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IARA SILVA FARIAS
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IARA SILVA FARIAS
Local: Cuiabá - MT
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DEDICATÓRIA
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AGRADECIMENTOS
Ao Orientador Professor Dr. André Pansonato pela contribuição nesta pesquisa, e ter aceitado
o convite, muito obrigada.
À Banca do Exame de Qualificação, e a todos os Professores Mestres e Doutores do Curso de
Especialização em Gestão E Perícia Ambiental da UFMT, por orientar durante todo o
percurso na qualificação profissional da minha carreira. Em especial aos Professores Doutores
do curso de Monica Aragona e André Pansonato pelas discussões teóricas e contribuições
durante minha formação acadêmica, principalmente por tornar as aulas mais interessantes,
levando a turma para aulas práticasoutras questões positivas do curso.
Aos colegas da turma pelas discussões e conversas compartilhadas, especialmente à Ana
Paula da Costa, Giselle da Costa, Eliani Souza e Aurélio Raphael pelo apoio durante as aulas
campos entre outras situações.
Ao Coordenador do Curso Prof. Dr. Germano Guarim Neto e Ricardo Gonzaga, a
UNISELVA e a Universidade Federal de mato Grosso, Grata.
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RESUMO
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ABSTRACT
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Sumário
Dedicatória.................................................................................................................................. 4
Agradecimentos .......................................................................................................................... 5
Resumo ....................................................................................................................................... 6
Abstract ....................................................................................................................................... 7
1. Introdução ....................................................................................................................... 8
2. Metodologia de Pesquisa ................................................................................................ 9
3. Materiais e Métodos ....................................................................................................... 9
3.1.Breve histórico do Código Florestal Brasileiro ............................................................ 10
3.2.Características de uma Área de Preservação Permanente ............................................ 11
3.3.A importância das Áreas Úmidas no Brasil.................................................................. 19
3.4.Áreas de Preservação Permanente e especulação imobiliária ..................................... 27
4. Resultados e Discussão ................................................................................................. 30
5. Considerações Finais .................................................................................................... 37
6. Referencias Bibliográfica ............................................................................................. 39
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1. Introdução
A pressão humana sobre as florestas e seus diversos recursos é tão antiga quanto a sua
própria existência. Porém, a necessidade de preservar as florestas é tão importante quanto
preservar a sobrevivência da humanidade, e manter vivo todas as formas de vida no ambiente
por menor que ela seja (COUTINHO et al 2013).
O início das ações legais referente aos cuidados com a natureza vem desde o período
colonial e imperial no Brasil, porém ocorriam de forma pouco acentuadas, pelo fato de
valorizarem mais aquilo que poderiam se extrair da natureza e vender, não se importando com
o equilíbrio do meio ambiente, explorando-o exacerbadamente. E nessa época, as autoridades
proporcionavam apenas atos direcionados especialmente as formas de controlar o uso dos
recursos naturais disponíveis com o intuito de segurança econômica (THOMAS & FOLETO,
2011).
Primeiramente, a exemplo, fora estabelecida por Ordenação de Afonso IV, que veio a
proibir o corte deliberado de árvores no país, datada de 12 de março de 1393. Porém, tais
preceitos legais desse período não eram ligadas a proteção dos recursos naturais como um
todo, e sim apenas a questão de matérias consideradas de alto valor econômico para serem
exportados, como foi o Pau-Brasil, que também, tão logo, no século XVII teve o Regimento
do Pau-Brasil proibindo o corte da madeira sem as devidas licenças expedidas e reconhecidas
pelas autoridades (ANTUNES, 1999).
Antunes (1999) afirma também, sob os atos legais em 1 de julho de 1802 normas
referentes ao reflorestamento, pela necessidade de se manter a riqueza natural do território
brasileiro. E posteriormente a derrubada de árvores, sem autorização, sendo proibida aos dias
11 de junho de 1829 por meio de decreto.
De acordo com Machado (2002), durante o período republicano, com a Revolução de
30, uma intensa modificação ocorreu na regulamentação legal de proteção das florestas no
Brasil. Consequentemente, diante da preocupação com as florestas, um marco legal deu início
aos avanços a proteção das florestas no país, sendo então aprovado o Decreto n° 23.793, de 23
de janeiro de 1934 - Código Florestal brasileiro, pelo Presidente Getúlio Vargas.
Esta pesquisa tem como finalidade fazer um breve levantamento histórico das
legislações ambientais voltada para as Áreas de Preservação Permanente no Brasil, exaltando
alguns fatos importantes. A justificativa desta pesquisa baseia na vulnerabilidade que esses
espaços têm sofrido no sentido de não se verificar o cumprimento da legislação em vigor tanto
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nas áreas rurais quanto nas áreas urbanas, pois se existem áreas protegidas por lei que estão
sendo degradadas de forma acelerada em alta escala, principalmente pela imposição do
agronegócio no país, o que será feito futuramente com áreas mais complexas e que necessitam
de critérios particulares para alcançar meios legais de proteção.
2. Metodologia de pesquisa
A pesquisa é de caráter bibliográfico, desenvolvida por meio de busca em artigos
científicos com o intuito de recapitular e trazer em cena alguns fatos que marcaram história da
evolução da legislação ambiental voltada principalmente no que se refere às Áreas de
Preservação Permanente no país. Dessa forma, por meio dessa busca, vários questionamentos
foram apontados através de fontes disponibilizadas em revistas, artigos, livros que abordam o
assunto, colocando essas informações conforme o seu desenvolvimento, verificando o
momento histórico dessas fases até o cenário atual.
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Reserva Legal que se aplica às áreas rurais, delimitando também diferentes espaços de uso
restrito (BALEIA, 2010).
De acordo com Borges et al (2011) Código Florestal Brasileiro desconsiderava áreas
que não possuíam cobertura vegetal ao longo do percurso dessas zonas, e devido a isso, os
produtores rurais consideravam atividades legais o exercício produtivo em determinadas
áreas, tendo como suporte essa falha na legislação. Contudo o CONAMA entrou com ação
para mudança de termos que deliberavam dupla interpretação, objetivando por fim ao
entendimento de que áreas sem cobertura vegetal estavam dispostas a servir-lhe de utilidades
rurais produtivas.
O CONAMA, através da edição da Resolução n.369/06, acrescentou ao termo
“supressão de vegetação” o termo “intervenção”. Assim, o termo intervenção em
APP pode ser considerado tanto para atividades em APPs desprovidas de vegetação,
bem como aquelas com ocorrência de vegetação. A mesma Resolução CONAMA
369/06, além da inserção do termo “intervenção”, trouxe novas classes no
entendimento de utilidade pública e interesse social, bem como permitiu a
intervenção eventual e de baixo impacto ambiental em APP: as atividades de
utilidade pública podem ser entendidas como aquelas que têm aplicação pública em
sentido mais amplo, sem distinção de grupos sociais específicos e que atendam
interesses gerais; já as atividades de interesse social são aquelas que caracterizam os
interesses de grupos sociais menores, inclusive familiares.
