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Resumo de Direito Civil - Família
Resumo de Direito Civil - Família
DIREITO DE FAMÍLIA
I – CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
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II - DO CASAMENTO
1 – CONCEITO: É o ato solene pelo qual um homem e uma mulher
se unem, de conformidade com a lei, a fim de legitimarem suas
relações sexuais, prestarem mútuo auxílio espiritual e material,
procriarem e educarem a prole comum. Gera a família legítima ou
matrimonial. Segundo o Código Civil, "o casamento estabelece
comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e
deveres dos cônjuges", sendo "defeso a qualquer pessoa, de direito
público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela
família".
2- NATUREZA JURÍDICA:
- Teoria contratualista ou individualista - originária do direito
canônico, considera o casamento como um contrato civil;
- Teoria institucionalista ou supra-individualista - adotada por
Maria Helena Diniz e por Amoldo Wald - considera o casamento como
uma instituição social, retratando uma situação jurídica que surge da
vontade dos nubentes, sujeita, entretanto, às normas, forma e
efeitos preestabelecidos em lei;
- Teoria eclética ou mista - adotada pela doutrina moderna
considera o casamento como um ato complexo, que se caracteriza
como um contrato em sua formação e como uma instituição no seu
conteúdo.
3 - CARACTERES:
- liberdade de escolha do nubente;
- solenidade do ato nupcial;
- caráter público da legislação respectiva; exclusividade de união;
- permanência da união (diferente de indissolubilidade).
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F I X A Ç Ã O D O V A L O R D O D A NO M O R A L –
OBSERVÂNCIA DA SITUAÇÃO
S Ó C I O E C O N Ô MI C A DA VÍTIMA E DO
OFENSOR – REPERCUSSÃO DO FATO –
VALOR QUE DEVE SER FIXADO COM BOM -
S E N S O – R E C U R S O P RO V I D O .
O noivado n ão tem s e n t i do de
o b r i g a t or i e d a d e. Po d e s e r r o m pi d o de m o d o
u n i l at e r a l at é o mo m e n t o d a c el e b r aç ã o d o
c a s a m e n t o, m a s a r u p t u r a i m o t i v a da g e r a
r e s p o n s a b i l i d a d e c i v i l , i n cl u s i v e p or d a n o
moral.
O v a l o r d o d a n o m o r a l t e m e f e i t o r e pa r a t ór i o
o u c o m p e n s at ó r i o ( r e p a r a r o u c o m p e ns ar a d or
s o f r i d a p e l a v í t i m a) e t a m b ém o e f e i t o pu n i t i v o
ou repressivo (para que o réu não cometa
o u t r o s f at o s d e s t a n a t u r e za ) . A f i x a ç ã o d o
valor não pode ser t am b é m fator de
enriquecimento fácil e indevido da vítima. A
reparação é um sucedâneo da dor, do
s o f r i m e nt o.
T J P R – A C 5 2 . 6 4 8 - 3 – 4 ª C . C í v. – R e l . J u i z
Conv. Lauro Laertes de Oliveira – DJPR
1 1 . 0 5 . 1 9 9 8 0 5. 1 1 . 1 99 8
Ma i s a i n d a :
T J M T - Tr i b u n a l d e J u s t i ç a d o M a t o G r o ss o .
QUARTA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE
APELAÇÃO CÍVEL Nº 73459/2006 - CLASSE II
- 20 - COMARCA DE VÁRZEA GRANDE.
P a r t e s: A P E L A N T E : V I V I A N E D A C U N H A
BARBOSA. APELADO: JÂNIO YAMAZAKI
E m e n t a:
D A N O M O R A L - R O M P I M E N T O N O I VA D O -
AUSÊNCIA DE PROVAS DA EXISTÊNCIA DO
NOIVADO - RECURSO IMPROVIDO.
