos e as famílias francesas ao final do século XVIII, considerando-a
elemento fundamental no enfraquecimento da autoridade paterna e na sustentação das princi-
pais correntes feministas do século XIX. Atualizando a observação de Donzelot, Rima Apple
(1995) demonstrou o crescente estabelecimento de afinidade de interesses entre mulheres e
médicos nos Estados Unidos nas primeiras décadas do século XX, especialmente no campo da
alimentação infantil.
190 Martins & Freire
8 Foram elas: Salvador, Rio de Janeiro, Recife, São Paulo, Porto Alegre, Rio Grande,
Pelotas, Desterro, Campos, Cuiabá, Vitória, Cachoeira, Olinda, São João del-Rei e São
Luís.
9 Marcílio (2006) dividiu conceitualmente a história da institucionalização da assistên-
cia à infância no Brasil em três fases: caritativa, filantrópica e de bem-estar social.
194 Martins & Freire
Visita da Sr.a Darcy Vargas ao Dispensário Moncorvo Filho. Acervo Casa de Oswaldo Cruz/
Fiocruz (doado por Ana Lúcia Moncorvo de Mattos).
13 As Gouttes de Lait (Gotas de Leite) foram criadas pelo Dr. Léon Dufour em 1894,
na Normandia, com o objetivo de fornecer leite esterilizado e de boa qualidade às crianças
pobres. As consultas de lactentes realizadas na Goutte de Lait de Belleville pelo obstetra Pierre
Budin ganharam enorme fama e foram rapidamente espalhadas pelo território francês pelas
mãos do Dr. Gaston Variot (Rothschild, 1902).
História dos cuidados com a saúde da mulher e da criança 197
14 Vinte anos após a criação da matriz carioca, já havia filiais do Ipai em dezessete
estados brasileiros; em 1929 o número de filiais chegou a vinte e dois, e metade dessas dispunham
de creche (Kuhlman Jr., 1991).
15 Embora a cidade baiana dispusesse desde 1903 de uma filial do Ipai (Ferreira &
Freire, 2011) — onde Martagão Gesteira atuou como chefe do Serviço Clínico —, a LBCMI
distinguiu-se por privilegiar ações de base curativa sobre as preventivas. Além disso, como
Martagão Gesteira ocupava à época o cargo de inspetor de Higiene Infantil na Bahia, a
vinculação entre a LBCMI e os órgãos públicos de assistência possivelmente ampliou seu
poder político e alcance social (Ribeiro, 2011).
198 Martins & Freire
Sala de espera de um dos postos de atendimento às mães e às crianças mantidos pelo Depar-
tamento da Criança da Bahia, criado em 1935. Acervo da Liga Baiana Contra a Mortalidade
Infantil/Memorial Álvaro Bahia/Hospital Martagão Gesteira.
História dos cuidados com a saúde da mulher e da criança 199
18 Outro hospital infantil, o São Zacarias, criado em 1914, também era vinculado à
Santa Casa do Rio de Janeiro.
19 Nessa enfermaria, instituiria de forma pioneira a prática da internação das mães
junto com seus filhos.
20 Sobre a história da SBP, ver Carneiro (2000). Outras entidades criadas no período,
com ações dirigidas à saúde infantil, foram a Sociedade Eugênica de São Paulo e a Sociedade
Científica Protetora da Infância.
História dos cuidados com a saúde da mulher e da criança 201
Sugestões de leitura
COVA, Anne. Maternité et droits des femmes en France (XIXème-XXème siècles). Paris:
Anthropos, 1997.
FREIRE, Maria Martha de Luna. Mulheres, mães e médicos. Discurso maternalista no
Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009.
MARTINS, Ana Paula Vosne. Visões do feminino. A medicina da mulher nos séculos
XIX e XX. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2004.
MOTT, Maria Lucia. Maternalismo, políticas públicas e benemerência no Brasil.
1930-1945. Cadernos Pagu, vol. 16, pp. 199-234, 2001.
ROHDEN, Fabíola. Uma ciência da diferença: sexo e gênero na medicina da mulher. Rio
de Janeiro: Editora Fiocruz, 2001.
Referências
APPLE, Rima D. Mothers and medicine. A social history of infant feeding. Londres:
The University of Wisconsin Press, 1987.
APPLE, Rima D. Science gendered: nutrition in the United States. 1840-1940. In:
CUNNINGHAM, A. & KAMMINGA, H. (eds.). The science and culture of
nutrition. Amsterdam-Atlanta: Rodopi, 1995, pp. 120-54.