A legislação ambiental brasileira define o conceito de Áreas de Preservação
Permanente – APPs, independentemente da sua condição de cobertura vegetal, ou seja,
prioritariamente relacionasse APPs com a função de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger
o solo e assegurar o bem estar das populações humanas. Para tanto, durante alguns anos,
estudiosos desta área, consideravam legalmente protegidos apenas a vegetação e a
biodiversidade abrigada a estes espaços, desconsiderando parte de todo o conjunto que
compõem esse ambiente, como a estabilidade geológica, a segurança hídrica, o bem estar da
humanidade (BALEIA, 2010).
O Código Florestal Brasileiro, estabelece então a Lei n.º 4.771,de 15 de setembro de
1965, instituindo as Áreas de Preservação Permanente (APPs), com a finalidade de impedir
maiores ações antrópicas que viessem a devastar ainda mais o meio ambiente e colocar em
risco toda estabilidade e equilíbrio ecológico nas mais diversas regiões do país (BRASIL,
1965).
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De acordo com Coutinho (2013) o código florestal faz menção das APPs de forma
geral, porém, não impõe critérios e limites de áreas a serem considerados, ficando então para
os estados e municípios atribuírem esses limites de acordo com as características próprias
dessas áreas à serem denominadas de preservação permanente, ou seja, ainda que se proponha
limites de proteção, fica ao encargo do estado e município seguir o mesmo padrão ou alterá-lo
desde que respeite o limite mínimo dessas áreas.
Segundo Antunes (1996), o Código Florestal prioriza legalmente a preservação de toda
vegetação que tem como função abrigar os cursos d’água corrente, e essa forma de vegetação
é definida como mata ciliar. O documento elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente de
São Paulo em 2009 compreende que toda “A vegetação, está diretamente relacionada à
permeabilidade dos solos. A relação é ainda mais clara quando se trata daquela que ladeia os
cursos d’água, ou seja, a mata ciliar, estabilizando as margens”.
Além do que são colocadas pelo código florestal, novas regulamentações foram
criadas, como por exemplo, a lei n°. 7.754, de 14 de abril de 1989, que foi constituída com a
intenção de se preservar e proteger as florestas existentes nas nascentes dos rios. Dessa forma,
uma área que se encontrava desmatada ao longo das margens do rio, deveria ser reflorestada e
recuperada, independentemente se ela pertencesse ao setor público ou privado (NETO, 2003).
O território brasileiro é considerado um dos ecossistemas mais ricos em termos de
abrigar uma grande biodiversidade de flora, fauna, recursos hídricos entre outros, e por isso
existe a necessidade de colocar diversos órgãos responsáveis para fiscalizar o meio ambiente.
Toda gestão dessa riqueza ambiental é composta por uma série de leis estabelecidas
pela Política Nacional de Meio Ambiente -Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981,que foi
instituído com a finalidade de promover a preservação, recuperação e qualidade ambiental
com o intuito de garantir condições adequadas ao crescimento econômico e social. (PNMA,
2012).
Para Machado (2002) as Áreas de Preservação Permanente são formadas por
elementos primordiais, que foram sendo considerados posteriormente por meio algumas
alterações da legislação, com o intuito de se manter toda sua estrutura e todo o conjunto da
sua função ambiental e social, ressaltando ainda que, qualquer alteração que descaracterize
uma APP, provocara dano para toda dinâmica que ocorre naquele ambiente, e também, para
todo e qualquer tipo de mudança que venham ocorrer nestes espaços, somente poderão ser
feita por meio de autorização legal e de grande relevância, caso contrário o mesmo será
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negado, contando que, tudo aquilo que for retirado será de alguma forma recompensado ao
longo do tempo.
O Código Florestal Brasileiro limita essas áreas por meio de padrões de acordo com
algumas características das Áreas de Preservação Permanente. Se tratando dos limites, das
faixas mínimas a serem consideradas diante das margens dos cursos d’água, sendo eles rio,
nascente, vereda, lago ou lagoa, consideram-se pela lei, além da conservação da vegetação
nestas margens, todo o conjunto que compõem essas características, sendo eles indicadores
geológicos, hidrológicos, a biodiversidade do local entre outros, e também a largura do curso
d’água, e isso vale tanto para as áreas rurais quanto em área urbanas (MMA, 2011).
Autores como Pereira et al (2011) participam do grupo de pesquisadores ANAP –
Associação Amigos da Natureza Paulista, identificam a questão de nascentes, segundo o
estudo, principalmente ligado ao conceito, um dos problemas está:
Os estudos sobre nascentes ainda são escassos na literatura científica. Entende-se
comumente que as nascentes são afloramentos do nível freático na superfície do
terreno, e são pontos iniciais de cursos de água. De acordo com o Dicionário
Aurélio, nascente significa “fonte de um curso de água, cabeceira”.
Em livros básicos de hidrogeologia, cita-se Davis & De Wiest (1966) que define
“fonte” (spring) como “qualquer descarga superficial natural de água
suficientemente grande para fluir em um pequeno curso de água. Valores de
descarga menor que isto é denominado de percolação superficial (surfaceseepage)”.
Primeiramente, quando se trata de nascentes, sejam elas as chamadas nascentes
perenes que por definição, são as nascentes que tem o seu escoamento superficial natural
durante o decorrer de todo ano, ou quando se trata de nascentes intermitentes, que são aquelas
que ocorrem apenas em determinadas épocas do ano, conforme a estação, não apresentando
escoamento superficial durante o ano inteiro, de acordo com a lei, o limite mínimo necessário
para a proteção do afloramento d’água é um raio de 50 metros de largura. Portanto, esse é o
padrão de faixa mínima considerado de grande importância para manter a integridade dos
recursos hídricos, bem como a preservação da vegetação nativa e todos os recursos dispostos
que compõe uma Área de Preservação Permanente (MMA, 2011).
Calheiros et al. (2004) descreve nascente como “o afloramento do lençol
(sic)freático, que vai dar origem a uma fonte de água de acúmulo (represa), ou
cursos d’água (regatos, ribeirões e rios). A nascente ideal é aquela que fornece água
de boa qualidade, abundante e contínua, localizada próxima do local de uso e de cota
topográfica elevada, possibilitando sua distribuição por gravidade, sem gasto de
energia. É bom ressaltar que, além da quantidade de água produzida pela nascente, é
desejável que tenha boa distribuição no tempo, ou seja, a variação da vazão situe-se
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dentro de um mínimo adequado ao longo do ano. Esse fato implica que a bacia não
deve funcionar como um recipiente impermeável, escoando em curto espaço de
tempo toda a água recebida durante uma precipitação pluvial. Ao contrário, a bacia
deve absorver boa parte dessa água através do solo, armazená-la em seu lençol (sic)
subterrâneo e cedê-la, aos poucos, aos cursos d’água através das nascentes, inclusive
mantendo a vazão, sobretudo durante os períodos de seca. Isso é fundamental, tanto
para o uso econômico e social da água - bebedouros, irrigação e abastecimento
público, como para a manutenção do regime hídrico do corpo d’água principal,
garantindo a disponibilidade de água no período do ano em que mais se precisa
dela”.
