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INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE


CURSO TÉCNICO INTEGRADO EM EQUIPAMENTOS BIOMÉDICOS

JULLY KENNYA SILVA DE BARROS

Relatório de Prática Profissional no Hospital Giselda Trigueiro e


Maternidade Escola Januário Cicco.

CEARÁ-MIRIM/RN
2022

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JULLY KENNYA SILVA DE BARROS

Relatório de Prática Profissional no Hospital Giselda Trigueiro e


Maternidade Escola Januário Cicco

Relatório de Prática Profissional


apresentado ao Curso Técnico Integrado
em equipamentos biomédicos do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Rio Grande do Norte, em cumprimento
às exigências legais como requisito parcial
para a obtenção do título de Técnico em
Equipamentos Biomédicos.

Orientadora: Profª MSc Alice de Oliveira


Barreto Suassuna.
Coorientador: Prof MSc Tiago de Oliveira
Barreto

Ceará-Mirim/RN

2022

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JULLY KENNYA SILVA DE BARROS

Relatório de prática profissional no hospital Giselda trigueiro e


Hospital Escola Maternidade Januário Cicco

Relatório de Prática Profissional


apresentado ao Curso Técnico Integrado
em equipamentos biomédicos do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Rio Grande do Norte, em cumprimento
às exigências legais como requisito parcial
para a obtenção do título de Técnico em
Equipamentos Biomédicos.

Aprovado em: ____/____/_______

Nota Final: ___________

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Dedico esse projeto aos meus pais, Shirley Cristina Ferreira da Silva e Junior
kennyo Rodrigues de Barros. E também à minha bisavó, Maria Elza.

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AGRADECIMENTO

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RESUMO

Este projeto tem como objetivo proporcionar uma expansão do atendimento técnico no setor
de Engenharia Clínica e de manutenção em equipamentos médicos do Hospital Giselda
Trigueiro e da Maternidade Escola Januário Cicco. Almeja-se trazer benefícios ao serviço de
saúde na comunidade que se utiliza dos serviços prestados nesses hospitais públicos. Os
atendimentos serão uma prática profissional dos alunos, unindo a necessidade de suporte
do estabelecimento assistencial de saúde com a aquisição de experiência profissional dos
alunos. O projeto tem foco nas manutenções preventivas, preditivas e corretivas de
equipamentos biomédicos, beneficiando tanto os alunos participantes do projeto com uma
rica experiência, quanto de propiciar suporte na qualidade do serviço de saúde, no que se
refere à manutenção e preservação de equipamentos.

Palavras Chaves: Manutenção, equipamentos, engenharia clínica, projeto de


extensão.

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Sumário

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1. INTRODUÇÃO

A falta de segurança e inúmeras mortes por choques relacionados ao parque


tecnológico foi o ponto de partida para o surgimento desse setor no país e no
mundo. No Brasil, a EC teve início com um atraso de 30 anos, comparado aos Estados
Unidos, surgindo após perceber um prejuízo de mais de U$ 1 bilhão devido ao
parque tecnológico do país que estava parado, chegando no Brasil em 1991
(RAMIREZ; CALIL, 2000). Nesse período, seis engenheiros realizaram um curso de
engenharia clínica avançada em Washington. Assim, a EC começou a crescer no Brasil e no
mundo e o técnico em equipamentos biomédicos começou a ganhar espaço no setor
médico, sendo a manutenção uma importante ferramenta para garantir a entrega do serviço
qualificado (SWANSON, 2001).
De acordo com o Conselho Regional dos Técnicos de São Paulo, o Técnico em
Equipamentos Biomédicos é o profissional responsável pela instalação e manutenção de
equipamentos médico-hospitalares, como também, responsável por planejar e executar
montagem, medições e testes de todos os equipamentos dos Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde (EAS). Mesmo com tamanha importância, o Giselda vive uma
realidade difícil e o hospital não possui um setor de engenharia clínica, o que dificulta o
desempenho do parque tecnológico do hospital visto que não tem técnicos para realizar as
manutenções preventivas, preditivas e corretivas.
A instalação, permanência e trabalho realizado por um setor de engenharia clínica é
extremamente importante para um hospital, pois o setor se responsabiliza principalmente
por realizar rondas setoriais, manutenções e traz melhorias e segurança para o
estabelecimento médico. Vale salientar que a gestão adequada do parque tecnológico do
hospital possui respaldo direto no setor financeiro da instituição. Além de possibilitar bom
atendimento médico e minimização das filas de consultas e exames devido a disponibilidade
de bons equipamentos no hospital. No processo de trabalho, esses profissionais atuam sob
a supervisão do engenheiro e da Lei 5.524/68, que dispõe sobre o exercício da profissão de
técnico industrial de nível médio, que em 1985, foi regulamentada pelo decreto 90.922.
(RESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL)
Pensando na importância de um técnico dentro do estabelecimento médico e das
necessidades do hospital Giselda Trigueiro, o Instituto Federal do Rio Grande do Norte
(IFRN) iniciou um projeto de implementação de um setor de engenharia clínica no hospital,
onde os técnicos de nível médio trabalhariam de maneira voluntária, realizando manutenção
preventiva, preditiva e corretiva nos equipamentos do hospital. Sendo assim, ajudariam a
direcionar o hospital às empresas especializadas para certo tipos de manutenções, gerando

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assim, melhoria no parque tecnológico. Com poucos recursos e inúmeras dificuldades, o


hospital aceitou o projeto e teve seu parque tecnológico colocado à disposição de diversos
técnicos em Equipamentos Biomédicos para realizar as devidas manutenções necessárias
no hospital.

