Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Relatório Modelagem Hidrológica
Relatório Modelagem Hidrológica
Yasmin Marcos
Santo André
2019
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 3
2 OBJETIVO ......................................................................................................................... 3
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 3
3.1 Área de Estudo ................................................................................................................... 3
3.2 Modelo SCS ....................................................................................................................... 4
3.3 Coleta e Processamento de Dados ......................................................................................... 4
3.4 Simulação .......................................................................................................................... 7
3.5 Vazão de Restrição.............................................................................................................. 7
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 8
5.1 Período de Retorno de 10 anos.............................................................................................. 9
5.2 Período de Retorno de 25 anos............................................................................................ 11
5.3 Período de Retorno de 100 anos .......................................................................................... 13
6 DISCUSSÕES .................................................................................................................... 16
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 22
APÊNDICE .......................................................................................................................... 23
ANEXO................................................................................................................................ 28
3
1 INTRODUÇÃO
Os eventos de enchentes na Bacia do Alto Tietê são uma problemática até os dias atuais,
apesar da atuação de órgãos no combate a esses eventos desde a década de 60 [1]. Assim
sendo, há a necessidade contínua de estudos e obras para melhoria da bacia, visto que eventos
de enchentes, além de causar alagamento das vias próximas, ocasionam episódios de perdas,
desapropriações, mortes e abalo físico-psicológico das pessoas que enfrentam tais condições.
Neste contexto, e focando em uma análise menor, o estudo é realizado para a bacia do
Córrego Moinho Velho, localizado na cidade de São Paulo, o qual simula as condições desse
córrego para diferentes períodos de retorno, visando abranger problemas de micro e
macrodrenagem.
A análise é feita por modelos que transformam chuvas de projeto em vazão e, neste caso, foi
trabalhado com o modelo SCS devido a simplicidade, praticidade e aceitação do método [2].
Há ainda a utilização do modelo de Huff 1º Quartil, já que é necessário discretizar as chuvas
de projeto.
Por fim, tal simulação, permite identificar o volume deficitário na calha do Córrego Moinho
Velha para que assim possa ser proposto intervenções a sanar ou diminuir este volume.
2 OBJETIVO
Identificar o déficit de volume de água na calha do Córrego Moinho Velho para os eventos de
inundações nesta sub-bacia para tempos de retorno (TR) de 10, 25 e 100 anos e propor
alternativas para o TR 25 anos.
3 METODOLOGIA
Com as sub bacias definidas, foi calculado no programa QGIS a área de cada uma,
comprimento do trecho e comprimento de talvegue. O comprimento de trecho permite
calcular o parâmetro K Muskingum que é dado pela divisão do comprimento pela velocidade
no trecho, a qual fora calculada a partir do cadastro do Córrego Moinho Velho. Já o
comprimento do talvegue permite calcular o tempo de concentração (tc) da sub bacia e
consequentemente o lag time, que equivale a três quintos do tc.
Para o determinação do CN, parâmetro que relaciona tipo de solo, condição anterior de
umidade, uso e ocupação, foi adotado o valor convencional para regiões urbanas, 86, e 81
para áreas com maiores regiões permeáveis.
Pela Tabela 1, foram obtidas as máximas alturas das chuvas de projetos [3], as quais
consideram uma duração de 2 horas e os períodos de retornos trabalhados.
Tabela 1: São Paulo: Previsão de máximas alturas de chuvas, em mm. Fonte: Departamento de Águas e
Energia Elétrica - DAEE.
10 72,2
25 85,1
100 104,0
3.4 Simulação
A identificação do déficit é feita com base na vazão de restrição, que é a vazão limite para
atendimento satisfatório de operação do trecho [5], ou seja, a máxima vazão suportada sem
que haja transbordamento da calha.
A calha do córrego não é igual desde a nascente até o deságue no Rio Tamanduateí, portanto
foi necessária calcular a vazão de cada trecho. O cálculo é feito pela equação 1, fórmula de
Manning [6], usada em escoamento permanente uniforme em canais.
8
(1)
Onde n = coeficiente de rugosidade; Am = área molhada; Rh = raio hidráulico; Io =
declividade média.
A área molhada e o raio hidráulico dependem da geometria do trecho e foram calculadas a
partir do cadastro do canal, assim como a declividade. Já o coeficiente de Manning, o
nestimado foi de 0,018 por ser um valor médio para o canal de concreto.
4 RESULTADOS
A partir do modelo de Huff 1º quartil, foi possível construir os hietogramas de projetos para
cada período de retorno trabalhado, portanto as Figuras abaixo representam a discretização
usada no processo de simulação.
Visto que o foco do trabalho são as áreas com déficit de volume armazenável, serão
apresentados os resultados dos trechos que apresentam tal deficiência e os trechos em que a
calha comporta a vazão estarão no Apêndice.
Os trechos 11 e 6 não foram considerados na análise devido à pequena extensão de ambos e o
trecho 19, correspondente seção montante, apesar de apresentar déficit não está incluso nos
resultados pois a vazão de restrição foi determinada considerando a seção circular do
cadastro, porém nas ortofotos utilizadas o trecho apresenta seção aberta.
A numeração dos trechos começa na seção jusante, onde se tem o Trecho 1 e termina na seção
montante, no Trecho 19.
Gráfico 10: Hidrograma do trecho 3 do Córrego Gráfico 11: Hidrograma do trecho 2 do Córrego
Moinho Velho para TR 10. Fonte: Elaboração Moinho Velho para TR 10. Fonte: Elaboração
própria. própria.
