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•Técnicas de observação metalográfica

•Endurecimento por Encruamento


•Medições de dureza e observação de
microestrutura de amostras de latão 8515
deformadas.

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ANÁLISE METALOGRÁFICA DE
MATERIAIS METÁLICOS
COMPOSIÇÃO
QUÍMICA
ESTRUTURA PROPRIEDADES APLICAÇÕES

PROCESSO DE
FABRICAÇÃO

Metalografia: É um dos principais ramos da metalurgia física, que estuda a


constituição, a estrutura e a textura dos metais, suas ligas e produtos metálicos
e seu relacionamento com as propriedades mecânicas, físicas, químicas e
processos de fabricação.
Estrutura: É tudo que forma intrinsecamente o metal ou a liga, sendo
caracterizada pelo tamanho, forma, distribuição e arranjo das fases presentes e
dos defeitos cristalinos existentes na mesma.
Microestrutura: Termo usado para designar a estrutura metalográfica quando
observada com auxílio de um microscópio.

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IMPORTÂNCIA DO EXAME
MICROESTRUTURAL

Propriedades fortemente Propriedades pouco dependentes


dependentes da microestrutura da microestrutura *
Trabalhabilidade Módulo de elasticidade
Dureza Módulo de cisalhamento
Limite de escoamento Coeficiente de Poisson
Limite de resistência Módulo de compressibilidade
Alongamento Densidade
Resistência ao desgaste Calor específico
Tenacidade Coeficiente de dilatação térmica
Temperatura de transição dútil -frágil
Resistência à corrosão ( * fração volumétrica das fases mantida constante)

Condutividade elétrica

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SEQÜÊNCIA DE ETAPAS PARA
PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA
EXAME METALOGRÁFICO

1. Escolha da seção a ser cortada:


longitudinal, transversal ou localizada.
2. Corte
3. Embutimento: em baquelite ou em resina.
4. Identificação
5. Lixamento
6. Polimento
7. Exame sem ataque. Permite observar
trincas, poros, inclusões, etc.
8. Ataque. Para revelar a estrutura do
material.
9. Exame com ataque. Permite observar a
estrutura do material.
10. Tomada de fotografias
11. Relatório

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Ataque metalográfico
Microestrutura do alumínio

200x 200x

Material: Alumínio AA7175-T1


Microestrutura: precipitados, grãos e subgrãos.
Reagente: Keller [2 ml HF(48%), 5 ml HNO3 (conc.),
3 ml HCl (conc.), 190 ml H2O]

® Prof. Gigliola Salerno 18


MECANISMO DE ENDURECIMENTO

DUREZA RESISTÊNCIA

O que se pretende com o aumento de dureza:


- Suportar maior esforço mecânico
- - Diminuição de massa: maior rendimento

- Como provocar o endurecimento?


- Dificultando o movimento de discordâncias.

- A HABILIDADE QUE UM METAL TEM PARA SE


DEFORMAR PLASTICAMENTE DEPENDE DA
HABILIDADE QUE AS DISCORDÂNCIAS TEM
PARA SE MOVEREM!!!

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ENCRUAMENTO
(1o mecanismo de endurecimento)

O que acontece ao deformarmos plasticamente


um material metálico?

O material deformado a frio apresenta ENCRUAMENTO,


representado pelo aumento do limite de escoamento!

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ENCRUAMENTO

Avalia-se o grau de encruamento  Ao  AF 


através da “porcentagem de
%TF     100
trabalho a frio”:  Ao 

Um dos processos de fabricação que leva ao encruamento é


a laminação. Na laminação de produtos planos (chapas), a
deformação é biaxial (e não uniaxial como nos ensaios de
tração).

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ENCRUAMENTO
Alterações da microestrutura
Cobre Fosforado UNS C12200


Laminação
à frio

6 8 3 12 3
10 a 10 cm/cm 10 cm/cm

Além do aumento da densidade de discordâncias, durante o


encruamento há o alinhamento da estrutura. No material
monofásico após a laminação a frio, os grãos estão
alongados devido a deformação imposta.