1.1 Justificativa
A realização das manutenções feitas pelos estagiários técnicos em equipamentos
biomédicos no hospital Giselda Trigueiro é extremamente importante para melhoria e
desempenho do estabelecimento médico, visto que o hospital não possui uma área de
engenharia clínica para realizar manutenções preventivas, preditivas e corretivas nos
equipamentos pertencentes ao estabelecimento, causando acúmulo de máquinas e de
realização de exames gerando transtornos para o paciente e para o estabelecimento.
Levando em consideração que os hospitais e as unidades básicas de saúde em
cumprimento da lei 8.080 de 19 setembro de 1990, têm que atender cerca de 100% da
população que requer atendimento médico na cidade, o Hospital Giselda Trigueiro atende
100% do público que necessita de tratamento para doenças infectos contagiosas. Um
relatório feito pelo Núcleo Hospitalar de Vigilância Epidemiológica aponta que foram
atendidos cerca de 35.722 pacientes em 2012. De acordo com o governo do estado, foram
atendidos cerca de 250 pacientes por mês com HIV em 2016, o que gerou cerca de três mil
atendimentos. (Governo do estado). Durante a pandemia, de acordo com uma matéria
publicada pelo governo do estado, o hospital atendeu cerca 1.140 pacientes com covid-19,
esses dados só enfatizam a importância e a necessidade do bom desempenho do parque
tecnológico do hospital.
As manutenções preventivas, preditivas e corretivas realizadas corretamente nos
equipamentos pertencentes ao Giselda Trigueiro apontam melhorias nos setores do hospital,
gerando um melhor desempenho não só dos equipamentos, visto que o hospital necessitava
de manutenções corretivas, mas como na melhoria das realizações de exames e consultas
feitas pelo estabelecimento. Segundo Xenos (1998), os objetivos da manutenção não são
somente o de manter ou restaurar as condições físicas do equipamento, mas também de
manter suas capacidades funcionais, na verdade, a manutenção da condição física do
equipamento tem por finalidade a manutenção da sua capacidade funcional, além da
qualidade do produto, da integridade do meio ambiente e da segurança do paciente e do
operador.

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2 - OBJETIVOS

2.1 Geral

Este relatório objetiva descrever o processo de condução da prática profissional


realizada no setor de manutenção de equipamentos médico-hospitalares do Hospital
Giselda Trigueiro e do Hospital Maternidade Escola Januário Cicco, trazendo para o público
duas possíveis realidades em dois hospitais diferentes.

2.2. Específicos

● Realizar manutenções preventivas, preditivas e corretivas dos equipamentos;


● Realizar organização do parque técnico;
● Passar orientações e treinamentos aos profissionais de saúde;
● Buscar melhorias no parque tecnológico.

3. IDENTIFICAÇÃO DOS PROJETOS DE EXTENSÃO.


3.1. Dados

● Hospital Giselda Trigueiro:


Orientador: Gilvan Luiz Borba Filho (1223633).
Discente: Jully Kennya Silva de Barros (20191170280070).
● Hospital Maternidade Escola Januário Cicco:
Orientador: Alice de Oliveira Barreto Suassuna (3234568).
Leila Raulino Câmara Cavalcanti (2280533).
Diego Alves Formiga (2052309).
Discente: Jully Kennya Silva de Barros (20191170280070).

TÍTULO DOS PROJETOS:


- Manutenção de Equipamentos Biomédicos em Instituição Pública de Saúde (Hospital
Giselda Trigueiro)
- Apoio às Manutenções em Equipamentos Médico-Hospitalares da Maternidade
Escola Januário Cicco.

PERÍODO DE PARTICIPAÇÃO NO PROJETO:

- Hospital Giselda Trigueiro: 06/12/2021 até 07/03/2022


- Hospital escola maternidade Januário Cicco: 02/06/2022 até 30/12/2022

TOTAL DE HORAS PARTICIPAÇÃO NO PROJETO:


- Hospital Giselda Trigueiro: 340h

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- Januário Cicco: 340h

3.2 SÍNTESE DA CARGA HORÁRIA


Para o projeto do Hospital Giselda Trigueiro: as atividades foram realizadas em
grupos, cada grupo contava com uma equipe de 6 pessoas realizando atividades, assim
tínhamos uma equipe todos dias das semana, minha equipe estava presente na segunda,
terça e sexta-feira trabalhávamos das 08:00 horas da manhã as 13:00 hora tarde sendo 15h
semanais, contabilizando 340h.
Para a Maternidade Escola Januário Cicco: houve uma seleção e foram escolhidas
duas pessoas: eu e outro colega que trabalha pelo horário da tarde. Meu horário ficou das
07:00 da manhã às 11:00 horas e meu trabalho foi supervisionado pelo Técnico Geraldo,
das terças às sextas, sendo 4 horas por dia, 15 horas semanais, 60 horas por mês,
contabilizando 340h. Nossa atividade iniciava pelo primeiro contato com o equipamento
após a abertura do chamado, podendo ser realizado transportes, pequenas manutenções,
testes funcionais de equipamentos, treinamento para enfermeiros e rondas setoriais.

4. DESCRIÇÃO DE ATIVIDADES

4.1 HOSPITAL GISELDA TRIGUEIRO

Podemos subdividir a descrição de atividades do projeto em 4 etapas, a serem


distribuídos cronologicamente, são eles: mapeamento, formação de grupos para
manutenção, ronda setorial e manutenções. Sendo assim, essas etapas foram realizadas ao
longo do período de atuação no Hospital Giselda Trigueiro pelos alunos e pelos supervisores
do projeto.
No primeiro momento, foi feito um mapeamento onde foi realizado um levantamento
das condições atuais do parque tecnológico do hospital que necessitava de manutenções
preventivas, preditivas e corretivas. As seguintes manutenções foram realizadas pelos
alunos e assistidas pelo corpo técnico do setor de engenharia clínica do hospital e por
docentes orientadores do IFRN Campus Ceará-Mirim.
No segundo momento, após o mapeamento, foi realizada a formação dos grupos que
iriam realizar as manutenções nos equipamentos. Cabia às equipes realizar os cronogramas
de manutenção para os equipamentos e cada equipe contava com no máximo 6 técnicos em
equipamentos biomédicos, e após a formação das equipes, passou para a terceira etapa
que se tratava de uma espécie de ronda setorial para conhecer melhor o hospital, seus
setores e a sala reservada para a equipe.

