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Orientações gerais para o Relatório Final.

Enviar até 31/07

Resumo [Deixa essa parte por último]:

(O resumo deve apresentar, de forma concisa, a identificação geral da pesquisa


desenvolvida, destacando seus aspectos mais relevantes, contendo, metodologia, resultados e
conclusões de forma que possa antecipar o conteúdo do relatório, conforme ABNT NBR 6028.)

Introdução:
Desde a publicação do livro a Arqueologia do saber (FOUCAULT, 2008), a questão do
tratamento do acontecimento do discurso foi problematizada a partir de uma perspectiva distinta das
clássicas formas de analisa-la, oriundas de domínios do saber elaborado, a exemplo da história das
ideias, da psicanálise, da linguística e da hermenêutica (MAINGUENEAU, 1997; GREGOLIN,
2004). Nos estudos empreendidos por Foucault sobre o discurso da loucura, da sexualidade, da
medicina e das ciências humanas (FOUCAULT, 2001, 2002, 2008, 2011) produziram o
aparecimento de noções-objetos e elementos enunciativos que não tinham sidos considerados pelas
abordagens clássicas, tal como ele as analisou, tais como a positividade, o arquivo, a epistéme, a
formação discursiva, a pratica discursiva e o enunciado. Esses novos feixes de noções e objetos, de
acontecimentos no terreno da linguagem possibilitaram que Foucault fosse, no curso da realização
de suas pesquisas, elaborando uma caixa de ferramentas teóricas e operacionais tendo em vista
analisar os objetos que apareciam no curso de suas investigações (FERREIRA, 2013; CARLOS,
2017). A Arqueologia do saber é um livro que resulta desse processo, sistematiza-o, de modo crítico
e propositivo, que ele batizou de arqueologia. Diante deste novo aporte a questão do discurso, está
pesquisa ocupou-se de verificar a presença, a apropriação e uso da abordagem teóricometodológica
da AAD nas pesquisas produzidas no programa de pós-graduação em educação da UFPB, ou seja,
identificamos as linhas de pesquisas que a empregam, os objetos e problemas que as pesquisas se
ocuparam em investigar e as contribuições dessas pesquisas na produção do conhecimento sobre os
discursos educacionais, bem como sobre o próprio desenvolvimento da abordagem da AAD como
teoria do discurso. De modo geral, a pesquisa investigou o emprego da análise arqueológica do
discurso (AAD) como uma abordagem teórico/metodológica no campo da educação na produção
acadêmica do PPGE/UFPB, de 2008 a 2018. A investigação inicial se deu no mapeamento das
dissertações e teses que utilizavam a AAD como teoria ou ferramenta de pesquisa; posteriormente
identificamos os objetos, os problemas, as hipóteses e as categorias de análise das produções que
adotaram a AAD e por fim analisamos as contribuições das referidas pesquisas na produção do
conhecimento sobre os assuntos que investigaram. Em paralelo a pesquisa realizamos um estudo da
tríade conhecimento/linguagem/discurso sob a visão de GERHADT e SILVEIRA (2009), que
trabalham com alguns conceitos bases sobre pesquisa, a metodologia, o conhecimento, o senso
comum, o conhecimento científico e a ciência. Gerhadt e Silveira compreendem que o
conhecimento se refere a algo ou alguma coisa por intermédio da interação que se estabelece entre o
sujeito e objeto e, a partir disto, o sujeito cria suas representações e entendimentos sobre a coisa,
podendo ela representar ou não o objeto real. Sua percepção é construída a partir do conjunto das
sensações que o sujeito estabelece com o objeto, podendo elas caracterizá-lo ou não em sua forma
de concreta de existir. No segundo texto trabalhamos a questão da linguagem. Nele, o autor faz
menção a Michel Foucault, quando questiona a forma enraizada da ciência e a utilização de
determinados instrumentos de análise na concepção do conhecimento sobre a coisa/objeto. Ressalta
ainda que “alguns elementos e pistas nos permitem pensar em aspectos teóricos no próprio campo
da Análise Arqueológica do Discurso.” (ALCANTARA, 2017). A partir destes achados, o autor
construiu uma teoria específica sobre o enunciado da Educação Popular analisando o signo como
elemento fundante da linguagem e ambos como sendo constituintes da ideia do discurso na
perspectiva foucaultiana que o remete ao enunciado. Quanto ao discurso, foi-nos apresentado o
texto MAGALHÃES (2001), que trata o discurso sob a perspectiva textual de Stubbs. Em seguida
estudamos o uso da linguagem segundo Brown e Yule. Por fim, vimos as contribuições de
Fairclugh, construída na dimensão da prática social, utilizada para explicar a análise crítica do
discurso enquanto teoria e método de estudo. Para Magalhães, discurso “é uma prática tanto da
representação quanto de significação do mundo, constituindo e ajudando a construir identidades
sociais, as relações sociais e os sistemas de crenças.” Deste modo, o discurso é uma forma de
prática social e tal ação se configura através da prática discursiva oriunda do uso da linguagem
escrita/falada e da semiótica.