Para tanto, pesquisadores do ANAP, classificam as nascentes da seguinte forma:
Nascente ou olho d’água - pode ser o tipo de nascente sem acúmulo d’água inicial,
comum quando o afloramento ocorre em um terreno declivoso, surgindo em um
único ponto em decorrência da inclinação da camada impermeável ser menor que a
da encosta. São exemplos desse tipo as nascentes de encosta e de contato Veredas –
são formadas por várias nascentes espalhadas de modo difuso, numa área de
afloramento. Nascentes com acúmulo inicial - quando a camada impermeável fica
paralela à parte mais baixa do terreno e, estando próxima a superfície, acaba por
formar um lago.
Alguns autores se dedicam especificamente ao levantamento de APPs que fazem
algum tipo de conexão com nascentes, como por exemplo, (Santos, 2009), destaca o seu
conceito de nascente como:
Vale a pena chamar a atenção para duas situações que normalmente confundem os
observadores e os têm muitas vezes levado a equivocadamente as caracterizar como
nascentes, com decorrente aplicação das disposições legais de uma APP, quando
efetivamente não se trata de uma nascente”. A primeira refere-se a terrenos
localmente de topografia plana ou bastante suave, com dificuldade natural de
escoamento superficial de águas de chuva. Há nessas situações a possibilidade de
formação de uma camada sub-superficial de argilas hidromórficas que, por sua
grande impermeabilidade, dificultam a infiltração e proporcionam a sustentação de
uma camada superficial saturada ou úmida, especialmente em períodos chuvosos.
São situações que sugerem, erroneamente, uma classificação como nascente difusa.
Outro caso controverso diz respeito a olhos d’água intermitentes originados de águas
de infiltração que, ao atravessar a zona superior do solo (zona de aeração) encontram
obstáculos com menor permeabilidade ou mesmo impermeáveis, decorrentes da
existência de variações geológicas internas horizontais ou sub-horizontais (uma
lente argilosa, por exemplo, ou algum tipo de estrutura). Nessas condições essas
águas de infiltração podem resultar na formação de “lençóis suspensos” ou
“empoleirados” e acabam aflorando à superfície de um terreno declivoso antes de
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atingir o lençol freático propriamente dito. Uma situação que, pelas definições
conceituais estabelecidas, também nãopode ser caracterizada como uma nascente,
ainda que sugira cuidados especiais de proteção.
O mesmo ocorre para os rios, de tal modo que, se estabeleceu faixas mínimas
conforme a sua largura. Para as margens dos rios que apresentam até 10 metros de largura, é
proposta uma faixa mínima de 30 metros de distância, e essa faixa mínima se estende a
proporção em que se acresce a largura do rio (MMA, 2011).
Toda área que circunda lagos e lagoas naturais são consideradas Áreas de Preservação
Permanente, e isso tem validade tanto em zonas urbanas, quanto em zonas rurais. No entanto,
a largura mínima é diferente de um para o outro, sendo para a zona urbana o mínimo
estabelecido um raio de 30 metros, para qualquer dimensão de superfície. E para a zona rural
a faixa é de 50 metros para corpos d’água com superfície inferior a 20ha e 100 metros para
corpos d’água com superfície superior a 20ha. Contudo, quando acontece desse lagos ou
lagoas naturais estarem localizados com a superfície inferior a 1,0 ha, logo a Área de
Preservação Permanente é desconsiderada, porém a retirada da vegetação nativa do local não
é permitida, sendo ela conservada (BALEIA, 2010).
Em casos que envolvam Reservatórios Artificiais, as Áreas de Preservação
Permanente serão definidas no ato de Licenciamento Ambiental do empreendimento, os
parâmetros mínimos considerados para a área urbana é de 15m e 30m de largura, e para a
zona rural largura mínima da faixa será entre 30m e 100m.
Para as Áreas de Preservação Permanentes que envolvem as Veredas ou Áreas
Difusas, o espaço demarcado deve ter no mínimo 50 metros de largura, e de acordo com a
legislação as veredas são definidas como toda uma fitofisionomia de savana, localizada em
solos hidromórficos, comumente predominada por palmeira arbórea Mauritia flexuosa, buriti
emergente, que não formam dossel, e estão em meio a um conjunto de espécies arbustivo-
herbáceas.
No caso das Restinga e dos Mangues, as restingas que são as faixas de aspecto
arenosos na região litorânea, que se formam por ação da movimentação das águas marinhas,
acompanhando todo o limite da margem costeira, que formam uma cavidade no litoral
originando as lagoas costeiras, com vegetações variadas como por exemplo, árvores de grande
porte e algumas pequenas espécies de plantas estabelecidas em zonas alagadas. No caso dos
Mangues, que vem desde o Amapá até Santa Catarina, delimitados nas faixas litorâneas do
território brasileiro, todo o seu espaço é alagado e muito rico em nutrientes devido a sua
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formação estar situada nos pontos onde acontece a conexão das águas dos rios com as águas
do oceano.
Para tanto, do mesmo modo, são consideradas como Áreas de Preservação
Permanente, toda extensão das Restingas assim como também dos Mangues, nos espaços que
fazem o papel de fixadoras de dunas e estabilizadoras de mangues para manter toda
funcionalidade deste tipo de ambiente.
Diferentes formas paisagísticas no meio ambiente são consideradas de grande
importância para a conservação de todo ambiente, tanto que o1° Código Florestal Brasileiro
elencou os “itens” a serem preservados pela sua plenitude, segundo estudiosos do assunto.
Então, um exemplo do que se consideram pleno, é que está disposto no Artigo 2°, que faz
referência o que se deve ter como proteção permanente para as áreas que são de topos de
morro, montes, montanhas e serras, bordas de tabuleiros ou chapadas e para as encostas com
alta declividade, entre outras (MMA, 2011).
O Conselho Nacional do Meio Ambiente- CONAMA estabeleceu na Resolução de nº
303, de 20 de março de 2002, definindo em seu Artigo 3º, as condições peculiares em que são
avaliadas e formadas as Áreas de Preservação Permanente, como, o Art. 3º Constitui Área de
Preservação Permanente a área situada:
II - ao redor de nascente ou olho d`água, mesmo que intermitente, com raio mínimo de
cinquenta metros de tal forma que proteja em cada caso a bacia hidrográfica contribuinte;
IV - em vereda e em faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de
cinquenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e encharcado;
Tais resoluções do CONAMA, são consideradas por alguns profissionais da área,
como subjetiva demais, pelo fato de não ir de encontro ao que acontece na realidade, pois, em
muitos casos podem ocorrer “acidentes geológicos” que dificultam a infiltração e a
impermeabilidade da água no solo, provocando um encharcado da camada superficial do solo.
Esse fato, pode induzir o corpo técnico a definir o espaço como uma APP, e em muitos casos,
não ocorre a nascente. Portanto, é necessário ter uma correta explicação do que realmente
possa se interpretar como uma nascente.
Contudo, ocorre muita confusão em relação aos conceitos atribuídos as nascentes, pois
em muitos casos, alguns profissionais da área, classificam Áreas de Preservação Permanente
de forma errônea, e uma das justificativas se dá pela falta de uma investigação mais extensa e
aprofundada no local indicado até a sua definição final se o que foi observado é de fato uma
nascente ou não. Também, existe a necessidade de um estudo geológico mais detalhado antes
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de impedir que o proprietário rural explore a sua propriedade e perca ganhos seus
econômicos, principalmente se forem empreendimentos que dispõem de áreas de menor
extensão.
