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Deputados
LEGISLAÇÃO SOBRE
MEIO AMBIENTE
6ª EDIÇÃO
FUNDAMENTOS
CONSTITUCIONAIS
E NORMAS BÁSICAS
INCLUI
Lei da Política Nacional do Meio Ambiente
Lei dos Crimes Ambientais
Convenção nº 169 da OIT sobre Povos Indígenas
e Tribais (Genebra, 1989)
Política de Educação para o Consumo Sustentável
Lei da Política Nacional de Educação Ambiental
edições
câmara
Câmara dos
Deputados
LEGISLAÇÃO SOBRE
MEIO AMBIENTE
6ª EDIÇÃO
FUNDAMENTOS
CONSTITUCIONAIS
E NORMAS BÁSICAS
Câmara dos Deputados
56ª Legislatura | 2019-2023
1º Vice-Presidente Diretoria-Geral
Marcos Pereira Sergio Sampaio Contreiras de Almeida
1º Suplente
Rafael Motta
2ª Suplente
Geovania de Sá
3º Suplente
Isnaldo Bulhões Jr.
4º Suplente
Assis Carvalho
Câmara dos
Deputados
LEGISLAÇÃO SOBRE
MEIO AMBIENTE
6ª EDIÇÃO
FUNDAMENTOS
CONSTITUCIONAIS
E NORMAS BÁSICAS
Roseli Senna Ganem (organizadora)
Lívia de Souza Viana
Maurício Boratto Viana
Maurício Mercadante
Rose Mirian Hofmann
Suely Mara Vaz Guimarães de Araújo
edições
câmara
Editora responsável: Luzimar Gomes de Paiva
Preparação de originais: Seção de Revisão
Revisão: Seção de Revisão
Projeto gráfico: Leandro Sacramento e Luiz Eduardo Maklouf
Diagramação: Alessandra Castro König
Nota do editor: as normas legais constantes desta publicação foram consultadas no Sistema de Legis-
lação Informatizada (Legin) da Câmara dos Deputados. Esta edição agrupou dois volumes da legislação
sobre meio ambiente, a saber Legislação brasileira sobre meio ambiente: fundamentos constitucionais e
legais e Legislação brasileira sobre meio ambiente: instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente.
2009, 1ª edição; 2010, 2ª edição (e-book), 3ª edição; 2013, 4ª edição; 2015, 5ª edição.
Série Legislação
n. 140 e-book
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
Coordenação de Biblioteca. Seção de Catalogação.
Bibliotecária: Débora Machado de Toledo – CRB1 - 1303
Legislação sobre meio ambiente [recurso eletrônico] : fundamentos constitucionais e normas básicas /
Roseli Senna Ganem (organizadora) ; Lívia de Souza Viana ... [et al.]. – 6. ed. – Brasília : Câmara dos
Deputados, Edições Câmara, 2019.
165 p. – (Série legislação ; n. 140 e-book)
Versão E-book.
Modo de acesso: livraria.camara.leg.br
Disponível, também, em formato impresso.
“Edição atualizada até 22/5/2019.
ISBN 978-85-402-0744-8
1. Meio ambiente, aspectos constitucionais, Brasil. 2. Meio ambiente, legislação, Brasil. I. Ganem, Roseli
Senna, org. II.Viana, Lívia de Souza. III. Série.
CDU 504(81)(094)
ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO���������������������������������������������������������������������������������97
Maurício Mercadante
1 Parte dos comentários aqui apresentados baseia-se em análise constante em publicação sobre o processo de
participação da sociedade civil na Assembleia Nacional Constituinte. Ver Teixeira, Deud e Araújo (2009).
2 Urbanista e advogada, mestre e doutora em ciência política pelo Instituto de Ciência Política da Universidade
de Brasília. Consultora legislativa com atuação na área XI (meio ambiente e direito ambiental, organização terri-
torial, desenvolvimento urbano e regional) da Câmara dos Deputados. Ex-presidente do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de maio de 2016 a janeiro de 2019. Contato: suely.
araujo@camara.leg.br.
3 Engenheira civil pela Universidade de Brasília (UnB). Consultora legislativa com atuação na área XI (meio
ambiente e direito ambiental, organização territorial, desenvolvimento urbano e regional) da Câmara dos
Deputados. Contato: livia.viana@camara.leg.br.
4 Geólogo e bacharel em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre e doutor em desenvol-
vimento sustentável pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UnB). Con-
sultor legislativo com atuação na área XI (meio ambiente e direito ambiental, organização territorial, desenvol-
vimento urbano e regional) da Câmara dos Deputados. Contato: mauricio.boratto@camara.leg.br.
5 Decreto nº 24.643/1934, com força de lei porque editado em regime de exceção. Cf. em Legislação sobre meio
ambiente: clima e água.
6 Lei nº 4.771/1965, que substituiu o Decreto (com força de lei) nº 23.793/1934 e foi revogada pela Lei nº 12.651/2012.
Cf. em Legislação sobre meio ambiente: biodiversidade.
7 Cf. a Lei nº 5.197/1967, disponível em Legislação sobre meio ambiente: biodiversidade.
9
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Esse órgão colegiado lançou, em 1987,
o documento “Nosso futuro comum”, conhecido como Relatório Brundtland.8
O documento firmou o conceito do desenvolvimento sustentável, definido como
aquele que atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer a
capacidade de as futuras gerações terem suas próprias necessidades atendidas.
Nos debates sobre meio ambiente ocorridos na Assembleia Nacional Consti-
tuinte, constam referências expressas ao Relatório Brundtland.
Na sequência direta desse processo, está a realização da Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, que aprovou
documentos internacionais importantes, como a Agenda 21, a Convenção sobre
Diversidade Biológica e a Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima.
Ao todo, são doze dispositivos que tratam diretamente da proteção do
meio ambiente na CF.9 Nesta compilação, são transcritos trechos que abrangem
conteúdo total ou parcial de 28 artigos da Carta Magna, os quais tratam dire-
tamente ou de forma correlata com temas ambientais.
Considerando a ordem dos dispositivos de nossa Constituição, o tema
meio ambiente surge primeiramente no título relativo à organização do Estado,
que inclui a distribuição de atribuições entre União, estados, Distrito Federal e
municípios.
A Constituição de 1967/1969 delegava exclusivamente à União a prerro-
gativa de legislar, entre outros temas, sobre águas, florestas, caça e pesca. Na
verdade, grande parte de nossa política ambiental era concentrada na esfera
central de governo, especialmente no que se refere à proteção da flora e da fauna.
Essa concentração fica clara nos textos do Código Florestal de 196510 e da Lei de
Proteção à Fauna.
Com os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, caminhou-se
na linha da descentralização, consoante já se apontava como diretriz na Lei da
Política Nacional do Meio Ambiente, refletida na criação do Sistema Nacional do
Meio Ambiente (Sisnama).11
Na Carta de 1988, foi explicitada a competência executiva comum entre os
entes federados (art. 23, incisos III, VI e VII, da CF) no campo da política ambiental,
além da competência legislativa concorrente (art. 24, incisos VI, VII e VIII, da CF).
Essa mudança em relação ao quadro jurídico anterior acompanha o próprio pro-
cesso de reconstrução democrática do país.
10
MEIO AMBIENTE E CONSTITUIÇÃO FEDERAL
11
potencialmente causadores de significativa degradação do meio ambiente e
promover a educação ambiental.13 Cabe ao poder público também proteger a
fauna e a flora, sendo vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais à crueldade14 (art. 225, § 1º, da CF).
Por meio da Emenda Constitucional (EC) nº 96/2017, foi acrescido o § 7º
ao art. 225 da CF, que estabelece não serem consideradas cruéis as práticas des-
portivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, regis-
tradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural bra-
sileiro. Essa Emenda tornou sem efeito a Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADI) 4983, julgada procedente pelo Supremo Tribunal Federal em outubro de
2016, ajuizada contra lei que proibia a vaquejada no estado do Ceará. Conforme
determinação da EC, a prática dessas atividades deverá ser regulamentada por
lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
Cabe colocar em relevo a previsão de lei em sentido estrito para a alte-
ração e supressão de unidades de conservação (art. 225, § 1º, inciso III, da CF). A
Constituição diz que o poder público definirá as áreas protegidas sem especificar
o ato por meio do qual essa definição deve ser concretizada, mas estabelece
que a alteração ou a supressão somente poderão ocorrer mediante lei. Hoje,
em regra, as unidades de conservação são criadas por decreto do presidente
da República, governador de estado ou prefeito municipal, mas sua alteração
ou supressão demanda, nos termos de nossa Carta Política, lei da respectiva
esfera de governo. Nos anais da Assembleia Nacional Constituinte, há trechos
que externam preocupação com a situação precária das unidades de conser-
vação no país, o que explica o rigor nesse sentido.
Fica expresso que as condutas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, inde-
pendentemente da obrigação de reparar os danos causados (art. 225, § 3º, da
CF). Assim, na aplicação de penalidades a quem infringir as normas de proteção
ambiental, as esferas penal, administrativa e civil devem ser, em princípio, tra-
balhadas de forma independente. É importante salientar que, em nosso sistema
jurídico, as pessoas jurídicas recebem sanções penais somente nas infrações
ambientais, com base nessa previsão da Constituição.15
No art. 225 também consta a preocupação específica com os danos cau-
sados pelos empreendimentos minerários, dadas as suas especificidades. Aquele
que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degra-
dado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão competente do Sisnama
(art. 225, § 2º, da CF).
12
MEIO AMBIENTE E CONSTITUIÇÃO FEDERAL
16 Cf. as Leis nos 7.661/1998 e 11.428/2006, disponíveis, respectivamente, em Legislação sobre meio ambiente: clima
e água e Legislação sobre meio ambiente: biodiversidade.
13
inciso II, da CF).17 Por decorrência, a observância da legislação ambiental passou
a ser elemento constitutivo do próprio direito de propriedade em nosso sistema
jurídico.
De forma geral, pode-se afirmar que o conteúdo da Constituição de 1988
relacionado à questão ambiental consolida uma base consistente para a legis-
lação infraconstitucional e para as ações do poder público e da coletividade
nesse campo, plenamente consentânea com as demandas associadas ao para-
digma do desenvolvimento sustentável.
Referências
TEIXEIRA, L.; DEUD, C.; ARAÚJO, Suely Mara Vaz Guimarães de. Subcomissão de
Saúde, Seguridade e Meio Ambiente. In: BACKES, Ana Luíza; AZEVEDO, Débora Bithiah
de; ARAÚJO, José Cordeiro de (Org.). Audiências públicas na Assembleia Nacional
Constituinte: a sociedade na tribuna. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara,
2009. p. 459-504.
VIANA, Maurício Boratto; ARAÚJO, Suely Mara Vaz Guimarães de. Conservação da
biodiversidade e repartição de competências governamentais. In: GANEM, Roseli Senna
(Org.). Conservação da biodiversidade: legislação e políticas públicas. Brasília: Câmara
dos Deputados, Edições Câmara, 2011. p. 139-176.
Sugestões de leitura
ARAÚJO, Suely Mara Vaz Guimarães de; GANEM, Roseli Senna; VIANA, Maurício Boratto;
PEREIRA JÚNIOR, José de Sena; JURAS, Ilidia da Ascenção Garrido Martins. A questão
ambiental e a Constituição de 1988: reflexões sobre alguns aspectos importantes. In:
ARAÚJO, José Cordeiro de; PEREIRA JÚNIOR, José de Sena; PEREIRA, Lúcio Soares;
RODRIGUES, Ricardo José Pereira (Org.). Ensaios sobre impactos da Constituição Federal
de 1988 na sociedade brasileira. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2008.
v. 2, p. 599-620.
JURAS, Ilidia da Ascenção Garrido Martins; ARAÚJO, Suely Mara Vaz Guimarães de.
(Org.). Legislação concorrente em meio ambiente. Brasília: Câmara dos Deputados,
Edições Câmara, 2009.
LEITE, José Rubens Morato; CANOTILHO, José Joaquim Gomes. (Org.). Direito
constitucional ambiental brasileiro. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
SILVA, José Antônio da. Direito ambiental constitucional. 9. ed. São Paulo: Malheiros,
2011.
17 Em perímetros urbanos, os requisitos serão definidos pelo plano diretor aprovado mediante lei municipal. Cf.
art. 182, § 2º, da CF.
14
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas
I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluen- a secas periódicas.
tes, emergentes e em depósito, ressalvadas, nes- § 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União in-
te caso, na forma da lei, as decorrentes de obras centivará a recuperação de terras áridas e coopera-
da União; rá com os pequenos e médios proprietários rurais
[...] para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes
CAPÍTULO IV de água e de pequena irrigação.
DOS MUNICÍPIOS
TÍTULO IV
[...]
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
Art. 30. Compete aos Municípios:
CAPÍTULO I
I – legislar sobre assuntos de interesse local;
DO PODER LEGISLATIVO
II – suplementar a legislação federal e a esta-
[...]
dual no que couber;
[...] Seção II
VIII – promover, no que couber, adequado orde- Das Atribuições do Congresso Nacional
namento territorial, mediante planejamento e Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a san-
controle do uso, do parcelamento e da ocupação ção do Presidente da República, não exigida esta
do solo urbano;
para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor
[...]
sobre todas as matérias de competência da União,
CAPÍTULO VII especialmente sobre:
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA [...]
[...]
IV – planos e programas nacionais, regionais e
Seção IV setoriais de desenvolvimento;
Das Regiões [...]
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União po- Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso
derá articular sua ação em um mesmo complexo Nacional:
geoeconômico e social, visando a seu desenvol-
[...]
vimento e à redução das desigualdades regionais.
XVI – autorizar, em terras indígenas, a explora-
§ 1º Lei complementar disporá sobre:
ção e o aproveitamento de recursos hídricos e a
I – as condições para integração de regiões em
pesquisa e lavra de riquezas minerais;
desenvolvimento;
[...]
II – a composição dos organismos regionais que
executarão, na forma da lei, os planos regionais, Seção VII
integrantes dos planos nacionais de desenvol- Das Comissões
vimento econômico e social, aprovados junta-
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão
mente com estes.
comissões permanentes e temporárias, consti-
§ 2º Os incentivos regionais compreenderão,
tuídas na forma e com as atribuições previstas no
além de outros, na forma da lei:
respectivo regimento ou no ato de que resultar
I – igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros
sua criação.
itens de custos e preços de responsabilidade do
[...]
poder público;
II – juros favorecidos para financiamento de § 2º Às comissões, em razão da matéria de sua
atividades prioritárias; competência, cabe:
III – isenções, reduções ou diferimento tempo- [...]
rário de tributos federais devidos por pessoas fí- VI – apreciar programas de obras, planos nacio-
sicas ou jurídicas; nais, regionais e setoriais de desenvolvimento e
IV – prioridade para o aproveitamento econômi- sobre eles emitir parecer.
co e social dos rios e das massas de água represadas [...]
17
CAPÍTULO IV TÍTULO VI
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
Seção I CAPÍTULO I
Do Ministério Público DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
[...]
Art. 127. O Ministério Público é instituição perma-
nente, essencial à função jurisdicional do Estado, Seção VI
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do Da Repartição das Receitas Tributárias
regime democrático e dos interesses sociais e in- [...]
dividuais indisponíveis. Art. 159. A União entregará:
[...] I – do produto da arrecadação dos impostos so-
Art. 129. São funções institucionais do Ministério bre renda e proventos de qualquer natureza e
Público: sobre produtos industrializados, 49% (quarenta
I – promover, privativamente, a ação penal pú- e nove por cento), na seguinte forma: (Caput do in-
blica, na forma da lei; ciso com redação dada pela EC nº 84, de 2014, publicada
[...] no DOU de 3/12/2014, em vigor na data de sua publicação,
III – promover o inquérito civil e a ação civil com efeitos financeiros a partir de 1º de janeiro do exercí-
pública, para a proteção do patrimônio público e cio subsequente)
social, do meio ambiente e de outros interesses [...]
difusos e coletivos; c) três por cento, para aplicação em programas
[...] de financiamento ao setor produtivo das Regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas
TÍTULO V
instituições financeiras de caráter regional, de
DA DEFESA DO ESTADO E DAS
INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS acordo com os planos regionais de desenvolvi-
[...] mento, ficando assegurada ao semiárido do Nor-
deste a metade dos recursos destinados à região,
CAPÍTULO III na forma que a lei estabelecer;
DA SEGURANÇA PÚBLICA
[...]
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado,
CAPÍTULO II
direito e responsabilidade de todos, é exercida
DAS FINANÇAS PÚBLICAS
para a preservação da ordem pública e da incolu-
[...]
midade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos: Seção II
I – polícia federal; Dos Orçamentos
II – polícia rodoviária federal; Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo
III – polícia ferroviária federal; estabelecerão:
IV – polícias civis; I – o plano plurianual;
V – polícias militares e corpos de bombeiros II – as diretrizes orçamentárias;
militares. III – os orçamentos anuais.
[...] § 1º A lei que instituir o plano plurianual esta-
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia osten- belecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
siva e a preservação da ordem pública; aos corpos objetivos e metas da administração pública fe-
de bombeiros militares, além das atribuições de- deral para as despesas de capital e outras delas
finidas em lei, incumbe a execução de atividades decorrentes e para as relativas aos programas de
de defesa civil. duração continuada.
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros [...]
militares, forças auxiliares e reserva do Exército, § 4º Os planos e programas nacionais, regionais
subordinam-se, juntamente com as polícias civis, e setoriais previstos nesta Constituição serão ela-
aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal borados em consonância com o plano plurianual
e dos Territórios. e apreciados pelo Congresso Nacional.
[...] [...]
18
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
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OS FUNDAMENTOS LEGAIS DA POLÍTICA
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
18 Urbanista e advogada, mestre e doutora em ciência política pelo Instituto de Ciência Política da Universidade
de Brasília (UnB). Consultora legislativa da área XI (meio ambiente e direito ambiental, organização territorial,
desenvolvimento urbano e regional) da Câmara dos Deputados. Ex-presidente do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de maio de 2016 a janeiro de 2019. Contato: suely.
araujo@camara.leg.br.
19 Engenheira civil pela Universidade de Brasília (UnB). Consultora legislativa da área XI (meio ambiente e direito
ambiental, organização territorial, desenvolvimento urbano e regional) da Câmara dos Deputados. Contato:
livia.viana@camara.leg.br.
20 Geólogo e bacharel em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre e doutor em desenvol-
vimento sustentável pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UnB). Con-
sultor legislativo da área XI (meio ambiente e direito ambiental, organização territorial, desenvolvimento urbano
e regional) da Câmara dos Deputados. Contato: mauricio.boratto@camara.leg.br.
21 Os comentários sobre a Lei nº 6.938/1981 são baseados em Araújo (2008).
22
OS FUNDAMENTOS LEGAIS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
22 Publicado no Brasil como Nosso Futuro Comum (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOL-
VIMENTO, 1991).
23
com poder normativo em relação a critérios e padrões relativos ao controle e à
manutenção da qualidade do meio ambiente.
A composição do Conama, originalmente presente na Lei nº 6.938/1981,
hoje é regulada pelo Decreto nº 99.274/1990. Trata-se de órgão colegiado com
pouco mais de uma centena de membros, representantes dos diferentes minis-
térios, dos órgãos ambientais estaduais e municipais e, também, da sociedade
civil e do setor produtivo. O Conama tem respondido por uma extensa produção
normativa, que complementa as leis ambientais de aplicação nacional e orienta
as normas estaduais e municipais.
Deve ser dito que, mesmo tendo sido instituído há mais de três décadas,
o Sisnama ainda não se encontra efetivamente estruturado e articulado como
um sistema nacional. São exemplos das disfunções existentes: centralização his-
tórica de atribuições na esfera federal, ou seja, no Ministério do Meio Ambiente
(MMA) e no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno-
váveis (Ibama), nem sempre justificável; sobreposição e conflito nas atuações do
MMA/Ibama e dos órgãos seccionais (estaduais); indefinição do papel dos órgãos
locais (municipais) e conflito entre eles e os órgãos seccionais; indefinição dos
limites do poder normativo do Conama; e falta de diálogo com sistemas voltados
a áreas específicas da gestão ambiental, como o Sistema Nacional de Geren-
ciamento dos Recursos Hídricos, que reúne os comitês de bacia e as agências
de água (ARAÚJO, 2008).
No que se refere aos instrumentos de política ambiental, a Lei nº 6.938/1981
traz em seu art. 9º uma lista ampla, que inclui o estabelecimento de padrões
de qualidade ambiental, o zoneamento ambiental, a avaliação de impactos
ambientais e o licenciamento ambiental, a criação de espaços territoriais espe-
cialmente protegidos, o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente
poluidoras ou utilizadoras de recursos ambientais e outros.
O licenciamento ambiental é o instrumento mais detalhado na lei. Fica
estabelecido no art. 10 que a construção, instalação, ampliação e funciona-
mento de estabelecimentos ou atividades utilizadoras de recursos ambientais,
considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob
qualquer forma, de causar degradação ao meio ambiente, dependem de prévio
licenciamento ambiental. A redação original da lei delegava ao Ibama o licen-
ciamento dos empreendimentos com impacto de âmbito regional ou nacional,
mas essa determinação foi revogada expressamente em face das regras mais
detalhadas sobre as atribuições dos órgãos ambientais constantes na Lei Com-
plementar nº 140/2011.
O Decreto nº 99.274/1990 complementa as disposições sobre o licen-
ciamento ambiental e prevê, por exemplo, os três tipos de licenças emitidas:
Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO). Regras
específicas sobre o tema são encontradas em resoluções do Conama.
24
OS FUNDAMENTOS LEGAIS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
25
da pessoa jurídica será considerado instrumento de crime e, como tal, perdido
em favor do Fundo Penitenciário Nacional.
Cabe comentar que as regras sobre a apreensão do produto e do instru-
mento das infrações ambientais, constantes no art. 25 da lei, apresentam-se
insuficientes e pouco claras quanto à diferenciação entre os institutos jurídicos
da apreensão e do confisco.24 As lacunas levaram o Decreto nº 6.514/2008 a
incluir um conjunto de regras sobre esse assunto, que não chegam a resolver tais
deficiências, entre outros fatores porque a regulamentação obrigatoriamente
está restrita às infrações administrativas.
A Lei nº 9.605/1998 tem cinco seções dedicadas diretamente aos tipos
penais: dos crimes contra a fauna (arts. 29 a 37); dos crimes contra a flora (arts. 38
a 53); da poluição e outros crimes ambientais (arts. 54 a 61); dos crimes contra
o ordenamento urbano e o patrimônio cultural (arts. 62 a 65); e dos crimes
contra a administração ambiental (arts. 66 a 69-A). As infrações administrativas
ambientais não são tipificadas pela lei, sendo objeto do Decreto nº 6.514/2008.
Registre-se que a legislação estadual pode complementar as normas sobre infra-
ções administrativas, mas não sobre crimes, uma vez que o direito penal e o
direito processual estão na esfera do poder legiferante privativo da União (art. 22,
caput, inciso I, da CF).
Questão que se apresenta relevante são os efeitos derrogatórios da
Lei nº 9.605/1998. Nos debates legislativos sobre a consolidação da legislação
ambiental, considerou-se que a Lei de Crimes Ambientais revogou tacitamente
todos os tipos penais constantes na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente,
no Código Florestal25 e na Lei de Proteção à Fauna.26
O art. 72, § 4º, da Lei de Crimes Ambientais prevê a possibilidade de con-
versão da multa simples em serviços de preservação, melhoria e recuperação
da qualidade do meio ambiente, o que é regulamentado pelos arts. 139 a 148 do
Decreto nº 6.514/2008. Esses artigos foram alterados pelo Decreto nº 9.179, de
23 de outubro de 2017. Entre as mudanças, destaca-se a explicitação de quais
ações poderão ser consideradas serviços de preservação, melhoria e recupe-
ração da qualidade do meio ambiente e da vedação de conversão de multa para
reparação de danos decorrentes das próprias infrações. Além disso, pela nova
redação do Decreto nº 6.514/2008, são oferecidas duas opções de conversão
da multa ao autuado: implementação das ações por seus próprios meios (com
desconto de 35% do valor da multa) ou pela adesão a projetos previamente
24 Araújo (2000) detalha os problemas presentes nas regras da Lei de Crimes Ambientais afetas à apreensão e ao
confisco de bens.
25 Lei nº 4.771/1965 revogada pela Lei nº 12.651/2012. Cf. Legislação sobre meio ambiente: biodiversidade.
26 Cf. o processo do Projeto de Lei nº 679/2007, na Câmara dos Deputados, disponível em: <http://www.camara.
gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=347603>. Acesso em: 5 jun. 2018. Entendeu-se que
continua em vigor dispositivo da Lei nº 7.643/1987 que trata do crime relativo à pesca de cetáceos. Ver legislação
complementar em Legislação sobre meio ambiente: biodiversidade.
26
OS FUNDAMENTOS LEGAIS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
27
para os órgãos estaduais do Sisnama.27 A Lei Complementar nº 140/2011 também
deve ser compreendida sob o enquadramento da descentralização.
O diploma legal fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e
do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre
a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios nas ações administrativas
decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das pai-
sagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição
em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora.
Na prática, essa lei complementar explicita de forma mais clara as tarefas
de política ambiental a cargo dos diferentes entes federados. Deve-se ter em
mente que a Lei Complementar nº 140/2011 não pode ser lida como definidora
de uma nova repartição de competências em política ambiental. Seu objetivo é
consagrar em lei a interpretação do legislador federal sobre quais matérias, no
âmbito da competência comum prevista por nossa Carta Política, são de predo-
minante interesse local, quais são de predominante interesse estadual e quais
são de interesse nacional (ARAÚJO; VIANA, 2009).
Faz-se importante entender que a sobreposição de tarefas entre os entes
federados, em determinados assuntos abrangidos pela Política Nacional do Meio
Ambiente, necessita ser mantida. As diferentes esferas da federação devem
implantar unidades de conservação, desenvolver programas de educação
ambiental e assim por diante. O que a lei complementar intenta fazer não é eli-
minar as sobreposições de tarefas entre os entes federados, mas explicitar mais
claramente o que cabe à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios,
como no licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades poten-
cialmente poluidores, segundo o predominante interesse de cada ente, de forma
a reduzir os conflitos que, de fato, existem no Sisnama.
Contudo, ao longo do trâmite legislativo, afastando-se da previsão do pro-
jeto de lei complementar que lhe deu origem (PLP nº 12/2003), a LC nº 140/2011
acabou instituindo as Comissões Tripartites da União e Estaduais e, ainda, a
Comissão Bipartite do Distrito Federal. Essas comissões têm como objetivo
fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes
federativos e, assumindo uma atribuição anteriormente prevista para o Conama,
devem propor a tipologia de empreendimentos e atividades cujo licenciamento
será de competência da União ou dos estados/Distrito Federal. Essa tipologia
está hoje estabelecida no Decreto nº 8.437, de 22 de abril de 2015.
Outro aspecto a ressaltar é que a questão da supletividade tampouco
ficou bem resolvida no novo texto legal. Pela Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente, quando os órgãos estaduais e municipais não fiscalizam a con-
tento a observância das normas ambientais, os órgãos federais podem atuar
27 Essa delegação foi mantida pela Lei nº 12.651/2012, a Lei Florestal em vigor, ver Legislação sobre meio ambiente:
biodiversidade.
28
OS FUNDAMENTOS LEGAIS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Referências
ARAÚJO, Suely Mara Vaz Guimarães de. Apreensão e confisco do produto e do
instrumento do crime ambiental. Brasília: Câmara dos Deputados, Consultoria
Legislativa, 2000. (Nota técnica). Disponível em: <http://bd.camara.gov.br/bd/handle/
bdcamara/881>. Acesso em: 5 jun. 2018.
______. Vinte e cinco anos da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente. Plenarium, v. 5,
p. 236-243, 2008.
______; VIANA, Maurício Boratto. Federalismo e meio ambiente no Brasil. Cadernos
Aslegis, v. 37, p. 70-87, 2009.
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro
comum. Rio de Janeiro: FGV, 1991.
Sugestões de leitura
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 20. ed. São Paulo:
Malheiros, 2012.
MILARÉ, Édis. Direito do ambiente. 7. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.
THEODORO, Suzi Huff (Org.). Os 30 anos da Política Nacional do Meio Ambiente:
conquistas e perspectivas. Rio de Janeiro: Garamond, 2011.
29
LEI COMPLEMENTAR Nº 140, DE Municípios, no exercício da competência comum
8 DE DEZEMBRO DE 2011 a que se refere esta Lei Complementar:
(Publicada no DOU de 9/12/2011 e retificada no DOU de I – proteger, defender e conservar o meio am-
12/12/2011) biente ecologicamente equilibrado, promovendo
Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII gestão descentralizada, democrática e eficiente;
do caput e do parágrafo único do art. 23 da II – garantir o equilíbrio do desenvolvimento
Constituição Federal, para a cooperação entre socioeconômico com a proteção do meio am-
a União, os Estados, o Distrito Federal e os
biente, observando a dignidade da pessoa hu-
Municípios nas ações administrativas decor-
rentes do exercício da competência comum mana, a erradicação da pobreza e a redução das
relativas à proteção das paisagens naturais desigualdades sociais e regionais;
notáveis, à proteção do meio ambiente, ao III – harmonizar as políticas e ações administra-
combate à poluição em qualquer de suas for-
tivas para evitar a sobreposição de atuação entre
mas e à preservação das florestas, da fauna
e da flora; e altera a Lei nº 6.938, de 31 de os entes federativos, de forma a evitar conflitos
agosto de 1981. de atribuições e garantir uma atuação administra-
A presidenta da República tiva eficiente;
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu IV – garantir a uniformidade da política ambien-
sanciono a seguinte Lei Complementar: tal para todo o País, respeitadas as peculiaridades
regionais e locais.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DE COOPERAÇÃO
Art. 1º Esta Lei Complementar fixa normas, nos
termos dos incisos III, VI e VII do caput e do pa- Art. 4º Os entes federativos podem valer-se, entre
rágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, outros, dos seguintes instrumentos de coope-
para a cooperação entre a União, os Estados, o ração institucional:
Distrito Federal e os Municípios nas ações admi- I – consórcios públicos, nos termos da legisla-
nistrativas decorrentes do exercício da competên- ção em vigor;
cia comum relativas à proteção das paisagens na- II – convênios, acordos de cooperação técnica e
turais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao outros instrumentos similares com órgãos e enti-
combate à poluição em qualquer de suas formas dades do Poder Público, respeitado o art. 241 da
e à preservação das florestas, da fauna e da flora. Constituição Federal;
Art. 2º Para os fins desta Lei Complementar, consi- III – Comissão Tripartite Nacional, Comissões
deram-se: Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite do Dis-
I – licenciamento ambiental: o procedimento trito Federal;
administrativo destinado a licenciar atividades IV – fundos públicos e privados e outros instru-
ou empreendimentos utilizadores de recursos am- mentos econômicos;
bientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou V – delegação de atribuições de um ente federa-
capazes, sob qualquer forma, de causar degrada- tivo a outro, respeitados os requisitos previstos
ção ambiental; nesta Lei Complementar;
II – atuação supletiva: ação do ente da Federa- VI – delegação da execução de ações administra-
ção que se substitui ao ente federativo originaria- tivas de um ente federativo a outro, respeitados os
mente detentor das atribuições, nas hipóteses de- requisitos previstos nesta Lei Complementar.
finidas nesta Lei Complementar; § 1º Os instrumentos mencionados no inciso II
III – atuação subsidiária: ação do ente da Federa- do caput podem ser firmados com prazo indeter-
ção que visa a auxiliar no desempenho das atri- minado.
buições decorrentes das competências comuns, § 2º A Comissão Tripartite Nacional será for-
quando solicitado pelo ente federativo origina- mada, paritariamente, por representantes dos
riamente detentor das atribuições definidas nes- Poderes Executivos da União, dos Estados, do
ta Lei Complementar. Distrito Federal e dos Municípios, com o objetivo
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da de fomentar a gestão ambiental compartilhada e
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos descentralizada entre os entes federativos.
30
LEI COMPLEMENTAR Nº 140, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2011
§ 3º As Comissões Tripartites Estaduais serão dos Municípios, relacionados à proteção e à ges-
formadas, paritariamente, por representantes tão ambiental;
dos Poderes Executivos da União, dos Estados e dos V – articular a cooperação técnica, científica e
Municípios, com o objetivo de fomentar a gestão financeira, em apoio à Política Nacional do Meio
ambiental compartilhada e descentralizada entre Ambiente;
os entes federativos. VI – promover o desenvolvimento de estudos
§ 4º A Comissão Bipartite do Distrito Federal e pesquisas direcionados à proteção e à gestão
será formada, paritariamente, por representantes ambiental, divulgando os resultados obtidos;
dos Poderes Executivos da União e do Distrito VII – promover a articulação da Política Nacio-
Federal, com o objetivo de fomentar a gestão nal do Meio Ambiente com as de Recursos Hídri-
cos, Desenvolvimento Regional, Ordenamento
ambiental compartilhada e descentralizada entre
Territorial e outras;
esses entes federativos.
VIII – organizar e manter, com a colaboração dos
§ 5º As Comissões Tripartites e a Comissão Bi-
órgãos e entidades da administração pública
partite do Distrito Federal terão sua organização
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
e funcionamento regidos pelos respectivos regi-
o Sistema Nacional de Informação sobre Meio
mentos internos.
Ambiente (Sinima);
Art. 5º O ente federativo poderá delegar, me- IX – elaborar o zoneamento ambiental de âm-
diante convênio, a execução de ações adminis- bito nacional e regional;
trativas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, X – definir espaços territoriais e seus compo-
desde que o ente destinatário da delegação dis- nentes a serem especialmente protegidos;
ponha de órgão ambiental capacitado a executar XI – promover e orientar a educação ambiental
as ações administrativas a serem delegadas e de em todos os níveis de ensino e a conscientização
conselho de meio ambiente. pública para a proteção do meio ambiente;
Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental XII – controlar a produção, a comercialização e o
capacitado, para os efeitos do disposto no caput, emprego de técnicas, métodos e substâncias que
aquele que possui técnicos próprios ou em con- comportem risco para a vida, a qualidade de vida
sórcio, devidamente habilitados e em número e o meio ambiente, na forma da lei;
compatível com a demanda das ações adminis- XIII – exercer o controle e fiscalizar as atividades
e empreendimentos cuja atribuição para licen-
trativas a serem delegadas.
ciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida
CAPÍTULO III à União;
DAS AÇÕES DE COOPERAÇÃO XIV – promover o licenciamento ambiental de
Art. 6º As ações de cooperação entre a União, os empreendimentos e atividades:
Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente
ser desenvolvidas de modo a atingir os objetivos no Brasil e em país limítrofe;
previstos no art. 3º e a garantir o desenvolvimento b) localizados ou desenvolvidos no mar terri-
sustentável, harmonizando e integrando todas as torial, na plataforma continental ou na zona eco-
políticas governamentais. nômica exclusiva;
c) localizados ou desenvolvidos em terras
Art. 7º São ações administrativas da União:
indígenas;
I – formular, executar e fazer cumprir, em âmbito d) localizados ou desenvolvidos em unidades
nacional, a Política Nacional do Meio Ambiente; de conservação instituídas pela União, exceto em
II – exercer a gestão dos recursos ambientais no Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
âmbito de suas atribuições; e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou
III – promover ações relacionadas à Política Na- mais Estados;
cional do Meio Ambiente nos âmbitos nacional e f) de caráter militar, excetuando-se do licencia-
internacional; mento ambiental, nos termos de ato do Poder Exe-
IV – promover a integração de programas e cutivo, aqueles previstos no preparo e emprego
ações de órgãos e entidades da administração pú- das Forças Armadas, conforme disposto na Lei
blica da União, dos Estados, do Distrito Federal e Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999;
31
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, be- Parágrafo único. O licenciamento dos empreen-
neficiar, transportar, armazenar e dispor material dimentos cuja localização compreenda concomi-
radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem tantemente áreas das faixas terrestre e marítima
energia nuclear em qualquer de suas formas e da zona costeira será de atribuição da União ex-
aplicações, mediante parecer da Comissão Na- clusivamente nos casos previstos em tipologia es-
cional de Energia Nuclear (Cnen); ou tabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de
h) que atendam tipologia estabelecida por ato proposição da Comissão Tripartite Nacional, asse-
do Poder Executivo, a partir de proposição da gurada a participação de um membro do Conse-
Comissão Tripartite Nacional, assegurada a parti- lho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e consi-
cipação de um membro do Conselho Nacional do derados os critérios de porte, potencial poluidor e
Meio Ambiente (Conama), e considerados os cri- natureza da atividade ou empreendimento.
térios de porte, potencial poluidor e natureza da Art. 8º São ações administrativas dos Estados:
atividade ou empreendimento; I – executar e fazer cumprir, em âmbito esta-
XV – aprovar o manejo e a supressão de vege- dual, a Política Nacional do Meio Ambiente e de-
tação, de florestas e formações sucessoras em: mais políticas nacionais relacionadas à proteção
a) florestas públicas federais, terras devolutas ambiental;
federais ou unidades de conservação instituídas II – exercer a gestão dos recursos ambientais no
pela União, exceto em APAs; e âmbito de suas atribuições;
b) atividades ou empreendimentos licenciados III – formular, executar e fazer cumprir, em âmbi-
ou autorizados, ambientalmente, pela União; to estadual, a Política Estadual de Meio Ambiente;
XVI – elaborar a relação de espécies da fauna IV – promover, no âmbito estadual, a integração
e da flora ameaçadas de extinção e de espécies de programas e ações de órgãos e entidades da
sobrexplotadas no território nacional, mediante administração pública da União, dos Estados, do
laudos e estudos técnico-científicos, fomentando Distrito Federal e dos Municípios, relacionados à
as atividades que conservem essas espécies in situ; proteção e à gestão ambiental;
XVII – controlar a introdução no País de espé- V – articular a cooperação técnica, científica e
cies exóticas potencialmente invasoras que pos- financeira, em apoio às Políticas Nacional e Esta-
sam ameaçar os ecossistemas, habitats e espé- dual de Meio Ambiente;
cies nativas; VI – promover o desenvolvimento de estudos
XVIII – aprovar a liberação de exemplares de e pesquisas direcionados à proteção e à gestão
espécie exótica da fauna e da flora em ecossiste- ambiental, divulgando os resultados obtidos;
mas naturais frágeis ou protegidos; VII – organizar e manter, com a colaboração dos
XIX – controlar a exportação de componentes órgãos municipais competentes, o Sistema Esta-
da biodiversidade brasileira na forma de espé- dual de Informações sobre Meio Ambiente;
cimes silvestres da flora, micro-organismo e da VIII – prestar informações à União para a forma-
fauna, partes ou produtos deles derivados; ção e atualização do Sinima;
XX – controlar a apanha de espécimes da fauna IX – elaborar o zoneamento ambiental de âm-
silvestre, ovos e larvas; bito estadual, em conformidade com os zonea-
XXI – proteger a fauna migratória e as espécies mentos de âmbito nacional e regional;
inseridas na relação prevista no inciso XVI; X – definir espaços territoriais e seus compo-
XXII – exercer o controle ambiental da pesca em nentes a serem especialmente protegidos;
âmbito nacional ou regional; XI – promover e orientar a educação ambiental
XXIII – gerir o patrimônio genético e o acesso ao em todos os níveis de ensino e a conscientização
conhecimento tradicional associado, respeitadas pública para a proteção do meio ambiente;
as atribuições setoriais; XII – controlar a produção, a comercialização e o
XXIV – exercer o controle ambiental sobre o emprego de técnicas, métodos e substâncias que
transporte marítimo de produtos perigosos; e comportem risco para a vida, a qualidade de vida
XXV – exercer o controle ambiental sobre o e o meio ambiente, na forma da lei;
transporte interestadual, fluvial ou terrestre, de XIII – exercer o controle e fiscalizar as atividades
produtos perigosos. e empreendimentos cuja atribuição para licenciar
32
LEI COMPLEMENTAR Nº 140, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2011
ou autorizar, ambientalmente, for cometida aos tração pública federal, estadual e municipal, rela-
Estados; cionados à proteção e à gestão ambiental;
XIV – promover o licenciamento ambiental de V – articular a cooperação técnica, científica e fi-
atividades ou empreendimentos utilizadores nanceira, em apoio às Políticas Nacional, Estadual
de recursos ambientais, efetiva ou potencialmen- e Municipal de Meio Ambiente;
te poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de VI – promover o desenvolvimento de estudos
causar degradação ambiental, ressalvado o dis- e pesquisas direcionados à proteção e à gestão
posto nos arts. 7º e 9º; ambiental, divulgando os resultados obtidos;
XV – promover o licenciamento ambiental de VII – organizar e manter o Sistema Municipal de
atividades ou empreendimentos localizados ou Informações sobre Meio Ambiente;
desenvolvidos em unidades de conservação ins- VIII – prestar informações aos Estados e à União
para a formação e atualização dos Sistemas Es-
tituídas pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção
tadual e Nacional de Informações sobre Meio
Ambiental (APAs);
Ambiente;
XVI – aprovar o manejo e a supressão de vege-
IX – elaborar o Plano Diretor, observando os
tação, de florestas e formações sucessoras em:
zoneamentos ambientais;
a) florestas públicas estaduais ou unidades de
X – definir espaços territoriais e seus compo-
conservação do Estado, exceto em Áreas de Pro-
nentes a serem especialmente protegidos;
teção Ambiental (APAs);
XI – promover e orientar a educação ambiental
b) imóveis rurais, observadas as atribuições
em todos os níveis de ensino e a conscientização
previstas no inciso XV do art. 7º; e pública para a proteção do meio ambiente;
c) atividades ou empreendimentos licenciados XII – controlar a produção, a comercialização e o
ou autorizados, ambientalmente, pelo Estado; emprego de técnicas, métodos e substâncias que
XVII – elaborar a relação de espécies da fauna comportem risco para a vida, a qualidade de vida
e da flora ameaçadas de extinção no respectivo e o meio ambiente, na forma da lei;
território, mediante laudos e estudos técnico- XIII – exercer o controle e fiscalizar as atividades
-científicos, fomentando as atividades que con- e empreendimentos cuja atribuição para licenciar
servem essas espécies in situ; ou autorizar, ambientalmente, for cometida ao
XVIII – controlar a apanha de espécimes da Município;
fauna silvestre, ovos e larvas destinadas à implan- XIV – observadas as atribuições dos demais
tação de criadouros e à pesquisa científica, ressal- entes federativos previstas nesta Lei Complemen-
vado o disposto no inciso XX do art. 7º; tar, promover o licenciamento ambiental das ati-
XIX – aprovar o funcionamento de criadouros vidades ou empreendimentos:
da fauna silvestre; a) que causem ou possam causar impacto am-
XX – exercer o controle ambiental da pesca em biental de âmbito local, conforme tipologia de-
âmbito estadual; e finida pelos respectivos Conselhos Estaduais de
XXI – exercer o controle ambiental do transporte Meio Ambiente, considerados os critérios de porte,
fluvial e terrestre de produtos perigosos, ressal- potencial poluidor e natureza da atividade; ou
vado o disposto no inciso XXV do art. 7º. b) localizados em unidades de conservação ins-
tituídas pelo Município, exceto em Áreas de Prote-
Art. 9º São ações administrativas dos Municípios: ção Ambiental (APAs);
I – executar e fazer cumprir, em âmbito muni- XV – observadas as atribuições dos demais
cipal, as Políticas Nacional e Estadual de Meio entes federativos previstas nesta Lei Complemen-
Ambiente e demais políticas nacionais e estaduais tar, aprovar:
relacionadas à proteção do meio ambiente; a) a supressão e o manejo de vegetação, de
II – exercer a gestão dos recursos ambientais no florestas e formações sucessoras em florestas
âmbito de suas atribuições; públicas municipais e unidades de conservação
III – formular, executar e fazer cumprir a Política instituídas pelo Município, exceto em Áreas de
Municipal de Meio Ambiente; Proteção Ambiental (APAs); e
IV – promover, no Município, a integração de pro- b) a supressão e o manejo de vegetação, de flores-
gramas e ações de órgãos e entidades da adminis- tas e formações sucessoras em empreendimentos
33
licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo devem ser comunicadas pela autoridade licencia-
Município. dora de uma única vez ao empreendedor, ressal-
Art. 10. São ações administrativas do Distrito Fe- vadas aquelas decorrentes de fatos novos.
deral as previstas nos arts. 8º e 9º. § 2º As exigências de complementação de in-
formações, documentos ou estudos feitas pela
Art. 11. A lei poderá estabelecer regras próprias
autoridade licenciadora suspendem o prazo de
para atribuições relativas à autorização de ma-
aprovação, que continua a fluir após o seu aten-
nejo e supressão de vegetação, considerada a
dimento integral pelo empreendedor.
sua caracterização como vegetação primária ou
§ 3º O decurso dos prazos de licenciamento,
secundária em diferentes estágios de regeneração,
sem a emissão da licença ambiental, não implica
assim como a existência de espécies da flora ou da
emissão tácita nem autoriza a prática de ato que
fauna ameaçadas de extinção.
dela dependa ou decorra, mas instaura a compe-
Art. 12. Para fins de licenciamento ambiental tência supletiva referida no art. 15.
de atividades ou empreendimentos utilizado- § 4º A renovação de licenças ambientais deve
res de recursos ambientais, efetiva ou potencial- ser requerida com antecedência mínima de
mente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo
de causar degradação ambiental, e para autoriza- de validade, fixado na respectiva licença, ficando
ção de supressão e manejo de vegetação, o crité- este automaticamente prorrogado até a manifes-
rio do ente federativo instituidor da unidade de tação definitiva do órgão ambiental competente.
conservação não será aplicado às Áreas de Prote-
Art. 15. Os entes federativos devem atuar em
ção Ambiental (APAs).
caráter supletivo nas ações administrativas de
Parágrafo único. A definição do ente federativo
licenciamento e na autorização ambiental, nas
responsável pelo licenciamento e autorização a
seguintes hipóteses:
que se refere o caput, no caso das APAs, seguirá
os critérios previstos nas alíneas a, b, e, f e h do I – inexistindo órgão ambiental capacitado ou
inciso XIV do art. 7º, no inciso XIV do art. 8º e na conselho de meio ambiente no Estado ou no Dis-
alínea a do inciso XIV do art. 9º. trito Federal, a União deve desempenhar as ações
administrativas estaduais ou distritais até a sua
Art. 13. Os empreendimentos e atividades são
criação;
licenciados ou autorizados, ambientalmente, por
II – inexistindo órgão ambiental capacitado
um único ente federativo, em conformidade com
ou conselho de meio ambiente no Município, o
as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei
Estado deve desempenhar as ações administrati-
Complementar.
vas municipais até a sua criação; e
§ 1º Os demais entes federativos interessados
III – inexistindo órgão ambiental capacitado
podem manifestar-se ao órgão responsável pela
ou conselho de meio ambiente no Estado e no
licença ou autorização, de maneira não vinculante,
Município, a União deve desempenhar as ações
respeitados os prazos e procedimentos do licen-
administrativas até a sua criação em um daqueles
ciamento ambiental.
entes federativos.