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As manutenções eram realizadas em uma sala reservada pelo hospital, a mesma era
do antigo setor de compras e foi cedida para o projeto de extensão. Os equipamentos eram
transportados para nosso setor pelo supervisor Nelson ou pelo próprio chefe do setor e,
assim, os participantes do projeto realizavam as manutenções. Ao receber um chamado era
realizado uma Ordem de Serviço (OS) (Figura 1) onde constavam as informações do
equipamento: marca, modelo, número de série e patrimônio; problema relatado; qual tipo de
manutenção foi feita e descrição do serviço realizado. A figura abaixo mostra um exemplo
de OS do hospital.

Figura 01 - Modelo de ordem de serviço utilizado no Hospital Giselda Trigueiro

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FONTE: autora (2021)

4.1. MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO.

As atividades realizadas na Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) iniciaram-se


primeiramente pela apresentação dos setores do hospital, que foram apresentados pelo
técnico Geraldo Barbosa. Na maternidade todo o estágio foi supervisionado pelo engenheiro
clínico Cayo Leal, que permitiu que o técnico Geraldo nos acompanhasse durante o dia.
Após o conhecimento dos setores do hospital foi apresentado como funcionam as ordens de
serviço (figura 2), transporte e pequenas manutenções, já que grande parte das
manutenções eram realizadas pela empresa que possuía contrato com a MEJC, a Tec
Saúde.
Também foi apresentado o funcionamento das rondas setoriais (Figura 3 e 4), que
são realizadas para mapear se havia a existência de equipamentos com problemas. Essas
rondas aconteciam da seguinte maneira: toda segunda-feira (Figura 3) os estagiários
passavam em todos os setores da maternidade (Centro Cirúrgico Obstétrico, Sala de Parto,
UTI-Materna, Enfermaria Canguru, UTI-Neonatal, Enfermaria, Fonoaudiologia, Sala de
Ultrassom, Lactário, Centro Cirúrgico Geral, Setor de Alto Risco, Setor de urgência,

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Enfermaria Ginecológica, Central de Material Esterilizado, Laboratório De Microbiologia,


Mamografia, Banco de Leite, ENF.B, EXPECTAÇÃO - B1, Setor de Reprodução e
Ambulatório), ao passar pelos setores era questionado ao responsável do mesmo se existia
algum problema com relação aos equipamentos médicos e, em seguida, era coletada a
assinatura e notificado caso algum equipamento apresentasse problema. Além disso, era
notado na ficha da ronda o horário e o dia.
Nos outros dias da semana (Figura 4), a ronda setorial acontecia somente nos
setores que trabalhavam 24 horas (Enfermaria B1, AMBULATÓRIO, SR, UTI-NEONATAL,
CCG, ALTO RISCO, UTI-MATERNA, CENTRO CIRÚRGICO OBSTÉTRICO e CO-SALA DE
PARTO), e seguia o mesmo protocolo da ronda da segunda-feira.

Figura 02 - Ordem de serviço da Januário Cicco.

FONTE: autora (2022)

Figura 03 - Rondas setoriais realizadas na segunda-feira na Januário Cicco.

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FONTE: autora (2022).

Figura 04 - Ronda setorial da Januário Cicco realizada de terça a sexta-feira.

FONTE: autora (2022).

5. TRANSPORTE DE EQUIPAMENTOS

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5.1 Hospital Giselda Trigueiro

O transporte de equipamentos feito no Hospital Giselda Trigueiro não era realizado


pelos técnicos, porque os voluntários do projeto de extensão não tinham autorização para
transportar os equipamentos entre os setores do hospital. Sendo assim, esse transporte era
realizado por um profissional supervisor do projeto dentro do hospital. O supervisor entrava
em contato com os setores que necessitavam de manutenção, onde os equipamentos
passavam primeiro pela sua sala onde era catalogado e levado para o setor de engenharia
clínica para receber a devida manutenção.
Após as devidas manutenções o equipamento era devolvido para o supervisor e
entregue ao setor. Em alguns casos, os técnicos precisavam se deslocar até o local onde o
equipamento se encontrava pois seu maquinário não permitia que ele fosse retirado do seu
setor. Em algumas outras situações, os próprios chefes dos setores procuravam o nosso
setor para relatar algum problema em um equipamento específico, nesses casos o
supervisor era avisado e autorizava as devidas manutenções.

5.1. Maternidade Escola Januário Cicco

Diferente do Hospital Giselda Trigueiro, a maternidade possui um setor de


engenharia clínica que realiza todos os transporte dos equipamentos (Figura 5), os
estagiários possuem a devida autorização para entrar nos setores, como também para
realizar o transporte dos equipamentos.
Os transportes funcionam da seguinte maneira, no setor de engenharia clínica
possui a área de atendimento às demandas de equipamentos com problemas, os
profissionais da saúde ligavam para o setor e passavam alguns dados como nome, setor no
qual ele trabalhava, nome do equipamento e relatar qual era o problema, após isso era
criado uma OS (Figura 5), e o estagiário, junto com o técnico ia até o setor para realizar a
manutenção. Em casos de manutenção em placa, calibração ou equipamento que não liga,
por exemplo,eram transportados para o setor de engenharia clínica e encaminhados para
manutenção externa que era realizada pela equipe da empresa Tec saúde.
Nos casos de transporte de equipamentos, o enfermeiro chefe do setor fazia a
solicitação à engenharia clínica relatando sua necessidade por tal equipamento e
classificando se havia ou não urgência no transporte, caso o setor não encontrasse o
equipamento solicitado disponível nas localidades dos corredores, quartinho de
equipamentos da UTI-NEONATAL ou almoxarifado da engenharia clínica, o enfermeiro teria
que ligar para algum setor médico do hospital que possuía o equipamento desejado e
solicitava o empréstimo do mesmo. Após a autorização, o enfermeiro ligava novamente para
a engenharia clínica avisando que foi autorizado o empréstimo do equipamento e relatava

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os seguintes dados: qual setor de origem do equipamento, para onde ele seria levado, qual
é o equipamento e se há urgência no transporte.

