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UNICATHEDRAL

CENTRO UNIVERSITÁRIO CATHEDRAL


CURSO DE DIREITO

RAYAN LEMES DOS SANTOS

O CORTIÇO X FAVELAS: DIREITOS NEGLIGENCIADOS:


Um estudo a partir da obra “O Cortiço de Aluísio de Azevedo.

Barra do Garças – MT
Abril - 2021
UNICATHEDRAL
CENTRO UNIVERSITÁRIO CATHEDRAL
CURSO DE DIREITO

RAYAN LEMES DOS SANTOS

O CORTIÇO X FAVELAS: DIREITOS NEGLIGENCIADOS:


Um estudo a partir da obra “O Cortiço de Aluísio de Azevedo.

Artigo Científico elaborado sob orientação


de conteúdo da Profª. Ma. Raimunda Alves
Batista, para obtenção do título de Bacharel
em Direito, do UniCathedral – Centro
Universitário Cathedral.

Barra do Garças- MT
UNICATHEDRAL
Abril - 2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO CATHEDRAL
CURSO DE DIREITO

A Banca Avaliadora, abaixo assinada, com a nota ,o


Artigo:

O CORTIÇO X FAVELAS: DIREITOS NEGLIGENCIADOS:


Um estudo a partir da obra “O Cortiço de Aluísio de Azevedo.

elaborado por:
RAYAN LEMES DOS SANTOS

como requisito parcial para obtenção do


grau de Bacharel em Direito.

BANCA AVALIADORA:

Raimunda Alves Batista

(Assinatura por extenso Membro Convidado)


UNICATHEDRAL
Barra do Garças - MT
CENTRO UNIVERSITÁRIO CATHEDRAL
Abril - 2021
CURSO DE DIREITO
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CORTIÇO X FAVELAS: DIREITOS NEGLIGENCIADOS

Rayan Lemes dos Santos¹


Raimunda Alves Batista²1

RESUMO: o artigo que virá a seguir trata-se de uma análise sob a ótica do Direito entre
dois contextos: o ambiente da obra do “O Cortiço” de Aluísio de Azevedo para com as favelas
brasileiras, buscando apontar alguns direitos negligenciados nas duas situações. Essa análise
tem como objetivo geral a exposição da ineficácia da aplicação prática da teoria do Direito. A
metodologia utilizada é baseada nos seguintes métodos: natureza pratica, pesquisa qualitativa,
pesquisa descritiva, pesquisa explicativa, pesquisa exploratória, observando o método
indutivo, além do método monográfico. Os autores fundamentais são: Alex Ferreira
Guimarães, o escritor Aluísio de Azevedo, a escritora Raquel Santana, além de ser uma
pesquisa que se utiliza como base jurídica fundamental a Constituição Federal de 1988. No
final, a exposição da ineficácia estatal nas periferias. Assim, pode-se obter os principais
resultados do artigo: a exposição da ineficácia do Direito nas periferias, a desigualdade social,
a exposição da relação de pessoas reais com personagens fictícios, além da exposição de que
forma o Direito é aplicado nos contextos apresentados.

PALAVRAS-CHAVE: Direitos Fundamentais. O Cortiço. Aluísio de Azevedo.


Negligência. Ineficácia.

1
Acadêmico do 9º semestre do Curso de Direito do Unicathedral – Centro Universitário.
² Mestre em Letras e Linguísticas (UFG). Graduada em Letras (UFMT). Professora do Curso de Direito e
membra da Comissão Técnica de Assessoria ao programa de Iniciação Cientifica do Unicathedral – Centro
Universitário Cathedral.
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1 INTRODUÇÃO

A grande parte dos temas abordados em artigos científicos, pesquisas científicas e


textos científicos produzidos são motivados por circunstâncias próximas ao pesquisador. Isso
se deve ao fato que essas situações próximas instiga o pesquisador a entender o fenômeno e
da mesma forma trás uma aproximação mais íntima para com o leitor. O tema escolhido,
pesquisado e que virá a ser abordado posteriormente não é diferente.

A obra “O Cortiço” de Aluísio Azevedo é tida como uma das principais obras do
naturalismo brasileiro. Essa obra é classificada como um romance que propõe expor
determinados acontecimentos dos moradores de um cortiço, a vila de João Romão, afim de
retratar as mazelas sociais do Brasil no século XIX. Essa construção vem como um
contraponto literário de uma realidade existente, já que naquela época era bastante comum a
existência desse modelo de moradia.

No que tange as favelas, apesar das diferenças, é comum notarmos características


semelhantes ao modelo habitacional dos cortiços. No decorrer do século XIX (período forte
da construção de cortiços) até o século atual (XXI), período em que se fortificou a existência
de favelas, o Brasil passou por diferentes transformações, principalmente na conjuntura
jurídica e na definição do que o DIREITO, porém, continua ainda a apresentar situações
semelhantes ao período da obra de Azevedo. E é nisso em que se baseia a construção dessa
pesquisa.

