Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Kauê Berto
Web Designer
Thiago Azenha
FICHA CATALOGRÁFICA
UNIFATECIE - CENTRO
UNIVERSITÁRIO EAD
Direito Ambiental
Patrícia de Moura Leal Teixeira
Paranavaí - PR.: UniFatecie, 2022.
As imagens utilizadas neste
119 p.
livro foram obtidas a partir do
site ShutterStock.
Ficha catalográ ica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira da Silva.
AUTOR
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2222065128110745
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
07 | Meio Ambiente e Desenvolvimento
CAPÍTULO 2
18 | Direito Ambiental
CAPÍTULO 3
26 | Princípios Ambientais
CAPÍTULO 4
53 | Política nacional do Meio Ambiente
CAPÍTULO 5
66 | Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente
CAPÍTULO 6
84 | Estudos dos Impactos Ambientais
CAPÍTULO 7
93 | Crimes Ambientais
CAPÍTULO 8
109 | Responsabilidade Ambiental
1CAPÍTULO
MEIO AMBIENTE E
DESENVOLVIMENTO
Objetivos de Aprendizagem:
• Entender a importância do meio ambiente para a sobrevivência dos seres
vivos e do planeta;
• Conhecer algumas modificações que o homem faz no ambiente e suas
consequências;
• Incentivar os cidadãos a preservar e conservar o ambiente em que vive.
• Promover atitudes de conservação do meio ambiente, sobretudo aquelas
que os próprios podem ter em seu dia-a-dia.
Plano de Estudo:
• Conceito de Meio Ambiente;
• Previsão Legal;
• Classificação do Meio Ambiente;
• Principais Características dos bens ambientais.
PÁGINA 6
INTRODUÇÃO
Atualmente é visível que a educação ambiental está cada vez mais restrita
a escola, uma vez que as crianças, os jovens e os adultos, estão aptos para
receber conhecimentos que irão intervir não apenas na sua formação
profissional, mas também na sua qualidade de vida.
Para nossa surpresa, a própria pobreza polui o meio ambiente também, criando
outro tipo de desgaste ambiental. Para sobreviver, os pobres e os famintos mui-
tas vezes destroem seu próprio meio ambiente: derrubam florestas, permitem o
pastoreio excessivo, exaurem as terras marginais e acorrem em número cada
vez maior para as cidades já congestionadas. O efeito cumulativo dessas mu-
danças chega a ponto de fazer da própria pobreza um dos maiores flagelos do
mundo.
PÁGINA 7
1.1 Definição
O termo meio ambiente tem sido dito com muita frequência nos últimos tempos
em reportagens, na internet enfim em todos os meios de comunicação.
O Brasil também possui o seu conceito de meio ambiente, definido pela Política
Nacional do Meio Ambiente (PNMA) que tem origem na Lei No. 6.938 de 31 de
agosto de 1981. A regulamentação se deu pelo Decreto nº 99.274, de 6 de ju-
nho de 1990.
O conceito é o seguinte:
PÁGINA 8
O objetivo da PNMA é definir critérios e mecanismos de ação que devem ser
tomados pelos governos para garantir a preservação do meio ambiente.
São exemplos de objetivos previstos na lei:
A PNMA também define quais devem ser as ações implementadas pelos go-
vernos para garantir a preservação do meio ambiente a partir da avaliação de
impactos ambientais ocorridos e da definição de prioridades de ação.
O conceito legal de meio ambiente, inserido pela Lei 6.938/81 em seu artigo
3º, I, é: “conjunto de bens, influencias e interações de ordem físicas, químicas
e biológicas, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Por
este conceito, o que se busca explorar é o Meio Ambiente Natural, sua compo-
sição e uns de seus princípios norteadores essenciais: Prevenção e Precaução.
Além do Meio Ambiente Natural, explorado pelo mencionado conceito legal,
para o homem ainda existem três meio ambientes: cultural, artificial e do tra-
balho, os quais tutelam a vida em uma questão sociocultural e da saúde no
ambiente de trabalho. O doutrinador Guilherme José Purvin expõe a insufici-
ência do conceito trazido na lei para abranger todas as qualificações de meio
ambiente existentes:
1 Figueiredo, Guilherme José Purvin de. Curso de Direito Ambiental – 6ª ed. –São
PÁGINA 9
Sua composição é perfeitamente delineada na posição de José Afonso da Sil-
va. Vejamos:
“(...) meio ambiente natural ou físico é constituído pelo
solo, a água, o ar atmosférico, a flora, enfim, pela interação
dos seres vivos e seu meio, onde se dá a correlação recí-
proca entre as espécies e as relações destas com o am-
biente físico que ocupam”2
Com a Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio ambiente
(PNMA, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, além de outras
providencias, a proteção ambiental passou a ter maior visibilidade e importân-
cia.
Resguardado pelo capítulo VI, com início no artigo 225 da Constituição Fede-
ral, regido por diversas leis complementares e resolução do CONAMA, o direito
ambiental, que busca resguardar o meio ambiente natural, é regido por vários
princípios, que buscam nortear as normas em todos os âmbitos.
PÁGINA 10
gislativa, encontra-se inserido no artigo 225, caput, do Texto Maior (conhecido
na doutrina por consubstanciar o princípio do meio ambiente ecologicamente
equilibrado), que preceitua da seguinte forma:
PÁGINA 11
1.1.1.1 Classificação do Meio Ambiente
Atualmente, utiliza-se uma classificação para Meio Ambiente que identifica uma
quarta área de estudo: o Meio Ambiente do Trabalho.
PÁGINA 12
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoque a extinção de espé-
cies ou submetam animais à crueldade.
PÁGINA 13
1.1.1.2.3 Meio Ambiente Cultural:
I - as formas de expressão;
PÁGINA 14
1.1.1.2.4 Meio Ambiente do Trabalho:
PÁGINA 15
A Lei n. 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente) trouxe a definição de
outra categoria de recursos, a dos recursos ambientais. Segundo a Lei, são re-
cursos ambientais a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas,
o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.
Por serem qualificados como de uso comum do povo, os bens ambientais al-
cançaram o status de bens difusos, uma vez que os mesmos não se referem a
um único indivíduo, mas a toda uma coletividade, sem individualizar seus titula-
res.
PÁGINA 16
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n.° 6.938, de 31 de agosto de 1981 (Dispõe sobre a Política Na-
cional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e apli-
cação, e dá outras providências) in Lei n.° 10.406, de 10 de janeiro de 2002,
acompanhada da legislação complementar. 09 ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
BRASIL. Lei n.° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). 09 ed. São
Paulo: Saraiva, 2003
SILVA, José Afonso da. Direito ambiental constitucional. São Paulo: MALHEI-
ROS, 1994.Romulo S. R. Tópicos de Direito Ambiental: 30 anos da politica
nacional do meio ambiente. Lumen Juris, 2011, pg 27.Cureau, Sandra. Direito
Ambiental / Sandra Cureau e Maricia Dieguez Leuzinger.- Rio de Janeiro: Else-
vier, 2013. Pg. 52.
https://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/os-cinco-maiores-problemas-
-ambientais-do-mundo-e-suas-solucoes
PÁGINA 17
2CAPÍTULO
DIREITO AMBIENTAL
Objetivos de Aprendizagem:
• Revisar conceitos inerentes aos direitos e interesses difusos e coletivos
de especial relevância para a compreensão da tutela do bem ambiental;
• Reforçar a autonomia científica e didática do direito ambiental;
• Identificar o direito ambiental na constituição;
• Apresentar a noção de dano ambiental;
Plano de Estudo:
• Direito Ambiental;
• Conceito;
• Objetivos do Direito Ambiental;
• Outros Conceitos.
PÁGINA 18
INTRODUÇÃO
O direito ambiental está inserido neste contexto. Um ramo do direito que regula
a relação entre a atividade humana e o meio ambiente. Por sua natureza inter-
disciplinar, o direito do ambiente acaba se comunicando com outras áreas da
ciência jurídica. Em alguns casos com peculiaridades próprias e distintas, em
outros, socorrendo-se de noções e conceitos clássicos de outras áreas.
Trata-se de uma matéria interdisciplinar, que tem ligação com o direito penal,
civil e administrativo.
PÁGINA 19
1. DIREITO AMBIENTAL.
1.1 Conceito
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as pre-
sentes e futuras gerações.”
É importante ter em mente, além de tudo, que o Direito Ambiental não deve ser
visto de uma forma isolada. Nesse sentido, é sabido que o direito é dividido em
“ramos”, o que facilita a sua compreensão.
PÁGINA 20
O Direito Ambiental, na medida em que é responsável por regular e sistemati-
zar a atividade humana sobre o meio ambiente, acaba por se relacionar com
todos os outros ramos. Exemplo claro disso a possibilidade de existência de
crimes ambientais, conforme definidos pela Lei 9.605/98.
A ideia do direito ambiental brasileiro é que ele está intimamente ligado com o
desenvolvimento econômico e com o desenvolvimento social e não apenas em
matéria de preservação ambiental propriamente dita.