Procedimentos metodológicos
O caminho metodológico empregado neste plano de trabalho seguiu rigorosamente a
metodologia do projeto de pesquisa do qual faz parte, ou seja, adotou Análise Arqueológica do
Discurso (FOUCAULT, 2008) como abordagem teórico-metodológica, recorrendo aos três
procedimentos básicos empregados, que foram: mapeamento dos documentos; escavação da zona
do discurso; e, análise e descrição dos enunciados (ALCANTARA e CARLOS, 2013). As fontes da
pesquisa foram as dissertações e teses que empregaram especificamente a AAD como teoria ou
ferramenta. Essa produção acadêmica do PPGE/UFPB foi obtida mediantes consulta do Repositório
Institucional, referente ao período de 2008 até 2018. O levantamento inicial feito através da leitura
exploratória da produção acadêmica, a partir de seus títulos e resumos. Ao ser identificada a
produção referente ao objetivo dessa investigação, manteve-se o processo de escavação, análise e
descrição dos achados, debruçando-se na introdução, conclusões e considerações gerais da
produção identificada.
Nos meses seguintes (outubro/novembro), o grupo iniciou as consultas no Repositório da
UFPB com a finalidade de identificar o aparecimento da categoria "discurso" nos títulos dos
trabalhos ou nos resumos das dissertações e teses das linhas de pesquisa do PPGE/UFPB, no
período entre 2008 e 2018. O trabalho foi sistematizado da seguinte forma: Palavra-chave utilizada
"discurso"; Filtro "ciências humanas: educação"; Adriely responsável pelos anos de 2008 até 2012;
Edivania responsável pelos anos de 2012 a 2015; Kamylla responsável pelos anos de 2016 a 2018.
Paralelamente, ocorreram encontros visando o estudo e a reflexão sobre a arqueologia do discurso
através do Livro Arqueologia do Saber de Michel Foucault; bem como a organização dos dados
coletados em uma planilha por tipo (tese/dissertação), ano da produção (2008/2018), link para
consulta do referido documento, e ocorrência da categoria discurso no título/resumo/texto positiva
ou negativa. [Falta escrever sobre sistematização da segunda parte de pesquisa]:

Resultados:
Na etapa dos estudos foram lidas e discutidas as seguintes referências: ALCANTARA, M. A.
M. Saber, Conhecimento e Linguagem. In: ______. Elementos para uma Teoria Enunciativa da
Educação Popular. 2017. Tese (Doutorado em Educação) UFPB, João Pessoa. p. 38-47. GERHADT,
T. E.; SILVEIRA, D. T. Unidade 1 - Aspectos teóricos e Conceituais. In: ______ Métodos de
pesquisa. Coordenado pela Universidade Aberta do Brasil UAB/UFRGS e pelo Curso de Graduação
Tecnológica Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS. Porto
Alegre: Editora da UFRGS, 2009. pp. 11-29. MAGALHÃES, Célia Maria. A análise crítica do
discurso enquanto teoria e método de estudo. In: ______. Reflexões sobre a Análise Crítica do
Discurso. Belo Horizonte, Faculdade das Letras. UFMG, 2001. p. 15-30. No que tange à análise da
produção, foram encontradas 11 (onze) teses do doutorado produzidas no ano de 2008, das quais
apenas 1 (uma) utilizou a abordagem da análise do discurso, mais especificamente a de orientação
francesa, conforme ela mesma assinala: [...] adotamos como referencial teórico-metodológico a
Análise do Discurso de orientação francesa que, apoiada ao materialismo histórico, na linguística,
na psicanálise e na teoria do discurso, permite-nos conceber a industrialização do ensino do ponto
de vista discursivo, como configurando – além de uma abordagem teórica – um sistema de
enunciabilidade. (COSTA, 2008, p.13). Eis a referida tese: COSTA, Antonio Roberto Faustino da. O
Discurso da industrialização do ensino na política nacional de educação a distância. 2008. 217 f.
Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2008. Após a
coleta de dados no Repositório da UFPB, os esforços se concentram na análise das informações
coletadas. Seguindo a sequência cronológica declarada na tabela, são sequenciados e ordenados os
endereços eletrônicos dos trabalhos acadêmicos que fazem uso da categoria/termo “discurso” em
sua narrativa textual. O refinamento dessa categorização deu-se em buscar elementos textuais, em
cada trabalho, pertencente ao universo desses quatrocentos e sessenta e seis trabalhos selecionados
que indiquem a adoção de alguma da abordagem específica em análise do discurso (AD). Nessa
primeira aproximação, categorização inicial das abordagens, foi adotada a amostra mínima
representativa de 10% do universo declarado. Nesse momento da pesquisa, foi feita a leitura
seletiva das fontes que considerou “duas categorias amplas: análise de metadados e análise das
referências” (BAPTISTA, SILVA, 2015, p.92). Assim, ao acessar a plataforma do repositório
adotou-se a “categoria da análise de metadados” (Idem), ou seja, lê-se o título, o resumo e as
palavras-chaves; e são levantadas hipóteses para a investigação, assim, verifica-se, por exemplo, a
possibilidade do trabalho acadêmico ter adotado a análise do discurso em sua metodologia? Em seu
referencial teórico? Em complemento, realizamos a leitura seletiva da “categoria análise das
referências – análise das citações” (BAPTISTA, SILVA, 2015, p.99), ou seja, na listagem das
referências há a possibilidade de observar quais são os/as autores/as que foram citados no texto e se
estes estão vinculados a alguma abordagem da análise do discurso. Após isso, busca-se confrontar
qual é o elemento que o trabalho analisado apresenta, se existe convergência com as abordagens da
análise do discurso (AD). Este estudo categorizou quatro ocorrências centrais nas produções
acadêmicas lidas, a saber: linha francesa, análise de conteúdo, análise crítica do conteúdo e uso do
termo discurso que não tem um rigor epistemológico. [Preciso me conectar novamente com a
segunda parte da pesquisa e alinhá-la com Júlio. ]

