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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ESTRUTURAS DE FUNDAÇÕES

TRABALHO DE AVALIAÇÃO

QUESTIONÁRIO (GRUPO 09)

ALBENEIR MACHADO RIBEIRO

BRUNO BILHARVA BRANDT

LEONARDO DE CASTRO PEREIRA

RODRIGO REIS AMARAL

Pelotas

2016

1
Questão 1 - Qual o objetivo da investigação de solo para a engenharia civil?

A investigação do solo é de extrema importa para a Engenharia Civil,


pois é sobre ele que estará assentado e que se deseja estabilizar todo e
qualquer empreendimento que se almeja construir. O conhecimento
detalhado do comportamento, da composição e do desempenho do solo,
constitui, talvez, a etapa mais crucial para o êxito de um futuro projeto a ser
concebido. De nada adianta um projeto arquitetônico magnifico, complexo,
muito bem estruturado e complementado, se suas bases estiverem assentes
em um solo inadequado, insuficiente para receber todas as cargas
transmitidas pela estrutura. Por isso, é impossível se ter uma boa obra, sem
que haja uma boa investigação geotécnica.

Questão 2 - Consideremos que, pela interpretação de um perfil de solo obtido


através de sondagens SPT, concluímos que a utilização de fundação em sapatas,
como solução construtiva para uma obra, não é tecnicamente e/ou
economicamente uma alternativa, a princípio, adequada. Comente sobre duas
razões para que isso aconteça (ou seja, duas condições, as quais podem ocorrer
isoladamente ou simultaneamente, que são identificadas no boletim SPT e que
podem nos indicar que a solução em fundação por sapatas não é “interessante”.

A interpretação de um perfil de SPT, pode fornecer diversas


informações relevantes ao projeto, porém, com relação ao uso de fundação
em sapatas, podem-se citar duas em específico, que são a profundidade em
que poderá ser assentada a sapata, e também a profundidade do lençol
freático. Tais informações direcionam o projetista a ponderar, se em uma
profundidade de assentamento muito grande, a quantidade de escavação
necessária não seria um empecilho que tornaria o serviço muito oneroso, ou
se um lençol freático muito superficial, não traria grandes dificuldades à
execução das fundações, levando a uma alteração no método de execução de
fundações a ser escolhido.

2
Questão 3 - A figura que se segue mostra a área de projeção de elementos de uma
construção localizada sobre a superfície de um solo homogêneo com peso
específico 19kN/m³ e nível do lençol freático profundo. As tensões verticais
aplicadas sobre DEFG e ABCG são, respectivamente, de 75kPa e 50kPa.

a) Trace a distribuição da tensão vertical efetiva do solo em profundidade (até 8m);


Para o cálculo da σv (kPa), foi utilizada a fórmula σv(z) = γ.z.
Z (m) σv (kPa)
1 19
2 38
3 57
4 76
5 95
6 114
7 133
8 152

TENSÃO VERTICAL x PROFUNDIDADE


10
Profundidade (m)

8
6
4
2
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Tensão Vertical Efetiva (kPa)

3
b) Trace a distribuição do acréscimo de tensão (método teoria da elasticidade) com
a profundidade (até 8m), sob o ponto D;
No cálculo do acréscimo de tensão no ponto “D”, ao longo da
profundidade, utilizou-se a solução de Newmark, utilizando-se os parâmetros
obtidos no ábaco de tensões induzidas por cargas uniformemente
distribuídas em área retangular.

Z Área m (b/z) n (l/z) I (ábaco) σ (kPa) Δσ (σ.I ) Δσ(D), z=1m


DGAH 4/1 = 4 4/1 = 4 0,25 50 12,50
1m DHBC 4/1 = 4 4/1 = 4 0,25 50 12,50 43,75 kPa
DEFG 4/1 = 4 4/1 = 4 0,25 75 18,75

Z Área m (b/z) n (l/z) I (ábaco) σ (kPa) Δσ (σ.I ) Δσ(D), z=2m


DGAH 4/2= 2 4/2= 2 0,229 50 11,45
2m DHBC 4/2= 2 4/2= 2 0,229 50 11,45 40,08 kPa
DEFG 4/2= 2 4/2= 2 0,229 75 17,18

Z Área m (b/z) n (l/z) I (ábaco) σ (kPa) Δσ (σ.I ) Δσ(D), z=3m


DGAH 4/3 = 1,33 4/3 = 1,33 0,205 50 10,25
3m DHBC 4/3 = 1,33 4/3 = 1,33 0,205 50 10,25 35,88 kPa
DEFG 4/3 = 1,33 4/3 = 1,33 0,205 75 15,38