O direito ambiental não foi criado apenas para proteger, preservar o meio am-
biental.
Esta seria uma visão equivocada, pois o direito ambiental brasileiro em mo-
mento algum quer frear o desenvolvimento sócio econômico. Pelo contrário, se
frear o desenvolvimento sócio econômico, com certeza, estará gerando indire-
tamente uma maior agressão ao meio ambiente, pois atividades irregulares co-
meçarão a aparecer.
O direito ambiental não visa preservação cega, ela visa compatibilizar o desen-
volvimento econômico com a preservação do meio ambiente, gerando também
um desenvolvimento social. Este é o elo do direito ambiental com o direito eco-
nômico.
De certa forma, há muito tempo, a nossa principal lei ambiental, a Lei 6.938/81
já falava isso no caput do art. 2º.
PÁGINA 21
1.1.1.1 Outros Conceitos
a) Meio Ambiente
Art. 3º, I da Lei 6938/81 - é o conjunto de condições, leis, influências e intera-
ções de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas (Art. 3°, I da Lei n° 6.938/81).
b) Risco Ambiental
O risco ambiental pode ser definido como a possibilidade de ocorrência de de-
gradação ambiental em virtude da atividade antrópica no meio ambiente, ou
seja, a possibilidade de alteração adversa das características do meio ambien-
te.
c) Poluição
Consiste na degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que,
direta ou indiretamente, prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da
população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afe-
tem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias
do meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
ambientais estabelecidos (Art. 3°, III da Lei n° 6.938/81).
d) Agente Poluidor
É a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta
ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental (Art. 3°, IV
da Lei n° 6.938/81).
e) Dano Ambiental
Poluição – art. 3º, III da Lei n° 6938/81 - o dano ambiental consiste em qual-
quer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambien-
te, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança, o bem
estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota (fauna e flora
de uma determinada região); as condições estéticas e sanitárias do meio am-
biente; e, enfim, a qualidade dos recursos ambientais.
PÁGINA 22
1.1.1.1.1. Novas diretrizes de conduta.
PÁGINA 23
Principais instrumentos de proteção ambiental
A Lei da Ação Civil Pública (lei 7.347, de 24/7/85) tutela os valores ambientais,
disciplina as ações civis públicas de responsabilidade por danos causados ao
meio ambiente, consumidor e patrimônio de valor artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico.
PÁGINA 24
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n.° 6.938, de 31 de agosto de 1981 (Dispõe sobre a Política Na-
cional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e apli-
cação, e dá outras providências) in Lei n.° 10.406, de 10 de janeiro de 2002,
acompanhada da legislação complementar. 09 ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
BRASIL. Lei n.° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). 09 ed. São
Paulo: Saraiva, 2003
SILVA, José Afonso da. Direito ambiental constitucional. São Paulo: MALHEI-
ROS, 1994.Romulo S. R. Tópicos de Direito Ambiental: 30 anos da politica
nacional do meio ambiente. Lumen Juris, 2011, pg 27.Cureau, Sandra. Direito
Ambiental / Sandra Cureau e Maricia Dieguez Leuzinger.- Rio de Janeiro: Else-
vier, 2013. Pg. 52.
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1701/Direito-Ambiental-Dos-
-principios-a-sua-aplicabilidade
PÁGINA 25
3CAPÍTULO
PRINCÍPIOS
AMBIENTAIS
Objetivos de Aprendizagem:
Apresentar os princípios informadores e norteadores do direito ambiental brasi-
leiro.
Plano de Estudo:
• Princípios Ambientais
• Conceito;
• Classificação
• Princípio da prevenção;
• Princípio da precaução;
• Princípio do poluidor-pagador;
• Princípio da responsabilidade;
• Princípio da gestão democrática;
• Princípio do Limite;
• Princípio do Direito Humano Fundamental ao Meio Ambiente
Sadio.
PÁGINA 26
INTRODUÇÃO
É com base nos princípios jurídicos que são feitas as leis, a jurisprudência, a
doutrina e os tratados e convenções internacionais, já que eles traduzem os va-
lores mais essenciais da Ciência Jurídica.
Com efeito, pode ser que não exista lei, costumes, jurisprudência, doutrina ou
tratados e convenções internacionais, mas em qualquer situação os princípios
jurídicos poderão ser aplicados.
PÁGINA 27
Na opinião de Joaquim José Gomes Canotilho3 os princípios desempenham um
papel mediato, ao servirem como critério de interpretação e de integração do
sistema jurídico, e um papel imediato ao serem aplicados diretamente a uma
relação jurídica. Para o autor as três funções principais dos princípios são im-
pedir o surgimento de regras que lhes sejam contrárias, compatibilizar a inter-
pretação das regras e dirimir diretamente o caso concreto frente à ausência de
outras regras.
Violar um princípio é muito mais grave do que transgredir uma norma. A desa-
tenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento
obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilega-
lidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, por-
que representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores
fundamentais4.
Esclarecendo ainda mais esta questão temos, Bobbio faz uma clara análise
dos princípios gerais do Direito, inserindo-os no amplo conceito de normas nos
esclarecendo que:
PÁGINA 28
Sendo assim, os princípios têm valor normativo, e não apenas valorativo, in-
terpretativo ou argumentativo, de maneira que se encontram hierarquicamente
superiores a qualquer regra. Na verdade, já que os princípios são o esteio do
ordenamento jurídico, é a eles que as regras têm se adequar e não o contrário,
e quando isso não ocorrer deverá a mesma ser considerada nula.
Assim, para que o Direito Ambiental tenha aplicabilidade e efetividade, é de ca-
pital importância que, além da ciência das leis e das demais legislações am-
bientais, sejam do senso comum seus princípios fundamentais, pois são estes
as normas de valor genérico que orientarão sua compreensão, aplicação e in-
tegração ao sistema jurídico como um todo, estando tais princípios escritos ou
não.
1. PRINCÍPIOS AMBIENTAIS.
1.1 Conceito
PÁGINA 29
Um aspecto que ressalta a importância dos princípios no Direito Ambiental em
relação aos demais ramos da Ciência Jurídica é o fato da enorme proliferação
legislativa nessa área.
Com efeito, como existe uma competência legislativa concorrente entre os di-
versos entes federativos, é possível encontrar além das leis e decretos federais
e convenções e tratados internacionais, uma série de leis e decretos estaduais,
distritais e municipais.
Muitas vezes tais normas são elaboradas por técnicos ambientais ou até por
representantes de associações de classe ou de movimentos sociais que adotam
uma redação confusa ou obscura sob o ponto de vista da técnica legislativa.
Por conta disso, os conflitos normativos são muito comuns nessa área e deverão
ser resolvidos por meio da aplicação dos princípios do Direito Ambiental.
PÁGINA 30
Por causa disso, esses princípios devem ser levados em consideração em todas
as decisões do Poder Público, especialmente em relação às políticas públicas
ambientais e a todas as políticas públicas de uma maneira geral, já que todos os
setores da atividade pública de alguma forma repercutem na questão ambiental.
De acordo com Paulo de Bessa Antunes9, são de dois tipos os princípios do Di-
reito Ambiental: os explícitos e os implícitos. Os primeiros são aqueles que se
encontram positivados nos textos legais e na Constituição Federal, e os segun-
dos são aqueles depreendidos do ordenamento jurídico constitucional. É claro
que tanto os princípios explícitos quando os implícitos encontram aplicabilidade
no sistema jurídico brasileiro, pois os princípios não precisam estar escritos para
serem dotados de positividade.
Edis Milaré12 elenca como princípios do Direito Ambiental: meio ambiente eco-
logicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa humana, natureza
pública da proteção ambiental, controle de poluidor pelo Poder Público, consi-
deração da variável ambiental no processo decisório de políticas de desenvolvi-
mento, participação comunitária, poluidor-pagador, prevenção, função social da
propriedade, desenvolvimento sustentável e cooperação entre os povos.
PÁGINA 31
Para Rui Piva13 o Direito Ambiental possui os princípios a saber: participação
do Poder Público e da coletividade, obrigatoriedade da intervenção estatal, pre-
venção e precaução, informação e notificação ambiental, educação ambiental,
responsabilidade das pessoas física e jurídica.
A maior parte dos princípios de Direito Ambiental trazidos pela Declaração Uni-
versal sobre o Meio Ambiente foram consagrados explícita ou implicitamente
pela Constituição Federal de 1988 e pela legislação ambiental de uma forma
geral.
1.2 Classificação
Seja no caput do art. 225, quando fala sobre o dever do Poder Público e da co-
letividade de proteger e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras
gerações, ou seja na maior parte do restante do dispositivo.
13 PIVA, Rui. Bem ambiental. São Paulo: Max Limonad, 2000, p. 51.
14 MACHADO, Paulo Affonso Leme Machado. Direito ambiental brasileiro. 9ª ed.
São Paulo: Malheiros, 2001, p. 43/78.