§ 2º A supressão de vegetação decorrente de
licenciamentos ambientais é autorizada pelo ente Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos
federativo licenciador. entes federativos dar-se-á por meio de apoio
§ 3º Os valores alusivos às taxas de licenciamen- técnico, científico, administrativo ou financeiro,
to ambiental e outros serviços afins devem guar- sem prejuízo de outras formas de cooperação.
dar relação de proporcionalidade com o custo e Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser
a complexidade do serviço prestado pelo ente fe- solicitada pelo ente originariamente detentor da
derativo. atribuição nos termos desta Lei Complementar.
Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo li-
os prazos estabelecidos para tramitação dos pro- cenciamento ou autorização, conforme o caso,
cessos de licenciamento. de um empreendimento ou atividade, lavrar
§ 1º As exigências de complementação oriun- auto de infração ambiental e instaurar proces-
das da análise do empreendimento ou atividade so administrativo para a apuração de infrações à
34
LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981
legislação ambiental cometidas pelo empreendi- Art. 21. Revogam-se os §§ 2º, 3º e 4º do art. 10 e
mento ou atividade licenciada ou autorizada. o § 1º do art. 11 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto
de 1981.
§ 1º Qualquer pessoa legalmente identificada, ao
constatar infração ambiental decorrente de em- Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vigor na
preendimento ou atividade utilizadores de recur- data de sua publicação.
sos ambientais, efetiva ou potencialmente polui- Brasília, 8 de dezembro de 2011; 190º da
dores, pode dirigir representação ao órgão a que Independência e 123º da República.
37
VII – o sistema nacional de informações sobre de 2/3/2006, renumerado e com redação dada pela Lei
o meio ambiente; nº 12.651, de 25/5/2012)
VIII – o Cadastro Técnico Federal de Atividades § 3º A restrição ao uso ou à exploração da ve-
e Instrumentos de Defesa Ambiental; getação da área sob servidão ambiental deve
IX – as penalidades disciplinares ou compen- ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a Re-
satórias ao não cumprimento das medidas neces- serva Legal. (Primitivo § 2º acrescido pela Lei nº 11.284,
sárias à preservação ou correção da degradação de 2/3/2006, renumerado e com redação dada pela Lei
ambiental; nº 12.651, de 25/5/2012)
X – a instituição do Relatório de Qualidade do § 4º Devem ser objeto de averbação na matrí-
Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo cula do imóvel no registro de imóveis competen-
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos te: (Primitivo § 3º acrescido pela Lei nº 11.284, de 2/3/2006,
Naturais Renováveis (Ibama); (Inciso acrescido pela renumerado e com redação dada pela Lei nº 12.651, de
Lei nº 7.804, de 18/7/1989) 25/5/2012)
XI – a garantia da prestação de informações I – o instrumento ou termo de instituição da ser-
relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder vidão ambiental; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.651, de
Público a produzi-las, quando inexistentes; (Inciso 25/5/2012)
acrescido pela Lei nº 7.804, de 18/07/1989) II – o contrato de alienação, cessão ou transfe-
XII – o Cadastro Técnico Federal de atividades rência da servidão ambiental. (Inciso acrescido pela
potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos Lei nº 12.651, de 25/5/2012)
recursos ambientais; (Inciso acrescido pela Lei nº 7.804, § 5º Na hipótese de compensação de Reserva
de 18/7/1989) Legal, a servidão ambiental deve ser averbada na
XIII – instrumentos econômicos, como con- matrícula de todos os imóveis envolvidos. (Primi-
tivo § 4º acrescido pela Lei nº 11.284, de 2/3/2006, renume-
cessão florestal, servidão ambiental, seguro am-
rado e com redação dada pela Lei nº 12.651, de 25/5/2012)
biental e outros. (Inciso acrescido pela Lei nº 11.284, de
2/3/2006)
§ 6º É vedada, durante o prazo de vigência da ser-
vidão ambiental, a alteração da destinação da
Art. 9º-A. O proprietário ou possuidor de imóvel, área, nos casos de transmissão do imóvel a qual-
pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento quer título, de desmembramento ou de retifica-
público ou particular ou por termo administrativo ção dos limites do imóvel. (Primitivo § 5º acrescido
firmado perante órgão integrante do Sisnama, li- pela Lei nº 11.284, de 2/3/2006, renumerado e com reda-
mitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte ção dada pela Lei nº 12.651, de 25/5/2012)
dela para preservar, conservar ou recuperar os re- § 7º As áreas que tenham sido instituídas na for-
cursos ambientais existentes, instituindo servidão ma de servidão florestal, nos termos do art. 44-A
ambiental. (Caput do artigo acrescido pela Lei nº 11.284, da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, pas-
de 2/3/2006, e com redação dada pela Lei nº 12.651, de sam a ser consideradas, pelo efeito desta Lei,
25/5/2012) como de servidão ambiental. (Parágrafo acrescido
§ 1º O instrumento ou termo de instituição da pela Lei nº 12.651, de 25/5/2012)
servidão ambiental deve incluir, no mínimo, os Art. 9º-B. A servidão ambiental poderá ser one-
seguintes itens: (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.651, rosa ou gratuita, temporária ou perpétua. (Artigo
de 25/5/2012) acrescido pela Lei nº 12.651, de 25/5/2012)
I – memorial descritivo da área da servidão § 1º O prazo mínimo da servidão ambiental
ambiental, contendo pelo menos um ponto de temporária é de 15 (quinze) anos.
amarração georreferenciado; § 2º A servidão ambiental perpétua equivale,
II – objeto da servidão ambiental; para fins creditícios, tributários e de acesso aos
III – direitos e deveres do proprietário ou pos- recursos de fundos públicos, à Reserva Particular
suidor instituidor; do Patrimônio Natural (RPPN), definida no art. 21
IV – prazo durante o qual a área permanecerá da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000.
como servidão ambiental. § 3º O detentor da servidão ambiental poderá
§ 2º A servidão ambiental não se aplica às Áreas aliená-la, cedê-la ou transferi-la, total ou par-
de Preservação Permanente e à Reserva Legal mí- cialmente, por prazo determinado ou em caráter
nima exigida. (Primitivo § 1º acrescido pela Lei nº 11.284, definitivo, em favor de outro proprietário ou de
38
LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981
entidade pública ou privada que tenha a conser- dependerão de prévio licenciamento ambiental.
vação ambiental como fim social. (Caput do artigo com redação dada pela Lei Complemen-
tar nº 140, de 8/12/2011)
Art. 9º-C. O contrato de alienação, cessão ou
§ 1º Os pedidos de licenciamento, sua renova-
transferência da servidão ambiental deve ser aver-
ção e a respectiva concessão serão publicados no
bado na matrícula do imóvel. (Artigo acrescido pela
jornal oficial, bem como em periódico regional ou
Lei nº 12.651, de 25/5/2012)
local de grande circulação, ou em meio eletrôni-
§ 1º O contrato referido no caput deve conter, no
co de comunicação mantido pelo órgão ambien-
mínimo, os seguintes itens:
tal competente. (Parágrafo com redação dada pela Lei
I – a delimitação da área submetida a preser-
Complementar nº 140, de 8/12/2011)
vação, conservação ou recuperação ambiental;
§ 2º (Revogado pela Lei Complementar nº 140, de
II – o objeto da servidão ambiental;
8/12/2011)
III – os direitos e deveres do proprietário insti-
§ 3º (Revogado pela Lei Complementar nº 140, de
tuidor e dos futuros adquirentes ou sucessores;
8/12/2011)
IV – os direitos e deveres do detentor da servi-
§ 4º (Revogado pela Lei Complementar nº 140, de
dão ambiental;
8/12/2011)
V – os benefícios de ordem econômica do insti-
tuidor e do detentor da servidão ambiental; Art. 11. Compete ao Ibama propor ao Conama
VI – a previsão legal para garantir o seu cumpri- normas e padrões para implantação, acompanha-
mento, inclusive medidas judiciais necessárias, mento e fiscalização do licenciamento previsto no
em caso de ser descumprido. artigo anterior, além das que forem oriundas do
§ 2º São deveres do proprietário do imóvel ser- próprio Conama. (Expressão Sema alterada para “Ibama”
viente, entre outras obrigações estipuladas no pela Lei nº 7.804, de 18/7/1989)
contrato: § 1º (Revogado pela Lei Complementar nº 140, de
I – manter a área sob servidão ambiental; 8/12/2011)
II – prestar contas ao detentor da servidão § 2º Inclui-se na competência da fiscalização e
ambiental sobre as condições dos recursos natu- controle a análise de projetos de entidades, pú-
rais ou artificiais; blicas ou privadas, objetivando a preservação
III – permitir a inspeção e a fiscalização da área ou a recuperação de recursos ambientais, afe-
pelo detentor da servidão ambiental; tados por processos de exploração predatórios
IV – defender a posse da área serviente, por ou poluidores.
todos os meios em direito admitidos. Art. 12. As entidades e órgãos de financiamento e
§ 3º São deveres do detentor da servidão am- incentivos governamentais condicionarão a apro-
biental, entre outras obrigações estipuladas no vação de projetos habilitados a esses benefícios
contrato: ao licenciamento, na forma desta Lei, e ao cumpri-
I – documentar as características ambientais da mento das normas, dos critérios e dos padrões ex-
propriedade; pedidos pelo Conama.
II – monitorar periodicamente a propriedade Parágrafo único. As entidades e órgãos referi-
para verificar se a servidão ambiental está sendo dos no caput deste artigo deverão fazer constar
mantida; dos projetos a realização de obras e aquisição de
III – prestar informações necessárias a quais- equipamentos destinados ao controle de degra-
quer interessados na aquisição ou aos sucessores dação ambiental e à melhoria da qualidade do
da propriedade; meio ambiente.
IV – manter relatórios e arquivos atualizados
Art. 13. O Poder Executivo incentivará as ativi-
com as atividades da área objeto da servidão;
dades voltadas ao meio ambiente, visando:
V – defender judicialmente a servidão ambiental.
I – ao desenvolvimento, no País, de pesquisas
Art. 10. A construção, instalação, ampliação e e processos tecnológicos destinados a reduzir a
funcionamento de estabelecimentos e ativida- degradação da qualidade ambiental;
des utilizadores de recursos ambientais, efetiva II – à fabricação de equipamentos antipoluidores;
ou potencialmente poluidores ou capazes, sob III – a outras iniciativas que propiciem a raciona-
qualquer forma, de causar degradação ambiental lização do uso de recursos ambientais.
39
Parágrafo único. Os órgãos, entidades, e pro- deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.284, de
gramas do Poder Público, destinados ao incen- 2/3/2006)
tivo das pesquisas científicas e tecnológicas, con- Art. 15. O poluidor que expuser a perigo a inco-
siderarão, entre as suas metas prioritárias, o apoio lumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver
aos projetos que visem a adquirir e desenvolver tornando mais grave situação de perigo existente,
conhecimentos básicos e aplicáveis na área am- fica sujeito à pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três)
biental e ecológica. anos e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR. (Artigo
Art. 14. Sem prejuízo das penalidades definidas com redação dada pela Lei nº 7.804, de 18/7/1989)
pela legislação federal, estadual e municipal, o § 1º A pena é aumentada até o dobro se:
não cumprimento das medidas necessárias à pre- I – resultar:
servação ou correção dos inconvenientes e danos a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio
causados pela degradação da qualidade ambien- ambiente;
tal sujeitará os transgressores: b) lesão corporal grave;
I – à multa simples ou diária, nos valores corres- II – a poluição é decorrente de atividade indus-
pondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, trial ou de transporte;
a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro III – o crime é praticado durante a noite, em
Nacional (ORTNs), agravada em casos de reinci- domingo ou em feriado.
§ 2º Incorre no mesmo crime a autoridade com-
dência específica, conforme dispuser o regula-
petente que deixar de promover as medidas ten-
mento, vedada a sua cobrança pela União se já
dentes a impedir a prática das condutas acima
tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal,
descritas.
Territórios ou pelos Municípios;
II – à perda ou restrição de incentivos e benefí- Art. 16. (Revogado pela Lei nº 7.804, de 18/7/1989)
cios fiscais concedidos pelo Poder Público; Art. 17. Fica instituído, sob a administração do
III – à perda ou suspensão de participação em Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
linhas de financiamento em estabelecimentos ofi- Naturais Renováveis (Ibama): (Artigo com redação
ciais de crédito; dada pela Lei nº 7.804, de 18/7/1989)
IV – à suspensão de sua atividade. I – Cadastro Técnico Federal de Atividades e
§ 1º Sem obstar a aplicação das penalidades pre- Instrumentos de Defesa Ambiental, para registro
vistas neste artigo, é o poluidor obrigado, indepen- obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se
dentemente da existência de culpa, a indenizar ou dedicam a consultoria técnica sobre problemas
reparar os danos causados ao meio ambiente e a ecológicos e ambientais e à indústria e comércio
terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério de equipamentos, aparelhos e instrumentos desti-
Público da União e dos Estados terá legitimidade nados ao controle de atividades efetiva ou poten-
para propor ação de responsabilidade civil e crimi- cialmente poluidoras;
nal, por danos causados ao meio ambiente. II – Cadastro Técnico Federal de Atividades
§ 2º No caso de omissão da autoridade esta- Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de
dual ou municipal, caberá ao Secretário do Meio Recursos Ambientais, para registro obrigatório
Ambiente a aplicação das penalidades pecuniá- de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam
rias previstas neste artigo. a atividades potencialmente poluidoras e/ou à
§ 3º Nos casos previstos nos incisos II e III deste extração, produção, transporte e comercialização
artigo, o ato declaratório da perda, restrição ou de produtos potencialmente perigosos ao meio
suspensão será atribuição da autoridade admi- ambiente, assim como de produtos e subprodutos
nistrativa ou financeira que concedeu os bene- da fauna e flora.
fícios, incentivos ou financiamento, cumprindo Art. 17-A. São estabelecidos os preços dos ser-
resolução do Conama. viços e produtos do Instituto Brasileiro do Meio
§ 4º (Revogado pela Lei nº 9.966, de 28/4/2000) Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
§ 5º A execução das garantias exigidas do po- (Ibama), a serem aplicados em âmbito nacional,
luidor não impede a aplicação das obrigações de conforme Anexo a esta Lei. (Artigo acrescido pela
indenização e reparação de danos previstas no § 1º Lei nº 9.960, de 28/1/2000)
40
LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981
Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e taxa relativamente a apenas uma delas, pelo valor
Fiscalização Ambiental (TCFA), cujo fato gerador mais elevado.
é o exercício regular do poder de polícia conferido Art. 17-E. É o Ibama autorizado a cancelar débitos
ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
de valores inferiores a R$ 40,00 (quarenta reais),
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para con-
existentes até 31 de dezembro de 1999. (Artigo acres-
trole e fiscalização das atividades potencialmente
cido pela Lei nº 9.960, de 28/1/2000)
poluidoras e utilizadoras de recursos naturais.
(Artigo acrescido pela Lei nº 9.960, de 28/1/2000, e com Art. 17-F. São isentas do pagamento da TCFA as
redação dada pela Lei nº 10.165, de 27/12/2000) entidades públicas federais, distritais, estaduais
§ 1º Revogado. e municipais, as entidades filantrópicas, aque-
§ 2º Revogado. les que praticam agricultura de subsistência e
as populações tradicionais. (Artigo acrescido pela
Art. 17-C. É sujeito passivo da TCFA todo aquele
Lei nº 9.960, de 28/1/2000, e com redação dada pela Lei
que exerça as atividades constantes do Anexo VIII
nº 10.165, de 27/12/2000)
desta Lei. (Artigo acrescido pela Lei nº 9.960, de 28/1/2000,
e com redação dada pela Lei nº 10.165, de 27/12/2000) Art. 17-G. A TCFA será devida no último dia útil de
§ 1º O sujeito passivo da TCFA é obrigado a en- cada trimestre do ano civil, nos valores fixados no
tregar até o dia 31 de março de cada ano relató- Anexo IX desta Lei, e o recolhimento será efetuado
rio das atividades exercidas no ano anterior, cujo em conta bancária vinculada ao Ibama, por inter-
modelo será definido pelo Ibama, para o fim de médio de documento próprio de arrecadação, até
colaborar com os procedimentos de controle e o quinto dia útil do mês subsequente. (Artigo acres-
fiscalização. cido pela Lei nº 9.960, de 28/1/2000, e com redação dada
§ 2º O descumprimento da providência determi- pela Lei nº 10.165, de 27/12/2000)
nada no § 1º sujeita o infrator a multa equivalente Parágrafo único. Revogado.
a vinte por cento da TCFA devida, sem prejuízo da Art. 17-H. A TCFA não recolhida nos prazos e nas
exigência desta. condições estabelecidas no artigo anterior será
§ 3º Revogado. cobrada com os seguintes acréscimos: (Artigo acres-
Art. 17-D. A TCFA é devida por estabelecimento e cido pela Lei nº 9.960, de 28/1/2000, e com redação dada
os seus valores são os fixados no Anexo IX desta pela Lei nº 10.165, de 27/12/2000)
Lei. (Artigo acrescido pela Lei nº 9.960, de 28/1/2000, e com I – juros de mora, na via administrativa ou judi-
redação dada pela Lei nº 10.165, de 27/12/2000) cial, contados do mês seguinte ao do vencimento,
§ 1º Para os fins desta Lei, consideram-se: à razão de um por cento;
I – microempresa e empresa de pequeno porte, II – multa de mora de vinte por cento, reduzida
as pessoas jurídicas que se enquadrem, respecti- a dez por cento se o pagamento for efetuado até
vamente, nas descrições dos incisos I e II do caput o último dia útil do mês subsequente ao do ven-
do art. 2º da Lei nº 9.841, de 5 de outubro de 1999; cimento;
II – empresa de médio porte, a pessoa jurí- III – encargo de vinte por cento, substitutivo da
dica que tiver receita brutal anual superior a condenação do devedor em honorários de advo-
R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) e gado, calculado sobre o total do débito inscrito
igual ou inferior a R$ 12.000.000,00 (doze milhões como Dívida Ativa, reduzido para dez por cento se
de reais); o pagamento for efetuado antes do ajuizamento
III – empresa de grande porte, a pessoa ju- da execução.
rídica que tiver receita bruta anual superior a § 1º-A. Os juros de mora não incidem sobre o
R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais). valor da multa de mora. (A ordem de apresentação
§ 2º O potencial de poluição (PP) e o grau de deste parágrafo está de acordo com a publicada no DOU
utilização (GU) de recursos naturais de cada uma de 28/12/2000)
das atividades sujeitas à fiscalização encontram- § 1º Os débitos relativos à TCFA poderão ser
-se definidos no Anexo VIII desta Lei. parcelados de acordo com os critérios fixados na
§ 3º Caso o estabelecimento exerça mais de legislação tributária, conforme dispuser o regula-
uma atividade sujeita à fiscalização, pagará a mento desta Lei.
41
Art. 17-I. As pessoas físicas e jurídicas que exer- Art. 17-O. Os proprietários rurais que se benefi-
çam as atividades mencionadas nos incisos I e II ciarem com redução do valor o Imposto sobre a
do art. 17 e que não estiverem inscritas nos res- Propriedade Territorial Rural (ITR), com base em
pectivos cadastros até o último dia útil do terceiro Ato Declaratório Ambiental (ADA), deverão reco-
mês que se seguir ao da publicação desta Lei in- lher ao Ibama a importância prevista no item 3.11
correrão em infração punível com multa de: (Caput do Anexo VII da Lei nº 9.960, de 29 de janeiro de
do artigo acrescido pela Lei nº 9.960, de 28/1/2000, e com re- 2000, a título de Taxa de Vistoria. (Artigo acrescido
dação dada pela Lei nº 10.165, de 27/12/2000) pela Lei nº 9.960, de 28/1/2000, e caput do artigo com
I – R$ 50,00 (cinquenta reais), se pessoa física; redação dada pela Lei nº 10.165, de 27/12/2000)
(Inciso acrescido pela Lei nº 10.165, de 27/12/2000) § 1º-A. A Taxa de Vistoria a que se refere o caput
II – R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), se mi- deste artigo não poderá exceder a dez por cento
croempresa; (Inciso acrescido pela Lei nº 10.165, de do valor da redução do imposto proporcionada
27/12/2000) pela ADA. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.165, de
III – R$ 900,00 (novecentos reais), se empresa de 27/12/2000; a ordem de apresentação deste parágrafo está
pequeno porte; (Inciso acrescido pela Lei nº 10.165, de acordo com a publicada no DOU de 28/12/2000)
de 27/12/2000) § 1º A utilização do ADA para efeito de redução
IV – R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), se do valor a pagar do ITR é obrigatória. (Parágrafo com
empresa de médio porte; (Inciso acrescido pela Lei redação dada pela Lei nº 10.165, de 27/12/2000)
nº 10.165, de 27/12/2000) § 2º O pagamento de que trata o caput deste ar-
V – R$ 9.000,00 (nove mil reais), se empresa de tigo poderá ser efetivado em cota única ou em par-
grande porte. (Inciso acrescido pela Lei nº 10.165, de celas, nos mesmos moldes escolhidos pelo contri-
27/12/2000) buinte para o pagamento do ITR, em documento
Parágrafo único. (Parágrafo único acrescido pela próprio de arrecadação do Ibama. (Parágrafo com re-
Lei nº 9.960, de 28/1/2000, e revogado pela Lei nº 10.165, dação dada pela Lei nº 10.165, de 27/12/2000)
de 27/12/2000) § 3º Para efeito de pagamento parcelado, ne-
nhuma parcela poderá ser inferior a R$ 50,00 (cin-
Art. 17-J. (Artigo acrescido pela Lei nº 9.960, de 28/1/2000,
quenta reais). (Parágrafo com redação dada pela Lei
e revogado pela Lei nº 10.165, de 27/12/2000)
nº 10.165, de 27/12/2000)
Art. 17-L. As ações de licenciamento, registro, § 4º O inadimplemento de qualquer parcela
autorizações, concessões e permissões relaciona- ensejará a cobrança de juros e multa nos termos
das à fauna, à flora, e ao controle ambiental são de dos incisos I e II do caput e §§ 1º-A e 1º, todos do
competência exclusiva dos órgãos integrantes do art. 17-H desta Lei. (Parágrafo com redação dada pela
Sistema Nacional do Meio Ambiente. (Artigo acres- Lei nº 10.165, de 27/12/2000)
cido pela Lei nº 9.960, de 28/1/2000) § 5º Após a vistoria, realizada por amostragem,
Art. 17-M. Os preços dos serviços administrativos caso os dados constantes do ADA não coincidam
prestados pelo Ibama, inclusive os referentes à com os efetivamente levantados pelos técnicos do
venda de impressos e publicações, assim como os Ibama, estes lavrarão, de ofício, novo ADA, con-
de entrada, permanência e utilização de áreas ou tendo os dados reais, o qual será encaminhado
instalações nas unidades de conservação, serão à Secretaria da Receita Federal, para as provi-
definidos em portaria do Ministro de Estado do dências cabíveis. (Parágrafo com redação dada pela
Meio Ambiente, mediante proposta do Presidente Lei nº 10.165, de 27/12/2000)
daquele Instituto. (Artigo acrescido pela Lei nº 9.960, de Art. 17-P. Constitui crédito para compensação
28/1/2000) com o valor devido a título de TCFA, até o limi-
Art. 17-N. Os preços dos serviços técnicos do La- te de sessenta por cento e relativamente ao mes-
boratório de Produtos Florestais do Ibama, assim mo ano, o montante efetivamente pago pelo esta-
como os para venda de produtos da flora, serão, belecimento ao Estado, ao Município e ao Distrito
também, definidos em portaria do Ministro de Federal em razão de taxa de fiscalização ambiental.
(Artigo acrescido pela Lei nº 10.165, de 27/12/2000)
Estado do Meio Ambiente, mediante proposta do
Presidente daquele Instituto. (Artigo acrescido pela § 1º Valores recolhidos ao Estado, ao Município
Lei nº 9.960, de 28/1/2000) e ao Distrito Federal a qualquer outro título, tais
42
LEI Nº 7.797, DE 10 DE JULHO DE 1989
como taxas ou preços públicos de licenciamento sentido de elevar a qualidade de vida da popu-
e venda de produtos, não constituem para com- lação brasileira.
pensação com a TCFA. Art. 2º Constituirão recursos do Fundo Nacional
§ 2º A restituição, administrativa ou judicial, de Meio Ambiente de que trata o art. 1º desta Lei:
qualquer que seja a causa que a determine, da I – dotações orçamentárias da União;
taxa de fiscalização ambiental estadual ou distri- II – recursos resultantes de doações, contri-
tal compensada com a TCFA restaura o direito de buições em dinheiro, valores, bens móveis e imó-
crédito do Ibama contra o estabelecimento, relati- veis, que venha a receber de pessoas físicas e ju-
vamente ao valor compensado. rídicas;
Art. 17-Q. É o Ibama autorizado a celebrar con- III – rendimentos de qualquer natureza, que
vênios com os Estados, os Municípios e o Distrito venha a auferir como remuneração decorrente
Federal para desempenharem atividades de fisca- de aplicações do seu patrimônio;
lização ambiental, podendo repassar-lhes parcela IV – outros, destinados por lei.
da receita obtida com a TCFA. (Artigo acrescido pela Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.134, de
Lei nº 10.165, de 27/12/2000) 27/12/1990)
Art. 18. (Revogado pela Lei nº 9.985, de 18/7/2000) Art. 3º Os recursos do Fundo Nacional de Meio
Ambiente deverão ser aplicados através de órgãos
Art. 19. Ressalvado o disposto nas Leis n 5.357, os
43
Art. 6º Dentro de 90 (noventa) dias, a contar da legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no
data da publicação desta Lei, a Secretaria de interesse ou benefício da sua entidade.
Planejamento e Coordenação da Presidência da Parágrafo único. A responsabilidade das pes-
República (Seplan/PR) e o Instituto Brasileiro do soas jurídicas não exclui a das pessoas físicas,
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.
(Ibama) regulamentarão o Fundo Nacional de Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurí-
Meio Ambiente, fixando as normas para a obten- dica sempre que sua personalidade for obstáculo
ção e distribuição de recursos, assim como as dire- ao ressarcimento de prejuízos causados à quali-
trizes e os critérios para sua aplicação. dade do meio ambiente.
Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- Art. 5º (Vetado)
blicação.
CAPÍTULO II
Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário. DA APLICAÇÃO DA PENA
Brasília, 10 de julho de 1989; 168º da Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade,
Independência e 101º da República. a autoridade competente observará:
JOSÉ SARNEY I – a gravidade do fato, tendo em vista os moti-
Mailson Ferreira da Nóbrega vos da infração e suas consequências para a saúde
João Alves Filho pública e para o meio ambiente;
João Batista de Abreu II – os antecedentes do infrator quanto ao cum-
Rubens Bayma Denys
primento da legislação de interesse ambiental;
III – a situação econômica do infrator, no caso
LEI Nº 9.605, DE 12 DE
de multa.
FEVEREIRO DE 1998
(LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS) Art. 7º As penas restritivas de direitos são autô-
(Publicada no DOU de 13/2/1998 e retificada no DOU de nomas e substituem as privativas de liberdade
17/2/1998) quando:
I – tratar-se de crime culposo ou for aplicada a
Dispõe sobre as sanções penais e admi-
pena privativa de liberdade inferior a quatro anos;
nistrativas derivadas de condutas e ativi-
dades lesivas ao meio ambiente, e dá outras II – a culpabilidade, os antecedentes, a con-
providências. duta social e a personalidade do condenado, bem
O presidente da República como os motivos e as circunstâncias do crime indi-
carem que a substituição seja suficiente para efei-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
tos de reprovação e prevenção do crime.
sanciono a seguinte Lei:
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos
CAPÍTULO I a que se refere este artigo terão a mesma duração
DISPOSIÇÕES GERAIS da pena privativa de liberdade substituída.
Art. 1º (Vetado) Art. 8º As penas restritivas de direito são:
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para I – prestação de serviços à comunidade;
a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide II – interdição temporária de direitos;
nas penas a estes cominadas, na medida da sua III – suspensão parcial ou total de atividades;
culpabilidade, bem como o diretor, o administra- IV – prestação pecuniária;
dor, o membro de conselho e de órgão técnico, o V – recolhimento domiciliar.
auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de Art. 9º A prestação de serviços à comunidade con-
pessoa jurídica, que, sabendo da conduta crimi- siste na atribuição ao condenado de tarefas gra-
nosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, tuitas junto a parques e jardins públicos e unidades
quando podia agir para evitá-la. de conservação, e, no caso de dano da coisa par-
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabiliza- ticular, pública ou tombada, na restauração desta,
das administrativa, civil e penalmente conforme se possível.
o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração Art. 10. As penas de interdição temporária de
seja cometida por decisão de seu representante direito são a proibição de o condenado contratar
44
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998
II – na hipótese de o laudo de constatação com- que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida
provar não ter sido completa a reparação, o prazo ocorrendo dentro dos limites do território brasi-
de suspensão do processo será prorrogado, até leiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.
o período máximo previsto no artigo referido no § 4º A pena é aumentada de metade, se o crime
caput, acrescido de mais um ano, com suspensão é praticado:
do prazo da prescrição; I – contra espécie rara ou considerada amea-
III – no período de prorrogação, não se aplica- çada de extinção, ainda que somente no local da
rão as condições dos incisos II, III e IV do § 1º do infração;
artigo mencionado no caput; II – em período proibido à caça;
IV – findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á III – durante a noite;
à lavratura de novo laudo de constatação de repa- IV – com abuso de licença;
ração do dano ambiental, podendo, conforme seu V – em unidade de conservação;
resultado, ser novamente prorrogado o período
VI – com emprego de métodos ou instrumentos
de suspensão, até o máximo previsto no inciso II
capazes de provocar destruição em massa.
deste artigo, observado o disposto no inciso III;
§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime
V – esgotado o prazo máximo de prorrogação,
decorre do exercício de caça profissional.
a declaração de extinção de punibilidade depen-
§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam
derá de laudo de constatação que comprove ter
aos atos de pesca.
o acusado tomado as providências necessárias à
reparação integral do dano. Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de
anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE autoridade ambiental competente:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Seção I
Dos Crimes contra a Fauna Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem
parecer técnico oficial favorável e licença expe-
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar
dida por autoridade competente:
espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota
Pena – detenção, de três meses a um ano, e
migratória, sem a devida permissão, licença ou
multa.
autorização da autoridade competente, ou em
desacordo com a obtida: Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir
Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa. ou mutilar animais silvestres, domésticos ou do-
§ 1º Incorre nas mesmas penas: mesticados, nativos ou exóticos:
I – quem impede a procriação da fauna, sem li- Pena – detenção, de três meses a um ano, e
cença, autorização ou em desacordo com a obtida; multa.
II – quem modifica, danifica ou destrói ninho, § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza ex-
abrigo ou criadouro natural; periência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda
III – quem vende, expõe à venda, exporta ou que para fins didáticos ou científicos, quando exis-
adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, tirem recursos alternativos.
utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço,
da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, se ocorre morte do animal.
bem como produtos e objetos dela oriundos, pro-
venientes de criadouros não autorizados ou sem a Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou
devida permissão, licença ou autorização da auto- carreamento de materiais, o perecimento de espé-
ridade competente. cimes da fauna aquática existentes em rios, lagos,
§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais bra-
silvestre não considerada ameaçada de extinção, sileiras:
pode o juiz, considerando as circunstâncias, dei- Pena – detenção, de um a três anos, ou multa,
xar de aplicar a pena. ou ambas cumulativamente.
§ 3º São espécimes da fauna silvestre todos Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:
aqueles pertencentes às espécies nativas, migra- I – quem causa degradação em viveiros, açudes
tórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, ou estações de aquicultura de domínio público;
47
II – quem explora campos naturais de inverte- Seção II
brados aquáticos e algas, sem licença, permissão Dos Crimes contra a Flora
ou autorização da autoridade competente; Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada
III – quem fundeia embarcações ou lança detri- de preservação permanente, mesmo que em for-
tos de qualquer natureza sobre bancos de molus- mação, ou utilizá-la com infringência das normas
cos ou corais, devidamente demarcados em car- de proteção:
ta náutica. Pena – detenção, de um a três anos, ou multa,
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja ou ambas as penas cumulativamente.
proibida ou em lugares interditados por órgão Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena
competente: será reduzida à metade.
Pena – detenção de um ano a três anos ou mul- Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primá-
ta, ou ambas as penas cumulativamente. ria ou secundária, em estágio avançado ou médio
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utili-
quem: zá-la com infringência das normas de proteção:
I – pesca espécies que devam ser preservadas (Artigo acrescido pela Lei nº 11.428, de 22/12/2006)
ou espécimes com tamanhos inferiores aos per- Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou
mitidos; multa, ou ambas as penas cumulativamente.
II – pesca quantidades superiores às permitidas, Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena
ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, será reduzida à metade.
técnicas e métodos não permitidos; Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada
III – transporta, comercializa, beneficia ou in- de preservação permanente, sem permissão da
dustrializa espécimes provenientes da coleta, apa- autoridade competente:
nha e pesca proibidas. Pena – detenção, de um a três anos, ou multa,
Art. 35. Pescar mediante a utilização de: ou ambas as penas cumulativamente.
I – explosivos ou substâncias que, em contato Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Uni-
com a água, produzam efeito semelhante; dades de Conservação e às áreas de que trata o
II – substâncias tóxicas, ou outro meio proibido art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990,
pela autoridade competente: independentemente de sua localização:
Pena – reclusão de um ano a cinco anos. Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 1º Entende-se por Unidades de Conserva-
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se
ção de Proteção Integral as Estações Ecológicas,
pesca todo ato tendente a retirar, extrair, coletar,
as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os
apanhar, apreender ou capturar espécimes dos
Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Sil-
grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vege-
vestre. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.985, de
tais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveita-
18/7/2000)
mento econômico, ressalvadas as espécies amea-
§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies
çadas de extinção, constantes nas listas oficiais da ameaçadas de extinção no interior das Unidades
fauna e da flora. de Conservação de Proteção Integral será consi-
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando derada circunstância agravante para a fixação da
realizado: pena. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.985, de
I – em estado de necessidade, para saciar a 18/7/2000)
fome do agente ou de sua família; § 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida
II – para proteger lavouras, pomares e rebanhos à metade.
da ação predatória ou destruidora de animais, Art. 40-A. (Vetado na Lei nº 9.985, de 18/7/2000)
desde que legal e expressamente autorizado pela § 1º Entende-se por Unidades de Conserva-
autoridade competente; ção de Uso Sustentável as Áreas de Proteção
III – (Vetado) Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Eco-
IV – por ser nocivo o animal, desde que assim lógico, as Florestas Nacionais, as Reservas Ex-
caracterizado pelo órgão competente. trativistas, as Reservas de Fauna, as Reservas de
48
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998
Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Par- Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração na-
ticulares do Patrimônio Natural. (Parágrafo acrescido tural de florestas e demais formas de vegetação:
pela Lei nº 9.985, de 18/7/2000) Pena – detenção, de seis meses a um ano, e
§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies multa.
ameaçadas de extinção no interior das Unidades
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por
de Conservação de Uso Sustentável será considera-
qualquer modo ou meio, plantas de ornamenta-
da circunstância agravante para a fixação da pena.
ção de logradouros públicos ou em propriedade
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.985, de 18/7/2000)
privada alheia:
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será redu-
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou
zida à metade. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.985, de
multa, ou ambas as penas cumulativamente.
18/7/2000)
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta: um a seis meses, ou multa.
Pena – reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou
é de detenção de seis meses a um ano, e multa. plantadas ou vegetação fixadora de dunas, prote-
tora de mangues, objeto de especial preservação:
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar ba-
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
lões que possam provocar incêndios nas florestas
e demais formas de vegetação, em áreas urbanas Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente
ou qualquer tipo de assentamento humano: ou degradar floresta, plantada ou nativa, em ter-
Pena – detenção de um a três anos ou multa, ou ras de domínio público ou devolutas, sem auto-
ambas as penas cumulativamente. rização do órgão competente: (Artigo acrescido pela
Lei nº 11.284, de 2/3/2006)
Art. 43. (Vetado)
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou § 1º Não é crime a conduta praticada quando
consideradas de preservação permanente, sem
necessária à subsistência imediata pessoal do
prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer
agente ou de sua família.
espécie de minerais:
§ 2º Se a área explorada for superior a 1.000 ha
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.