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Figura 5 - Transporte de equipamento e ordem de serviço para realizar transporte

FONTE: autora (2022).

6.0 TREINAMENTOS

O treinamento é extremamente importante para a atuação do técnico em


equipamentos biomédicos que está iniciando o estágio, visto que o estudante normalmente
tem que operar equipamentos novos, de modelos e marcas diferentes de outros já vistos,
além disso, o treinamento gera melhoria e diminui possíveis falhas. O treinamento além de
ser de grande importância dentro da organização, colabora na construção de profissionais,
prepara o indivíduo para exercer melhor suas funções, melhora a segurança dos operadores

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e dos pacientes, além de trazer um grande retorno à empresa. Por causa disso, no período
do estágio, recebemos diversos treinamento em ambos hospitais.

6.1. Monitor multiparâmetro

A manutenção em monitores multiparâmetro (Figura 6), foi da marca World Life e sua
ela consiste em avaliar diversos parâmetros. O treinamento desse equipamento teve início
observando o estado da carcaça entre outros componentes do equipamento, visto que todos
estavam em boa qualidade, sendo eles: equipos para saturação, oxigênio,
esfigmomanômetro, temperatura entre outros. Durante o treinamento também foi
apresentado seus componentes, placa (Figura 6), fusíveis, resistores, capacitores, bateria e
entre outros, foi apresentado que na maioria das vezes problemas nesse tipo de
equipamento estão relacionados a rompimento dos cabos dos equipos sendo necessário
devida troca e foi realizado a avaliação do equipamento por um simulador que simula os
parâmetros de um paciente e mostra o problema.

Figura 6 - Foto da tela do monitor, foto da placa da tela, foto da placa do monitor

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FONTE: autora (2022).


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6.2. Ventilador Pulmonar

O treinamento em ventilador pulmonar ( Figura 6), consiste em entender seu


funcionamento, funcionalidade, componentes e devido testes. Começamos entendendo
primeiramente para que serve o equipamento, ele é utilizado normalmente em UTI e setores
cirúrgicos e seu foco está em pacientes que necessitam de intubação. Seu funcionamento
consiste em fornecer o oxigênio necessário para o paciente podendo ser ventilação
controlada, ventilação assistida e controlada e ventilação assistida.
O segundo passo foi conhecer seus componentes (Figura 6), que são: pulmão teste,
ventilador, sensor de O2, válvulas inspiratórios, filtros, sensor de fluxo, umidificador de ar,
nebulizador entre outros. O passo seguinte foi entender como funciona seu teste antes do
uso, de acordo com as normas de segurança do equipamento é necessário realizar um teste

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antes do seu uso que irá testar o circuito, válvulas, fuga de ar entre outros. Esse teste
consiste em instalar todo o circuito tendo certeza que as traquéias estão em bom estado,
ligar o equipamento na rede de gases e ligar a tela do equipamento, em uma aba teste
selecionar opção de teste circuito, o equipamento era bem didático explicando sempre o
passo a passo quando ocluir ou não e o sistema serve para testar alarmes, pulmão teste
entre outras funções importante.

Figura 7 - Foto do ventilador pulmonar, fotos das suas válvulas de inspiração e


expiração, foto do filtro do ventilador pulmonar.

FONTE: autora (2022).

6.3. Carrinho de anestesia

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Os treinamentos ensinados no carrinho ( Figura 8) de anestesia são bem parecidos


com os do ventilador pulmonar, consiste em conhecer o funcionamento do equipamento e
entender para que serve seu uso. O carrinho de anestesia é utilizado em setores cirúrgicos,
e como o seu nome sugere, ele é utilizado para sedar o paciente através de anestésicos
durante uma cirurgia. Seus principais componentes são: misturadores, traquéias, sensor de
fluxo, célula de O2, componentes anestésicos, ventilador, monitor, vaporizador entre outros.
Assim como o ventilador pulmonar sua norma consiste em ser realizado um teste funcional
antes de seu uso e o processo para isso é conectar o equipamento na rede de gases, ligar o
equipamento e realizar o teste, ao ligar o equipamento aparece na tela cada passo, o
equipamento é didático e explica os passos que devem ser realizados, assim é testado o
circuito, rede de gases, alarmes, fuga na corrente, célula entre outras funções.

Figura 8 - Foto do carrinho de anestesia, foto da tela do carrinho de anestesia.

FONTE: autora (2022).

6.4. Bomba de infusão

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O treinamento em bomba de infusão (Figura 9) foi passado para que pudéssemos


repassar o procedimento para os enfermeiros. O treinamento consiste em entender o
funcionamento do equipamento, seu uso, funções e programações principais. A bomba de
infusão é usada diariamente em diversos setores para infundir medicações, e seu
funcionamento é bem prático: consiste em ligar o equipamento, escolher a forma de infusão
desejada, colocar o valor que será infundido e ao confirmar os valores no "ok" o
equipamento realizará a infusão com o tempo e medicação desejada, em casos de bolhas
de ar no equipo existe no equipamento a função bolus, que irá infundir depressa e isso
permitirá a retirada da bolha, além de contar com diversos alarmes

Figura 9 - Foto de bombom de infusão.

FONTE: autora (2022).