PÁGINA 32
“Deve-se pôr fim à descarga de substâncias tóxicas ou de outros materiais e,
ainda, à liberação de calor em quantidades ou concentrações tais que o meio
ambiente não tenha condições para neutralizá-las, a fim de não se causar da-
nos graves ou irreparáveis ao ecossistemas. Deve-se apoiar a justa luta dos
povos de todos os países contra a contaminação”.
Já os incisos II, III, IV, VI, VII, IX e X do art. 2º da referida Lei elenca entre os
princípios da Política Nacional do Meio Ambiente a racionalização do uso do
solo, do subsolo, da água e do ar, o planejamento e fiscalização do uso dos
recursos ambientais, a proteção dos ecossistemas, com a preservação de áre-
as representativas, os incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orien-
tadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais, o acompa-
nhamento do estado da qualidade ambiental, a proteção de áreas ameaçadas
de degradação e a educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive
a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na
defesa do meio ambiente.
De fato, é melhor para o meio ambiente que o dano ambiental nunca ocorra do
que ele ocorrer e ser recuperado depois.
PÁGINA 33
A reparação, a indenização e a punição devem ser, respectivamente, os últimos
recursos do direito ambiental.
O “princípio de precaução”, por sua vez, é apontado, pelos que defendem seu
status de novo princípio jurídico-ambiental, como um desenvolvimento e, sobre-
tudo, um reforço do princípio da prevenção. Seu fundamento seria, igualmente,
PÁGINA 34
a dificuldade ou impossibilidade de reparação da maioria dos danos ao meio
ambiente, distinguindo-se do princípio da prevenção por aplicar-se especifica-
mente às situações de incerteza científica15.
Esse princípio estabelece que quem utiliza o recurso ambiental deve suportar
seus custos, sem que essa cobrança resulte na imposição taxas abusivas, de
maneira que nem Poder Público nem terceiros sofram com tais custos.
Como afirma Paulo Affonso Leme Machado, ao causar uma degradação am-
biental o indivíduo invade a propriedade de todos os que respeitam o meio am-
biente e afronta o direito alheio.
PÁGINA 35
A segunda parte do inciso VII do art. 4º da Lei nº 6.938/81 prevê o princípio do
poluidor-pagador ao determinar que a Política Nacional do Meio Ambiente visa-
rá à imposição ao usuário de contribuição pela utilização de recursos ambien-
tais com fins econômicos.
O princípio do poluidor pagador tem sido confundido por grande parte da doutri-
na com o princípio da responsabilidade.
Contudo, o seu objetivo não é recuperar um bem lesado nem criminalizar uma
conduta lesiva ao meio ambiente, e sim afastar o ônus econômico da coletivi-
dade e voltá-lo para a atividade econômica utilizadora de recursos ambientais.
PÁGINA 36
O objetivo do princípio do poluidor-pagador é evitar que ocorra a simples priva-
tização dos lucros e a socialização dos prejuízos dentro de uma determinada
atividade econômica.
PÁGINA 37
O princípio da responsabilidade também foi consagrado pelo inciso VII do art.
4º e no § 1º do art. 14 da referida Lei ao dispor, respectivamente, que a Políti-
ca Nacional do Meio Ambiente visará à imposição, ao poluidor e ao predador,
da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário,
da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos, e
que sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor
obrigado, independentemente de existência de culpa, a indenizar ou reparar os
danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade,
prevendo ainda que o Ministério Público da União e dos Estados terá legitimi-
dade para propor ação de responsabilidade civil e criminal por danos causados
ao meio ambiente.
PÁGINA 38
Este é o princípio da responsabilidade, segundo o qual o degradador assume
os riscos de sua atividade arcando com os todos os prejuízos em matéria am-
biental, seja perante as pessoas com quem se relacionou, ou seja, perante ter-
ceiros.
O poluidor poderá reparar uma área degradada, por exemplo, e/ou indenizar os
prejudicados como uma forma de compensação pelos prejuízos.
Vale ressaltar que esse procedimento também possui a função de prevenir tais
danos posto que inibe, por meio de exemplos, potenciais degradações.
Esse princípio da gestão democrática diz respeito não apenas ao meio ambien-
te, mas a tudo o que for de interesse público.
É por isso que o inciso I do art. 2º da Lei nº 6.938/81 classifica o meio ambien-
te como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido
tendo em vista o uso coletivo.
PÁGINA 39
Os incisos VI, VII e VIII do art. 5º do Decreto nº 99.247/90 determinam a parti-
cipação da sociedade civil, por meio de entidades de classe, de organizações
não governamentais e de movimentos sociais no CONAMA, que é o órgão con-
sultivo e deliberativo do SISNAMA.
PÁGINA 40
oportunidade de participar dos processos decisórios. Os Estados irão facilitar e
estimular a conscientização e a participação popular, colocando as informações
à disposição de todos. Será proporcionado o acesso efetivo a mecanismos judi-
ciais e administrativos, inclusive no que se refere à compensação e reparação
de danos”.
No que diz respeito ao Poder Executivo, esse princípio se manifesta por exem-
plo através da participação da sociedade civil nos Conselhos de Meio Ambiente
e do controle social em relação a processos e procedimentos administrativos
como o licenciamento ambiental e o estudo e relatório de impacto ambiental.
No que diz respeito ao Poder Legislativo, esse princípio se manifesta por exem-
plo através de iniciativas populares, plebiscitos e referendos de caráter ambien-
tal e da realização de audiências públicas que tenham o intuito de discutir pro-
jetos de lei relacionados ao meio ambiente.
No que diz respeito ao Poder Judiciário, esse princípio se manifesta por exem-
plo através da possibilidade dos cidadãos individualmente, por meio de ação
popular, e do Ministério Público, das organizações não governamentais, de sin-
dicatos e de movimentos sociais de uma forma geral, por meio de ação civil
pública ou de mandado de segurança coletivo, questionarem judicialmente as
ações ou omissões do Poder Público ou de particulares que possam repercutir
negativamente sobre o meio ambiente. Há doutrinadores que citam a informa-
ção e a educação ambiental como princípios do Direito Ambiental.
PÁGINA 41
O § 3º do art. 6º dispõe que os órgãos administrativos de meio ambiente têm a
obrigação de fornecer os resultados das análises efetuadas e sua fundamenta-
ção, quando solicitados por pessoa legitimamente interessada.
PÁGINA 42
1.1.6 Princípio do Limite
PÁGINA 43
Conclusão
É com base neles que são feitas as leis, a jurisprudência, a doutrina e os trata-
dos e convenções internacionais, posto que traduzem os valores mais essen-
ciais da Ciência Jurídica.
PÁGINA 44
O princípio da responsabilidade faz com que os responsáveis pela degradação
ao meio ambiente sejam obrigados a arcar com a responsabilidade e com os
custos da reparação ou da compensação pelo dano causado.
Apesar de haver um capítulo todo voltado ao meio ambiente, sendo ele com-
portado em um único artigo, 225, há diversos outros artigos e incisos que o
reconhecem como de vital importância para o conjunto de nossa sociedade,
seja porque são necessárias para a preservação de valores que não podem ser
mensurados economicamente, seja porque a defesa do meio ambiente é um
princípio constitucional que fundamenta a atividade econômica (Constituição
Federal, art. 170, VI). É importante salientar que tal capítulo não foi de intenção
dos parlamentares, mas, sim, resultado de uma emenda popular. Diz a impor-
tante norma constitucional:
“art. 225. todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as pre-
sentes e futuras gerações.” (grifo nosso)
PÁGINA 45
Ao analisar o caput deste artigo vemos a riqueza e abrangência que o legis-
lador conseguiu sintetizar em poucas palavras. Podemos concluir, a partir da
análise deste, que foi elevado o meio ambiente a um direito fundamental da
pessoa humana, podendo ser, assim, considerado uma extensão do art. 5° e
um importante marco na construção de uma sociedade democrática e partici-
pativa e socialmente solidária. É importante salientar que o direito ao meio am-
biente sadio não se limita apenas aos brasileiros ou estrangeiros residentes no
país, mas, sim, a todos que aqui estejam, mesmo que seja transitoriamente, a
pessoas coletivas e indeterminadas. Daí a natureza difusa e de caráter público
(pois é relativo a um interesse coletivo ou difuso ambiental). Ao criar para todos
um direito subjetivo a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, a CF/88
deu legitimidade para provocar a ação do Poder Público; ensejou limitações ad-
ministrativas e intervenções na propriedade. Ou seja: o que o constituinte pre-
tendeu foi constituir um bem jurídico próprio distinto daquele sobre o qual se
exerce o direito de propriedade (art. 1228 do Código Civil). Vemos, também,
que é dever jurídico de natureza objetiva (do Estado e da coletividade) a pro-
teção ambiental; tendo como titular desse direito as gerações presentes e futu-
ras, derivando daí o seu caráter intergeracional e dúplice.