As favelas e a obra “O cortiço” são realidade próximas do brasileiro comum. A


primeira, é uma realidade ainda existente do mundo das periferias, possuindo diversos nomes
como: morro, periferia, favela, dentre outros. Termos diferentes que descrevem algo exposto a
as claras para a sociedade, pois, é bastante comum observarmos em noticiários, em novelas e
até em filmes a forma como funciona esse modelo de moradia (Filme Tropa de Elite, por
exemplo).
Em relação a obra de Azevedo, não é diferente. Afinal, não é difícil encontrarmos
estudantes que tiverem a possibilidade de ler tal romance, seja em escolas públicas, seja em
escolas privadas, ou até mesmo pelo interesse pessoal a obra muito em virtude de ser um
marco na literatura naturalista.
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Dessa forma, assim foi construído o conceito do tema e as possibilidades que ele
produz, em especial, os conflitos que tais realidades trazem de encontro ao Direito. A
ineficácia, a inaplicabilidade das normas e o desconhecimento da desordem e da pobreza por
parte do Estado em relação a favela é trabalhada nesse sentido, como também era nos
cortiços. E, claro, se levarmos em consideração que realmente existiram os modelos de
moradia de cortiço, torna o objeto deste trabalho ainda mais intrigante. Assim, o tema é
polêmico e traz diversas situações, explicações e citações desses ferimentos ao Direito.

O fato é que as duas zonas construídas são realidade. Existiram-se cortiços e existem
favelas. Assim, a aproximação entre os dois objetos não é tão difícil e nem mesmo a
proximidade do leitor para com o objeto não é distante. O artigo tentará se alçar como uma
ponte apresentando a visão jurídica acerca do objeto. Isto é, o trabalho será um diálogo entre a
obra do cortiço e a realidade das favelas traçando um diálogo jurídico entre o ambiente do
livro e o ambiente das favelas.

Além do mais, não obstante, é importante salientar a observação da Constituição


Federal de 1988. A carta magna do nosso ordenamento jurídico, sendo responsável pela
consagração de várias vertentes da área jurídica, é a base para a construção dessa pesquisa,
muito porque os principais direitos inerentes ao homem estão elencados nessa base jurídica.
Tendo como classificação sendo “Constituição Cidadã”, em razão da consagração de vários e
vários direitos, mostra como o Estado deve agir de forma próxima ao cidadão.
A partir disso, nas entrelinhas, será apresentado algumas situações em, apesar das
diferenças, a realidade das favelas é muito semelhante com o cortiço. Esse encontro de
semelhanças será principalmente exposto ao depararmos com alguns personagens da obra
com acontecimentos corriqueiros nas favelas. É, nesse ponto, a análise jurídica acerca dos
dois ambientes e o Direito.
Por fim, usando-se como base o Direito, a obra “O Cortiço” e as favelas brasileiras,
temos a problemática geral desse artigo que é: apontar alguns direitos negligenciados nos dois
contextos (o contexto das favelas e do cortiço).

2 ALUÍSIO AZEVEDO – O CORTIÇO

O escritor Aluísio Azevedo, nasceu em São Luís do Maranhão, no dia 14 de abril de