6.5. Berço Aquecido

O treinamento em berço aquecido (Figura 10) consiste em entender seu


funcionamento, suas programações e conhecer seus componentes que são: refletor
irradiante, painel de controle, prateleira de apoio, babypuff/ controlador de gases, leito do
tipo mesa, rodinhas com freio, pedal de controle de altura, gaveta para raio-x e suporte de

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soro regulável. O equipamento deve ser usado na rede de gases ao ser ligado e possui
diversos sensores que são modificados em seu painel, sensores como temperatura, pele 1
(T1), pele 2 (T2), balança, hora.
Ele também é dividido em módulos tendo o módulo servo que é utilizado para o
atendimento prolongado do paciente, módulo pré-aquecimento que é utilizado para aquecer
o equipamento e também o módulo manual que é utilizado para o atendimento inicial e
imediato do paciente. O equipamento possui diversos alarmes, também realiza o
deslocamento do radiante para melhorar o cuidado do paciente, as funções de alarme,
balança, módulos, temperatura podem ser modificadas no painel de controle do
equipamento, todos os botões possuem uma indicação ao seu lado explicando para que
serve seu uso. Também realizamos o treinamento no baby puff do berço aquecido, trata-se
primeiramente de avaliar a rede de gases no baby puff, tendo o oxigênio puro e o blend que
é a mistura de oxigênio e ar comprimido. Para realizar a calibração verificamos se os gases
estão saindo corretamente e após isso selecionar no painel a opção de realizar a calibração,
ao locar o pulmão teste e ocluir o sistema no painel rodamos o botão e colocamos a máxima
no 40 a mínima no 20 e o ponteiro fixado no 5 sendo assim está calibrado.

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Figura 10 - Foto da frente do berço aquecido.

FONTE: autora (2022).

7.0. MANUTENÇÕES

Foram realizadas manutenções nos seguintes equipamentos: autoclave, mesa


ginecológica, esfigmomanômetro e monitores multiparamétricos. Pelo fato de não possuir
um simulador para as manutenções nos monitores, só foi possível a realização de testes
simples, acabando por não solucionar os devidos problemas. Sendo assim, essa sessão irá
focar nos demais equipamentos e nas manutenções que foram realizadas neles.

7.1. Mesa Ginecológica

A Ginecologia é uma área focada no cuidado da saúde feminina. Através da área


são realizadas consultas, diversos exames de extrema importância, incluindo o exame
preventivo - útil para descoberta, tratamento e prevenção de doenças. Para realização
desses exames e tratamento é essencial o uso de uma mesa ginecológica (Figura 11). A

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mesa ginecológica é um equipamento que possui uma estrutura muito semelhante a de uma
macas hospitalar. A mesa foca no bem estar da paciente e na facilidade da realização de
exames, possui um pedal para movimentação, já que é uma mesa motorizada onde os seus
indutores realizam todas as movimentações dos encostos, perneiras e da mesa em si, ou
seja, para cima e para baixo contendo também apoio de cabeça, encosto, braços com
braçadeira em velcro e com ajuste de rotação, assento, apoio para as pernas etc.

Figura 11 - Foto das partes pertence a mesa ginecológica, foto de mesa


ginecológica semelhante a do hospital Giselda Trigueiro

FONTE: Mesa clínica - manual do usuário Microem (2022).

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7.1.1 Limpeza da mesa ginecológica

O processo de limpeza deste equipamento deve ser realizado após cada uso e
consiste na limpeza com um pano umedecido, uso de álcool ou detergente neutro de todas
as partes do equipamento, principalmente a parte acolchoada onde o paciente irá deitar,
também é realizado sempre a troca de lençóis que são usados durante a consulta.

7.1.2 Problema relatado na mesa ginecológica

No hospital Giselda Trigueiro são realizadas diversas consultas ginecológicas por


dia, sendo importante o bom funcionamento de sua mesa ginecológica para o andamento
das consultas, sendo assim, quando foi relatado para os técnicos em equipamentos
biomédicos o seu mau funcionamento foi buscado imediatamente a realização da
manutenção necessária.
O problema no equipamento foi relatado pelo enfermeiro chefe do setor e se tratava
da não movimentação da parte das pernas da cadeira. Inicialmente, foi feita a avaliação em
seu pedal (Figura 12) buscando identificar a continuidade da fiação do pedal, a mesma
apresentou estar funcionando corretamente, em seguida foram realizados todos os testes
possíveis antes de abrir o equipamento, foi feito teste de continuidade, avaliado seu cabo de
força, tomada a qual estava sendo ligado etc, só após os testes o equipamento foi aberto
com a supervisão de um técnico formado que acompanhou a abertura do equipamento por
chamada de vídeo, na abertura foi detectado um capacitor inchado e dois fusíveis
queimados (Figura 12).

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Figura 12 - Foto da mesa ginecológica, foto da parte de dentro do pedal, foto da


placa, foto dos fusíveis queimados.

FONTE: autora (2022).

7.1.3 Solução encontrada

Após abrir o equipamento e tendo identificado seu problema, foi necessário a troca
de alguns de seus componentes internos como fusíveis e capacitores, como o setor de
manutenção do hospital não possuía tais componentes foi necessário realizar o pedido de
compra para o hospital. Porém, buscando minimizar o problema e trazer a melhoria para o

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hospital e seus pacientes evitando demora na resolução do problema, foi feita a compra dos
fusíveis que custaram 50 centavos cada e realizamos a troca dos atuadores, o que trouxe
de volta para a mesa (Figura 13) toda sua funcionalidade. Para termos total certeza que ela
estava segura, realizamos os testes e também realizamos teste de carga para verificar se a
mesa ginecológica suportava o peso adequando, a mesma passou em todos os testes e foi
liberada para o uso e relatado para o chefe do setor a necessidade da troca do capacitor
assim que possível.
Ao realizar a troca dos atuadores para melhoria do equipamento, o pedal mudou seu
funcionamento (Figura 13) pois os atuadores não estavam na mesma ordem. Para facilitar o
entendimento dos profissionais identificamos o pedal com cada funcionamento.