Um dos incisos mais importantes do §1° do referido artigo, é o IV, que trata do
estudo prévio de impacto ambiental, consolidando, desta forma, o princípio da
prevenção e o da precaução e o da publicidade ou informação. Tal princípio é
de plena importância, pois ele garante e obriga a realização de um relatório,
que deve ser bem elaborado, no intuito de avaliar os impactos sociais, econô-
micos e ambientais que a instalação da obra ou atividade virá causar àquela
região. Apesar da importância deste instituto, há severas críticas a serem feitas
ao mesmo. A principal delas é que este estudo só analisa a obra em destaque,
em sentido unitário, isolado. Então, caso haja outra obra da mesma magnitude
sendo feita na mesma região, haverá dois estudos onde se encontrará o relató-
rio de cada impacto que cada obra irá causar naquele local, mas sem levar em
consideração o impacto que a obra vizinha irá causar em consonância com a
construção avaliada. Não há uma sinergia entre estes estudos. Outra crítica a
ser feita é que, pelo fato de tal estudo ser patrocinado pelo empreendedor, mui-
tas vezes há favorecimento, ou desvio - se assim posso dizer -, de “verdades”
para que esse laudo seja aprovado pelo Poder Público.
PÁGINA 46
Os demais incisos do §1° dispõem:
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que co-
loquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
submetam os animais a crueldade.
Art. 5º, inc.LXXIII - legitimando qualquer cidadão para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
PÁGINA 47
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histó-
rico e cultural.
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimô-
nio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coleti-
vos.
Art. 170 - Incluindo a defesa ao meio ambiente como um dos princípios da or-
dem econômica;
PÁGINA 48
dade garimpeira com a preservação do meio ambiente.
Art. 200 - Integrando o sistema único de saúde com a proteção do meio am-
biente, nele compreendido o do trabalho.
PÁGINA 49
São atividades relacionadas com o meio ambiente (CF/88):
PÁGINA 50
REFERÊNCIAS
DERANI, Cristiane. Direito ambiental econômico. 2ª ed. São Paulo: Max Limo-
nad, 2001.
PÁGINA 51
José Rubens Morato (orgs). Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
MILARÉ, Edis. Direito do ambiente. 3ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2004.
SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de direito ambiental. 3ª ed. São Paulo: Sarai-
va, 2005.
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1049198/qual-a-diferenca-entre-principio-da-
-precaucao-e-principio-da-prevencao
PÁGINA 52
4CAPÍTULO
POLÍTICA NACIONAL
DO MEIO AMBIENTE
Objetivos de Aprendizagem:
Reconhecer as principais questões relativas a Política Nacional do Meio Ambien-
te
Plano de Estudo:
• Politica Nacional do Meio Ambiente
• Conceito;
• Objetivos;
• Princípios;
• Instrumentos;
• Sistema Nacional do Meio Ambiente;
• Objetivo e estrutura do SISNAMA;
• Considerações Finais.
PÁGINA 53
INTRODUÇÃO
Com a edição da Lei nº 6.938/81 o país passou a ter formalmente uma Política
Nacional do Meio Ambiente, uma espécie de marco legal para todas as políti-
cas públicas de meio ambiente a serem desenvolvidas pelos entes federativos.
Anteriormente a isso cada Estado ou Município tinha autonomia para eleger as
suas diretrizes políticas em relação ao meio ambiente de forma independente,
embora na prática poucos realmente demonstrassem interesse pela temática.
Porém, a partir desse momento começou a ocorrer uma integração e uma har-
monização dessas políticas tendo como norte os objetivos e as diretrizes esta-
belecidas na referida lei pela União. Um aspecto importante disso foi a criação
do Sistema Nacional do Meio Ambiente, um sistema administrativo de coorde-
nação de políticas públicas de meio ambiente envolvendo os três níveis da fe-
deração que tem como objetivo dar concretude à Política Nacional do Meio Am-
biente.
1.1 Conceito
1 SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de direito ambiental. 3ª ed. São Paulo: Saraiva,
2005, p. 59.
2 CARNEIRO, Ricardo. Direito ambiental: uma abordagem econômica. Rio de
Janeiro: Forense, 2003, p. 98.
PÁGINA 54
Maria Cecília Junqueira Lustosa, Eugênio Miguel Canepa e Carlos Eduardo Fri-
ckmann Young afirmam o seguinte sobre a Política Nacional do Meio Ambiente:
1.2 Objetivos
A Política Nacional do Meio Ambiente tem como objetivo tornar efetivo o direito
de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, princípio matriz contido
no caput do art. 225 da Constituição Federal. E por meio ambiente ecologica-
mente equilibrado se entende a qualidade ambiental propícia à vida da presen-
te e das futuras gerações.
PÁGINA 55
Dessa maneira, o objetivo geral da Política Nacional do Meio Ambiente está di-
vidido em preservação, melhoramento e recuperação do meio ambiente. Pre-
servar é procurar manter o estado natural dos recursos naturais impedindo a
intervenção dos seres humanos. Significa perenizar, perpetua, deixar intocados
os recursos ambientais.
Recuperar é buscar o status quo ante de uma área degradada por meio da in-
tervenção humana, a fim de fazer com que ela volte a ter as características
ambientais de antes. A recuperação é o objetivo mais difícil, em alguns casos
até impossível, de ser alcançado, tendo em vista as características próprias do
dano ambiental, sendo mais importante do que a punição de um degradador a
imposição da recuperação do que foi degradado quando isso for possível.
PÁGINA 56
VII – à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou
indenizar os danos causados, e ao usuário da contribuição pela utilização de
recursos ambientais com fins econômicos.
PÁGINA 57
A enunciação de princípios é normalmente construída em forma de oração, em
que o verbo indica a natureza e o rumo das ações ao passo que as metas são
substantivas, nem todos os princípios do Direito Ambiental estão explicitamente
presente na principiologia determinada pela Política Nacional do Meio Ambien-
te.
PÁGINA 58
biental;
IX. as penalidades disciplinares ou compensatórias não cumprimento das
medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambien-
tal.
X. a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divul-
gado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis – IBAMA;
XI. a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente,
obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes;
XII. o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/
ou utilizadoras dos recursos ambientais.
PÁGINA 59
O licenciamento ambiental é o procedimento administrativo que tramita junto
aos órgãos ou entidades ambientais competentes e que visa a determinar as
condições e exigências para o exercício de uma atividade potencial ou efetiva-
mente causadora de impactos ao meio ambiente.
Pode ainda ser definido como conjunto articulado de órgãos, entidades, normas
e práticas da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Mu-
nicípios e de fundações instituídas pelo Poder Público sob a coordenação do
CONAMA.
PÁGINA 60
E também o SISNAMA é o conjunto de órgãos e instituições encarregados da
proteção ao meio ambiente nos níveis federal, estadual e distrital e municipal,
conforme definido em lei. O Sistema Nacional do Meio Ambiente representa a
articulação dos órgãos e entidades ambientais em todas as esferas da adminis-
tração pública, com o objetivo de trabalhar as políticas públicas ambientais de
uma maneira conjunta.
Art. 3º. O Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), constituído pelos ór-
gãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
pelas fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e
PÁGINA 61
melhoria da qualidade ambiental, tem a seguinte estrutura:
Estão fora do Sisnama as pessoas jurídicas que não fazem parte da adminis-
tração pública, a exemplo das associações e das fundações particulares previs-
tas no art. 20 e 24 do Código Civil.
PÁGINA 62
2. Considerações Finais
PÁGINA 63
REFERÊNCIAS
ACOT, Pascal. História da ecologia. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
DERANI, Cristiane. Direito ambiental econômico. 2. ed. São Paulo: Max Limo-
nad, 2001.
PÁGINA 64
LUSTOSA, Maria Cecília Junqueira; CANÉPA, Eugênio Miguel; YOUNG, Car-
los Eduardo Frickmann. Política ambiental. In: MAY, Peter H.; LUSTOSA, Maria
Cecília Junqueira; VINHA, Valéria da (orgs). In: Economia do meio ambiente:
teoria e prática. Rio de Janeiro, Elsevier, 2003.
SILVA, José Afonso da. Direito ambiental constitucional. 4. ed. São Paulo: Ma-
lheiros, 2003.
SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de direito ambiental. 3. ed. São Paulo: Sarai-
va, 2005.
PÁGINA 65
5CAPÍTULO
INSTRUMENTOS DA
POLÍTICA NACIONAL
DO MEIO AMBIENTE
Objetivos de Aprendizagem:
• descrever os principais instrumentos da política ambiental brasileira;
Plano de Estudo:
• Conceito de Meio Ambiente;
• Previsão Legal;
• Classificação do Meio Ambiente;
• Principais Características dos bens ambientais.