1857. O autor iniciou e concluiu seus estudos na sua terra natal, dirigindo-se em 1876 para a
cidade do Rio de Janeiro, dando prosseguimento em seus estudos na Academia Imperial de
Belas-Artes. A partir daí, começou a trabalhar como caricaturista em jornais.
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Após algum tempo, Aluísio retornou a sua terra natal, sendo o momento em que
começa a se dedicar a carreira literária. Dessa forma, em 1880, publicou seu primeiro livro,
“Uma lagrima de mulher”. Em seguida, em 1881, publicou a obra que o instaurou como
escritor naturalista que é o romance “O mulato”. A partir daí, retornou ao Rio de Janeiro e se
consolidou como um grande escritor. Em 1913, o autor veio a falecer. Em seu histórico,
deixou grandes livros publicados, em especial: “O mulato” (1881), “Casa de pensão” (1884) e
“O cortiço (1890).
A obra do Cortiço foi escrita pelo autor e publicada em 1890. É, sem dúvidas, umas
das principais obras de Azevedo é um grande marco da literatura naturalista, sendo
responsável pela ambientação e exposição da degradação social do Brasil no século XIX.
Em suma, a obra discorre sobre a vida de um vendeiro conhecido como João Romão
e sua amente e ajudante de domingo a domingo, chamada de Bertoleza. João traça uma
jornada que visa o lucro a qualquer custo, mesmo os imorais e ilícitos, se tornando o dono do
cortiço, da taverna e da pedreira onde se narra os fatos do conto.
A sede por poder de Romão é a sua rivalidade com Miranda. Ao perceber que
Miranda é dotado de uma condição social mais elevada que si, o vendeiro se vê ainda mais
com sede de enriquecer, despertando uma grande inveja de seu “rival”. E essa inveja lhe faz
perceber que não só o dinheiro, como também o status (roupa, ambiente que frequenta etc.) é
fundamental na construção do nome da pessoa. Assim, o desejo de João Romão é se tornar
um novo “burguês”.
O eixo central da narrativa se encaixa no cortiço em que João construi a ponto de
influenciar outros personagens, como Rita Baiana, Firmo, Piedade etc. Um exemplo dessa
influência é o caso do português Jerônimo que tem uma vida considerada “digna” até se ver
apaixonado pela mulata Rita Baiana. Um exemplo de como o ambiente influencia o homem
nessa narrativa.
Após algum tempo, João e Miranda se veem mais próximos principalmente apor o
comerciante receber o título de barão, tornando-o superior ao seu rival. A partir dai o cortiço
passa a se transformar, ou na linguagem moderna, começou a se “elitizar”, passando a se
chamar “Vila João Romão”.
A partir da aproximação entre os dois rivais, João se vê pedindo a mão da filha de
Miranda em casamento. Isso cria um reboliço por parte de Bertoleza que passa e exigir a
possibilidade de usufruir de seus bens. Ao se ver ameaçado pela amante, o comerciante
denuncia a mulata para seus donos (ela era uma escrava fugida) e, no ato de desespero, prestes
a ser pega, ela comete suicídio.
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3 CORTIÇO X FAVELAS

Os cortiços, assim como as favelas são vistas atualmente, são tidos como ambiente
insalubres, de pouco espaço, mau construídos, com precariedade em diversas questões que
para outros ambientes são tidos como “normais”, como por exemplo: direito a saúde.
Entretanto, esse modelo de moradia foi de suma importância no primeiro passo para o alcanço
de várias famílias a sua própria moradia.
Na época em que foi ambientada a obra (século XIX), o Brasil havia, finalmente,
alcançado sua independência, porém, a pobreza e a desigualdade ainda eram alarmantes nesse
novo período, por tal os cortiços eram tidos como “boas” opções para que as pessoas tivessem
sua primeira moradia, tornando-se “refém” desse modelo habitacional. Assim como define o
urbanista Nabil Bonduki, conforme trecho citado: “[...] surgem, assim, inúmeras soluções
habitacionais, a maior parte buscando economizar terrenos e materiais através da geminação e
da inexistência de recuos laterais ou frontais, cada qual destinado a uma capacidade de
pagamento de aluguel.” (NABIL, 1994, p. 713).
A partir daí temos a síntese da instauração dos cortiços. Atualmente, a visão, apesar
de ter evoluído, ainda persiste no rol taxativo da sociedade em respeito as favelas. Além do
mais, o surgimento das favelas se dá de forma muito parecida com as dos cortiços, com o
mesmo objetivo que é uma construção e primeira opção de moradia “barata”. Apesar disso, os
dois modelos habitacionais têm características difusas.

A favela tem uma singularidade em sua construção: o amontoamento de casas,


enquanto os cortiços são vistos como espécie de “vila”. Assim, estruturalmente falando, as
favelas possuem um amontoamento com casas “uma em cima da outra”, o que deixa as
condições de urbanismo e precariedade residencial ainda mais deprimente, já os cortiços são
mais “organizados” por assim dizer, pois apresentam moradias com sua individualidade de
território, porem, é claro, muito próximas umas das outras.
Dessa forma, temos a ponte relativa entre os dois modelos de moradia. Ambos têm
inícios parecidos: independência do Brasil, fim da escravidão, a imigração no Brasil, em
especial, nos séculos XIX contribuíram para a constituição desses dois modelos de moradia. É
claro que não foram excecionalmente essas causas que efetuaram a constituição dos dois, já
que a resquícios de favelas em São Paulo há mais de 400 anos, porém, foram elas que
consolidaram a constituição destes. Estabelecido a relação entre os objetos, é momento de
criar a ponte jurídica entre os dois modelos.
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4 INEFICÁCIA DO DIREITO – PROCESSO HISTÓRICO