(mil hectares), a pena será aumentada de 1 (um)
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira ano por milhar de hectare.
de lei, assim classificada por ato do Poder Público,
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em
para fins industriais, energéticos ou para qualquer
florestas e nas demais formas de vegetação, sem
outra exploração, econômica ou não, em desa-
licença ou registro da autoridade competente:
cordo com as determinações legais:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Pena – reclusão, de um a dois anos, e multa.
Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais
conduzindo substâncias ou instrumentos pró-
ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros pro-
dutos de origem vegetal, sem exigir a exibição de prios para caça ou para exploração de produtos
licença do vendedor, outorgada pela autoridade ou subprodutos florestais, sem licença da auto-
competente, e sem munir-se da via que deverá ridade competente:
acompanhar o produto até final beneficiamento: Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas é aumentada de um sexto a um terço se:
quem vende, expõe à venda, tem em depósito, I – do fato resulta a diminuição de águas natu-
transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e ou- rais, a erosão do solo ou a modificação do regime
tros produtos de origem vegetal, sem licença vá- climático;
lida para todo o tempo da viagem ou do armaze- II – o crime é cometido:
namento, outorgada pela autoridade competente. a) no período de queda das sementes;
Art. 47. (Vetado) b) no período de formação de vegetações;
49
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extin- ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde
ção, ainda que a ameaça ocorra somente no local humana ou ao meio ambiente, em desacordo com
da infração; as exigências estabelecidas em leis ou nos seus re-
d) em época de seca ou inundação; gulamentos:
e) durante a noite, em domingo ou feriado. Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Seção III § 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Parágrafo
Da Poluição e Outros Crimes Ambientais com redação dada pela Lei nº 12.305, de 2/8/2010)
I – abandona os produtos ou substâncias refe-
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em
ridos no caput ou os utiliza em desacordo com as
níveis tais que resultem ou possam resultar em da-
normas ambientais ou de segurança;
nos à saúde humana, ou que provoquem a mor-
II – manipula, acondiciona, armazena, coleta,
tandade de animais ou a destruição significativa
transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação final
da flora:
a resíduos perigosos de forma diversa da estabe-
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. lecida em lei ou regulamento.
§ 1º Se o crime é culposo: § 2º Se o produto ou a substância for nuclear
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa. ou radioativa, a pena é aumentada de um sexto
§ 2º Se o crime: a um terço.
I – tornar uma área, urbana ou rural, imprópria § 3º Se o crime é culposo:
para a ocupação humana; Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.
II – causar poluição atmosférica que provoque a
Art. 57. (Vetado)
retirada, ainda que momentânea, dos habitantes
das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção,
saúde da população; as penas serão aumentadas:
III – causar poluição hídrica que torne neces- I – de um sexto a um terço, se resulta dano ir-
sária a interrupção do abastecimento público de reversível à flora ou ao meio ambiente em geral;
água de uma comunidade; II – de um terço até a metade, se resulta lesão
IV – dificultar ou impedir o uso público das praias; corporal de natureza grave em outrem;
V – ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, III – até o dobro, se resultar a morte de outrem.
líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou subs- Parágrafo único. As penalidades previstas neste
tâncias oleosas, em desacordo com as exigências artigo somente serão aplicadas se do fato não
estabelecidas em leis ou regulamentos: resultar crime mais grave.
Pena – reclusão, de um a cinco anos. Art. 59. (Vetado)
§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no pa-
rágrafo anterior quem deixar de adotar, quando Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fa-
assim o exigir a autoridade competente, medidas zer funcionar, em qualquer parte do território na-
de precaução em caso de risco de dano ambiental cional, estabelecimentos, obras ou serviços poten-
grave ou irreversível. cialmente poluidores, sem licença ou autorização
dos órgãos ambientais competentes, ou contra-
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de riando as normas legais e regulamentares perti-
recursos minerais sem a competente autorização,
nentes:
permissão, concessão ou licença, ou em desa-
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa,
cordo com a obtida:
ou ambas as penas cumulativamente.
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies
quem deixa de recuperar a área pesquisada ou ex- que possam causar dano à agricultura, à pecuária,
plorada, nos termos da autorização, permissão, li- à fauna, à flora ou aos ecossistemas:
cença, concessão ou determinação do órgão com- Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
petente. Seção IV
Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, ex- Dos Crimes contra o Ordenamento
portar, comercializar, fornecer, transportar, arma- Urbano e o Patrimônio Cultural
zenar, guardar, ter em depósito ou usar produto Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:
50
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998
razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena
turístico, histórico, cultural, religioso, arqueoló-
é de três meses a um ano, sem prejuízo da multa.
gico, etnográfico ou monumental, sem autoriza-
ção da autoridade competente ou em desacordo Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora
com a concedida: do Poder Público no trato de questões ambientais:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa. Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edi- Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licencia-
ficação ou monumento urbano: (Artigo com redação mento, concessão florestal ou qualquer outro pro-
dada pela Lei nº 12.408, de 25/5/2011) cedimento administrativo, estudo, laudo ou rela-
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, tório ambiental total ou parcialmente falso ou
enganoso, inclusive por omissão: (Artigo acrescido
e multa.
pela Lei nº 11.284, de 2/3/2006)
§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
coisa tombada em virtude do seu valor artístico,
§ 1º Se o crime é culposo:
arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis)
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
meses a 1 (um) ano de detenção e multa. § 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a
§ 2º Não constitui crime a prática de grafite reali- 2/3 (dois terços), se há dano significativo ao meio
zada com o objetivo de valorizar o patrimônio pú- ambiente, em decorrência do uso da informação
blico ou privado mediante manifestação artística, falsa, incompleta ou enganosa.
desde que consentida pelo proprietário e, quando
CAPÍTULO VI
couber, pelo locatário ou arrendatário do bem DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA
privado e, no caso de bem público, com a auto-
Art. 70. Considera-se infração administrativa am-
rização do órgão competente e a observância das biental toda ação ou omissão que viole as regras
posturas municipais e das normas editadas pelos jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e re-
órgãos governamentais responsáveis pela preser- cuperação do meio ambiente.
vação e conservação do patrimônio histórico e § 1º São autoridades competentes para la-
artístico nacional. vrar auto de infração ambiental e instaurar
51
processo administrativo os funcionários de órgãos X – (Vetado)
ambientais integrantes do Sistema Nacional de XI – restritiva de direitos.
Meio Ambiente (Sisnama), designados para as ativi- § 1º Se o infrator cometer, simultaneamente,
dades de fiscalização, bem como os agentes das duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumu-
Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha. lativamente, as sanções a elas cominadas.
§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração § 2º A advertência será aplicada pela inobservân-
ambiental, poderá dirigir representação às auto- cia das disposições desta Lei e da legislação em vi-
ridades relacionadas no parágrafo anterior, para gor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo
efeito do exercício do seu poder de polícia. das demais sanções previstas neste artigo.
§ 3º A autoridade ambiental que tiver conheci- § 3º A multa simples será aplicada sempre que
mento de infração ambiental é obrigada a promo- o agente, por negligência ou dolo:
ver a sua apuração imediata, mediante processo I – advertido por irregularidades que tenham
administrativo próprio, sob pena de corresponsa- sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assi-
bilidade.
nalado por órgão competente do Sisnama ou pela
§ 4º As infrações ambientais são apuradas em
Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;
processo administrativo próprio, assegurado o
II – opuser embaraço à fiscalização dos órgãos
direito de ampla defesa e o contraditório, obser-
do Sisnama ou da Capitania dos Portos, do Minis-
vadas as disposições desta Lei.
tério da Marinha.
Art. 71. O processo administrativo para apuração § 4º A multa simples pode ser convertida em
de infração ambiental deve observar os seguintes serviços de preservação, melhoria e recuperação
prazos máximos: da qualidade do meio ambiente.
I – vinte dias para o infrator oferecer defesa ou § 5º A multa diária será aplicada sempre que o
impugnação contra o auto de infração, contados cometimento da infração se prolongar no tempo.
da data da ciência da autuação; § 6º A apreensão e destruição referidas nos in-
II – trinta dias para a autoridade competente cisos IV e V do caput obedecerão ao disposto no
julgar o auto de infração, contados da data da
art. 25 desta Lei.
sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou
§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do
impugnação;
caput serão aplicadas quando o produto, a obra, a
III – vinte dias para o infrator recorrer da decisão
atividade ou o estabelecimento não estiverem obe-
condenatória à instância superior do Sistema Na-
decendo às prescrições legais ou regulamentares.
cional do Meio Ambiente (Sisnama), ou à Diretoria
§ 8º As sanções restritivas de direito são:
de Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de
I – suspensão de registro, licença ou autorização;
acordo com o tipo de autuação;
II – cancelamento de registro, licença ou auto-
IV – cinco dias para o pagamento de multa, con-
rização;
tados da data do recebimento da notificação.
III – perda ou restrição de incentivos e benefí-
Art. 72. As infrações administrativas são punidas cios fiscais;
com as seguintes sanções, observado o disposto IV – perda ou suspensão da participação em li-
no art. 6º: nhas de financiamento em estabelecimentos ofi-
I – advertência;
ciais de crédito;
II – multa simples;
V – proibição de contratar com a Administração
III – multa diária;
Pública, pelo período de até três anos.
IV – apreensão dos animais, produtos e subpro-
dutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento
equipamentos ou veículos de qualquer natureza de multas por infração ambiental serão reverti-
utilizados na infração; dos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado
V – destruição ou inutilização do produto; pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo
VI – suspensão de venda e fabricação do produto; Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de ja-
VII – embargo de obra ou atividade; neiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de
VIII – demolição de obra; meio ambiente, ou correlatos, conforme dispuser
IX – suspensão parcial ou total de atividades; o órgão arrecadador.
52
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998
Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, rápido e seguro de informações com órgãos de
metro cúbico, quilograma ou outra medida per- outros países.
tinente, de acordo com o objeto jurídico lesado.
CAPÍTULO VIII
Art. 75. O valor da multa de que trata este Ca- DISPOSIÇÕES FINAIS
pítulo será fixado no regulamento desta Lei e Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as
corrigido periodicamente, com base nos índices disposições do Código Penal e do Código de Pro-
estabelecidos na legislação pertinente, sendo o cesso Penal.
mínimo de R$ 50,00 (cinquenta reais) e o máximo
Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta
de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais).
Lei, os órgãos ambientais integrantes do Sisnama,
Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos responsáveis pela execução de programas e pro-
Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territó- jetos e pelo controle e fiscalização dos estabeleci-
rios substitui a multa federal na mesma hipótese mentos e das atividades suscetíveis de degrada-
de incidência. rem a qualidade ambiental, ficam autorizados a
celebrar, com força de título executivo extrajudi-
CAPÍTULO VII
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA cial, termo de compromisso com pessoas físicas
A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ou jurídicas responsáveis pela construção, ins-
talação, ampliação e funcionamento de estabe-
Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a
lecimentos e atividades utilizadores de recursos
ordem pública e os bons costumes, o Governo
ambientais, considerados efetiva ou potencial-
brasileiro prestará, no que concerne ao meio am-
mente poluidores. (Artigo acrescido pela Medida Pro-
biente, a necessária cooperação a outro país, sem
visória nº 2.163-41, de 23/8/2001)
qualquer ônus, quando solicitado para:
I – produção de prova; § 1º O termo de compromisso a que se refere este
II – exame de objetos e lugares; artigo destinar-se-á, exclusivamente, a permitir
III – informações sobre pessoas e coisas; que as pessoas físicas e jurídicas mencionadas no
IV – presença temporária da pessoa presa, cujas caput possam promover as necessárias correções
declarações tenham relevância para a decisão de de suas atividades, para o atendimento das exi-
uma causa; gências impostas pelas autoridades ambientais
V – outras formas de assistência permitidas competentes, sendo obrigatório que o respectivo
pela legislação em vigor ou pelos tratados de que instrumento disponha sobre:
o Brasil seja parte. I – o nome, a qualificação e o endereço das par-
tes compromissadas e dos respectivos represen-
§ 1º A solicitação de que trata este artigo será
tantes legais;
dirigida ao Ministério da Justiça, que a remeterá,
II – o prazo de vigência do compromisso, que,
quando necessário, ao órgão judiciário compe-
em função da complexidade das obrigações nele
tente para decidir a seu respeito, ou a encami-
fixadas, poderá variar entre o mínimo de noventa
nhará à autoridade capaz de atendê-la.
dias e o máximo de três anos, com possibilidade
§ 2º A solicitação deverá conter:
de prorrogação por igual período;
I – o nome e a qualificação da autoridade soli-
III – a descrição detalhada de seu objeto, o valor
citante;
do investimento previsto e o cronograma físico de
II – o objeto e o motivo de sua formulação;
execução e de implantação das obras e serviços
III – a descrição sumária do procedimento em
exigidos, com metas trimestrais a serem atingidas;
curso no país solicitante;
IV – as multas que podem ser aplicadas à pes-
IV – a especificação da assistência solicitada;
soa física ou jurídica compromissada e os casos
V – a documentação indispensável ao seu escla-
de rescisão, em decorrência do não cumprimento
recimento, quando for o caso.
das obrigações nele pactuadas;
Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta V – o valor da multa de que trata o inciso IV não po-
Lei e especialmente para a reciprocidade da coo- derá ser superior ao valor do investimento previsto;
peração internacional, deve ser mantido sistema VI – o foro competente para dirimir litígios entre
de comunicações apto a facilitar o intercâmbio as partes.
53
§ 2º No tocante aos empreendimentos em curso DECRETO Nº 99.274, DE 6
até o dia 30 de março de 1998, envolvendo cons- DE JUNHO DE 1990
trução, instalação, ampliação e funcionamento (Publicado no DOU de 7/6/1990)
de estabelecimentos e atividades utilizadores de Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril
recursos ambientais, considerados efetiva ou po- de 1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de
tencialmente poluidores, a assinatura do termo 1981, que dispõem, respectivamente sobre a
criação de Estações Ecológicas e Áreas de Pro-
de compromisso deverá ser requerida pelas pes-
teção Ambiental e sobre a Política Nacional do
soas físicas e jurídicas interessadas, até o dia 31 Meio Ambiente, e dá outras providências.
de dezembro de 1998, mediante requerimento es-
O presidente da República, no uso das atri-
crito protocolizado junto aos órgãos competentes buições que lhe confere o art. 84, incisos IV e
do Sisnama, devendo ser firmado pelo dirigente VI, da Constituição, e tendo em vista o disposto
máximo do estabelecimento. na Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981, e na
§ 3º Da data da protocolização do requerimento Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, alterada
previsto no § 2º e enquanto perdurar a vigência pelas Leis nos 7.804, de 18 de julho de 1989, e 8.028,
do correspondente termo de compromisso, fica- de 12 de abril de 1990, decreta:
rão suspensas, em relação aos fatos que deram
TÍTULO I
causa à celebração do instrumento, a aplicação DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA
de sanções administrativas contra a pessoa física NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
ou jurídica que o houver firmado.
CAPÍTULO I
§ 4º A celebração do termo de compromisso DAS ATRIBUIÇÕES
de que trata este artigo não impede a execução de
Art. 1º Na execução da Política Nacional do Meio
eventuais multas aplicadas antes da protocoliza-
Ambiente cumpre ao Poder Público, nos seus
ção do requerimento.
diferentes níveis de governo:
§ 5º Considera-se rescindido de pleno direito I – manter a fiscalização permanente dos
o termo de compromisso, quando descumprida recursos ambientais, visando à compatibili-
qualquer de suas cláusulas, ressalvado o caso for- zação do desenvolvimento econômico com a pro-
tuito ou de força maior. teção do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
§ 6º O termo de compromisso deverá ser fir- II – proteger as áreas representativas de ecos-
mado em até noventa dias, contados da protoco- sistemas mediante a implantação de unidades de
lização do requerimento. conservação e preservação ecológica;
§ 7º O requerimento de celebração do termo de III – manter, através de órgãos especializados
compromisso deverá conter as informações neces- da Administração Pública, o controle permanente
sárias à verificação da sua viabilidade técnica e jurí- das atividades potencial ou efetivamente polui-
dica, sob pena de indeferimento do plano. doras, de modo a compatibilizá-las com os crité-
§ 8º Sob pena de ineficácia, os termos de com- rios vigentes de proteção ambiental;
promisso deverão ser publicados no órgão oficial IV – incentivar o estudo e a pesquisa de tecnolo-
competente, mediante extrato. gias para o uso racional e a proteção dos recursos
ambientais, utilizando nesse sentido os planos
Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei
e programas regionais ou setoriais de desenvol-
no prazo de noventa dias a contar de sua publi- vimento industrial e agrícola;
cação. V – implantar, nas áreas críticas de poluição, um
Art. 81. (Vetado) sistema permanente de acompanhamento dos
índices locais de qualidade ambiental;
Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.
VI – identificar e informar, aos órgãos e enti-
Brasília, 12 de fevereiro de 1998; 177º da dades do Sistema Nacional do Meio Ambiente, a
Independência e 110º da República.
existência de áreas degradadas ou ameaçadas de
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO degradação, propondo medidas para sua recupe-
Gustavo Krause ração; e
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DECRETO Nº 99.274, DE 6 DE JUNHO DE 1990
VII – orientar a educação, em todos os níveis, I – Plenário; (Inciso com redação dada pelo Decreto
para a participação ativa do cidadão e da comuni- nº 6.792, de 10/3/2009)
dade na defesa do meio ambiente, cuidando para II – Câmara Especial Recursal; (Inciso com redação
que os currículos escolares das diversas matérias dada pelo Decreto nº 6.792, de 10/3/2009)
obrigatórias contemplem o estudo da ecologia. III – Comitê de Integração de Políticas Ambien-
Art. 2º A execução da Política Nacional do Meio tais; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 3.942, de 27/9/2001,
e com redação dada pelo Decreto nº 6.792, de 10/3/2009)
Ambiente, no âmbito da Administração Pública
Federal, terá a coordenação do Secretário do Meio IV – Câmaras Técnicas; (Inciso acrescido pelo De-
creto nº 3.942, de 27/9/2001, e com redação dada pelo
Ambiente.
Decreto nº 6.792, de 10/3/2009)
CAPÍTULO II V – Grupos de Trabalho; e (Inciso acrescido pelo
DA ESTRUTURA DO SISTEMA
Decreto nº 3.942, de 27/9/2001, e com redação dada pelo De-
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
creto nº 6.792, de 10/3/2009)
Art. 3º O Sistema Nacional do Meio Ambiente VI – Grupos Assessores. (Inciso acrescido pelo De-
(Sisnama), constituído pelos órgãos e entidades creto nº 6.792, de 10/3/2009)
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Art. 5º Integram o Plenário do Conama: (Artigo com
Municípios e pelas fundações instituídas pelo
redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 27/9/2001)
Poder Público, responsáveis pela proteção e me-
I – o Ministro de Estado do Meio Ambiente, que
lhoria da qualidade ambiental, tem a seguinte
o presidirá;
estrutura:
II – o Secretário-Executivo do Ministério do Meio
I – Órgão Superior: o Conselho de Governo;
Ambiente, que será o seu Secretário-Executivo;
II – Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho
III – um representante do Ibama e um do Ins-
Nacional do Meio Ambiente Conama;
tituto Chico Mendes; (Inciso com redação dada pelo
III – Órgão Central: a Secretaria do Meio Ambiente
Decreto nº 6.792, de 10/3/2009)
da Presidência da República Semam/PR;
IV – um representante da Agência Nacional de
IV – Órgãos Executores: o Instituto Brasileiro do
Águas (ANA);
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renová-
V – um representante de cada um dos Minis-
veis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Con-
térios, das Secretarias da Presidência da Repú-
servação da Biodiversidade (Instituto Chico Men-
blica e dos Comandos Militares do Ministério da
des); (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 6.792, de
Defesa, indicados pelos respectivos titulares;
10/3/2009)
VI – um representante de cada um dos Governos
V – Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades
Estaduais e do Distrito Federal, indicados pelos
da Administração Pública Federal direta e indireta,
respectivos governadores;
as fundações instituídas pelo Poder Público cujas
VII – oito representantes dos Governos Muni-
atividades estejam associadas às de proteção da
cipais que possuam órgão ambiental estruturado
qualidade ambiental ou àquelas de disciplina-
e Conselho de Meio Ambiente com caráter delibe-
mento do uso de recursos ambientais, bem assim
rativo, sendo:
os órgãos e entidades estaduais responsáveis pela
a) um representante de cada região geográfica
execução de programas e projetos e pelo controle
do País;
e fiscalização de atividades capazes de provocar a
b) um representante da Associação Nacional de
degradação ambiental; e
Municípios e Meio Ambiente (Anamma);
VI – Órgãos Locais: os órgãos ou entidades
c) dois representantes de entidades munici-
municipais responsáveis pelo controle e fisca-
palistas de âmbito nacional;
lização das atividades referidas no inciso anterior,
VIII – vinte e um representantes de entidades de
nas suas respectivas jurisdições.
trabalhadores e da sociedade civil, sendo:
Seção I a) dois representantes de entidades ambien-
Da Constituição e Funcionamento do talistas de cada uma das Regiões Geográficas
Conselho Nacional do Meio Ambiente do País;
Art. 4º O Conama compõe-se de: (Caput do artigo b) um representante de entidade ambientalista
com redação dada pelo Decreto nº 6.792, de 10/3/2009) de âmbito nacional;
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c) três representantes de associações legal- § 2º Os representantes referidos nos incisos III
mente constituídas para a defesa dos recursos a X do caput e no § 1º e seus respectivos suplen-
naturais e do combate à poluição, de livre esco- tes serão designados pelo Ministro de Estado do
lha do Presidente da República; Meio Ambiente.
d) um representante de entidades profissio- § 3º Os representantes referidos no inciso III do
nais, de âmbito nacional, com atuação na área caput e no § 1º e seus respectivos suplentes serão
ambiental e de saneamento, indicado pela Asso- indicados pelos titulares dos respectivos órgãos
ciação Brasileira de Engenharia Sanitária e Am- e entidades.
biental (Abes); § 4º Incumbirá à Anamma coordenar o processo
e) um representante de trabalhadores indi- de escolha dos representantes a que se referem
cado pelas centrais sindicais e confederações as alíneas a e b do inciso VII e ao Presidente do
de trabalhadores da área urbana (Central Úni- Conama a indicação das entidades referidas na
ca dos Trabalhadores – CUT, Força Sindical, alínea c desse mesmo inciso.
Confederação Geral dos Trabalhadores – CGT, Con- § 5º Os representantes das entidades de traba-
federação Nacional dos Trabalhadores na Indústria lhadores e empresariais serão indicados pelas
– CNTI e Confederação Nacional dos Trabalhadores respectivas Confederações Nacionais.
no Comércio – CNTC), escolhido em processo coor- § 6º Os representantes referidos no inciso VIII,
denado pela CNTI e CNTC; alíneas a e b, serão eleitos pelas entidades inscri-
f) um representante de trabalhadores da área tas, há pelo menos um ano, no Cadastro Nacional
rural, indicado pela Confederação Nacional dos de Entidades Ambientalistas (CNEA), na respec-
Trabalhadores na Agricultura (Contag); tiva região, mediante carta registrada ou protoco-
g) um representante de populações tradicionais, lizada junto ao Conama.
escolhido em processo coordenado pelo Centro § 7º Terá mandato de dois anos, renovável por
Nacional de Desenvolvimento Sustentável das Po- igual período, o representante de que trata o inciso X.
pulações Tradicionais (CNPT/Ibama); Art. 6º O Plenário do Conama reunir-se-á, em
h) um representante da comunidade indígena caráter ordinário, a cada três meses, no Distrito Fe-
indicado pelo Conselho de Articulação dos Povos deral, e, extraordinariamente, sempre que convo-
e Organizações Indígenas do Brasil (Capoib); cado pelo seu Presidente, por iniciativa própria ou
i) um representante da comunidade científica, a requerimento de pelo menos dois terços de seus
indicado pela Sociedade Brasileira para o Pro- membros.
gresso da Ciência (SBPC); § 1º As reuniões extraordinárias poderão ser
j) um representante do Conselho Nacional de realizadas fora do Distrito Federal, sempre que
Comandantes Gerais das Polícias Militares e Cor- razões superiores, de conveniência técnica ou
pos de Bombeiros Militares (CNCG); política, assim o exigirem.
l) um representante da Fundação Brasileira § 2º O Plenário do Conama reunir-se-á em ses-
para a Conservação da Natureza (FBCN); são pública, com a presença de pelo menos a me-
IX – oito representantes de entidades empresa- tade mais um dos seus membros e deliberará por
riais; e maioria simples dos membros presentes no Ple-
X – um membro honorário indicado pelo Plenário. nário, cabendo ao Presidente da sessão, além do
§ 1º Integram também o Plenário do Conama, voto pessoal, o de qualidade. (Parágrafo com redação
na condição de Conselheiros Convidados, sem dada pelo Decreto nº 3.942, de 27/9/2001)
direito a voto: § 3º O Presidente do Conama será substituído,
I – um representante do Ministério Público nos seus impedimentos, pelo Secretário-Executivo
Federal; do Conama e, na falta deste, pelo Conselheiro
II – um representante dos Ministérios Públicos representante do Ministério do Meio Ambiente.
Estaduais, indicado pelo Conselho Nacional dos (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 3.942, de
Procuradores-Gerais de Justiça; e 7/9/2001)
III – um representante da Comissão de Defesa § 4º A participação dos membros do Conama
do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias da Câ- é considerada serviço de natureza relevante e
mara dos Deputados. não será remunerada, cabendo às instituições
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DECRETO Nº 99.274, DE 6 DE JUNHO DE 1990
o cumprimento dos objetivos da Política Nacional Art. 11. Para atender ao suporte técnico e admi-
de Meio Ambiente; e nistrativo do Conama, a Secretaria-Executiva do
XIX – elaborar o seu regimento interno. Ministério do Meio Ambiente deverá: (Artigo com re-
§ 1º As normas e os critérios para o licen- dação dada pelo Decreto nº 3.942, de 7/9/2001)
ciamento de atividades potencial ou efetivamente
I – solicitar colaboração, quando necessário,
poluidoras deverão estabelecer os requisitos
aos órgãos específicos singulares, ao Gabinete
necessários à proteção ambiental.
e às entidades vinculadas ao Ministério do Meio
§ 2º As penalidades previstas no inciso IV deste
Ambiente;
artigo somente serão aplicadas nos casos previa-
II – coordenar, por meio do Sistema Nacional
mente definidos em ato específico do Conama,
de Informações sobre o Meio Ambiente (Sinima),
assegurando-se ao interessado a ampla defesa.
o intercâmbio de informações entre os órgãos in-
§ 3º Na fixação de normas, critérios e padrões
tegrantes do Sisnama; e
relativos ao controle e à manutenção da quali-
III – promover a publicação e divulgação dos
dade do meio ambiente, o Conama levará em
atos do Conama.
consideração a capacidade de autorregeneração
dos corpos receptores e a necessidade de estabe- Seção V
lecer parâmetros genéricos mensuráveis. Da Coordenação dos Órgãos
§ 4º A Agenda Nacional de Meio Ambiente de Seccionais Federais
que trata o inciso XVII deste artigo constitui-se Art. 12. Os Órgãos Seccionais, de que trata o
de documento a ser dirigido ao Sisnama, reco- art. 3º, inciso V, primeira parte, serão coordenados,
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DECRETO Nº 99.274, DE 6 DE JUNHO DE 1990
no que se referir à Política Nacional do Meio cias burocráticas excessivas ou pedidos de infor-
Ambiente, pelo Secretário do Meio Ambiente. mações já disponíveis.
§ 2º Poderão ser requeridos à Semam/PR, bem
Seção VI
Dos Órgãos Seccionais Estaduais assim aos Órgãos Executor, Seccionais e Locais,
e dos Órgãos Locais por pessoa física ou jurídica que comprove legí-
timo interesse, os resultados das análises técnicas
Art. 13. A integração dos Órgãos Setoriais Esta-
de que disponham.
duais (art. 30, inciso V, segunda parte) e dos Órgãos
§ 3º Os órgãos integrantes do Sisnama, quando
Locais ao Sisnama, bem assim a delegação de fun-
solicitarem ou prestarem informações, deverão
ções do nível federal para o estadual poderão ser preservar o sigilo industrial e evitar a concorrência
objeto de convênios celebrados entre cada Órgão desleal, correndo o processo, quando for o caso,
Setorial Estadual e a Semam/PR, admitida a inter- sob sigilo administrativo, pelo qual será respon-
veniência de Órgãos Setoriais Federais do Sisnama. sável a autoridade dele encarregada.
CAPÍTULO III CAPÍTULO IV
DA ATUAÇÃO DO SISTEMA DO LICENCIAMENTO DAS ATIVIDADES
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Art. 17. A construção, instalação, ampliação e
Art. 14. A atuação do Sisnama efetivar-se-á me-
funcionamento de estabelecimento de ativida-
diante articulação coordenada dos órgãos e en-
des utilizadoras de recursos ambientais, conside-
tidades que o constituem, observado o seguinte:
radas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem
I – o acesso da opinião pública às informações
assim os empreendimentos capazes, sob qual-
relativas às agressões ao meio ambiente e às
quer forma, de causar degradação ambiental, de-
ações de proteção ambiental, na forma estabele- penderão de prévio licenciamento do órgão es-
cida pelo Conama; e tadual competente integrante do Sisnama, sem
II – caberá aos Estados, ao Distrito Federal e aos prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.
Municípios a regionalização das medidas emana- § 1º Caberá ao Conama fixar os critérios básicos,
das do Sisnama, elaborando normas e padrões segundo os quais serão exigidos estudos de im-
supletivos e complementares. pacto ambiental para fins de licenciamento, con-
Parágrafo único. As normas e padrões dos tendo, entre outros, os seguintes itens:
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios po- a) diagnóstico ambiental da área;
derão fixar parâmetros de emissão, ejeção e ema- b) descrição da ação proposta e suas alterna-
nação de agentes poluidores, observada a legisla- tivas; e
ção federal. c) identificação, análise e previsão dos impac-
. tos significativos, positivos e negativos.
Art. 15. Os Órgãos Seccionais prestarão ao Co- § 2º O estudo de impacto ambiental será reali-
nama informações sobre os seus planos de ação zado por técnicos habilitados e constituirá o Rela-
e programas em execução, consubstanciadas em tório de Impacto Ambiental (Rima), correndo as
relatórios anuais, sem prejuízo de relatórios par- despesas à conta do proponente do projeto.
ciais para atendimento de solicitações específicas. § 3º Respeitada a matéria de sigilo industrial,
Parágrafo único. A Semam/PR consolidará os assim expressamente caracterizada a pedido do
relatórios mencionados neste artigo em um rela- interessado, o Rima, devidamente fundamentado,
tório anual sobre a situação do meio ambiente no será acessível ao público.
País, a ser publicado e submetido à consideração § 4º Resguardado o sigilo industrial, os pedidos
do Conama, em sua segunda reunião do ano sub- de licenciamento, em qualquer das suas modali-
sequente. dades, sua renovação e a respectiva concessão da
Art. 16. O Conama, por intermédio da Semam/ licença serão objeto de publicação resumida, paga
PR, poderá solicitar informações e pareceres dos pelo interessado, no jornal oficial do Estado e em
Órgão Seccionais e Locais, justificando, na respec- um periódico de grande circulação, regional ou
tiva requisição, o prazo para o seu atendimento. local, conforme modelo aprovado pelo Conama.
§ 1º Nas atividades de licenciamento, fisca- Art. 18. O órgão estadual do meio ambiente e o
lização e controle deverão ser evitadas exigên- Ibama, este em caráter supletivo, sem prejuízo
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das penalidades pecuniárias cabíveis, determi- Art. 20. Caberá recurso administrativo:
narão, sempre que necessário, a redução das I – para o Secretário de Assuntos Estratégicos,
atividades geradoras de poluição, para manter as das decisões da Comissão Nacional de Energia
emissões gasosas ou efluentes líquidos e os resí- Nuclear (Cnen); e
duos sólidos nas condições e limites estipulados II – para o Secretário do Meio Ambiente, nos
no licenciamento concedido.
casos de licenciamento da competência privativa
Art. 19. O Poder Público, no exercício de sua do Ibama, inclusive nos de denegação de certifi-
competência de controle, expedirá as seguintes cado homologatório.
licenças: Parágrafo único. No âmbito dos Estados, do
I – Licença Prévia (LP), na fase preliminar do
Distrito Federal e dos Municípios, o recurso de que
planejamento de atividade, contendo requisitos
trata este artigo será interposto para a autoridade
básicos a serem atendidos nas fases de localização,
prevista na respectiva legislação.
instalação e operação, observados os planos muni-
cipais, estaduais ou federais de uso do solo; Art. 21. Compete à Semam/PR propor ao Conama
II – Licença de Instalação (LI), autorizando o a expedição de normas gerais para implantação e
início da implantação, de acordo com as espe- fiscalização do licenciamento previsto neste Decreto.
cificações constantes do Projeto Executivo apro-
§ 1º A fiscalização e o controle da aplicação de cri-
vado; e
III – Licença de Operação (LO), autorizando, térios, normas e padrões de qualidade ambiental
após as verificações necessárias, o início da ativi- serão exercidos pelo Ibama, em caráter supletivo
dade licenciada e o funcionamento de seus equi- à atuação dos Órgãos Seccionais Estaduais e dos
pamentos de controle de poluição, de acordo com Órgãos Locais.
o previsto nas Licenças Prévia e de Instalação. § 2º Inclui-se na competência supletiva do
§ 1º Os prazos para a concessão das licenças Ibama a análise prévia de projetos, de entidades
serão fixados pelo Conama, observada a natureza públicas ou privadas, que interessem à conser-
técnica da atividade. vação ou à recuperação dos recursos ambientais.
§ 2º Nos casos previstos em resolução do
§ 3º O proprietário de estabelecimento ou o seu
Conama, o licenciamento de que trata este artigo
preposto responsável permitirá, sob a pena da lei,
dependerá de homologação do Ibama.
o ingresso da fiscalização no local das atividades
§ 3º Iniciadas as atividades de implantação e
potencialmente poluidoras para a inspeção de
operação, antes da expedição das respectivas
licenças, os dirigentes dos Órgãos Setoriais do todas as suas áreas.
Ibama deverão, sob pena de responsabilidade § 4º As autoridades policiais, quando neces-
funcional, comunicar o fato às entidades finan- sário, deverão prestar auxílio aos agentes fisca-
ciadoras dessas atividades, sem prejuízo da im- lizadores no exercício de suas atribuições.
posição de penalidades, medidas administrativas
Art. 22. O Ibama, na análise dos projetos subme-
de interdição, judiciais, de embargo, e outras pro-
tidos ao seu exame, exigirá, para efeito de apro-
vidências cautelares.
vação, que sejam adotadas, pelo interessado,
§ 4º O licenciamento dos estabelecimentos des-
tinados a produzir materiais nucleares ou a utilizar medidas capazes de assegurar que as matérias-
a energia nuclear e suas aplicações, competirá à -primas, insumos e bens produzidos tenham pa-
Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cenen), drão de qualidade que elimine ou reduza, o efeito
mediante parecer do Ibama, ouvidos os órgãos poluente derivado de seu emprego e utilização.
de controle ambiental estaduais ou municipais.
CAPÍTULO V
§ 5º Excluída a competência de que trata o pa- DOS INCENTIVOS
rágrafo anterior, nos demais casos de competên-
cia federal o Ibama expedirá as respectivas licen- Art. 23. As entidades governamentais de finan-
ças, após considerar o exame técnico procedido ciamento ou gestoras de incentivos, condicio-
pelos órgãos estaduais e municipais de controle narão a sua concessão à comprovação do licen-
da poluição. ciamento previsto neste decreto.
60
DECRETO Nº 99.274, DE 6 DE JUNHO DE 1990
Art. 44. O Ibama poderá celebrar convênios com Ambiente, com competência definida no art. 17 do
entidades oficiais dos Estados, delegando-lhes, Decreto nº 2.972, de 26 de fevereiro de 1999, passa
em casos determinados, o exercício das ativida- a denominar-se Conselho Deliberativo do Fundo
des de fiscalização e controle. Nacional do Meio Ambiente, e terá seu funciona-
TÍTULO IV mento estabelecido em regimento interno.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 4º O Conselho Deliberativo do FNMA será pre-
Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sidido pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente
sua publicação. e composto por: (Artigo com redação dada pelo Decreto
Art. 46. Revogam-se os Decretos nos 88.351, de 1º nº 6.985, de 20/10/2009)
de junho de 1983, 89.532, de 6 de abril de 1984, I – três representantes do Ministério do Meio
91.305, de 3 de junho de 1985, 91.630, de 28 de no- Ambiente;
vembro de 1986, 94.085, de 10 de março de 1987, II – um representante do Ministério do Plane-
94.764 de 11 de agosto de 1987, 94.998, de 5 de jamento, Orçamento e Gestão;
outubro de 1987, 96.150 de 13 de junho de 1988, III – um representante do Instituto Brasileiro
97.558, de 7 de março de 1989, 97.802, de 5 de do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno-
junho de 1989, e 98.109, de 31 de agosto de 1989. váveis (Ibama);
Brasília, 6 de junho de 1990; 169º da IV – um representante do Instituto Chico Men-
Independência e 102º da República. des de Conservação da Biodiversidade (Instituto
FERNANDO COLLOR
Chico Mendes);
Bernardo Cabral V – um representante da Agência Nacional de
Águas (ANA);
DECRETO Nº 3.524, DE 26 VI – um representante da Associação Brasileira
DE JUNHO DE 2000 de Entidades do Meio Ambiente (Abema);
(Publicado no DOU de 27/6/2000) VII – um representante da Associação Nacional
Regulamenta a Lei nº 7.797, de 10 de julho de Municípios e Meio Ambiente (Anamma);
de 1989, que cria o Fundo Nacional do Meio VIII – um representante do Fórum Brasileiro de
Ambiente e dá outras providências.
ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente
O presidente da República, no uso da atribuição e Desenvolvimento (FBOMS);
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, IX – um representante da Sociedade Brasileira
e tendo em vista o disposto na lei nº 7.797, de 10 para o Progresso da Ciência (SBPC);
de julho de 1989, decreta: X – um representante de organização da so-
Art. 1º O Fundo Nacional do Meio Ambiente ciedade civil, de âmbito nacional, indicada pelo
(FNMA), criado pela Lei 7.797, de 10 de julho de Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama); e
1989, tem natureza contábil e financeira, e se des- XI – cinco representantes de organizações não
tina a apoiar projetos em diferentes modalidades, governamentais ambientalistas, na proporção
que visem o uso racional e sustentável de recursos de um representante para cada região geográ-
naturais, de acordo com as prioridades da políti- fica do País.
ca nacional do meio ambiente, incluindo a manu- § 1º Os representantes de que tratam os inci-
tenção, e a recuperação da qualidade ambiental. sos I a X e os seus suplentes serão indicados pelos
Parágrafo único. Os projetos de que se trata o titulares dos respectivos órgãos e entidades, e
caput deste artigo são aqueles propostos por ins-
designados pelo Ministro de Estado do Meio
tituições que atendam os requisitos previstos na
Ambiente.
legislação que rege a matéria.
§ 2º Os representantes de que trata o inciso XI e
Art. 2º O Ministro de Estado do Meio Ambiente os seus suplentes serão indicados mediante pro-
designará responsável pela gestão orçamentária, cesso eleitoral, pelo conjunto das organizações
financeira, patrimonial e administrativa do FNMA. não governamentais registradas no Cadastro Na-
Art. 3º O Comitê do FNMA, órgão colegiado inte- cional de Entidades Ambientalistas (CNEA), nos
grante de estrutura básica do Ministério do Meio termos da legislação em vigor.
63
§ 3º Os representantes indicados nos termos 22 de março de 1990, 9.873, de 23 de novembro
do § 2º serão designados pelo Ministro de Estado de 1999, e 6.938, de 31 de agosto de 1981, decreta:
do Meio Ambiente.
CAPÍTULO I
§ 4º Os representantes de que tratam os inci- DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES
sos VI a XI terão mandato de dois anos. ADMINISTRATIVAS AO MEIO AMBIENTE
Art. 5º A participação no Conselho Deliberativo Seção I
do FNMA é considerada de relevante interesse pú- Das Disposições Gerais
blico e não será remunerada. Art. 1º Este Capítulo dispõe sobre as condutas
Art. 6º Os recursos do FNMA destinados ao apoio infracionais ao meio ambiente e suas respectivas
a projetos serão transferidos mediante convênios, sanções administrativas.
termos de parceria, acordos ou ajustes, ou outros Art. 2º Considera-se infração administrativa am-
instrumentos previstos em lei, a serem celebrados biental, toda ação ou omissão que viole as re-
com instituições da Administração direta ou indi- gras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e
reta da União, dos Estados, do Distrito Federal e recuperação do meio ambiente, conforme o dis-
dos Municípios, organizações da sociedade civil posto na Seção III deste Capítulo.
de interesse público e organizações não gover- Parágrafo único. O elenco constante da Seção
namentais brasileiras sem fins lucrativos, cujos III deste Capítulo não exclui a previsão de outras
objetivos sejam relacionados aos do Fundo. infrações previstas na legislação.
Parágrafo único. Serão destinados recursos finan-
Art. 3º As infrações administrativas são punidas
ceiros para a análise, a supervisão, o gerenciamento
com as seguintes sanções:
e o acompanhamento dos projetos apoiados.
