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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ

UNIDADE MACAÉ
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

THAMYRES MOREIRA NEVES


119046412

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO:
Aglomerantes

Macaé
2021
THAMYRES MOREIRA NEVES

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO:
Aglomerantes

Trabalho apresentado para a Disciplina


Materiais de Construção, pelo Curso de
Engenharia Civil da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), ministrada pelo
Prof. José Nolasco.

Macaé
2021
SUMÁRIO

1 O QUE SÃO AGLOMERANTES? ........................................................................... 3


2 ASFALTO ................................................................................................................ 4
3 CAL .......................................................................................................................... 7
4 GESSO.....................................................................................................................8
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 11
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1 O QUE SÃO AGLOMERANTES?

Os aglomerantes são materiais com propriedades ligantes, em geral são pulverulentos


(em forma de pó), e que misturados com a água formam uma pasta que endurece por
processos devido às reações químicas ou por simples secagem. São utilizados, também, para
ligar agregados, formando um corpo sólido e coeso. Os aglomerantes mais utilizados na
construção civil são a cal, o gesso e o cimento Portland.
Dentre os diferentes tipos de cimento Portland, os mais utilizados são o CPII e o CPV-ARI. O
CPII é um cimento composto com alguma adição, escória, pozolana ou filler.
Já o CPV-ARI não possui adições, porém sofre um processo de produção diferenciado, o que
confere um tipo de cimento uma alta resistência inicial do concreto em suas primeiras idades,
podendo atingir 26MPa de resistência à compressão em apenas 1 dia de idade.

Vantagens
 Promove a liga ideal aos agregados de acordo com sua dosagem e versão
 Concede a velocidade de resistência necessária para cada tipo de aplicação
 Permite a trabalhabilidade adequada em concretos e argamassas
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2 ASFALTO

O asfalto é um derivado de petróleo de elevada viscosidade, com propriedades


impermeabilizantes e adesivas, não volátil, de cor preta ou marrom, composto por asfaltenos,
resinas e hidrocarbonetos de natureza aromática, solúveis em tricloroetileno e obtido por
refinação de petróleo. Pode, também, ser encontrado na natureza como depósito natural
(gilsonita) ou associado à matéria mineral (asfalto de Trinidad). O termo asfalto é utilizado
popularmente para denominar o conjunto de materiais aplicados na pavimentação, ou seja, a
mistura constituída por um ligante asfáltico para pavimentação (cimento asfáltico de petróleo,
asfaltos diluídos, asfalto modificado ou emulsões asfálticas) com agregados compostos por
material mineral.
Os asfaltos têm aplicações diversas, e considerando a sua principal aplicação como
base de pavimentação, são subdivididos nos seguintes tipos:
 Cimentos asfálticos de petróleo – CAP: materiais muito viscosos, semissólidos ou
sólidos à temperatura ambiente, que apresentam comportamento termoplástico, tornando-
se fluidos quando aquecidos e retornando ao seu estado original após resfriamento. A
consistência do CAP depende da quantidade de fração oleosa remanescente, sendo esse um
critério utilizado para sua classificação, traduzida pela viscosidade ou penetração.
 Asfaltos diluídos - ADP: misturas de CAPs com solventes, obtendo-se segundo o
solvente utilizado, asfaltos de cura rápida (CR) usando se nafta, de cura média (CM)
usando-se querosene, de cura lenta (CL) usando-se gasóleo. Essas misturas são realizadas
para aumentar a fluidez do CAP. Os solventes, por serem voláteis, evaporam após a
aplicação, deixando o cimento asfáltico rígido.
 Emulsões asfálticas: que se constituem em pequenas partículas ou glóbulos de CAP,
suspensos em água contendo um agente emulsificante. Quando tais emulsões são
aplicadas, as partículas de CAP depositam-se sobre o agregado mineral, causando a ruptura
da emulsão, separando-se da água, resultando em uma camada de cimento asfáltico rígido.
As emulsões asfálticas são classificadas como de ruptura rápida (RR), de ruptura média
(RM) e de ruptura lenta (RL).
 Asfaltos modificados - AMP: modificações realizadas em ci?mentos asfálticos de
petróleo pela adição de asfaltos naturais como gilsonita (EUA), asfaltita (Argentina) e
asfalto de Trinidad. Também podem ser adicionados cal, cimento, sílica, fibras (fibra de
vidro, asbestos, fibras de celulose e fibras poliméricas), enxofre elementar ou polímeros
(SBR, SBS, EVA) para ampliar a resistência do produto.
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 Agentes rejuvenescedores: utilizados para reciclar os asfaltos retirados do