Tanto na teoria quanto na prática, a compreensão do conceito de nascente se faz
necessário. Porém, esse conceito é precedido de uma terminação que gera confusão nas
seguintes expressões - água subterrânea e lençol freático. Logo: “a nascente está ligada a uma
manifestação em superfície da água subterrânea, entendida essa como a água contida em zona
subterrânea de saturação, normalmente sustentada por uma camada geológica inferior
impermeável”; Já no que diz respeito em relação ao lençol freático “o lençol freático
corresponde à superfície de separação da zona de aeração, superior, da zona de saturação,
inferior, ou seja, corresponde à superfície hidrostática da água subterrânea”. Mas, atualmente
ambas expressões são consideradas sinônimos. Contudo, na realidade, essa confusão
terminológica não é levada em consideração, e o que é levado adiante é a pratica informal do
conceito, independente das expressões como consta em alguns documentos (BALEIA, 2011).
Depois de analisadas essas questões conceituais confusas, observa-se que o desafio do
corpo profissional da área, está em determinar a respeito do aspecto de água livre ou de
umedecimento na superfície de algum solo, para ser diagnosticado se essa água está
relacionada a uma manifestação da água subterrânea em superfície, ou não, para que
posteriormente seja decidida a presença de uma nascente (BALEIA, 2011).
2.3.A importância das Áreas Úmidas no Brasil
Em relação as Áreas de Preservação Permanente que pertencem aos ambientes de
Áreas Úmidas, ainda não foram estabelecidas leis ambientais nacionais com critérios mais
específicos para se manter adequado o ritmo que deve obedecer toda a dinâmica destes
ambientes (JUNK et al 2011).
Alguns assuntos foram tratados muito antes da Convenção de Rasmar, porém não
eram temas propriamente relacionados ao que ocorreu durante a convenção, então conforme
ocorriam o progresso nos contextos ambientais, de preservação e conservação para manter o
equilíbrio do meio ambiente, é que as portas se abriram para se trabalhar com mais questões
ambientais que deveriam ter certa atenção do governo. Foi então que, alguns grupos ligados
ao debate sobre cuidados com o ecossistema, a conservação do planeta, bem estar e equilíbrio
da natureza, que no início dos anos de 1980, que a Convenção passou a tratar o tema de forma
mais aprofundada, priorizando-se os cuidados com as áreas úmidas, se atendo a dinâmica que
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estes tipos de ambientes precisam ter para se manter em equilíbrio, proporcionando a
qualidade de vida ambiental para toda população envolvida (MMA).
Somente no ano de 1982, quando foi elaborado um documento junto ao texto original
da convenção, é que as áreas úmidas passaram a ter valor científico, cultural, econômico e
recreativo de forma reconhecida pela legislação. Posteriormente, a Convenção optou por um
enfoque mais ecossistêmico e socioambiental, e não se restringiu apenas a sua preocupação
com o habitat para as aves aquáticas migratórias. Por meio dessa mudança de enfoque, foi
realizada no Japão no ano de 1993, na cidade de Kushiro, a consolidação dos países membros,
a chamada 5ª Conferência das Partes Contratantes (COP 5) (MMA, 2010).
A missão agora da Convenção, ficou definida na COP 8, realizada na Espanha, na
cidade de Valência em 2002, com o propósito de: “A conservação e o uso racional por meio
de ação local, regional e nacional e de cooperação internacional visando alcançar o
desenvolvimento sustentável das zonas úmidas de todo o mundo”.
Atualmente, a Convenção de Rasmar está mais centrada em além de trabalhar com a
conservação, estão priorizando também a sustentabilidade destas zonas úmidas, que vai desde
pequenas montanhas até ao mar, com uma vasta biodiversidade de ecossistemas de água doce
e salgada.
Os países que aderiram ao Tratado da Convenção de Rasmar, apresentavam um
depósito para a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura –
UNESCO,como um instrumento de adesão para garantir a sua participação, junto a este
depósito de adesão, os países adeptos tinham que fornece uma zona úmida pertencente do seu
território para ter o reconhecimento como Sítio de Rasmar, e posteriormente fazerem parte da
Lista de Rasmar. Ao todo, até o ano de 2010, faziam parte da Convenção de Rasmar 159
membros denominados como partes contratantes. O Brasil é formado por diversos tipos de
ambientes, sendo quase que praticamente em cada região um tipo de bioma, e isso se deve a
toda sua extensa proporção territorial. O país passou a fazer parte deste grupo no ano de 1993,
assinando o Tratado da Convenção de Rasmar (MMA, 2010).
De acordo com o Artigo 2° da Convenção de RAMSAR - sobre Zonas Úmidas de
Importância Internacional, principalmente como Habitat de Aves Aquáticas, cada país
membro que indicavam essas zonas úmidas, eram orientados a demarcar os limites que eram
impostos, e delimitá-los junto ao mapa, essas zonas poderiam ser desde áreas úmidas
ribeirinhas até porções de águas marinhas com profundidade de mais de seis metros, desde
que contenham importantes habitat de aves aquáticas (Ministério de Meio Ambiente).
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Também, no item 2, do mesmo artigo, as “Partes Contratantes” devem selecionar essas
zonas úmidas considerando os seus aspectos ecológicos, botânicos, hidrológicos,
limnológicos e zoológicos, desde que, em primeira ordem sejam consideradas as aves
aquáticas conforme a sua importância internacional.Para tanto, os países membros da
Convenção de Rasmar possuem alguns benefícios, como por exemplo, uma cooperação
técnica e apoio financeiro aplicado em recursos naturais dessas zonas úmidas promovendo a
sustentabilidade dessas áreas e de toda comunidade nos arredores (MMA, 2010).
Primeiramente, em alguns documentos é apresentada uma possível definição do que se
consideram Áreas Úmidas. Logo, “Áreas Úmidas podem ser porções pouco encharcadas,
como espaços de pântano com água corrente ou estancada, natural ou artificial, constante ou
transitória, de aspecto doce, salobra ou salgada, envolvendo também os ambientes marítimos
de acordo com a profundidade da maré se alta ou baixa”. Em alguns documentos é possível
perceber que ocorrem várias definições para o entendimento desses tipos de ambientes
úmidos, e esses conceitos acontecem mais no sentido popular, conforme as características que
eles apresentam. Não há ainda um conceito cientifico para essas diversas áreas úmidas, e um
dos problemas é a falta de aprovações de leis que protejam esses ambientes. Existe uma
grande luta pelos especialistas destas áreas para que o Brasil avance e perceba cada vez mais a
importância das áreas úmidas no seu território (CUNHA & JUNK, 2014).
Para a Convenção de Rasmar, a definição de zonas úmidas compreende muito além de
diferentes espaços úmidos naturais, pois essas áreas envolvem também ambientes artificiais,
como os reservatórios de água, as lagoas e algumas barragens. A decisão por incluir áreas
artificiais como zonas úmidas emanam da ocorrência da Convenção de Rasmar ter a intenção
de abrigar lugares que provavelmente seriam utilizados por muitas aves aquáticas migratórias,
garantindo a prevalência da troca genética entre indivíduos, e perpetuando a sua prole (MMA,
2010).