I – advertência;
Art. 7º O gestor do FNMA será responsável pela II – multa simples;
celebração do instrumento de repasse de recursos III – multa diária;
de projetos aprovados pelo Conselho Deliberativo IV – apreensão dos animais, produtos e subpro-
e pelo seu acompanhamento técnico-financeiro. dutos da fauna e flora e demais produtos e
Art. 8º (Revogado pelo Decreto nº 4.755, de 20/6/2003) subprodutos objeto da infração, instrumentos, pe-
trechos, equipamentos ou veículos de qualquer
Art. 9º Este Decreto entra em vigor na data de sua
natureza utilizados na infração; (Inciso com redação
publicação.
dada pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
Art. 10. Ficam revogados os Decretos nos 98.161, V – destruição ou inutilização do produto;
de 21 de setembro de 1989, 99.249, de 11 de maio VI – suspensão de venda e fabricação do produto;
de 1990, e 1.235, de 2 de setembro de 1994. VII – embargo de obra ou atividade e suas res-
Brasília, 26 de junho de 2000; 179º da pectivas áreas;
Independência e 112º da República. VIII – demolição de obra;
IX – suspensão parcial ou total das atividades; e
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
José Sarney Filho X – restritiva de direitos.
§ 1º Os valores estabelecidos na Seção III deste
DECRETO Nº 6.514, DE 22 Capítulo, quando não disposto de forma diferente,
DE JULHO DE 2008 referem-se à multa simples e não impedem a apli-
(Publicado no DOU de 23/7/2008) cação cumulativa das demais sanções previstas
neste Decreto.
Dispõe sobre as infrações e sanções adminis-
§ 2º A caracterização de negligência ou dolo
trativas ao meio ambiente, estabelece o pro-
cesso administrativo federal para apuração será exigível nas hipóteses previstas nos incisos I
destas infrações, e dá outras providências. e II do § 3º do art. 72 da Lei nº 9.605, de 12 de fe-
O presidente da República, no uso das atribuições vereiro de 1998.
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea a, da Art. 4º O agente autuante, ao lavrar o auto de in-
Constituição, e tendo em vista o disposto no Capí- fração, indicará as sanções estabelecidas neste
tulo VI da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e Decreto, observando: (Caput do artigo com redação
nas Leis nos 9.784, de 29 de janeiro de 1999, 8.005, de dada pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
64
DECRETO Nº 6.514, DE 22 DE JULHO DE 2008
I – gravidade dos fatos, tendo em vista os moti- julgamento da defesa da última advertência ou de
vos da infração e suas consequências para a saúde outra penalidade aplicada.
pública e para o meio ambiente; Subseção II
II – antecedentes do infrator, quanto ao cumpri- Das Multas
mento da legislação de interesse ambiental; e
Art. 8º A multa terá por base a unidade, hectare,
III – situação econômica do infrator.
metro cúbico, quilograma, metro de carvão-mdc,
§ 1º Para a aplicação do disposto no inciso I,
estéreo, metro quadrado, dúzia, estipe, cento,
o órgão ou entidade ambiental estabelecerá de
milheiros ou outra medida pertinente, de acordo
forma objetiva critérios complementares para o
com o objeto jurídico lesado.
agravamento e atenuação das sanções adminis-
Parágrafo único. O órgão ou entidade ambien-
trativas. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 6.686, de
tal poderá especificar a unidade de medida apli-
10/12/2008)
cável para cada espécie de recurso ambiental ob-
§ 2º As sanções aplicadas pelo agente autuante
jeto da infração.
estarão sujeitas à confirmação pela autoridade
julgadora. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 6.686, de Art. 9º O valor da multa de que trata este Decreto
será corrigido, periodicamente, com base nos
10/12/2008)
índices estabelecidos na legislação pertinente,
Subseção I sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinquenta reais) e o
Da Advertência máximo de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões
Art. 5º A sanção de advertência poderá ser apli- de reais).
cada, mediante a lavratura de auto de infração, Art. 10. A multa diária será aplicada sempre que o
para as infrações administrativas de menor lesi- cometimento da infração se prolongar no tempo.
vidade ao meio ambiente, garantidos a ampla de- § 1º Constatada a situação prevista no caput,
fesa e o contraditório. o agente autuante lavrará auto de infração, indi-
§ 1º Consideram-se infrações administrativas de cando, além dos requisitos constantes do art. 97,
menor lesividade ao meio ambiente aquelas em o valor da multa-dia.
que a multa máxima cominada não ultrapasse o § 2º O valor da multa-dia deverá ser fixado de
valor de R$ 1.000,00 (mil reais), ou que, no caso de acordo com os critérios estabelecidos neste De-
multa por unidade de medida, a multa aplicável creto, não podendo ser inferior ao mínimo estabe-
não exceda o valor referido. lecido no art. 9º nem superior a dez por cento do
§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput, caso o valor da multa simples máxima cominada para a
agente autuante constate a existência de irregula- infração.
ridades a serem sanadas, lavrará o auto de infra- § 3º Lavrado o auto de infração, será aberto
ção com a indicação da respectiva sanção de ad- prazo de defesa nos termos estabelecidos no Ca-
vertência, ocasião em que estabelecerá prazo para pítulo II deste Decreto.
que o infrator sane tais irregularidades. § 4º A multa diária deixará de ser aplicada a par-
§ 3º Sanadas as irregularidades no prazo con- tir da data em que o autuado apresentar ao órgão
cedido, o agente autuante certificará o ocorrido ambiental documentos que comprovem a regula-
nos autos e dará seguimento ao processo estabe- rização da situação que deu causa à lavratura do
lecido no Capítulo II. auto de infração. (Parágrafo acrescido pelo Decreto
§ 4º Caso o autuado, por negligência ou dolo, nº 6.686, de 10/12/2008)
deixe de sanar as irregularidades, o agente au- § 5º Caso o agente autuante ou a autoridade
tuante certificará o ocorrido e aplicará a sanção competente verifique que a situação que deu
de multa relativa à infração praticada, indepen- causa à lavratura do auto de infração não foi re-
dentemente da advertência. gularizada, a multa diária voltará a ser impos-
ta desde a data em que deixou de ser aplicada,
Art. 6º A sanção de advertência não excluirá a
sendo notificado o autuado, sem prejuízo da ado-
aplicação de outras sanções.
ção de outras sanções previstas neste Decreto. (Pri-
Art. 7º Fica vedada a aplicação de nova sanção de mitivo § 4º renumerado e com redação dada pelo Decreto
advertência no período de três anos contados do nº 6.686, de 10/12/2008)
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§ 6º Por ocasião do julgamento do auto de in- Art. 12. O pagamento de multa por infração am-
fração, a autoridade ambiental deverá, em caso biental imposta pelos Estados, Municípios, Distrito
de procedência da autuação, confirmar ou modi- Federal ou Territórios substitui a aplicação de pe-
ficar o valor da multa-dia, decidir o período de sua nalidade pecuniária pelo órgão federal, em decor-
aplicação e consolidar o montante devido pelo rência do mesmo fato, respeitados os limites esta-
autuado para posterior execução. (Primitivo § 5º re- belecidos neste Decreto.
numerado e com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de Parágrafo único. Somente o efetivo pagamento
10/12/2008) da multa será considerado para efeito da subs-
§ 7º O valor da multa será consolidado e executa- tituição de que trata o caput, não sendo admi-
do periodicamente após o julgamento final, nos tida para esta finalidade a celebração de termo
casos em que a infração não tenha cessado. (Primi- de compromisso de ajustamento de conduta ou
tivo § 6º renumerado pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) outra forma de compromisso de regularização da
§ 8º A celebração de termo de compromisso de infração ou composição de dano, salvo se deste
reparação ou cessação dos danos encerrará a con- também participar o órgão ambiental federal. (Pa-
tagem da multa diária. (Primitivo § 7º renumerado e rágrafo único com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de
com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) 10/12/2008)
Art. 11. O cometimento de nova infração ambien- Art. 13. Reverterão ao Fundo Nacional do Meio
tal pelo mesmo infrator, no período de cinco anos, Ambiente (FNMA) vinte por cento dos valores arre-
contados da lavratura de auto de infração anterior cadados em pagamento de multas aplicadas pela
devidamente confirmado no julgamento de que União, podendo o referido percentual ser alterado,
trata o art. 124, implica: a critério dos órgãos arrecadadores. (Artigo com
I – aplicação da multa em triplo, no caso de redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
§ 5º O disposto no § 3º não se aplica para fins de Art. 15-B. A cessação das penalidades de sus-
majoração do valor da multa, conforme previsão pensão e embargo dependerá de decisão da auto-
contida nos arts. 123 e 129. (Parágrafo com redação ridade ambiental após a apresentação, por parte do
dada pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) autuado, de documentação que regularize a obra
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DECRETO Nº 6.514, DE 22 DE JULHO DE 2008
ou atividade. (Artigo acrescido pelo Decreto nº 6.686, de embargada e informando que o auto de infração
10/12/2008) encontra-se julgado ou pendente de julgamento.
Art. 16. No caso de áreas irregularmente desma- (Primitivo parágrafo único renumerado e com redação dada
tadas ou queimadas, o agente autuante embar- pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
gará quaisquer obras ou atividades nelas locali- § 2º A pedido do interessado, o órgão ambiental
zadas ou desenvolvidas, excetuando as atividades autuante emitirá certidão em que conste a ativi-
de subsistência. (Caput do artigo com redação dada pelo dade, a obra e a parte da área do imóvel que são
Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) objetos do embargo, conforme o caso. (Parágrafo
§ 1º O agente autuante deverá colher todas acrescido pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
as provas possíveis de autoria e materialidade,
Art. 19. A sanção de demolição de obra poderá ser
bem como da extensão do dano, apoiando-se
aplicada pela autoridade ambiental, após o con-
em documentos, fotos e dados de localização, in-
traditório e ampla defesa, quando: (Caput do artigo
cluindo as coordenadas geográficas da área em-
com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
bargada, que deverão constar do respectivo auto
de infração para posterior georreferenciamento. I – verificada a construção de obra em área am-
(Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) bientalmente protegida em desacordo com a le-
§ 2º Não se aplicará a penalidade de embargo gislação ambiental; ou
de obra ou atividade, ou de área, nos casos em II – quando a obra ou construção realizada não
que a infração de que trata o caput se der fora da atenda às condicionantes da legislação ambiental
área de preservação permanente ou reserva legal, e não seja passível de regularização.
salvo quando se tratar de desmatamento não au- § 1º A demolição poderá ser feita pela adminis-
torizado de mata nativa. (Parágrafo acrescido pelo De- tração ou pelo infrator, em prazo assinalado, após
creto nº 6.686, de 10/12/2008) o julgamento do auto de infração, sem prejuízo do
Art. 17. O embargo de área irregularmente ex- disposto no art. 112.
plorada e objeto do Plano de Manejo Florestal § 2º As despesas para a realização da demolição
Sustentável (PMFS) não exonera seu detentor correrão às custas do infrator, que será notificado
da execução de atividades de manutenção ou para realizá-la ou para reembolsar aos cofres pú-
recuperação da floresta, na forma e prazos fixa- blicos os gastos que tenham sido efetuados pela
dos no PMFS e no termo de responsabilidade de administração.
manutenção da floresta. (Artigo com redação dada § 3º Não será aplicada a penalidade de demo-
pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) lição quando, mediante laudo técnico, for com-
Art. 18. O descumprimento total ou parcial de em- provado que o desfazimento poderá trazer pio-
bargo, sem prejuízo do disposto no art. 79, ensejará res impactos ambientais que sua manutenção,
a aplicação cumulativa das seguintes sanções: caso em que a autoridade ambiental, mediante
I – suspensão da atividade que originou a in- decisão fundamentada, deverá, sem prejuízo das
fração e da venda de produtos ou subprodutos demais sanções cabíveis, impor as medidas neces-
criados ou produzidos na área ou local objeto do sárias à cessação e mitigação do dano ambiental,
embargo infringido; e observada a legislação em vigor. (Parágrafo acrescido
II – cancelamento de registros, licenças ou au- pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
torizações de funcionamento da atividade econô-
Art. 20. As sanções restritivas de direito aplicáveis
mica junto aos órgãos ambientais e de fiscaliza-
às pessoas físicas ou jurídicas são:
ção. (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de
10/12/2008)
I – suspensão de registro, licença ou autoriza-
§ 1º O órgão ou entidade ambiental promoverá ção; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de
a divulgação dos dados do imóvel rural, da área 10/12/2008)
ou local embargado e do respectivo titular em II – cancelamento de registro, licença ou auto-
lista oficial, resguardados os dados protegidos rização; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 6.686,
por legislação específica para efeitos do disposto de 10/12/2008)
no inciso III do art. 4º da Lei nº 10.650, de 16 de III – perda ou restrição de incentivos e benefí-
abril de 2003, especificando o exato local da área cios fiscais;
67
IV – perda ou suspensão da participação em li- Parágrafo único. Considera-se ato inequívoco
nhas de financiamento em estabelecimentos ofi- da administração, para o efeito do que dispõe
ciais de crédito; e o inciso II, aqueles que impliquem instrução do
V – proibição de contratar com a administração processo.
pública.
Art. 23. O disposto neste Capítulo não se aplica
§ 1º A autoridade ambiental fixará o período de
aos procedimentos relativos a Taxa de Controle e
vigência das sanções previstas neste artigo, obser-
Fiscalização Ambiental de que trata o art. 17-B da
vando os seguintes prazos: (Primitivo parágrafo único
Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981.
renumerado e com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de
10/12/2008) Seção III
I – até três anos para a sanção prevista no in- Das Infrações Administrativas
ciso V; Cometidas contra o Meio Ambiente
II – até um ano para as demais sanções. Subseção I
§ 2º Em qualquer caso, a extinção da sanção fica Das Infrações contra a Fauna
condicionada à regularização da conduta que deu
Art. 24. Matar, perseguir, caçar, apanhar, cole-
origem ao auto de infração. (Parágrafo acrescido pelo
tar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos
Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
ou em rota migratória, sem a devida permissão,
Seção II licença ou autorização da autoridade competente,
Dos Prazos Prescricionais ou em desacordo com a obtida:
Art. 21. Prescreve em cinco anos a ação da ad- Multa de:
ministração objetivando apurar a prática de infra- I – R$ 500,00 (quinhentos reais) por indivíduo de
ções contra o meio ambiente, contada da data da espécie não constante de listas oficiais de risco ou
prática do ato, ou, no caso de infração permanen- ameaça de extinção;
te ou continuada, do dia em que esta tiver cessado. II – R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por indivíduo
§ 1º Considera-se iniciada a ação de apuração de espécie constante de listas oficiais de fauna
de infração ambiental pela administração com a brasileira ameaçada de extinção, inclusive da Con-
lavratura do auto de infração. venção de Comércio Internacional das Espécies
§ 2º Incide a prescrição no procedimento de da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção
apuração do auto de infração paralisado por mais (Cites). (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 6.686,
de três anos, pendente de julgamento ou despa- de 10/12/2008)
cho, cujos autos serão arquivados de ofício ou me- § 1º As multas serão aplicadas em dobro se a
diante requerimento da parte interessada, sem infração for praticada com finalidade de obter
prejuízo da apuração da responsabilidade funcio- vantagem pecuniária.
nal decorrente da paralisação. (Parágrafo com reda- § 2º Na impossibilidade de aplicação do critério
ção dada pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) de unidade por espécime para a fixação da multa,
§ 3º Quando o fato objeto da infração também aplicar-se-á o valor de R$ 500,00 (quinhentos
constituir crime, a prescrição de que trata o caput reais) por quilograma ou fração.
reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal. § 3º Incorre nas mesmas multas:
§ 4º A prescrição da pretensão punitiva da admi- I – quem impede a procriação da fauna, sem
nistração não elide a obrigação de reparar o dano licença, autorização ou em desacordo com a obtida;
ambiental. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 6.686, de II – quem modifica, danifica ou destrói ninho,
10/12/2008) abrigo ou criadouro natural; ou
Art. 22. Interrompe-se a prescrição: III – quem vende, expõe à venda, exporta ou
I – pelo recebimento do auto de infração ou pela adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito,
cientificação do infrator por qualquer outro meio, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes
inclusive por edital; da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória,
II – por qualquer ato inequívoco da adminis- bem como produtos e objetos dela oriundos, pro-
tração que importe apuração do fato; e venientes de criadouros não autorizados, sem a
III – pela decisão condenatória recorrível. devida permissão, licença ou autorização da auto-
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DECRETO Nº 6.514, DE 22 DE JULHO DE 2008
favorável e licença expedida pela autoridade am- Art. 28. Comercializar produtos, instrumentos e
biental competente, quando exigível: objetos que impliquem a caça, perseguição, des-
Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com acrés- truição ou apanha de espécimes da fauna silvestre:
cimo por exemplar excedente de: (Caput do artigo Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), com acréscimo de
com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) R$ 200,00 (duzentos reais), por unidade excedente.
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Art. 29. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir II – pesca quantidades superiores às permitidas
ou mutilar animais silvestres, domésticos ou do- ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos,
mesticados, nativos ou exóticos: técnicas e métodos não permitidos;
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a III – transporta, comercializa, beneficia ou in-
R$ 3.000,00 (três mil reais) por indivíduo. dustrializa espécimes provenientes da coleta, apa-
Art. 30. Molestar de forma intencional qualquer nha e pesca proibida;
espécie de cetáceo, pinípede ou sirênio em águas IV – transporta, conserva, beneficia, descaracte-
jurisdicionais brasileiras: riza, industrializa ou comercializa pescados ou
Multa de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). produtos originados da pesca, sem comprovante
de origem ou autorização do órgão competente;
Art. 31. Deixar, o jardim zoológico e os criadouros
V – captura, extrai, coleta, transporta, comer-
autorizados, de ter o livro de registro do acervo
cializa ou exporta espécimes de espécies orna-
faunístico ou mantê-lo de forma irregular:
mentais oriundos da pesca, sem autorização do
Multa de R$ 500,00 a R$ 5.000,00 (mil reais).
órgão competente ou em desacordo com a obtida; e
Parágrafo único. Incorre na mesma multa quem
VI – deixa de apresentar declaração de estoque.
deixa de manter registro de acervo faunístico e
movimentação de plantel em sistemas informa- Art. 36. Pescar mediante a utilização de explosi-
tizados de controle de fauna ou fornece dados in- vos ou substâncias que, em contato com a água,
consistentes ou fraudados. produzam efeitos semelhantes, ou substâncias
tóxicas, ou ainda, por outro meio proibido pela
Art. 32. Deixar, o comerciante, de apresentar
autoridade competente:
declaração de estoque e valores oriundos de co-
Multa de R$ 700,00 (setecentos reais) a
mércio de animais silvestres:
R$ 100.000,00 (cem mil reais), com acréscimo de
Multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 10.000,00
R$ 20,00 (vinte reais), por quilo ou fração do produ-
(dez mil reais).
to da pescaria.
Art. 33. Explorar ou fazer uso comercial de imagem
Art. 37. Exercer a pesca sem prévio cadastro, ins-
de animal silvestre mantido irregularmente em
crição, autorização, licença, permissão ou regis-
cativeiro ou em situação de abuso ou maus-tratos:
tro do órgão competente, ou em desacordo com
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a o obtido:
R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). Multa de R$ 300,00 (trezentos reais) a
Parágrafo único. O disposto no caput não se R$ 10.000,00 (dez mil reais), com acréscimo
aplica ao uso de imagem para fins jornalísticos, de R$ 20,00 (vinte reais) por quilo ou fração do pro-
informativos, acadêmicos, de pesquisas científi- duto da pesca, ou por espécime quando se tratar
cas e educacionais. de produto de pesca para ornamentação.
Art. 34. Causar degradação em viveiros, açudes Parágrafo único. Caso a quantidade ou espécie
ou estação de aquicultura de domínio público: constatada no ato fiscalizatório esteja em desa-
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a cordo com o autorizado pela autoridade ambien-
R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). tal competente, o agente autuante promoverá a
autuação considerando a totalidade do objeto da
Art. 35. Pescar em período ou local no qual a
fiscalização.
pesca seja proibida:
Multa de R$ 700,00 (setecentos reais) a Art. 38. Importar ou exportar quaisquer espé-
R$ 100.000,00 (cem mil reais), com acréscimo de cies aquáticas, em qualquer estágio de desenvol-
R$ 20,00 (vinte reais), por quilo ou fração do produ- vimento, bem como introduzir espécies nativas,
to da pescaria, ou por espécime quando se tratar exóticas ou não autóctones em águas jurisdicio-
de produto de pesca para uso ornamental. nais brasileiras, sem autorização ou licença do ór-
Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas gão competente, ou em desacordo com a obtida:
quem: Multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 50.000,00
I – pesca espécies que devam ser preservadas (cinquenta mil reais), com acréscimo de R$ 20,00
ou espécimes com tamanhos inferiores aos per- (vinte reais) por quilo ou fração do produto da
mitidos; pescaria, ou por espécime quando se tratar de
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DECRETO Nº 6.514, DE 22 DE JULHO DE 2008
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por hectare ou § 4º As sanções previstas neste artigo não serão
fração. (Artigo com redação dada pelo Decreto nº 6.686, aplicadas quando o prazo previsto não for cum-
de 10/12/2008) prido por culpa imputável exclusivamente ao
Art. 53. Explorar ou danificar floresta ou qualquer órgão ambiental. (Parágrafo acrescido pelo Decreto
nº 6.686, de 10/12/2008)
tipo de vegetação nativa ou de espécies nativas
plantadas, localizada fora de área de reserva legal § 5º O proprietário ou possuidor terá prazo de
averbada, de domínio público ou privado, sem cento e vinte dias para averbar a localização, com-
aprovação prévia do órgão ambiental competente pensação ou desoneração da reserva legal, con-
ou em desacordo com a concedida: tados da emissão dos documentos por parte do
Multa de R$ 300,00 (trezentos reais), por hectare órgão ambiental competente ou instituição ha-
ou fração, ou por unidade, estéreo, quilo, mdc ou bilitada. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 7.029, de
10/12/2009)
metro cúbico.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem § 6º No prazo a que se refere o § 5º, as sanções
deixa de cumprir a reposição florestal obrigatória. previstas neste artigo não serão aplicadas. (Pará-
grafo acrescido pelo Decreto nº 7.029, de 10/12/2009)
Art. 54. Adquirir, intermediar, transportar ou co-
mercializar produto ou subproduto de origem Art. 56. Destruir, danificar, lesar ou maltratar,
animal ou vegetal produzido sobre área objeto por qualquer modo ou meio, plantas de orna-
de embargo: mentação de logradouros públicos ou em pro-
Multa de R$ R$ 500,00 (quinhentos reais) por priedade privada alheia:
quilograma ou unidade. Multa de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 1.000,00 (mil
Parágrafo único. A aplicação do disposto neste reais) por unidade ou metro quadrado.
artigo dependerá de prévia divulgação dos dados Art. 57. Comercializar, portar ou utilizar em flo-
do imóvel rural, da área ou local embargado e do resta ou demais formas de vegetação, motosserra
respectivo titular de que trata o § 1º do art. 18 e sem licença ou registro da autoridade ambiental
estará limitada à área onde efetivamente ocorreu competente:
o ilícito. (Parágrafo único com redação dada pelo Decreto Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), por unidade.
nº 6.686, de 10/12/2008)
Art. 58. Fazer uso de fogo em áreas agropastoris
Art. 55. Deixar de averbar a reserva legal: sem autorização do órgão competente ou em
Penalidade de advertência e multa diária de R$ desacordo com a obtida:
50,00 (cinquenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), por hectare
reais) por hectare ou fração da área de reserva legal. ou fração.
(Caput do artigo com redação dada pelo Decreto nº 6.686,
Art. 59. Fabricar, vender, transportar ou soltar ba-
de 10/12/2008)
lões que possam provocar incêndios nas florestas
§ 1º O autuado será advertido para que, no e demais formas de vegetação, em áreas urbanas
prazo de cento e oitenta dias, apresente termo de ou qualquer tipo de assentamento humano:
compromisso de regularização da reserva legal na Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000,00
forma das alternativas previstas na Lei nº 4.771, de (dez mil reais), por unidade.
15 de setembro de 1965. (Parágrafo com redação dada
pelo Decreto nº 7.029, de 10/12/2009)
Art. 60. As sanções administrativas previstas nesta
§ 2º Durante o período previsto no § 1º, a multa Subseção serão aumentadas pela metade quando:
diária será suspensa. (Parágrafo com redação dada pelo I – ressalvados os casos previstos nos arts. 46
Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
e 58, a infração for consumada mediante uso de
§ 3º Caso o autuado não apresente o termo de fogo ou provocação de incêndio; e
compromisso previsto no § 1º nos cento e vinte II – a vegetação destruída, danificada, utilizada
dias assinalados, deverá a autoridade ambiental ou explorada contiver espécies ameaçadas de
cobrar a multa diária desde o dia da lavratura extinção, constantes de lista oficial.
do auto de infração, na forma estipulada neste Art. 60-A. Nas hipóteses previstas nos arts. 50, 51,
Decreto. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 6.686, de 52 e 53, em se tratando de espécies nativas planta-
10/12/2008) das, a autorização de corte poderá ser substituída
73
pelo protocolo do pedido junto ao órgão ambien- ção ou contenção em caso de risco ou de dano
tal competente, caso em que este será instado ambiental grave ou irreversível;
pelo agente de fiscalização a fazer as necessárias VIII – provocar pela emissão de efluentes ou car-
verificações quanto à real origem do material. (Ar- reamento de materiais o perecimento de espéci-
tigo acrescido pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) mes da biodiversidade;
S u b s e ç ã o I I I IX – lançar resíduos sólidos ou rejeitos em praias,
Das Infrações Relativas à Poluição e Outras In- no mar ou quaisquer recursos hídricos; (Inciso acres-
frações Ambientais cido pelo Decreto nº 7.404, de 23/12/2010)
X – lançar resíduos sólidos ou rejeitos in natura
Art. 61. Causar poluição de qualquer natureza em
a céu aberto, excetuados os resíduos de minera-
níveis tais que resultem ou possam resultar em da-
ção; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 7.404, de 23/12/2010)
nos à saúde humana, ou que provoquem a mor-
XI – queimar resíduos sólidos ou rejeitos a céu
tandade de animais ou a destruição significativa
aberto ou em recipientes, instalações e equipa-
da biodiversidade:
mentos não licenciados para a atividade; (Inciso
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a
acrescido pelo Decreto nº 7.404, de 23/12/2010)
R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais).
XII – descumprir obrigação prevista no sistema
Parágrafo único. As multas e demais penali-
de logística reversa implantado nos termos da
dades de que trata o caput serão aplicadas após
Lei nº 12.305, de 2010, consoante as responsa-
laudo técnico elaborado pelo órgão ambiental
bilidades específicas estabelecidas para o refe-
competente, identificando a dimensão do dano
rido sistema; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 7.404, de
decorrente da infração e em conformidade com a
23/12/2010)
gradação do impacto.
XIII – deixar de segregar resíduos sólidos na
Art. 62. Incorre nas mesmas multas do art. 61 forma estabelecida para a coleta seletiva, quando
quem: a referida coleta for instituída pelo titular do ser-
I – tornar uma área, urbana ou rural, imprópria viço público de limpeza urbana e manejo de resí-
para ocupação humana; duos sólidos; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 7.404, de
II – causar poluição atmosférica que provoque a 23/12/2010)
retirada, ainda que momentânea, dos habitantes XIV – destinar resíduos sólidos urbanos à re-
das áreas afetadas ou que provoque, de forma cuperação energética em desconformidade com
recorrente, significativo desconforto respiratório o § 1º do art. 9º da Lei nº 12.305, de 2010, e res-
ou olfativo devidamente atestado pelo agente au- pectivo regulamento; (Inciso acrescido pelo Decreto
tuante; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 6.686, nº 7.404, de 23/12/2010)
de 10/12/2008) XV – deixar de manter atualizadas e disponíveis
III – causar poluição hídrica que torne neces- ao órgão municipal competente e a outras auto-
sária a interrupção do abastecimento público de ridades informações completas sobre a realização
água de uma comunidade; das ações do sistema de logística reversa sobre
IV – dificultar ou impedir o uso público das sua responsabilidade; (Inciso acrescido pelo Decreto
praias pelo lançamento de substâncias, efluen- nº 7.404, de 23/12/2010)
tes, carreamento de materiais ou uso indevido XVI – não manter atualizadas e disponíveis ao
dos recursos naturais; órgão municipal competente, ao órgão licenciador
V – lançar resíduos sólidos, líquidos ou gasosos do Sisnama e a outras autoridades, informações
ou detritos, óleos ou substâncias oleosas em desa- completas sobre a implementação e a operacio-
cordo com as exigências estabelecidas em leis ou nalização do plano de gerenciamento de resíduos
atos normativos; sólidos sob sua responsabilidade; e (Inciso acrescido
VI – deixar, aquele que tem obrigação, de dar pelo Decreto nº 7.404, de 23/12/2010)
destinação ambientalmente adequada a produ- XVII – deixar de atender às regras sobre registro,
tos, subprodutos, embalagens, resíduos ou subs- gerenciamento e informação previstos no § 2º do
tâncias quando assim determinar a lei ou ato nor- art. 39 da Lei nº 12.305, de 2010. (Inciso acrescido pelo
mativo; Decreto nº 7.404, de 23/12/2010)
VII – deixar de adotar, quando assim o exigir § 1º As multas de que tratam os incisos I a
a autoridade competente, medidas de precau- XI deste artigo serão aplicadas após laudo de
74
DECRETO Nº 6.514, DE 22 DE JULHO DE 2008
constatação. (Primitivo parágrafo único renumerado e descarta de forma irregular ou os utiliza em desa-
com redação dada pelo Decreto nº 7.404, de 23/12/2010) cordo com as normas de segurança.
§ 2º Os consumidores que descumprirem as § 2º Se o produto ou a substância for nuclear
respectivas obrigações previstas nos sistemas de ou radioativa, a multa é aumentada ao quíntuplo.
logística reversa e de coleta seletiva estarão sujei- Art. 65. Deixar, o fabricante de veículos ou moto-
tos à penalidade de advertência. (Parágrafo acrescido res, de cumprir os requisitos de garantia ao atendi-
pelo Decreto nº 7.404, de 23/12/2010)
mento dos limites vigentes de emissão de poluen-
§ 3º No caso de reincidência no cometimento tes atmosféricos e de ruído, durante os prazos e
da infração prevista no § 2º, poderá ser aplicada quilometragens previstos na legislação:
a penalidade de multa, no valor de R$ 50,00 (cin- Multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a
quenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais). (Pará- R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
grafo acrescido pelo Decreto nº 7.404, de 23/12/2010)
§ 4º A multa simples a que se refere o § 3º pode Art. 66. Construir, reformar, ampliar, instalar ou
ser convertida em serviços de preservação, melho- fazer funcionar estabelecimentos, atividades,
ria e recuperação da qualidade do meio ambiente. obras ou serviços utilizadores de recursos am-
(Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 7.404, de 23/12/2010)
bientais, considerados efetiva ou potencialmente
§ 5º Não estão compreendidas na infração do in- poluidores, sem licença ou autorização dos ór-
ciso IX as atividades de deslocamento de material gãos ambientais competentes, em desacordo com
do leito de corpos d’água por meio de dragagem, a licença obtida ou contrariando as normas legais
devidamente licenciado ou aprovado. (Parágrafo e regulamentos pertinentes:
acrescido pelo Decreto nº 7.404, de 23/12/2010)
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a
§ 6º As bacias de decantação de resíduos ou R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais). (Caput
do artigo com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de
rejeitos industriais ou de mineração, devidamente
10/12/2008)
licenciadas pelo órgão competente do Sisnama,
não são consideradas corpos hídricos para efei- Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas
tos do disposto no inciso IX. (Parágrafo acrescido pelo quem:
Decreto nº 7.404, de 23/12/2010)
I – constrói, reforma, amplia, instala ou faz fun-
cionar estabelecimento, obra ou serviço sujeito
Art. 63. Executar pesquisa, lavra ou extração de a licenciamento ambiental localizado em uni-
minerais sem a competente autorização, permis- dade de conservação ou em sua zona de amorte-
são, concessão ou licença da autoridade ambien- cimento, ou em áreas de proteção de mananciais
tal competente ou em desacordo com a obtida: legalmente estabelecidas, sem anuência do res-
Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a pectivo órgão gestor; e (Inciso com redação dada pelo
R$ 3.000,00 (três mil reais), por hectare ou fração. Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas II – deixa de atender a condicionantes estabele-
quem deixa de recuperar a área pesquisada ou cidas na licença ambiental.
explorada, nos termos da autorização, permissão,
licença, concessão ou determinação do órgão Art. 67. Disseminar doença ou praga ou espécies
ambiental competente. que possam causar dano à fauna, à flora ou aos
ecossistemas:
Art. 64. Produzir, processar, embalar, importar, Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a
exportar, comercializar, fornecer, transportar, ar- R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais). (Artigo
mazenar, guardar, ter em depósito ou usar pro- com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
duto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à
saúde humana ou ao meio ambiente, em desa- Art. 68. Conduzir, permitir ou autorizar a condução
cordo com as exigências estabelecidas em leis ou de veículo automotor em desacordo com os limites
em seus regulamentos: e exigências ambientais previstos na legislação:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000,00
R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). (dez mil reais).
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem abandona Art. 69. Importar ou comercializar veículo au-
os produtos ou substâncias referidas no caput, tomotor sem Licença para Uso da Configuração
75
de Veículos ou Motor (LCVM) expedida pela auto- seu valor paisagístico, ecológico, turístico, artís-
ridade competente: tico, histórico, cultural, religioso, arqueológico,
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000.000,00 etnográfico ou monumental, sem autorização da
(dez milhões de reais) e correção de todas as unida- autoridade competente ou em desacordo com a
des de veículo ou motor que sofrerem alterações. concedida:
Art. 70. Importar pneu usado ou reformado em Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 200.000,00
desacordo com a legislação: (duzentos mil reais).
Multa de R$ 400,00 (quatrocentos reais), por Art. 74. Promover construção em solo não edi-
unidade. ficável, ou no seu entorno, assim considerado
§ 1º Incorre na mesma multa quem comercializa,
em razão de seu valor paisagístico, ecológico,
transporta, armazena, guarda ou mantém em
artístico, turístico, histórico, cultural, religioso,
depósito pneu usado ou reformado, importado
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem
nessas condições.
autorização da autoridade competente ou em
§ 2º Ficam isentas do pagamento da multa a que
desacordo com a concedida:
se refere este artigo as importações de pneumáti-
Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a
cos reformados classificados nas NCM 4012.1100,
4012.1200, 4012.1300 e 4012.1900, procedentes R$ 100.000,00 (cem mil reais).
dos Estados Partes do Mercosul, ao amparo do Art. 75. Pichar, grafitar ou por outro meio cons-
Acordo de Complementação Econômica nº 18. purcar edificação alheia ou monumento urbano:
Art. 71. Alterar ou promover a conversão de qual- Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 50.000,00 (cin-
quer item em veículos ou motores novos ou usa- quenta mil reais).
dos que provoque alterações nos limites e exigên- Parágrafo único. Se o ato for realizado em mo-
cias ambientais previstas na legislação: numento ou coisa tombada, a multa é aplicada
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ em dobro.
10.000,00 (dez mil reais), por veículo, e correção
Subseção V
da irregularidade. Das Infrações Administrativas contra
Art. 71-A. Importar resíduos sólidos perigosos a Administração Ambiental
e rejeitos, bem como os resíduos sólidos cujas Art. 76. Deixar de inscrever-se no Cadastro Técnico
características causem dano ao meio ambiente,
Federal de que trata o art.17 da Lei 6.938, de 1981:
à saúde pública e animal e à sanidade vegetal,
Multa de:
ainda que para tratamento, reforma, reuso, reu-
I – R$ 50,00 (cinquenta reais), se pessoa física;
tilização ou recuperação:
II – R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), se micro-
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a
empresa;
R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais). (Artigo
III – R$ 900,00 (novecentos reais), se empresa
acrescido pelo Decreto nº 7.404, de 23/12/2010)
de pequeno porte;
Subseção IV IV – R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), se em-
Das Infrações contra o Ordenamento
presa de médio porte; e
Urbano e o Patrimônio Cultural
V – R$ 9.000,00 (nove mil reais), se empresa de
Art. 72. Destruir, inutilizar ou deteriorar: grande porte.
I – bem especialmente protegido por lei, ato
administrativo ou decisão judicial; ou Art. 77. Obstar ou dificultar a ação do Poder Pú-
II – arquivo, registro, museu, biblioteca, pina- blico no exercício de atividades de fiscalização
coteca, instalação científica ou similar protegido ambiental:
por lei, ato administrativo ou decisão judicial: Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a
Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais).
R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). Art. 78. Obstar ou dificultar a ação do órgão am-
Art. 73. Alterar o aspecto ou estrutura de edifica- biental, ou de terceiro por ele encarregado, na co-
ção ou local especialmente protegido por lei, ato leta de dados para a execução de georreferencia-
administrativo ou decisão judicial, em razão de mento de imóveis rurais para fins de fiscalização:
76
DECRETO Nº 6.514, DE 22 DE JULHO DE 2008
Multa de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 300,00 (tre- conservação, de acordo com o que se dispuser em
zentos reais) por hectare do imóvel. (Artigo com re- regulamento e no plano de manejo da unidade.
dação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) § 2º Nas áreas particulares localizadas em re-
Art. 79. Descumprir embargo de obra ou ativi- fúgios de vida silvestre, monumentos naturais
dade e suas respectivas áreas: e reservas particulares do patrimônio natural
Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a podem ser criados animais domésticos e culti-
R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). vadas plantas considerados compatíveis com as
finalidades da unidade, de acordo com o que dis-
Art. 80. Deixar de atender a exigências legais ou
puser o seu plano de manejo.
regulamentares quando devidamente notificado
pela autoridade ambiental competente no prazo Art. 85. Violar as limitações administrativas pro-
concedido, visando à regularização, correção ou visórias impostas às atividades efetiva ou poten-
adoção de medidas de controle para cessar a cialmente causadoras de degradação ambiental
degradação ambiental: nas áreas delimitadas para realização de estudos
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 1.000.000,00 com vistas à criação de unidade de conservação:
(um milhão de reais). (Artigo com redação dada pelo De- Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a
creto nº 6.686, de 10/12/2008) R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
Art. 81. Deixar de apresentar relatórios ou infor- Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas
mações ambientais nos prazos exigidos pela legis- quem explora a corte raso a floresta ou outras
lação ou, quando aplicável, naquele determinado formas de vegetação nativa nas áreas definidas
pela autoridade ambiental: no caput.
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 100.000,00 Art. 86. Realizar pesquisa científica, envolvendo
(cem mil reais). ou não coleta de material biológico, em unidade
Art. 82. Elaborar ou apresentar informação, es- de conservação sem a devida autorização, quan-
tudo, laudo ou relatório ambiental total ou par- do esta for exigível:
cialmente falso, enganoso ou omisso, seja nos sis- Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a
temas oficiais de controle, seja no licenciamento, R$ 10.000,00 (dez mil reais).
na concessão florestal ou em qualquer outro pro- § 1º A multa será aplicada em dobro caso as ati-
cedimento administrativo ambiental: vidades de pesquisa coloquem em risco demográ-
Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a fico as espécies integrantes dos ecossistemas pro-
R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). tegidos.
Art. 83. Deixar de cumprir compensação ambien- § 2º Excetuam-se do disposto neste artigo as
tal determinada por lei, na forma e no prazo exigi- áreas de proteção ambiental e reservas particula-
dos pela autoridade ambiental: res do patrimônio natural, quando as atividades
Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a de pesquisa científica não envolverem a coleta de
R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). material biológico.
§ 1º O autuado será intimado da lavratura do da Procuradoria-Geral Federal que atua junto à
auto de infração pelas seguintes formas: (Parágrafo respectiva unidade administrativa da entidade
acrescido pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) responsável pela autuação.
I – pessoalmente; Parágrafo único. Constatado o vício sanável, sob
II – por seu representante legal; alegação do autuado, o procedimento será anu-
III – por carta registrada com aviso de rece- lado a partir da fase processual em que o vício foi
bimento; produzido, reabrindo-se novo prazo para defesa,
IV – por edital, se estiver o infrator autuado em aproveitando-se os atos regularmente produzidos.
lugar incerto, não sabido ou se não for localizado Art. 100. O auto de infração que apresentar vício
no endereço. insanável deverá ser declarado nulo pela autori-
§ 2º Caso o autuado se recuse a dar ciência do dade julgadora competente, que determinará o ar-
auto de infração, o agente autuante certificará o quivamento do processo, após o pronunciamento
ocorrido na presença de duas testemunhas e do órgão da Procuradoria-Geral Federal que atua
o entregará ao autuado. (Primitivo § 1º renumerado junto à respectiva unidade administrativa da en-
pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) tidade responsável pela autuação.
§ 3º Nos casos de evasão ou ausência do respon- § 1º Para os efeitos do caput, considera-se ví-
sável pela infração administrativa, e inexistindo cio insanável aquele em que a correção da autua-
preposto identificado, o agente autuante apli- ção implica modificação do fato descrito no auto
cará o disposto no § 1º, encaminhando o auto de de infração.
infração por via postal com aviso de recebimento § 2º Nos casos em que o auto de infração for
ou outro meio válido que assegure a sua ciên- declarado nulo e estiver caracterizada a conduta
cia. (Primitivo § 2º renumerado pelo Decreto nº 6.686, de ou atividade lesiva ao meio ambiente, deverá ser
10/12/2008) lavrado novo auto, observadas as regras relativas
§ 4º (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) à prescrição.