Z Área m (b/z) n (l/z) I (ábaco) σ (kPa) Δσ (σ.I ) Δσ(D), z=4m


DGAH 4/4 = 1 4/4 = 1 0,178 50 8,90
4m DHBC 4/4 = 1 4/4 = 1 0,178 50 8,90 31,15 kPa
DEFG 4/4 = 1 4/4 = 1 0,178 75 13,35

Z Área m (b/z) n (l/z) I (ábaco) σ (kPa) Δσ (σ.I ) Δσ(D), z=5m


DGAH 4/5 = 0,8 4/5 = 0,8 0,15 50 7,50
5m DHBC 4/5 = 0,8 4/5 = 0,8 0,15 50 7,50 26,25 kPa
DEFG 4/5 = 0,8 4/5 = 0,8 0,15 75 11,25

Z Área m (b/z) n (l/z) I (ábaco) σ (kPa) Δσ (σ.I ) Δσ(D), z=6m


DGAH 4/6 = 0,67 4/6 = 0,67 0,123 50 6,15
6m DHBC 4/6 = 0,67 4/6 = 0,67 0,123 50 6,15 21,53 kPa
DEFG 4/6 = 0,67 4/6 = 0,67 0,123 75 9,23

Z Área m (b/z) n (l/z) I (ábaco) σ (kPa) Δσ (σ.I ) Δσ(D), z=7m


DGAH 4/7 = 0,57 4/7 = 0,57 0,105 50 5,25
7m DHBC 4/7 = 0,57 4/7 = 0,57 0,105 50 5,25 18,38 kPa
DEFG 4/7 = 0,57 4/7 = 0,57 0,105 75 7,88

Z Área m (b/z) n (l/z)I (ábaco) σ (kPa) Δσ (σ.I ) Δσ(D), z=8m


DGAH 4/8 = 0,5 4/8 = 0,5 0,086 50 4,30
8m DHBC 4/8 = 0,5 4/8 = 0,5 0,086 50 4,30 15,05 kPa
DEFG 4/8 = 0,5 4/8 = 0,5 0,086 75 6,45

4
c) Determine a profundidade em que o acréscimo de tensão torna-se menor do que
10% da pressão geostática efetiva.

Fazendo uma comparação gráfica (abaixo) entre os valores de


acréscimo de tensão e os valores de tensão efetiva, com relação a
profundidade, pode-se notar que, à 8m de profundidade, o valor do acréscimo
de tensão efetiva correspondente a aproximadamente à 10% do valor da
tensão efetiva.
O valor de 15,05kPa correspondente, aproximadamente, à 10% de
152kPa, que é o valor da tensão geostática efetiva a 8m de profundidade.

TENSÕES x PROFUNDIDADE
160 152

133
140
Tensões Verticais (kPa)

114
120
95
100
76
80
57
60
43,75 40,8
35,88
40 31,15
26,25
19 21,53 18,38
38 15,05
20

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Profundidade (m)

Acréscimo de Tensão Tensão Vertical Efetiva

Questão 4 - O SPT em um local com ocorrência de solo areno-siltoso fornece os


resultados da tabela abaixo.
1m 2m 3m 4m 5m 6m 7m 8m
NSPT 8 13 15 18 21 25 28 36

a) Trace a variação dos valores de NSPT com a profundidade. Neste gráfico, defina
camadas do solo classificadas quanto à sua compacidade.

5
NSPT x PROFUNDIDADE
9
8
7

Título do Eixo
6
5
4
3
2
1
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Título do Eixo

Classificação das camadas:


• Camada de 0m à 1m – POUCO COMPACTO;
• Camada de 1m à 4m – MEDIANAMENTE COMPACTO;
• Camada de 4m à 8m – COMPACTO;

b) Corrija os valores de NSPT, normalizando-os quanto ao padrão NSPT(60),


considerando uma eficiência de 72%. Em um novo gráfico apresente a variação
dos valores corrigidos e não corridos de NSPT com a profundidade.

Z(m) NSPT NSPT(60)


A correção do número de golpes
1 8 9,6
para cada profundidade é feita
2 13 15,6
através da equação NSPT(60) = (NSPT
3 15 18
x Energia de Cravação) / 0,6. No
4 18 21,6
Brasil, a Energia de Cravação
5 21 25,2
corresponde a 72%. Foi portanto
6 25 30
utilizado, o coeficiente 0,72 na
7 28 33,6
formulação.
8 36 43,2

6
NSPT x NSPT(60)
50
43,2
45

Número de Golpes
40 33,6
35 30
30 25,2 36
25 21,6
18 28
20 15,6 25
21
15 9,6 18
10 13 15
5 8
0
1m 2m 3m 4m 5m 6m 7m 8m
Profundidade

Nspt Nspt(60)

c) Para a camada de solo classificada como medianamente compacta (valores de


NSPT não corrigidos), calcule: o NSPT médio e desvio-padrão, e defina o ângulo de
atrito de projeto considerando a aplicação de coeficiente de minoração para o
parâmetro em questão.

