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: Luciana Tatagiba,
Debora Rezende de Almeida,
Adrian Gurza Lavalle e
Marcelo Kunrath Silva
2022
1ª edição
Porto Alegre
Agradecimentos
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Referências Bibliográficas
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Sobre os colaboradores
Luciana Tatagiba
Debora Rezende de Almeida
Adrian Gurza Lavalle
Marcelo Kunrath Silva
Rebecca Abers
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5 Há consistentes revisões da literatura que explicam de que forma o desenvolvimento das ex-
periências se deu concomitantemente a uma rica e diversificada agenda de investigação voltada a
compreender seus sentidos e efeitos sobre o processo de produção e implementação das políticas
públicas e acesso aos direitos de cidadania (Souza & Vasconcelos, 2006; Reis & Arantes,
2010; Gurza Lavalle, 2011; Buvinich, 2014; Almeida, Cayres & Tatagiba, 2015).
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6 Para análise desses processos em áreas específicas, ver Rodrigues (2020) e Rios (2014) para
políticas de igualdade racial; Matos & Alvarez (2018) para políticas para as mulheres.
7 A coletânea Efetividade das instituições participativas no Brasil: estratégias de avaliação, orga-
nizada por Roberto Pires em 2011, tem o mérito de dar visibilidade ao tema e organizar o debate
que então se fazia de forma pouco sistemática. Nos anos seguintes, essa agenda se complexificou
a partir do avanço teórico e empírico do debate sobre os efeitos dos movimentos sociais sobre
as políticas públicas (Tatagiba & Teixeira, 2016; Carlos, Dowbor & Albuquerque, 2017).
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8 Para releituras desse debate a partir da realidade brasileira, ver Adrian & Szwako (2015) e
Avritzer (2012).
9 Ver também Gurza Lavalle & Szwako (2015).
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2) Perspectiva relacional
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Introdução
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4 O primeiro vídeo da campanha foi veiculado já no dia 16 de abril, com alcance estimado
de 46 mil pessoas, com 1.776 pessoas com envolvimento efetivo na publicação. Disponível em:
<https://www.facebook.com/democraciaparticipacao>.
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1) Colegiado revogado
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15 O chamamento público para credenciamento das organizações já era uma prática es-
tabelecida em alguns conselhos; no entanto, outros processos de eleição foram padronizados
também para esse formato, trazendo maior controle na definição da composição pelo Governo
Federal, destacando-se o fato de que o membro efetivo do conselho é indicado pelo Presidente
da República (e não pela própria organização credenciada).
16 Em função da pandemia do novo coronavírus, a utilização de videoconferência se fez
necessária independentemente dessa normativa, o que certamente amenizou possíveis questio-
namentos a esse formato. Inicialmente, ele era justificado em termos de redução de gastos com
passagens e diárias, mas com possíveis efeitos de limitação ao debate.
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17 No relatório do CNDH, alguns conselhos eram apenas mencionados de forma pontual
como alterados, mas sem nenhuma informação adicional. Nesses casos, tampouco foi possí-
vel encontrar notícias ou outras referências que possibilitassem uma análise qualitativa mais
detalhada. Para esses casos, nossa análise se valeu centralmente da comparação entre os decre-
tos anteriores e novos, cujos achados estão sintetizados no Quadro 2. São os seguintes casos:
CIAMP-Rua, CNIg, CONJUVE, CONATRAP, CONATRAE e CONAD.
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Considerações finais
26 Conselho das Mulheres tem renúncia coletiva em reação a Temer, Rede Brasil Atual. 15
jun. 2016. Disponível em: <https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2016/06/mulheres-
-renunciam-cargos-de-conselho-nacional-por-considerar-governo-temer-patriarcal-1776/>.
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27 A Conferência Nacional Popular da Educação foi organizada pelo Fórum Nacional
da Educação e a Conferência Nacional Popular, Democrática e Autônoma por Soberania
e Segurança Alimentar e Nutricional é convocada pelo Fórum Brasileiro de Soberania e
Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN) e diversas outras entidades que já compuseram
o CONSEA. Mais informações em: <https://fbssan.org.br/> e <https://fne.mec.gov.br/>.
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Introdução1
1 Este trabalho foi construído no quadro dos projetos de pesquisas “Efeitos dos conselhos
gestores nas administrações públicas municipais e na política de assistência social” (CNPq
28/2018) e “Uma análise longitudinal da participação como política pública no Brasil – 1988-
2020” (FAPESP 2019/05959-0).
2 São exemplos a não aprovação pelo Congresso, em 2014, do Decreto que instituía a Política
Nacional de Participação Social; a extinção do Consea e a publicação do Decreto 9759/2019, no
início do governo Bolsonaro (cf. Bezerra, Romão & Rodrigues, neste volume).
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3 Agradecemos a Debora Almeida e Adrian Gurza Lavalle pela leitura da versão preliminar
deste trabalho, cujas considerações nos ajudaram a ajustar e refinar os argumentos aqui expostos.
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4 Não à toa, Gurza Lavalle e Bezerra (2020) notaram que, no diagnóstico que orienta os
esforços destrutivos do governo Bolsonaro em direção às IPs, está o entendimento do papel
estratégico que as organizações da sociedade civil tiveram na governança social dos governos do
PT, com sua significativa entrada nos processos decisórios.
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5 Estamos falando de maior ou menor coesão das comunidades de políticas tendo como refe-
rência suas atuações nas IPs, e não em outros espaços, seguindo a abordagem de Romão, Gurza
Lavalle e Zaremberg (2017).
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Assistência Social
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8 Uma análise dos relatórios das conferências ocorridas nesse período permite agrupar as
preocupações relacionadas aos conselhos em três aspectos: a) aprimoramento das suas condições
de funcionamento, com a disponibilização de infraestrutura necessária; capacitação aos conse-
lheiros; garantia de uma representação plural da sociedade civil, com inclusão de representantes
usuários; garantia do princípio da paridade e alternância da presidência entre sociedade civil e
governo; b) fortalecimento da conexão dos conselhos com a sociedade, com ações de divulgação
do SUAS junto à população, a formação de fóruns regionais e o desenvolvimento de ações de
mobilização social; c) aproximação dos conselhos com outros órgãos de controles estatais, como
a busca de interlocução junto ao Ministério Público, às Defensorias Públicas e demais conse-
lhos. Disponível em: <https://www.ipea.gov.br/participacao/conferências>.
