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ADVOGADO(A), estado civil, inscrito na OAB /UF, sob o nº ...., com escritório na
Rua ..., nº ..., Setor ..., nesta Capital, onde recebe informações, vem, perante Vossa Excelência,
com fundamento no art. 5º, LXVII, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
c/c art. 647 do Código de Processo Penal, impetrar HABEAS CORPUS PREVENTIVO
COM PEDIDO DE LIMINAR em favor de SR. SANTOS SILVA, nacionalidade, estado
civil, inscrito no CPF sob o nº ..., e no Registro Geral nº ..., endereço eletrônico ..., residente e
domiciliado na Rua ..., nº ..., CEP ..., bairro ..., Castanhal-PA..., contra do JUÍZO DA VARA
DE FAMÍLIA DE CASTANHAL-PA, pelos motivos e fundamentos a seguir expostos:
I. DOS FATOS
O Paciente responde por uma Ação de Alimentos, perante a autoridade coatora, o Juízo
da Vara de Família da Cidade de Castanhal-PA, cujo autor é seu filho, menor de 06 (seis) anos,
representado pela sua genitora, em razão da inadimplência de pensão alimentícia, que estaria
atrasada há 08 meses seguidos.
Devidamente citado pela autoridade coatora, o Paciente tomou ciência de que deveria
pagar o valor de R$ de R$ 8.000,00 (oito mil reais) concernente a 8 (oito) meses de pensão
alimentícia atrasada, que foi fixado por sentença da autoridade coatora.
Devido estar desempregado há mais de 08 meses, o Paciente não possui condições
financeiras para arcar com a grande quantia devida dos atrasos, sendo importante salientar que
o Paciente não agiu de má-fé para com a não pagamento, mas sim, devido suas condições
financeiras que não o favorece.
A autoridade coatora decretou a prisão do Paciente em face a ausência do pagamento da
quantia devida. O Paciente, desempregado e desalentado, sem condições alguma para arcar com
as despesas da sentença da autoridade coatora, encontra-se desesperado com a medida de prisão
a ele decretada.
II. DA LIMINAR
Portanto, resta mais que comprovado que a presente ação é a via adequada para
salvaguardar o direito de locomoção da Paciente que se encontra ameaçado diante do decreto
de prisão.
Ademais, verifica-se a ausência que enseja o decreto de prisão ao Paciente por
inadimplência alimentícia, visto que ele se encontra desempregado há 08 meses, período
correspondente ao cobrado na Ação de Execução de Alimentos que culminou a decretação da
prisão, medida totalmente incoerente, devido os relatos dos fatos narrados.
O instituto que trata da prisão civil por dívida nos casos que o responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel, está
prevista no art. 5º, LXVII, da Constituição Federal de 1988.
Importante a atenta observação ao dispositivo supracitado, pois conforme deixa claro o
texto constitucional, trata-se uma exceção, e não de uma regra. Os requisitos para sua concessão
não são verificados no caso em questão, pois o Paciente não pagou a dívida devido ao
desemprego e não por ato voluntário, compreendendo motivo plenamente justificável.
Portanto, ausentes os requisitos para a manutenção do ato da ordem coatora, é
indubitável que este ato é lesivo ao Paciente e, portanto, configura-se uma violação ao seu
direito de locomoção.
IV. DO PEDIDO
Diante o exposto, requer:
a) O deferimento da liminar determinado à Autoridade Coatora o recolhimento do pedido
de prisão, e, caso já tenha se cumprido o mandado, que o paciente seja posto em
liberdade imediata;
b) Solicitação de informações à autoridade coatora;
c) Que a autoridade coatora seja notificada da decisão do(a) Exmo.(a) Dr.(a)
Desembargador(a) Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará;
d) A intimação do Ministério Público;
e) A concessão da ordem de Habeas Corpus Preventivo, com salvo conduto em nome do
Paciente, bem como a expedição de alvará de soltura, caso a prisão já tenha se
concretizado.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Local, Data.
Advogado
OAP/UF