N ã o h a v e n d o p r o v a s e g u r a d a e x i s t ê nc i a d o
n o i v a d o c o m p r om es s a d e c a s am e n t o e n t r e a
a u t o r a e o r é u , i n v i á v e l s e t o r n a o d e f er i m e n t o
d a i n d e n i za ç ã o p o r d a n o m o r a l , em b a sa d o e m
r o m p i m e nt o d e n o i va d o .
- UNIÕES HOMOAFETIVAS
Os ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF), ao julgarem a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277
e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)
132, reconheceram a união estável para casais do mesmo sexo. As
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9 – DA CELEBRACÃO DO CASAMENTO
- Formalidades essenciais:
a) petição dos nubentes dirigida à autoridade
que houver de presidir o ato, acompanhada da certidão de
habilitação, a fim de que designe data, hora e local para o ato; a
solenidade realizar-se-á, em regra, na sede do cartório, ou, querendo
as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício
público ou particular;
b) publicidade do ato nupcial, que deve ser
celebrado a portas abertas;
c) presença simultânea dos nubentes, em
pessoa ou por procurador especial, das testemunhas, do oficial do
registro e do presidente do ato;
d) afirmação dos nubentes de que pretendem
casar por livre e espontânea vontade;
e) declaração pelo presidente do ato de que
se encontra efetuado o casamento, nos seguintes termos: "De acordo
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10 - PROVAS DO CASAMENTO:
- Diretas:
a) Específicas:
1. casamento celebrado no Brasil- certidão do registro (sistema da
prova pré-constituída);
2. casamento celebrado fora do Brasil - de acordo com a lei do
país onde se celebrou (locus regit actum), devendo o
documento estrangeiro ser autenticado, segundo as leis
consulares para produzir efeitos no Brasil;
3. casamento contraído perante agente consular brasileiro -
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11 - DEFEITOS DO CASAMENTO
- Casamento Inexistente - não previsto
no Código Civil e criticado por alguns autores. Pode-se citar, dentre
outros, os seguintes casos:
a) inexistência de celebração;
b) inexistência de manifestação de vontade
dos nubentes.
- Efeitos: Em princípio, dispensa ação judicial
para sua desconstituição, eis que não há o que desconstituir.
Entretanto, havendo registro ou sendo necessária a produção de
provas, pode se tornar necessária a propositura de ação judicial para
a desconstituição deste (registro), em obediência aos princípios do
contraditório e da ampla defesa. Não se convalida pela ratificação ou
pela prescrição, nem admite declaração de putatividade.
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Efeitos:
a) a anulabilidade do casamento pode ser
alegada apenas por algumas pessoas;
b) O casamento anulável encontra-se sujeito a
prazos decadenciais relativamente exíguos, podendo ser confirmado,
tacitamente, pelo decurso do tempo;
c) admite a declaração de putatividade;
d) requer pronunciamento judicial para sua
invalidação, não podendo ser decretada de ofício pelo juiz;
e) produz efeitos ex nunc;
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Efeitos pessoais:
I - deveres de ambos os cônjuges: fidelidade
recíproca, vida em comum no domicílio conjugal, mútua assistência,
respeito e consideração;
II - assunção pelos cônjuges da condição de
consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família,
havendo igualdade de direitos e deveres;
III - direção conjunta da sociedade conjugal,
no interesse do casal e dos filhos; havendo divergência, qualquer dos
cônjuges pode recorrer ao juiz, que decidirá tendo em consideração
tais interesses; se qualquer dos cônjuges estiver em lugar remoto ou
não sabido, encarcerado por mais de cento e oitenta dias, interditado
judicialmente ou privado, episodicamente, de consciência, em virtude
de enfermidade ou de acidente, o outro exercerá com exclusividade a
direção da família, cabendo-lhe a administração dos bens;
IV - concorrer, na proporção de seus bens e
dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação
dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial;
V - fixação conjunta do domicílio conjugal,
podendo um e outro se ausentar dele para atender a encargos
públicos, ao exercício de sua profissão ou a interesses particulares
relevantes;
VI - proteção do outro cônjuge em sua
integridade física e/ou moral;
VII - possibilidade de qualquer dos nubentes,
querendo, acrescer ao seu o sobrenome do outro;
VIII- guarda e educação dos filhos.