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ENCRUAMENTO
Mecanismo de endurecimento

Quanto maior a quantidade de discordâncias,


maior a interação entre elas e maior a
dificuldade de seus movimentos.
Conseqüentemente, maior a dureza e
a resistência do material.
Principal desvantagem:
PERDA DE DUCTILIDADE!

Resumindo: “QUANTO MAIOR A


DEFORMAÇÃO PLÁSTICA APLICADA A
UM METAL, MAIOR A DIFICULDADE EM
CONTINUAR ESTA DEFORMAÇÃO.”

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ENCRUAMENTO
Efeito do encruamento sobre o LRT do Latão C26000

Original 21% TF 50% TF


43 kpsi 62 kpsi 86 kpsi

6% TF 29% TF 60% TF
49 kpsi 69 kpsi 94 kpsi

11% TF 37% TF 69% TF


54 kpsi 76 kpsi 99 kpsi

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ENCRUAMENTO
Efeito do encruamento sobre o LRT do Latão C26000

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ENCRUAMENTO
Efeito sobre as propriedades mecânicas

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ENCRUAMENTO
Microestrutura de aço encruado

100x 500x Prof. Ms. Jorge Kolososki

Peça: Clips de papel


Material: aço ABNT 1010
Processo: trefilação a frio
Microestrutura: ferrita e cementita esferoidizada
Grau de redução: acima de 70%
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•Recristalização
•Endurecimento por redução do
tamanho de grão

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ENCRUAMENTO
Porque se encrua um material?

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ENCRUAMENTO
Aplicação

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RECOZIMENTO

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ENCRUAMENTO
Aplicação

32
ENCRUAMENTO
Aplicação

33
ENCRUAMENTO
Aplicação

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RECRISTALIZAÇÃO
Aplicação: Laminação a frio

Por que se encrua um material ?


• Para diminuir sua espessura, por laminação a frio, num processo
normal de fabricação.
• Para aumentar, por laminação a frio, suas propriedades mecânicas.

Exemplo: a partir de uma chapa de 8 mm de aço ABNT 1045, deseja-se


obter chapa de 1,5 mm para fabricação de cabo de panela de pressão.

Bobina de chapa de
Laminação Chapa encruada Recozimento
aço laminado a
a frio com 4,8 mm de para
quente, com 8 mm
espessura recristalização
de espessura

Laminação Recozimento Chapa encruada Laminação


a frio para com 2,8 mm de a frio
recristalização espessura

Chapa encruada com 1,5 mm de


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espessura
RECRISTALIZAÇÃO

Como restituir a capacidade de deformação plástica de produtos


encruados?
• É preciso reduzir a densidade de discordâncias.
• É preciso formar uma nova estrutura de grãos equiaxiais.
Qd
Para tal, se usará DIFUSÃO D  D 0 .e R .T

Quanto maior a energia de ativação para difusão,


menor o coeficiente de difusão.

Quanto maior a temperatura, maior o coeficiente de difusão.

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RECRISTALIZAÇÃO

O progresso da recristalização,
e posteriormente do
crescimento de grãos, leva a
redução da resistência e
aumento da ductilidade.

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RECRISTALIZAÇÃO

Ao aumentarmos a temperatura para promover o rearranjo da


microestrutura através de movimento atômico, formamos uma
estrutura com menor quantidade de defeitos, diminuindo a dureza.

Este TRATAMENTO TÉRMICO é conhecido por RECOZIMENTO.


Durante o recozimento de metais encruados, o principal FENÔMENO que
ocorre é a RECRISTALIZAÇÃO.

Histórico
1. O material apresenta grãos (estrutura cristalina)
2. Ao deformar-se, os grãos "desaparecem“ e portanto
acreditou-se na "perda de cristalinidade"
3. Após aquecer o material deformado por um certo intervalo de
tempo, os grãos surgiam novamente, ou seja, ocorria
RECRISTALIZAÇÃO.

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RECRISTALIZAÇÃO
Conhecimento atual

1. A deformação implica em movimentação e criação de discordâncias


(ou seja, criam-se defeitos mas não se perde a cristalinidade)
 encruamento
2. O aquecimento gera difusão, e átomos se movem formando
NÚCLEOS de novos grãos, com densidade de discordâncias menor que
a do material encruado.
3. Com a continuidade da difusão, novos átomos migram da região
encruada para os núcleos, aumentando-os de tamanho.
A recristalização termina quando todos os núcleos se tocam, ou seja,
quando não há mais material deformado.