9 Entidades tradicionalmente vinculadas à área, de caráter filantrópico e religioso, passaram
a conviver, nos conselhos municipais e estaduais, com associações mais diversificadas, ligadas à
defesa dos direitos das comunidades negra, LGBTs, indígenas, organizações de geração de em-
prego e renda etc. (Almeida, 2009). Essa convivência, adicionada às próprias mudanças que as
organizações religiosas tiveram que fazer nas suas rotinas e linguagem em função das exigências
do SUAS, possibilitou a absorção de referências importantes da imagem da assistência social
como direito de cidadania, ainda que de forma seletiva e fragmentada (Taborna, 2018).
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10 Instâncias que reúnem gestores municipais e estaduais, no caso da CIB, e federal, no caso
da CIT, para definir pactos de gestão para a área.
11 Em 2014, na campanha eleitoral para Presidência da República, já havia uma percepção
de que a possível derrota do PT nas eleições representaria uma reorientação no comando da
política, com perdas para o SUAS, o que levou à criação do MaisSuas, com o lema “Diga Não
ao retrocesso! Diga Não nas Urnas!”, formado por atores governamentais e da sociedade civil,
que se engajou na campanha da candidata do PT. A vitória de Dilma Rousseff, como se sabe,
não atenuou as pressões e a ascensão da agenda conservadora no período, e o desfecho foi sua
deposição em 2016. Nesse ano, outra articulação foi formada por organizações da sociedade
civil: a Frente Nacional em defesa do SUAS e da Seguridade Social (FNDSUAS), agora sem as-
sociação imediata com a defesa dos governos petistas, mas orientada a fazer oposição ao governo
Michel Temer na defesa da política. Essas mobilizações não foram construídas num vácuo, já
que, como dissemos, na esteira da implementação do SUAS, seus defensores na sociedade civil
acumularam importantes recursos organizacionais. Agradecemos o trabalho de Maithê Potrich,
bolsista de iniciação científica/UEM, que nos ajudou nessa coleta de dados.
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13 Essa diversidade se expressou com peculiaridades ao longo do tempo, mas uma das cliva-
gens importantes presente dizia respeito às divergências em torno de uma atuação mais próxima
ou distante de Estado e partidos políticos (cf. Alvarez et al., 2003).
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Meio Ambiente
14 As primeiras ações de política ambiental datam da década de 1930 (Oliveira, 2008;
Losekan, 2009; Araújo, 2013). Não obstante, um marco temporal importante foi o ano de
1981, ainda durante o regime militar. Pouco antes, em 1973, havia sido criada a Secretaria do
Meio Ambiente (Sema), subordinada ao então Ministério do Interior, como resposta concreta à
famosa conferência de Estocolmo, realizada em 1972. Em 1981, foi promulgada a Lei 6.938, que
criou a Política Nacional do Meio Ambiente, o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama),
o Cadastro de Defesa Ambiental e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
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15 Para Losekan (2009, p. 1897), as duas primeiras conferências nacionais do meio ambiente
foram “mais um espaço estatal de interlocução do que um momento de encontro de sociedade
e Estado. Do ponto de vista da influência na política ambiental, as duas primeiras conferências
não impactaram as decisões políticas”, diz a autora, o que reforça o papel episódico das IPs na
área.
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Considerações Finais
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Introdução
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3 Seguindo a definição de Sabatier e Jenkins-Smith (1993), por subsistema estamos nos refe-
rindo ao conjunto de atores que tentam influenciar a política em determinada área ou domínio,
e que vão constituindo coalizões de acordo com ideias e crenças compartilhadas a respeito da
natureza do problema e das soluções a serem adotados pela política.
4 Utilizamos o conceito de desmantelamento de políticas públicas tal como definido por
Bauer et al. (2012): “a change of a direct, indirect, hidden or symbolic nature that either dimin-
ishes the number of policies in a particular area, reduces de number of policy instruments used
and/or lowers their intensity. It can involve changes to these core elements of policy and/or it
can be achieved by manipulating the capacities to implement and supervise them” (Bauer et al.,
2012, p. 36). Nesse sentido, adotamos os termos “desinstitucionalização de encaixes institucio-
nais” ou “desencaixe” para nos referirmos a processos específicos de reversão da institucionaliza-
ção de encaixes institucionais, inseridos ou não em processos mais amplos de desmantelamento
de políticas públicas. Por limitação de espaço, no presente capítulo a discussão teórica sobre a
relação entre desmantelamento de políticas públicas e (des)encaixes não pode ser desenvolvida,
e é objeto de artigo no prelo (Penna, Trindade & Serafim, 2021).
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5 Exemplo disso é o exposto por Almeida et al. (2020) ao analisar as formas de ação criativa
dos atores no interior das instituições participativas (IPs) pós-2016. As autoras argumentam
que determinados repertórios que seriam modulares de alguns movimentos podem tornar-se
singulares quando aplicados em um contexto institucional. Assim, destacam a importância de
se compreender como os atores de movimentos sociais e Estado processam conflitos através e
além das instituições do Estado.
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9 De acordo com o Relatório da CPT de 2019 sobre Violência no Campo, o ano de 2017
representa um aumento significativo no número de assassinatos no campo, tendência que con-
tinuará alta nos dois anos seguintes.
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Conclusões
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Leonardo Avritzer
Eduardo Moreira da Silva
Priscila Delgado de Carvalho
Priscila Zanandrez
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1 Alguns casos marcantes nesse sentido são como o da cidade de São Paulo entre 2001 e
2004 ou os municípios analisados por Souza (2021) e Romão (2010). Episódios de disputas
são encontrados também em conselhos de direitos, como os que levaram à saída de ativistas
rurais do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) na esteira da aprovação do uso
dos transgênicos, ou os episódios de renúncia coletiva no Conselho Nacional dos Direitos da
Mulher (CNDI) em 1995; duas décadas depois, houve nova renúncia em 2016 (Santos, 2021).