PÁGINA 66
INTRODUÇÃO
1.1 Definição
II – o zoneamento ambiental;
PÁGINA 67
der Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção
ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;
PÁGINA 68
É por meio da avaliação de impactos ambientais que os impactos ambientais
de uma determinada atividade são levantados, de maneira a se apontar a viabi-
lidade ambiental da atividade ou não, visando a aumentar os impactos positivos
e a diminuir os impactos negativos.
Para José Afonso da Silva1 esses instrumentos estão alocados em três grupos
distintos. O primeiro é o dos instrumentos de intervenção ambiental, que são os
mecanismos condicionadores das condutas e atividades relacionadas ao meio
ambiente ( incisos I, II, III, IV e VI do art. 9º da citada Lei). O segundo é o dos
instrumentos de controle ambiental, que são as medidas tomadas pelo Poder
Público no sentido de verificar se pessoas públicas ou particulares se adequa-
ram às normas e padrões de qualidade ambiental, e que podem ser anteriores,
simultâneas ou posteriores à ação em questão (incisos VII, VIII, X e IV do art.
9º da lei citada). Por fim, o terceiro é o dos instrumentos de controle repressivo,
que são as medidas sancionatórias aplicáveis à pessoa física ou jurídica (inciso
IX da Lei citada). O termo meio ambiente tem sido dito com muita frequência
nos últimos tempos em reportagens, na internet enfim em todos os meios de
comunicação.
1 SILVA, José Afonso da. Direito constitucional ambiental. 4ª ed. São Paulo:
Forense, 1995, p. 216/217.
PÁGINA 69
1.1.1 Espécies de Instrumentos
PÁGINA 70
O zoneamento ambiental, também é previsto no Estatuto das Cidades, Lei n.º
10.257 de 10 de julho de 2001, artigo 4º, inciso III, alínea c, com a finalidade
de contribuir com a sustentabilidade dos municípios, desde que seja utilizado
com eficácia, buscando a ordenação do uso do solo, evitando seu uso inade-
quado e impedindo a poluição e degradação das áreas de relevância para o
Meio Ambiente.
PÁGINA 71
1.1.1.3 Avaliação de impactos ambientais (A.I.A.)
Como instrumento da PNMA, o AIA tem caráter preventivo para assegurar que
um determinado projeto possível de causar danos ambientais seja analisado,
levando-se em consideração as probabilidades de causar impactos ao meio
ambiente e que o potencial dano seja levado em consideração para o proces-
so de aprovação de licença ambiental. Os procedimentos devem garantir a
adoção de medidas de proteção em caso de aprovação para implantação do
empreendimento.
Muitos projetos são propostos para ambientes com diversidades que com-
põem vários significados para pessoas e realidades as mais diversas. Nes-
te sentido é necessário que haja uma avaliação prévia das condições deste
ambiente, principalmente para determinar quais os impactos ambientais que
o empreendimento irá causar. Cada área possui suas características próprias,
sendo necessário verificar as condições do ambiente natural, ainda avaliar o
ambiente social em sua estrutura material constituída pelo homem e pelos sis-
temas sociais em seu redor.
“Art. 1º Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições: [...]
III. Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos
ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de
uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a aná-
lise de licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de
controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano
de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de
risco.[...]
PÁGINA 72
Art. 3º A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas
efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio de-
penderá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de im-
pacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, ga-
rantida a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo com a
regulamentação”.
Esta avaliação tem por escopo verificar preliminarmente por meio de estudo
técnico, a probabilidade de existência de algum risco potencialmente degra-
dante ao Meio Ambiente, o que poderá impedir ou estabelecer novas regras
ao empreendimento que se pretende viabilizar.
PÁGINA 73
“Artigo 5º - O estudo de impacto ambiental, além de atender a legislação, em
especial os princípios e objetivos expressos da Lei de Política Nacional do
Meio Ambiente, obedecerá as seguintes diretrizes gerais:
Todas essas exigências para o EIA, são de suma importância e devem fazer
parte do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), para que não sejam levanta-
das possíveis nulidades.
PÁGINA 74
É necessário ressaltar que esse instrumento tem como princípios o da pre-
venção e da precaução, não tendo por finalidade impedir o desenvolvimento
de atividades econômicas e sociais, mas adequar o crescimento à preserva-
ção ambiental. Assim, é relevante sua importância, pois requer atuação con-
junta do Poder Público, da sociedade e da comunidade científica, com a finali-
dade de se harmonizarem em um objetivo comum, o de impulsionar o desen-
volvimento social e econômico à preservação do meio ambiente.
PÁGINA 75
“Art. 1º - Para efeitos desta Resolução são adotadas as seguintes definições:
Toda a atividade que possa gerar algum dano ao meio ambiente, terá como
requisito o licenciamento ambiental. Essas atividades estão elencadas nos
anexos da Resolução CONAMA n.º 237/97. Resumidamente são elas: indús-
trias de qualquer porte; depósitos; atividades de parcelamento do solo; cria-
ção animal; irrigação; lavanderias, atividades que envolvam resíduos; cemi-
PÁGINA 76
térios; obras civis; serviços de utilidade como o tratamento de água e esgoto;
usinas termelétricas; hidrelétricas; energia eólica; portos; terminais; comple-
xos de lazer; pista de corrida; recondicionamento de pneumáticos; forno de
carvão; comércio de agrotóxicos; de produtos de origem mineral, vegetal ou
químicos; postos de combustíveis e lavagem; restaurantes; lanchonetes; labo-
ratórios; hospitais e clínicas.
PÁGINA 77
1.1.1.6 Auditoria ambiental
Porém, tendo em vista uma gama de instrumentos nacionais que visam a pro-
teção dos bens ambientais, a auditoria ambiental deve seguir os direitos e de-
veres determinados pela legislação pátria, para que sejam alcançados os fins
a que se destinam.
PÁGINA 78
A ABNT por meio da norma ISO 19.011/2002, orienta sobre os princípios de
auditoria, gestão de programas de auditoria, realização de auditorias de sis-
tema de gestão de qualidade ambiental, ainda, educação e avaliação de au-
ditores. Esta norma proporciona confiança no trabalho dos auditores, esta-
belece independência e abordagem baseada em evidências. Podem ser de
conformidade, para verificação do cumprimento da legislação; de desempe-
nho ambiental, para avaliação de geração de poluentes; due diligence, para
verificação da responsabilidade da empresa perante seus acionistas, credo-
res, fornecedores, etc.; de desperdício e emissões, que avaliam as perdas e
os impactos ambientais e econômicos, visando a melhoria de seus processos;
podem ser pós-acidente, que avaliam as causas e as responsabilidades; de
fornecedor, para selecionar fornecedores que mantenham projetos conjuntos;
e de sistemas de gestão ambiental, para avaliação dos SGA.
Tramita no Congresso Nacional, desde 2003, o projeto de lei n.º 1.254/03, que
dispõe sobre as auditorias e a contabilidade dos passivos e ativos ambien-
tais. O projeto é uma emenda à Política Nacional do Meio Ambiente, com o
objetivo de estipular o conceito de auditoria ambiental, assim como definir ati-
vos e passivos ambientais e colocar a auditoria como um dos instrumentos da
PNMA. Estabelece ainda a obrigatoriedade de empresas ou entidades reali-
zarem as auditorias para avaliar o cumprimento de suas obrigações relativas
à gestão segura, para torná-la compulsória. No entanto, a discussão sobre o
projeto está emperrada, tendo em vista a grande pressão do setor econômico
que não concorda com esta obrigatoriedade, e, ainda, há muita divergência
quanto as opiniões de ser ou não um instrumento inconstitucional e também
por não constar da PNMA.
PÁGINA 79
possíveis a pagar.
Para que a PNMA tenha consistência, é necessário que seus instrumentos se-
jam peças práticas e desempenhem seus papéis específicos. Os instrumentos
foram criados, acreditando-se ser o caminho a trilhar para a consecução da
finalidade da política nacional que é a sustentabilidade ambiental. Resta verifi-
car se esses instrumentos são deveras eficazes.
Percebe-se que o homem interage com a natureza, mas na verdade não faz
parte dela como ser integrado e desta forma não a trata como igual e nem lhe
dá a devida importância, utilizando-se de tudo que ela proporciona sem que
se importe com o fato de que seu esgotamento é inevitável, pois seus recur-
sos não são infinitos. Assim, a criação e edição de instrumentos para frear
este uso indiscriminado, é responsabilidade de quem detém o poder e o dever
para tanto, ou seja, o Poder Público.
PÁGINA 80
Verifica-se que o Brasil tem um conjunto de leis ambientais mais completas
do mundo e que seus instrumentos deveriam bastar para que o país já tivesse
sob controle toda sua política ambiental. Porém, há barreiras entre o que po-
demos chamar de setores, ou seja, entre o Estado e a política de mercado, e
o que pode influenciar no aumento dessas barreiras é a falta de capacitação
em todos os níveis, a falta de recursos financeiros e a falta de políticas públi-
cas eficientes.
As normas ambientais têm caráter social e não assistencial, são direitos para
o homem e este deve exercê-los de forma a humanizar-se compromissada-
mente com a realidade. A produção das normas traduz o conflito social e nes-
te contexto, o conflito econômico e a necessidade da preservação ambiental.