O Brasil, mesmo com o passar de mais de 500 (quinhentos) anos, tem passado por
uma gigantesca transformação, atravessando por diferentes períodos, desde quando era
colonizado, quando se tornou uma monarquia até se formar como uma república. Além desses
períodos, foi um dos países em que a escravidão perdurou por mais anos em toda a história,
fora que durante mais de vinte anos foi comandado e governado pelo regime militar. E, graças
a isso, o Direito evoluiu, passou por turbulências até se formar ao que é hoje.
A título de curiosidade, desde sua independência, nosso país teve 7 (sete) diferentes
constituições, sendo uma promulgada durante o período do regime militar que teve a
durabilidade e a permanência até o fim da ditadura.
Diante disso é notável a clareza em que o Brasil demorou pra engrenar no que diz
respeito a justiça, direito e na relação cidadão x Estado. Por tal questão, a ineficácia do Direito
continua a persistir ainda no século XXI. Tomando de exemplo do tema deste trabalho, no
período em que foi contextualizado a obra de Aluísio, a escravidão ainda tomava força, tanto
é que a mulata Bertoleza lutava dias e dias para o levantamento do valor financeiro para obter
sua carta de alforria, ou seja, sua liberdade.
Entretanto, daquele período até a atualidade, o país ainda sofre de problemas
parecidos com a época passada. Mesmo a discriminação não sendo algo institucionalizado e
aceitável como era naquele tempo, há ainda pessoas que sofrem com a mesma visão que
depreciou os povos passados. Hoje, infelizmente, por serem pobres, por morarem em regiões
menos favorecidas, algumas pessoas ainda sofrem a desigualdade e com a falta de acesso ao
que é dele por direito. Isso ocorre nas favelas quando há falta de água potável, como também
ocorre na narração do cortiço quando há falta de moradia estruturalmente preparada.
Vale-se ressaltar que houve uma gigantesca evolução da definição do que é o Direito
e como ele deve ser tratado, especialmente com a instauração da CF/88, porém, as favelas de
hoje apontam que o Estado ainda é muito omisso em se responsabilizar e aplicar o Direito. E
essa ineficácia do Direito muito é fruto de um longo processo do qual o Brasil ainda perpassa.
O Fato é que a demora em evoluir contribuiu para que ainda hoje haja ferimentos do
ferimento do Estado Democrático de Direito. E é de alguns ferimentos que veremos a seguir.
5 DIREITO À MORADIA

Dentro da visão jurídica, a partir daqui começa-se a adentrar nos principais pontos a
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serem tratados e relatados no prosseguimento do artigo. O Direito é, de forma clara e


percetível, ferido em ambas situações e em ambos os objetos (no caso, nos dois ambientes). O
mais alarmante de tudo isso é o ferimento de direitos considerados FUNDAMENTAIS a vida
humana. Assim, a partir daqui será abordado alguns desses direitos.

Um primeiro exemplo que para tomar causa, a partir da obra de Azevedo, é o mais
notório de todos: a moradia. Considerado pela Constituição Federal de 1988 um direito
fundamental, este é descrito claramente, naturalmente e detalhadamente para apontar a
ineficiência do Direito na visão do escritor na narração da obra. Se pegarmos o principal
ambiente onde se passa a história (que é o cortiço de João Romão e Bertoleza), ele é tido
como ambiente desagradável e promiscuo. Essa análise é clara no momento em que o autor
descreve a construção das casas.

[..] arrematava madeiramento já servidos; comprava telha em segunda mão;


fazia pechinchas de cal e tijolos, o que era tudo depositado no seu extenso
chão vazio, cujo aspecto tomava em greve o caráter estranho de uma
barricada, tal era a variedade de objetos que ali se apinhavam acumulados:
tábuas e sarrafos, troncos de árvore, mastros de navio, caibros, restos de
carroças, chaminé de barro e de ferro, fogões desmantelados, pilhas e pilhas
de tijolos de todos os feitios, barricas de cimento, montes de areia e terra
vermelha, aglomerações de telhas velhas, escadas partidas, depósitos de cal...
(AZEVEDO, 2019, p. 15-16)

A partir daí, temos uma primeira ponte jurídica em relação as Favelas e o ambiente
da obra “O cortiço”. As favelas, como já foi citado, são bastante conhecidas por sua
singularidade na forma em que suas residências são construídas. Se for observado em fotos ou
em relatos de qualquer pessoa, mesmo do senso comum, observa-se casas construídas em
terrenos irregulares (morros), algumas com materiais nada resistentes, além de não ter as
qualidades necessárias para um confortável tido como normal. Essas zonas periféricas não são
conhecidas atoa como “morro”. “Morro do Alemão”, “Morro do Dendê” são alguns exemplos
clássicos de favelas que são conhecidas como morros, muito em razão sobre a construção e
localização de suas casas.