Figura 13 - Foto da mesa ginecológica, foto do pedal modificado

FONTE: autora (2022)

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7.2 Esfigmomanômetro

O esfigmomanômetro é um equipamento muito utilizado na área médica para


verificar a pressão arterial, o sistema de compressão braquial e verificar a pressão sistólica
e diastólica do paciente. Existem diversos métodos de se verificar pressão arterial, mas o
mais recorrente no Hospital Giselda Trigueiro é o sistema de verificação braquial que
consiste em colocar o aparelho no braço do paciente e através de um manômetro e um
estetoscópio verificar a pressão do paciente.
O esfigmomanômetro braquial consiste em uma braçadeira, pera, manguito e
manômetro. O manômetro tem um vidro ou plástico de proteção, escala de leitura da
pressão, ponteiro indicador, entrada para o manguito entre outros dados do equipamento. Já
o manguito é feito de material elástico para facilitar o armazenamento do ar para verificar a
pressão, na pera existem duas válvulas, uma para inflar e outra para aliviar a pressão.
O funcionamento do esfigmomanômetro consistente em colocar a braçadeira
apontando para a artéria e inflar o manguito pressionando a pera, a pressão colocada no
manguito movimenta o ponteiro do manômetro e o ar enviado pela pera é transmitido
através de um fole no manômetro que movimenta o tubo e realiza um deslocamento em
espiral que, por meio da pressão do ar enviado pela pera, movimenta o ponteiro que sinaliza
a pressão sistólica e diastólica do paciente.
A manutenção do esfigmomanômetro (Figura 14) começa primeiramente pela
limpeza ou desinfecção do equipamento. A limpeza é realizada em todo o equipamento e
pode ser feito com alguns materiais como sabão neutro e detergente e, com o auxílio de
uma escova é feita a limpeza de alguns componentes do equipamento, também pode fazer
o uso de um pano umedecido para limpeza de manômetro, pera, hates, entre outras partes,
também é importante o uso de álcool isopropílico para realização de limpeza no dia a dia.
A manutenção consistente na avaliação dos componentes do equipamento
verificando se estão em um bom funcionamento, para isso analisa as abraçadeira e maguito
observando se apresentam danos, para tal realização o manguito é inflado junto a
braçadeira e se verifica se o manguito está furado ou se a braçadeira apresenta
descolamento ou rasgo. Para verificar se a pera e o manômetro apresentam danos, é feita a
avaliação da pera apertando-a e verificando se seu pino aparece ao inflar o equipamento, já
no manômetro avaliamos se o ponteiro está dentro da margem obrigatório pelo Inmetro.
Para solucionar os problemas encontrados nos esfigmomanômetros do hospital
Giselda Trigueiro foram realizadas manutenções preventivas e corretivas, era realizado troca
de componentes quando necessário e descartado corretamente quando o equipamento não
tinha mais solução, ou seja, quando era considerado obsoleto. A demanda de
esfigmomanômetro no hospital Giselda Trigueiro era bem recorrente, os problemas

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relatados estavam sempre ligados a furos no maguito ou erro do manômetro, sendo


necessário troca da braçadeira ou calibração (ajuste) do manômetro.

Figura 14 - Fotos de esfigmomanômetro

FONTE: autora (2022).

7.3 Autoclave

A autoclave (Figura 15) é um equipamento de esterilização e desinfecção


extremamente utilizada na área hospitalar conhecida como Centro de Material de
Esterilização (CME), ela tem o objetivo de entregar materiais hospitalares altamente limpos
de bactérias, vírus e sujidades cirúrgicas, buscando garantir a saúde dos pacientes e
funcionários, mantendo os pacientes livres de infecções. Sempre que um material é utilizado

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dentro do hospital, seja em UTIS, centro cirúrgicos, setores de emergência, esses materiais
passam pela CME para serem reintegrados no hospital, esses materiais podem ser
considerados críticos, com alto risco de contaminação;semicrítico, que entram em contato
com a pele e não críticos, que entram em contato com a pele íntegra. Os processos
realizados neste setor são limpeza, desinfecção e esterilização.

Figura 15 - Foto da autoclave semelhante à que tem no Giselda Trigueiro.

FONTE:Tecnolife (2022)

A autoclave (Figura 16) funciona através de vapor e quando atinge uma certa pressão
realiza o processo de esterilização.As bactérias morrem quando são submetidas à
temperaturas de 80°C, porém existem os esporos bacteriológicos que necessitam de
temperaturas muito mais altas para serem eliminados. Sendo assim, realizando a junção da
pressão, vapor e temperatura que irá realizar o processo de coagulação das proteínas
nesses microrganismos, levando a sua destruição. O ciclo de esterilização passa por
algumas fases, são elas: remoção do ar, admissão do vapor, exaustão do vapor e secagem
dos artigos. Existem dois modelos de autoclave: vertical e horizontal, elas podem possuir
uma câmera de inox, com uma ou duas portas, possuem válvulas de segurança, manômetro
e indicadores de temperatura.

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Figura 16 - Foto da autoclave.

FONTE: autora (2022).

7.3.1 Problema relatado na autoclave

A manutenção realizada na autoclave teve início quando a enfermeira relatou um


vazamento de água durante o período da noite, então fomos avaliar o que havia acontecido.
O primeiro passo da manutenção foi se certificar que estava tudo desligado da rede elétrica,
em seguida foi avaliada a torceria e mangueira que mandavam água para o equipamento
(Figura 17) e foi observado que todas estavam bastante velhas e desgastadas. O próximo
passo foi então realizar o corte na parte da mangueira que estava desgastada e trocar o
enforca gato que também estava bem velho e não segurava mais a mangueira. Após o
conserto dessa parte da torneira, foi avaliado a placa (Figura 17) que, devido a quantidade
de água que caiu, acabou queimando um capacitor (Figura 18). Após troca do capacitor e

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secagem de todo o equipamento, foi realizado testes de continuidade e o equipamento foi


ligado para verificar seu pleno funcionamento, foi observado que o problema permaneceu e
o equipamento não realizava as esterilizações, então ao avaliar novamente a autoclave
acreditamos que o problema agora seria a resistência queimada. Sendo assim, o hospital
teria que contratar uma empresa para realizar a manutenção.

Figura 17 - foto da placa da autoclave, foto das mangueiras da autoclave, foto do


registro de água que vai para autoclave

FONTE: autora (2022).

Figura 18 - Foto da placa da autoclave mostrando capacitor inchado

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FONTE: autora (2022).

