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INFORMATIVO

CUSTOS REFERENCIAIS DE MÃO DE OBRA – SICRO 2

Brasília-DF, 09 de dezembro de 2013.

O Volume 1 do Manual de Custos Rodoviários do DNIT (2003) estabelece que os


custos referenciais de mão de obra do Sicro 2 devem ser definidos em função dos
pisos salariais acordados nas convenções coletivas de trabalho, celebradas entre os
sindicatos dos trabalhadores e patronais da construção pesada e da construção civil,
na pesquisa dos valores médios praticados, obtidos junto aos Sindicatos regionais
ou em outras fontes.

Em consonância a esta metodologia, estabeleceu-se que os custos referentes a mão


de obra para serventes e operários qualificados seriam definidos em função de
convenções coletivas de trabalho, enquanto que as demais categorias profissionais
teriam seus valores referenciais definidos em função de padrão salarial associado ao
salário mínimo vigente.

Já os encargos sociais para profissionais horistas, determinados e regulamentados


por lei, foram definidos em função de valores médios observados, à época, no setor
de construção rodoviária. A metodologia, as premissas e o cálculo dos diferentes
grupos encontram-se devidamente detalhados no Manual de Custos Rodoviários,
resultando em uma taxa de encargo social total de 126,30%.

Entretanto, ao longo dos anos, foram identificados acréscimos diferenciados para o


salário mínimo em relação aos valores de referência adotados para as categorias
profissionais do Sicro 2, ocasionando consequentemente distorções nos padrões
salariais historicamente adotados.

A ocorrência de distorções nos valores de referência da mão de obra do Sicro 2 foi


apontada em diferentes relatórios de auditoria dos órgãos de controle. Dentre estes
apontamentos, o Acórdão 302/2011-TCU-Plenário, de 09/02/2011, apresenta
recomendações ao DNIT para que avaliasse a utilização dos dados do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados - CAGED e da Relação Anual de
Informações Anuais - RAIS, ambos sob responsabilidade do Ministério do Trabalho e
Emprego, como referenciais de mercado para os custos de mão de obra.
Consoante a necessidade de aprimoramento dos salários referenciais das
categorias profissionais do Sicro 2, a Coordenação-Geral de Custos de
Infraestrutura de Transportes previu o estudo abaixo como objeto do Contrato nº
327/2012, firmado com a Fundação Getúlio Vargas.

 Seleção de indicadores para definição de estimativas de salários


médios de mercado de até 90 (noventa) categorias de mão de obra
de execução, supervisão e consultoria empregadas em obras
rodoviárias, ferroviárias e aquaviárias, em atendimento ao Acórdão
302/2011-TCU-Plenário.

Os resultados preliminares desse estudo apontaram para uma convergência de


valores entre as convenções coletivas de trabalho e os parâmetros médios de
mercado advindos da base do CAGED e da RAIS para a totalidade das categorias
profissionais, excetuando-se os operários mais qualificados, tais como operador de
equipamentos pesados e especiais, blaster e encarregados (de turma, de
pavimentação e de britagem).

Dessa forma, os custos referenciais das categorias motorista, operador de


equipamentos leves, pré-marcador, montador, carpinteiro pedreiro, armador, ferreiro,
pintor, soldador, jardineiro, serralheiro, ajudante, servente e perfurador de tubulão
foram definidos em função exclusivamente das convenções coletivas firmadas entre
os sindicatos patronais e dos trabalhadores, a partir de Janeiro de 2013.

No caso específico de operários anteriormente denominados qualificados, os custos


referenciais dos salários foram ajustados em função dos valores das convenções
coletivas e de parâmetros de mercado, obtidos no CAGED e na RAIS e
consolidados pela Fundação Getúlio Vargas em estudo especial desenvolvido sob a
égide do Contrato nº 327/2012, também a partir de Janeiro de 2013.

O Acórdão 1165/2013-TCU-Plenário, de 15/05/2013, determinou ainda ao DNIT que


se manifestasse sobre as alterações procedidas nos cálculos dos encargos sociais e
avaliasse a possibilidade de adotar imediatamente as novas alíquotas apresentadas
na instrução da unidade técnica, disponibilizando a memória de cálculo detalhada
dos referidos valores.
Em virtude dos referidos estudos mostrarem-se atualizados e consistentes, essa
CGCIT julgou como procedimento mais adequado, nesse momento, a adoção dos
encargos sociais disponibilizados pelo SINAPI, fazendo constar o detalhamento das
taxas, sem desoneração, por unidade da federação, no endereço eletrônico do
DNIT, sem prejuízo de posterior ajuste ou adequação dos encargos sociais para o
novo Sistema de Custos Referenciais de Obras (SICRO).

Com relação à desoneração da folha de pagamento da construção civil, advinda das


Medidas Provisórias 601/2012 e 612/2013, as obras de infraestrutura enquadradas
nos grupos 421, 422, 429 e 431 do CNAE 2.0 foram inclusas apenas a partir de 1º
de janeiro de 2014, conforme incisos VII do art. 7º da Lei nº 12.546/11, incluído pela
Lei 12.844/13, publicada em Edição Extra do DOU de 19/07/2013.

As atividades de infraestrutura descritas nesses grupos de CNAE 2.0 são:

421 – Construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras de arte


especiais;

422 – Obras de infraestrutura para energia elétrica, telecomunicações, água,


esgoto e transporte por dutos;

429 – Construção de outras obras de infraestrutura;

431 – Demolição e preparação de terreno.

Considerando que as obras de infraestrutura enquadradas nos grupos 421, 422, 429
e 431 estão incluídas na desoneração da folha de pagamento apenas a partir de 1º
de janeiro de 2014, informamos que a geração de relatórios no Sicro 2 com
percentuais de encargos sociais diferenciados ocorrerão somente no próximo ano.

Importa ressaltar que as diferenças observadas entre os valores referenciais de mão


de obra do Sicro 2 no ano de 2012 associam-se a alterações na definição dos
salários médios das categorias profissionais e na taxa de encargos sociais.

Por fim, merece registro o fato de que o mês-base de julho de 2013 do Sicro 2 já
considera a atualização das convenções coletivas de trabalhos, firmadas entre os
sindicatos patronais e de trabalhadores normalmente no 1º semestre, e as novas
taxas de encargos sociais, por unidade de federação, definidas em função do
SINAPI, constituindo-se, dessa forma, na referência mais segura a ser adotada para
a elaboração dos orçamentos de projeto ou anteprojeto do DNIT.
Dessa forma, o DNIT espera ter demonstrado que suas ações avançam no sentido
de dar pleno cumprimento às determinações do Tribunal de Contas da União quanto
à necessidade de se garantir consistência aos valores de mão de obra adotados
como referência no Sistema de Custos Rodoviários (Sicro 2) e no novo Sistema de
Custos Referenciais de Obras (SICRO).

Sem mais para o momento, essa Coordenação-Geral de Custos coloca-se à


disposição para quaisquer ulteriores esclarecimentos.

Atenciosamente,

Eng.º Luiz Heleno Albuquerque Filho


Analista em Infraestrutura de Transportes
Matrícula DNIT: 3354-5
Coordenador-Geral de Custos de Infraestrutura de Transportes

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