Efeitos patrimoniais:
I - decorrentes do regime de bens - serão analisados adiante;
II - não decorrentes do regime de bens:
restrições à liberdade de ação dos cônjuges:
um cônjuge não pode, sem a autorização do outro:
alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis, ainda que do
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13 - DO REGIME DE BENS
13.1-.CONSIDERACÕES GERAIS
Regime de bens "é o estatuto que regula os interesses
patrimoniais dos cônjuges durante o matrimônio" (SR).
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Regimes legais:
1 - comunhão parcial - é o regime que vigora
na ausência de convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, desde que
não seja obrigatória a separação de bens;
2 - separação de bens - é obrigatória nos
seguintes casos:
a) inobservância das causas suspensivas da
celebração do casamento;
b) casamento de pessoa maior de 70 anos1
c) casamento de todos os que dependerem,
para casar, de suprimento judicial.
1
10 Conforme adverte Carlos Roberto Gonçalves, "decidiu-se, porém (T JSP jurídica, 2ª Câm. Ap.
7.512-4-SJRPreto, j. 18.;8-1998, v.u.), que já não vige tal restrição, por ser incompatível com as
cláusulas constitucionais de tutela da dignidade da pessoa humana, da igualdade e da
intimidade, bem como com a garantia do justo processo da lei, tomado na acepção substancial
(CF, arts. 11, lU, e 51, I, Xe LlV)"
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rogaram;
2. os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou
liberalidade;
3. as dívidas relativas a esses bens.
Observações:
Salvo prova em contrário, presumem-se
adquiridos durante o casamento os bens móveis.
Ao computar-se o montante dos aqüestos,
computar-se-á o valor das doações feitas por um dos cônjuges, sem
a necessária autorização do outro; nesse caso, o bem poderá ser
reivindicado pelo cônjuge prejudicado ou por seus herdeiros, ou
declarado no monte partilhável, por valor equivalente ao da época da
dissolução.
Incorpora-se ao monte o valor dos bens
alienados em detrimento da meação, se não houver preferência do
cônjuge lesado, ou de seus herdeiros, de os reivindicar.
Na dissolução do regime de bens por
separação judicial ou por divórcio, verificar-se-á o montante dos
aqüestos à data em que cessou a convivência.
Se não for possível nem conveniente a
divisão de todos os bens em natureza, calcular-se-á o valor de
alguns ou de todos para reposição em dinheiro ao cônjuge não-
proprietário.
Não se podendo realizar a reposição em
dinheiro serão avaliados e, mediante autorização judicial, alienados
tantos bens quantos bastem.
Na dissolução da sociedade conjugal por
morte, verificar-se-á a meação do cônjuge sobrevivente de
conformidade com os critérios anteriores, deferindo-se a herança aos
herdeiros da forma regulada pelo Direito das Sucessões.
Dívidas:
Pelas dívidas posteriores ao casamento,
contraídas por um dos cônjuges, somente este responderá, salvo
prova de terem revertido, parcial ou totalmente, em benefício do
outro.
As dívidas de um dos cônjuges quando
superiores à sua meação, não obrigam ao outro, ou a seus herdeiros.
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OBSERVAÇÕES:
- Entretanto, o casamento válido somente se dissolve pela morte de
um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção de óbito
estabelecida quanto ao ausente.
- Como se vê, a separação judicial, apesar de acarretar a dissolução
da sociedade conjugal, não põe fim ao casamento válido. Logo, não
autoriza os cônjuges a contraírem novas núpcias.