Conforme Junk et al (2004) as definições dessas áreas úmidas ocorrem de acordo com
as características que fazem parte da composição de cada uma delas, e a sua classificação
incide conforme as regiões onde estão localizadas todas essas áreas, analisando o clima, os
tipos de vegetação, os aspectos do solo, a sua hidrologia, fauna e flora, extensão dos rios,
lagos, lagoas e mar entre outros elementos que compõe a natureza.
As áreas úmidas no Brasil recebem classificação com nomes mais de populares,
existem estudos que buscam por uma classificação mais científica, mas por enquanto não há
nada definido. Em estudos mais recentes, ao todo o Brasil possui aproximadamente 21áreas
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úmida distribuídas em seu extenso espaço territorial, mas a classificação popular dada a elas
são por algumas vezes equivocadas, porque muitas delas não estão adaptadas as
características nacionais de cada região, e sim, classificadas de modo internacional. Portanto,
pesquisadores questionam de fato que, não adianta atribuir uma classificação de origem
internacional, onde o clima e diferente se comparado com o do Brasil (MMA, 2010).
Algumas são popularmente conhecidas como, Buritizais, por serem mais
predominadas por Buritis - Mauritia flexuosa e espaços bastante encharcados; outra é
conhecida como Carnaubal, localizada na região costeira, com porções encharcadas de água
doce, e muitas palmeira de Carnaúba – Copernicia prunifera, nelas estão presentes também
algumas herbáceas pantaneiras; outra área úmida é a de Igapó, localizada na Amazônia
Central, e tem como característica espaços alagáveis ao longo da extensão dos rios com um
misto de água escura e clara, desprovidas de nutrientes; Olho d’água, também são
consideradas áreas úmidas que estão distribuídas por todo Brasil, os chamados olhos d’água
fazem brotar certa quantidade de água originárias de águas subterrâneas e formam muitos
rios, como por exemplo, o rio São Francisco;
Áreas úmidas de Várzea, presentes na Amazônia central, são áreas alagadas que
seguem ao longo do percurso dos rios, a água é composta por uma coloração branca,
originárias da Andina, possui uma grande variabilidade de nutrientes; existem outros tipos de
áreas úmidas de Várzea nas mais variadas regiões do território brasileiro, essas áreas são
classificadas como Várzea, por serem alagáveis em certos períodos do ano; Fazem parte
também da Lista de Rasmar, a Restinga, localizada em áreas costeiras do Brasil, suas
características são porções de água baixa e conjunto de pântanos distribuídos entre dunas nas
regiões litorâneas brasileiras; os Pântanos, que recebem este tipo de nome popular,
considerado ainda não muito adequado para algumas porções de áreas encharcadas; Áreas
úmidas classificadas como Varjão, localizada nos estados de Mato Grosso, Tocantins e Goiás,
esse nome se deve a várzea muito ampla em áreas savânicas, essas áreas savânicas são
formadas por espécies arbóreas e arbustivas, distribuídas por substratos graminosos, que não
apresentam a formação de um dossel consecutivo (Ribeiro & Walter, 1998).
Estas são algumas das áreas úmidas que fazem parte da Lista de Rasmar. Como se
pode notar referente a algumas das classificações delas não as definem totalmente, em muitos
casos a descrição delas não estão de acordo com nome que elas recebem, por isso precisam de
um detalhamento maior, e requer um estudo mais aprofundado, estabelecer critérios de
classificação não é uma tarefa fácil.
23
Por mais que seja regulamentada toda uma sequência de leis em relação às APP’s, um
dos maiores desafios atualmente, está em estabelecer critérios para manter preservadas essas
áreas úmidas. Pois estas áreas são constituídas por algumas características mais peculiares,
elaboradas e únicas como é o caso do pantanal mato-grossense ou dos mangues das regiões
amazônicas entre outras no território brasileiro. Ambientes como este é regido por toda uma
dinâmica e quando se alteram o seu curso natural todo o seu ciclo será afetado, seguido por
um encadeamento de impactos irreversíveis, aniquilando totalmente toda a riqueza de
biodiversidade local, que também são fontes de vida para as comunidades que dependem
desse ritmo natural correspondente a vida local de diferentes populações (SILVA, 2011).
Existe o levantamento de dados importantes no que se refere à importância dos
serviços tanto ambientais como sociais prestados pelas áreas úmidas no Brasil, sendo uma
delas da seguinte forma, de acordo com (JUNK et al, 2014) membros pesquisadores do grupo
INAU:
AUs fornecem diversos serviços para a sociedade. A importância para a manutenção
da biodiversidade é destacada por Gopalet al. (2000). O valor médio global em
serviços ecossistêmicos, biodiversidade, e considerações culturais de AUs foi
estimado em 14.785 US$ ha-1 a-1, um valor mais alto que aquele de outros
sistemas, como rios (8.498 US$ ha-1 a-1), florestas (969 US$ ha-1 a-1) e savanas
(232 US$ ha-1 a-1) (Costanza et al. 1997). Com base em métodos similares, Seidl&
Moraes (2000) encontraram para o Pantanal de Nhecolândia cerca da metade deste
valor. Certamente, estes valores precisam ser verificados em maior detalhe para as
AUs brasileiras por meio de análises caso a caso, e devem ser também validados,
porém, eles já são um forte indicativo da importância econômica, funcional, estética
e cultural das AUs brasileiras.
São inúmeros os serviços prestados pelas Áreas Úmidas, e cada vez mais restritas ao
tipo de ambiente que se apresenta de maneira hierárquica da natureza, ou seja, para se adotar
determinado tipo de classificação para uma área úmida, inúmeras características deverão ser
levadas em consideração para aquele tipo de ecossistema, em outras palavras, será o próprio
ecossistema quem ira apresentar quais especificidades ele contempla para estabelecer os
critérios de classificação dessas áreas. Contudo, pesquisadores apontam que:
Muitos destes serviços sofrem o destino dos chamados “bens comuns”, onde todos
se beneficiam, mas ninguém é responsabilizado por sua manutenção. Este
comportamento é descrito na teoria econômica como “tragédia dos bens comuns”
(Hardin 1968). As consequências econômicas e sociais dramáticas desta negligência
podem ser observadas a cada ano, quando aparecem as notícias nos jornais sobre
inundações catastróficas no Brasil. Desde 2010, milhares de pessoas em Minas
24
Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul ficaram
desabrigadas e perderam os seus bens, e algumas até a própria vida. Os gastos para
os moradores eram dramáticos como também para o setor publico, que tem que
investir pesadamente na proteção contra inundações futuras. A transformação das
AUs ao longo dos rios em áreas urbanizadas pela construção civil, bem como
também a conversão das AUs em pastagem e cultivos pelo agronegócio, juntamente
com o desmatamento indiscriminado em partes chaves das bacias, foram indicados
como fatores agravantes nestas inundações catastróficas (Junk et al. 2012).
Partindo desta lógica, o problema em relação às Áreas Úmidas é pior ainda do que a
de qualquer outro tipo de área judicialmente protegida, principalmente pelo fato desses
ambientes estarem desprotegidos e praticamente entregues a devassidão antrópica, pois, o
território brasileiro detém algumas leis que protegem determinadas áreas e ainda assim sofrem
degradação humana, o que não ira acontecer então de fato as áreas ainda desprotegidas como
é o caso das Áreas Úmidas brasileiras.