Art. 97. O auto de infração deverá ser lavrado em § 3º O erro no enquadramento legal da infração
impresso próprio, com a identificação do autuado, não implica vício insanável, podendo ser alterado
a descrição clara e objetiva das infrações adminis- pela autoridade julgadora mediante decisão fun-
trativas constatadas e a indicação dos respecti- damentada que retifique o auto de infração. (Pará-
vos dispositivos legais e regulamentares infringi- grafo acrescido pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
dos, não devendo conter emendas ou rasuras que Art. 101. Constatada a infração ambiental, o agen-
comprometam sua validade. te autuante, no uso do seu poder de polícia, po-
Art. 97-A. (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) derá adotar as seguintes medidas administrativas:
§ 1º Os animais de que trata o inciso II, após ava- oriundos de infração administrativa ao meio am-
liados, poderão ser doados, mediante decisão mo- biente ou que tenha como objetivo interromper
tivada da autoridade ambiental, sempre que sua o uso contínuo de matéria-prima e subprodutos
guarda ou venda forem inviáveis econômica ou de origem ilegal.
operacionalmente. Art. 110. A suspensão parcial ou total de ativi-
§ 2º A doação a que se refere o § 1º será feita às dades constitui medida que visa a impedir a con-
instituições mencionadas no art. 135. tinuidade de processos produtivos em desacordo
§ 3º O órgão ou entidade ambiental deverá com a legislação ambiental.
estabelecer mecanismos que assegurem a inde-
nização ao proprietário dos animais vendidos ou Art. 111. Os produtos, inclusive madeiras, subpro-
doados, pelo valor de avaliação consignado no dutos e instrumentos utilizados na prática da in-
termo de apreensão, caso esta não seja confir- fração poderão ser destruídos ou inutilizados
mada na decisão do processo administrativo. quando:
§ 4º Serão consideradas sob risco iminente de I – a medida for necessária para evitar o seu uso
perecimento as madeiras que estejam acondi- e aproveitamento indevidos nas situações em que
cionadas a céu aberto ou que não puderem ser o transporte e a guarda forem inviáveis em face
guardadas ou depositadas em locais próprios, das circunstâncias; ou
sob vigilância, ou ainda quando inviável o trans- II – possam expor o meio ambiente a riscos sig-
porte e guarda, atestados pelo agente autuante no nificativos ou comprometer a segurança da po-
documento de apreensão. pulação e dos agentes públicos envolvidos na
§ 5º A libertação dos animais da fauna silvestre fiscalização.
em seu habitat natural deverá observar os cri- Parágrafo único. O termo de destruição ou inu-
térios técnicos previamente estabelecidos pelo tilização deverá ser instruído com elementos que
órgão ou entidade ambiental competente. (Pará- identifiquem as condições anteriores e posteriores
grafo acrescido pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) à ação, bem como a avaliação dos bens destruídos.
Art. 108. O embargo de obra ou atividade e suas Art. 112. A demolição de obra, edificação ou cons-
respectivas áreas tem por objetivo impedir a con- trução não habitada e utilizada diretamente para
tinuidade do dano ambiental, propiciar a rege- a infração ambiental dar-se-á excepcionalmente
neração do meio ambiente e dar viabilidade à no ato da fiscalização nos casos em que se consta-
recuperação da área degradada, devendo restrin- tar que a ausência da demolição importa em imi-
gir-se exclusivamente ao local onde verificou-se nente risco de agravamento do dano ambiental ou
a prática do ilícito. (Caput do artigo com redação dada de graves riscos à saúde. (Caput do artigo com redação
pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) dada pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
§ 1º No caso de descumprimento ou violação do § 1º A demolição poderá ser feita pelo agente
embargo, a autoridade competente, além de ado- autuante, por quem este autorizar ou pelo pró-
tar as medidas previstas nos arts. 18 e 79, deverá prio infrator e deverá ser devidamente descrita e
comunicar ao Ministério Público, no prazo máximo documentada, inclusive com fotografias. (Parágrafo
de setenta e duas horas, para que seja apurado com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
o cometimento de infração penal. (Parágrafo com § 2º As despesas para a realização da demolição
redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) correrão às custas do infrator.
§ 2º Nos casos em que o responsável pela infra- § 3º A demolição de que trata o caput não será
ção administrativa ou o detentor do imóvel onde realizada em edificações residenciais.
foi praticada a infração for indeterminado, desco- Seção III
nhecido ou de domicílio indefinido, será realizada Da Defesa
notificação da lavratura do termo de embargo Art. 113. O autuado poderá, no prazo de vinte
mediante a publicação de seu extrato no Diário dias, contados da data da ciência da autuação,
Oficial da União. oferecer defesa contra o auto de infração. (Vide De-
Art. 109. A suspensão de venda ou fabricação de creto nº 9.760, de 11/4/2019)
produto constitui medida que visa a evitar a co- § 1º O órgão ambiental responsável aplicará o
locação no mercado de produtos e subprodutos desconto de trinta por cento de que trata o art. 3º
81
da Lei nº 8.005, de 22 de março de 1990, sempre § 1º O parecer técnico deverá ser elaborado no
que o autuado decidir efetuar o pagamento da prazo máximo de dez dias, ressalvadas as situa-
penalidade no prazo previsto no caput. (Vide Decreto ções devidamente justificadas.
nº 9.760, de 11/4/2019) § 2º A contradita deverá ser elaborada pelo
§ 2º O órgão ambiental responsável concederá agente autuante no prazo de cinco dias, contados
desconto de trinta por cento do valor corrigido da a partir do recebimento do processo.
penalidade, nos termos do art. 4º da Lei nº 8.005, § 3º Entende-se por contradita, para efeito deste
de 1990, para os pagamentos realizados após o Decreto, as informações e esclarecimentos presta-
prazo do caput e no curso do processo pendente dos pelo agente autuante necessários à elucida-
de julgamento. (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) ção dos fatos que originaram o auto de infração,
Art. 114. A defesa poderá ser protocolizada em ou das razões alegadas pelo autuado, facultado
qualquer unidade administrativa do órgão am- ao agente, nesta fase, opinar pelo acolhimento
biental que promoveu a autuação, que o encami- parcial ou total da defesa.
nhará imediatamente à unidade responsável. Art. 120. As provas propostas pelo autuado,
quando impertinentes, desnecessárias ou prote-
Art. 115. A defesa será formulada por escrito e
latórias, poderão ser recusadas, mediante deci-
deverá conter os fatos e fundamentos jurídicos
são fundamentada da autoridade julgadora com-
que contrariem o disposto no auto de infração e
petente.
termos que o acompanham, bem como a espe-
cificação das provas que o autuado pretende pro- Art. 121. O órgão da Procuradoria-Geral Federal,
duzir a seu favor, devidamente justificadas. quando houver controvérsia jurídica, emitirá pare-
Parágrafo único. Requerimentos formulados cer fundamentado para a motivação da decisão da
fora do prazo de defesa não serão conhecidos, autoridade julgadora. (Artigo com redação dada pelo
podendo ser desentranhados dos autos conforme Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
decisão da autoridade ambiental competente. Art. 122. Encerrada a instrução, o autuado terá o
Art. 116. O autuado poderá ser representado por direito de manifestar-se em alegações finais, no
advogado ou procurador legalmente constituído, prazo máximo de dez dias.
devendo, para tanto, anexar à defesa o respectivo Parágrafo único. A autoridade julgadora publi-
instrumento de procuração. cará em sua sede administrativa e em sítio na rede
Parágrafo único. O autuado poderá requerer mundial de computadores a relação dos proces-
prazo de até dez dias para a juntada do instru- sos que entrarão na pauta de julgamento, para
mento a que se refere o caput. fins de apresentação de alegações finais pelos
interessados. (Primitivo § 1º transformado em pará-
Art. 117. A defesa não será conhecida quando
grafo único e com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de
apresentada:
10/12/2008) (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019)
I – fora do prazo;
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
II – por quem não seja legitimado; ou
III – perante órgão ou entidade ambiental in- Art. 123. A decisão da autoridade julgadora não
competente. se vincula às sanções aplicadas pelo agente au-
tuante, ou ao valor da multa, podendo, em deci-
Seção IV
Da Instrução e Julgamento são motivada, de ofício ou a requerimento do in-
teressado, minorar, manter ou majorar o seu valor,
Art. 118. Ao autuado caberá a prova dos fatos que respeitados os limites estabelecidos na legislação
tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído à ambiental vigente. (Caput do artigo com redação dada
autoridade julgadora para instrução do processo. pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
Art. 119. A autoridade julgadora poderá requi- Parágrafo único. Nos casos de agravamento da
sitar a produção de provas necessárias à sua con- penalidade, o autuado deverá ser cientificado
vicção, bem como parecer técnico ou contradita antes da respectiva decisão, por meio de aviso de
do agente autuante, especificando o objeto a ser recebimento, para que se manifeste no prazo das
esclarecido. alegações finais. (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019)
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DECRETO Nº 6.514, DE 22 DE JULHO DE 2008
Art. 124. Oferecida ou não a defesa, a autoridade § 2º O órgão ou entidade ambiental competente
julgadora, no prazo de trinta dias, julgará o auto indicará, em ato próprio, a autoridade superior
de infração, decidindo sobre a aplicação das pe- que será responsável pelo julgamento do recurso
nalidades. mencionado no caput. (Parágrafo acrescido pelo De-
§ 1º Nos termos do que dispõe o art. 101, as me- creto nº 6.686, de 10/12/2008)
didas administrativas que forem aplicadas no mo- Art. 127-A. A autoridade que proferiu a decisão
mento da autuação deverão ser apreciadas no ato na defesa recorrerá de ofício à autoridade supe-
decisório, sob pena de ineficácia. rior nas hipóteses a serem definidas pelo órgão
§ 2º A inobservância do prazo para julgamento ou entidade ambiental. (Artigo acrescido pelo Decreto
não torna nula a decisão da autoridade julgadora nº 6.686, de 10/12/2008)
e o processo. Parágrafo único. O recurso de ofício será inter-
§ 3º O órgão ou entidade ambiental compe- posto mediante declaração na própria decisão.
tente indicará, em ato próprio, a autoridade ad-
Art. 128. O recurso interposto na forma prevista
ministrativa responsável pelo julgamento da de-
no art. 127 não terá efeito suspensivo.
fesa, observando-se o disposto no art. 17 da
§ 1º Na hipótese de justo receio de prejuízo de
Lei nº 9.784, de 1999.
difícil ou incerta reparação, a autoridade recorrida
Art. 125. A decisão deverá ser motivada, com a ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou
indicação dos fatos e fundamentos jurídicos em a pedido do recorrente, conceder efeito suspen-
que se baseia. sivo ao recurso.
Parágrafo único. A motivação deve ser explí- § 2º Quando se tratar de penalidade de multa, o
cita, clara e congruente, podendo consistir em recurso de que trata o art. 127 terá efeito suspen-
declaração de concordância com fundamentos sivo quanto a esta penalidade.
de anteriores pareceres, informações ou deci-
Art. 129. A autoridade superior responsável pelo
sões, que, neste caso, serão parte integrante do
julgamento do recurso poderá confirmar, modi-
ato decisório.
ficar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a
Art. 126. Julgado o auto de infração, o autuado decisão recorrida. (Artigo com redação dada pelo De-
será notificado por via postal com aviso de rece- creto nº 6.686, de 10/12/2008)
bimento ou outro meio válido que assegure a cer- § 1º (Revogado pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
teza de sua ciência para pagar a multa no prazo de § 2º (Revogado pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
cinco dias, a partir do recebimento da notificação,
Art. 130. Da decisão proferida pela autoridade
ou para apresentar recurso.
superior caberá recurso ao Conama, no prazo de
Parágrafo único. O pagamento realizado no
vinte dias. (Caput do artigo com redação dada pelo De-
prazo disposto no caput contará com o desconto
creto nº 6.686, de 10/12/2008)
de trinta por cento do valor corrigido da penali-
§ 1º O recurso de que trata este artigo será diri-
dade, nos termos do art. 4º da Lei nº 8.005, de 1990.
gido à autoridade superior que proferiu a decisão
Seção V no recurso, a qual, se não a reconsiderar no prazo
Dos Recursos de cinco dias, e após exame prévio de admissibi-
Art. 127. Da decisão proferida pela autoridade lidade, o encaminhará ao Presidente do Conama.
julgadora caberá recurso no prazo de vinte dias. (Primitivo parágrafo único renumerado e com redação dada
(Caput do artigo com redação dada pelo Decreto nº 6.686, pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
de 10/12/2008) § 2º A autoridade julgadora junto ao Conama
§ 1º O recurso hierárquico de que trata este não poderá modificar a penalidade aplicada para
artigo será dirigido à autoridade administrativa agravar a situação do recorrente. (Parágrafo acres-
julgadora que proferiu a decisão na defesa, a qual, cido pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o § 3º O recurso interposto na forma prevista
encaminhará à autoridade superior. (Primitivo pa- neste artigo não terá efeito suspensivo, salvo
rágrafo único renumerado com redação dada pelo Decreto quanto à penalidade de multa. (Parágrafo acrescido
nº 6.686, de 10/12/2008) pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
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§ 4º Na hipótese de justo receio de prejuízo de neste último caso, por meio da reciclagem
difícil ou incerta reparação, a autoridade recorri- quando o instrumento puder ser utilizado na prá-
da ou a imediatamente superior poderá, de ofício tica de novas infrações;
ou a pedido do recorrente, dar efeito suspensivo V – os demais petrechos, equipamentos, veí-
ao recurso. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 6.686, de culos e embarcações descritos no inciso IV do
10/12/2008) art. 72 da Lei nº 9.605, de 1998, poderão ser utili-
§ 5º O órgão ou entidade ambiental disciplinará zados pela administração quando houver neces-
os requisitos e procedimentos para o processa- sidade, ou ainda vendidos, doados ou destruí-
mento do recurso previsto no caput deste artigo.
dos, conforme decisão motivada da autoridade
(Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
ambiental;
Art. 131. O recurso não será conhecido quando VI – os animais domésticos e exóticos serão
interposto: vendidos ou doados;
I – fora do prazo; VII – os animais da fauna silvestre serão liberta-
II – perante órgão ambiental incompetente; ou dos em seu habitat ou entregues a jardins zooló-
III – por quem não seja legitimado. gicos, fundações, centros de triagem, criadouros
Art. 132. Após o julgamento, o Conama restituirá regulares ou entidades assemelhadas, desde
os processos ao órgão ambiental de origem, para que fiquem sob a responsabilidade de técnicos
que efetue a notificação do interessado, dando habilitados. (Inciso acrescido pelo Decreto nº 6.686, de
ciência da decisão proferida. 10/12/2008)
Art. 133. Havendo decisão confirmatória do auto Art. 135. Os bens apreendidos poderão ser doa-
de infração por parte do Conama, o interessado dos pela autoridade competente para órgãos e
será notificado nos termos do art. 126. entidades públicas de caráter científico, cultural,
Parágrafo único. As multas estarão sujeitas à
educacional, hospitalar, penal, militar e social,
atualização monetária desde a lavratura do auto
bem como para outras entidades sem fins lucra-
de infração até o seu efetivo pagamento, sem
tivos de caráter beneficente. (Caput do artigo com
prejuízo da aplicação de juros de mora e demais
redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008)
encargos conforme previsto em lei.
Parágrafo único. Os produtos da fauna não
Seção VI perecíveis serão destruídos ou doados a institui-
Do Procedimento Relativo à Destinação
ções científicas, culturais ou educacionais.
dos Bens e Animais Apreendidos
Art. 136. Tratando-se de apreensão de substân-
Art. 134. Após decisão que confirme o auto de in-
cias ou produtos tóxicos, perigosos ou nocivos à
fração, os bens e animais apreendidos que ainda
saúde humana ou ao meio ambiente, as medidas
não tenham sido objeto da destinação prevista no
art. 107, não mais retornarão ao infrator, devendo a serem adotadas, inclusive a destruição, serão
ser destinados da seguinte forma: determinadas pelo órgão competente e correrão
I – os produtos perecíveis serão doados; a expensas do infrator.
II – as madeiras poderão ser doadas a órgãos Art. 137. O termo de doação de bens apreendidos
ou entidades públicas, vendidas ou utilizadas vedará a transferência a terceiros, a qualquer tí-
pela administração quando houver necessidade, tulo, dos animais, produtos, subprodutos, ins-
conforme decisão motivada da autoridade com- trumentos, petrechos, equipamentos, veículos e
petente; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 6.686, embarcações doados.
de 10/12/2008)
Parágrafo único. A autoridade ambiental poderá
III – os produtos e subprodutos da fauna não
autorizar a transferência dos bens doados quando
perecíveis serão destruídos ou doados a institui-
tal medida for considerada mais adequada à exe-
ções científicas, culturais ou educacionais;
cução dos fins institucionais dos beneficiários.
IV – os instrumentos utilizados na prática da in-
fração poderão ser destruídos, utilizados pela ad- Art. 138. Os bens sujeitos à venda serão subme-
ministração quando houver necessidade, doados tidos a leilão, nos termos do § 5º do art. 22 da
ou vendidos, garantida a sua descaracterização, Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
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Parágrafo único. Os custos operacionais de depó- V – manutenção de espaços públicos que te-
sito, remoção, transporte, beneficiamento e demais nham como objetivo a conservação, a proteção e
encargos legais correrão à conta do adquirente. a recuperação de espécies da flora nativa ou da
fauna silvestre e de áreas verdes urbanas destina-
Seção VII
das à proteção dos recursos hídricos; (Inciso acres-
Do Procedimento de Conversão
cido pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
de Multa Simples em Serviços de
Preservação, Melhoria e Recuperação VI – educação ambiental; ou (Inciso acrescido pelo
da Qualidade do Meio Ambiente Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760,
de 11/4/2019)
Art. 139. Fica instituído o Programa de Conversão VII – promoção da regularização fundiária de
de Multas Ambientais emitidas por órgãos e enti- unidades de conservação. (Inciso acrescido pelo
dades da União, integrantes do Sistema Nacional Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760,
do Meio Ambiente (Sisnama). (Caput do artigo com de 11/4/2019)
redação dada pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) VIII – (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019)
Parágrafo único. A autoridade ambiental federal IX – (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019)
competente para a apuração da infração po- X – (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019)
derá converter a multa simples em serviços de § 1º Na hipótese de os serviços a serem executa-
preservação, melhoria e recuperação da quali- dos demandarem recuperação da vegetação na-
dade do meio ambiente, observado o disposto tiva em imóvel rural, as áreas beneficiadas com a
no § 4º do art. 72 da Lei nº 9.605, de 1998. (Pará- prestação de serviço objeto da conversão deverão
grafo único acrescido pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) estar inscritas no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
(Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
Art. 140. São considerados serviços de preser- § 2º O disposto no § 1º não se aplica aos assenta-
vação, melhoria e recuperação da qualidade do mentos de reforma agrária, aos territórios indíge-
meio ambiente, as ações, as atividades e as obras nas e quilombolas e às unidades de conservação,
incluídas em projetos com, no mínimo, um dos ressalvadas as Áreas de Proteção Ambiental. (Pará-
seguintes objetivos: (Caput do artigo com redação dada grafo acrescido pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) Art. 140-A. Os órgãos federais de que trata esta
I – recuperação: (Caput do inciso com redação dada Seção poderão realizar chamadas públicas para
pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) selecionar projetos apresentados por órgãos
a) de áreas degradadas para conservação da e entidades, públicas ou privadas, sem fins lu-
biodiversidade e conservação e melhoria da qua- crativos, para execução dos serviços de que
lidade do meio ambiente; (Alínea acrescida pelo De- trata o art. 140, em áreas públicas ou privadas.
creto nº 9.179, de 23/10/2017) (Artigo acrescido pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
b) de processos ecológicos essenciais; (Alínea (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019)
acrescida pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) Parágrafo único. As chamadas públicas previstas
c) de vegetação nativa para proteção; e (Alínea no caput poderão ser realizadas de forma conjunta
acrescida pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) pelos órgãos federais de que trata a presente seção.
d) de áreas de recarga de aquíferos; (Alínea acres- Art. 141. Não caberá conversão de multa para
cida pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) reparação de danos decorrentes das próprias in-
II – proteção e manejo de espécies da flora na- frações. (Caput do artigo com redação dada pelo Decreto
tiva e da fauna silvestre; (Inciso com redação dada pelo nº 9.179, de 23/10/2017)
Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) I – (Revogado pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
III – monitoramento da qualidade do meio am- II – (Revogado pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
biente e desenvolvimento de indicadores ambien- Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto nº 9.179, de
tais; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
23/10/2017) Art. 142. O autuado poderá requerer a conver-
IV – mitigação ou adaptação às mudanças do são de multa de que trata esta Seção até o mo-
clima; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 9.179, de mento da sua manifestação em alegações fi-
23/10/2017) nais, na forma estabelecida no art. 122. (Artigo
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com redação dada pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) § 3º Na hipótese prevista no inciso II do § 2º, o
(Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) valor consolidado nominal da multa a ser conver-
I – (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) tida poderá ser parcelado em até vinte e quatro
II – (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) parcelas mensais e sucessivas, sobre as quais in-
III – (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) cidirá reajuste mensal com base na variação do
Art. 142-A. O autuado, ao pleitear a conversão de Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
multa, deverá optar: (Artigo acrescido pelo Decreto nº 9.179, (IPCA). (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 9.179,
de 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) de 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019)
I – pela implementação, por seus meios, de ser- § 4º Os custos decorrentes de serviços bancários
viço de preservação, melhoria e recuperação da necessários à operacionalização da conversão de
qualidade do meio ambiente, no âmbito de, no multa na modalidade prevista no inciso II do caput
mínimo, um dos objetivos previstos nos incisos I do art. 142-A serão deduzidos dos valores obtidos
a VII do caput do art. 140; ou (Vide Decreto nº 9.760, por meio dos rendimentos sobre os valores depo-
de 11/4/2019) sitados em conta garantia até o limite dos referi-
II – pela adesão a projeto previamente sele- dos custos. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.179, de
cionado pelo órgão federal emissor da multa, na 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019)
forma estabelecida no art. 140-A, observados os § 5º Na hipótese de os resultados dos rendimen-
objetivos previstos nos incisos I a VII do caput do tos sobre os valores depositados em conta garan-
art. 140. (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) tia não serem suficientes para a cobertura dos cus-
§ 1º Na hipótese prevista no inciso I do caput, tos bancários, o autuado complementará o valor
o autuado respeitará as diretrizes definidas pelo faltoso. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.179, de
órgão federal emissor da multa, o qual poderá 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019)
admitir a participação de mais de um autuado na § 6º Na hipótese de os resultados dos rendimen-
elaboração e na execução do projeto. (Vide Decreto tos sobre os valores depositados em conta garan-
nº 9.760, de 11/4/2019) tia ultrapassarem o valor devido aos custos ban-
§ 2º Na hipótese prevista no inciso II do caput, o cários, o excedente será aplicado integralmente
autuado outorgará poderes ao órgão federal emis- na prestação de serviços ambientais estabele-
sor da multa para escolha do projeto a ser contem- cidos pelo órgão federal emissor da multa, con-
plado. (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) forme estabelecido no art. 140. (Parágrafo acrescido
§ 3º (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760,
de 11/4/2019)
Art. 143. O valor dos custos dos serviços de pre-
§ 7º O valor resultante do desconto não po-
servação, conservação, melhoria e recuperação
derá ser inferior ao valor mínimo legal aplicável
da qualidade do meio ambiente será igual ou su-
à infração. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.179, de
perior ao valor da multa convertida. (Caput do artigo
23/10/2017)
com redação dada pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
§ 1º Independentemente do valor da multa apli- Art. 144. O requerimento de conversão de multa
cada, o autuado fica obrigado a reparar integral- na modalidade prevista no inciso I do caput do
mente o dano que tenha causado. (Parágrafo com art. 142-A será instruído com o projeto, conforme
redação dada pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) as diretrizes estabelecidas pelo órgão federal
§ 2º A autoridade ambiental, ao deferir o pe- emissor da multa. (Caput do parágrafo com redação
dido de conversão, aplicará sobre o valor da multa dada pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) (Vide Decreto
consolidada o desconto de: (Caput do parágrafo com nº 9.760, de 11/4/2019)
redação dada pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) (Vide § 1º Na hipótese de o autuado não dispor de
Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) projeto na data do requerimento, a autoridade
I – trinta e cinco por cento, na hipótese prevista julgadora, se provocada, poderá conceder prazo
no inciso I do caput do art. 142-A; ou (Inciso acres- de até trinta dias para que o autuado apresente o
cido pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) documento referido. (Parágrafo com redação dada pelo
II – sessenta por cento, na hipótese prevista no Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
inciso II do caput do art. 142-A. (Inciso acrescido pelo § 2º Antes de decidir sobre o pedido de con-
Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) versão de multa, a autoridade julgadora poderá
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DECRETO Nº 6.514, DE 22 DE JULHO DE 2008
determinar ao autuado que proceda, em prazo emissor da multa. (Caput do artigo com redação dada
predefinido, a emendas, revisões e ajustes no pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
projeto, inclusive com o objetivo de adequá-lo ao I – (Revogado pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
valor consolidado da multa a ser convertida. (Pri- II – (Revogado pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
mitivo § 3º renumerado e com redação dada pelo Decreto III – (Revogado pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
nº 9.179, de 23/10/2017) IV – (Revogado pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
§ 3º O não atendimento por parte do autuado V – (Revogado pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
das situações previstas neste artigo implicará o § 1º O termo de compromisso conterá as seguin-
indeferimento do pedido de conversão de multa. tes cláusulas obrigatórias: (Caput do parágrafo com re-
(Primitivo § 4º renumerado pelo Decreto nº 9.179, de dação dada pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
23/10/2017) I – nome, qualificação e endereço das partes
Art. 145. Por ocasião do julgamento do auto de in- compromissadas e de seus representantes legais;
fração, a autoridade julgadora deverá, em decisão (Inciso acrescido pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
única, julgar o auto de infração e o pedido de con- II – serviço ambiental objeto da conversão; (In-
versão da multa. (Caput do artigo com redação dada ciso acrescido pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760, III – prazo de vigência do compromisso, que
de 11/4/2019) será vinculado ao tempo necessário à conclusão
§ 1º A autoridade julgadora considerará as do objeto da conversão que, em função de sua
peculiaridades do caso concreto, os anteceden- complexidade e das obrigações pactuadas, po-
tes do infrator e o efeito dissuasório da multa am- derá variar entre o mínimo de noventa dias e o má-
biental, e poderá, em decisão motivada, deferir ximo de dez anos, admitida a prorrogação, desde
ou não o pedido de conversão formulado pelo au- que justificada; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 9.179,
tuado, observado o disposto no art. 141. (Parágrafo de 23/10/2017)
com redação dada pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) IV – multa a ser aplicada em decorrência do não
(Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) cumprimento das obrigações pactuadas; (Inciso
§ 2º Na hipótese de deferimento do pedido de acrescido pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
conversão, a autoridade julgadora notificará o au- V – efeitos do descumprimento parcial ou total
tuado para comparecer à unidade administrativa do objeto pactuado; (Inciso acrescido pelo Decreto
indicada pelo órgão federal do emissor da multa nº 9.179, de 23/10/2017)
para a assinatura do termo de compromisso de VI – reparação dos danos decorrentes da infra-
que trata o art. 146. (Parágrafo com redação dada pelo ção ambiental, caso existentes; e (Inciso acrescido
Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760, de pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
11/4/2019) VII – foro competente para dirimir litígios entre
§ 3º O deferimento do pedido de conversão sus- as partes. (Inciso acrescido pelo Decreto nº 9.179, de
pende o prazo para interposição de recurso hierár- 23/10/2017)
quico. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 9.179, § 2º Na hipótese da conversão prevista no in-
de 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) ciso I do caput do art. 142-A, o termo de com-
§ 4º Caberá recurso hierárquico da decisão que promisso conterá: (Caput do parágrafo com redação
indeferir o pedido de conversão da multa aplicada, dada pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
na forma estabelecida no art. 127. (Parágrafo acres- I – a descrição detalhada do objeto; (Inciso acres-
cido pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) (Vide Decreto cido pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
nº 9.760, de 11/4/2019) II – o valor do investimento previsto para sua
§ 5º (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) execução; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 9.179, de
§ 6º (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) 23/10/2017)
Art. 146. Na hipótese de decisão favorável ao pe- III – as metas a serem atingidas; e (Inciso acrescido
dido, as partes celebrarão termo de compromisso, pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
que estabelecerá os termos da vinculação do IV – o anexo com plano de trabalho, do qual
autuado ao objeto da conversão de multa pelo constarão os cronogramas físico e financeiro de
prazo de execução do projeto aprovado ou de sua implementação do projeto aprovado. (Inciso acres-
cota-parte no projeto escolhido pelo órgão federal cido pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
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§ 3º Na hipótese da conversão prevista no in- § 8º O inadimplemento do termo de compro-
ciso II do caput do art. 142-A, o termo de compro- misso implica: (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.179,
misso deverá: (Caput do parágrafo com redação dada de 23/10/2017)
pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760, I – na esfera administrativa, a inscrição imediata
de 11/4/2019) do débito em dívida ativa para cobrança da multa
I – ser instruído com comprovante de depó- resultante do auto de infração em seu valor inte-
sito integral ou de parcela em conta garantia em gral, acrescido dos consectários legais inciden-
banco público, observado o previsto no § 3º do tes; e
art. 143, referente ao valor do projeto selecionado II – na esfera civil, a execução judicial imediata
ou à respectiva cota-parte de projeto, nos termos das obrigações pactuadas, tendo em vista seu
definidos pelo órgão federal emissor da multa; (In- caráter de título executivo extrajudicial.
§ 9º Os recursos depositados pelo autuado na
ciso acrescido pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
conta garantia referida no inciso I do § 3º estão
II – conter a outorga de poderes do autuado ao
vinculados ao projeto e assegurarão o cumpri-
órgão federal emissor da multa para a escolha do
mento da sua obrigação de prestar os serviços
projeto a ser apoiado; (Inciso acrescido pelo Decreto
de preservação, melhoria e recuperação da qua-
nº 9.179, de 23/10/2017)
lidade do meio ambiente. (Parágrafo acrescido pelo
III – contemplar a autorização do infrator ao
Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760,
banco público, detentor do depósito do valor da
de 11/4/2019)
multa a ser convertida, para custear as despesas
do projeto selecionado; (Inciso acrescido pelo Decreto Art. 147. Os extratos dos termos de compromisso
celebrados serão publicados no Diário Oficial da
nº 9.179, de 23/10/2017)
União. (Artigo com redação dada pelo Decreto nº 9.179, de
IV – prever a inclusão da entidade selecionada
23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019)
como signatária e suas obrigações para a exe-
cução do projeto contemplado; e (Inciso acrescido Art. 148. O órgão federal emissor da multa defi-
pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) nirá as diretrizes e os critérios para os projetos a
V – estabelecer a vedação do levantamento, a que se refere esta Seção e a forma de acompanha-
qualquer tempo, pelo autuado ou pelo órgão fe- mento e fiscalização da execução dos serviços
deral emissor da multa, do valor depositado na prestados em decorrência das multas a serem
conta garantia, na forma estabelecida no inciso I. convertidas. (Caput do artigo com redação dada pelo
Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760,
(Inciso acrescido pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017)
de 11/4/2019)
§ 4º A assinatura do termo de compromisso
§ 1º O órgão federal emissor da multa insti-
suspende a exigibilidade da multa aplicada e im-
tuirá Câmara Consultiva Nacional para subsidiar
plica renúncia ao direito de recorrer administra-
a estratégia de implementação do Programa de
tivamente. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto
Conversão de Multas Ambientais no que se refere
nº 9.179, de 23/10/2017)
às infrações apuradas por ele, e caberá à Câmara
§ 5º A celebração do termo de compromisso não
opinar a respeito de temas e áreas prioritárias a
põe fim ao processo administrativo e o órgão am-
serem beneficiadas com os serviços decorrentes
biental monitorará e avaliará, a qualquer tempo, o
da conversão e sobre as estratégias de monito-
cumprimento das obrigações pactuadas. (Parágrafo ramento, observadas as diretrizes da Política Na-
com redação dada pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) cional do Meio Ambiente. (Parágrafo acrescido pelo
§ 6º A efetiva conversão da multa se concre- Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760,
tizará somente após a conclusão do objeto, parte de 11/4/2019)
integrante do projeto, a sua comprovação pelo § 2º A Câmara Consultiva Nacional será presi-
executor e a aprovação pelo órgão federal emis- dida pelo órgão federal emissor da multa e con-
sor da multa. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto templará a participação, além de seus represen-
nº 9.179, de 23/10/2017) tantes, de representantes do Ministério do Meio
§ 7º O termo de compromisso terá efeito nas Ambiente e de seus órgãos vinculados e da socie-
esferas civil e administrativa. (Parágrafo acrescido dade civil. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.179, de
pelo Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019)
88
DECRETO Nº 8.437, DE 22 DE ABRIL DE 2015
§ 3º O órgão federal emissor da multa poderá Art. 152-A. Os embargos impostos em decor-
criar câmaras regionais ou estaduais e grupos de rência da ocupação irregular de áreas de reserva
trabalho direcionados a territórios, temas ou proje- legal não averbadas e cuja vegetação nativa tenha
tos específicos. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.179, sido suprimida até 21 de dezembro de 2007, serão
de 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) suspensos até 11 de dezembro de 2009, mediante
§ 4º A composição e o funcionamento dos ór- o protocolo pelo interessado de pedido de regula-
gãos colegiados referidos neste artigo serão de- rização da reserva legal junto ao órgão ambiental
finidos em regulamento editado pelo órgão fe- competente. (Artigo acrescido pelo Decreto nº 6.686, de
deral emissor da multa. (Parágrafo acrescido pelo 10/12/2008, e com redação dada pelo Decreto nº 6.695,
Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760, de 15/12/2008)
de 11/4/2019) Parágrafo único. O disposto no caput não se
§ 5º Os órgãos federais emissores de multa aplica a desmatamentos irregulares ocorridos no
poderão estruturar, conjuntamente, câmaras Bioma Amazônia. (Parágrafo único acrescido pelo De-
regionais ou estaduais ou grupos de trabalho creto nº 6.695, de 15/12/2008)
conforme proposto no § 3º. (Parágrafo acrescido pelo
Art. 153. Ficam revogados os Decretos nos 3.179,
Decreto nº 9.179, de 23/10/2017) (Vide Decreto nº 9.760,
de 21 de setembro de 1999, 3.919, de 14 de se-
de 11/4/2019)
tembro de 2001, 4.592, de 11 de fevereiro de 2003,
CAPÍTULO III 5.523, de 25 de agosto de 2005, os arts. 26 e 27
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
do Decreto nº 5.975, de 30 de novembro de 2006,
Art. 149. Os órgãos ambientais integrantes do Sis- e os arts. 12 e 13 do Decreto nº 6.321, de 21 de
tema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) ficam dezembro de 2007.
obrigados a dar, trimestralmente, publicidade das
Art. 154. Este Decreto entra em vigor na data de
sanções administrativas aplicadas com funda-
sua publicação.
mento neste Decreto: (Caput do artigo com redação
dada pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) Brasília, 22 de julho de 2008; 187º da
Independência e 120º da República.
I – no Sistema Nacional de Informações Am-
bientais (Sisnima), de que trata o art. 9º, inciso VII, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
da Lei nº 6.938, de 1981; e Carlos Minc
II – em seu sítio na rede mundial de computadores.
Parágrafo único. Quando da publicação das DECRETO Nº 8.437, DE 22
listas, nos termos do caput, o órgão ambiental DE ABRIL DE 2015
deverá, obrigatoriamente, informar se os proces- (Publicado no DOU de 23/4/2015)
sos estão julgados em definitivo ou encontram-se Regulamenta o disposto no art. 7º, caput, inci-
pendentes de julgamento ou recurso. (Parágrafo so XIV, alínea h, e parágrafo único, da Lei Com-
único acrescido pelo Decreto nº 6.686, de 10/12/2008) plementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011,
para estabelecer as tipologias de empreendi-
Art. 150. Nos termos do que dispõe o § 1º do mentos e atividades cujo licenciamento am-
art. 70 da Lei nº 9.605, de 1998, este Decreto se biental será de competência da União.
aplica, no que couber, à Capitania dos Portos do A presidenta da República, no uso da atribuição
Comando da Marinha. que lhe confere o art. 84, caput, IV, da Constituição,
Art. 150-A. (Vide Decreto nº 9.760, de 11/4/2019) e tendo em vista o disposto no art. 7º, caput, in-
ciso XIV, alínea h e parágrafo único, da Lei Comple-
Art. 151. Os órgãos e entidades ambientais
federais competentes estabelecerão, por meio de mentar nº 140, de 8 de dezembro de 2011, decreta:
instrução normativa, os procedimentos adminis- CAPÍTULO I
trativos complementares relativos à execução DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
deste Decreto. Art. 1º Este Decreto estabelece, em cumpri-
Art. 152. O disposto no art. 55 entrará em vigor mento ao disposto no art. 7º, caput, inciso
em 11 de junho de 2012. (Artigo com redação dada XIV, h, e parágrafo único, da Lei Complementar
pelo Decreto nº 7.719, de 11/4/2012) nº 140, de 8 de dezembro de 2011, a tipologia
89
de empreendimentos e atividades cujo licencia- de restabelecer suas características técnicas origi-
mento ambiental será de competência da União. nais ou de adaptá-la às condições de tráfego atual
e prolongar seu período de vida útil, por meio de
Art. 2º Para os fins deste Decreto, adotam-se as
intervenções de reforço, reciclagem, reconstrução
seguintes definições:
do pavimento, recuperação, complementação ou
I – implantação de rodovia – construção de rodo-
substituição dos componentes da rodovia;
via em acordo com as normas rodoviárias de proje-
X – melhoramento de rodovia pavimentada –
tos geométricos, com ou sem pavimentação, obser-
conjunto de operações que modificam as carac-
vada a classe estabelecida pelo Departamento
terísticas técnicas existentes ou acrescentam
Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit);
características novas à rodovia já pavimentada,
II – pavimentação de rodovia – obras para exe-
nos limites da sua faixa de domínio, para adequar
cução do revestimento superior da rodovia, com
sua capacidade a atuais demandas operacionais,
pavimento asfáltico, de concreto, cimento ou alve-
visando a assegurar nível superior de segurança
naria poliédrica;
do tráfego por meio de intervenção na sua geo-
III – ampliação da capacidade de rodovias –
metria, sistema de sinalização e de segurança e
conjunto de operações que resultam no aumento
adequação ou incorporação de elementos nos
da capacidade do fluxo de tráfego de rodovia pavi-
demais componentes da rodovia;
mentada existente e no aumento da segurança de
XI – regularização ambiental – conjunto de pro-
tráfego de veículos e pedestres, compreendendo a
cedimentos visando a obter o licenciamento am-
duplicação rodoviária integral ou parcial, a cons-
biental de ferrovias e rodovias federais pavimenta-
trução de multifaixas e a implantação ou substi-
das, por meio da obtenção da licença de operação;
tuição de obras de arte especiais para duplicação;
XII – implantação de ferrovia – conjunto de
IV – acesso rodoviário – segmento rodoviário de
ações necessárias para construir uma ferrovia em
entrada e saída para área urbana, porto, terminal
faixa de terreno onde não exista ferrovia previa-
ou instalação à margem da rodovia;
mente implantada;
V – travessia urbana – via ou sucessão de vias XIII – ampliação de capacidade de linhas fér-
que proporciona a passagem preferencial de veí- reas – obras ou intervenções que visam a melho-
culos dentro do perímetro urbano; rar a segurança e o nível de serviço da ferrovia,
VI – contorno rodoviário – trecho de rodovia tais como, a sua duplicação e a implantação e
destinado à circulação de veículos na periferia ampliação de pátio ferroviário;
das áreas urbanas, de modo a evitar ou minimizar XIV – pátio ferroviário – segmentos de linhas
o tráfego no seu interior, sem circundar comple- férreas que têm os objetivos de permitir o cru-
tamente a localidade; zamento, o estacionamento e a formação de trens
VII – manutenção de rodovias pavimentadas – e de efetuar operações de carga e descarga;
processo sistemático e contínuo de correção, de- XV – contorno ferroviário – trecho de ferrovia que
vido a condicionamentos cronológicos ou decor- tem por objetivo eliminar parcial ou totalmente
rentes de eventos supervenientes, a que devem ser as operações ferroviárias dentro de área urbana;
submetidas as rodovias pavimentadas, para ofere- XVI – ramal ferroviário – linha férrea secundá-
cer permanentemente, ao usuário, tráfego econô- ria que deriva de uma ferrovia, com o objetivo de
mico, confortável e seguro, por meio das ações de atender a um ponto de carregamento ou de fazer
conservação, recuperação e restauração realizadas a conexão com outra ferrovia;
nos limites das suas faixas de domínio; XVII – melhoramentos de ferrovia:
VIII – conservação de rodovias pavimentadas a) obras relacionadas à reforma da linha férrea
– conjunto de operações rotineiras, periódicas e e das estruturas que a compõe; e
de emergência, com o objetivo de preservar as b) obras de transposição de linha férrea em
características técnicas e operacionais do sistema locais onde há cruzamento entre ferrovia e vias
rodoviário e suas instalações físicas, para propor- públicas, tais como, viadutos ferroviários ou rodo-
cionar conforto e segurança aos usuários; viários, passarelas, tubulações de água, esgoto ou
IX – restauração de rodovia pavimentada – con- drenagem;
junto de operações aplicadas à rodovia com pavi- XVIII – implantação e ampliação de estrutura de
mento desgastado ou danificado, com o objetivo apoio de ferrovias – implantação e ampliação
90
DECRETO Nº 8.437, DE 22 DE ABRIL DE 2015
de oficinas e postos de manutenção ou de abas- XXVII – onshore – ambiente terrestre ou área lo-
tecimento, estações de controle de tráfego, subes- calizada em terra;
tações elétricas e de comunicação, terminais de XXVIII – jazida convencional de petróleo e gás
cargas e passageiros; natural – reservatório ou depósito de petróleo ou
XIX – porto organizado – bem público cons- gás natural possível de ser posto em produção
truído e aparelhado para atender a necessidades sem o uso de tecnologias e processos especiais
de navegação, de movimentação de passageiros de recuperação;
ou de movimentação e armazenagem de merca- XXIX – recurso não convencional de petróleo e
dorias e cujo tráfego e operações portuárias este- gás natural – recurso cuja produção não atinge
jam sob jurisdição de autoridade portuária; taxas de fluxo econômico viável ou que não produ-
XX – instalação portuária – instalação localizada zem volumes econômicos de petróleo e gás sem a
dentro ou fora da área do porto organizado e uti- ajuda de tratamentos de estimulação maciça ou
lizada em movimentação de passageiros ou em de tecnologias e processos especiais de recupe-
movimentação ou armazenagem de mercadorias, ração, como as areias betuminosas – oilsands,
destinadas ou provenientes de transporte aqua- o gás e o óleo de folhelho – shale-gas e shale-
viário; -oil, o metano em camadas de carvão – coalbed
XXI – área do porto organizado – área delimi- methane, os hidratos de metano e os arenitos de
tada por ato do Poder Executivo que compreende baixa permeabilidade – tightsandstones;
as instalações portuárias e a infraestrutura de pro- XXX – sistema de geração de energia elétrica –
teção e de acesso ao porto organizado; sistema de transformação em energia elétrica de
XXII – terminal de uso privado – instalação qualquer outra forma de energia, seja qual for a
portuária explorada mediante autorização e lo- sua origem, e suas instalações de uso exclusivo,
calizada fora da área do porto organizado; até a subestação de transmissão e de distribuição
XXIII – intervenções hidroviárias, assim compre- de energia elétrica, compreendendo:
endidas: a) usina hidrelétrica – instalações e equipamen-
a) implantação de hidrovias – obras e serviços tos destinados à transformação do potencial hi-
de engenharia para implantação de canal de na- dráulico em energia elétrica;
vegação em rios com potencial hidroviário com o b) pequena central hidrelétrica – usina hidre-
objetivo de integração intermodal; e létrica com capacidade instalada de pequeno
b) ampliação de capacidade de transporte – porte, destinada à transformação do potencial
conjunto de ações que visam a elevar o padrão hidráulico em energia elétrica;
navegável da hidrovia, com a expansão do seu ga- c) usina termelétrica – instalações e equipa-
barito de navegação por meio do melhoramento mentos destinados à transformação da energia
das condições operacionais, da segurança e da calorífica de combustíveis em energia elétrica; e
disponibilidade de navegação, tais como, draga- d) usina eólica – instalações e equipamentos
gem de aprofundamento e alargamento de canal, destinados à transformação do potencial cinético
derrocamento, alargamento e proteção de vão dos ventos em energia elétrica;
de pontes, retificação de meandros e dispositi- XXXI – sistema de transmissão de energia elé-
vos de transposição de nível; trica – sistema de transporte de energia elétrica,
XXIV – dragagem – obra ou serviço de enge- por meio de linhas de transmissão, subestações
nharia que consiste na limpeza, desobstrução, e equipamentos associados com o objetivo de in-
remoção, derrocamento ou escavação de mate- tegrar eletricamente:
rial do fundo de rios, lagos, mares, baías e canais; a) sistema de geração de energia elétrica a
XXV – TEU – Twenty-foot Equivalent Units (Uni- outro sistema de transmissão até as subestações
dades Equivalentes a Vinte Pés) – unidade utilizada distribuidoras;
para conversão da capacidade de contêineres de b) dois ou mais sistemas de transmissão ou
diversos tamanhos ao tipo padrão International distribuição;
Organization for Standardization (ISO) de vinte pés; c) conexão de consumidores livres ou autopro-
XXVI – offshore – ambiente marinho e zona de dutores;
transição terra-mar ou área localizada no mar; d) interligações internacionais; e
91
e) instalações de transmissão ou distribuição b) produção, compreendendo as atividades de
para suprimento temporário; e perfuração de poços, implantação de sistemas
XXXII – sistema de distribuição de energia elé- de produção e escoamento, quando realizada no
trica – sistema responsável pelo fornecimento de ambiente marinho e em zona de transição terra-
energia elétrica aos consumidores. -mar (offshore); e
c) produção, quando realizada a partir de re-
CAPÍTULO II
curso não convencional de petróleo e gás na-
DAS TIPOLOGIAS
tural, em ambiente marinho e em zona de tran-
Art. 3º Sem prejuízo das disposições contidas no sição terra-mar (offshore) ou terrestre (onshore),
art. 7º, caput, inciso XIV, alíneas a a g, da Lei Com- compreendendo as atividades de perfuração de
plementar nº 140, de 2011, serão licenciados pelo poços, fraturamento hidráulico e implantação
órgão ambiental federal competente os seguintes de sistemas de produção e escoamento; e
empreendimentos ou atividades: VII – sistemas de geração e transmissão de ener-
I – rodovias federais: gia elétrica, quais sejam:
a) implantação; a) usinas hidrelétricas com capacidade insta-
b) pavimentação e ampliação de capacidade lada igual ou superior a trezentos megawatt;
com extensão igual ou superior a duzentos qui- b) usinas termelétricas com capacidade insta-
lômetros; lada igual ou superior a trezentos megawatt; e
c) regularização ambiental de rodovias pavi- c) usinas eólicas, no caso de empreendimentos
mentadas, podendo ser contemplada a autoriza- e atividades offshore e zona de transição terra-mar.