- Por força da EC 66/10 que alterou o § 6º do artigo 226 da CF,
existe uma corrente que entende que a separação judicial deixou de
existir, uma vez que tal instituto existia como requisito prévio para
concessão do divórcio e, com a entrada edição da referida Emenda
Constitucional que eliminou tal requisito, teríamos então a revogação
tácita dos dispositivos que tratam do assunto no Código Civil.
- Não obstante, ainda existem entendimentos em sentido contrário.
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b)separação litigiosa:
- como sanção - cabível no caso de grave violação dos deveres
do casamento que torne insuportável a vida em comum;
- como falência -cabível no caso de ruptura da vida em comum
há mais de um ano consecutivo, não havendo possibilidade de
sua reconstituição;
- como remédio: cabível quando um dos cônjuges estiver
acometido de grave doença mental, manifestada após o
casamento, que torne impossível a continuação da vida em
comum, desde que, após uma duração de 02 (dois) anos, a
enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável.
- Neste caso, reverterão ao cônjuge enfermo, que não houver
pedido a separação judicial, os remanescentes dos bens que
levou para o casamento, e se o regime dos bens adotado o
permitir, a meação dos adquiridos na constância da sociedade
conjugal.
- Segundo o Código Civil, podem caracterizar a impossibilidade
da comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes
motivos:
a) adultério;
b) tentativa de morte;
c) sevícia ou injúria grave;
d) abandono voluntário do lar conjugal durante um ano contínuo;
e) condenação por crime infamante;
f) conduta desonrosa;
g) outros fatos que, a critério do juiz, tornem evidente a
impossibilidade de vida em comum.
Efeitos:
- Põe termo aos deveres de coabitação e fidelidade recíproca,
bem como ao regime matrimonial de bens;
- Autoriza sua conversão em divórcio após o decurso de um ano,
a contar do trânsito em julgado da sentença que houver
decretado a separação judicial, ou da decisão concessiva da
medida cautelar de separação de corpos. A propósito, pelo art.
8° da lei n° 6.515/77, "a sentença que julgar a separação
judicial produz seus efeitos à data de seu trânsito em julgado,
ou à da decisão que tiver concedido separação cautelar".
Entretanto, "a sentença que decretar ou homologar a separação
judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser
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OBSERVAÇÕES:
- Mesmo após a separação, se um dos cônjuges separados
judicialmente vier a necessitar de alimentos, será o outro
obrigado a prestá-las mediante pensão a ser fixada pelo juiz,
caso não tenha sido declarado culpado na ação de separação
judicial, sendo que se o cônjuge declarado culpado vier a
necessitar de alimentos, e não tiver parentes em condições de
prestá-las, nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será
obrigado a assegurá-los, fixando o juiz o valor indispensável à
sobrevivência (art. 1.704, CC/2002).
- Na vigência do CC/1916, o STJ vinha entendendo que a
renúncia a alimentos manifestada por um dos cônjuges no
acordo quanto à separação judicial era irretratável. Todavia, o
CC/2002 parece ter afastado a possibilidade de haver renúncia
quanto a tais alimentos, notadamente em face do disposto em
seus arts. 1.704 e 1.707;
- Cessa o dever de prestar alimentos, com o casamento, a união
estável ou o concubinato do credor, bem como se este tiver
procedimento indigno em relação ao devedor.
- O STJ já decidiu que é válida e eficaz a cláusula de renúncia a
alimentos, quando não ficou estabelecida qualquer cláusula que
obrigava o ex-marido a prestar alimentos à ex-mulher, em
acordo de separação.
- Segundo o STJ, quem renuncia, renuncia para sempre. o
casamento válido se dissolve pelo divórcio. Dissolvido o
casamento, desaparecem as obrigações entre os então
cônjuges. A mútua assistência é própria do casamento.
- Separação de corpos, admitindo-se esta, inclusive, como
medida preparatória;
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14.5 - DIVÓRCIO
Espécies:
1 - divórcio indireto- PREVISTO ANTES DA EC 66/10, exigia
separação judicial por mais de um ano, contando-se este prazo do
trânsito em julgado da sentença que houver decretado a separação,
ou da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos.