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2 Alguns trabalhos, porém, apontam para deficiências na articulação do apoio ao decreto com
atores externos ao governo, incluindo ativistas e movimentos sociais (Magalhães et al., 2021;
Gurza Lavalle & Szwako, 2014).
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Conclusão
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Introdução
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2 Em alguns momentos do texto, nos referimos apenas a movimentos sociais de forma gené-
rica, mas considerando que há várias formas associativas e de ativismo nas candidaturas.
3 Agradecemos a Lucas Galvão e Luciana Feitosa estudantes de graduação em Ciência
Política na Universidade de Brasília, e a Luana de Brito da Universidade Federal de Santa
Catarina pela coleta de informações para compor o banco de dados, o qual conta com financia-
mento do Projeto de Pesquisa FAP-DF “Movimentos sociais no sistema político”.
4 Na análise dos dados apresentados por ambos os relatórios, algumas candidaturas foram
excluídas, pois apresentavam nome de coletivas ou compartilhadas – no site do TSE –, mas
não encontramos nenhuma informação que confirmasse o dado. Outras candidaturas foram
incluídas.
5 Entrevistas realizadas no âmbito do Projeto “Representação democrática e sociedade
civil: entre a accountability e a responsividade”, financiada pelo Edital Universal CNPQ n.º
426882/2016-4, e da Bolsa de Produtividade de Debora Almeida.
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Fonte: Elaborado pelas autoras a partir da revisão de Secchi et al. (2020), INESC (2020).
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6 Uma pesquisa qualitativa mais ampliada seria necessária para melhor caracterizar esses
movimentos.
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Fonte: Elaborado pelas autoras a partir da revisão de Secchi et al. (2020), INESC (2020).
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11 Em 2018, o Supremo Tribunal determinou que os partidos destinassem o percentual mí-
nimo de 30% dos recursos do fundo partidário a candidaturas de mulheres.
12 O autor aqui refere-se especialmente à implantação do processo de eleições diretas (PED),
que enfraqueceu os encontros do partido, uma vez que ocorrem depois da diretoria eleita, e con-
feriu um tom plebiscitário à estrutura, comprometendo a accountability interna, o debate entre
correntes, podendo afetar a qualidade da participação.
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13 Importante destacar que, se em 13 casos não foi possível encontrar o número de coverea-
dores, essas candidaturas indicavam a proposta de mandatos compartilhados após as eleições,
incluindo a preocupação com a inclusão de diferentes perspectivas ao longo do mandato.
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16 Estatísticas disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral. Disponível em: <https://
www.tse.jus. br/eleicoes/estatisticas/estatisticas-eleitorais>.
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Fonte: Elaboração das autoras a partir da revisão de Secchi et al. (2020), INESC (2020).
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Fonte: Elaborado pelas autoras a partir da revisão de Secchi et al. (2020), INESC (2020).
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17 A esquerda é composta por PCO, PSTU, PSOL, PCB, UP; a Centro-esquerda por
PCdoB, PT, PSB, PDT, PROS, PV; o Centro por AVANTE, PSDB, MDB, Cidadania, REDE,
PMN, PTB, SD, PMB; a Centro-direita: PTC, PODEMOS, Republicanos, PSC, PRTB, DC,
PL, Patriota, PSD, e a Direita: PP, DEM, PSL, NOVO.
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Considerações finais
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Introdução1
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6 Uma das abordagens que faz essa associação é aquela que analisa os conflitos políticos
contemporâneos a partir do conceito de “guerra cultural” (Smith, 2019; Solano, Ortellado
& Moretto, 2017). Uma crítica a essa abordagem encontra-se em Williams (2003) e Kniss
(2003).
7 Para análises empiricamente fundamentadas sobre as diferenças de posicionamentos polí-
ticos entre lideranças políticas evangélicas no Congresso Nacional e a população evangélica ver
Almeida (2017) e Prandi e Santos (2017).
8 Agradecemos a leitura cuidadosa por Joanildo Burity de versão anterior deste texto. Seus
comentários generosos contribuíram muito para o aperfeiçoamento do texto especialmente no
que se trata da nossa compreensão da definição operacional dos evangélicos progressistas.
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Nós tivemos pastores que foram expulsos das suas comunidades porque
não apoiaram Bolsonaro. [...] E romper com essas comunidades de fé
é muito doloroso porque a gente rompe com nosso círculo social, com
nossos vínculos afetivos. Então foi um processo muito doloroso. E ainda
tá sendo para muitas pessoas (Entrevista 5, março de 2021).
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Não basta você ter um discurso da esquerda, tem que ter base Bíblia,
para você poder mexer com as pessoas... eu vou defender os direitos das
mulheres, não porque o pessoal tá dizendo. É porque a bíblia diz: Jesus
tratou as mulheres com igual respeito e conversou com elas quando nin-
guém falava com elas, sentou para conversar de igual para igual... Então
isto tem um apelo muito grande para as mulheres, neste empoderamen-
to, reconhecimento nesta dignidade (Entrevista 3, fevereiro de 2021).
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O Abrigo era uma comunidade religiosa que até o início de 2021 não ti-
nha sede, reunindo-se em bares, parques e outros espaços públicos da cidade. A
comunidade não apenas atendia as necessidades espirituais dos próprios fiéis,
mas também participava de atividades políticas e sociais: projetos de extensão,
projetos sociais, ao lado de encontros e atividades nas redes sociais para realizar
debates políticos e religiosos. Os membros de O Abrigo acabaram criando o
movimento Cristãos Contra Fascismo. Assim, a criação de um espaço seguro
para pessoas que pensavam de maneira semelhante foi um passo inicial para
o fortalecimento de um grupo que depois pôde embarcar em iniciativas que
buscavam incidir sobre o sistema político.