De forma leiga, tem-se a pensar que o direito à moradia está sendo estabelecido em
ambos os ambientes, porém, não é bem assim. A ONU, organização no qual o Brasil obedece
determinados tratados internacionais, tem uma definição muito ampla do que é a moradia,
fugindo do básico de “quatro paredes e um teto”, conforme o estabelecido no Comitê dos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU em 1991.
Assim, a fim de se observar o princípio da dignidade da pessoa humana, a moradia
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dos cidadãos deve ter não só a estrutura material, como também o básico para uma existência
digna. Assim, como o Brasil, no ano 1992 passou a pactuar do tratado outorgado no comitê
referido anteriormente, além de dar força constitucional a estes tratados convencionados com
a ONU, diante do estabelecido na CF/88, passa tornar a situação ainda mais complicada.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
§ 1º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais (BRASIL, 1988)

Então, de que forma a ONU define como o básico de uma residência? O básico de
uma moradia, segundo a instituição, são casas que respeitam os ditames da salubridade, com
condições mínimas à sobrevivência. Hoje, caso comparado com a descrição da forma em que
foi concebida as casas do cortiço ou as casas das favelas, temos que há um grave ferimento no
tocante da dignidade da pessoa humana.
Assim, eis a primeira parte dessa construção sob ótica jurídica. A moradia, direito
fundamental estabelecido por nossa constituição, apesar de ter em parte e aparentemente ser
estabelecido pelos dois objetos, em ambos, não consta com plena eficácia esse direito, pois,
mesmo que haja residência para os moradores da favela ou do cortiço, essas moradias não
abrangem o ápice a ponto de atingir o mínimo do princípio da dignidade da pessoa humana.
(Observação: princípio da dignidade da pessoa humana é definido como as “condições
mínimas” para um ser humano tenha uma vida digna, saudável e respeitável).

6 O PRINCÍPIO DE TUDO: O DIREITO À VIDA

O princípio da existência é a vida, é a partir dela é que se constrói as relações, as


construções e principalmente, nesse caso, o Direito. Porém, a vida, no Direito, tem uma
função ainda mais importante e visto de uma forma muito ampla. Como no ditado “não basta
estar vivo, precisa-se viver”, o Direito da maior amplitude nesse tema e é nisso que há
ferimentos nos dois objetos desde trabalho. Assim, como define o doutrinador Alexandre de
Moraes “O direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos, já que se constitui em
pré-requisito à existência e exercício de todos os demais direitos.” (MORAES, 2003, pag. 63).
Na obra, dentro os personagens principais, temos Bertoleza, uma ex escrava que
mantinha um papel de sócia com o dono do Cortiço, João Romão. Bertoleza é trabalhadeira e
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buscava a todo tempo juntar economias para obter a então carta alforria. Assim, em razão de
sua confiança e sociedade com o vendeiro Romão, deixava essas economias nas mãos do
socio para ser repassado a aquisição da carta.
Apesar disso, diferente do que Bertoleza pensava, o vendeiro não direcionava os
valores a tal intuito e, numa forma de dar um golpe na sócia, no final da história, aciona seu
antigo “dono” para que o mesmo vá atrás da ex-escrava. Foi diante dessa situação que
Bertoleza decidiu se matar. Preferiu a morte do que a vida que iria seguir. Ela queria viver e
não apenas estar viva.
Paralelo a essa ideia, a vida que muitas pessoas tomam em favelas é bastante
semelhante. Crianças (sim, crianças), adultos e principalmente os jovens que adentram ao
universo tráfico nas favelas é muito rotineiro. Isso se deve a situação extrema de miséria
forçando-os a se integrarem a marginalidade buscando melhores condições de vida. E é nesse
ligamento com o tráfico que muita dessas pessoas perdem suas vidas em troca de tiros com a
polícia, ou mesmo são presos, além de outras coisas (sofrem tortura, sofrem graves lesões).
Assim, os destinos dessas pessoas reais vão de forma semelhante concluir ao mesmo destino
da personagem Bertoleza: ou perdem a vida, ou perdem a liberdade de viver.
A olho nu, são problemas que deviriam afastar essas pessoas desse mundo, porém
não assim que funciona, pois, a falta de perspetiva de futuro seja na vida dificultosa dos
moradores das favelas ou da vida de escrava de Bertoleza, culminam numa decisão mortal.
É nesse sentido que vem a discussão jurídica. Essas pessoas preferem tomar decisões
questionáveis afim de “viverem” melhor. Bertoleza prefere a morte do que a dor da miséria,
da surra, da exploração. Os seres que adentram o tráfico preferem a insegurança da possível
perca de liberdade ou da vida, do que viver na miséria.