Então, o cabedal legislativo, deve suprir o conflito social e trazer a pacifica-
ção.
PÁGINA 81
Ademais, a implantação de instrumentos econômicos pode introduzir mudan-
ças no comportamento dos agentes da cadeia produtiva causadores de algum
tipo de degradação ambiental. Esses instrumentos englobam questões que
envolvem taxas, tarifas e subsídios.
CONCLUSÃO
PÁGINA 82
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n.° 6.938, de 31 de agosto de 1981 (Dispõe sobre a Política Na-
cional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e apli-
cação, e dá outras providências) in Lei n.° 10.406, de 10 de janeiro de 2002,
acompanhada da legislação complementar. 09 ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
BRASIL. Lei n.° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). 09 ed. São
Paulo: Saraiva, 2003
SILVA, José Afonso da. Direito ambiental constitucional. São Paulo: MALHEI-
ROS, 1994.Romulo S. R. Tópicos de Direito Ambiental: 30 anos da politica
nacional do meio ambiente. Lumen Juris, 2011, pg 27.Cureau, Sandra. Direito
Ambiental / Sandra Cureau e Maricia Dieguez Leuzinger.- Rio de Janeiro: Else-
vier, 2013. Pg. 52.
https://www.direitoambientalemquestao.com.br/2016/11/saiba-quais-sao-os-ins-
trumentos-da-politica-do-meio-ambiente.html
PÁGINA 83
6CAPÍTULO
ESTUDOS DOS
IMPACTOS
AMBIENTAIS
Objetivos de Aprendizagem:
Compreender avaliação de impacto ambiental como instrumento preventivo da
ocorrência do dano ambiental.
Plano de Estudo:
• Conceito;
• Tarefas do Estudo de Impactos Ambientais.
PÁGINA 84
INTRODUÇÃO
Por ser o meio ambiente imprescindível para o ser humano e os demais seres
vivos do nosso planeta, surge a necessidade de protegê-lo efetivamente, eri-
gindo-se o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, como indis-
pensável à sadia qualidade de vida, à categoria de direito fundamental. Além
da proteção, a recuperação e a preservação dos bens ambientais passam a ser
dever do Estado e também da população.
PÁGINA 85
1. ESTUDO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS.
1.1 Conceito
PÁGINA 86
1.1.1 Tarefas do EIA
PÁGINA 87
Níveis de ruídos na região;
Recursos hídricos superficiais e subterrâneos: hidrologia superficial, hi-
drogeologia, oceanografia física, qualidade das águas, usos da água;
Vazão de longo prazo (média anual);
Vazão Q 7,10;
Ciclo de estiagens e enchentes;
Classificação de nascentes e corpos d’água;
Delimitação das bacias hidrográficas – área, desenvolvimento dos cur-
sos d’água, índice de conformação ou de forma, largura média em baixa
vazão;
Disponibilidade hídrica para os múltiplos usos: abastecimento doméstico
(rural e urbano), dessedentação animais, abastecimento industrial, irriga-
ção, aquicultura, navegação, energia elétrica, recreação – balneabilida-
de, drenagens urbanas e rurais;
Qualidade das águas superficiais: caracterização da infiltração através
do solo;
localização dos aquíferos, altura do lençol freático, variabilidade da zona
de saturação e da umidade do solo; ensaios de permeabilidade, ensaios
piezométricos para direção dos fluxos;
Perturbação da macro e microdrenagem - subsistência dos solos, qua-
lidade das águas, origens naturais e antropogênicas da contaminação;
índices de qualidade dos recursos hídricos.
PÁGINA 88
Meio Antrópico (Socioeconômico): serão abordados os aspectos neces-
sários para caracterizar o meio antrópico, de acordo com o tipo e o porte do
empreendimento e segundo as características da região. Esta caracterização
aborda aquelas populações existentes na área atingida diretamente pelo em-
preendimento e as inter-relações próprias ao meio regional, passíveis de alte-
rações significativas por efeitos indiretos do empreendimento que incluem, por
exemplo:
• Diretos e indiretos;
• Benéficos e adversos;
• Temporários, permanentes e
cíclicos;
• Imediatos, médio e longo prazo;
• Reversíveis e irreversíveis;
• Locais, regionais e estratégicos.
PÁGINA 89
A análise dos impactos ambientais inclui a identificação, previsão de mag-
nitude, interpretação da importância de cada um, permitindo uma apreciação
abrangente das repercussões do empreendimento sobre o meio ambiente com
a síntese conclusiva de cada fase prevista para o empreendimento – planeja-
mento, implantação, operação e desativação, se for o caso (por exemplo: em
caso de acidentes).
Nessa etapa são explicitadas as medidas que visam minimizar os impactos ad-
versos identificados e quantificados na etapa da análise dos impactos ambien-
tais, as quais são apresentadas e classificadas quanto:
PÁGINA 90
Ressalta-se que, o monitoramento dos impactos produzidos pela atividade es-
tudada ocorrerá após o deferimento da Licença de Operação. Contudo, já de-
verá estar programado desde a elaboração do EIA.
PÁGINA 91
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n.° 6.938, de 31 de agosto de 1981 (Dispõe sobre a Política Na-
cional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e apli-
cação, e dá outras providências) in Lei n.° 10.406, de 10 de janeiro de 2002,
acompanhada da legislação complementar. 09 ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
BRASIL. Lei n.° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). 09 ed. São
Paulo: Saraiva, 2003
SILVA, José Afonso da. Direito ambiental constitucional. São Paulo: MALHEI-
ROS, 1994.Romulo S. R. Tópicos de Direito Ambiental: 30 anos da politica
nacional do meio ambiente. Lumen Juris, 2011, pg 27.Cureau, Sandra. Direito
Ambiental / Sandra Cureau e Maricia Dieguez Leuzinger.- Rio de Janeiro: Else-
vier, 2013. Pg. 52.
PÁGINA 92
7CAPÍTULO
CRIMES AMBIENTAIS
Objetivos de Aprendizagem:
• Entender a importância da Lei de crimes Ambientais;
• Conhecer as medidas de proteção à fauna e a flora;
• Conhecer as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente;
• Entender a finalidade principal da lei qual seja, a reparação do dano am-
biental.
PÁGINA 93
INTRODUÇÃO
Sendo o país que detém a maior floresta tropical do mundo e, de certa forma,
uma incomparável biodiversidade na flora e na fauna, o Brasil sofre grande pres-
são internacional para que desenvolva atividades compatíveis com a conserva-
ção do meio ambiente.
A referida lei é sem dúvida uma grande evolução do direito pátrio, vez que não
trata somente dos crimes contra o meio ambiente, mas também contra a Admi-
nistração Pública e contra o Patrimônio Cultural, no que se relacione á questão
ambiental.
Após tais considerações serem feitas, poderá este instrumento avançar para
uma análise da lei 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, analisando a tutela penal
do meio ambiente, como suas inovações no que se relaciona à pessoa jurídica,
bem como as tipificações em relação à fauna, flora e a poluição.
PÁGINA 94
1. CRIMES AMBIENTAIS.
1.1 Definição
Por exemplo, no primeiro caso, podemos citar uma empresa que gera emis-
sões atmosféricas. De acordo com a legislação federal e estadual específica
há uma certa quantidade de material particulado e outros componentes que po-
dem ser emitidos para a atmosfera. Assim, se estas emissões (poluição) estive-
rem dentro do limite estabelecido então não é considerado crime ambiental.
A Lei 9.605/98, de certa forma, é uma tentativa de ser uma lei uniforme e úni-
ca sobre o tema. Os conceitos básicos do direito penal permanecem válidos e
fundamentais para a responsabilização do autor do ilícito penal ambiental. Os
princípios fundamentais da legalidade, tipicidade e subjetividade existem no di-
reito penal ambiental com força igual àquela que possuem em outros setores
do direito penal, seja no comum, seja no especial.
Certamente, a referida lei logrou êxitos, haja vista que, outrora diversas leis es-
parsas versavam acerca da questão ambiental, e assim sendo, qualquer tenta-
tiva de se diminuir o “sem número” de leis visualizadas no ordenamento jurídico
merece destaque.
No entanto, não é esta a única consideração que merece destaque por parte
deste instituto de pesquisa, outros avanços, como anteriormente citados, são
PÁGINA 95
visualizados na referida lei, merecendo eles serem em apartado, destacados.
1.1.2 Autoria.
Dispõe o artigo 3º da Lei 9.605 da seguinte redação: “as pessoas jurídicas se-
rão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto
nessa lei, em caso que a infração seja cometida por decisão de seu represen-
tante legal ou contratual, ou de órgão colegiado, no interesse ou benefício da
sua entidade”.