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Porque é sempre a discussão que a gente faz, que a gente fazia e continua
fazendo, como que chegar nas bases das igrejas né? [...] Como enviava
cartão e formava grupos de oração, a ideia era essa, a provocação inicial
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16 BISBO, Jemima; LESSA, Marcos André. 2021. Bolsonaro distorce informações
na Cúpula do Clima. Coletivo Bereia. Disponível em: <https://coletivobereia.com.br/
bolsonaro-distorce-informacoes-na-cupula-do-clima/>.
17 CUNHA, Magali. 2021. Bolsonaro usa informação falsa sobre a Bíblia em discurso em
que desdenha do sofrimento pela pandemia. Coletivo Bereia, Disponível em: <https://coleti-
vobereia.com.br/bolsonaro-usa-informacao-falsa-sobre-a-biblia-em-discurso-em-que-desde-
nha-do-sofrimento-pela-pandemia/>.
18 Disponível em: <https://www.facebook.com/cristaoscontraofascismo2>.
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A gente fica entre dois mundos sabe? Porque nós não somos aceitos
pelo modelo convencional de igreja, porque nos acham comunistas, nos
acham de esquerda demais. E nós não somos muito bem-vistos pela
esquerda por sermos cristãos. Então a gente fica meio que no limbo
(Entrevista 5, março de 2021).
Sofri muitas violências [...], foi muito tenso na igreja [evangélica], por-
que eu nunca entendi esse lugar da opressão entre muros da igreja. [...]
Eu não podia depois de uma chacina na favela não participar de uma
manifestação, ou não puxar uma manifestação [...]. A cristandade é
diversa. Tem gente fazendo os enfrentamentos dentro das suas igre-
jas (Monica Francisco, Pastora e Deputada Estadual/RJ, pelo PSOL,
ex-assessora do Gabinete de Marielle Franco, em entrevista ao canal
#Potência Negra, publicado em 13 de novembro de 2019)20.
E o nosso modelo de luta é dizer assim: “Não, nós que estamos seguindo
a Jesus. (Risos). Quem não luta pela justiça e igualdade não entendeu o
significado da vida de Jesus”. Essa dinâmica eu acho que é a dinâmica
essencial do enfrentamento intracampo que você tem no mundo evan-
gélico (Entrevista 8, março de 2021).
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Esse foi o outro grande erro da esquerda: abaixo do Equador todos nós
somos religiosos. [...] A esquerda esqueceu disso. [...] Tem um falso
imaginário na esquerda de que quando as pessoas melhorarem de vida,
começar a estudar, vão virar ateus. Mas a fé é muito mais profunda que
isso. A fé é um jeito de se enxergar na vida, é um jeito de se explicar na
vida. [...] Por que os trabalhadores e as trabalhadoras estão cada vez
mais se tornando evangélicos? Isso é movimento de base, de fé, eles não
estão se tornando evangélicos por causa da fome, eles estão se tornando
evangélicos por causa da dignidade (Pastor Ariovaldo, em entrevista ao
Canal Brasil de Fato)22.
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Já recebi muita crítica por estar dentro da igreja, de gente que não en-
tende o trabalho que a gente tá fazendo. Mas quando um jovem dentro
da igreja [por exemplo, homossexual] está passando por uma situação de
exorcismo, e sem condição sequer de negociar com a família, é a gente
que tá lá segurando as pontas, quem tá lá dentro para prestar socorro. É
a gente que conhece o vocabulário teológico, o vocabulário religioso, que
vai conseguir sensibilizar aquele líder religioso, aquela família. É uma
disputa de terreno que é muito importante, e muito dura, e muita cara
(Camila Mantovani, em entrevista ao canal #Potências Negras, publica-
do em 27 de novembro de 2019)24.
E continua:
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No maior assentamento [do MTST] eles iam fazer uma festa de Natal.
Aí tinha uma assembleia para decidir as bebidas e comidas, e a cerveja
foi colocada em votação e cerveja perdeu. Isto nunca tinha acontecido
ao longo dos anos do movimento. Até alguém propôs vinho, o argu-
mento que levantaram foi vinho pode, porque Jesus tomou vinho. Então
teve o primeiro Natal do maior assentamento do MTST sem cerveja.
Isto dá a dimensão [...] entre 60 e 70% das pessoas que estão assentadas
ali vem do movimento evangélico, vem da fé evangélica (Entrevista 2,
fevereiro de 2021).
Tudo isso indica que uma agenda central para pesquisa futura é explorar
as implicações para o ativismo progressista da expansão da fé evangélica, e
especialmente pentecostal, nas periferias urbanas e rurais do país.
Conclusão
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Introdução
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1 Sobre contramovimentos científicos, ver Nowotny (1979); sobre a dignidade docente, ver
Weber (1973); para uma defesa da autonomia universitária, ver Merton (2013).
2 Ver “El pensamiento bajo amenaza. Situación de la libertad académica y la autonomía uni-
versitaria en Venezuela” (Bolivar, 2017).
3 Em seus dois mandatos, FHC pretendeu, mas, de fato, não fez uma reforma universitária
no setor público do ensino superior brasileiro, de modo a fazê-lo no regime do setor privado;
ver Aguiar (2013).
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-tem-maioria-contra-lei-de-alagoas-inspirada-no-escola-sem-partido.htm>.
18 Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/politica/republica/eleicoes-2018/
6-pontos-para-entender-o-que-bolsonaro-faria-como-presidente-4dlkzrjl7ffo74j2xar1zk3q1>.
19 Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/bolsonaro-quer-resgatar-
-educacao-moral-e-civica-no-curriculo-das-escolas-b4w9vbdgd9pm4pjppm2ho9o7z/>.
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32 Sobre essa ilusão, ver “Excelência acadêmica requer custeio público” (Negri, Knobel &
Cruz, 2018).
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37 Momento emblemático desses episódios – e que remete àquela associação entre anti-in-
telectualismo e fascismo – esteve na retirada à força de uma bandeira do movimento estudantil
que dizia “Direito UFF Antifascista”.