ção para as atividades de manutenção, conser- § 1º O disposto nas alíneas a e b do inciso I do
vação, recuperação, restauração, ampliação de caput, em qualquer extensão, não se aplica nos
capacidade e melhoramento; e casos de contornos e acessos rodoviários, anéis
d) atividades de manutenção, conservação, re- viários e travessias urbanas.
cuperação, restauração e melhoramento em rodo- § 2º O disposto no inciso II do caput não se
vias federais regularizadas; aplica nos casos de implantação e ampliação de
II – ferrovias federais: pátios ferroviários, melhoramentos de ferrovias,
a) implantação; implantação e ampliação de estruturas de apoio
b) ampliação de capacidade; e de ferrovias, ramais e contornos ferroviários.
c) regularização ambiental de ferrovias federais; § 3º A competência para o licenciamento será da
III – hidrovias federais: União quando caracterizadas situações que com-
a) implantação; e prometam a continuidade e a segurança do supri-
b) ampliação de capacidade cujo somatório dos mento eletroenergético, reconhecidas pelo Co-
trechos de intervenções seja igual ou superior a mitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE),
duzentos quilômetros de extensão; ou a necessidade de sistemas de transmissão de
IV – portos organizados, exceto as instalações energia elétrica associados a empreendimentos
portuárias que movimentem carga em volume in- estratégicos, indicada pelo Conselho Nacional de
ferior a 450.000 TEU/ano ou a 15.000.000 ton/ano; Política Energética (CNPE).
V – terminais de uso privado e instalações portuá- CAPÍTULO III
rias que movimentem carga em volume superior a DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
450.000 TEU/ano ou a 15.000.000 ton/ano; Art. 4º Os processos de licenciamento e autoriza-
VI – exploração e produção de petróleo, gás ção ambiental das atividades e empreendimentos
natural e outros hidrocarbonetos fluidos nas de que trata o art. 3º iniciados em data anterior
seguintes hipóteses: à publicação deste Decreto terão sua tramitação
a) exploração e avaliação de jazidas, com- mantida perante os órgãos originários até o tér-
preendendo as atividades de aquisição sísmica, mino da vigência da licença de operação, cuja re-
coleta de dados de fundo (piston core), perfuração novação caberá ao ente federativo competente,
de poços e teste de longa duração quando realiza- nos termos deste Decreto.
das no ambiente marinho e em zona de transição § 1º Caso o pedido de renovação da licença
terra-mar (offshore); de operação tenha sido protocolado no órgão
92
DECRETO Nº 9.760, DE 11 DE ABRIL DE 2019
ambiental originário em data anterior à publica- timação eletrônica quando houver concordância
ção deste Decreto, a renovação caberá ao refe- expressa do autuado e tecnologia disponível que
rido órgão. confirme o seu recebimento.
§ 2º Os pedidos de renovação posteriores aos re- [...]
feridos no § 1º serão realizados pelos entes federa- Art. 97-A. Por ocasião da lavratura do auto de in-
fração, o autuado será notificado para, querendo,
tivos competentes, nos termos deste Decreto.
comparecer ao órgão ou à entidade da adminis-
Art. 5º O processo de licenciamento ambiental tração pública federal ambiental em data e horá-
de trechos de rodovias e ferrovias federais que se rio agendados, a fim de participar de audiência de
iniciar em órgão ambiental estadual ou municipal conciliação ambiental.
de acordo com as disposições deste Decreto será § 1º A fluência do prazo a que se refere o art. 113
assumido pelo órgão ambiental federal na licença fica sobrestada pelo agendamento da audiência de
de operação pertinente, mediante comprovação conciliação ambiental e o seu curso se iniciará a
do atendimento das condicionantes da licença contar da data de sua realização.
ambiental concedida pelo ente federativo. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º não
Parágrafo único. A comprovação do atendi- prejudica a eficácia das medidas administrativas
eventualmente aplicadas.
mento das condicionantes ocorrerá por meio de
Art. 98. O auto de infração, os eventuais termos
documento emitido pelo órgão licenciador esta-
de aplicação de medidas administrativas, o rela-
dual ou municipal.
tório de fiscalização e a notificação de que trata o
Art. 6º Este Decreto entra em vigor em sua data art. 97-A serão encaminhados ao Núcleo de Conci-
de publicação. liação Ambiental.
Brasília, 22 de abril de 2015; 194º da Parágrafo único. O relatório de fiscalização será
Independência e 127º da República. elaborado pelo agente autuante e conterá:
I – a descrição das circunstâncias que levaram
DILMA ROUSSEFF à constatação da infração ambiental e à identifi-
Izabella Mônica Vieira Teixeira
cação da autoria;
II – o registro da situação por fotografias, vídeos,
DECRETO Nº 9.760, DE 11 mapas, termos de declaração ou outros meios de
DE ABRIL DE 2019 prova;
(Publicado no DOU de 11/4/2019) III – os critérios utilizados para fixação da multa
Altera o Decreto nº 6.514, de 22 de julho de acima do limite mínimo, quando for o caso; e
2008, que dispõe sobre as infrações e sanções IV – quaisquer outras informações consideradas
administrativas ao meio ambiente e estabe- relevantes.
lece o processo administrativo federal para [...]
apuração destas infrações. Art. 98-A. O Núcleo de Conciliação Ambiental
será composto por, no mínimo, dois servidores
O presidente da República, no uso das atribuições
efetivos, sendo ao menos um deles integrante do
que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alí-
órgão ou da entidade da administração pública fe-
nea a, da Constituição, e tendo em vista o disposto
deral ambiental responsável pela lavratura do auto
no art. 72, § 4º, da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de infração.
de 1998, decreta: § 1º Compete ao Núcleo de Conciliação Am
Art. 1º O Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008, biental:
passa a vigorar com as seguintes alterações: I – realizar a análise preliminar da autuação para:
Art. 95-A. A conciliação deve ser estimulada a) convalidar de ofício o auto de infração que
pela administração pública federal ambiental, de apresentar vício sanável, por meio de despacho
acordo com o rito estabelecido neste Decreto, com saneador, após o pronunciamento do órgão da
vistas a encerrar os processos administrativos fe- Procuradoria-Geral Federal que atue perante a
derais relativos à apuração de infrações adminis- unidade administrativa da entidade responsável
trativas por condutas e atividades lesivas ao meio pela autuação;
ambiente. b) declarar nulo o auto de infração que apre-
Art. 96. [...] sentar vício insanável, por meio de despacho fun-
§ 4º A intimação pessoal ou por via postal com damentado, após o pronunciamento do órgão da
aviso de recebimento deverá ser substituída por in- Procuradoria-Geral Federal que atue perante a
93
unidade administrativa da entidade responsável § 4º Não cabe recurso contra o indeferimento da
pela autuação; e justificativa de que trata o § 2º.
c) decidir sobre a manutenção da aplicação das § 5º Desde que haja concordância do autuado,
medidas administrativas de que trata o art. 101 e a audiência de conciliação ambiental poderá ser
sobre a aplicação das demais sanções de que trata realizada por meio eletrônico, conforme as dire-
o art. 3º; e trizes e os critérios estabelecidos em portaria con-
II – realizar a audiência de conciliação ambiental junta do Ministro de Estado do Meio Ambiente e dos
para: dirigentes máximos dos órgãos ou das entidades
a) explanar ao autuado as razões de fato e de da administração pública federal ambiental.
direito que ensejaram a lavratura do auto de infra- § 6º Excepcionalmente, poderá ser dispensada a
ção; realização da audiência de conciliação ambiental
b) apresentar as soluções legais possíveis para ou designada audiência complementar, conforme
encerrar o processo, tais como o desconto para pa- situações previstas em portaria conjunta do Minis-
gamento, o parcelamento e a conversão da multa tro de Estado do Meio Ambiente e dos dirigentes
em serviços de preservação, melhoria e recupe- máximos dos órgãos ou das entidades da adminis-
ração da qualidade do meio ambiente; tração pública federal ambiental.
c) decidir sobre questões de ordem pública; e Art. 98-C. A audiência de conciliação ambiental
d) homologar a opção do autuado por uma das será reduzida a termo e conterá:
soluções de que trata a alínea b. I – a qualificação do autuado e, quando for o
§ 2º Os integrantes do Núcleo de Conciliação caso, de seu advogado ou procurador legalmente
Ambiental serão designados por portaria conjunta constituído, e dos servidores públicos integran-
do Ministro de Estado do Meio Ambiente e do diri- tes do Núcleo de Conciliação Ambiental, com as
gente máximo do órgão ou da entidade da adminis- respectivas assinaturas;
tração pública federal ambiental. II – a certificação de que foi realizada a análise
§ 3º Os trabalhos desenvolvidos no âmbito do preliminar da autuação;
Núcleo de Conciliação Ambiental não poderão III – a certificação de que foram explanadas ao
ser presididos por servidor integrante do órgão autuado as razões de fato e de direito que ense-
ou da entidade da administração pública federal jaram a lavratura do auto de infração, e que foram
ambiental responsável pela lavratura do auto de apresentadas as soluções possíveis para encerrar o
infração. processo;
§ 4º O Núcleo de Conciliação Ambiental integra IV – a manifestação do autuado:
a estrutura do órgão ou da entidade da adminis- a) de interesse na conciliação, que conterá:
tração pública federal ambiental responsável pela 1. a indicação da solução legal por ele escolhida
lavratura do auto de infração. para encerrar o processo e os compromissos assu-
Art. 98-B. A conciliação ambiental ocorrerá em midos para o seu cumprimento;
audiência única, na qual serão praticados os atos 2. a declaração de desistência de impugnar judi-
previstos no inciso II do § 1º do art. 98-A, com vistas cial e administrativamente a autuação e de renún-
a encerrar o processo administrativo de apuração cia a quaisquer alegações de direito sobre as quais
da infração administrativa ambiental. se fundamentariam as referidas impugnações; e
§ 1º O não comparecimento do autuado à au- 3. a assunção da obrigação de protocolar pedido
diência de conciliação ambiental será interpretado de extinção do processo com resolução do mérito
como ausência de interesse em conciliar e dará iní- em eventuais ações judiciais propostas, no prazo
cio ao prazo para apresentação da defesa contra o de quinze dias, contado da data de realização da
auto de infração, nos termos do art. 113. audiência de conciliação ambiental; ou
§ 2º O autuado poderá apresentar justificativa b) de ausência de interesse na conciliação, que
para o seu não comparecimento à audiência de conterá, obrigatoriamente, a declaração de ciên-
conciliação ambiental, acompanhada da respec- cia de início do prazo para apresentação de defesa
tiva prova, no prazo de dois dias, contado da data contra o auto de infração de que trata o art. 113;
agendada para a audiência. V – decisão fundamentada acerca do disposto
§ 3º Fica a critério exclusivo do Núcleo de Conci- nas alíneas c e d do inciso II do § 1º do art. 98-A; e
liação Ambiental reconhecer como válida a justifi- VI – as providências a serem adotadas, conforme
cativa de que trata o § 2º e agendar uma nova data a manifestação do autuado.
para a audiência de conciliação ambiental, com § 1º O termo de conciliação ambiental será publi-
devolução do prazo para oferecimento de defesa. cado no sítio eletrônico do órgão ou da entidade da
94
DECRETO Nº 9.760, DE 11 DE ABRIL DE 2019
administração pública federal ambiental, no prazo ção processual indicar o agravamento da penali-
de dez dias, contado da data de sua realização. dade de que trata o art. 11.
§ 2º A realização de conciliação ambiental não [...]
exclui a obrigação de reparar o dano ambiental. Art. 139. [...]
Art. 98-D. Na hipótese de insucesso da audiên- Parágrafo único. A multa simples pode ser con-
cia de conciliação ambiental por não compareci- vertida em serviços de preservação, melhoria e
mento ou por ausência de interesse em conciliar, o recuperação da qualidade do meio ambiente, ex-
autuado pode optar eletronicamente por uma das cetuadas as multas decorrentes de infrações ambi-
soluções legais a que se refere a alínea b do inciso II entais que tenham provocado mortes humanas.
do § 1º do art. 98-A, observados os percentuais de Art. 140. [...]
desconto aplicáveis de acordo com a fase em que VI – educação ambiental;
se encontrar o processo. VII – promoção da regularização fundiária de
Parágrafo único. O disposto no caput igualmente unidades de conservação;
se aplica ao autuado que não houver pleiteado a VIII – saneamento básico;
conversão da multa com fundamento no disposto IX – garantia da sobrevivência de espécies da
no Decreto nº 9.179, de 23 de outubro de 2017, cujo flora nativa e da fauna silvestre mantidos pelo ór-
processo administrativo ainda esteja pendente de gão ou pela entidade federal emissora da multa; ou
julgamento definitivo em 8 de outubro de 2019. X – implantação, gestão, monitoramento e pro-
teção de unidades de conservação.
[...]
[...]
Art. 102. [...]
Art. 140-A. Os órgãos ou as entidades da adminis-
Parágrafo único. A apreensão de produtos, subpro-
tração pública federal ambiental de que trata esta
dutos, instrumentos, petrechos e veículos de qual-
Seção poderão realizar procedimentos adminis-
quer natureza de que trata o caput independe de sua
trativos de competição para selecionar projetos
fabricação ou utilização exclusiva para a prática de
apresentados por órgãos e por entidades públicas
atividades ilícitas.
ou privadas, para execução dos serviços de que
[...]
trata o art. 140, em áreas públicas ou privadas.
Art. 113. O autuado poderá, no prazo de vinte
[...]
dias, contado da data da ciência da autuação,
Art. 142. O autuado poderá requerer a conversão
apresentar defesa contra o auto de infração, cuja
de multa de que trata esta Seção:
fluência fica sobrestada até a data de realização da
I – ao Núcleo de Conciliação Ambiental, por oca-
audiência de conciliação ambiental.
sião da audiência de conciliação ambiental;
§ 1º Na hipótese de insucesso da audiência de
II – à autoridade julgadora, até a decisão de pri-
conciliação ambiental, por não comparecimento
meira instância; ou
do autuado ou por ausência de interesse em conci-
III – à autoridade superior, até a decisão de se-
liar, inicia-se a fluência do prazo para apresentação
gunda instância.
de defesa de que trata o caput. Art. 142-A. A conversão da multa se dará por
§ 2º O desconto de trinta por cento de que tra- meio de uma das seguintes modalidades, a ser in-
tam o § 2º do art. 3º e o art. 4º da Lei nº 8.005, de dicada em cada caso pela administração pública
22 de março de 1990, será aplicado sempre que o federal ambiental:
autuado optar por efetuar o pagamento da multa, I – pela implementação, pelo próprio autuado,
permitido o parcelamento. de projeto de serviço de preservação, melhoria e
[...] recuperação da qualidade do meio ambiente, no
Art. 122. [...] âmbito de, no mínimo, um dos objetivos de que
Parágrafo único. A autoridade julgadora notifi- tratam os incisos I ao X do caput do art. 140; ou
cará o autuado por via postal com aviso de rece- II – pela adesão do autuado a projeto pre-
bimento ou por outro meio válido que assegure a viamente selecionado na forma de que trata o
certeza de sua ciência, para fins de apresentação art. 140-A, observados os objetivos de que tratam
de alegações finais. os incisos I ao X do caput do art. 140.
Art. 123. [...] § 1º A administração pública federal ambiental
Parágrafo único. A autoridade julgadora noti- indicará o projeto ou a cota-parte de projeto de ser-
ficará o autuado para se manifestar no prazo das viço a ser implementado.
alegações finais, por via postal com aviso de rece- § 2º A hipótese de que trata o inciso II do caput
bimento ou por outro meio válido que assegure a fica condicionada à regulação dos procedimentos
certeza de sua ciência, nos casos em que a instru- necessários a sua operacionalização.
95
§ 3º Os projetos a que se refere o § 1º deverão § 5º Caberá recurso hierárquico da decisão da
ser executados prioritariamente no Estado em que autoridade julgadora que indeferir o pedido de
ocorreu a infração. conversão da multa aplicada, na forma do disposto
Art. 143. [...] no art. 127.
§ 2º O Núcleo de Conciliação Ambiental, a auto- § 6º Não caberá recurso da decisão da auto-
ridade julgadora ou a autoridade superior, ao de- ridade superior que indeferir o pedido de conver-
ferirem o pedido de conversão, aplicarão sobre o são da multa aplicada.
valor da multa consolidada o desconto de: [...]
I – sessenta por cento, quando o requerimento Art. 148. O autuado que houver pleiteado a con-
for apresentado por ocasião da audiência de con- versão de multa sob a égide do Decreto nº 9.179, de
ciliação ambiental; 2017, em qualquer de suas modalidades, poderá,
II – cinquenta por cento, quando o requerimen- no prazo de noventa dias, contado de 8 de outu-
to for apresentado até a decisão de primeira ins- bro de 2019:
tância; e I – solicitar a readequação do pedido de con-
III – quarenta por cento, quando o requerimento versão de multa para execução nos moldes do
for apresentado até a decisão de segunda instância. art. 142-A, garantido o desconto de sessenta por
[...] cento sobre o valor da multa consolidada; ou
Art. 145. Compete ao Núcleo de Conciliação II – desistir do pedido de conversão de multa, ga-
Ambiental, à autoridade julgadora ou à autoridade rantida a faculdade de optar por uma das demais
superior decidir sobre o pedido de conversão da soluções legais possíveis para encerrar o processo,
multa, a depender do momento de sua apresenta- tais como o desconto para pagamento e o parcela-
ção, nos termos do disposto no art. 142.
mento da multa.
§ 1º O Núcleo de Conciliação Ambiental, a auto-
Parágrafo único. O decurso do prazo de que trata
ridade julgadora ou a autoridade superior con-
o caput sem qualquer manifestação do autuado
siderarão as peculiaridades do caso concreto, os
implica desistência tácita do pedido de conversão
antecedentes do infrator e o efeito dissuasório da
de multa, hipótese em que o órgão da adminis-
multa ambiental, e poderão, em decisão motivada,
tração pública federal ambiental emissor da multa
deferir ou não o pedido de conversão formulado
deverá notificá-lo acerca do prosseguimento do
pelo autuado, observado o disposto no art. 141 e
processo administrativo.
as diretrizes estabelecidas em portaria conjunta
[...]
do Ministro de Estado do Meio Ambiente e dos di-
Art. 150-A. Os prazos de que trata este Decreto
rigentes máximos dos órgãos e das entidades da
contam-se na forma do disposto no caput do art. 66
administração pública federal ambiental.
da Lei nº 9.784, de 1999.
§ 2º Na hipótese de deferimento do pedido de
conversão, o autuado será instado a assinar o Art. 2º Ficam revogados os seguintes dispositivos
termo de compromisso de que trata o art. 146: do Decreto nº 6.514, de 2008:
a) pelo Núcleo de Conciliação Ambiental, du- I – o parágrafo único do art. 140-A;
rante a audiência de conciliação; ou II – os § 3º ao § 6º do art. 143;
b) pela autoridade julgadora ou pela autoridade
III – o art. 144;
superior, mediante notificação para compareci-
IV – os § 3º e § 9º do art. 146; e
mento à unidade administrativa indicada pelo
órgão ou pela entidade da administração pública
V – os § 1º ao § 5º do art. 148.
federal emissora da multa. Art. 3º Este Decreto entra em vigor cento e oitenta
§ 3º Caberá recurso, no prazo de vinte dias, da dias após a data de sua publicação.
decisão do Núcleo de Conciliação Ambiental que
Brasília, 11 de abril de 2019; 198º da
indeferir o pedido de conversão da multa aplicada.
Independência e 131º da República.
§ 4º O Núcleo de Conciliação Ambiental, se não re-
considerar o recurso de que trata o § 3º, o encaminha- JAIR MESSIAS BOLSONARO
rá à autoridade julgadora, no prazo de cinco dias. Ricardo de Aquino Salles
96
ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
Maurício Mercadante28
28 Engenheiro florestal, mestre em ecologia pela Universidade de Brasília, consultor legislativo da Câmara dos
Deputados com atuação na área XI (meio ambiente e direito ambiental, organização territorial, desenvolvimento
urbano e regional).
97
Suponhamos agora que a sociedade do nosso exemplo decida destinar 50%
do seu território para a agropecuária. Uma questão logo se impõe ao planejador:
onde localizar as atividades agropecuárias. A questão decorre do conhecimento de
que existem terras mais férteis e terras mais pobres; que as terras mais planas têm
menos problema de erosão e são mais fáceis de cultivar; que a proximidade de água
é fundamental para a produção de alimentos. O mais vantajoso, portanto, é dire-
cionar as atividades agropecuárias para as terras mais férteis, mais planas e com
maior disponibilidade de recursos hídricos. Sem planejamento, a chance de isso
não acontecer aumenta, com prejuízos ambientais e econômicos.
Zoneamento ambiental significa, portanto, planejar o processo de
ocupação de um dado território. O zoneamento ambiental tem dois objetivos
principais, inter-relacionados: a) assegurar a conservação de recursos naturais
e dos serviços ecológicos essenciais para o contínuo desenvolvimento social e
econômico da sociedade atual e futura; e, b) promover o uso mais racional e efi-
ciente dos recursos naturais disponíveis.
Convém registrar que a decisão sobre como fazer o zoneamento ambiental
de um território é, fundamentalmente, uma decisão política, não uma decisão
técnica. A informação técnica apenas indica as limitações e possibilidades de
uso de um território. À sociedade cabe escolher dentre as alternativas disponí-
veis. As mesmas informações técnicas podem justificar zoneamentos ambientais
diferentes, dependendo da cultura, do nível de conhecimento tecnológico, do
nível de riqueza material das pessoas, das empresas e do país. Pela mesma razão,
os zoneamentos ambientais não são estáticos ou definitivos. Eles mudam com
a evolução e transformação dos padrões culturais, tecnológicos e materiais da
sociedade.
O zoneamento ambiental pode ser feito em escalas mais ou menos deta-
lhadas. Podemos fazer o zoneamento ambiental, por exemplo, de uma fazenda,
indicando, grosso modo, quais áreas vão ser cultivadas e quais vão ser man-
tidas com vegetação natural. Podemos fazer também o zoneamento de uma
cidade, como no plano diretor previsto na Constituição Federal, art. 182,29 e na
Lei nº 10.257, de 2001, o Estatuto da Cidade.30 Podemos, ainda, fazer o zonea-
mento ambiental de um estado, de uma região ou do país inteiro. Neste segundo
caso, convencionou-se chamar o zoneamento ambiental de Zoneamento
Ecológico-Econômico (ZEE).
O zoneamento ambiental também pode ser “temático”. Por exemplo, o
Executivo Federal realizou, em 2009, o zoneamento agroecológico da cana-de-
-açúcar, transformado em norma legal pelo Decreto nº 9.961, de 17 de setembro
29 Cf. os artigos da Constituição Federal relativos ao meio ambiente no capítulo deste volume sobre Meio Ambiente
e Constituição Federal.
30 Cf. Lei nº 10.257, de 2001, no capítulo relativo a ambiente urbano em Legislação sobre meio ambiente: ambiente
urbano, poluição e gestão de desastres.
98
ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
31 Cf. as leis relativas às unidades de conservação em Legislação sobre meio ambiente: biodiversidade.
32 Cf. Lei nº 7.661, de 1988, em Legislação sobre meio ambiente: clima e água.
99
organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de
planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelece medidas e padrões
de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos
recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o
desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população”.
Nesse sentido, portanto, o objetivo do ZEE é “organizar, de forma vinculada, as
decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e
atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando
a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas”.
Dentre os parâmetros estabelecidos no Decreto nº 4.297/2002 para o
zoneamento, convém destacar que os ZEEs devem ser elaborados em escala
nacional, macrorregional, regional ou estadual e local. O Decreto também define
diretrizes para assegurar a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais
de cada zona, “de acordo com sua fragilidade ecológica, capacidade de suporte
ambiental e potencialidades” (art. 14).
Em dezembro de 2010, foi aprovado, pelo Decreto nº 7.378, o Macrozonea-
mento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal (MacroZEE da Amazônia Legal).
Como abrange toda a Amazônia e foi elaborado em uma escala muito pequena33
(1:1.000.000) – donde o nome macrozoneamento –, é “um instrumento de orien-
tação para a formulação e espacialização das políticas públicas de desenvol-
vimento, ordenamento territorial e meio ambiente, assim como para as decisões
dos agentes privados”.
Todos os estados brasileiros, com exceção de Alagoas, já fizeram o ZEE,
total ou parcial, dos seus territórios, com maior ou menor nível de detalhamento.
Outras iniciativas que merecem destaque são as seguintes: ZEE da Rodovia
BR-163, ZEE RIDE-DF, MacroZEE do Nordeste, ZEE da Bacia Hidrográfica do São
Francisco, ZEE da Bacia Hidrográfica do Parnaíba, ZEE da Bacia Hidrográfica do
Tocantins-Araguaia, além de vários ZEEs municipais.
A importância do ZEE pode ser percebida também por sua repercussão
na legislação. A Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012 (Lei Florestal),34 que dispõe
33 Imaginemo-nos decolando de avião: à medida que subimos, vamos obtendo uma visão mais abrangente do
terreno, mas, em contrapartida, vamos perdendo os detalhes. Um mapa em escala pequena é como olhar o
terreno do alto: vemos o conjunto, mas perdemos os detalhes; em escala grande é o contrário: aumenta o de-
talhe, mas englobamos um território menor.
Exemplos de escalas: em um mapa elaborado numa escala de 1:100.000 (um para cem mil) cada centímetro no
mapa equivale a um quilômetro no terreno; de 1:250.000 (um para duzentos e cinquenta mil) cada centímetro
equivale a dois quilômetros e meio; e de 1:1.000.000 (um para um milhão) cada centímetro equivale a dez qui-
lômetros do terreno mapeado.
Escalas do Sistema Nacional de ZEEs (Decreto nº 4.297/2002):
- Nacional: 1:5.000.000 (um para cinco milhões)
- Macrorregionais: 1:1.000.000 (um para um milhão)
- Estaduais: 1:1.000.000 a 1:3.000.000, 1:250.000 e 1:100.000
- Locais: a partir de 1:100.000 (um para cem mil) em escala de detalhe, nos ZEEs realizados nos municípios e em
Unidades de Conservação.
34 Cf. a Lei nº 12.651/2012 em Legislação sobre meio ambiente: biodiversidade.
100
ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
101
subsidiando o monitoramento, o controle, a priorização
de programas e projetos, os planos de gestão, sistema-
tizando informações dispersas e dando sentido a níveis
escalares diferenciados, atendendo a uma diversidade de
usuários e interessados. (BRASIL, 2018)
Referência
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programa ZEE Brasil. Disponível em: <http://www.
mma.gov.br/gestao-territorial/zoneamento-territorial/item/7531-programa-zee-brasil>.
Acesso em: 28 mar. 2019.
Sugestões de leitura
O acervo da maior parte dos ZEE estaduais e regionais pode ser encontrado em um só
lugar. Disponível em: <https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/portalzee/
biblioteca/experiencias-de-outros-estados/>. Acesso em: 28 mar. 2019.
102
ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
103
DECRETO DE 28 DE DEZEMBRO DE 2001 dição de membros, quando áreas de seus respec-
(Publicado no DOU de 31/12/2001) tivos territórios forem objeto de zoneamento.
Dispõe sobre a Comissão Coordenadora do
§ 4º A Comissão Coordenadora será assesso-
Zoneamento Ecológico-Econômico do Terri- rada tecnicamente pelo Grupo de Trabalho Per-
tório Nacional e o Grupo de Trabalho Per- manente para a Execução do Zoneamento Eco-
manente para a Execução do Zoneamento lógico-Econômico, denominado de Consórcio
Ecológico-Econômico, institui o Grupo de ZEE-Brasil, de que trata o art. 6º deste Decreto.
Trabalho Permanente para a Execução do
Zoneamento Ecológico-Econômico, denomi- Art. 3º O Zoneamento Ecológico-Econômico do
nado de Consórcio ZEE-Brasil, e dá outras Território Nacional, no nível macrorregional e
providências. regional, será realizado pelo Governo Federal,
O presidente da República, no uso da atribuição observados os limites de sua competência.
que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea a, da § 1º O Zoneamento Ecológico-Econômico do
Constituição, decreta: Território Nacional norteará a elaboração dos pla-
Art. 1º A Comissão Coordenadora do Zoneamento nos nacionais e regionais de ordenação do terri-
Ecológico-Econômico do Território Nacional, ins- tório e de desenvolvimento econômico e social.
tituída pelo Decreto nº 99.540, de 21 de setembro § 2º Os trabalhos de zoneamento serão conduzi-
de 1990, tem as seguintes atribuições: dos de acordo com os seguintes princípios:
I – planejar, coordenar, acompanhar e avaliar a I – abordagem interdisciplinar visando à inte-
execução dos trabalhos de zoneamento ecológi- gração de fatores e processos para possibilitar a
co-econômico; elaboração de zoneamento, levando-se em conta
II – articular com os Estados, apoiando-os na a estrutura e a dinâmica ambiental e econômica,
execução dos seus respectivos trabalhos de zo- bem como os valores histórico-evolutivos do pa-
neamento ecológico-econômico, compatibili- trimônio biológico e cultural do País; e
zando seus trabalhos com aqueles executados II – visão sistêmica que propicie a análise de
pelo Governo Federal. causa e efeito, permitindo estabelecer as relações
de interdependência entre os subsistemas físico-
Art. 2º A Comissão Coordenadora será integrada -biótico e socioeconômico.
por um representante de cada Ministério a seguir
indicado: Art. 4º As atividades de zoneamento ecológico-
I – da Justiça; -econômico serão exercidas pelo Ministério do
II – da Defesa; Meio Ambiente, em conjunto com os Ministérios
III – da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do
IV – do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Exterior; e da Integração Nacional.
V – de Minas e Energia; Art. 5º A Comissão Coordenadora examinará e
VI – dos Transportes; aprovará as programações e aplicações anuais
VII – do Desenvolvimento Agrário; de recursos referentes às dotações previstas
VIII – do Planejamento, Orçamento e Gestão; nos planos plurianuais e às consignadas nas leis
IX – da Ciência e Tecnologia; orçamentárias para o zoneamento ecológico-
X – do Meio Ambiente; e -econômico, a fim de compatibilizar a execução e
XI – da Integração Nacional. os resultados dos correspondentes trabalhos com
§ 1º Compete ao representante do Ministério a competência conjunta de que trata o art. 4º.
do Meio Ambiente coordenar os trabalhos da Parágrafo único. Serão igualmente analisadas e
Comissão. aprovadas pela Comissão Coordenadora:
§ 2º O coordenador da Comissão poderá convi- I – as propostas de ampliação ou de redução de
dar representantes de entidades governamentais dotações relacionadas ao zoneamento ecológico-
ou de outras instituições para participarem das -econômico; e
reuniões, sem direito a voto, ou dos trabalhos de II – as diretrizes para negociações e entendimen-
zoneamento. tos com órgãos e entidades nacionais ou estran-
§ 3º Os Governos Estaduais serão convidados geiras, objetivando a obtenção de financiamentos
para integrar a Comissão Coordenadora, na con- para o zoneamento ecológico-econômico.
104
DECRETO Nº 4.297, DE 10 DE JULHO DE 2002
Art. 6º Fica instituído o Grupo de Trabalho Perma- Art. 9º A participação na Comissão Coordenadora
nente para a Execução do Zoneamento Ecológico- e no Grupo de Trabalho Permanente é conside-
-Econômico, denominado de Consórcio ZEE-Brasil, rada como de relevante interesse público e não
com as seguintes atribuições: enseja qualquer tipo de remuneração. (De acordo
I – executar trabalhos de zoneamento ecológico- com o DOU de 31/12/2001, este decreto não possui art. 8º)
-econômico a cargo do governo federal;
Art. 10. Este Decreto entra em vigor na data de
II – servir como órgão de assessoria técnica à
sua publicação.
Comissão Coordenadora;
III – elaborar a linha metodológica do zonea- Art. 11. Revogam-se os Decretos nos 99.540, de 21 de
mento ecológico-econômico do país em plano setembro de 1990, e 707, de 22 de dezembro de 1992.
nacional; Brasília, 28 de dezembro de 2001; 180º da
IV – elaborar as linhas metodológicas para o Independência e 113º da República.
106
DECRETO Nº 4.297, DE 10 DE JULHO DE 2002
na forma de ilustrações e textos explicativos, res- ção ambiental federal mediante instrumento pró-
peitado o disposto no parágrafo único do art. 15, prio firmado entre a União e cada um dos Estados
in fine. interessados.
§ 1º Será considerado concluído o ZEE elabo-
CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS rado antes da vigência deste Decreto, na escala de
1:250.000, desde que disponha de mapa de ges-
Art. 18. O ZEE, na forma do art. 6º, caput, deste
tão e de diretrizes gerais dispostas no respectivo
Decreto, deverá ser analisado e aprovado pela
regulamento.
Comissão Coordenadora do ZEE, em conformi-
§ 2º Os ZEE em fase de elaboração serão subme-
dade com o Decreto de 28 de dezembro de 2001.
tidos à Comissão Coordenadora do ZEE para aná-
Parágrafo único. Após a análise dos documen-
lise e, se for o caso, adequação às normas deste
tos técnicos do ZEE, a Comissão Coordenadora do Decreto.
ZEE poderá solicitar informações complementares,
inclusive na forma de estudos, quando julgar im- Art. 21-A. Para definir a recomposição da reserva
prescindíveis. legal, de que trata o § 5º do art. 16 da Lei nº 4.771,
de 1965, a oitiva dos Ministérios do Meio Ambiente
Art. 19. A alteração dos produtos do ZEE, bem e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento será
como mudanças nos limites das zonas e indicação realizada por intermédio da Comissão Coordena-
de novas diretrizes gerais e específicas, poderão dora do ZEE do Território Nacional. (Artigo acrescido
ser realizadas após decorridos prazo mínimo de pelo Decreto nº 6.288, de 6/12/2007)
dez anos de conclusão do ZEE, ou de sua última
modificação, prazo este não exigível na hipótese Art. 22. Este Decreto entra em vigor na data de
de ampliação do rigor da proteção ambiental da sua publicação.
zona a ser alterada, ou de atualizações decor- Brasília, 10 de julho de 2002; 181º da
rentes de aprimoramento técnico-científico. Independência e 114º da República.
Art. 20. Para o planejamento e a implementação Art. 1º Fica aprovado o Macrozoneamento Ecoló-
de políticas públicas, bem como para o licen- gico-Econômico da Amazônia Legal (MacroZEE da
ciamento, a concessão de crédito oficial ou be- Amazônia Legal), na forma do Anexo, como instru-
nefícios tributários, ou para a assistência técnica mento de orientação para a formulação e espacia-
de qualquer natureza, as instituições públicas ou lização das políticas públicas de desenvolvimento,
privadas observarão os critérios, padrões e obri- ordenamento territorial e meio ambiente, assim
gações estabelecidos no ZEE, quando existir, sem como para as decisões dos agentes privados.
prejuízo dos previstos na legislação ambiental. CAPÍTULO I
Art. 21. Os ZEE estaduais que cobrirem todo o DOS OBJETIVOS, DEFINIÇÕES E ESTRATÉGIAS
território do Estado, concluídos anteriormente à Art. 2º O MacroZEE da Amazônia Legal tem
vigência deste Decreto, serão adequados à legisla- por objetivo assegurar a sustentabilidade do
109
desenvolvimento regional, indicando estratégias Art. 7º As estratégias gerais e específicas referi-
produtivas e de gestão ambiental e territorial em das no art. 5º e contidas no Anexo, sem prejuízo do
conformidade com a diversidade ecológica, econô- previsto na legislação em vigor, deverão ser consi-
mica, cultural e social da Amazônia. deradas nos planos, programas e ações:
Art. 3º O MacroZEE da Amazônia Legal será ar- I – dos órgãos e entidades responsáveis pela
ticulado com os processos e instrumentos de pla- proposição, planejamento e implementação de
nejamento estaduais, em especial com os Zonea- políticas públicas federais;
mentos Ecológicos Econômicos. II – dos órgãos e entidades federais respon-
sáveis pela destinação de incentivos fiscais, cré-
Art. 4º Integra este Decreto o Anexo (MacroZEE da ditos governamentais e aplicação dos recursos de
Amazônia Legal): Estratégias de Transição para a instituições financeiras oficiais; e
Sustentabilidade. III – dos fundos ou agências de financiamento
Parágrafo único. Os mapas temáticos, as figuras que operem na região amazônica.
e o mapa final do MacroZEE da Amazônia Legal
mencionados no Anexo serão disponibilizados no Art. 8º Os órgãos da administração direta e as en-
Sítio Eletrônico do Ministério do Meio Ambiente tidades da administração indireta, responsáveis
<www.mma.gov.br/zeeamazonia>. pela formulação e execução das políticas públicas
federais com incidência nos setores produtivos e
Art. 5º Constituem estratégias para toda Amazô- na organização territorial da Amazônia Legal, pro-
nia Legal o conjunto de propostas gerais e especí- moverão ações visando a articulação e a compa-
ficas de desenvolvimento sustentável e de gestão tibilização dessas políticas com as estratégias ge-
ambiental e territorial contidas no Anexo. rais e específicas do MacroZEE da Amazônia Legal,
CAPÍTULO II contidas no Anexo.