Assim sobre tal evolução não só no direito pátrio, mas no direito mundial, só
nos cabe, citar, o que com louvor, prelecionou Rui Barbosa: “as Constituições,
guardando o mesmo rosto e a mesma linguagem, na sua inteligência e ação,
continuamente se vão modificando, significam hoje o contrário do que ontem
significavam; amanhã exprimirão coisa diversa do hoje estão exprimindo; e
neste contínuo acomodar-se às exigências das gerações sucessivas, tomas,
sucessivamente, a cor das épocas, das escolas dos homens, que as enten-
dem, comentam ou executam”.
PÁGINA 96
Verificado, então, entendimento doutrinário acerca da responsabilidade penal
das pessoas jurídicas, é importante enfatizar as condicionantes para que
haja tal responsabilização.
É sabido então que a pessoa jurídica reúne capacidade penal para responder
pelas infrações penais de acordo com o que dispõe a lei, no entanto, muito se
divergiu no que se relaciona a diferença entre as pessoas de direito público e
privado, e em ambos os casos são passíveis de responsabilidade no âmbito
penal.
PÁGINA 97
mesmo dentro dela, comete atos que, se analisados, demonstra fraude à lei ou
ao contrato, em detrimento de terceiros.
Em suma, grande parte da doutrina de direito ambiental entende que agiu bem
o legislador ao inserir na Lei dos Crimes Ambientais a possibilidade da descon-
sideração da personalidade jurídica, combatendo a fraude e o abuso de direito,
por meio de seus sócios, agredindo o meio ambiente e locupletando-o.
No que se relaciona à aplicação das penas, a lei 9.605/98 preve penas de mul-
ta, restritivas de liberdade e restritivas de direito.
PÁGINA 98
pena de reclusão de ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A
de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transfe-
rência a regime fechado”. Assim sendo, tal diferença consiste tão somente no
regime de cumprimento de pena.
O fato acima descrito se deu face algumas características dos crimes ambien-
tais.
De acordo ainda a disposição do art. 7º, parágrafo único, da Lei dos Crimes
Ambientais, as penas restritivas de direito terão a mesma duração das restriti-
vas de liberdade.
Sem dúvida é uma evolução do direito moderno, haja vista a busca incessante
de se afastar as penas restritivas de liberdade em função do colapso que vive o
sistema prisional brasileiro, e são elencadas de acordo dispõe o art. 8º do refe-
rido diploma legal: “I – prestação de serviços à comunidade; II – interdição tem-
porária de direitos; III – suspensão parcial ou total de atividades; IV – prestação
pecuniária; V – recolhimento domiciliar”.
Das penas acima citadas, é mister enfatizar que não se verifica uma sobreposi-
ção ou uma hierarquia entre elas, tendo o juiz discricionariedade na aplicação
das mesmas, no entanto verifica-se ao passo da atual conjuntura econômica
nacional, a maior aplicação da pena de prestação de serviços à comunidade e
PÁGINA 99
a pena de prestação pecuniária, sendo que historicamente a primeira se deriva
da segunda, ao passo que era aplicada àquelas pessoas que não reuniam con-
dições de solver com as pecuniárias.
Após descrever as penas aplicáveis as pessoas físicas, a Lei dos Crimes Am-
bientais elucida acerca das penas cabíveis as pessoas jurídicas.
Ainda neste, foi citada as modalidades de penas no que se relaciona à sua apli-
cação. Na prática, quando, porventura, se verificar uma pena alternativa,
aplicar-se-á restritiva de direito; quando notar-se a cumulativa, aplicar-se-á
tão somente a restritiva de direito.
PÁGINA 100
Em se tratando da su8spensão das atividades, explicada no § 1ºdo artigo su-
pra citado, assim como se verifica no direito administrativo, constitui-se um ato
punitivo. Dada a gravidade do dano, verificar-se-á a aplicação da suspensão
parcial ou total, no entanto nota-se que a suspensão susta tão somente a exe-
cução (continuação).
Nota-se que este acima traz de forma taxativa os casos onde caberá a aplica-
ção da interdição.
No que se relaciona à pessoa física, tal restrição foi fixada de 03 (nos casos de
crimes culposos) a 05 anos (nos casos de crimes dolosos). No caso da pessoa
jurídica, previu o legislador o prazo máximo de 10 anos. Sabe-se que as penas
que vedam subsídios e adjacências repercutem em muito nas empresas, haja
vista sua natureza financeira.
PÁGINA 101
Do art. 23 ao art. 25, prevê a Lei dos Crimes Ambientais acerca da prestação
de serviços, da liquidação forçada e da apreensão de produtos.
Da liquidação forçada percebe-se que esta se configura como sendo uma pena
de morte, haja vista, ter por escopo por fim à pessoa jurídica. Destaca-se o fato
de seu patrimônio ser revertido para a união, e, assim como a pena de multa,
são revertidos ao Fundo Penitenciário.
5.1. Atenuantes
Então, presentes quaisquer das situações prevista no art. 14, a pena será di-
minuída, sendo tal diminuição a critério do julgador, haja vista tal circunstância
não prevê o quantum. Das quatro circunstâncias visualizadas no referido artigo,
três têm referência direta com o dano: espontânea reparação, comunicação do
perigo, colaboração na vigilância. Tão somente uma se liga ao agente: baixo
grau de instrução e escolaridade.
1.1.7.2 Agravantes
PÁGINA 102
a execução material da infração; c) afetando ou expondo a perigo, de manei-
ra grave, a saúde pública ou o meio ambiente; d) concorrendo para danos à
propriedade alheia; e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas
sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso; f) atingindo áre-
as urbanas ou quaisquer assentamentos humanos; g) em período de defeso à
fauna; h) em domingos ou feriados; i) à noite; j) em épocas de seca ou inunda-
ções; l) no interior do espaço territorial especialmente protegido; m) com o em-
prego de métodos cruéis para abate ou captura de animais; n) mediante fraude
ou abuso de confiança; o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou
autorização ambiental; p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou par-
cialmente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais; q) atingin-
do espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades compe-
tentes; r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções”.
PÁGINA 103
Por fim, há de se destacar o veto presidencial do inciso III, do art. 37. Tal se
verificou com louvor, haja vista, previa o referido inciso uma possibilidade de
legítima defesa contra o ataque de animais ferozes, o que, porventura aceito
vislumbraria no ordenamento jurídico mundial como uma aberração, em razão
da legítima defesa figurar-se possível contra sujeitos de direitos e deveres, ou
seja, pessoas.
Do anteprojeto da referida lei, vetou-se o § único do art. 26, que previa a pos-
sibilidade de que nos municípios onde não se verificasse a Justiça Federal, a
competência seria da Justiça Estadual, bem como do Ministério Público Esta-
dual. Na motivação do veto anotou-se o fato de que já em muitos tipos penais
prevê-se a competência estadual.
Dispõe o art. 25: “nas infrações penais previstas nesta lei a ação penal é públi-
ca e incondicionada”.
“Dentro dos princípios que regem o Ministério Público, mais do que a obriga-
toriedade (para alguns legalidade) funciona o princípio da oportunidade, espe-
cialmente nos crimes ambientais, onde uma ação esperada em lugar de uma
precipitada pode propiciar a descoberta do grupo ou de seus responsáveis”.
PÁGINA 104
na silvestre e, por estabelecer sanções um tanto quanto rigorosas em dema-
sia, tinha sua aplicação prática um tanto quanto discreta. Aplica-se, na grande
maioria dos casos, os princípios da insignificância e da irrelevância penal do
fato (= delito de bagatela), absolvendo então os acusados.
Questão também relevante é a que se refere ao art. 32, que trata da prática
de abuso contra os animas, haja vista não se ter definido legalmente o que se
configura como sendo a “prática de abusos”. “Maus-tratos” é o nome jurídico da
conduta que consta o art. 136 do Código Penal, no entanto, praticada contra
animais possui uma pena maior do que contra a pessoa.
PÁGINA 105
1.1.10.3 Da poluição.
Em se tratando dos crimes previstos na Seção III do Capítulo V da Lei dos Cri-
mes Ambientais, o legislador destacou no art. 54 os crimes de poluição, revo-
gando então tipificação análoga prevista no art. 15 da Lei 6.938/81, em face
de possui um conteúdo mais abrangente. Dispõe o referido artigo da seguinte
redação: “Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem
ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortan-
dade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena - reclusão, de um
a quatro anos, e multa. § 1º Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis
meses a um ano, e multa. § 2º Se o crime: I - tomar uma área, urbana ou rural,
imprópria para a ocupação humana; II - causar poluição atmosférica que pro-
voque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas,
ou que cause danos diretos à saúde da população; III - causar poluição hídri-
ca que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de
uma comunidade; IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; V - ocorrer
por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou
substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis
ou regulamentos: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 3º Incorre nas mes-
mas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando as-
sim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco
de dano ambiental grave ou irreversível”.
Destaca-se que o caput prevê a forma dolosa do crime. O tipo penal tutela en-
tão a saúde humana, podendo o crime ser figurado como de perigo ou de dano.