pavimento, por estarem envelhecidos pela ação do tempo, da temperatura, do ar e da luz
solar.
Os asfaltos devem apresentar algumas propriedades para serem considerados de
qualidade:
 Consistência e dureza: caracteriza o tipo de asfalto, que permite avaliar sua
manipulação e método de aplicação em uma determinada pavimentação. É
determinada pelo ensaio de penetração que mede a penetração vertical de uma
agulha padrão em uma amostra do material em condições definidas de temperatura,
carga e tempo. Esse ensaio, em conjunto com o método de ensaio de ponto de
amolecimento, é utilizado para determinar a suscetibilidade térmica dos asfaltos
betuminosos às mudanças de consistência com a temperatura.
 Ductibilidade: capacidade do material asfáltico alongar-se sem romper, quando
tracionado. Nos casos em que o leito rodoviário é sujeito a vibrações e a grandes
mudanças de temperatura, é importante que se utilizem asfaltos com elevada
ductilidade na faixa de temperatura ambiente da região em que é aplicado. A
ductibilidade de um material asfáltico é medida pela distância, em centímetros, no
qual esse material pode ter suas extremidades alongadas com velocidade e
temperatura definidas, sem sofrer ruptura.
 Termoplasticidade e viscoelasticidade: possibilita o manuseio a quente, na
aplicação em pavimentos, e o retorno, por resfriamento, às propriedades
viscoelásticas necessárias à sua utilização. O asfalto deve combinar duas
características distintas: elasticidade, conferida pelas resinas e hidrocarbonetos
aromáticos que permite a aplicação de cargas rápidas(tráfego rápido) e a
característica de viscosidade, conferida pelos asfaltenos, que permite a aplica?ção
de cargas por longos períodos. Suscetibilidade térmica: capacidade de suportar
variações de temperatura sem perder a consistência e a ductibilidade. Na
pavimentação de estradas é importante que se conheçam as condições de
temperatura em que o cimento asfáltico irá amolecer e fluir, com a finalidade de
evitar o surgimento de fissuras devido a alta consistência em temperaturas baixas,
durante o inverno, e a deformação permanente, devido baixa consistência em
temperatura alta, durante o verão. Utiliza-se para esse requisito de qualidade, um
índice fornecido por uma equação que contempla os ensaios de penetração e de
ponto de amolecimento.
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 Durabilidade: avaliada pelo método de ensaio de efeito do calor e do ar, no qual se


determinam a perda de penetração, da ductibilidade, da massa e do aumento no
ponto de amolecimento que ocorrem no asfalto, quando um filme fino e rotativo é
submetido a condições oxidantes, representadas por elevadas temperaturas sob uma
corrente de ar.
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3 CAL

É o produto que se obtém com a calcinação, à temperatura elevada de pedras


calcárias.

Há dois tipos de cal utilizados em construções:

 Hidratada: a partir da "queima" da pedra calcária em fomos, obtemos a "cal viva"


ou "cal virgem". Esta não tem aplicação direta em construções, sendo necessário
antes de usá-la, fazer a "extinção" ou "hidratação" pelo menos com 48 horas de
antecedência. A hidratação consiste em adicionar dois ou três volumes de água
para cada volume de cal. Há forte desprendimento de calor e após certo tempo as
pedras se esfarelam transformando-se em pasta branca, a que se dá o nome de
"CAL HIDRATADA" . É nesta forma que tem sua aplicação em construções,
sendo utilizada em argamassas na presença ou não de cimento para assentamento
de tijolos ou para revestimentos. A cal hidratada ou comum ou aérea endurece em
contato com o CO2 do ar ao contrário da hidráulica, que exige o contato com a
água.