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Conclusão
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Viktor Chagas
Michele Goulart Massuchin
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1) Identidade
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Introdução
1 Este capítulo se beneficiou muito dos comentários feitos à sua primeira versão pelas orga-
nizadoras e organizadores deste livro. Agradecemos a todas e todos e assumimos a responsabi-
lidade pelo resultado.
2 Segundo Almeida (2018), o conceito de neoconservadorismo seria uma versão mais recente
do conservadorismo clássico, incorporando aos ideais de preservação da sociedade tradicional a
contrarreação ao Estado de Bem-Estar Social.
3 Estamos nos valendo da definição de projeto político oferecida por Dagnino, Olvera e
Panfichi (2006), a saber: conjuntos de crenças, interesses, concepções de mundo que orientam a
ação dos atores sociais e políticos em disputa.
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7 Pereira (2018) e Silva e Pereira (2020) mostram como a correlação de forças em sua base de
apoio explica o posicionamento da Presidente Dilma em relação à política em discussão.
8 Resende e Faria (2020) chamaram atenção para o fato de que as audiências públicas reali-
zadas no Congresso Nacional para debater o PL 7180/2014 (BRASIL, 2014), conhecido como
o PL do Escola sem Partido, estimularam o mesmo debate nas Casas Legislativas estaduais e
municipais.
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9 Para uma análise sobre esse tema, ver nesta coletânea o capítulo de José Szwako e Rafael
Souza.
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10 O portal e as páginas nas redes servem como repositórios de documentos, instruções,
denúncias e informações sobre “doutrinação ideológica”.
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11 Graças ao esforço de compilação desses projetos pela professora Fernanda Moura e pelos
integrantes do coletivo Professores contra o Escola Sem Partido, é possível acompanhar essas
informações no seguinte endereço eletrônico: <https://pesquisandooesp.wordpress.com>.
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13 Votaram a favor: Álvaro Damião (DEM), Autair Gomes (PSD), Bim da Ambulância
(PSD), Bispo Fernando Luiz (PSD), Catatau do Povo (PSD), Coronel Piccinini (PSD), Eduar-
do da Ambulância (PSD), Elvis Côrtes (PSD), Fernando Borja (AVANTE), Flávio dos Santos
(PSC), Irlam Melo (PSD), Jair Bolsonaro Di Gregório (PSD), Jorge Santos (REPUBLICA-
NOS), Juninho Los Hermanos (AVANTE), Maninho Félix (PSD), Marilda Portela (CIDA-
DANIA), Mateus Simões (NOVO), Orlei (PSD), Pastor Henrique Braga (PSDB), Pedrão do
Depósito (CIDADANIA), Professor Juliano Lopes (PTC), Ramon Bibiano (PSD), Reinaldo
G. Preto Sacolão (MDB), Wellington Magalhães (DC), Wesley Autoescola (PROS). Alguns
vereadores proponentes não votaram a favor do PL 274/2017, como pode ser comparado com
a Tabela 1. Outros vereadores estiveram ausentes do Plenário no dia da votação, como Carlos
Henrique e Helinho da Farmácia. A vereadora Nely Aquino era a presidente da CMBH no
mandato 2019-2020 e, por isso, não votou a matéria. Por fim, os vereadores Osvaldo Lopes
e Rafael Martins foram eleitos Deputados Estaduais em 2018, dando lugar para os suplentes
César Gordin (ausente da votação) e Ramon Bibiano (votou a favor), respectivamente.
246
14 Optamos por coletar os dados dois dias depois da aprovação, pois a raspagem nos oferece
dados de até uma semana antes. Com disso, pudemos incluir na rede a maior parte dos tweets
relativos ao debate em torno do PL 274/2017. Se coletássemos no mesmo dia da aprovação da
proposta, perderíamos as réplicas do debate nos dias posteriores e, se coletássemos muito tempo
depois, incorreríamos no erro de coletar dados que não se refeririam a esse debate.
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Essa rede nos indica uma alta separação entre os grupos (clusters) e uma
baixa interação entre os nós de diferentes grupos. Analisando os dois prin-
cipais grupos formados, percebe-se a ausência de interação entre os nós dos
diferentes clusters, o que denota alta polarização do debate, representando flu-
xos comunicacionais muitos circunscritos a cada grupo, insulados em “bolhas
de interação”, sem conexões com as visões de mundo opostas, como apontam
diversos estudos sobre as redes sociais (Mutz, 2006; Himelboim, Smith &
Shneiderman, 2013; Vaidhyanathan, 2018).
O cluster principal, aquele identificado com a posição contrária ao PL
274/2017, dominou os debates e foi, conformado, principalmente, pelos perfis
“Opositor A”, “Daniel Cara”, “Opositor C”, “Opositora D” e “Opositor E”15.
Todos podem ser considerados perfis progressistas. “Opositora D” é filia-
da ao Partido dos Trabalhadores (PT) e se descreve como “lulista”; “Daniel
15 Os perfis de pessoas que não são consideradas figuras públicas foram anonimizados.
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16 Com exceção de Jair Bolsonaro, todos os demais perfis que não são de figuras públicas
foram anonimizados.
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17 Vale lembrar que a Frente Cristã na CMBH congrega representantes de diversos segmen-
tos religiosos (evangélicos, católicos e espíritas).
18 Deputado Bruno Engler (PSL), representantes do Deputado Coronel Sandro (PSL), os
vereadores Wesley da Autoescola (PRP) e Fernando Borja (AVANTE) e Deputada Estadual de
Santa Catarina, Ana Caroline Campagnolo (PSL).
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19 Uma das lideranças que esteve à frente da organização do I Seminário Mineiro do Escola
sem Partido também faz parte da Rede Estadual de Ação pela Família.
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Introdução1
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3 Lutas pela democratização remetem às lutas pelo reconhecimento, mas não são sinônimos.
As lutas pelo reconhecimento incluem às pela democratização, mas consideram também outras
multíplices experiências de lutas sociais de ampliação de direitos, e, mais geralmente, de supera-
ção de situações de indignidade (Honneth, 1997).