Gráfico 23: Hidrograma do trecho 5 do Córrego Gráfico 25: Hidrograma do trecho 3 do Córrego
Moinho Velho para TR 25. Fonte: Elaboração Moinho Velho para TR 25. Fonte: Elaboração
própria. própria.
Por fim, para TR de 100 anos, o volume de déficit equivale a aproximadamente 1.601.816
metros cúbicos.
6 DISCUSSÕES
A partir dos resultados apresentados, observa-se que a situação para a bacia é crítica, pois o
déficit total apresentado começa em aproximadamente 557 mil metros cúbicos para um
período de retorno de 10 anos e chega em torno de 1,6 milhões de metros cúbicos para
período de retorno de 100 anos. Diante desse cenário, a preferência de soluções foi obras de
macrodrenagem em vez de obras de microdrenagem, já que o déficit é elevado e a Av. Pres.
Tancredo Neves e a R. das Juntas Provisórias , ruas sob o córrego canalizado, apresentam
canteiro central arborizado com área permeável que alivia o sistema de drenagem.
Apesar da densa área urbana, a principal solução é a construção de reservatórios pois são
obras com grande capacidade volumétrica com controle das vazões que entram e saem da
estrutura. Neste estudo, procurou-se áreas vazias ou com pouca ocupação para a construção
dos reservatórios, mas é sabido que na maiorias dos casos há desapropriação para que a obra
aconteça, pois ocupam grandes áreas.
Outro ponto importante é a localização do reservatório, porque ele protege a área jusante da
obra e isso é uma das causas de ainda existir enchentes em canais onde há reservatórios.
Para o Córrego Moinho Velho foi proposto a construção de 4 reservatórios com as dimensões
relacionadas na Tabela 3.
Figura 8: Reservatórios propostos para a sub-Bacia Córrego Moinho Velho. Fonte: elaboração própria.
Gráfico 44: Hidrograma no nó final do Córrego Moinho Velho para TR 25. Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 45: Hidrograma no nó final do Córrego Moinho Velho para TR 10, TR 25 e TR 100. Fonte:
Elaboração própria.
20
Gráfico 46: Hidrograma no nó final do Córrego Moinho Velho para TR 25 e TR 100. Fonte: Elaboração
própria.
21
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O déficit encontrado para a sub-bacia do Córrego Moinho Velho mostra que ainda há uma
grande problemática com os eventos de enchentes e que as condições atuais das calhas destes
córregos juntos com os sistemas de drenagem não são suficientes.
A proposição de soluções enfrenta diversos obstáculos, seja eles físicos, devido a densa
urbanização, ou governamentais, já que a mudança na gestão de órgãos responsáveis pode
atrasar as obras por anos. A construção de reservatórios passa também por questões de
desapropriação, são obras que ocupam grandes áreas e as regiões na zona metropolitana estão
amplamente ocupadas. Apesar disso, os reservatórios são alternativas de macrodrenagem
eficientes no controle de enchentes e a opção escolhida para sanar o déficit nesta sub-bacia.
Fica evidente que a solução para os problemas de enchentes não será resolvida apenas com
construções de reservatórios ao longo da calha do rio, é necessário sistemas que diminuam a
sobrecarga dos reservatórios. Vale ressaltar que a calha deste córrego já passou por obras de
reforços, mas continua a acontecer eventos de enchentes. Para estes problemas, a conservação
e ampliação da área verde são ideais, e podem ser agregadas com infraestrutura verde de
microdrenagem como a construção de jardins de chuvas nos canteiros centrais e junto às
calçadas.
22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] COMBATE A ENCHENTE. DAEE. Disponível em:
<http://www.daee.sp.gov.br/index.php?option=com_content&id=71:combate-a-enchentes>.
Acesso em: 15 de dez. de 2019.
[2] CUNHA, Stéphanie Fernandes. Avaliação da acurácia dos métodos do SCS para cálculo
da precipitação efetiva e hidrogramas de cheia. ABR Hidro, 2015. Disponível em:
<https://www.abrhidro.org.br/SGCv3/publicacao.php?PUB=1&ID=156&SUMARIO=5111>.
Acesso em: 14 de dez. de 2019.
APÊNDICE
ANEXO
velocidade de
Nó Nó K Muskingum
Trecho L trecho (m) escoamento no X Muskingum
inicial final (h)
trecho (m/s)
1 3 4 491,75 3,33 0,04 0,1
2 4 5 223,11 4,90 0,01 0,1
3 7 8 458,50 4,90 0,03 0,1
4 8 9 108,83 4,96 0,01 0,1
5 11 12 150,57 4,20 0,01 0,1
6 14 15 563,13 4,81 0,03 0,1
7 17 18 358,91 1,85 0,05 0,1
8 20 21 169,63 4,14 0,01 0,1
9 23 24 428,92 3,85 0,03 0,1
10 26 27 448,45 3,37 0,04 0,1
11 29 30 246,44 3,76 0,02 0,1
12 30 31 172,39 3,52 0,01 0,1
13 31 32 222,03 3,01 0,02 0,1
14 32 33 92,91 3,23 0,01 0,1
15 34 35 836,13 3,72 0,08 0,1
16 35 36 769,49 3,72 0,06 0,1
17 37 38 302,80 2,84 0,03 0,1
18 38 39 402,23 3,30 0,03 0,1
19 40 41 970,76 3,72 0,06 0,1
20 42 43 1015,14 4,45 0,06 0,1
Tabela 10: Parâmetros dos trechos para simulação no HEC-HMS.