7.3.2 Solução encontrada

Foi realizada todas as solicitações de compra que seriam necessárias, realizado


ajuste na mangueira, troca de enforca gato, de capacitor.Todos os componentes trocados
foram comprados pelos estagiários, porém, ainda sim não foi possível realizar a manutenção
definitiva já que todos os testes indicavam que o problema final seria queima da resistência
devido a quantidade de água que foi derramada no equipamento no período da noite. Foi
orientado aos enfermeiros e técnicos quais seriam os procedimentos a tomar a partir de
agora, visto que essa manutenção necessitava ser realizada o mais rápido possível, pois o
hospital só possuía uma autoclave.

7.4 Berço aquecido

O berço aquecido (Figura 19) é um equipamento utilizado para recém nascidos que
necessitam de um tratamento importante, ao nascer o bebê tem perda de calor e o berço
aquecido tem a função de fornecer o suporte térmico não só na sala de parto mas também
em casos de internação em UTIs. O berço aquecido em questão possui uma tensão de
220V, uma potência de 800W e uma frequência de 50/60HZ, ele também possui uma largura
de 63cm e altura de 210cm. O berço possui sistema de calor com iluminação radiante,
sistema de monitor, prateleira auxiliares para monitor, bomba de infusão etc, cama de leito

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radiante, suporte de soro, refletor radiante, painel de continuidade, babypuff, rodinhas com
freio, gaveta de raio-x e pedais para controle de altura.

Figura 19 - foto de berço aquecido

FONTE: autora (2022).

7.4.1 Problema relatado

Foram realizadas 3 manutenção em dias diferentes no berço aquecido na MEJC,


essas manutenção serão relatadas em ordem cronológica dos acontecimentos. A primeira
manutenção relatada foi feita na segunda semana do estágio e, o problema relatado foi
vazamento de oxigênio (Figura 20). O berço aquecido trabalha com ar comprimido e
oxigênio, com o vazamento desses gases o problema certamente está na região por onde
eles são conectados que ficam na parte de trás do equipamento (figura 20). Para detectar o
problema relatado, foi feita a abertura do berço aquecido e foi observado uma mangueira de
oxigênio desgastada, sendo realizada a troca da mesma. Com a rede de gases desligada e

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desconectada, retiramos a mangueira velha e colocamos as novas. Para conseguir melhorar


a colocação soltamos o misturador, colocamos a mangueira e colocamos o misturador de
volta, após isso conectamos a rede de gases e foi confirmado que não havia mais
vazamento de gás oxigênio.

Figura 20 - Foto da parte de trás do berço onde fica a rede de gases.

FONTE: autora (2022) .

A segunda manutenção realizada em outro berço aquecido aconteceu durante o


período do meio do estágio e foi relatado que o equipamento não ligava. Essa manutenção
foi realizada pela Tec Saúde, empresa que firma contrato com a maternidade, porém a
mesma permitiu que os estagiários pudessem acompanhar. Primeiramente, foi feita a
avaliação do estado dos fusíveis e da placa (Figura 21), foi verificado que ao colocar o

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fusível e ligar o equipamento o fusível queimava automaticamente, o que simbolizava que


havia algo dando curto no equipamento.
Sendo assim, teve início a uma análise de classificação para identificar o que estava
causando o curto, foi investigado parte por parte, fio por fio, alarme, resistência, painel,
conectando e desconectando da placa para encontrar o que estava em curto.
Essa análise demanda tempo, mas foi importante para avaliar bem e não deixar
passar nada que pudesse estar causando o problema. Inicialmente achamos que a
resistência estava em curto, porém ao realizar o teste não houve queima do fusível, assim
testamos parte por parte da placa e o último fio a ser testado foi o fio terra, que estava
conectado direto na placa e estava realizando o curto na placa.
Ao verificar que o fio terra estava conectado na placa e dando curto, causando o
problema do equipamento, realizamos sua retirada cortamos o fio um pedaço e com um
espaguete tubo termo retrátil colocamos nele e deixamos ele solta no equipamento, sem
ser conectado em algo assim o equipamento parou de realizar o curto e voltou a funcionar
normalmente e foi liberado para uso após ser fechado e colocado para um teste de
funcionalidade.

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Figura 21- Foto das placas do berço aquecido

FONTE: autora (2022).

A última manutenção foi relatada pela equipe de enfermagem e era bem similar a
primeira descrita, de que o equipamento não liberava o oxigênio, assim, o equipamento foi
encaminhado ao subsolo para manutenção. O berço aquecido foi conectado na rede de
gases e avaliado para simular novamente seu problema (Figura 22), ao ver que o
equipamento não mostrava tão bem o oxigênio na função blend, desligamos a rede de
gases abrimos a parte de trás do equipamento e avaliamos as mangueiras que vão até o
misturador. Foi detectado que uma mangueira estava folgada, gerando uma fuga dos gases,
então foi colocado um enforca gato para que a mesma não voltasse a se soltar. Após isso o
equipamento foi fechado, conectado novamente a rede de gases e seu babypuff foi
calibrado.

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Figura 22- foto da rede de gás do equipamento, foto da manutenção sendo


realizada

FONTE:autora (2022).

7.5 Laringoscópio

O laringoscópio (Figura 23) é um equipamento que permite visualizar nitidamente


regiões da garganta e também auxilia no diagnóstico de algumas doenças como tosse
crônica, dor ao engolir ou mastigar, rouquidão, surgimento de aftas com frequência, entre
outras. Ele é utilizado para realizar intubação em UTIs, setores cirúrgicos, emergência e
etc.. O laringoscópio possui um cabo para segurar, onde dentro dele ficam as pilhas e, uma
lâmina, onde fica a lâmpada na ponta.

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Figura 23 - Foto do laringoscópio

FONTE: autora (2022).

A parte de manutenção deste equipamento é muito prática e consistente em alguns


passos. Nos casos em que o laringo (Figura 24) era do tipo que possuía um ponto na região
do encaixe com a lâmina, as manutenções mais comuns era aumentar esse ponto com um
pouco de solda, aumentando o contato com a lâmina, também era realizada limpeza e troca
de lâmpada se necessário. Quando o cabo não era desse tipo, o procedimento era de
realizar limpeza com uma lixa d'água, não deveria fazer uso de lubrificante, troca de
lâmpada quando necessário e limpeza do contato e todo o equipamento.