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4 Para uma das formulações mais influentes da noção ao de espaços na literatura internacio-
nal, ver o trabalho de Cornwall e Coelho.
5 O caso mais visível dentre os casos pioneiros nos municípios do país.
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6 Seria possível incluir audiências, consultas, comitês de bacia, observatórios temáticos ou es-
pacialmente definidos, comissões e comitês participativos, planos diretores, dispositivos digitais,
órgãos instituídos sob as ideias de “governo aberto” e “transparência” etc.
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10 A relação conceitual entre efetividade e participação, do ponto de vista da estrutura básica
do conceito, será abordada na próxima seção.
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11 Note-se, a participação como categoria prática é política. Há agir por si, mas não comporta
a diferenciação entre agir em si e para si, que supõem um terceiro observador e, nesse sentido,
remete ao plano das categorias teóricas. Tampouco comporta distinções oriundas das teorias da
agência (politológicas, sociológicas ou filosóficas) que explicam o que os agentes fazem e, por
definição, diluem a ilusão da agência própria do mundo dos atores (Pena, 2012). Sobre o papel
da ilusão necessária na participação, ver Szwako (2012).
12 Emblematicamente, as narrativas zapatista e autonomista, entre outras, reivindicam a pos-
sibilidade factual de anular tal cisão mediante a criação sugestiva de oximoros como “mandar
obedecendo”.
13 Cabe lembrar que tal conexão jaz na base da utopia política moderna do poder legítimo
como um poder consentido ou não cindido em relação à volição e o juízo da sociedade: o ideal
de que o homem obedeça à Lei por ele produzida como um ato de realização de sua liberdade;
ato de autodeterminação – na sua condição de cidadão – mediada pela Lei. No plano macro-his-
tórico, é a separação ou cisão entre o corpo político (Estado) e o corpo social (sociedade civil),
e a desnaturalização do poder (tipicamente o Monarca) como encarnação da unidade de ambos
que funda a problemática moderna da legitimidade, animando uma longa tradição de debates
na filosofia e teoria políticas acerca da reconexão entre política e sociedade em registros compa-
tíveis com a república, ou, na linguagem política do século XX, com a democracia (Luhmann,
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1993). Na participação como categoria prática, essa reconexão ou conciliação não é necessária,
pois inexiste a cisão.
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Introdução
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Organização e cultura
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1 Clemens (1993, 1996, 2010) também se contrapõe à “lei de ferro da oligarquia” ao indicar
que inovações nos repertórios organizacionais produzidas por meio de processos de bricolagem
são capazes de produzir mudanças institucionais no campo no qual essas organizações estão
situadas, rompendo com a tendência de cooptação indicada por Michels.
2 Por sua vez, de acordo com a autora, os modelos organizacionais “compreendem tanto
padrões para os arranjos de relações no interior de uma organização como conjuntos de roteiros
para a ação culturalmente associados com esse tipo de organização” (Clemens, 2010, p. 164).
3 Ver, por exemplo, McAdam (1982).
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A lógica colaborativa das redes ressoa com uma visão compartilhada dos
fazeres dos grupos que está diretamente relacionada à autodenominação
“coletivo”. Para os grupos que se entendem no campo político anticapi-
talista, soma-se uma camada conceitual dessa prática, pois a organização
colaborativa permite exercitar formas que sejam opostas à lógica indi-
vidualista e competitiva do capitalismo (Valiengo & Oliveira, 2020,
p. 86).
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6 A perspectiva de Warner pode ser vista uma crítica a autores como Marshall McLuhan e à
Escola de Toronto de teoria da comunicação.
7 Mesmo assim, uma agenda de pesquisa de maior fôlego do que este capítulo precisaria dar
conta dos grupos ativistas que se reivindicam como coletivos, autônomos e horizontais, mas
que não são explicitamente anarquistas ou autonomistas; uma hipótese alternativa seria buscar
explicações mais profundas do que a adesão explícita a valores libertários, tais como os processos
contemporâneos de socialização e de individuação (Castells, 2013; Dubet, 1996).
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8 Nesse sentido, Tori, Homma e Fiacadori (2020) perdem uma oportunidade preciosa de
explorar como atores políticos com valores diversos mobilizam diferencialmente as noções de
“coletivo”, “horizontalidade” e “autonomia”. Seu artigo analisa as ocupações secundaristas em
2015 em São Paulo e como dois atores formados por apoiadores da mobilização estudantil (O
Mal Educado e Não Fechem Minha Escola) utilizaram a rede social Facebook por meio de
suas respectivas páginas. Os autores caracterizam O Mal Educado como um coletivo e, a seguir,
descrevem a página Não Fechem Minha Escola como formada por “ativistas autônomos” ou
“independentes” (Tori, Homma & Fiacadori, 2020, p. 100, 108), não deixando claro se essa
classificação está baseada em categorias nativas ou se são imputações analíticas realizadas pelos
pesquisadores. Por conta de outra pesquisa realizada por um dos autores (Campos, Medeiros
& Ribeiro, 2016), foi possível mapear como O Mal Educado era um coletivo que reivindicava
abertamente uma identidade coletiva e uma cultura política autonomistas, com estreitas ligações
com o também autonomista Movimento Passe Livre de São Paulo (MPL-SP), e como a página
Não Fechem Minha Escola possuía ligações estreitas com o coletivo Juntos, a juventude parti-
dária da tendência MES (Movimento Esquerda Socialista) do PSOL. O problema de pesquisa
poderia ter buscado a articulação entre categorias nativas e categorias analíticas (ou seja, proble-
matizações sociológicas) para dar conta de como e porque um coletivo partidário de inspiração
neotrotskista (vanguardista, portanto) poderia ser compreendido ou não como participando de
um grupo de ativistas “autônomos” ou “independentes” (noções centrais para a identidade co-
letiva de outro ator político, concorrendo por apoio entre a base de estudantes secundaristas
mobilizados e na própria esfera pública mais ampla). A hipótese expressa em Campos, Medeiros
e Ribeiro (2016, p. 159) se liga a um diagnóstico de que uma cultura política de desconfiança
enraizada na sociedade com relação ao sistema político leva atores político-partidários a se apre-
sentarem como autônomos e horizontais a fim de buscar maior eficácia em seu papel de apoio
no seio da sociedade civil e de disseminação de informações nas redes sociais.