De acordo com o CONAMA, que faz alusão para criar meios que conferem suporte ao
meio ambiente, e que tem por finalidade mediar subsídios para fomentar novas legislações, o
mesmo deixa de cumprir com a sua missão quando resolve a publico aprovar no ano de 2002:
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das
competências que lhe são conferidas pela Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981(...)
Considerando que as Áreas de Preservação Permanente - APPs são espaços
territoriais legalmente protegidos.
Considerando que as áreas úmidas e o Pantanal não são considerados APPs em
virtude da complexidade de seus ecossistemas e de seus corpos d’água, que
impedem que as áreas e sua utilização sejam definidas segundo os critérios usuais de
classificação para APP e que, por conseguinte, merecem tratamento legal específico;
Considerando os aspectos sócio-econômico-ambientais das populações que vivem
nas áreas úmidas e no Pantanal e planícies de inundação amazônica, que definem
como essencial para a sua sobrevivência o uso sustentável e pontual de APPs,
constituindo-se ainda em uma reserva potencial de terras capazes de serem utilizadas
na produção de alimentos, produtos madeiráveis e não madeiráveis (fitoterápicos,
cosméticos, condimentares e aromáticos), a fim de atenderem à crescente demanda
regional e mundial;
Considerando as principais definições científicas, onde o Pantanal não é sinônimo de
pântano ou terreno brejoso, e sim de vasta planície bem drenada, sujeita a
inundações periódicas;
Posteriormente a estas “considerações”, quando o órgão decide por algumas
normatizações,ainda que por meio de aprovação de licenças expedidas pelo órgão competente,
algumas questões são levantadas devido o mesmo não restringir o acesso as APPs, em
25
determinadas situações e não considerar áreas úmidas como APPs, como segue algumas delas
destacadas abaixo, estabelecendo:
Art. 1º Estabelecer critérios e parâmetros para uso, manejo e licenciamento de
atividades sustentáveis em APPs de áreas úmidas e Pantanal.
Art. 2º As APPs, para efeito desta Resolução, são as enumeradas no artigo 2º do
Código Florestal.
§ 1º Não são consideradas APPs as várzeas amazônicas, igapós, igarapés, furos,
paranás e restingas, situados na planície de inundação amazônica, que ficarem
abaixo do nível mais alto dos rios ou quaisquer cursos d’água em faixa marginal,
conforme o artigo 2º, letra “a”, do Código Florestal.
§ 2º Não são consideradas APPs nas áreas úmidas, região amazônica e no Pantanal
as áreas situadas na planície de inundação, por ficarem abaixo do nível mais alto dos
rios, ou quaisquer cursos d’água em faixa marginal, conforme o artigo 2º, letra “a”,
do Código Florestal; florestas, vazantes, campos e outras áreas inundáveis
porsaturação do lençol freático decorrente de concentração pluviométrica.
§ 3º O órgão ambiental estadual é o responsável pelo licenciamento das atividades
desenvolvidas nas áreas constantes nos § 1º e § 2º.
Art. 3º No Pantanal a definição do nível mais alto dos rios e demais cursos d’água,
para fins de delimitação de APP, será efetuada durante o período regional de seca.
Art. 4º É vedada a utilização das APPs:
I - ao redor de nascente ou olho d’água, ainda que intermitente, com raio mínimo
decinqüenta metros;
II - nas veredas e em faixas marginais, em projeção horizontal, com largura mínima
de cinqüenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e encharcado;
III - nas restingas e mangues, exceto nos casos previstos no artigo 6º;
IV - em locais de refúgio ou reprodução de aves migratórias e de exemplares da
fauna ameaçadas de extinção, que constem de lista elaborada pelo Poder Público
Federal, Estadual ou Municipal;
V – em dunas e praias.
Parágrafo único. As atividades desenvolvidas nas APPs listadas no caput deste
artigo e não licenciadas, serão suspensas e as áreas recuperadas.
Art. 5º O uso das APPs, nos casos previstos nesta Resolução, será permitido quando
for de utilidade pública e interesse social, devendo obedecer aos seguintes critérios:
I – declaração de utilidade pública ou interesse social, emitida pela autoridade
competente;
II - possuir a licença emitida pelo órgão ambiental competente, respaldada por
projetos técnicos ambientais compatíveis com o tipo de atividade desenvolvida;
III - estar em conformidade com as determinações constantes no licenciamento
emitido pelo órgão ambiental competente;
IV - possuir a outorga de direito de uso de recursos hídricos, se pertinente;
26
V – implementar ações preventivas contra a poluição ou contaminação, direta ou
indireta, do solo e da água no local de instalação das atividades, suas adjacências e
na área de influência da mesma; e
VI - estar devidamente vinculadas a práticas de conservação de solo e água.
§ 1º Considera-se de utilidade pública e interesse social as obras, planos, atividades
ou projetos que atendam a comunidade local em termos de transportes, saneamento,
habitação da população tradicional ribeirinha, escoamento de produção, geração de
empregos, renda e tributos, conforme disposto no Código Florestal.
§ 2º As atividades desenvolvidas em APP, assim declaradas de utilidade pública,
ensejam medidas ambientais compensatórias a critério do órgão ambiental
competente.
§ 3º As atividades que puderem comprovar sua regularidade, ou cuja implantação
for comprovadamente anterior à edição de legislação que tenha restringido o uso do
local, ficam dispensadas de cumprir os incisos I, II e III do caput deste artigo.
Art. 6º Para as APPs localizadas em Áreas Úmidas e Pantanal será permitida a
implantação de sistemas de captação e condução de água, observada a manutenção
da vazão ecológica, bem como de escoamento de efluentes, desde que necessários
para atender as atividades, para as quais tenham sido emitidas a correspondente
licença ambiental.
Art. 7º É permitida a implantação dentro das Áreas de Preservação Permanente de
corredor de acesso à água ou alternativa equivalente, visando a dessedentação de
animais, devendo a mesma estar vinculada à proteção do solo contra o
desenvolvimento de processos erosivos.
Art. 8º É permitida a implantação de estruturas de exploração do potencial turístico
nas APPs em Áreas Úmidas e Pantanal, mediante licenciamento do órgão ambiental
competente.
O CONAMA tem como referencia o que é colocado pelo Código Florestal Brasileiro,
onde o mesmo não leva adiante quais elementos devem ser considerados para se proteger
áreas úmidas como é o caso do Pantanal. Partindo dessa afirmativa e aprovação dessas
normas, todo objetivo dos grupos de pesquisadores e defensores desse tipo de ambiente
tornam-se atenuados por não terem o devido respaldo dos órgãos ambientais como deveria ser
na pratica. Pois, ao mesmo tempo em que o CONAMA coíbe algumas ações, porém, nas
entrelinhas essas medidas são dribladas e aprovadas para uso de fins econômicos
principalmente, tornando as APPs fragilizada e entregue a ações antrópicas.
29
Contudo, a demanda de agrotóxico utilizado pelo setor compromete todos os níveis de
vida nesta região, pois não existe um programa voltado para a sustentabilidade pelos
produtores, e cada vez mais o setor agrícola avança em áreas que não detém suporte para essa
prática, propagando em um curto período de tempo toda a dinâmica de algumas áreas, como o
pantanal por exemplo (IGARAY, 2014).