6.1 O DIREITO À SAÚDE

Dentro do conceito e na prática do direito a vida, está presente um dos principais


direitos do nosso ordenamento: o direito a saúde. Direito este que é tão importante que o
nosso Estado cede para sua população o SUS, que nada mais é do que um sistema de saúde
publico, podendo alcançar diversas camadas sociais, potencializando a capacidade de eficácia
do Direito a vida.
Porém, a realidade nos mostra ser um pouco contraditória a teria, é o que aponta e
demonstra a narrativa do cortiço e a realidade das favelas brasileiras. Ambos os ambientes
apresentam condições insalubres e deterioradas (*tema que virá a ser abordado mais
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profundamente adiante), potencializando a possibilidade da proliferação de doenças, infeções,


dentre outras avarias. Essa informação é dada pela revista Veja Saúde em uma matéria
efetuada em 2016, apontando que esses problemas estruturais das periferias potencializa o
espalhamento de determinadas doenças.

As doenças que se destacam nas favelas, de fato, se analisadas, tem alguma relação
com uma transmissão coletiva, ou seja, vai de pessoa para pessoa (por exemplo, gripe), além
de outras doenças que são desenvolvidas graças a algumas condições precárias como a falta
de água potável (exemplo: diarreia). Esse alastramento de doenças nessa realidade ganha
ainda mais força em tempos da pandemia do coronavírus, graças ao fato de que este se
desenvolve e se transmite como extrema facilidade.

Assim, no contexto da narrativa do cortiço, vemos como os dois ambientes


apresentam questão extramente alarmantes. A covid-19, por exemplo, é uma doença que
necessita de extremo cuidado da população, como lavar bem as mãos, usar álcool em gel,
além do uso de máscaras. Agora, como apresentar essa necessidade a dois ambientes que
sofrem com a falta de recursos financeiros, com falta de água e em que a insalubridade é algo
inerente ao contexto que seus moradores vivem? Isso mesmo. É impossível.
A partir dai, a saúde é mais um grande caso de direito fundamental deixado a
segundo plano, seja no cortiço, seja nas favelas. Na obra de Azevedo, tomando como exemplo
prático, é citado em alguns trechos que a sujeito e o desmazelo com a higiene é bastante claro,
pois, na vila de João Romão, a política progressiva de criação de casas do personagem é
inteiramente dedicado a quantidade e não a qualidade dessas moradias, o que aumenta e muito
a infestação de diversas doenças.

7 O MEIO AMBIENTE E O DIREITO AO SANEAMENTO BÁSICO

Os preceitos de meio ambiente e de saneamento básico são notoriamente


entrelaçados. O primeiro, de forma geral, tem um conceito muito restrito a natureza e sua
composição, porém, no Direito, apresenta nuances mais complexas, como por exemplo, a
relação do homem e a natureza, as políticas ambientais, os órgãos ambientais, as leis
ambientais e por assim vai.
Dessa forma, aponta o meio ambiente em uma área muito além de uma simples fauna
e flora. O saneamento básico é que diz respeito muito dessa relação (homem x meio
ambiente), estando muito presente nos descartes de lixo, nas redes de esgoto, no tratamento e
distribuição de água potável, por assim em diante.
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A partir da relação meio ambiente x saneamento básico temos a construção do termo


“meio ambiente ecologicamente equilibrado”, aliás, preceito que está presente como direito
fundamental no art. 225º da Constituição Federal de 1988. Assim, o conceito de ambos
objetos desse tópico atingem maior amplitude, apontando tal tema em diversas escalas, como:
ambiente de trabalho, de moradia e ambiente natural.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (BRASIL, 1988)
Apesar da obra de Azevedo não focar nessa questão, por querer prestar uma narrativa
natural dos personagens em si, o autor ainda sim trata em alguns trechos de detalhes do
ambiente construído na obra que ferem diretamente o preceito constitucional presente no Art.
225º da CF.
[...] naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa,
começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva,
uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e
multiplicar-se como larvas no esterco. (AZEVEDO, 2019, p. 19)

E, não obstante, as favelas também apresentam os mesmos problemas, onde,


principalmente, não há rede de esgoto, é dificultoso o acesso a água no mínimo “limpa”, além
de que boa parte dos descartes de lixo serem feitos em beiras de córrego ou matagais.
Segundo matéria da revista Veja Saúde, onde expõe um relato de um morador da favela em
1958, a realidade das favelas se estende há anos na mesma barbaridade. É meio século em que
as favelas enfrentam os mesmos problemas desde sua concepção.
A partir daí, vemos um dos principais pontos de semelhança em que as favelas e o
cortiço mais se “assemelham”, pois, com o ambiente apresentado, temos uma realidade ao
relento em ambas as situações. Ambos se parecem com uma “realidade alternativa” ou
“mundo paralelo” devido sua desigualdade social, conjuntural e habitacional se comparados
ao que se apresenta nas zonas de área rica e média.