4. Se após o término da recristalização o material continuar


submetido a temperatura, a tendência é a difusão de átomos dos
grãos menores para os maiores, havendo
crescimento de grãos.

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RECRISTALIZAÇÃO

Latão encruado Início da recristalização Recristalização parcial


(33%TF) (3'' a 580ºC) (4'' a 580 ºC)

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RECRISTALIZAÇÃO

Recristalização Granulação grosseira Granulação grosseira


completa (8'' a 580ºC) (15' a 580ºC) (10' a 700ºC)

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RECRISTALIZAÇÃO

Temperatura de recristalização é aquela onde o processo


se completa em 1 hora!

Metal Temperatura de Temperatura


recristalização (oC) de fusão (oC)
Aplicação:
Chumbo -4 327 Para uma dado material
Titânio -4 232 que possui uma
Zinco 10 420 temperatura de
Alumínio (99,999%) 80 660 recristalização de 600K,
Cobre (99,999%) 120 1085 quanto tempo será
Latão (Cu-40%Zn) 475 900 necessário para completar
Nickel (99,99%) 370 1455 a recristalização, se o
Ferro 450 1538 mesmo estiver submetido a
Tungstênio 1200 3410 uma temperatura de 590K?

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RECRISTALIZAÇÃO
Qd
D  D 0 .e R .T

EQUAÇÃO DE ARRHENIUS:
Q
1
 A.e R .T
t
t = tempo (s)
T = temperatura (K)
A = constante do material
R = constante dos gases (8,37 J / mol.K)
Q = energia de ativação para recristalização que depende do grau de
encruamento (utilizaremos, para cálculo, 200.000 J / mol)
Aplicação: Dado: Q=200KJ/mol
200000
1 200000
 A.e 8,31.600
1
60  4,39.1015.e 8,31.590
 t  118min
t
A  4,39.1015 min1
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RECRISTALIZAÇÃO
Efeito da deformação

Quanto maior %TF, menor a energia de ativação para que


ocorra a recristalização.

(2% - 20%)
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RECRISTALIZAÇÃO
Efeito da deformação
Do que depende o tamanho de grão recristalizado?

Quanto maior a quantidade de defeitos da microestrutura, maior a


quantidade de locais com maior energia atribuída a estes defeitos.
Estes locais são pontos preferenciais à formação de núcleos de
recristalização.

Quanto mais núcleos por unidade de volume, mais grãos ocuparão o


mesmo espaço, e portanto menor será o tamanho médio dos grãos.

Quanto maior %TF e quanto menor o tamanho de grão anterior à


deformação, maior a chance de se obter
REDUÇÃO DO TAMANHO DE GRÃO
no produto após a recristalização.

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RECRISTALIZAÇÃO
Efeito da temperatura

Parâmetro de Recozimento: diferença de temperatura entre o ponto quente e o


ponto frio da carga.
ΔT  ΔT 

Cobre Fosforado (UNS C12200) Latão Fio Máquina 67/33 (UNS C26800)
Estrutura recristalizada e homogênea Estrutura recristalizada e heterogênea
tamanho de grão de 0,020mm tamanho de grão de 0,025 a 0,070mm
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Efeito do TAMANHO DE GRÃO nas
propriedades mecânicas
(2o mecanismo de endurecimento)

Relação de Hall-Petch:  LE   0  k .d 1 2

dados para latão 7030


UNS C26000

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Efeito do TAMANHO DE GRÃO na
estampabilidade de latões

“casca de
laranja”

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TAMANHO DE GRÃO
Normas ASTM E112 ou ABNT NBR6000

TAMANHO DE GRÃO (G)


SEGUNDO A NORMA
ASTM E112
G 1
N 2
ONDE N É O NÚMERO DE GRÃOS
POR POLEGADA QUADRADA EM
IMAGEM COM 100X DE AUMENTO.

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TAMANHO DE GRÃO
Norma ASTM E112 para Latão

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