O eventual relacionamento ou convivência dos cônjuges durante esse
prazo de separação judicial não impede a conversão desta em
divórcio. Pode ser litigioso ou consensual; As pessoas que se
encontravam separadas judicialmente antes da EC 66/10
devem realizar tal procedimento.
Efeitos:
- Põe termo à sociedade conjugal e ao vínculo matrimonial, com
cessação dos deveres recíprocos dos cônjuges;
- Torna possível a celebração de novo casamento;
- Partilha dos bens, embora o divórcio possa ser concedido sem
que ela seja definida previamente;
- Suprime o direito sucessório entre os cônjuges;
- Garante pensão alimentícia aos filhos menores e maiores
inválidos, bem como ao cônjuge desprovido de recursos, desde
que, neste último caso, a sentença de divórcio imponha essa
obrigação (art. 1.709, CC/2002), atendendo às mesmas
diretrizes estabelecidas para a fixação da prestação alimentar
entre cônjuges na separação judicial;
- A sentença que a julgar produz seus efeitos depois de
registrada no registro público competente;
- Atribuição da guarda dos filhos menores e maiores incapazes
segundo o que os cônjuges acordarem a esse respeito no
divórcio consensual ou por deliberação do juiz, caso não haja
acordo. Nesta hipótese, deve tal guarda ser atribuída a quem
revelar melhores condições para exercê-la, admitindo-se,
inclusive, no caso de os filhos não deverem permanecer sob a
guarda de seus genitores, o deferimento da mesma a pessoa
que revele compatibilidade com a natureza da medida, de
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Procedimento:
- Trata-se de ação personalíssima, sujeita portanto, ao disposto
no art. 267, IX do CPC.
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57, § 2°, estabelecia que "a mulher solteira, desquitada ou viúva, que
viva com homem solteiro, desquitado ou viúvo, excepcionalmente e
havendo motivo ponderável, poderá requerer ao juízo competente
que, no registro de nascimento, seja averbado o patronímico de seu
companheiro, sem prejuízo dos apelidos próprios, de família, desde
que haja impedimento legal para o casamento, decorrente do estado
civil de qualquer das partes ou de ambas".
Posteriormente, a Constituição Federal de
1988, em seu art. 226, § 3°, passou a dispor que, "para efeito de
proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a
mulher como entidade familiar, devendo alei facilitar sua conversão
em casamento".
Além disso, o § 6° do art. 227 da Lei
Fundamental reconheceu aos filhos, havidos ou não da relação de
casamento, a igualdade de direitos e qualificações, proibidas
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Tendo em vista o texto constitucional, foram
editadas leis de hierarquia inferior a respeito do assunto, devendo-se
ressaltar as relativas à previdência social, que permitiram a inclusão
do(a) companheiro(a) como dependente do segurado em condição
igual à do cônjuge, e, principalmente, as Leis 8.971/94 e 9.278/96,
que regulamentaram o instituto e suas conseqüências jurídicas.
O Código Civil/2002 cuida da união estável
nos artigos 1723 a 1727, fazendo distinção entre união estável e
concubinato ao estabelecer, no artigo 1727, que as relações não
eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem
concubinato.
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OBSERVAÇÕES:
- Entretanto, o Código Civil/2002 não assegura expressamente
ao companheiro sobrevivente direito real de habitação
relativamente ao imóvel destinado à residência da família.
- Entretanto, o Enunciado 117 da I Jornada de Direito Civil: “117:
O direito real de habitação deve ser estendido ao companheiro,
seja por não ter sido revogada a previsão da Lei 9.278, seja em
razão da interpretação analógica do artigo 1.831, informado
pelo artigo 6º, caput, da Constituição Federal”.