A camada de solo classificada como medianamente compacta está


localizada entre 2m e 4m, pois a sondagem destas, está enquadrada entre 9 e
19 golpes, como preconiza a NBR 6122. Serão utilizados nos cálculos os
valores não corrigidos (NSPT).

− , + − , + − ,
S= = 2,52

Na estimativa do ângulo de atrito φ, usa-se uma correlação empírica de


Godoy, que diz que φ = 28° + 0,4 NSPT. Como valor de NSPT, adotar-se-á o valor
médio, que é 15,3 golpes.
Logo, φ = 28° + 0,4 (15,3) = 34,12°
Para a minoração do ângulo de atrito, utiliza-se o coeficiente 1,4,
indicado pela NBR 6122. Divide-se a tangente do ângulo de atrito pelo
coeficiente. Após, aplicando-se o arco tangente do resultado, encontra-se o

7
novo valor do ângulo, já minorado. Para o caso em questão, levando-se em
conta o NSPT médio, o ângulo de atrito minorado é de 25,82°.

Questão 5 - Um pilar submete uma fundação direta, de formato quadrado, com


dimensões (definidas preliminarmente) a cargas verticais, conforme dados
apresentados na tabela a seguir. Realize os cálculos para a determinação da
tensão de ruptura do solo. Considere o caso de ruptura do tipo geral. Sobre o perfil
de solo tem-se: nível do lençol freático profundo e solo não coesivo.
a) Verifique a segurança quanto à ruptura ( = 3,0);

Dados - Grupo 09
ϒ 18,2 !" = #!$ − 1' . )*+, ∅
D ∅
!$ = - . / . +,² . 145 + 5
1,30

B 1,60 2
!6 = 2 . #!$ + 1'. +, ∅
L 1,60
v 1000
c 0,00
FS 3,00

Grupo 09
Ø' e 45 + Ø'/2 tg² tg Ø' cotg Nq Nc Nϒ q/(ϒxD)
30 2,71828 60 3 0,58 1,73 18,4 30,14 22,4 23,66

1
789: = ). !). ) + ;. !;. ; + . <. =. !=. =
Seção
2
Quadrada
Sq 1,58
789: C
D = >?íA.AB". =
Sc 1,61
Sϒ 0,60
E?
F D E?

= + = + ∅′ = ,

8
GHIJ 882,44 KN/m²
KLMN
>8B < >?íA.AB".
294,15 KN/m²
O HPLQ 2,56 m²
OPRP . m²
ONíS.SP
2,56
. 3,40 m²

b) Com o resultado obtido em (a), indique ou realize a providência necessária:


(II) Redimensionar para uma maior área, de modo a atender ao critério de
segurança, pois Katu > Kadm
Grupo 09
Ø' e 45 + Ø'/2 tg² tg Ø' cotg Nq Nc Nϒ q/(ϒxD)
30 2,71828 60 3 0,58 1,73 18,4 30,14 22,4 23,66

Dados - Grupo 09
ϒ 18,2
D 1,3
B 1,85
L 1,85 Seção Quadrada
v 1000 Sq 1,58
c 0 Sc 1,61
FS 3 Sϒ 0,6

σrup 913,02 KN/m²


σadm 304,34 KN/m²
A real 3,42 m²
Aefet 3,42 m²
Amin,nec 3,29 m²

• Nova dimensão = 1,85m x 1,85m


• Área adotada = 3,42 m²
• 3,42 m² > 3,29 m²
Logo, a nova área adotada atende a área mínima para o critério de
segurança.

9
c) Considere a atuação de uma carga horizontal acidental, H = 160 KN. Para esta
situação, verifique a segurança quanto ao deslizamento da estrutura
( EBU VW ?BA/ = 2).

]. +,∅^ + >^ . )
X?áZ. ≤[ ]
F

700 c +, 30° + 3,42 c 0


160 ≤ [ ]
2

f < , gf

A partir do resultado determinado no cálculo acima, é possível


verificar que a atuação de uma carga horizontal acidental SATISFAZ a
condição de segurança, quanto ao deslizamento da estrutura, ou seja, NÃO
OCORRERRÁ DESLIZAMENTO.

10

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