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Considerações finais
Iniciamos este capítulo com uma pergunta: por que a categoria “co-
letivos” se fortalece na gramática ativista como uma alternativa a outras que
nomeiam formas de organização política tidas como diversas (tais como “mo-
vimentos sociais”) mesmo diante de eventuais semelhanças em suas práticas?
Para respondê-la, realizamos aqui cinco deslocamentos analíticos.
Primeiro nos afastamos de explicações técnico-deterministas que bus-
cam explicar o surgimento dos coletivos por mudanças tecnológicas. Segundo,
colocamos em suspenso desde a formulação dessa problemática a noção de
“coletivos” e a concebemos como uma categoria nativa que reúne formatos
organizativos diversos. Terceiro, suspendemos também o caráter analítico da
associação entre coletivos e valores como horizontalidade e autonomia, pas-
sando a tomá-las como associações metonímicas. Dessa forma, não tomamos
a “autonomia” e “horizontalidade” como valores inerentes aos coletivos, mas
como características que são associadas pelos sujeitos aos seus próprios mode-
los organizativos.
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Introdução
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Ativismo para além das fronteiras entre sistema político e sociedade civil
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2 É extensa a literatura sobre esse tema. Ver, por exemplo, Almeida (2017), Avritzer (2008) e
Montambeault (2018).
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3 Esse argumento aparece, por exemplo, em Benett e Segerberg (2013); Earl e Kimport
(2011). Para uma revisão crítica desse debate, ver von Bülow (2018).
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4 Ver, por exemplo, as definições de movimentos sociais propostas por Diani (1992) e Tilly
(2004).
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5 Há uma discussão recente, no Brasil, sobre a relação entre marcas, consumo e ativismo
digital, por exemplo no caso dos debates sobre transição capilar e racismo. Ver Camargo (2021).
6 Para uma revisão da história do conceito de “affordances”, ver, por exemplo, Hopkins (2016).
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As forças políticas que elegeram (os presidentes) Lula e Dilma são mi-
noritárias nas redes sociais desde os movimentos de 2013. [...]. Apenas
as páginas oficiais Portal Brasil/Blog do Planalto/ Facebook da Dilma
e o site do PT seguem defendendo o governo, mas suas mensagens não
conseguem ser reverberadas fora da sua corrente de seguidores. Ou seja,
o governo e o PT passaram a só falar para si mesmos (SECOM, 2015).
9 Como afirmam von Bülow e Dias (2019), há evidência de uso de ferramentas automatiza-
das por parte de várias contas nas redes mapeadas.
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11 Ver, por exemplo, o livro escrito pelos fundadores do Vem Pra Rua, Chequer e Butterfield
(2016, esp. cap. 9).
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Introdução
1 Este texto integra as ações do projeto “A democracia deliberativa em face da crise da demo-
cracia: contribuições, dilemas e trilhas” e conta com financiamento do CNPq (423218/2018-2).
Somos gratos aos integrantes do Margem – Grupo de Pesquisa em Democracia e Justiça e aos parti-
cipantes de evento intermediário do GT de Participação Política da ABCP, em Belo Horizonte
(2019), quando versão preliminar do texto foi discutida.
2 Professor do Departamento de Ciência Política da UFMG. Bolsista do CNPq, pesqui-
sador do INCT em Democracia Digital e coordenador do Margem – Grupo de Pesquisa em
Democracia e Justiça.
3 Professora do Mestrado Profissional em Poder Legislativo do CEFOR/Câmara dos
Deputados, pesquisadora do INCT em Democracia Digital e do Centro para Engajamento
Democrático da Universidade de Leeds.
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Considerações finais
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Introdução
1 Ver: <https://uab.capes.gov.br/36-noticias/9979-avaliacao-medira-impacto-social-
-e-insercao-regional-das-pesquisas#:~:text=Avalia%C3%A7%C3%A3o%20medir%-
C3%A1%20impacto%20social%20e%20inser%C3%A7%C3%A3o%20regional%20
das%20pesquisas,-Publicado%3A%20Quarta%2C%2023&text=Atuando%20na%20mo-
derniza%C3%A7%C3%A3o%20do%20Sistema,um%20mais%20amplo%2C%20o%20
multidimensional>.
2 Projeto nº 88881.118026/2016-01 da Chamada n.° 6/2016, CAPES-FAPEMIG-FAPES-
CNPq-ANA. Essa chamada buscava projetos de “Apoio a Redes de Pesquisa para Recuperação
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5 “Investigar [...] o pensar dos homens referido à realidade é investigar seu atuar sobre a rea-
lidade, que é sua práxis” (Freire, 2017, p. 136).
6 Entre esses inúmeros intelectuais destacamos, e a ele dedicamos este capítulo, o Prof. Lúcio
Kowarick, intelectual que nos deixou “o legado de um pensamento comprometido com a ação”
(Telles & Rolnik, 2020), falecido em agosto de 2020, cuja abordagem sobre a “espoliação
urbana” ancorou um vigoroso movimento pela Reforma Urbana.
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1) A Pesquisa Participativa
7 Essa abordagem entende a política pública como produto da relação entre atores sociais e
estatais e destaca a relevância das conexões entre eles. Em nosso caso, se trata também de atores
não estatais, com responsabilidades públicas, como a Fundação Renova, também responsável
pelas políticas de reparação do desastre-crime.
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Para mim a realidade concreta é algo mais do que fatos ou dados to-
mados mais ou menos em si mesmos. Ela é todos estes fatos e todos
estes dados e mais a percepção que deles esteja tendo a população neles
envolvida. Assim, a realidade concreta se dá a mim na relação entre ob-
jetividade e subjetividade. [...] Se a realidade se dá a mim não como algo
parado, imobilizado, mas na relação dinâmica entre objetividade e sub-
jetividade, não posso reduzir os grupos populares a meros objetos de mi-
nha pesquisa [...] me interessa conhecer os modos de pensar e os níveis
de percepção do real dos grupos populares [...]” (Freire, 1981, p. 34).