3. Resultados e Discussão
30
integração surge com a aprovação do Novo Código Florestal Brasileiro de 1965, pois o
documento abriu caminho para a implantação dos demais órgãos ambientais da atualidade,
como o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA criado pela Lei 6.938/81 e o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA criado
pela Lei 7.735/89, que também passaram por mudanças até chegar ao modo que opera
atualmente.
Para fazermos considerações da evolução das leis para as áreas de preservação
permanente nesta pesquisa, observamos no decorrer de leituras em alguns artigos, que há
resistência das autoridades quando se trata da alteração de algum termo em alguns artigos,
isso acontece pela posição dos legisladores considerarem importante a conservação de tais
termos mesmo que o contexto político-econômica da sociedade seja outro no momento. Essa
justificativa esta baseada na citação deste trabalho na pagina 11, quando o autor se refere “aos
interesses de bem comum”, apresentados tanto no 1ª Código Florestal quanto na Constituição
Federal de 1988. O mesmo acontece com as mudanças no Código Florestal de 1965 e mais
recentemente com o Novo Código Florestal de 2012, onde o contexto do país é outro, mas a
intenção em continuar com a exploração dos recursos naturais não mudou muito em relação
as décadas anteriores, e mesmo que seja afirmada que o antigo documento estava defasado em
relação ao crescimento econômico, não há relevância porque tem sido cada vez mais
complicado fiscalizar e aplicar as leis que já estão em vigor desde a sua primeira aprovação, A
partir disso, verificamos que se não fosse essa resistência o documento apresentaria alterações
com termos que fossem atender especificamente aos grandes interessados, ou seja, aos
produtores rurais mais influentes na economia do país.
No que diz respeito ao Código Florestal, os representantes do agronegócio no país são
os mais interessados no documento quando se trata das Áreas de Preservação Permanente,
pois os Art. 2ª e 3ª da Lei 4.771/65 impõe a obrigatoriedade do empreendedor a não desmatar
os limites de faixa determinados pela lei. Todavia, os produtores rurais entram em conflito
com os órgãos ambientais, ONGs e demais defensores do meio ambiente. Isso acontece pelo
fato do Código Florestal de 1965 não apresentar de forma esclarecida o conceito de APPs.
Mas, partindo do pressuposto de preservação do meio ambiente, o que falta é a aceitação dos
produtores rurais quanto a maneira que os elementos naturais fluem. Pois a natureza demanda
de uma dinâmica ecológica hierarquizada, e qualquer alteração no seu nível de funcionamento
afetará todo ciclo decorrente dela, ou seja, se não houver proteção das margens ao longo dos
31
rios o solo estará mais suscetível a erosões, consequentemente afetará o lençol freático até
chegar as nascentes, prejudicando o curso natural das águas entre outros.
Para Medeiros & Irigaray (2015) um dos problemas para a manutenção das APPs esta
relacionado à complexidade que esses espaços detêm, pois, o modo de articulação nessas
áreas será possível de acordo com as suas categorias e tipologias totalmente definidas. No
entanto, isso não significa que o cumprimento da lei não acontecerá, ao contrário, é cobrando
das autoridades e preservando esses espaços que os pesquisadores poderão dispor de estudos
mais aprofundados para elaborar critérios de classificação dessas áreas. Contudo como afirma
Santo & Chaves (2009) a sociedade deve estar atenta quanto à finalidade das APPs, pois o seu
êxito está ligado ao controle e aplicação legal das normas jurídicas e a falta de conhecimento
técnico tem sido um obstáculo a ser superado. Outros conflitos quanto ao Código Florestal
Brasileiro surge em relação às dificuldades da sua aplicação nas áreas urbanas, pois há
interesses em empreendimentos imobiliários, e os mesmo sustentam que o documento deve se
adequar ao desenvolvimento atual urbano das grandes cidades. Deste modo, Andrade &
Romero (2005) questiona que existe um padrão social urbano não sustentável, e que
corriqueiramente verifica-se o não cumprimento dos princípios fundamentais considerados
pelo Código Florestal, que limita a utilização desses espaços cuja determinada características
se faz presente, como o limite de borda, a presença de mata ciliar ao longo do percurso do rio
ou não, entre outras situações, destacando principalmente a crescente desordem relacionada à
incoerência imobiliária no país fazendo uso de áreas legalmente protegidas, impactando o
meio ambiente, provocando tragédias ambientais desencadeadas por ocupações irregulares de
áreas ocasionadas por famílias desabrigadas ao perder o direito de morar em áreas publicas ou
particulares destinadas a construções de empreendimentos, gerando favelas em morros, e
ocupações irregulares áreas ribeirinhas entre outras.
Todo conjunto de APPs, seja ela em meio urbano ou no campo, presta diversos
serviços ambientais como preservação de nascentes, que garante uma possível segurança
hídrica para as populações e a biodiversidade, estabilidade do solo, retenção de partículas
poluidoras, melhora a qualidade do ar, a temperatura local, abriga uma infinidade de banco
genético natural e etc. Deste modo, Vanzela et al. (2010 apud FREITAS et al, 2013)
analisaram que antes em áreas que eram APPs e passaram por algum tipo de mudança brusca
como a construção de empreendimentos, foram apresentando em pouco tempo impactos
ambientais como redução da qualidade de ar e de água principalmente, pois de acordo com o
mesmo autor Apud Hunsaker et al. (1998) “a qualidade da água em bacias hidrográficas
32
resulta de fatores geomórficos, climáticos, hidrológicos, biológicos e principalmente do uso e
do manejo do solo”. Dessa forma, o comprometimento da manutenção e estabilidade
ecológica dos serviços ambientais torna-se ameaçadas na medida em que o setor imobiliário
avança.
Inúmeras alterações que tanto o CONAMA quanto o Código Florestal Brasileiro e
outros órgãos ambientais sofreram nos últimos anos são questionada quanto a sua verdadeira
utilidade pública ambiental, pois ao flexibilizar o uso de APPs mesmo que para cidadãos
menos favorecidos, deixa de aplicar as leis naquele que está cometendo um crime ambiental,
ou seja, certas mudanças não coíbem o grande produtor, ou as empresas imobiliárias, na
realidade favorece esses setores ao desmatamento legal das áreas. Deste modo, (Júnior, 2010)
reflete em parte do seu artigo o que esta em jogo entre os ruralistas, as autoridades, as
imobiliárias, o crescimento econômico e a não preservação ambiental:
Sabe-se que a Resolução Conama 396/06 sofre críticas de toda ordem. Muito se
defendeu que as possibilidades de flexibilização da intangibilidade das APPs vão de
encontro aos mandamentos de proteção do meio ambiente contidos no Código
Florestal e na Constituição. Por outro lado, há quem diga que os requisitos exigidos
para a regularização fundiária são tantos que resta aniquilado o direito à moradia
pelo direito ao meio ambiente, o que seria inadmissível considerando que ambos
possuem a mesma estatura constitucional. Segundo a crítica de Raquel Rolnik e João
Luiz Minnicelli,“são ao todo 20 requisitos para que uma regularização fundiária em
área de APP se dê de acordo com a legislação aplicável, o que tona a resolução no
mais das vezes inaplicável.” Os mesmos autores ainda condenam o fato de que a
regulamentação de uma situação que envolve direitos de matizes diversos tenha sido
feita através da ótica unilateral de um órgão de proteção do meio ambiente. Por fim,
assim como várias outras normas do Conama, a Resolução 369/06 é tachada de
inconstitucional por violação ao princípio da reserva legal. Inclusive, por ocasião da
edição da Medida Provisória 2.166-67/01, foi ela objeto da Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 3.540-DF, proposta pelo Procurador-Geral da República,
justamente pelo fato dela ter, mediante alteração do Código Florestal, conferido ao
Conama competência um tanto genérica para estabelecer outros casos de utilidade
pública e interesse social a ensejar a autorização para supressão de APP.