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2.a ed. Rio de Janeiro: Guanaba-
ra, 1981.
BARRETO, Maria Renilda Nery. Nascer na Bahia do século XIX: Salvador (1832-
-1889). Mestrado. Salvador: Programa de Pós-Graduação em História da
Universidade Federal da Bahia, 2000.
BARRETO, Maria Renilda Nery. A medicina luso-brasileira: instituições, médicos e
populações enfermas em Salvador e Lisboa (1808-1851). Doutorado em Histó-
ria das Ciências da Saúde. Rio de Janeiro: Programa de Pós-Graduação em
História das Ciências da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz, 2005.
BERQUÓ, Elza. Sobre a política de planejamento familiar no Brasil. Revista Brasilei-
ra de Estudos da População, Abep, Campinas, vol. 4, n.o 1, 1987.
BESSE, Susan K. Modernizando a desigualdade. Reestruturação da ideologia de gênero
no Brasil 1914 -1950. São Paulo: Edusp, 1999.
BIRN, Anne-Emanuelle. “No more surprising than a broken pitcher”? Maternal and
História dos cuidados com a saúde da mulher e da criança 219
child health in the early years of the Pan American Sanitary Bureau. CBMH/
BCHM, vol. 19, pp. 17-46, 2002.
BIRN, Anne-Emanuelle. O nexo nacional-internacional na saúde pública: o Uruguai e
a circulação das políticas e ideologias de saúde infantil, 1890-1940. História,
Ciências, Saúde – Manguinhos, vol. 13, n.o 3, pp. 675-708, jul.-set. 2006.
BOCK, Gisela. Pobreza feminina, maternidade e direitos das mães na ascensão
dos Estados-providência (1890-1950). In: DUBY, Georges & PERROT,
Michelle (dir.). História das mulheres no Ocidente. Porto: Afrontamento, 1991,
pp. 435-77.
CARNEIRO, Glauco. Um compromisso com a esperança. História da Sociedade Brasi-
leira de Pediatria 1910-2000. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 2000.
CASTRO SANTOS, Luiz A. de. O pensamento sanitarista na Primeira República:
uma ideologia de construção da nacionalidade. Revista de Ciências Sociais, Rio
de Janeiro, vol. 28, n.o 2, pp. 193-210, 1985.
CAULFIELD, Sueann. Em defesa da honra. Moralidade, modernidade e nação no Rio
de Janeiro (1918-1940). Campinas: Editora da Unicamp-Cecult-Finep, 2000.
CIVILETTI, Maria Vittoria Pardal. O cuidado às crianças pequenas no Brasil
escravista. Caderno de pesquisas. São Paulo, vol. 76, pp. 31-40, fev. 1991.
COSTA, Suely Gomes. Proteção social, maternidade transferida e lutas pela saúde
reprodutiva. Estudos Feministas, fevereiro, pp. 301-23, 2002.
COLE, Joshua. “A sudden and terrible revelation”: motherhood and infant mortality
in France, 1858-1874. Journal of Family History, vol. 21, n.o 4, pp. 419-45, out.
1996.
COVA, Anne. Maternité et droits des femmes en France (XIXème-XXème siècles). Paris:
Anthropos, 1997.
COVA, Anne. La maternité, un enjeu dans le premier XXème siècle. In: GUBIN,
Éliane et al. (dirs.). Le siècle des féminismes. Paris: Les Éditions de l’Atelier,
2004, pp. 195-208.
DAVIS, Angela. Oral history and the creation of collective memories: women’s ex-
periences of motherhood in Oxfordshire c. 1945-1970 University of Sussex
Journal of Contemporary History, vol. 10, 2006.
DE LUCA, Virginie & ROLLET, Catherine. Nouvelles pratiques de puériculture.
États des savoirs, acteurs, résistances et avancées. France, 1880-1930. In:
BOURDELAIS, Patrice & FAURE, Olivier. Les nouvelles pratiques de santé.
Acteurs, objets, logiques sociales. XVIIIème-XXème siècles. Paris: Belin, 2005.
DEL PRIORE, Mary. Ao sul do corpo. Condição feminina, maternidades e mentalidades
no Brasil Colônia. Rio de Janeiro: José Olympio; Brasília: Edunb, 1993.
DEL PRIORE, Mary. (org.). História das crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2000.