2) A Ciência Pós-normal
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8 O neo-institucionalismo histórico é uma corrente na ciência política que resgata o papel das
instituições não apenas como cenário na política, mas como atores cuja agência é relevante na
interação com outros atores, do mercado e da sociedade por exemplo.
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9 Conforme seus estatutos, a Fundação Renova é uma pessoa jurídica de direito privado, sem
fins lucrativos, criada para ser o braço executivo da recuperação dos impactos causados pelo
rompimento da barragem de Fundão. Foi criada pelo TTAC em 2016 para integrar o sistema
de governança do desastre; exerce funções públicas e é aqui considerada uma instituição pública.
10 Skocpol apresenta esse conceito a partir de sua obra Mothers and Soldiers quando narra os
processos de conquistas institucionais (especialmente previdenciárias) obtidas pelas organiza-
ções de mães dos soldados da guerra da secessão norte americana. A ideia serve para mostrar
por que as organizações das mães conseguem maior sucesso em conseguir “encaixes” do que
outros grupos.
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12 Devido à pandemia da Covid 19, foi necessário criar formas de comunicação virtual capa-
zes de alcançar as comunidades atingidas.
13 O Boletim Técnico pode ser acessado no site do projeto ou em: <https://app.box.com/s/
wbpg8wkm6qr ka1ecpyw37b2d28j5em93>.
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2) Ganhos Sociais
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3) Ganhos analítico-acadêmicos
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14 A apresentação dessas reflexões poderá ser encontrada na obra organizada por Gurza
Lavalle e Carlos, no prelo.
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Monika Dowbor
Euzeneia Carlos
Kellen Gutierres
Luciana Andressa M. de Souza
Introdução
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desses estudos passou a focar na capacidade que os Estados – já constituídos – teriam ou não
para atingir objetivos a partir de políticas públicas que concretizassem a provisão de bens e servi-
ços. Ainda de acordo com os autores, apesar das diferenças de escopo e nível de análise, ambas as
gerações de estudos se caracterizam por “uma preocupação com as habilidades e competências
do Estado de estabelecer seus objetivos e realizá-los” (Pires & Gomide, 2016, p. 124).
3 Não se trata de estabelecer uma relação causal entre as demandas e os projetos dos movi-
mentos sociais e a sua incorporação no Estado por meio da construção de políticas públicas e
de um aparato legal burocrático necessário, direcionando o foco para o emprego de capacidades
estatais para viabilizar a execução de políticas públicas. Nessa correlação, há adicionalmente
uma desvantagem, já apontada nos estudos sobre Instituições Participativas (IPs), denominada
causalidade remota. “Uma causalidade remota é aquela em que a relação entre causa e efeito
é atravessada por espaços longos de tempo e/ou mediada por uma sucessão ou encadeamento
extenso de efeitos intermediários” (Gurza Lavalle, 2011, p. 41).
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4 Neste estudo, aplicamos o método da semelhança (Mills, 1967 [1843]; Przeworski &
Teune, 1970), que possibilita destacar uma de muitas possíveis circunstâncias causais em co-
mum entre os casos; ou seja, a circunstância na qual todos os casos concordam é a causa (ou efei-
to) do fenômeno dado. Esse método é limitado pela pluralidade de causas (causalidade remota),
mas é útil para identificar as condições de ocorrência de um fenômeno (Cohen & Nagel, 1934).
Este último foi combinado com variações nos níveis federativos, nos processos de interações
entre atores estatais e sociais no interior de cada caso e nos resultados alcançados em termos de
institucionalização de demandas e construção de capacidades estatais (sistemas diferentes), os
quais não podem controlados, sendo considerados potenciais variáveis explicativas (restritas aos
casos estudados).
5 Apesar do número pequeno de casos, a lógica de relacionar antecedentes com resultados é
a mesma da correlação. No entanto, análises desse tipo são chamadas de rastreamento de pro-
cessos (Gerring, 2010).
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6 O Movimento Sanitarista, gestado no final dos anos 1970 (Escorel, 1998), é compos-
to por profissionais de saúde, professores, estudantes, organizações diversas, entre as quais as
mais longevas são o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) e a Associação Brasileira
de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco). Em suas diferentes vertentes e formatos
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organizacionais, o movimento esteve engajado em diversas companhas entre 1979 e 2012, den-
tre as quais a mobilização na Constituinte (1986-1988), com a aprovação do Sistema Único de
Saúde na Carta Magna, na defesa da Lei Orgânica de Saúde (1991-1992), e a campanha pelo
financiamento (2004-2012) (Dowbor, 2012).
7 O texto original do projeto de lei aprovado no Congresso dizia: “as escolas públicas que
formam recursos humanos para a saúde serão subordinadas ao Sistema Único de Saúde – SUS,
salvo as de ensino universitário” (Brasil. Lei No 8.080 de 19 de setembro 1990).
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8 Além do Espírito Santo, o Provita foi implementado nos seguintes estados: Minas Gerais,
Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Distrito
Federal, Acre, Amazonas e Pará.
9 Além do estado do Espírito Santo, o PPCAAM foi instituído em Minas Gerais, Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,
Bahia, Distrito Federal, Acre e Pará.
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10 Atualmente, o PPDDH existe nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Maranhão,
Ceará, Pernambuco, Bahia e Pará. Os casos de ativistas ameaçados no ES estão sendo assistidos
pelo Provita Estadual ou PPDDH Federal.
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11 Neste capítulo, iluminamos a atuação dos movimentos sociais no processo de institucio-
nalização das suas reinvindicações e construção de capacidades estatais, mas isso não significa
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Considerações finais
que outros atores, tais como institucionais e burocratas, e fatores, entre eles os culturais e cog-
nitivos, por exemplo, não teriam influenciado os resultados nas políticas públicas (a construção
do SUAS, Mais Médicos e programas estaduais de proteção e promoção de direitos humanos).
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