Sobressai desta linha de reflexão quanto à inconstitucionalidade da lei, diante da
inviabilidade que sofre o meio ambiente frente a um modelo que decai sobre a
sustentabilidade, e que há interesses cada vez mais inescrupulosos fazendo que cada alteração
na legislação seja ligada a interesses particulares de grupos ruralistas, agrícolas e políticos
principalmente.
33
Mas existem os defensores dessas ações, e argumentam que não há nada de errado
quanto à aprovação da Resolução do CONAMA nº 396/06, pois segundo Almeida (2010) toda
exigência imposta por meio de requisitos na Resolução nº 369/2006 do CONAMA estão em
conformidade com os princípios e diretrizes instituídas pela Constituição Federal de 1988 e o
Estatuto da Cidade, procurando atender conforme a necessidade dos cidadãos de acordo com
a sua renda econômica, cumprindo com o direito à moradia entre outras funções como uso de
propriedade para agricultura familiar e etc. Segundo este autor, essa resolução não fere a
necessidade que é colocada pela Constituição Brasileira de 1988, pois esta alçada no direito
de moradia do habitante, ou seja, esta em conformidade com a legislação.
A aprovação do Novo Código Florestal desestrutura mais ainda os problemas
vinculados as APPs, pois não contribui em sentido nenhum a preservação desses espaços
limitando a redução das margens dos rios, provocando também a deficiência da manutenção
da biodiversidade dessas áreas, afugentando espécies mais sensíveis colocando em risco de
extinção e alterando todo ciclo ecológico local. A proporção deste problema é cada vez maior
pelo fato de autoridades apoiarem certas medidas ou resoluções que enfraquece cada vez mais
o Código Florestal, que nada mais tem de princípio em defesa do meio ambiente.
Com a recente com a aprovação do atual Código Florestal Brasileiro em 2012, ficou
evidente a falta afinidade entre setores, como o Legislativo e o executivo. Pois conforme
alguns estudos referentes ao código e a economia do país, para alguns a aprovação surge
como um avanço para o setor agrícola entre outros, mas para a Casa Civil tal medida é
considerada um retrocesso. Diante da justificativa de que haverá impasses e lacunas nas leis
que colocara o país em vulnerabilidade dos crimes ambientais, praticamente legalizados por
meio da aprovação deste Novo Código Florestal ressaltando o seguinte argumento: “O
problema maior para que se promova a tendência acima citada está no fato de o novo Código
anistiar proprietários de terra que praticaram crimes ambientais até o ano de 2008”.
Entretanto, é possível observar um quesito favorável aprovado quando se refere ao tratamento
de atividades agrossilvipastoris, pois de acordo com o novo código, toda atividade terá que
apresentar um Cadastro Ambiental Rural evidenciando as APPs, a vegetação nativa e a
Reserva Legal (LAURO, 2010).
Para muitos grupos de ambientalistas com a aprovação do Novo Código Florestal, fica
explicito a legalidade do crime ambiental, pois isentam principalmente os grandes
proprietários que cometeram esses atos até o ano de 2008, ou seja, não será cobrada nenhuma
medida de recuperação de áreas degradadas, permitindo ainda a execução da atividade. Uma
34
vez que, a intenção maior dessa aprovação desse atual código está direcionada a favorecer os
grandes empreendedores rurais e o agronegócio.
Para Saes (2010 apud LAURO, 2012) há de ser levada em consideração a validação da
proposta da reformulação do Código Florestal pelo fato da evolução agrícola, tecnológica e
política no país. O mesmo afirma que quando o 1ª Código Florestal foi criado o contexto
econômico era outro, o cenário ambiental também. As cidades cresceram de forma acelerada e
sem um planejamento urbano adequado, cresceram aos redores das margens de rios, e daí
surgem às dificuldades de preservação de áreas, ainda que o documento apresentasse algumas
alterações no decorrer de alguns anos, não foi o suficiente para corresponder aos anseios de
maiores interessados.
Freitas et al (2010) sustenta a ideia de que o Código Florestal de 1965 não atingiu com
os seus objetivos propostos pela seguinte ótica, o documento daquela época era muito
exigente quanto a preservação desses espaços, e impor de ideais muito preservacionistas
foram contra o sentido do desenvolvimento urbano e econômico da sociedade. No contexto
atual do país e considerando a defasagem deste documento, as autoridades precisam criar e
adotar modelo de desenvolvimento urbano principalmente que de segurança a moradia as
populações, e por meio dessa ideia buscar formas de equilíbrio ecológico – ambiental,
harmonizando de forma racional a demanda socioeconômica promovendo ações de educação
ambiental para manter a natureza segura. A compensação ambiental neste seguimento vai
chegar quando não houver mais famílias morando em topo de morro, ou em qualquer outra
área irregular que a exponha mais em risco de vida, e a recuperação dessas áreas degrada se
dará por meio de medidas mitigadoras, com a plantação de espécies nativas, limpeza dos
córregos, utilização de espécies nativas fixadoras de elementos poluidores, investimento em
saneamento público de qualidade e etc.
36
Pesquisadores veteranos nas questões do meio ambiente manifestam preocupações
fundamentais para os problemas relacionados a não proteção das áreas úmidas no país.
(Irigaray,2014)chama atenção as considerações do atual Código Florestal de 2012, onde
sentencia áreas úmidas sujeita a supressão da vegetação, para utilização de ocupação do solo
em certos períodos do seu ciclo para o agronegócio entre outras questões. Junto a este autor,
(Junket al 2014) em suas pesquisas alertam para a elaboração de leis na esfera federal,
municipal e estadual voltadas para a proteção das áreas úmidas e o uso racional desses
espaços, onde se defina uma estrutura mínima para o futuro gerenciamento objetivando a
manutenção, o equilíbrio ecológico desses ambientes, sem que comprometam a integridade de
vida nesses biomas.
4. Considerações Finais
Com a realização desta pesquisa verificou-se a fragilidade que esta submetida às Áreas
de Preservação Permanente no país. O Brasil é considerado e utilizado como uma boa
referencia na criação de leis voltadas para o meio ambiente, porém na prática, na
aplicabilidade destas leis não atende ao que deveria, como por exemplo, melhor fiscalização
em relação aos crimes ambientais cometidos nesses espaços, recuperação das áreas urbanas
degradadas, investir em corpo técnico com cursos específicos para auxiliar na demanda das
atividades. Por isso, partindo deste entendimento é que cada vez mais deve haver uma pressão
maior nas autoridades do país e ser cobrada a preservação da riquíssima biodiversidade a qual
faz parte desse território.
38
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