DAS UNIDADES TERRITORIAIS
Art. 9º Caberá à Comissão Coordenadora do
E DA IMPLEMENTAÇÃO
Zoneamento Ecológico-Econômico do Território
Art. 6º Para cumprir os objetivos do MacroZEE da Nacional (CCZEE), de que trata o Decreto de 28
Amazônia Legal, ficam estabelecidas dez unida- de dezembro de 2001, a proposição de medidas
des territoriais denominadas segundo as seguin- orientadoras aos órgãos e entidades da adminis-
tes estratégias principais de produção e de ges- tração pública federal, visando a adequação de
tão ambiental: políticas, planos e programas com o estabelecido
I – fortalecimento do corredor de integração no MacroZEE da Amazônia Legal.
Amazônia-Caribe; Parágrafo único. As medidas orientadoras, ex-
II – fortalecimento das capitais costeiras, regu- tensivas às carteiras de crédito das instituições fi-
lação da mineração e apoio à diversificação de nanceiras oficiais, poderão incluir propostas sobre
outras cadeias produtivas; instrumentos econômicos e financeiros.
III – fortalecimento do policentrismo no entron-
Art. 10. O Conselho Monetário Nacional estabe-
camento Pará-Tocantins-Maranhão;
lecerá as condições, critérios e vedações para a
IV – readequação dos sistemas produtivos do
concessão de crédito rural e agroindustrial com
Araguaia-Tocantins;
vistas a restringir a expansão da pecuária e da
V – regulação e inovação para implementar o
monocultura em grandes áreas, nas unidades
complexo agroindustrial;
territoriais “defesa do coração florestal com base
VI – ordenamento e consolidação do polo logís-
em atividades produtivas sustentáveis” e “conten-
tico de integração com o Pacífico;
ção das frentes de expansão com áreas protegidas
VII – diversificação da fronteira agroflorestal e
e usos alternativos”.
pecuária;
VIII – contenção das frentes de expansão com CAPÍTULO III
áreas protegidas e usos alternativos; DO MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO
IX – defesa do coração florestal com base em E DIVULGAÇÃO
atividades produtivas sustentáveis; e Art. 11. A CCZEE promoverá, a cada dois anos,
X – defesa do Pantanal com a valorização da cul- a partir da entrada em vigor deste Decreto, a
tura local, das atividades tradicionais e do turismo. realização de avaliação sobre os resultados da
110
DECRETO Nº 7.378, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2010
111
LICENCIAMENTO AMBIENTAL35
112
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
39 Cf. a Lei nº 6.938/1981, disponível no capítulo deste volume sobre Os Fundamentos Legais da Política Nacional
do Meio Ambiente.
40 Cf. o Decreto nº 99.274/1990, disponível no capítulo deste volume sobre Os Fundamentos Legais da Política
Nacional do Meio Ambiente.
113
foi, em grande medida, regulamentada por resoluções do Conselho Nacional
do Meio Ambiente (Conama). O conselho foi criado pela Lei nº 6.938/1981
com a atribuição de, entre outras, estabelecer normas e critérios para o licen-
ciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido
pelos estados e supervisionado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Assim, por força da determinação legal,
as resoluções do Conama têm aplicação em todo o território nacional.41
O Conama elaborou a Resolução nº 1/1986, que fixou definições, respon-
sabilidades, critérios e diretrizes gerais para uso da AIA como um dos instru-
mentos da PNMA. A resolução estipulou o rol de atividades modificadoras do
meio ambiente que estariam sujeitas a licenciamento pelo órgão do Sistema
Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) – regra geral, o estadual –, mediante a
elaboração de EIA/Rima. Estabeleceu, também, o escopo mínimo desses estudos,
que deveriam ser realizados por equipe multidisciplinar, até então não depen-
dente, direta ou indiretamente, do proponente do projeto.
Para algumas tipologias, foram estabelecidas regras sobre estudos ou pla-
nos específicos. O Decreto nº 97.632/1989, por exemplo, exige que os empreen-
dimentos que se destinem à exploração de recursos minerais, quando da apre-
sentação do EIA/Rima, também submetam, à aprovação do órgão ambiental
competente, plano de recuperação de área degradada (Prad).
Mais de uma década após a edição da Resolução Conama nº 1/1986, a
Resolução Conama nº 237/1997, veio disciplinar o licenciamento ambiental. Ela
ampliou não só o rol das atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento,
mas também o escopo dos estudos ambientais. Além disso, fixou prazos tanto
para a análise quanto para a vigência das licenças e retirou a obrigatoriedade da
independência da equipe técnica responsável pelos estudos ambientais.
Desde a década de 1980, pois, as atividades e os empreendimentos
impactantes passaram a se submeter ao licenciamento ambiental, consistindo
na obtenção de três licenças: Licença Prévia (LP), em que se atesta sua viabili-
dade e se fixam as condicionantes ambientais; Licença de Instalação (LI), em
que se libera a sua implantação, após a aprovação dos projetos executivos e
das medidas de controle ambiental; e Licença de Operação (LO), em que sua
operação é liberada, após a implantação dos projetos citados. Mas é possível
também a adoção de procedimentos simplificados, com a aglutinação de duas
ou três licenças em apenas uma. Mesmo aquele que não cause impacto signi-
ficativo está sujeito ao licenciamento, embora, nesse caso, seja dispensado da
41 O modelo do Conama, a exemplo do que ocorre nas áreas de saúde e educação, foi replicado nos demais níveis
da federação, com a criação de conselhos de meio ambiente nos 26 estados, no Distrito Federal e em centenas
de municípios. Ele representou um caso típico de autolimitação da autoridade governamental em favor de
uma gestão ambiental compartilhada e transparente. Ao prever a participação da sociedade civil, por meio
de seus representantes nos conselhos, nos processos de licenciamento ambiental, o poder público de algumas
unidades federativas buscou democratizar sua atuação nessa área, embora ainda hoje surjam críticas quanto
à legitimidade dessa representação.
114
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
42 Cf. a Lei nº 9.605/1998, disponível no capítulo deste volume sobre Os Fundamentos Legais da Política Nacional
de Meio Ambiente.
115
àquelas temporárias, de pequeno porte ou de impacto ambiental reduzido
(VIANA, 2009).
Mas a competência dos entes federativos para o licenciamento ambiental
dos empreendimentos e atividades potencialmente poluidores é assunto que
ainda hoje provoca muita polêmica, sendo, talvez, a causa mais frequente
das inúmeras batalhas administrativas e judiciais que costumam emperrar os
processos de licenciamento. Ocorre que tanto a Lei nº 6.938/1981 e seu regu-
lamento quanto a Resolução Conama nº 1/1986 definiram o órgão estadual
como competente para proceder, via de regra, ao licenciamento ambiental, com
atuação supletiva do órgão federal. Os municípios, até então, eram praticamente
ignorados.
Essa orientação começou a mudar em 1988, quando a CF estabeleceu, em
seu art. 24, a competência legislativa concorrente da União, estados e Distrito
Federal (municípios excluídos, a princípio) para, entre outros temas, “[...] pro-
teção do meio ambiente e controle da poluição” (inciso VI, in fine). Nos pará-
grafos desse artigo, estatuiu que a competência da União para legislar se limita
a normas gerais, o que não exclui a competência suplementar (se houver norma
federal) ou plena (na ausência dessa norma) dos estados. A CF também estatuiu
que a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da
lei estadual, no que lhe for contrário.
Aos municípios, contudo, a Lei Maior reservou a competência para
“legislar sobre assuntos de interesse local” (inciso I do art. 30) e “suplementar a
legislação federal e a estadual no que couber” (inciso II do mesmo artigo). Obser-
va-se, pois, que, a partir de então, a Carta Magna fixou, definitivamente, num
aspecto geral, o princípio da predominância do interesse, que vem norteando a
repartição de competências para licenciamento em matéria ambiental entre as
entidades componentes do Sisnama.
Por outro lado, a CF estabeleceu, no art. 23, a competência administrativa
comum da União, estados, Distrito Federal e municípios – estes últimos, agora
aqui incluídos – para, entre outras matérias, “proteger o meio ambiente e com-
bater a poluição em qualquer de suas formas” (inciso VI). A Lei Maior dispôs ainda,
no parágrafo único desse artigo, que “leis complementares fixarão normas para a
cooperação entre a União e os estados, o Distrito Federal e os municípios, tendo
em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional”.
Conforme esse dispositivo, as atribuições das três esferas da federação
somente poderiam ser estabelecidas por lei complementar ou por leis preexis-
tentes que fossem recepcionadas como complementares. Não obstante, em 1997,
sobreveio a Resolução Conama nº 237/1997, que fixou essas atribuições, o que, em
vez de esclarecer definitivamente a questão, como era seu propósito inicial, trouxe
dúvidas ainda maiores, principalmente em decorrência das anteriores disposições
da Lei nº 6.938/1981 e de seu regulamento, bem como do art. 23 da CF.
116
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
43 Cf. a Lei Complementar nº 140/2011, disponível no capítulo deste volume sobre Os Fundamentos Legais da
Política Nacional de Meio Ambiente.
117
que o licenciamento ambiental ocorra preferencialmente ao nível dos estados,
com atuação supletiva do órgão federal. No § 1º, permite-se doravante que os
pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão sejam publi-
cados, alternativamente, em meio eletrônico de comunicação mantido pelo
órgão ambiental competente. Por fim, os §§ 2º a 4º do art. 10 são revogados,
assim como o § 1º do art. 11 da mesma lei.
Analisando-se seus principais dispositivos, a LC nº 140/2011, após as
conceituações de licenciamento ambiental, atuação supletiva e atuação subsi-
diária, descreve os objetivos dos entes da federação no exercício da competência
comum em matéria ambiental e os instrumentos de cooperação institucional
dos quais eles podem se valer, entre os quais consórcios e convênios, bem como
delegação de atribuições e da execução de ações administrativas de um ente
federativo a outro.
Especificamente quanto ao licenciamento ambiental, a LC nº 140/2011
estabeleceu as hipóteses de sua atribuição administrativa no nível da União
(art. 7º, XIV), dos estados (art. 8º, XIV) e dos municípios (art. 9º, XIV). Mas con-
tinuam sendo levados em conta diversos critérios, tais como porte e potencial
poluidor, localização geográfica, tipologia e titularidade do bem, além da pre-
ponderância de interesse, descentralização e subsidiariedade, segundo os quais
os entes de maior abrangência territorial só devem assumir o licenciamento de
empreendimentos com impacto ambiental mais amplo, bem como os que os
entes locais não puderem cumprir de maneira eficiente.
Além das hipóteses expressamente previstas na LC nº 140/2011, foi atri-
buído à União o licenciamento de empreendimentos e atividades que atendam
a tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da
Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do
Conama, e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da
atividade ou empreendimento. É o que consta na alínea h do inciso XIV do art. 7º
da referida LC. A partir disso, foi editado o Decreto nº 8.437/2015, com um rol
de empreendimentos e atividades cuja natureza, porte e potencial poluidor os
sujeitam ao licenciamento federal.
A LC, por um lado, traz importantes garantias para os empreendedores, ao
prever que o licenciamento ou autorização ambiental se dê por um único ente
federativo, que os demais possam se manifestar apenas de maneira não vinculante
e que os valores alusivos às taxas de licenciamento ambiental e outros serviços
afins devam guardar relação de proporcionalidade com o custo e a complexidade
do serviço prestado pelo ente federativo.
Ela também determina que os órgãos licenciadores observem os prazos
estabelecidos para tramitação dos processos de licenciamento e que as exigências
de complementação oriundas da análise do empreendimento ou atividade sejam
118
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
119
desarticulação dos órgãos ambientais e a falta de padronização dos procedi-
mentos. Ao contrário da maioria dos países, que se compõem de dois níveis
federativos autônomos apenas, o Brasil possui três – União, estados e municípios,
além do Distrito Federal, que funciona ora como estado, ora como município –,
o que adiciona um complicador à questão.
Em face da autonomia assegurada a esses entes pela Lei Maior, e dadas a
complexidade técnica e as inúmeras interfaces da questão ambiental, torna-se
essencial uma boa articulação entre eles, não apenas para fins de licenciamento
ambiental. Comissões tripartites, licenciamento conjunto, mecanismos de inte-
gração procedimental, convênios de cooperação, interação com as demais
outorgas administrativas e outras soluções negociadas vêm sendo propostas,
estando a maioria delas inserta na LC nº 140/2011 (KRELL, 2008).
Na prática, por constituir um palco de conflitos de interesses distintos,
que nem sempre podem ser compatibilizados, o licenciamento ambiental
sofre críticas constantes provenientes das mais diversas origens, com o fim de
contestar sua utilidade ou de deturpar os fins a que se destina. Contudo, elas
devem ser encaradas construtivamente, por serem excelente oportunidade de
aperfeiçoar o instrumento, adequando-o às novas demandas da sociedade, em
constante mutação, mas sempre tendo em vista o cumprimento das exigências
ambientais.
Uma das maiores críticas é feita à atuação do Sisnama como um verda-
deiro sistema integrado (ARAÚJO, 2002). De fato, a atuação técnica e política
do Sisnama nas últimas décadas vem apresentando resultados contraditórios.
Se, por um lado, houve avanço inquestionável na atuação dos conselhos, ao se
trazer a sociedade civil e o setor produtivo para partilhar as decisões na área
ambiental, por outro, a capacidade dos respectivos órgãos executivos quanto a
recursos materiais e humanos quase sempre esteve aquém do necessário para
fazer valer tais decisões (FARIAS, 2006).
No âmbito federal, o Conama já editou mais de quatrocentas resoluções,
mas a fiscalização de seu cumprimento nem sempre ocorre. Em verdade, o
Poder Executivo, em qualquer esfera, ainda não teve, historicamente, real preo-
cupação de investimento na máquina pública de gestão ambiental (VIANA, 2007).
Já nos estados, a situação varia desde um patamar razoável (em geral, naqueles
situados nas regiões Sudeste e Sul) até níveis bem baixos de estruturação (na
região Norte, por exemplo). Fatores políticos somam-se à estrutura tradicio-
nalmente precária e respondem também pela descontinuidade das ações de
licenciamento.
Embora a descentralização do licenciamento ambiental para os municípios
seja uma tendência crescente, a situação municipal, infelizmente, é ainda mais
precária, com poucas exceções observadas nos municípios mais prósperos. Essa
realidade compromete a eficácia das ações de controle e fiscalização ambiental,
120
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
razão pela qual o caminho a ser trilhado pela PNMA em direção à sustentabilidade
depende, sobretudo, do fortalecimento dos órgãos municipais.
Por seu lado, a sociedade civil reclama da excessiva centralização das
decisões do Ibama em Brasília, a despeito da existência de superintendências
regionais, e do fato de não haver suficiente controle social no licenciamento
de atividades de maior impacto. Outro aspecto criticado é que alguns setores
produtivos e de infraestrutura, apesar dos impactos no meio ambiente que já
produziram – e continuam produzindo –, ainda se mantêm praticamente isentos
de regularização ambiental.
Mesmo assim, o licenciamento vem sendo utilizado cada vez mais no país.
No fim da década de 1990, por exemplo, eram concedidas pelo Ibama, anual-
mente, cerca de uma centena de licenças, número esse que atualmente se situa
em torno de cinco a oito centenas de licenças por ano, incluindo autorizações
de supressão de vegetação e autorizações para captura, coleta e transporte de
material biológico.
Essa foi uma das razões para que o governo federal instituísse várias
regras em outubro de 2011, mediante sete portarias,44 visando agilizar e sim-
plificar os procedimentos do licenciamento ambiental para obras de infraes-
trutura e logística – portos, rodovias, exploração de gás e petróleo e linhas de
transmissão de energia. Segundo essas novas regras, em especial a Portaria
Interministerial MMA/MJ/MS/MC nº 419/2011, posteriormente substituída pela
Portaria Interministerial MMA/MJ/MS/MC nº 60/2015, os órgãos envolvidos
no licenciamento passaram a ter o prazo de noventa dias para se manifestar
sobre os estudos de impacto ambiental enviados pelo Ibama, sendo vedada a
imposição de condicionantes que não guardem relação direta com os impactos
identificados nos estudos apresentados pelo empreendedor, decorrentes da
implantação da atividade ou empreendimento.
44 1) Portaria Interministerial MMA-MS-MJ-MC nº 419/2011, que regulamenta a atuação dos órgãos e entidades da
Administração Pública Federal envolvidos no licenciamento ambiental de que trata o art. 14 da Lei n° 11.516/2007
(revogada pela Portaria Interministerial MMA-MS-MJ-MC nº 60/2015);
2) Portaria MMA n° 420/2011, que dispõe sobre procedimentos a serem aplicados pelo Ibama na regularização
e no licenciamento ambiental das rodovias federais (revogada pela Portaria MMA nº 289/2013);
3) Portaria MMA n° 421/2011, que dispõe sobre o licenciamento e a regularização ambiental federal de sistemas
de transmissão de energia elétrica e dá outras providências;
4) Portaria MMA n° 422/2011, que dispõe sobre procedimentos para o licenciamento ambiental federal de ativi-
dades e empreendimentos de exploração e produção de petróleo e gás natural no ambiente marinho e em zona
de transição terra-mar;
5) Portaria Interministerial MMA-MT n° 423/2011, que institui o Programa de Rodovias Federais Ambientalmente
Sustentáveis para a regularização ambiental das rodovias federais (revogada pela Portaria Interministerial MMA/
MT n° 288/2013);
6) Portaria MMA n° 424/2011, que dispõe sobre procedimentos específicos a serem aplicados pelo Ibama na
regularização ambiental de portos e terminais portuários, bem como os outorgados às Companhias Docas,
previstos no art. 24-A da Lei n° 10.683/2003;
7) Portaria Interministerial MMA/SEP n° 425/2011, que institui o Programa Federal de Apoio à Regularização e
Gestão Ambiental Portuária (PRGAP) de portos e terminais portuários marítimos, inclusive os outorgados às
Companhias Docas, vinculadas à SEP/PR.
121
Além do Ibama, os órgãos mais frequentemente envolvidos no licen-
ciamento são: o Ministério da Saúde, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o
Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Fundação Pal-
mares. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio),
por ser integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), tem sua
participação regida por atos e dispositivos específicos, quais sejam: art. 36 da
Lei nº 9.985/2000; Resolução Conama nº 428/2010 e Portaria MMA nº 55/2014.
O próprio Ibama, pelo menos em tese, só pode doravante pedir com-
plementação dos estudos ambientais uma única vez, e os empreendedores
também têm apenas uma oportunidade para responder. Depois dessa etapa, o
Ibama deve indeferir ou aprovar a licença ambiental do empreendimento – o que,
na prática, nem sempre ocorre –, e o descumprimento dos prazos pode levar ao
arquivamento do processo.
Ressalte-se, mais uma vez, que o instituto federal só responde por cerca de
um por cento dos licenciamentos no Brasil, basicamente de empreendimentos
de grande porte, e que são os órgãos estaduais de meio ambiente os principais
responsáveis por eles. Se, para os empreendedores e o próprio órgão ambiental,
os dados de licenças outorgadas são relevantes, uma vez que constituem etapa
essencial à implantação do empreendimento, para a sociedade civil talvez importe
mais o efetivo controle ambiental das atividades no pós-licenciamento, o que nem
sempre ocorre a contento (VIANA, 2007; VIANA; BURSZTYN, 2010).
Assim, a despeito das frequentes críticas que lhe são dirigidas, à guisa
de que ele travaria o desenvolvimento nacional, o fato é que o licenciamento
ambiental de atividades e empreendimentos impactantes se revelou essencial
à gestão ambiental no Brasil nas últimas décadas. Se nas décadas de 1980/1990
o mecanismo foi institucionalizado, hoje a preocupação maior deve ser com a
sua efetividade na manutenção de um ambiente sadio para a espécie humana
e os demais seres vivos.
Referências
ARAÚJO, Suely Mara Vaz Guimarães de. Licenciamento ambiental e legislação: estudo.
Câmara dos Deputados, Consultoria Legislativa. Brasília, set. 2002. 14 p. Disponível em:
<http://bd.camara.gov.br/bd/handle/bdcamara/1029>. Acesso em: 26 mar. 2018.
VALLE, Raul Silva Telles do. Sociedade civil e gestão ambiental no Brasil: uma análise da
implementação do direito à participação em nossa legislação. Dissertação (Mestrado)
122
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
______. Grupo de trabalho sobre licenciamento ambiental. In: JURAS, Ilidia da Ascenção
Garrido Martins; ARAÚJO, Suely Mara Vaz Guimarães de. (Org.). Legislação concorrente
em meio ambiente. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2009. p. 41-59.
Disponível em: <http://www2.camara.gov.br/documentos-e-pesquisa/publicacoes/
estnottec/livros-eletronicos/livros-eletronicos/2009_8050.pdf>. Acesso em: 26 mar.
2018.
Sugestões de leitura
ARAÚJO, Suely Mara Vaz Guimarães de; GANEM, Roseli Senna; VIANA, Maurício Boratto;
PEREIRA JÚNIOR, José de Sena; JURAS, Ilidia da Ascenção Garrido Martins. Meio
ambiente: a questão ambiental e a Constituição de 1988: reflexões. In: ARAUJO, José
Cordeiro de; PEREIRA JÚNIOR, José de Sena; PEREIRA, Lúcio Soares; RODRIGUES,
Ricardo José Pereira (Org.). Ensaios sobre impactos da Constituição Federal de 1988 na
sociedade brasileira. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2008. v. 2, p.
599-620. Disponível em: <http://bd.camara.gov.br/bd/handle/bdcamara/2915>. Acesso
em: 26 mar. 2018.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 13. ed. São Paulo:
Malheiros, 2005.
MILARÉ, Édis. Direito do ambiente. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
123
DECRETO Nº 5.051, DE 19 tendo ali se reunido a 7 de junho de 1989, em sua
DE ABRIL DE 2004 septuagésima sexta sessão;
(Publicado no DOU de 20/4/2004) Observando as normas internacionais enun-
Promulga a Convenção nº 169 da Organiza- ciadas na Convenção e na Recomendação sobre
ção Internacional do Trabalho (OIT) sobre Populações Indígenas e Tribais, 1957;
Povos Indígenas e Tribais. Lembrando os termos da Declaração Universal
O presidente da República, no uso da atribuição dos Direitos Humanos, do Pacto Internacional dos
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, do Pacto
Considerando que o Congresso Nacional apro- Internacional dos Direitos Civis e Políticos e dos
vou, por meio do Decreto Legislativo nº 143, de numerosos instrumentos internacionais sobre a
20 de junho de 2002, o texto da Convenção nº 169 prevenção da discriminação;
da Organização Internacional do Trabalho (OIT) Considerando que a evolução do direito inter-
sobre Povos Indígenas e Tribais, adotada em Ge- nacional desde 1957 e as mudanças sobrevindas
nebra, em 27 de junho de 1989; na situação dos povos indígenas e tribais em
Considerando que o Governo brasileiro deposi- todas as regiões do mundo fazem com que seja
tou o instrumento de ratificação junto ao Diretor aconselhável adotar novas normas internacionais
Executivo da OIT em 25 de julho de 2002; nesse assunto, a fim de se eliminar a orientação
Considerando que a Convenção entrou em vigor para a assimilação das normas anteriores;
internacional, em 5 de setembro de 1991, e, para o Reconhecendo as aspirações desses povos a
Brasil, em 25 de julho de 2003, nos termos de seu assumir o controle de suas próprias instituições
art. 38; decreta: e formas de vida e seu desenvolvimento eco-
nômico, e manter e fortalecer suas identidades,
Art. 1º A Convenção nº 169 da Organização Inter-
línguas e religiões, dentro do âmbito dos Estados
nacional do Trabalho (OIT) sobre Povos Indígenas
onde moram;
e Tribais, adotada em Genebra, em 27 de junho de
Observando que em diversas partes do mundo
1989, apensa por cópia ao presente Decreto, será
esses povos não podem gozar dos direitos huma-
executada e cumprida tão inteiramente como nela
nos fundamentais no mesmo grau que o restante
se contém. da população dos Estados onde moram e que
Art. 2º São sujeitos à aprovação do Congresso suas leis, valores, costumes e perspectivas têm
Nacional quaisquer atos que possam resultar em sofrido erosão frequentemente;
revisão da referida Convenção ou que acarretem Lembrando a particular contribuição dos povos
encargos ou compromissos gravosos ao patri- indígenas e tribais à diversidade cultural, à har-
mônio nacional, nos termos do art. 49, inciso I, da monia social e ecológica da humanidade e à
Constituição Federal. cooperação e compreensão internacionais;
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua Observando que as disposições a seguir foram
publicação. estabelecidas com a colaboração das Nações
Unidas, da Organização das Nações Unidas para
Brasília, 19 de abril de 2004; 183º da
a Agricultura e a Alimentação, da Organização
Independência e 116º da República.
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Cultura e da Organização Mundial da Saúde, bem
Celso Luiz Nunes Amorim como do Instituto Indigenista Interamericano, nos
níveis apropriados e nas suas respectivas esferas,
CONVENÇÃO Nº 169 DA OIT e que existe o propósito de continuar essa colabo-
SOBRE POVOS INDÍGENAS E ração a fim de promover e assegurar a aplicação
TRIBAIS (GENEBRA, 1989) destas disposições;
(Aprovada pelo Decreto Legislativo nº 143 de 2002 e
Após ter decidido adotar diversas propostas
promulgada pelo Decreto nº 5.051, de 19/4/2004)
sobre a revisão parcial da Convenção sobre Popu-
A Conferência-Geral da Organização Internacio- lações Indígenas e Tribais, 1957 (nº 107), o assunto
nal do Trabalho, que constitui o quarto item da agenda da sessão; e
Convocada em Genebra pelo Conselho Adminis- Após ter decidido que essas propostas deveriam
trativo da Repartição Internacional do Trabalho e tomar a forma de uma convenção internacional
124
CONVENÇÃO Nº 169 DA OIT SOBRE POVOS INDÍGENAS E TRIBAIS (GENEBRA, 1989)
que revise a Convenção sobre Populações Indíge- que possam existir entre os membros indígenas e
nas e Tribais, 1957, adota, neste vigésimo sétimo os demais membros da comunidade nacional, de
dia de junho de mil novecentos e oitenta e nove, maneira compatível com suas aspirações e formas
a seguinte convenção, que será denominada Con- de vida.
venção sobre os Povos Indígenas e Tribais, 1989:
Artigo 3º
PARTE I – POLÍTICA GERAL 1. Os povos indígenas e tribais deverão gozar
plenamente dos direitos humanos e liberdades
Artigo 1º
fundamentais, sem obstáculos nem discrimina-
1. A presente convenção aplica-se:
ção. As disposições desta convenção serão apli-
a) aos povos tribais em países independentes,
cadas sem discriminação aos homens e mulheres
cujas condições sociais, culturais e econômicas os
desses povos.
distingam de outros setores da coletividade nacio-
2. Não deverá ser empregada nenhuma forma
nal, e que estejam regidos, total ou parcialmente,
de força ou de coerção que viole os direitos hu-
por seus próprios costumes ou tradições ou por
manos e as liberdades fundamentais dos povos
legislação especial;
interessados, inclusive os direitos contidos na pre-
b) aos povos em países independentes, consi-
sente convenção.
derados indígenas pelo fato de descenderem de
populações que habitavam o país ou uma região Artigo 4º
geográfica pertencente ao país na época da con- 1. Deverão ser adotadas as medidas especiais
quista ou da colonização ou do estabelecimento que sejam necessárias para salvaguardar as pes-
das atuais fronteiras estatais e que, seja qual for soas, as instituições, os bens, as culturas e o meio
sua situação jurídica, conservam todas as suas ambiente dos povos interessados.
próprias instituições sociais, econômicas, cultu- 2. Tais medidas especiais não deverão ser con-
rais e políticas, ou parte delas. trárias aos desejos expressos livremente pelos
2. A consciência de sua identidade indígena ou povos interessados.
tribal deverá ser considerada como critério fun- 3. O gozo sem discriminação dos direitos gerais
damental para determinar os grupos aos que se da cidadania não deverá sofrer nenhuma deteriora-
aplicam as disposições da presente convenção. ção como consequência dessas medidas especiais.
3. A utilização do termo “povos” na presente Artigo 5º
convenção não deverá ser interpretada no sentido Ao se aplicar as disposições da presente con-
de ter implicação alguma no que se refere aos di- venção:
reitos que possam ser conferidos a esse termo no a) deverão ser reconhecidos e protegidos os va-
direito internacional. lores e práticas sociais, culturais religiosos e espi-
Artigo 2º rituais próprios dos povos mencionados e dever-
1. Os governos deverão assumir a responsabi- -se-á levar na devida consideração a natureza dos
lidade de desenvolver, com a participação dos problemas que lhes sejam apresentados, tanto co-
povos interessados, uma ação coordenada e sis- letiva como individualmente;
temática com vistas a proteger os direitos desses b) deverá ser respeitada a integridade dos valo-
povos e a garantir o respeito pela sua integridade. res, práticas e instituições desses povos;
c) deverão ser adotadas, com a participação
2. Essa ação deverá incluir medidas:
e cooperação dos povos interessados, medidas
a) que assegurem aos membros desses povos
voltadas a aliviar as dificuldades que esses povos
o gozo, em condições de igualdade, dos direitos e
experimentam ao enfrentarem novas condições
oportunidades que a legislação nacional outorga
de vida e de trabalho.
aos demais membros da população;
b) que promovam a plena efetividade dos direi- Artigo 6º
tos sociais, econômicos e culturais desses povos, 1. Ao aplicar as disposições da presente conven-
respeitando a sua identidade social e cultural, os ção, os governos deverão:
seus costumes e tradições, e as suas instituições; a) consultar os povos interessados, mediante
c) que ajudem os membros dos povos interes- procedimentos apropriados e, particularmente,
sados a eliminar as diferenças socioeconômicas através de suas instituições representativas,
125
cada vez que sejam previstas medidas legislati- 4. Os governos deverão adotar medidas em
vas ou administrativas suscetíveis de afetá-los cooperação com os povos interessados para pro-
diretamente; teger e preservar o meio ambiente dos territórios
b) estabelecer os meios através dos quais os que eles habitam.
povos interessados possam participar livremente,
Artigo 8º
pelo menos na mesma medida que outros setores
1. Ao aplicar a legislação nacional aos povos in-
da população e em todos os níveis, na adoção de
teressados deverão ser levados na devida consi-
decisões em instituições efetivas ou organismos
deração seus costumes ou seu direito consuetu-
administrativos e de outra natureza responsáveis
dinário.
pelas políticas e programas que lhes sejam con-
2. Esses povos deverão ter o direito de conser-
cernentes;
var seus costumes e instituições próprias, desde
c) estabelecer os meios para o pleno desenvol-
que eles não sejam incompatíveis com os direitos
vimento das instituições e iniciativas dos povos
fundamentais definidos pelo sistema jurídico na-
e, nos casos apropriados, fornecer os recursos
cional nem com os direitos humanos internacio-
necessários para esse fim.
2. As consultas realizadas na aplicação desta nalmente reconhecidos. Sempre que for neces-
convenção deverão ser efetuadas com boa-fé e sário, deverão ser estabelecidos procedimentos
de maneira apropriada às circunstâncias, com o para se solucionar os conflitos que possam surgir
objetivo de se chegar a um acordo e conseguir na aplicação deste princípio.
o consentimento acerca das medidas propostas. 3. A aplicação dos parágrafos 1 e 2 deste ar-
tigo não deverá impedir que os membros des-
Artigo 7º ses povos exerçam os direitos reconhecidos para
1. Os povos interessados deverão ter o direito todos os cidadãos do país e assumam as obriga-
de escolher suas, próprias prioridades no que ções correspondentes.
diz respeito ao processo de desenvolvimento, na
medida em que ele afete as suas vidas, crenças, Artigo 9º
instituições e bem-estar espiritual, bem como as 1. Na medida em que isso for compatível com
terras que ocupam ou utilizam de alguma forma, e o sistema jurídico nacional e com os direitos
de controlar, na medida do possível, o seu próprio humanos internacionalmente reconhecidos,
desenvolvimento econômico, social e cultural. deverão ser respeitados os métodos aos quais os
Além disso, esses povos deverão participar da for- povos interessados recorrem tradicionalmente
mulação, aplicação e avaliação dos planos e pro- para a repressão dos delitos cometidos pelos
gramas de desenvolvimento nacional e regional seus membros.
suscetíveis de afetá-los diretamente. 2. As autoridades e os tribunais solicitados para
2. A melhoria das condições de vida e de tra- se pronunciarem sobre questões penais deverão
balho e do nível de saúde e educação dos povos levar em conta os costumes dos povos menciona-
interessados, com a sua participação e coopera- dos a respeito do assunto.
ção, deverá ser prioritária nos planos de desen-
Artigo 10
volvimento econômico global das regiões onde
1. Quando sanções penais sejam impostas pela
eles moram. Os projetos especiais de desenvolvi-
legislação geral a membros dos povos menciona-
mento para essas regiões também deverão ser ela-
dos, deverão ser levadas em conta as suas carac-
borados de forma a promoverem essa melhoria.
terísticas econômicas, sociais e culturais.
3. Os governos deverão zelar para que, sempre
2. Dever-se-á dar preferência a tipos de punição
que for possível, sejam efetuados estudos junto
outros que o encarceramento.
aos povos interessados com o objetivo de se ava-
liar a incidência social, espiritual e cultural e sobre Artigo 11
o meio ambiente que as atividades de desenvol- A lei deverá proibir a imposição, a membros
vimento, previstas, possam ter sobre esses povos. dos povos interessados, de serviços pessoais
Os resultados desses estudos deverão ser consi- obrigatórios de qualquer natureza, remunerados
derados como critérios fundamentais para a exe- ou não, exceto nos casos previstos pela lei para
cução das atividades mencionadas. todos os cidadãos.
126
CONVENÇÃO Nº 169 DA OIT SOBRE POVOS INDÍGENAS E TRIBAIS (GENEBRA, 1989)
Artigo 12 Artigo 15
Os povos interessados deverão ter proteção 1. Os direitos dos povos interessados aos recur-
contra a violação de seus direitos, e poder iniciar sos naturais existentes nas suas terras deverão ser
procedimentos legais, seja pessoalmente, seja especialmente protegidos. Esses direitos abran-
mediante os seus organismos representativos, gem o direito desses povos a participarem da uti-
para assegurar o respeito efetivo desses direitos. lização, administração e conservação dos recur-
Deverão ser adotadas medidas para garantir que sos mencionados.
os membros desses povos possam compreender 2. Em caso de pertencer ao Estado a proprie-
e se fazer compreender em procedimentos legais, dade dos minérios ou dos recursos do subsolo,
facilitando para eles, se for necessário, intérpretes ou de ter direitos sobre outros recursos, existen-
ou outros meios eficazes. tes nas terras, os governos deverão estabelecer ou
manter procedimentos com vistas a consultar os
PARTE II – TERRAS povos interessados, a fim de se determinar se
Artigo 13 os interesses desses povos seriam prejudicados, e
1. Ao aplicarem as disposições desta parte da em que medida, antes de se empreender ou auto-
convenção, os governos deverão respeitar a im- rizar qualquer programa de prospecção ou explo-
ração dos recursos existentes nas suas terras. Os
portância especial que para as culturas e valores
povos interessados deverão participar sempre
espirituais dos povos interessados possui a sua re-
que for possível dos benefícios que essas ativi-
lação com as terras ou territórios, ou com ambos,
dades produzam, e receber indenização equita-
segundo os casos, que eles ocupam ou utilizam de
tiva por qualquer dano que possam sofrer como
alguma maneira e, particularmente, os aspectos
resultado dessas atividades.
coletivos dessa relação.
2. A utilização do termo “terras” nos artigos 15 Artigo 16
e 16 deverá incluir o conceito de territórios, o que 1. Com reserva do disposto nos parágrafos a se-
abrange a totalidade do habitat das regiões que os guir do presente artigo, os povos interessados não
povos interessados ocupam ou utilizam de algu- deverão ser transladados das terras que ocupam.
ma outra forma. 2. Quando, excepcionalmente, o translado e o
Artigo 14 reassentamento desses povos sejam considera-
1. Dever-se-á reconhecer aos povos interessa- dos necessários, só poderão ser efetuados com
o consentimento dos mesmos, concedido li-
dos os direitos de propriedade e de posse sobre as
vremente e com pleno conhecimento de causa.
terras que tradicionalmente ocupam. Além disso,
Quando não for possível obter o seu consenti-
nos casos apropriados, deverão ser adotadas
mento, o translado e o reassentamento só pode-
medidas para salvaguardar o direito dos povos
rão ser realizados após a conclusão de procedi-
interessados de utilizar terras que não estejam
mentos adequados estabelecidos pela legislação
exclusivamente ocupadas por eles, mas às quais,
nacional, inclusive enquetes públicas, quando for
tradicionalmente, tenham tido acesso para suas
apropriado, nas quais os povos interessados te-
atividades tradicionais e de subsistência. Nesse
nham a possibilidade de estar efetivamente re-
particular, deverá ser dada especial atenção à
presentados.
situação dos povos nômades e dos agricultores 3. Sempre que for possível, esses povos deverão
itinerantes. ter o direito de voltar a suas terras tradicionais
2. Os governos deverão adotar as medidas que assim que deixarem de existir as causas que mo-
sejam necessárias para determinar as terras que os tivaram seu translado e reassentamento.
povos interessados ocupam tradicionalmente e 4. Quando o retorno não for possível, conforme
garantir a proteção efetiva dos seus direitos de for determinado por acordo ou, na ausência de
propriedade e posse. tais acordos, mediante procedimento adequado,
3. Deverão ser instituídos procedimentos ade- esses povos deverão receber, em todos os casos
quados no âmbito do sistema jurídico nacional em que for possível, terras cuja qualidade e cujo
para solucionar as reivindicações de terras for- estatuto jurídico sejam pelo menos iguais àque-
muladas pelos povos interessados. les das terras que ocupavam anteriormente, e que
127
lhes permitam cobrir suas necessidades e garan- PARTE III – CONTRATAÇÃO E
tir seu desenvolvimento futuro. Quando os povos CONDIÇÕES DE EMPREGO
interessados prefiram receber indenização em Artigo 20
dinheiro ou em bens, essa indenização deverá ser 1. Os governos deverão adotar, no âmbito da le-
concedida com as garantias apropriadas. gislação nacional e em cooperação com os povos
5. Deverão ser indenizadas plenamente as pes- interessados, medidas especiais para garantir
soas transladadas e reassentadas por qualquer aos trabalhadores pertencentes a esses povos
perda ou dano que tenham sofrido como conse- uma proteção eficaz em matéria de contratação
e condições de emprego, na medida em que não
quência do seu deslocamento.
estejam protegidas eficazmente pela legislação
Artigo 17 aplicável aos trabalhadores em geral.
1. Deverão ser respeitadas as modalidades de 2. Os governos deverão fazer o que estiver ao
transmissão dos direitos sobre a terra entre os seu alcance para evitar qualquer discriminação
membros dos povos interessados estabelecidas entre os trabalhadores pertencentes aos povos
por esses povos. interessados e os demais trabalhadores, espe-
cialmente quanto a:
2. Os povos interessados deverão ser consulta-
a) acesso ao emprego, inclusive aos empre-
dos sempre que for considerada sua capacidade
gos qualificados e às medidas de promoção
para alienarem suas terras ou transmitirem de
e ascensão;
outra forma os seus direitos sobre essas terras b) remuneração igual por trabalho de igual
para fora de sua comunidade. valor;
3. Dever-se-á impedir que pessoas alheias a c) assistência médica e social, segurança e hi-
esses povos possam se aproveitar dos costumes giene no trabalho, todos os benefícios da seguri-
dos mesmos ou do desconhecimento das leis dade social e demais benefícios derivados do em-
por parte dos seus membros para se arrogarem prego, bem como a habitação;
a propriedade, a posse ou o uso das terras a eles d) direito de associação, direito a se dedicar li-
pertencentes. vremente a todas as atividades sindicais para fins
lícitos, e direito a celebrar convênios coletivos com
Artigo 18 empregadores ou com organizações patronais.