 Hidráulica.

Depois do cozimento, as pedras são umedecidas para a extinção (hidratação), com


uma temperatura controlada na faixa de 150º C (o controle da extinção é bastante
rigoroso caso contrário, a água em excesso combina-se com os silicatos e
aluminatos).

Algumas das propriedades do Cal são:


 Endurece com o tempo pela ação do CO2;
 Aumenta de 2 a 3 vezes de volume com a extinção;
 Confere fluidez e plasticidade a argamassa, facilitando o espalhamento;
 Retém a agua, evitando perda excessiva de agua de amassamento para os blocos
ou tijolos;
 Incorporação da areia= envolve e recobre os grãos dos agregados unindo os
mesmos;
 Capacidade de absorver deformações.
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4 GESSO

É um aglomerante aéreo (endurece pela ação química do CO2 do ar), obtido pela
desidratação total ou parcial da Gipsita – aglomerante já utilizado pela humanidade há mais
de 4.500 anos, no Egito. A Gipsita é o sulfato de cálcio mais ou menos impuro, hidratado com
2 moléculas de água. Sua fórmula química é CaSO4 . 2H2O e suas impurezas – que, no
máximo, indicam 6% - são o silício (SiO2), a alumina (Al2O3), o óxido de ferro (Fe2O3), o
carbonato de cálcio (CaCO3), a cal (CaO), o anidrito sulfúrico (SO3) e o anidrido carbônico
(CO2) .
No Brasil, a Gipsita é encontrada em jazidas no Norte e Nordeste, cujas reservas são
calculadas em 407 milhões de toneladas. Sua desidratação é feita através do cozimento
industrial (fornos).
Propriedades do gesso:
Pega: O gesso misturado com a água – conforme já foi visto anteriormente – começa a
endurecer, em razão da formação de uma malha de cristais e, depois do início da pega, ele
continua a endurecer como os demais aglomerantes. A velocidade de endurecimento do gesso
depende de:
 Temperatura e tempo de calcinação;
 Fissura de suas partículas;
 Quantidade de água no amassamento;
 Presença de impurezas ou uso de aditivos.
Sobre estes itens, pode-se afirmar: Os gessos hemidratados (CaSO4 . ½ H2O) dão
pega em poucos minutos, mas os gessos anidro solúveis podem ter pega tão lenta quanto se
desejar. Os anidros insolúveis não dão pega e a finura dos grãos é responsável pela aceleração
da pega, em função da maior superfície específica disponível para hidratação. A quantidade
d’água funciona negativamente no fenômeno de pega, pois quanto mais água, mais lenta se dá
a pega e o endurecimento. A quantidade ótima de água a ser utilizada no gesso é,
normalmente, em torno de 19% de massa do mesmo. A presença de impurezas diminui muito
a velocidade de pega. Mas existem aditivos que podem acelerar ou retardar essa pega do
gesso. Como retardador de pega, podem ser misturados ao gesso:
Açúcar / álcool / cola / serragem fina de madeira / sangue e outros produtos de
matadouros (chifres e cascos), na proporção de 0,1% da massa de gesso.
Tais produtos retardam a pega, pois formam membranas protetoras entre os grãos,
isolando-os. Como aceleradores de pega, podem-se utilizar no gesso:
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Sal de cozinha / alúmen (silicato duplo de alumínio e potássio) / sulfatos de