Exposição e discussão, de forma objetiva, enfatizando os resultados mais relevantes, que


poderão ser exemplificados por meio de gráficos, tabelas, figuras, associados a argumentações
teóricas (se for o caso). As atividades desenvolvidas no período devem ser destacadas e
confrontadas com aquelas propostas no plano original, justificando-se, caso seja pertinente, as
limitações ocorridas e/ou as alterações realizadas. As discussões devem ser situadas e
fundamentadas no contexto da abordagem teórica pertinente.

Conclusões [Desenvolver em função dos objetivos indicados na introdução]:

Exposição com base nos resultados obtidos, evitando-se a simples repetição do que já foi
apresentado nas discussões. Na elaboração desta seção, convém retomar os objetivos de modo a
evidenciar se foram ou não alcançados, apresentando os possíveis desdobramentos da pesquisa.
Referências: Apresentação da bibliografia referente à pesquisa, listando apenas as obras e/ou
trabalhos citados no texto. Nos relatórios em que constem citações, este elemento é obrigatório e
deve ser elaborado conforme a ABNT NBR 6023.
ALCANTARA, M. A. M. de; CARLOS, E. J. Análise Arqueológica do Discurso: uma alternativa de
investigação na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Intersecções: Revista de Estudos sobre
Práticas Discursivas e Textuais, Jundiaí, v. 11, n. 3, p. 59-75, nov. 2013. Disponível em:
<...anchieta.br/unianchieta/revistas/interseccoes/ultimas_edicoes.asp>. Acesso em: 15 nov. 2014.

CARLOS, Erenildo João. Achados sobre a noção arqueológica do discurso em Foucault. Revista
Dialectus, Ano 4, n.11, p. 176-191, ago.dez, 2017. Disponível em:
http://www.periodicos.ufc.br/dialectus/article/view/31008/71632. Acesso em: 8 mar.2019.

FERREIRA, Mauricio dos Santos; TRAVERSINI, Clarice Salete. A Análise Foucaultiana do


Discurso como Ferramenta Metodológica de Pesquisa. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 38,
n. 1, p. 207-226, jan./mar. 2013. Disponível em:
https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/17016. Acesso em: 8 mar.2019.

FOUCAULT, Michel. Arqueologia do Saber. Tradução: Luiz Felipe Beata Neves, 7. Ed. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 2008.

__________. História da Sexualidade I: A vontade de saber. Trad. Maria Thereza da Costa


Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2001.

__________. As palavras e as coisas. Trad. Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins Fontes,
2002.

__________. A Ordem do discurso. Trad. Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Edições
Loyola, 2011.

GREGOLIN, Maria do Rosário. Foucault e Pêcheux na análise do discurso: diálogos & duelos. São
Carlos: Clara Luz, 2004. MAINGUENEAU, Dominique. Novas tendências em análise do discurso.
Trad. Freda Indursky. 3. Ed. Campinas, SP: Pontes; Editora Universidade Estadual de Campinas,
1997.

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