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Princípios da sucessão de leis no tempo, lei posterior revogando antiga: 1. da cronologia(pode revogar), 2. da
hierarquia(não revoga), 3. da especialidade(não revoga).
A validade depende da constitucionalidade da norma, podendo haver vigência sem validade - situação que deve ser
respeitada em norma favorável ao réu porque não é obrigação de todos saber a constitucionalidade de todas as normas
e sim aos tribunais.
A eficácia é relacionada ao grau de aplicabilidade de uma lei na prática, não significando que normas incriminadoras
não tenham eficácia porque são frequentemente violadas. Isso porque uma norma é ineficaz quando não só é
sistematicamente violada, mas também inutilizada pelo Judiciário.
3. Abolitio criminis
Abolitio criminis significa que uma conduta foi descriminalizada, e sendo assim não há pena reincidente, investigação
ou antecedentes criminais sob o indivíduo que exerceu a conduta antes proibida. Essa descriminalização pode ser
devido a fatores culturais, político-criminais e sociais. Inclusive, caso a jurisprudência, principalmente do STF, decidir
muito que tal conduta não é crime, ela pode ser usada para diminuir as consequências criminais porque se trata de
aplicar a norma jurídica, com o mesmo peso do ato de legislar.
5. Vacatio legis
É o período posterior à publicação da lei e anterior ao começo de sua vigência. Leis de menores repercussão têm prazos
menores de vacatio legis, enquanto as de maiores repercussão têm prazos mais amplos. Caso não se tenha colocado o
período de vacância na lei será considerado o de 45 dias. A contagem do prazo de vacatio legis inclui o dia da
publicação e o último dia do prazo, portanto ela será vigente somente no dia após o último.
É necessário saber com precisão o tempo do crime, tentado ou consumado, para 1. afirmar existência de adequação
típica, 2. medir sua punibilidade, 3. haver critérios diferenciados para tempo e lugar do crime.
Nesse sentido, o critério para tempo é a teoria da atividade: o tempo do crime pode ser tanto durante alguma ação ou
omissão; o critério de lugar do delito considera onde ocorreu a ação e onde ocorreu o resultado como lugares do crime.
Justifica-se a eleição da teoria da atividade. Se se pudesse considerar também como tempo do crime o momento de sua
consumação, o risco de abusos punitivos seria inevitável, seja pela prorrogação do prazo prescricional, seja pela
modificação legislativa da matéria, quando anteriores ao resultado final da conduta (imagine-se o resultado morte
ocorrido muito tempo depois da ação causadora da lesão).
A consideração do tempo como sendo o momento da ação ou da omissão respeita o elemento anímico que orientou o
comportamento e, via de consequência, consolida a compreensão geral da ilicitude do fato e, assim, o conhecimento da
matéria proibida à época de seu cometimento.
Os prazos de D.P. são diferentes do Processo Penal: um inclui o primeiro dia no prazo e o outro não. A justificativa é de
que “quaisquer minutos passam a ter importância para a mais adequada tutela da liberdade individual, por isso a
inclusão do primeiro dia do tempo do crime”; “em processo penal, o raciocínio é o inverso: exclui-se o primeiro dia, para
que a prática dos atos não seja reduzida pelos diferentes horários em que se noticiam as movimentações processuais
(citações, intimações e notificações) - imagina se o prazo começasse às 23h e quando desse meia-noite aquele dia já
tivesse sido computado/perdido.
Quando ao calendário comum, “não há lugar para as referências tradicionais, que computam o mês como o intervalo
de 30 (trinta) dias e o ano como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias. O ano no calendário comum vai do dia inicial
ao dia correspondente no ano seguinte (de 1o de abril de um ano ao mesmo 1o de abril do outro)”, o mesmo ocorre
com os meses.