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Teoria do Direito II

Resumo do Quadro de Oposições


Capítulo VI do Livro “A Teoria da Norma Jurídica” de
Norberto Bobbio

Disciplina: Teoria do Direito II

Anapaula Ziglio de Andrade RA:11921564

Jaguariúna

2 de Setembro de 2019
QUESTÕES:
1. Fazer um resumo do quadro das oposições indicando de que
maneira se estabelece o espelho entre O e P.
2. Descrever quais são as fórmulas que disciplinam as relações das
proposições entre si. Qual é a regra que permite identificar as
relações (incompatibilidade,alternativa,disjunção e implicação)

RESPOSTAS:
O quadro das oposições no sistema da lógica aristotélica, também conhecido
como quadrado lógico ou tábua das oposições, é um diagrama que
representa as quatro proposições do sistema aristotélico, ou formas lógicas, e
as quatro relações lógicas que cada uma das formas pode estabelecer com as
outras três.
Sendo U= universal e P= particular, as quatro diferentes proposições são: no
canto superior esquerdo temos a proposição universal afirmativa (A= U+), no
canto superior direito a universal negativa (E= U-), no canto inferior esquerdo a
particular afirmativa (I= P+) e no canto inferior direito a universal negativa (O=
P-).

 sempre [x]- Proposição 'U+', a afirmação universal (Todos os homens


são mortais, ou seja, nenhum homem é imortal)
 nunca [x não]- Proposição 'U-', a negação universal (Nenhum homem é
mortal, ou seja, todos os homens são imortais)
 nem sempre [não x]- Proposição 'P+', a afirmação particular (Algum
homem é mortal) 
 nem nunca [não (x não)]- Proposição 'P-', a negação particular (Algum
homem é imortal)

Conhecer o quadrado de oposições e as relações existentes entre cada uma


das proposições que o compõem serve para podermos fazer inferências e
raciocinar adequadamente. Lembrando que:

 Duas universais podem ser contrárias:

U+ --------- U-

 A cada universal corresponde uma particular.Universal e particular são


contraditórias (se invalidam):

(Todos) U+ ----------------- P+ (algum)

(Nenhum) U- ------------------ P-

Entre as proposições, temos as seguintes relações:

 Contrárias: quando não podem ser ambas Verdadeiras, mas


podem ser ambas Falsas; (U+-------------U-)
 Subcontrárias: Quando podem ser ambas V, mas não podem
ser ambas F; (P+ ----------------- P-)
 Contraditórias: Quando não podem ser ambas V nem ambas F.
São mutuamente excludentes; (U+-------------P-) E (U- -------------
P+)
 Subalternas: Quando, da verdade da primeira pode-se deduzir
a verdade da segunda, mas da verdade da segunda não se
pode deduzir a verdade da primeira (e, vice-versa, da verdade
da primeira não se pode deduzir a verdade da segunda, mas da
falsidade da segunda pode-se deduzir a falsidade da primeira)
(U+ <--------> P+) E (U- <-------> P-)

Obs: Do geral para o particular- dedução/ Do particular para o geral- indução

Ainda, pode-se dizer que, entre duas proposições:

Contrárias = relação de incompatibilidade;

Subcontrárias = relação de disjunção (elas se repelem);

Contraditórias = relação de alternativa (ou um ou outro);

Subalternas, entre o subalternante e o subalternado = relação de


implicação.          
A partir das relações entre essas proposições descritivas, pode-se deduzir as
relações entre as proposições prescritivas, que são as relativas ao Direito.
Sendo assim, pode-se partir de uma prescrição afirmativa universal, sendo:

U+= Todos devem fazer X

U- =Ninguém deve fazer X (Importante notar que U- se trata de um imperativo


negativo, isto é, proibição)

P- = Nem todos devem fazer X (Enquanto isenta alguns do dever de fazer,


permite a estes o de não fazer, e corresponde por isso àquela norma que
chamamos de pemissiva negativa)

P+ = Nem todos devem não fazer X (Enquanto isents alguns do dever de não
fazer, os permite de fazer , é o que chamamos de permissiva positiva)

Agora, ao invés de afirmarmos descritivamente U e P, afirmaremos


prescritivamente a primeira proposição com O (obrigatório). As outras três
podem ser simbolizadas pela ordem:

 O não- obrigatório não fazer (proibido)


 Não O – não obrigatório fazer, isto é, permissão negativa
 Não O não – não obrigatório não fazer, isto é, permissão positiva.
Ao invés de partir da prescrição afirmativa, pode-se partir de qualquer outra
proposição, e com o uso variado da negação obter as outras três. Assim,
partindo da norma permissiva positiva (Não O Não) simbolizada por P, tem-
se:

 P não – permissão negativa


 não P – proibição
 não P não – obrigação

Entre obrigação e permissão, a diferença é de duas negações e a tabela de


equivalência fica da seguinte forma:

 O = não P não (deve-se fazer equivale a não se pode não fazer]


 O não= não P (deve-se não fazer equivale a não se pode fazer)
 Não O = P não (não é obrigatório fazer equivale a é permitido não
fazer)
 Não O não = P (não é obrigatório não fazer equivale a é permitido
fazer)
Destas relações resultam as prescrições afirmativas e as negativas, isto
é, os comandos e proibições, são contrários; as permissivas afirmativas
e as negativas são subcontrários; comandos e permissões negativas,
proibições e permissões positivas são entre si contraditórios.

Para concluir:

No estado de natureza, tudo é permitido, a liberdade é maior. Já no estado


civil, a liberdade é menor, pois tudo é obrigatório, regulando todas as condutas
em sociedade.

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