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Teoria do Direito II

Norma Fundamental
O que vem a ser a norma fundamental? E se há alguma
relação entre ela e a Constituição?

Disciplina: Teoria do Direito II

Anapaula Ziglio de Andrade RA:11921564

Rebeca Fabrin RA: 11617447

Ana Júlia Cimadon RA: 11921437

Daniela Fernanda RA: 11921162

Jaguariúna

16 de Setembro de 2019
QUESTÕES:

1. O que vem a ser a norma fundamental? E se há


alguma relação entre ele e a Constituição?

RESPOSTA:
De acordo com a teoria da estrutura hierárquica do ordenamento
jurídico, derivada de Kelsen, há normas superiores e inferiores, sendo que
estas dependem daquelas, e há ainda uma norma suprema, na qual se
fundamentam todas as outras, embora ela mesma não se fundamente em
nenhuma outra norma. Essa norma suprema é a norma fundamental.
Existe uma hierarquia jurídica que varia quanto à quantidade de graus
hierárquicos. Segundo Norberto Bobbio, conforme se vai subindo na hierarquia
das fontes, as normas tornam-se cada vez menos numerosas e mais
genéricas; descendo, ao contrário, as normas tornam-se cada vez mais
numerosas e mais específicas.
É possível representar a estrutura hierárquica de um ordenamento
através de uma pirâmide: a pirâmide do ordenamento jurídico. O vértice é
ocupado pela norma fundamental; a base é constituída pelos atos executivos.

“Se olharmos de cima para baixo, veremos uma série de processos de


produção jurídica; se a olharmos de baixo para cima, veremos, ao contrário,
uma série de processos de execução jurídica. Nos graus intermediários, estão
juntas a produção e a execução; nos graus extremos, ou só produção (norma
fundamental) ou só execução (atos executivos)”.
Portanto, a norma fundamental fornece unidade jurídica ao
ordenamento, atestando a validade das normas jurídicas. “Uma norma existe
como norma jurídica, ou é juridicamente válida, enquanto pertence a um
ordenamento jurídico”. Para comprovar esse pertencimento, deve-se ir
“remontando de grau em grau, de poder em poder, até a norma fundamental. E
porque o fato de pertencer a um ordenamento jurídico significa validade,
podemos concluir que uma norma é válida quando puder ser reinserida, não
importa se através de um ou mais graus, na norma fundamental”.
O processo ascendente e descendente da pirâmide pode ser explicado
pelas noções de poder e dever. Enquanto a produção jurídica é a expressão de
um poder, já a execução revela o cumprimento de um dever.
Segundo Bobbio, desse processo pode-se depreender que uma norma
que atribui a uma pessoa ou órgão o poder de estabelecer normas jurídicas
atribui ao mesmo tempo a outras pessoas o dever de obedecer. Então, o poder
é a capacidade que o ordenamento jurídico atribui a uma pessoa de colocar em
prática obrigações em relação a outras pessoas e obrigação é a atitude a que é
submetido aquele que está sujeito ao poder. Só há obrigação em um sujeito
desde que haja poder em outro. O que pode ser definido como uma relação
jurídica entre o poder de um sujeito e o dever de outro.
Voltando à pirâmide do ordenamento jurídico, de cima para baixo, pode-
se notar uma série de poderes sucessivos: como o constitucional, o legislativo
ordinário, o regulamentar, o jurisdicional etc.. De baixo para cima, nota-se uma
série de obrigações que se sucedem: obrigação do indivíduo de cumprir a
sentença de um magistrado, obrigação do magistrado de ater-se às leis
ordinárias, a obrigação do legislador de não violar a Constituição.

A norma Fundamental e a Constituição


A norma fundamental confere poder normativo ao poder originário e
impõe aos destinatários das normas produzidas pelo poder originário o dever
de obedecê-las. Assim, o poder originário, além de ser a força política
dominante num momento, é a força política que a norma fundamental reveste
de poder normativo para instaurar um ordenamento jurídico.
Sendo assim, é possível concluir que hoje, no Brasil, o ápice da
Pirâmide no Direito Brasileiro é a Constituição da República Federativa, de
1988. A Constituição reina solitária no cume e é o ponto mais alto da
hierarquia, é ela quem valida as demais normas no nosso Ordenamento
Jurídico.
Portanto, nenhuma norma do ordenamento jurídico pode se opor à
Constituição: esta é superior a todas as demais normas jurídicas, as quais são,
por isso mesmo, denominadas infraconstitucionais.

Na Constituição, há normas constitucionais originárias e normas


constitucionais derivadas. As normas constitucionais originárias são produto do
Poder Constituinte Originário (o poder que elabora uma nova Constituição);
elas integram o texto constitucional desde que ele foi promulgado, em 1988.
Já as normas constitucionais derivadas são aquelas que resultam da
manifestação do Poder Constituinte Derivado (o poder que altera
a Constituição); são as chamadas emendas constitucionais, que também se
situam no topo da pirâmide de Kelsen.
As normas constitucionais originárias não podem ser objeto de controle
de constitucionalidade, todavia, as
emendas constitucionais (normas
constitucionais derivadas) poderão, sim, ser objeto de controle de
constitucionalidade. Já, as cláusulas pétreas se encontram no mesmo patamar
hierárquico das demais normas constitucionais originárias.
As normas imediatamente abaixo da Constituição (infraconstitucionais) e
dos tratados internacionais sobre direitos humanos são as leis
(complementares, ordinárias e delegadas), as medidas provisórias, os decretos
legislativos, as resoluções legislativas, os tratados internacionais em geral
incorporados ao ordenamento jurídico e os decretos autônomos.
Por fim, abaixo das leis encontram-se as normas infralegais. Elas são
normas secundárias, não tendo poder de gerar direitos, nem, tampouco, de
impor obrigações. Não podem contraria as normas primárias, sob pena de
invalidade. É o caso dos decretos regulamentares, portarias, das instruções
normativas, dentre outras.

FONTES:
- Ordenamento jurídico. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordenamento_jur
%C3%ADdico

-CUNHA, Douglas. A Pirâmide de Kelsen – Hierarquia das normas.Disponível em:


https://douglascr.jusbrasil.com.br/artigos/616260325/a-piramide-de-kelsen-hierarquia-
das-normas

- LEITE E PEREIRA DA CRUZ, Gisele e Ramiro Luiz.Sobre a hierarquia das leis no direito
brasileiro. Disponível em: https://www.jornaljurid.com.br/colunas/gisele-leite/sobre-a-
hierarquia-das-leis-no-direito-brasileiro

- O ordenamento jurídico e a hierarquia das normas: a Pirâmide de Kelsen (Fonte:


KeLseN 23,24 ). Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/FiGURA-1-O-
ordenamento-juridico-e-a-hierarquia-das-normas-a-Piramide-de-Kelsen-
Fonte_fig1_244929319

- POGGETTI, Donata. Relembrando a Pirâmide de Kelsen 1. Disponível em:


https://equilibrecursos.com.br/2015/09/relembrando-a-piramide-de-kelsen-parte-01/

- PRADO, Camilo. A coerência da ordem: revisando a “Teoria do ordenamento


jurídico”, de Norberto Bobbio.Disponível em: https://camiloprado.com/2016/11/15/a-
coerencia-da-ordem-revisando-a-teoria-do-ordenamento-juridico-de-norberto-bobbio/

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