- Ainda, impende consignar que a Quarta Turma do Colendo
Superior Tribunal de Justiça, por meio de julgamento
do Recurso Especial nº 1.203.144-RS (2010/0127865-4),
ocorrido em 27/05/2014, de relatoria do Ministro Luís Felipe
Salomão, em ação de manutenção de posse ajuizada antes
mesmo de eventual pedido expresso de reconhecimento de
união estável, manteve decisão que reconheceu o direito real
de habitação a companheira supérstite.
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- no registro do nascimento;
- por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em
cartório;
- por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
- por manifestação direta e expressa perante o Juiz, ainda que o
reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato
que o contém;
XII - o reconhecimento de filho é irrevogável e perpétuo, mesmo
quando feito em testamento, não podendo comportar condição,
termo ou qualquer cláusula que venha a restringir ou alterar os
efeitos admitidos legalmente; tal irrevogabilidade, entretanto, não
obsta a anulação do reconhecimento por vício de consentimento ou
social, nem tampouco por inobservância das formalidades legais;
XIII - o filho reconhecido, enquanto menor, ficará sob a guarda do
genitor que o reconheceu e, se ambos o reconheceram e não houver
acordo, sob a de quem melhor atender aos interesses do menor;
XIV - o filho maior não pode ser reconhecido sem o seu
consentimento e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos
quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação;
XV - a ação de investigação de maternidade ou paternidade pode ser
contestada por qualquer pessoa, que tenha justo interesse;
XVI - a sentença que julgar procedente a ação de investigação
produzirá os mesmos efeitos do reconhecimento; mas pode o juiz
ordenar que o filho se crie e eduque fora da companhia dos pais ou
daquele que lhe contestou essa qualidade;
XVII - a filiação paterna ou materna pode resultar de casamento
declarado nulo, ainda que sem as condições do putativo;
XVIII - no termo de nascimento não se deve fazer qualquer
referência à natureza da filiação, à sua ordem em relação a outros
irmãos do mesmo prenome, exceto gêmeos, ao lugar e cartório do
casamento dos pais e ao estado civil destes (Lei n° 8.560/92 - art.
5°);
XIX - das certidões de nascimento não constarão indícios de a
concepção haver sido decorrente de relação extraconjugal. Também
não devem fazer referência à Lei n° 8.560/92. São ressalvadas
autorizações ou requisições judiciais de certidões de inteiro teor,
mediante decisão fundamentada, assegurados os direitos, as
garantias e interesses relevantes do registrado (Lei n° 8.560/92 - art.
6°).
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V - DO PODER FAMILIAR
1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS
- Os filhos, enquanto menores, encontram-se sujeitos ao poder
familiar, que é "o conjunto de direitos e obrigações, quanto à
pessoa e bens do filho menor não emancipado, exercido pelos
pais, para que possam desempenhar os encargos que a norma
jurídica lhes impõe, tendo em vista o interesse e proteção do
filho" (MHD).
- É irrenunciável, inalienável, imprescritível e incompatível com a
tutela.
- Durante o casamento e a união estável, compete o poder
familiar aos pais.
- A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável
não alteram as relações entre pais e filhos, senão quanto ao
direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os
segundos.
- O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união
estável, não perde, quanto aos filhos do relacionamento
anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem
qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro. Igual
regra se aplica ao pai ou à mãe solteiros que casarem ou
estabelecerem união estável.
- O poder familiar é exercido, em igualdade de condições e em
comum, pelo pai e pela mãe, assegurado a qualquer deles o
direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade
judiciária competente para a solução da divergência o filho, não
reconhecido pelo pai, fica sob poder familiar exclusivo da mãe;
se a mãe não for conhecida ou capaz de exercê-lo, dá-se tutor
ao menor. Na falta ou impedimento de um dos genitores, o
outro exercerá o poder familiar com exclusividade.
- Sempre que no exercício do poder familiar colidir o interesse
dos pais com o do filho, a requerimento deste ou do Ministério
Público o juiz lhe dará curador especial.