DONZELOT, Jacques. A polícia das famílias. Rio de Janeiro: Graal, 1986.
ENGEL, Magali. Meretrizes e doutores; saber médico e prostituição no Rio de Janeiro
(1840-1890). São Paulo: Brasiliense, 1989.
ESCOREL, Sarah; NASCIMENTO, Dilene Raimundo & EDLER, Flávio Coelho.
As origens da reforma sanitária e do SUS. In: LIMA, Nísia Trindade et al.
(orgs.). Saúde e democracia: história e perspectivas do SUS. Rio de Janeiro: Edi-
tora Fiocruz, 2005, pp. 59-81.
220 Martins & Freire
MARQUES, Rita de Cássia. “É preciso ser piedoso”: a imagem social do médico de se-
nhoras. Belo Horizonte, 1907-1937. Doutorado em História. Niterói: Programa
de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, 2003.
MARTINS, Ana Paula Vosne. Visões do feminino. A medicina da mulher nos séculos
XIX e XX. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2004.
MARTINS, Ana Paula Vosne. O Estado, as mães e os filhos: políticas de proteção à
maternidade e à infância no Brasil na primeira metade do século XX. Humanitas,
vol. 21, n.os 1/2, pp. 7-31, 2005a.
MARTINS, Ana Paula Vosne. Memórias maternas: experiências da maternidade na
transição do parto doméstico para o parto hospitalar. História Oral, vol. 8, n.o 2,
pp. 61-76, jul.-dez. 2005b.
MARTINS, Ana Paula Vosne. Entre a benemerência e as políticas públicas: a atuação
da Liga Baiana contra a Mortalidade Infantil no começo do século XX. Gênero:
Núcleo Transdisciplinar de Estudos de Gênero, vol. 6, n.o 1, pp. 43-60, 2005c.
MARTINS, Ana Paula Vosne. Dos pais pobres ao pai dos pobres: cartas de pais e mães
ao presidente Vargas e a política familiar do Estado Novo. Diálogos, vol. 12, n.os
2/3, pp. 209-35, 2008.
MARTINS, Ana Paula Vosne. Um sistema instável: as teorias ginecológicas sobre o
corpo feminino e a clínica psiquiátrica entre os séculos XIX e XX. In: WADI,
Yonissa Marmitt & SANTOS, Nádia Maria Weber (orgs.). História e loucura:
saberes, práticas e narrativas. Uberlândia: Editora da Universidade Federal de
Uberlândia, 2010.
MARTINS, Ana Paula Vosne. Políticas públicas para a maternidade e a infância no
Brasil na primeira metade do século XX. In: MONTEIRO, Yara Nogueira
(org.). História da saúde: olhares e veredas. São Paulo: Instituto de Saúde, 2010,
pp. 99-121.
MARTINS, Ana Paula Vosne. Gênero e assistência: considerações histórico-con-
ceituais sobre práticas e políticas assistenciais. História, Ciências, Saúde –
Manguinhos, vol. 18, supl. 1, pp. 15-34, dez. 2011.
MATTOS, Ruben Araújo de. Os sentidos da integralidade: algumas reflexões acerca
de valores que merecem ser defendidos. In: PINHEIRO, R. & MATTOS, R.
A. (orgs.). Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde. Rio de
Janeiro: IMS/Uerj; Abrasco, 200, pp. 39-64.
MESQUITA, Cecília Chagas de Freitas. Saúde da mulher e redemocratização. Ideias e
atores políticos na história do Paism. Mestrado em História das Ciências e da
Saúde. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, 2010.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Assistência Integral à Saúde da Mulher. Material ins-
trucional. Módulo III, Unidade 4. Brasília: Dinsami/SNPES/MS, 1986a.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual do coordenador de grupos de planejamento fami-
liar. Brasília: Divisão Nacional de Saúde Materno-Infantil, Paism, 1987b.
MONCORVO FILHO, Arthur. Em torno do berço: conferência médico-social, reali-
zada em 11 de março de 1914 no cinema Odeon. Tribuna Médica, Rio de
Janeiro, ano 20, n.o 5, pp. 85-106, 1.o mar. 1914.
MONCORVO FILHO, Arthur. A assistência pública e a assistência privada. Comuni-
cação ao Congresso Nacional dos Práticos. Rio de Janeiro: Typographia Besnard
Frères, 1922.
História dos cuidados com a saúde da mulher e da criança 223