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gênese, resulta da mediação entre teoria e prática, não da rendição daquela a esta
porque, sustentado num preceito freireano, o autor destaca que a "teoria não dita a
prática" (p.155), preservando a possibilidade de se originarem formas próprias,
particulares de produção e práticas teóricas, no sentido verdadeiro de práxis.
Ressalvo o entendimento de que essa é uma possibilidade que se abre para uma
ação interdisciplinar porque, em que pese o compromisso primordial, porém não
exclusivo do geógrafo, a investigação e compreensão da realidade requerem o
aporte de outras áreas do conhecimento que compartilham preocupações em torno
da temática, o que encaminha para a crítica do paradigma reducionista de ciência
que fragmenta e descontextualiza o conhecimento.
Minha experiência está subsidiada em atividades que, nem sempre tendo caráter
interdisciplinar, têm caráter coletivo uma vez que resultam de proposições dos
acadêmicos em parceria com as escolas onde se realizarão e vêm se realizando,
situadas em localidades que compõem a área de procedência dos alunos e de
atuação da Universidade de Passo Fundo. Tais atividades, em situação de
aprendizagem no período do final da formação acadêmica, obviamente são
planejadas com base numa teoria à qual são subjacentes as diferentes situações de
aprendizagem propostas. A teoria e a prática educacional que as subsidiam
resultam do entrelaçamento da Geografia e da Pedagogia, que se apresenta como
uma educação como força para mudar.
Foi justamente do desafio por mudanças que resultou um novo curso de Geografia
na UPF, que passou a estruturar-se, a partir de 2001, em duas modalidades
concomitantes de formação "através" de um ordenamento integrado de disciplinas
que dêem conta da formação do geógrafo - professor, superando a dicotomia
bacharel-professor -, levando-se em consideração que a Geografia é uma "ciência e
uma matéria de ensino".
Das constantes discussões que tiveram lugar nos eventos da AGB, especialmente
em nível nacional, resultou uma posição consensual quanto à superação da
dicotomia tradicionalmente mantida nos cursos de formação profissional no que diz
respeito ao bacharelado e à licenciatura. Inseridos nesse debate, formulamos essa
proposta, uma composição curricular articulada de forma harmoniosa, para que as
diversas disciplinas ocorram na perspectiva da unidade na profissionalização.
Foi, portanto, num percurso de aproximadamente 1.700 km, no chão do Rio Grande
do Sul, observando os aspectos mais significativos dos quatro principais
compartimentos geomofológicos - Planalto Meridional, Depressão Periférica, Planície
Costeira e Escudo Cristalino -, que se promoveu a relação do Estágio Curricular com
o conteúdo teórico.