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Figura 24 - Foto do laringoscópio

FONTE: autora (2022).

12.0 Resultado do projeto de extensão.

Realizamos as manutenções nos equipamentos médicos de ambos os hospitais. Como


relatado o hospital Giselda Trigueiro não possuí uma área de engenharia clínica, o que
dificultou as manutenções preventivas, preditivas e corretivas, porém foi feito o máximo de
conserto possível nos equipamentos que eram levados para nosso setor, visando a melhora
do parque tecnológico do hospital e o conforto dos pacientes ao realizar exames e
consultas. Já na Januário Cicco também foram realizados todos os treinamentos,
transportes e manutenções possíveis. O hospital conta com uma área de engenharia clínica
e uma empresa contratada para realizar as manutenções mais precisas trazendo para o

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hospital uma melhora significativa no parque tecnológico e o andamento de filas e


consultas.

13.0. Referências.
TERRA, Thiago Gomes et al. Uma revisão dos avanços da Engenharia Clínica no
Brasil. Disciplinarum Scientia| Naturais e Tecnológicas, v. 15, n. 1, p. 47-61,
2014.

TECNOLIFE . Complexo Hospitalar da UFC instala autoclave CISA de 878 Litros.


Disponível
em:https://www.tecnolife.com.br/cisa/2022/01/complexo-hospitalar-da-ufc-instala-autoclave-c
isa-de-878-litros/ . Acesso em: 10 abr. 2022.

BRECHANDO. Giselda Trigueiro não é apenas o nome do hospital . Disponível


em:https://brechando.com/2022/04/19/giselda-trigueiro-nao-e-apenas-nome-de-hospi
tal/. Acesso em: 19 mar. 2022.

BRUNO GIOVANI. Homenagem marcam a comemoração dos 71 anos do


hospital Giselda Trigueiro. Disponível em:
https://www.blogdobg.com.br/homenagens-marcam-comemoracao-dos-71-anos-hos
pital-giselda-trigueiro/. Acesso em: 5 abr. 2022.

CLEAN MEDICAL. A importância do berço aquecido . Disponível em:


ttps://cleanmedical.com.br/a-importancia-do-berco-aquecido-hospitalar. Acesso em:
2 jun. 2022.

CLÍNICA DA CIDADE. O que é Ginecologia?. Disponível em:


https://clinicadacidade.com.br/o-que-e-ginecologia/. Acesso em: 6 mar. 2022.

ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENCIO . Técnico de


equipamentos biomédicos (manutenção de equipamentos). Disponível em:
https://www.epsjv.fiocruz.br/educacao-profissional-em-saude/profissoes/tecnico-de-e
quipamentos-biomedicos-manutencao-de. Acesso em: 12 abr. 2022.

43
44

HOSPITAL PAULISTA . Laringoscopia: conheça mais sobre esse exame .


Disponível em: http://www.pulmocenter.com/portfolio/laringoscopia/. Acesso em: 6
jul. 2022.
INSTITUTO DE ENGENHARIA . Tudo o que você precisa saber de engenharia clínica .
Disponível em:
https://www.institutodeengenharia.org.br/site/2017/07/25/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobr
e-engenharia-clinica/#. Acesso em: 12 mai. 2022.

PULMOCENTER. Laringoscopia . Disponível em:


http://www.pulmocenter.com/portfolio/laringoscopia/. Acesso em: 12 jun. 2022.

RESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL . Decreto n°90.922,de 6 de fevereiro de


1985. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d90922.htm. Acesso em: 20 abr.
2022.

RIO GRANDE DO NORTE . Covd: desempenho do hospital Giselda trigueiro


fica acima da média nacional . Disponível em:
https://portalcovid19.saude.rn.gov.br/noticias/covid-desempenho-do-hospital-giselda-
trigueiro-fica-acima-da-media-nacional/. Acesso em: 12 mar. 2022.

RKP ENGENHARIA CLINICA . Manutenção preventiva berço aquecido .


Disponível em:
https://rkpengenharia.com.br/manutencao-preventiva-de-berco-aquecido/#:~:text=O
%20ber%C3%A7o%20aquecido%20trata%2Dse,de%20sobrevida%20de%20beb%C
3%AAs%20prematuros.. Acesso em: 28 mai. 2022.

SCIELO BRASIL . Engenharia clinica: nova "ponte" para bioética?. Disponível


em: https://www.scielo.br/j/bioet/a/mfD5dbzsfrCHJ46B7hHTCVk/?lang=pt. Acesso
em: 4 mai. 2022.

SECRETARIA DE SAÚDE PÚBLICA . Hospital Giselda trigueiro tem média


mensal de 250 atendimento a soropositivo . Disponível em:

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http://www.saude.rn.gov.br/Conteudo.asp?TRAN=ITEM&TARG=159801&ACT=&PAG
E=&PARM=&LBL=Materia. Acesso em: 10 mar. 2022.
VIP HOSPITALAR. Mesa Ginecológica elétrica rt200vip. Disponível em:
https://www.viphospitalar.com.br/mesa-ginecologica-eletrica-rt2000. Acesso em: 4
mar. 2022.
MICROEM (Brasil). Manual do usuário. Ribeirão Preto - São Paulo, 2022. 13 p.
ALTEQUIPAMENTOS (Brasil). Manual do usuário: autoclave. Rua Amparo São
Paulo, 2022. 35 p.
AIANE GOMES DA SILVA (Brasil). A importância do treinamento nas
organizações. Goiás, 2012. 42 p.
GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (Brasil). Núcleo hospitalar
de vigilância epidemiológica: relatório de atividades realizas pela equipe do núcleo
de vigilância epidemiológica, referente ao período de janeiro a dezembro de 2012.
Natal, Rio Grande do Norte, 2012. 59 p.

FANEM (Brasil). Ampla 2085: excelência em total care neonatal. São Paulo, 2022. 8
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