8 DIREITO À SEGURANÇA

O direito a segurança é, com certeza, o assunto mais ligado as favelas que, por
muitas vezes, são classificadas como zonas com alto nível de violência nos mais variados
estilos, o que torna esse modelo de moradia ainda mais “afastada” das zonas mais ricas.
Conforme exposto na CF/88: “Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
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das pessoas e do patrimônio...” (BRASIL, 1988)


Atualmente, a evolução do Direito e da sociedade editou um pouco a forma como é
concebida tal realidade, principalmente em algumas favelas que foram integradas como UPPs
(Unidade de Policia Pacificadora) no Rio de Janeiro, classificando essas regiões como “mais
seguras”, tornando-as até mesmo como um ponto turístico.
Entretanto, na realidade, essa transformação não se vê tão adiante assim, pois,
mesmo com as mudanças aplicadas, a violência ainda é alarmante nas favelas. Um exemplo é
que mesmo em favelas que são integradas as UPPs, ainda sofrem com a força das quadrilhas
de tráfico, que ditam o medo e impõem dentro das favelas suas próprias leis, alcançando até
mesmo alianças com alguns policiais corruptos das UPPs.
Dessa forma, o controle psicológico posteriormente se torna uma violência
psicológica contra seus moradores. O medo facilita a aplicação do regime e faz com que os
habitantes fiquem ligados a uma falsa ideia de paz e segurança.
Na obra de Azevedo, o tema da segurança ganha uma forma ainda mais pessoal,
tratando com muita força a questão da violência de gênero. Na narrativa, não é incomum
notarmos que as mulheres são submetidas e subjugadas as vontades de seus maridos. E,
aquelas que não tem seu cônjuge, são classificadas como sujas, prostitutas etc. Por tal
contexto, essas são forçadas a se casarem e serem fiéis e inteiramente subjugadas em seu
casamento.
Dessa forma, a violência de gênero tratada na obra, se torna, assim como é nas
favelas, uma violência psicológica de controle sobre as pessoas e, no caso, um controle sobre
as mulheres a partir do momento em que a relação de tortura se torna tão habitual ao ponto de
se tornar combustível para sua própria existência. Um exemplo desse convívio toxico é a
relação repleta de arduosidade entre Rita e Firmo, onde a violência física se torna um imã
psicológico que mantém a ligação entre os dois.

Ele tinha uma “paixão” por Rita, e ela, apesar de volúvel como toda mestiça
não podia esquecê-lo por uma vez; metia-se com outros, é certo, de quando
em quando, e o Firmo então pintava o caneco, dava por paus e por pedras
enchia-a de bofetadas, mas, afinal, ia procura-la, ou ela a ele, e ferravam-se
de novo, cada vez mais ardentes, como se aquelas turras constantes
reforçassem o combustível de seus amores. (AZEVEDO, 2019, p. 57-58).

Dessa forma, a violência psicológica e física escancara tanto nas favelas quanto no
cortiço escancara um ambiente hostil e propenso ao controle, como na forma em que João
Romão controla seu sobrado, como na forma em que as quadrilhas fazem o controle e ditam o
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ritmo das favelas. De todas as formas, a segurança e consequentemente da liberdade dos seus
moradores são agressivamente feridos.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realidade das favelas e a narração da obra de “O Cortiço” apresentam


similaridades intrigantes na ótica do Direito, em especial, a ineficácia da aplicação do Direito
nessas zonas consideradas periféricas. A conclusão se deu a partir do estudo aprofundado
entre as similaridades entre o cortiço e as favelas brasileiras, especificadamente sob a ótica do
Direito, conforme foi elencado anteriormente.
Como dito, a razão da existência dessas duas zonas periféricas se deve muito ao fruto
de um longo processo histórico do qual perpassou o nosso país. A pobreza, a necessidade e o
baixo valor desses modelos de moradia incentivaram que determinadas pessoas se vejam
submetidas as condições ditas anteriormente e que serão brevemente retomadas adiante. No
mais, observa-se que o Estado Democrático de Direito se transformou-se graças a
modernidade, o que alavancou a criação de vários direitos (citados no artigo) principalmente
no momento em que se foi concebida a CF/88, porém, na realidade ideal não é bem assim.
Dessa forma, a analise foi sucinta ao apontar alguns pontos em que alguns direitos
foram infligidos dentro dos dois ambientes, pois, comparando a época do contexto dos
cortiços com as favelas atuais, ainda há fortes indícios de graves acontecimentos que vão de
encontro com o Direito.
Assim, a aplicabilidade do direito, apesar de ter sido acompanhada e apoiada por
uma longa base jurídica, continua ainda sim a sofrer com problemas da desigualdade, miséria
e insalubridade, indicando a falsa e/ou não aplicação do PRINCÍPIO DA ISONOMIA por
parte do Estado com vistas a maior alcance da justiça e do Direito.
Retomando ao tema do trabalho, Aluísio de Azevedo é considerado um dos se não o
maior precursor do naturalismo no Brasil. Com sua narrativa dura e hostil, é responsável por
apontar um Brasil sem lei, em que as pessoas vivem em um árduo modelo de vida,
estabelecendo a ideia de que o ambiente determina o individuo, não o contrário. Assim,
Azevedo denuncia as mazelas sociais na época por diversos livros escritos. A título de
exemplo, na obra selecionada neste artigo, vemos uma realidade movida pela ganância, pelos
interesses pessoais e até mesmo pelos interesses sexuais, expondo uma realidade sórdida.
A seguir, é nítido a presença de direitos negligenciados que, como em casos citados,
mostra que a ficção não está assim tão distante da realidade, mesmo se tratando de contextos e
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momentos diferentes como é o caso apresentado. A coragem de Azevedo de denunciar a