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VI - DOS ALIMENTOS
1 -CONCEITO
- São prestações para satisfação das necessidades vitais de quem
não pode provê-las por si. Segundo o art. 1.694 do CC/2002, a
prestação alimentar abrange o necessário para que o
alimentando viva de modo compatível com a sua condição
social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
Entretanto, os alimentos serão apenas os indispensáveis à
subsistência, quando a situação de necessidade resultar de
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3 – CARACTERES:
Do direito à prestação alimentícia:
- É direito personalíssimo;
- É incessível - o direito não pode ser cedido a terceiros, quanto
às prestações vincendas;
- É irrenunciável - pode-se deixar de exercer, mas não se pode
renunciar ao direito a alimentos;
- É imprescritível - o direito a demandar alimentos é
imprescritível, mas prescrevem as prestações já fixadas e
vencidas há mais de dois anos;
- É impenhorável;
- É incompensável;
- É intransacionável - mas o valor das prestações vencidas ou
vincendas pode ser transacionado;
- É atual - visa satisfazer somente as necessidades presentes ou
futuras.
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4. CLASSIFICAÇÃO:
Quanto à natureza: naturais, necessários ou mínimos
(restringe-se ao indispensável ao sustento, vestuário,
habitação, assistência médica, instrução e demais necessidades
básicas); e civis ou côngruos (destinam-se a manter a condição
social);
Quanto à causa jurídica: legais (resultantes de parentesco,
casamento, união estável), voluntários (resultantes de atos
jurídicos inter vivos ou causa mortis) e ressarcitórios ou
indenizatórios (fixados como modo de indenização de danos
decorrentes de ato ilícito). Somente o inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação de prestar alimentos
legais é que pode dar ensejo à prisão civil;
Quanto à finalidade: definitivos ou regulares (são os de caráter
permanente, fixados em sentença ou em acordo devidamente
homologado, embora admitam revisão); provisionais ou ad
fitem (são os determinados em tutela de urgência de certas
ações, destinando-se a manter o demandante durante a
tramitação do processo principal, bem como a viabilizar o
pagamento das despesas com este); e provisórios (Lei
5.478/68, artigo 4° - são os fixados liminarmente na ação de
alimentos sujeita ao rito especial).
6 - EXTINCÃO DA OBRIGACÃO:
Casos:
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VI – BEM DE FAMÍLIA
1 – CONCEITO: É todo imóvel que, por força de lei ou da própria
vontade do dono, se torna inalienável e/ou impenhorável, ficando
reservado à sua família.
É um instituto que visa assegurar um lar à família, excluindo-o da
penhora para o pagamento de débitos posteriores a sua instituição.
Pode ocorrer através de duas espécies:
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2
Esta exceção, prevista no inciso IV do art. 3º da Lei 8.009/90 abrange a dívida oriunda das despesas de
condomínio, podendo, portanto, ser penhorado imóvel residencial. Precedentes do STJ, RESP 99685/RS,
Rel Min. Sálvio de FigueiredoTeixeira.
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BIBLIOGRAFIA
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Família. São Paulo: Saraiva;
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São Paulo: Malheiros;
- GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil: Curso de Direito de
Família. São Paulo: Saraiva;
- GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil: Direito de Família.
Sinopses Jurídicas. São Paulo: Saraiva;
- MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil; Direito de
Família. São Paulo: Saraiva;
- NEGRÃO, Theotônio. Código Civil e legislação civil em vigor. São
Paulo: Saraiva;
- NEGRÃO, Theotônio. Código de Processo Civil e legislação
processual em vigor. São Paulo: Saraiva;
- NERY Júnior, Nelson e Rosa Maria de Andrade Nery. Novo Código
Civil e Legislação Extravagante Anotados; São Paulo: Revista dos
Tribunais;
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Rio de Janeiro: Forense;
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Personalidade; São Paulo: Themis Livraria e Editora;
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São Paulo: Revista dos Tribunais.
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