A segunda parte, tara o artigo da incolumidade animal e vegetal, sendo o referi-
do crime tão somente de dano, vez que, explicitamente tipifica a conduta capaz
de provocar a mortandade de animais ou a efetiva destruição significativa da
flora.
1.1.11. Conclusão
Assim sendo, ante à todas as considerações feitas perceberam-se que em sen-
do, como anteriormente citado, o Brasil possuidor da maior floresta tropical do
mundo a necessidade de uma legislação que busque sem dúvidas coibir os
abusos e permitir um uso sustentável dos recursos provenientes da natureza.
Tem-se como louvável a busca legislativa de reunir numa única disposição le-
gislativa todos os crimes pertinentes a tal.
PÁGINA 106
REFERÊNCIAS
LEAL SARAIVA, Alexandre José de Barros. Direito Penal Fácil: parte geral.
Belo Horizonte: Del Rey, 2003.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal: Parte Geral. 19. Ed. Rev.
Atual. São Paulo: Atlas, 2003.
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de Direito Civil. Vol. 1. 16. Ed.
Rev. Atual. Rio de Janeiro: Forense, 1994.
PÁGINA 107
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro: Parte Geral. 2. Ed.
Rev. Atual. Ampl. São Paulo: RT, 2000.
Rogério Greco Filho. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 2. Ed. Rev. Ampl.
Atual. Rio de Janeiro: Impetus, 2003.
SILVA, José Afonso da. Direito Constitucional Ambiental. 2. Ed. São Paulo:
Malheiros, 1998.
PÁGINA 108
8CAPÍTULO
RESPONSABILIDADE
AMBIENTAL
Objetivos de Aprendizagem:
• Conhecer os conceitos de responsabilidade;
• Entender o fundamento legal de responsabilidade;
• Diferenciar os tipos de responsabilidade;
• Compreender a responsabilidade tríplice no âmbito ambiental.
PÁGINA 109
INTRODUÇÃO
Por outro lado, na maioria das vezes as pessoas físicas ou jurídicas só se preo-
cupam realmente em preservar o meio ambiente quando suas atitudes refletem
na esfera cível ou penal, trazendo consequências financeiras de grande vulto.
Por fim, saliente-se que a nossa sobrevivência e a das futuras gerações depen-
dem exclusivamente das atitudes que adotamos no presente, e por isso temos
o dever de educar nossos filhos nesse sentido.
1. RESPONSABILIDADE AMBIENTAL.
1.1 Conceito
Inicialmente, vale salientar que responsabilidade ambiental não pode ser con-
fundida com responsabilidade civil, como vem ocorrendo, haja vista que para
que efetivamente haja proteção ao meio ambiente, não se pode permitir que
primeiro aconteçam os impactos para depois, fixar a condenação indenizatória
em dinheiro.
PÁGINA 110
1.2 OBJETIVOS
Por fim, vale salientar que o êxito deste conceito depende da conscientização,
ou seja: consciência + ação, de toda a sociedade, e principalmente, investindo
em educação das crianças que são o futuro de nosso planeta e da espécie hu-
mana.
A lei brasileira define como poluidor toda pessoa física ou jurídica, de direito pú-
blico ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora
de degradação ambiental. Primeiramente, mas não exclusivamente, responsa-
biliza-se o empreendedor, que é o titular do dever principal de zelar pelo meio
ambiente. Havendo mais de um, a responsabilidade é solidária. Fica ressal-
vado ao empreendedor voltar-se regressivamente contra o causador do dano,
alcançando, inclusive, o profissional que eventualmente tenha se excedido ou
omitido no cumprimento da tarefa a ele cometida.
Com relação ao ônus da prova, nas questões envolvendo dano ambiental apli-
cam-se o princípio do ônus da prova e da igualdade processual entre os litigan-
tes, cabendo ao autor provar o dano sofrido e o nexo de causalidade. Tal prova
deve ser objetiva e técnica, utilizando-se de medições. Dano é o prejuízo cau-
sado a alguém por um terceiro que se vê obrigado ao ressarcimento. A doutrina
civilista tem entendido que só é ressarcível o dano que preencha aos requisitos
da certeza, atualidade e subsistência.
PÁGINA 111
A CF/88, em seu art. 225, §2º, determina que: “aquele que explorar recursos
minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
a solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. “O
§3º acrescenta:” as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio am-
biente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais
administrativas, independentemente da obrigação de reparar o dano. A CF/88,
que emprega os termos “restaurar” e “reparar”, como a legislação infraconstitu-
cional, que utiliza termos como “restauração” e “reconstituição”, estão em har-
monia no sentido de indicar um caminho para as pessoas físicas e jurídicas
que danificarem o meio ambiente, como para a Administração Pública e para
os juízes que intervierem pra proteger o meio ambiente. O fato é que não existe
um critério único para a fixação da reparação.
Visto que a maioria dos danos ambientais graves são sempre causados por
grandes corporações econômicas ou pelo próprio Estado através das empre-
sas estatais de petróleo, de geração de energia elétrica, etc.
PÁGINA 112
Houve a necessidade de responsabilizar as pessoas jurídicas por dano am-
biental.
Já a outra corrente argumenta que o Estado sendo ele sujeito de direitos, do-
tado de personalidade autônoma e capacidade de figurar no pólo ativo nas re-
lações jurídicas, assim como as demais pessoas fisicas ou jurídicas, deve res-
ponder pelos danos causados por sua ação ou omissão lesiva ao meio ambien-
te.
A aplicação das sanções penais ambientais, tem como objetivo assegurar a to-
dos e não só aos residentes no País, o direito constitucional ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, sendo preciso levar em consideração a natureza
do bem jurídico tutelado, como integrante da categoria dos direitos fundamen-
tais, insuscetíveis de regulamentação individual, dado seu caráter coletivo.
A Lei n.° 6.938/81 definiu meio ambiente no inciso I do artigo 3°, disciplinando
que se trata de um “ conjunto de condições, leis, influências e interações de or-
dem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas”.
PÁGINA 113
A Administração Pública, bem como seus agentes têm o dever de preserva-
ção do meio ambiente atribuído pela CF/88 ao Poder Público, conforme o Art.
225,que diz: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
Na esfera cível, por força do art. 37, §6° da CF/88, o Poder Público responderá
pelos danos causados pelo agente, sendo-lhe assegurado o direito de regresso
no caso de dolo e culpa do agente.
A responsabilidade civil objetiva por dano ambiental surgiu no Brasil pelo De-
creto n.° 79.347, de 20 de março de 1977, que promulgou a Convenção Inter-
nacional sobre responsabilidade civil em danos causados por poluição por óleo,
de 1969. Logo após, foi promulgada a Lei n.° 6.453, de 17 de outubro de 1977
que, em seu art. 4°, caput, acolheu a responsabilidade objetiva referente aos
danos oriundos de atividades nucleares. E, por fim, a Lei n.° 6.938/81 consa-
grou, latu sensu, a responsabilidade civil objetiva por danos ambientais.
PÁGINA 114
soa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a
sua prática, quando podia agir para evitá-la.
A ação penal deverá ser ajuizada em face de todos aqueles que concorreram
para a prática dos delitos ambientais, sendo que cada um responderá na medi-
da de sua culpabilidade.
4.1 CONCEITO
PÁGINA 115
5. RESPONSABILIDADE AMBIENTAL INDIVIDUAL
O legislador, não limita-se somente poluidor a quem sua ou inquina o meio am-
biente com matéria ou energia; estende, porém, o conceito a quem degrada ou
altera desfavoravelmente a qualidade do ambiente.
PÁGINA 116
5.2 Exemplos de atitudes que envolvem a responsabilidade ambiental in-
dividual:
PÁGINA 117
A responsabilidade civil ambiental visa a reparação do dano, a responsabilida-
de administrativa visa a prevenção do dano e a responsabilidade penal visa a
repressão ao dano.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as pre-
sentes e futuras gerações.
PÁGINA 118
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 08 ed. Rio de Janeiro: Lu-
men Juris, 2005.
BRASIL. Lei n.° 6.938, de 31 de agosto de 1981 (Dispõe sobre a Política Na-
cional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e apli-
cação, e dá outras providências) in Lei n.° 10.406, de 10 de janeiro de 2002,
acompanhada da legislação complementar. 09 ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
BRASIL. Lei n.° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). 09 ed. São
Paulo: Saraiva, 2003
SILVA, José Afonso da. Direito ambiental constitucional. São Paulo: MALHEI-
ROS, 1994.Romulo S. R. Tópicos de Direito Ambiental: 30 anos da politica
nacional do meio ambiente. Lumen Juris, 2011, pg 27.Cureau, Sandra. Direito
Ambiental / Sandra Cureau e Maricia Dieguez Leuzinger.- Rio de Janeiro: Else-
vier, 2013. Pg. 52.
https://www.odebrecht.com/pt-br/sustentabilidade/politica-sobre-sustentabilida-
de/responsabilidade-ambiental
PÁGINA 119