realidade da época serve hoje como um objeto de estudo para não só captarmos a evolução do
Direito, como também, é um vasto acervo informacional para se entender a sociedade da
época, como no exemplo citado que é a forma em que a sociedade trata e define as mulheres.
Através dessa construção, a conclusão sobre essa ineficiência do Direito se torna
bastante peculiar e escancarada. Na analogia apresentada, temos dois contextos de épocas
diferentes que foram sendo estabelecidos na realidade brasileira. O fato curioso é que em
ambos os modelos podemos ver a forma em como o Brasil, apesar de ter evoluído, ainda
expõe situações de opressão, de pobreza e da má eficiência do Estado Democrático de Direito.
Isso se deve ao fato de que as mesmas situações que abarcam a narrativa de Azevedo lá no
século XIX ainda persistem nas favelas do século XXI. Ou seja, a problemática da
aplicabilidade do Direito nas favelas e no cortiço é engessada, ineficiente e sem capacidade de
dar aos seus indivíduos uma capacidade de vida plena, comprovando a tese de que o processo
histórico apresentado influencia o Brasil de hoje é bastante real.
Pessoalmente, é notável que essa ineficiência é muito forte e difícil de ser combatida.
É difícil, por exemplo, vermos representantes do Estado serem não só figuras, como também
representantes específicos dessas periferias. O Estado, então, deveria ser mais fiscal de si
mesmo, pois, primeiro deveria análise sua conjuntura jurídica e se é possível aplica-la para
então dar força de ler e, em seguida, criar mecanismos de eficácia, as conhecidas “politicas
publicas”. E se tratando de questões ainda mais matérias como agua potável, remédios etc.. o
Estado deve ser mais rígido na fiscalização e distribuição desses itens fundamentais a
existência humana. A lei é lei, então deve ser analisada e aplicada. Em um dos países que
mais pagam impostos no mundo, a falta de dinheiro só é dita na hora de estender a mão aos
menos favorecidos.

10 REFERÊNCIAS

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https://saude.abril.com.br/medicina/a-saude-de-quem-vive-em-favelas/. Acesso em: 05 jan.
2021.

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Disponível em: <https://www.gov.br/pt-br/constituicao-30-anos/textos/moradia- constituicao-
garante-e-reforca-concretizacao-do-direito> Acesso em: 20 nov. 2020.
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DE MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.

DOS SANTOS, Daniela Soares. O cortiço: higienização de casas e formação de almas.


Uberlândia, junho de 2006.

ESTUDANTE, guia. “O CORTIÇO – Analise da obra de Aluísio de Azevedo. Disponível


em: <https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/o-cortico-analise-da-obra-de-aluisio-de-
azevedo/#:~:text=Alu%C3%ADsio%20se%20prop%C3%B5e%20a%20mostrar,como%20a%
20imensa%20desigualdade%20social.> Acesso em: 25 nov. 2020.

FERREIRA, Nilzete. Através de “O Cortiço” um olhar acerca da saúde, saneamento e


meio ambiente: uma encruzilhada histórica. Disponível em:
https://www.amigosdanatureza.org.br/publicacoes/index.php/forum_ambiental/article/view/35
0/357. Acesso em: 12 jan. 2021.

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http://www.justificando.com/2015/05/29/os-7-direitos-constitucionais-mais-violados-no-
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uma recolocação do debate a respeito do “direito de pasárgada”. Rio de Janeiro, vol. 2,
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JÚNIOR, Edson. O direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e a


sua devida proteção no ordenamento jurídico brasileiro. Disponível em:
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brasileiro/. Acesso em: 02 jan. 2021.

SANTANA, Raquel. A dignidade da pessoa humana como princípio absoluto. Disponível


em: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/5787/A-dignidade-da-pessoa-humana-
como-principio-absoluto> Acesso em: 20 nov. 2020.

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