alumínio e potássio e o próprio gesso hidratado .
Resistências mecânicas: As pastas de gesso, depois de endurecidas, atingem
resistências à tração de 7 a 35 kgf/cm2 e a compressão entre 50 e 150 kgf/cm2 . As
argamassas, devido ao uso de areias, diminuem esses totais.
Tração no Gesso (determinação) : São 6 corpos de prova com (4 x 4 x 16 cm.)
utilizados na flexão, com carga pontual (P) em seu centro. Com os resultados obtidos, tira-se a
média aritmética, sendo que cada resultado deve obedecer o limite de 15% (para mais ou
menos, em relação a sua média). Só é permitido que, no máximo, 2 resultados estejam fora
dessa média. Caso existam mais, deve-se repetir o ensaio.
Aderência : As pastas e argamassas de gesso aderem bem a tijolos, pedras, ferro e
aderem mal à superfícies de madeira. A aderência gesso-ferro é boa, mas pode ocasionar a
oxidação do ferro. Não se deve fazer gesso-armado como cimento-armado, argamassa armada
ou concreto. Mas pode-se utilizar armação de ferro galvanizado com o gesso. Observação : O
gesso, devido a sua fácil solubilidade, não deve ser utilizado no exterior. Isolamento : As
pastas e argamassas de gesso são bons isolantes térmicos, acústicos. Conferem boa resistência
ao fogo pois, tendo sua água evaporada, reduz-se a pó. Ex.: Uma estrutura, recoberta com
gesso com 3 cm. de espessura, resiste até 45 minutos a fogo de 1000ºC devido ao gesso. O
gesso pode ser fabricado em fornos chamados de marmita e também de fornos rotativos (mais
utilizados):
 No forno de marmita, a gipsita pulverizada é aquecida dentro de um grande
recipiente (10 a 20 toneladas), onde o material é aquecido e agitado por fogo indireto.
Entre 130 e 160ºC, a umidade superficial é eliminada, ocorrendo a desidratação da gipsita.
Essa água é eliminada em forma de vapor, com uma agitação violenta, que assemelha-se à
fervura. Após terminar esse ciclo, o gesso que é hemidratado entra em repouso (1º
cozedura). Dando-se continuidade ao processo, eleva-se a temperatura a 250ºC, eliminando
o restante de água de hidratação e observando-se nova fervura nesse 2º cozimento. Nesse
2º ciclo, tem-se o gesso anidro solúvel, que possui pega mais rápida.
 No forno rotativo: Usa um processo mais econômico para calcinação do gesso. São
fornos sem revestimentos refratários, que produzem 100 toneladas por dia de gesso. Nesse
caso, a gipsita não é previamente pulverizada, sendo apenas britada em fragmentos de 1 ou
2” . Esses fragmentos, embora aquecidos a temperatura de 200 a 300ºC, possuem sua parte
central não totalmente desidratada, o que obriga, após o cozimento, a permanência do
gesso em silos durante um período de 36 horas, para que a temperatura se uniformize,
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completando-se assim a calcinação.


 CLASSIFICAÇÃO COMERCIAL DOS GESSOS HEMIDRATADOS
Gesso Escaiola: gesso com 80% de peso hemidratado, de cor branca, com finura
adequada quando moído
Gesso Branco: 66% de peso hemidratado, de cor branca e também com finura
adequada quando moído
Gesso Negro: 55% de peso hemidratado, de cor cinza devido às impurezas e com
granulometria menor do que o gesso Escaiola ou Branco.
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REFERÊNCIAS

1. BAUER, Falcão A. L., Materiais de Construção. Vol. 1. Editora Livros Técnicos e


Científicos - LTC, 5ª edição.

2. Gesso. Disponível em :<Carlos_3_Semestre_Tec_Quimica_Gesso_Cal.pdf


(seed.pr.gov.br)>. Acessado em 21 de ago. de 2021.

3. Materiais de Construção. Engenharia Civil FSP. Disponível em :<Aula 06 -


Aglomerantes e Cal (wordpress.com)>. Acessado em 21 de ago. de 2021.
4. Asfalto Informações Técnicas. Petrobras. Disponível em :<manual-de-asfalto.pdf
(petrobras.com.br)>. Acessado em 21 de ago. de 2021.
5. Aglomerantes. DIPROTEC Produtos Técnicos para Construção. Disponível em
:<Aglomerantes | Produtos e soluções | Diprotec>. Acessado em 21 de ago. de 2021.

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