A lei deverá prever sanções apropriadas contra 3. As medidas adotadas deverão garantir, parti-
toda intrusão não autorizada nas terras dos povos cularmente, que:
interessados ou contra todo uso não autorizado a) os trabalhadores pertencentes aos povos in-
das mesmas por pessoas alheias a eles, e os go- teressados, inclusive os trabalhadores sazonais,
vernos deverão adotar medidas para impedirem eventuais e migrantes empregados na agricultura
ou em outras atividades, bem como os emprega-
tais infrações.
dos por empreiteiros de mão de obra, gozem da
Artigo 19 proteção conferida pela legislação e a prática na-
Os programas agrários nacionais deverão ga- cionais a outros trabalhadores dessas categorias
rantir aos povos interessados condições equiva- nos mesmos setores, e sejam plenamente infor-
lentes às desfrutadas por outros setores da popu- mados dos seus direitos de acordo com a legis-
lação, para fins de: lação trabalhista e dos recursos de que dispõem;
b) os trabalhadores pertencentes a esses povos
a) a alocação de terras para esses povos quando
não estejam submetidos a condições de trabalho
as terras das que dispunham sejam insuficientes
perigosas para sua saúde, em particular como
para lhes garantir os elementos de uma existência
consequência de sua exposição a pesticidas ou a
normal ou para enfrentarem o seu possível cresci-
outras substâncias tóxicas;
mento numérico; c) os trabalhadores pertencentes a esses povos
b) a concessão dos meios necessários para o não sejam submetidos a sistemas de contratação
desenvolvimento das terras que esses povos já coercitivos, incluindo-se todas as formas de ser-
possuam. vidão por dívidas;
128
CONVENÇÃO Nº 169 DA OIT SOBRE POVOS INDÍGENAS E TRIBAIS (GENEBRA, 1989)
d) os trabalhadores pertencentes a esses povos zelar para que sejam fortalecidas e fomentadas
gozem da igualdade de oportunidade e de trata- essas atividades.
mento para homens e mulheres no emprego e de 2. A pedido dos povos interessados, deverá fa-
proteção contra o acossamento sexual. cilitar-se aos mesmos, quando for possível, assis-
4. Dever-se-á dar especial atenção à criação de tência técnica e financeira apropriada que leve em
serviços adequados de inspeção do trabalho nas conta as técnicas tradicionais e as características
regiões donde trabalhadores pertencentes aos culturais desses povos e a importância do desen-
povos interessados exerçam atividades assalaria- volvimento sustentado e equitativo.
das, a fim de garantir o cumprimento das dispo-
sições desta parte da presente convenção. PARTE V – SEGURIDADE SOCIAL E SAÚDE
da aplicação das medidas adotadas em coope- período de dez anos previsto pelo presente artigo,
ração com os povos interessados. ficará obrigado por um novo período de dez anos
e, posteriormente, poderá denunciar a presente
PARTE IX – DISPOSIÇÕES GERAIS
convenção ao expirar cada período de dez anos,
Artigo 34 nas condições previstas no presente artigo.
A natureza e o alcance das medidas que sejam
adotadas para pôr em efeito a presente con- Artigo 40
venção deverão ser determinadas com flexibili- 1. O diretor-geral da Repartição Internacional
dade, levando em conta as condições próprias do Trabalho notificará a todos os Membros da
de cada país. Organização Internacional do Trabalho o registro
de todas as ratificações, declarações e denúncias
Artigo 35 que lhe sejam comunicadas pelos Membros da
A aplicação das disposições da presente con- Organização.
venção não deverá prejudicar os direitos e as 2. Ao notificar aos Membros da Organização o
vantagens garantidos aos povos interessados em registro da segundo ratificação que lhe tenha sido
virtude de outras convenções e recomendações,
comunicada, o diretor-geral chamará atenção dos
instrumentos internacionais, tratados, ou leis, lau-
Membros da Organização para a data de entrada
dos, costumes ou acordos nacionais.
em vigor da presente convenção.
PARTE X – DISPOSIÇÕES FINAIS
Artigo 41
Artigo 36 O diretor-geral da Repartição Internacional
Esta convenção revisa a Convenção sobre Popu- do Trabalho comunicará ao secretário-geral das
lações Indígenas e Tribais, 1957. Nações Unidas, para fins de registro, conforme o
artigo 102 da Carta das Nações Unidas, as infor-
Artigo 37
mações completas referentes a quaisquer ratifica-
As ratificações formais da presente convenção
ções, declarações e atos de denúncia que tenha
serão transmitidas ao diretor-geral da Repartição
Internacional do Trabalho e por ele registradas. registrado de acordo com os artigos anteriores.
Artigo 38 Artigo 42
1. A presente convenção somente vinculará Sempre que julgar necessário, o Conselho de
os Membros da Organização Internacional do Administração da Repartição Internacional do
Trabalho cujas ratificações tenham sido registra- Trabalho deverá apresentar à Conferência-Geral
das pelo diretor-geral. um relatório sobre a aplicação da presente con-
2. Esta convenção entrará em vigor doze meses venção e decidirá sobre a oportunidade de inscre-
após o registro das ratificações de dois Membros ver na agenda da Conferência a questão de sua
por parte do diretor-geral. revisão total ou parcial.
3. Posteriormente, esta convenção entrará em Artigo 43
vigor, para cada Membro, doze meses após o re- 1. Se a Conferência adotar uma nova conven-
gistro da sua ratificação. ção que revise total ou parcialmente a presente
Artigo 39 convenção, e a menos que a nova convenção
1. Todo Membro que tenha ratificado a presente disponha contrariamente:
convenção poderá denunciá-la após a expiração a) a ratificação, por um Membro, da nova con-
de um período de dez anos contados da entrada venção revista implicará de pleno direito, não obs-
em vigor mediante ato comunicado ao diretor-ge- tante o disposto pelo artigo 39, supra, a denúncia
ral da Repartição Internacional do Trabalho e por imediata da presente convenção, desde que a
ele registrado. A denúncia só surtirá efeito um ano nova convenção revista tenha entrado em vigor.
após o registro. b) a partir da entrada em vigor da convenção
2. Todo Membro que tenha ratificado a pre- revista, a presente convenção deixará de estar
sente convenção e não fizer uso da faculdade aberta à ratificação dos Membros.
de denúncia prevista pelo parágrafo precedente 2. A presente convenção continuará em vigor,
dentro do prazo de um ano após a expiração do em qualquer caso em sua forma e teor atuais, para
131
os Membros que a tiverem ratificado e que não I – estradas de rodagem com duas ou mais fai-
ratificarem a convenção revista. xas de rolamento;
II – ferrovias;
Artigo 44
III – portos e terminais de minério, petróleo e
As versões inglesa e francesa do texto da pre-
produtos químicos;
sente convenção são igualmente autênticas.
IV – aeroportos, conforme definidos pelo inciso I,
artigo 48, do Decreto-Lei nº 32,46 de 18/11/1966;
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 1, DE V – oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos
23 DE JANEIRO DE 1986 coletores e emissários de esgotos sanitários;
(Publicada no DOU de 17/2/1986)
VI – linhas de transmissão de energia elétrica,
Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais acima de 230 KV;
para o Relatório de Impacto Ambiental (Rima). VII – obras hidráulicas para exploração de
O Conselho Nacional do Meio Ambiente recursos hídricos, tais como: barragem para fins
(Conama), no uso das atribuições que lhe confere hidrelétricos, acima de 10 MW, de saneamento ou
o artigo 48 do Decreto nº 88.351,45 de 1º de junho de irrigação, abertura de canais para navegação,
de 1983, para efetivo exercício das responsabi- drenagem e irrigação, retificação de cursos d’água,
lidades que lhe são atribuídas pelo artigo 18 do abertura de barras e embocaduras, transposição
mesmo decreto, e de bacias, diques;
Considerando a necessidade de se estabelece- VIII – extração de combustível fóssil (petróleo,
xisto, carvão);
rem as definições, as responsabilidades, os crité-
IX – extração de minério, inclusive os da classe II,
rios básicos e as diretrizes gerais para uso e im-
definidas no Código de Mineração;
plementação da Avaliação de Impacto Ambiental
X – aterros sanitários, processamento e destino
como um dos instrumentos da Política Nacional
final de resíduos tóxicos ou perigosos;
do Meio Ambiente, resolve:
XI – usinas de geração de eletricidade, qualquer
Art. 1º Para efeito desta resolução, considera-se que seja a fonte de energia primária, acima de
impacto ambiental qualquer alteração das pro- 10 MW;
priedades físicas, químicas e biológicas do meio XII – complexo e unidades industriais e agroin-
ambiente, causada por qualquer forma de maté- dustriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquí-
ria ou energia resultante das atividades humanas micos, destilarias de álcool, hulha, extração e cul-
que, direta ou indiretamente, afetam: tivo de recursos hídricos); (Texto retificado no Boletim
I – a saúde, a segurança e o bem-estar de Serviço do MMA de 7/3/1986)
da população; XIII – distritos industriais e Zonas Estritamente
II – as atividades sociais e econômicas; Industriais (ZEI);
III – a biota; XIV – exploração econômica de madeira ou de
IV – as condições estéticas e sanitárias do meio lenha, em áreas acima de 100 hectares ou meno-
res, quando atingir áreas significativas em termos
ambiente;
percentuais ou de importância do ponto de vista
V – a qualidade dos recursos ambientais.
ambiental;
Art. 2º Dependerá de elaboração de estudo de im- XV – projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou
pacto ambiental e respectivo relatório de impacto em áreas consideradas de relevante interesse
ambiental (Rima), a serem submetidos à aprova- ambiental a critério da Sema47 e dos órgãos muni-
ção do órgão estadual competente, e do Ibama cipais e estaduais competentes;
em caráter supletivo, o licenciamento de ativida- XVI – qualquer atividade que utilizar carvão
des modificadoras do meio ambiente, tais como: vegetal, derivados ou produtos similares, em
132
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 1, DE 23 DE JANEIRO DE 1986
quantidade superior a dez toneladas por dia; estudos. (Texto retificado no Boletim de Serviço do MMA
(Inciso com redação dada pela Resolução Conama nº 11, de 7/3/1986)
de 18/3/1986)
Art. 6º O estudo de impacto ambiental desenvol-
XVII – projetos agropecuários que contemplem
verá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas:
áreas acima de 1.000 ha ou menores, neste caso,
I – diagnóstico ambiental da área de influência
quando se tratar de áreas significativas em ter-
do projeto completa descrição e análise dos recur-
mos percentuais ou de importância do ponto de
sos ambientais e suas interações, tal como exis-
vista ambiental, inclusive nas áreas de proteção
tem, de modo a caracterizar a situação ambiental
ambiental; (Inciso acrescido pela Resolução Conama
da área, antes da implantação do projeto, consi-
nº 11, de 18/3/1986)
derando:
XVIII – empreendimentos potencialmente lesi-
a) o meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o cli-
vos ao patrimônio espeleológico nacional. (Inciso
ma, destacando os recursos minerais, a topogra-
acrescido pela Resolução Conama nº 5, de 6/8/1987)
fia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o
Art. 3º (Revogado pela Resolução Conama nº 237, de regime hidrológico, as correntes marinhas, as cor-
19/12/1997) rentes atmosféricas;
Art. 4º Os órgãos ambientais competentes e os ór- b) o meio biológico e os ecossistemas naturais:
gãos setoriais do Sisnama deverão compatibilizar a fauna e a flora, destacando as espécies indica-
os processos de licenciamento com as etapas de doras da qualidade ambiental, de valor científico
planejamento e implantação das atividades modi- e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as
ficadoras do meio ambiente, respeitados os crité- áreas de preservação permanente;
rios e diretrizes estabelecidos por esta resolução c) o meio socioeconômico: o uso e ocupação do
e tendo por base a natureza o porte e as peculia- solo, os usos da água e a socioeconomia, desta-
ridades de cada atividade. cando os sítios e monumentos arqueológicos, his-
Art. 5º O estudo de impacto ambiental, além de tóricos e culturais da comunidade, as relações de
atender à legislação, em especial os princípios e dependência entre a sociedade local, os recursos
objetivos expressos na Lei de Política Nacional ambientais e a potencial utilização futura desses
do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes dire- recursos;
trizes gerais: II – análise dos impactos ambientais do projeto
I – contemplar todas as alternativas tecnoló- e de suas alternativas, através de identificação,
gicas e de localização de projeto, confrontando- previsão da magnitude e interpretação da impor-
-as com a hipótese de não execução do projeto; tância dos prováveis impactos relevantes, discri-
II – identificar e avaliar sistematicamente os im- minando: os impactos positivos e negativos (be-
pactos ambientais gerados nas fases de implanta- néficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos
ção e operação da atividade; e a médio e longo prazos, temporários e perma-
III – definir os limites da área geográfica a ser nentes; seu grau de reversibilidade; suas proprie-
direta ou indiretamente afetada pelos impactos, dades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos
denominada área de influência do projeto, consi- ônus e benefícios sociais;
derando, em todos os casos, a bacia hidrográfica III – definição das medidas mitigadoras dos im-
na qual se localiza; pactos negativos, entre elas os equipamentos de
IV – considerar os planos e programas gover- controle e sistemas de tratamento de despejos,
namentais, propostos e em implantação na área avaliando a eficiência de cada uma delas;
de influência do projeto, e sua compatibilidade. IV – elaboração do programa de acompanha-
Parágrafo único. Ao determinar a execução do mento e monitoramento (os impactos positivos
estudo de impacto ambiental o órgão estadual e negativos, indicando os fatores e parâmetros a
competente, ou o Ibama ou, quando couber, o serem considerados).
município, fixará as diretrizes adicionais que, Parágrafo único. Ao determinar a execução do
pelas peculiaridades do projeto e características estudo de impacto ambiental o órgão estadual
ambientais da área, forem julgadas necessárias, competente; ou o Ibama ou quando couber, o
inclusive os prazos para conclusão e análise dos município fornecerá as instruções adicionais que
133
se fizerem necessárias, pelas peculiaridades do VIII – recomendação quanto à alternativa
projeto e características ambientais da área. mais favorável (conclusões e comentários de
Art. 7º (Revogado pela Resolução Conama nº 237, de ordem geral).
19/12/1997) Parágrafo único. O Rima deve ser apresentado
Art. 8º Correrão por conta do proponente do de forma objetiva e adequada a sua compreen-
projeto todas as despesas e custos referentes à são. As informações devem ser traduzidas em lin-
realização do estudo de impacto ambiental, tais guagem acessível, ilustradas por mapas, cartas,
como: coleta e aquisição dos dados e informa- quadros, gráficos e demais técnicas de comuni-
ções, trabalhos e inspeções de campo, análises cação visual, de modo que se possam entender
de laboratório, estudos técnicos e científicos e as vantagens e desvantagens do projeto, bem
acompanhamento e monitoramento dos impac- como todas as consequências ambientais de sua
tos, elaboração do Rima e fornecimento de pelo
implementação.
menos cinco cópias.
Art. 10. O órgão estadual competente, ou o Ibama
Art. 9º O Relatório de Impacto Ambiental (Rima)
ou, quando couber, o município terá um prazo
refletirá as conclusões do estudo de impacto am-
biental e conterá, no mínimo: para se manifestar de forma conclusiva sobre o
I – os objetivos e justificativas do projeto, sua re- Rima apresentado.
lação e compatibilidade com as políticas setoriais, Parágrafo único. O prazo a que se refere o caput
planos e programas governamentais; deste artigo terá o seu termo inicial na data do
II – a descrição do projeto e suas alternativas recebimento pelo estadual competente ou pela
tecnológicas e locacionais, especificando para Sema do estudo do impacto ambiental e seu
cada um deles, nas fases de construção e ope- respectivo Rima.
ração a área de influência, as matérias-primas, e
mão de obra, as fontes de energia, os processos Art. 11. Respeitado o sigilo industrial, assim soli-
e técnica operacionais, os prováveis efluentes, citando e demonstrando pelo interessado o Rima
emissões, resíduos de energia, os empregos dire- será acessível ao público. Suas cópias permanece-
tos e indiretos a serem gerados; rão à disposição dos interessados, nos centros de
III – a síntese dos resultados dos estudos de documentação ou bibliotecas da Sema e do esta-
diagnósticos ambiental da área de influência do dual de controle ambiental correspondente, inclu-
projeto; sive o período de análise técnica.
IV – a descrição dos prováveis impactos am-
§ 1º Os órgãos públicos que manifestarem in-
bientais da implantação e operação da atividade,
teresse, ou tiverem relação direta com o projeto,
considerando o projeto, suas alternativas, os ho-
receberão cópia do Rima, para conhecimento e
rizontes de tempo de incidência dos impactos e
indicando os métodos, técnicas e critérios adota- manifestação.
dos para sua identificação, quantificação e inter- § 2º Ao determinar a execução do estudo de im-
pretação; pacto ambiental e apresentação do Rima, o esta-
V – a caracterização da qualidade ambiental fu- dual competente ou o Ibama ou, quando couber o
tura da área de influência, comparando as dife- município, determinará o prazo para recebimento
rentes situações da adoção do projeto e suas al- dos comentários a serem feitos pelos órgãos pú-
ternativas, bem como com a hipótese de sua não blicos e demais interessados e, sempre que julgar
realização;
necessário, promoverá a realização de audiência
VI – a descrição do efeito esperado das medidas
pública para informação sobre o projeto e seus im-
mitigadoras previstas em relação aos impactos
pactos ambientais e discussão do Rima.
negativos, mencionando aqueles que não pude-
ram ser evitados, e o grau de alteração esperado; Art. 12. Esta resolução entra em vigor na data de
VII – o programa de acompanhamento e monito- sua publicação.
ramento dos impactos; FLÁVIO PEIXOTO DA SILVEIRA
134
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 9, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1987
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Co- Art. 5º A ata da(s) audiência(s) pública(s) e seus
nama), no uso das atribuições que lhe conferem anexos, servirão de base, juntamente com o Rima,
o inciso II, do artigo 7º, do Decreto nº 88.351,48 de para a análise e parecer final do licenciador quan-
1º de junho de 1983, e tendo em vista o disposto to à aprovação ou não do projeto.
na Resolução Conama nº 001, de 23 de janeiro de Art. 6º Esta resolução entra em vigor na data de
1986, resolve: sua publicação.
TÂNIA MARIA TONEL MUNHOZ
Art. 1º A audiência pública referida na Resolução
Secretária Executiva
Conama nº 001/1986, tem por finalidade expor José A. Lutzenberger
aos interessados o conteúdo do produto em aná- Presidente
lise e do seu referido Rima, dirimindo dúvidas e
recolhendo dos presentes as críticas e sugestões RESOLUÇÃO CONAMA Nº 237, DE
a respeito. 19 DE DEZEMBRO DE 1997
(Publicada no DOU de 22/12/1997)
Art. 2º Sempre que julgar necessário, ou quando
for solicitado por entidade civil, pelo Ministério Dispõe sobre a revisão e complementação
dos procedimentos e critérios utilizados para
Público, ou por cinquenta ou mais cidadãos, o
o licenciamento ambiental.
órgão de meio ambiente promoverá a realização
de audiência pública. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Co-
nama), no uso das atribuições e competências
§ 1º O órgão de meio ambiente, a partir da data
que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938, de 31
do recebimento do Rima, fixará em edital e anun-
de agosto de 1981, regulamentadas pelo Decreto
ciará pela imprensa local a abertura do prazo que
nº 99.274, de 06 de junho de 1990, e tendo em vista
será no mínimo de quarenta e cinco dias para
o disposto em seu Regimento Interno, e
solicitação de audiência pública.
Considerando a necessidade de revisão dos pro-
§ 2º No caso de haver solicitação de audiên-
cedimentos e critérios utilizados no licenciamento
cia pública e na hipótese do órgão estadual não
ambiental, de forma a efetivar a utilização do
realizá-la, a licença concedida não terá validade.
sistema de licenciamento como instrumento de
§ 3º Após este prazo, a convocação será feita
gestão ambiental, instituído pela Política Nacional
pelo órgão licenciador, através de correspon-
do Meio Ambiente;
dência registrada aos solicitantes e da divulgação
Considerando a necessidade de se incorporar
em órgãos da imprensa local.
ao sistema de licenciamento ambiental os instru-
§ 4º A audiência pública deverá ocorrer em local
mentos de gestão ambiental, visando o desenvol-
acessível aos interessados.
vimento sustentável e a melhoria contínua;
§ 5º Em função da localização geográfica dos
Considerando as diretrizes estabelecidas na
solicitantes, e da complexidade do tema, poderá
Resolução Conama nº 11/1994, que determina
haver mais de uma audiência pública sobre o
a necessidade de revisão no sistema de licen-
mesmo projeto de respectivo Relatório de Im-
ciamento ambiental;
pacto Ambiental (Rima).
Considerando a necessidade de regulamenta-
Art. 3º A audiência pública será dirigida pelo ção de aspectos do licenciamento ambiental esta-
representante do órgão licenciador que, após a belecidos na Política Nacional de Meio Ambiente
exposição objetiva do projeto e do seu respectivo que ainda não foram definidos;
Rima, abrirá as discussões com os interessados Considerando a necessidade de ser estabele-
presentes. cido critério para exercício da competência para
135
o licenciamento a que se refere o artigo 10 da do órgão ambiental competente, sem prejuízo de
Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981; outras licenças legalmente exigíveis.
Considerando a necessidade de se integrar a § 1º Estão sujeitos ao licenciamento ambiental
atuação dos órgãos competentes do Sistema Na- os empreendimentos e as atividades relacionadas
cional de Meio Ambiente (Sisnama) na execução no Anexo 1, parte integrante desta resolução.
da Política Nacional do Meio Ambiente, em confor- § 2º Caberá ao órgão ambiental competente de-
midade com as respectivas competências, resolve: finir os critérios de exigibilidade, o detalhamento e
Art. 1º Para efeito desta resolução são adotadas a complementação do Anexo 1, levando em consi-
as seguintes definições: deração as especificidades, os riscos ambientais, o
I – licenciamento ambiental: procedimento ad- porte e outras características do empreendimento
ministrativo pelo qual o órgão ambiental compe- ou atividade.
tente licencia a localização, instalação, ampliação Art. 3º A licença ambiental para empreendimen-
e a operação de empreendimentos e atividades tos e atividades consideradas efetiva ou potencial-
utilizadoras de recursos ambientais, consideradas mente causadoras de significativa degradação do
efetiva ou potencialmente poluidoras ou daque- meio dependerá de prévio estudo de impacto am-
las que, sob qualquer forma, possam causar de- biental e respectivo relatório de impacto sobre o
gradação ambiental, considerando as disposições meio ambiente (EIA/Rima), ao qual dar-se-á publi-
legais e regulamentares e as normas técnicas apli- cidade, garantida a realização de audiências pú-
cáveis ao caso; blicas, quando couber, de acordo com a regula-
II – licença ambiental: ato administrativo pelo mentação.
qual o órgão ambiental competente, estabelece Parágrafo único. O órgão ambiental competente,
as condições, restrições e medidas de controle verificando que a atividade ou empreendimento
ambiental que deverão ser obedecidas pelo em- não é potencialmente causador de significativa
preendedor, pessoa física ou jurídica, para locali- degradação do meio ambiente, definirá os estu-
zar, instalar, ampliar e operar empreendimentos dos ambientais pertinentes ao respectivo pro-
ou atividades utilizadoras dos recursos ambien- cesso de licenciamento.
tais consideradas efetiva ou potencialmente po-
Art. 4º Compete ao Instituto Brasileiro do Meio
luidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, pos-
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
sam causar degradação ambiental;
(Ibama), órgão executor do Sisnama, o licencia-
III – estudos ambientais: são todos e quaisquer
mento ambiental, a que se refere o artigo 10 da
estudos relativos aos aspectos ambientais rela-
Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, de em-
cionados à localização, instalação, operação e
preendimentos e atividades com significativo im-
ampliação de uma atividade ou empreendimento,
pacto ambiental de âmbito nacional ou regional,
apresentado como subsídio para a análise da
a saber:
licença requerida, tais como: relatório ambiental,
I – localizadas ou desenvolvidas conjuntamente
plano e projeto de controle ambiental, relató-
no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na
rio ambiental preliminar, diagnóstico ambiental,
plataforma continental; na zona econômica ex-
plano de manejo, plano de recuperação de área
clusiva; em terras indígenas ou em unidades de
degradada e análise preliminar de risco;
conservação do domínio da União;
IV – impacto ambiental regional: é todo e qual-
II – localizadas ou desenvolvidas em dois ou
quer impacto ambiental que afete diretamente
mais estados;
(área de influência direta do projeto), no todo ou
III – cujos impactos ambientais diretos ultra-
em parte, o território de dois ou mais estados.
passem os limites territoriais do país ou de um ou
Art. 2º A localização, construção, instalação, am- mais estados;
pliação, modificação e operação de empreendi- IV – destinados a pesquisar, lavrar, produzir, be-
mentos e atividades utilizadoras de recursos am- neficiar, transportar, armazenar e dispor material
bientais consideradas efetiva ou potencialmente radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem
poluidoras, bem como os empreendimentos ca- energia nuclear em qualquer de suas formas e
pazes, sob qualquer forma, de causar degradação aplicações, mediante parecer da Comissão Na-
ambiental, dependerão de prévio licenciamento cional de Energia Nuclear (Cnen);
136
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 237, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1997
Art. 15. O empreendedor deverá atender à solici- decisão motivada, aumentar ou diminuir o seu
tação de esclarecimentos e complementações, prazo de validade, após avaliação do desempe-
formuladas pelo órgão ambiental competente, nho ambiental da atividade ou empreendimento
dentro do prazo máximo de quatro meses, a con- no período de vigência anterior, respeitados os
tar do recebimento da respectiva notificação. limites estabelecidos no inciso III.
Parágrafo único. O prazo estipulado no caput § 4º A renovação da Licença de Operação (LO)
poderá ser prorrogado, desde que justificado e de uma atividade ou empreendimento deverá ser
com a concordância do empreendedor e do órgão requerida com antecedência mínima de cento
ambiental competente. e vinte dias da expiração de seu prazo de vali-
Art. 16. O não cumprimento dos prazos esti- dade, fixado na respectiva licença, ficando este
pulados nos artigos 14 e 15, respectivamente, su- automaticamente prorrogado até a manifestação
jeitará o licenciamento à ação do órgão que de- definitiva do órgão ambiental competente.
tenha competência para atuar supletivamente e Art. 19. O órgão ambiental competente, mediante
o empreendedor ao arquivamento de seu pedido decisão motivada, poderá modificar os condicio-
de licença. nantes e as medidas de controle e adequação, sus-
Art. 17. O arquivamento do processo de licencia- pender ou cancelar uma licença expedida, quando
mento não impedirá a apresentação de novo re- ocorrer:
querimento de licença, que deverá obedecer aos I – violação ou inadequação de quaisquer con-
procedimentos estabelecidos no artigo 10, me- dicionantes ou normas legais;
diante novo pagamento de custo de análise. II – omissão ou falsa descrição de informações
relevantes que subsidiaram a expedição da licença;
Art. 18. O órgão ambiental competente estabele- III – superveniência de graves riscos ambientais
cerá os prazos de validade de cada tipo de licença, e de saúde.
especificando-os no respectivo documento, le-
vando em consideração os seguintes aspectos: Art. 20. Os entes federados, para exercerem suas
I – o prazo de validade da Licença Prévia (LP) competências licenciatórias, deverão ter imple-
deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo crono- mentados os conselhos de meio ambiente, com
grama de elaboração dos planos, programas e caráter deliberativo e participação social e, ainda,
projetos relativos ao empreendimento ou ativi- possuir em seus quadros ou a sua disposição pro-
dade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos; fissionais legalmente habilitados.
II – o prazo de validade da Licença de Instala- Art. 21. Esta resolução entra em vigor na data de
ção (LI) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo sua publicação, aplicando seus efeitos aos pro-
cronograma de instalação do empreendimento ou cessos de licenciamento em tramitação nos ór-
atividade, não podendo ser superior a seis anos; gãos ambientais competentes, revogadas as dis-
III – o prazo de validade da Licença de Opera- posições em contrário, em especial os artigos 3º e
ção (LO) deverá considerar os planos de controle 7º da Resolução Conama nº 001, de 23 de janeiro
ambiental e será de, no mínimo, quatro anos e, no de 1986.
máximo, dez anos. GUSTAVO KRAUSE GONÇALVES SOBRINHO
Presidente
§ 1º A Licença Prévia (LP) e a Licença de Insta-
RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO
lação (LI) poderão ter os prazos de validade pror- Secretário-Executivo
rogados, desde que não ultrapassem os prazos
máximos estabelecidos nos incisos I e II. Anexo 1
§ 2º O órgão ambiental competente poderá Atividades ou empreendimentos
estabelecer prazos de validade específicos para a sujeitos ao licenciamento ambiental
Licença de Operação (LO) de empreendimentos
ou atividades que, por sua natureza e peculia- Extração e tratamento de minerais
ridades, estejam sujeitos a encerramento ou mo- yy pesquisa mineral com guia de utilização
dificação em prazos inferiores. yy lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com
§ 3º Na renovação da Licença de Operação ou sem beneficiamento
(LO) de uma atividade ou empreendimento, o yy lavra subterrânea com ou sem beneficiamento
órgão ambiental competente poderá, mediante yy lavra garimpeira
139
yy perfuração de poços e produção de petró- Indústria de material de transporte
leo e gás natural yy fabricação e montagem de veículos rodo-
viários e ferroviários, peças e acessórios
Indústria de produtos minerais não metálicos
yy fabricação e montagem de aeronaves
yy beneficiamento de minerais não metálicos, yy fabricação e reparo de embarcações e estru-
não associados à extração turas flutuantes
yy fabricação e elaboração de produtos mine-
rais não metálicos tais como: produção de Indústria de madeira
material cerâmico, cimento, gesso, amianto yy serraria e desdobramento de madeira
e vidro, entre outros. yy preservação de madeira
yy fabricação de chapas, placas de madeira
Indústria metalúrgica aglomerada, prensada e compensada
yy fabricação de aço e de produtos siderúrgicos yy fabricação de estruturas de madeira e de
yy produção de fundidos de ferro e aço/forja- móveis
dos/arames/relaminados com ou sem trata-
Indústria de papel e celulose
mento de superfície, inclusive galvanoplastia
yy fabricação de celulose e pasta mecânica
yy metalurgia dos metais não ferrosos, em for-
yy fabricação de papel e papelão
mas primárias e secundárias, inclusive ouro
yy fabricação de artefatos de papel, papelão,
yy produção de laminados/ligas/artefatos de
cartolina, cartão e fibra prensada
metais não ferrosos com ou sem tratamento
de superfície, inclusive galvanoplastia Indústria de borracha
yy relaminação de metais não ferrosos, inclu- yy beneficiamento de borracha natural
sive ligas yy fabricação de câmara de ar e fabricação e
yy produção de soldas e anodos recondicionamento de pneumáticos
yy metalurgia de metais preciosos yy fabricação de laminados e fios de borracha
yy metalurgia do pó, inclusive peças moldadas yy fabricação de espuma de borracha e de arte-
yy fabricação de estruturas metálicas com ou fatos de espuma de borracha, inclusive látex
sem tratamento de superfície, inclusive gal-
Indústria de couros e peles
vanoplastia
yy fabricação de artefatos de ferro/aço e de yy secagem e salga de couros e peles
yy curtimento e outras preparações de couros
metais não ferrosos com ou sem tratamento
e peles
de superfície, inclusive galvanoplastia
yy fabricação de artefatos diversos de couros
yy têmpera e cementação de aço, recozimento
e peles
de arames, tratamento de superfície
yy fabricação de cola animal
Indústria mecânica
Indústria química
yy fabricação de máquinas, aparelhos, peças,
yy produção de substâncias e fabricação de
utensílios e acessórios com e sem trata-
produtos químicos
mento térmico e/ou de superfície yy fabricação de produtos derivados do pro-
cessamento de petróleo, de rochas betumi-
Indústria de material elétrico, eletrônico e co-
nosas e da madeira
municações
yy fabricação de combustíveis não derivados
yy fabricação de pilhas, baterias e outros acumu- de petróleo
ladores yy produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-
yy fabricação de material elétrico, eletrônico -animais/óleos essenciais vegetais e outros
e equipamentos para telecomunicação e produtos da destilação da madeira
informática yy fabricação de resinas e de fibras e fios arti-
yy fabricação de aparelhos elétricos e eletro- ficiais e sintéticos e de borracha e látex sin-
domésticos téticos
140
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 237, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1997
141
yy terminais de minério, petróleo e derivados yy criação de animais
e produtos químicos yy projetos de assentamentos e de colonização
yy depósitos de produtos químicos e produtos
perigosos Uso de recursos naturais
yy silvicultura
Turismo yy exploração econômica da madeira ou lenha
yy complexos turísticos e de lazer, inclusive e subprodutos florestais
parques temáticos e autódromos yy atividade de manejo de fauna exótica e cria-
douro de fauna silvestre
Atividades diversas yy utilização do patrimônio genético natural
yy parcelamento do solo yy manejo de recursos aquáticos vivos
yy distrito e polo industrial yy introdução de espécies exóticas e/ou
geneticamente modificadas
Atividades agropecuárias
yy uso da diversidade biológica pela biotecno-
yy projeto agrícola logia
142
EXERCÍCIO DA CIDADANIA AMBIENTAL
49 Geólogo e bacharel em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre e doutor em desenvol-
vimento sustentável pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UnB). Con-
sultor legislativo com atuação na área XI (meio ambiente e direito ambiental, organização territorial, desenvol-
vimento urbano e regional) da Câmara dos Deputados. Contato: mauricio.boratto@camara.leg.br.
50 Cf. os artigos da Constituição Federal relativos ao meio ambiente, disponíveis no capítulo específico deste livro.
51 O texto referente à educação ambiental toma por base o artigo de Feldmann e Araújo (2012).
143
deve adquirir valores e conhecimentos para participar da prevenção e da solução
dos problemas ambientais de forma responsável e eficaz.
A educação ambiental deve ser institucionalizada na forma de um pro-
cesso contínuo, que abarque todos os grupos etários e categorias profissionais.
Além disso, ela deve ser direcionada ao público em geral não especializado, aos
grupos sociais específicos com atuação profissional na área de qualidade do
meio ambiente e aos técnicos e cientistas cujas pesquisas e práticas especializa-
das constituam ou possam constituir base de conhecimento tanto para a gestão
ambiental quanto para a educação ambiental propriamente dita.
Ao mesmo tempo em que a educação ambiental deve abranger todos
os níveis do ensino formal, não pode ficar adstrita a ele. Impõe-se o emprego
do complexo conjunto de veículos educativos existentes, incluindo os meios de
comunicação de massa, visando impulsionar a conscientização e desenvolver
conhecimentos, comportamentos comprometidos com a proteção ambiental e
habilidades voltadas à questão ambiental.
A CF de 1988 encampou essas preocupações ao estatuir, no art. 225, § 1º,
inciso IV, que incumbe ao poder público “promover a educação ambiental em
todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do
meio ambiente”.
Sob essa inspiração, e como resultado da movimentação político-social
associada à Rio-92 (item 36.3 da Agenda 21 e princípio 10 da Declaração do Rio),
entendeu-se que o Brasil carecia de uma lei com regras gerais sobre o desenvol-
vimento da educação ambiental, que consolidasse preceitos orientadores das
práticas educativas nesse campo. A leitura foi de que a Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), centrava-se
no ensino formal e, até mesmo em razão de sua larga abrangência, não poderia
traduzir todas as especificidades da educação para o meio ambiente.
Assim, a Lei nº 9.795/1999 estrutura-se em quatro capítulos – Da Edu-
cação Ambiental, Da Política Nacional de Educação Ambiental, Da Execução da
Política Nacional de Educação Ambiental e Disposições Finais. São consagradas
diretrizes gerais e tarefas para o poder público, as instituições educativas, os
órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), os meios
de comunicação de massa, as empresas, as entidades de classe, as instituições
públicas e privadas e a sociedade de forma ampla.
Há diferentes linhas de atuação na Política Nacional de Educação
Ambiental, que abrangem a educação escolar e a não escolar. As vertentes prin-
cipais, segundo a lei, são: capacitação de recursos humanos, desenvolvimento
de estudos, pesquisas e experimentações, produção e divulgação de material
educativo e acompanhamento e avaliação.
A Lei nº 9.795/1999, regulamentada pelo Decreto nº 4.281, de 25 de junho
de 2002, prevê que a educação ambiental deve ser desenvolvida como uma
144
EXERCÍCIO DA CIDADANIA AMBIENTAL
52 Cf. os artigos da Constituição Federal relativos ao meio ambiente, disponíveis no capítulo específico deste livro.
145
termos do inciso VII do art. 9º da Lei nº 6.938/1981,53 mas que ainda funciona
muito aquém de sua potencialidade.
É estabelecido expressamente na Lei nº 10.650/2003 que os órgãos e enti-
dades da administração pública, direta, indireta e fundacional, integrantes do
Sisnama, ficam obrigados a permitir o acesso público aos documentos, expe-
dientes e processos administrativos que tratem de matéria ambiental. Além disso,
esses órgãos devem fornecer todas as informações ambientais que estejam sob
sua guarda, em meio escrito, visual, sonoro ou eletrônico, no prazo de trinta
dias, mesmo tempo em que, se for o caso, deve ser facultada a consulta ao inte-
ressado. Esse dispositivo da lei é regulamentado quanto à gestão florestal pelos
arts. 24 e 25 do Decreto nº 5.975, de 30 de novembro de 2006.54
A lei prevê, ainda, que os órgãos ambientais competentes integrantes do
Sisnama elaborem e divulguem relatórios anuais relativos à qualidade do ar e
da água e, na forma da regulamentação, outros elementos ambientais. A elabo-
ração de relatórios é outro instrumento previsto na Lei nº 6.938/1981 (art. 9º, X),
que deve ser aperfeiçoado, para que cumpra com maior fidelidade os objetivos
da Política Nacional do Meio Ambiente.55
Uma das ocasiões apropriadas para o acesso amplo a informações
ambientais de empreendimentos ou atividades degradadoras do meio ambiente
ocorre durante as audiências públicas, previstas nas Resoluções nos 1, de 23
de janeiro de 1986 (art. 11, § 2º), e 9, de 3 de dezembro de 1987, do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama),56 ao qual a Lei nº 6.938/1981 delegou
diversas atribuições.57 Todavia, a sociedade civil reclama, frequentemente, da
pequena possibilidade de influir efetivamente nos rumos do licenciamento
ambiental do empreendimento ou atividade sujeita a esse processo.
Outras possibilidades de exercício da cidadania ambiental incluem o
encaminhamento de denúncias sobre poluição ou degradação ambiental à
imprensa ou às associações ambientalistas e a participação da sociedade civil
organizada em conselhos de meio ambiente, comitês de bacias hidrográficas,
conselhos gestores de unidades de conservação, conselhos gestores de fundos
ambientais e diversos outros fóruns existentes nos três níveis da federação. Fora
do âmbito governamental, também é possível a participação em conselhos
de entidades empresariais, organizações não governamentais e movimentos
sociais diversos.
53 Cf. os artigos da Constituição Federal relativos ao meio ambiente, disponíveis no capítulo específico deste livro.
54 Cf. comentários sobre gestão florestal em Legislação de meio ambiente: biodiversidade.
55 Cf. os artigos da Lei nº 6.938/1981, no capítulo sobre normas básicas, neste livro.
56 Cf. resoluções Conama na página eletrônica do órgão. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/
legiano.cfm?codlegitipo=3>. Acesso em: 5 fev. 2018.
57 Sobre audiências públicas relacionadas ao licenciamento ambiental e legislação pertinente, confira o capítulo
sobre licenciamento ambiental neste livro.
146
EXERCÍCIO DA CIDADANIA AMBIENTAL
58 O texto referente à ação popular e à ação civil pública toma por base as obras de Benjamin (1993), Fiorillo,
Rodrigues e Nery (1996), Guerra (1997) e Milaré (2001).
147
“remédios constitucionais” aplicáveis a essa temática, tais como a ação direta de
inconstitucionalidade (art. 102, I, a, 103 e 125), o mandado de segurança coletivo
(art. 5º, LXX) e o mandado de injunção (art. 5º, LXXI). Na década de 1960, quando
a Lei da Ação Popular foi aprovada, a temática ambiental ainda era pouco difun-
dida; mas quando o meio ambiente passou a ser discutido de forma mais ampla,
já na década de 1980, outro recurso semelhante surgiu.
Trata-se da Lei da Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/1985), promulgada
duas décadas após a Lei da Ação Popular, em plena efervescência das normas
ambientais pioneiras. A Lei nº 7.347/1985 teve seu conteúdo bastante alterado
pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de 11 de setembro de
1990), pela Medida Provisória (MP) nº 2.180-35/2001 e pelas Leis nos 12.529/2011,
12.966/2014 e 13.004/2014. Seu conteúdo foi bem ampliado em função dessas
alterações.
Na redação atual, ela disciplina a ação civil pública de responsabilidade
por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer outro interesse
difuso ou coletivo, por infração da ordem econômica, à ordem urbanística, à
honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos e ao patrimônio
público e social. Tem por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento
de obrigação de fazer ou não fazer.
Ao contrário da lei anterior, cujo legitimado para proposição da ação
popular é o simples cidadão, têm legitimidade para propor a ação, na Lei da
Ação Civil Pública, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a União, os estados,
o Distrito Federal e os municípios, bem como autarquias, empresas públicas,
fundações e sociedades de economia mista, além de associações ambientalistas
constituídas há mais de um ano. Este último requisito, contudo, pode ser dispen-
sado pelo juiz, caso haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou
característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido (art. 5º,
caput e § 4º).
Outra característica importante da Lei da Ação Civil Pública é que ela se
presta não apenas à defesa de direitos coletivos e difusos, como pode ocorrer
com bens ambientais, devido à indivisibilidade de seu objeto e à indeterminação
de seus titulares. Ela se aplica também à tutela de interesses e direitos indivi-
duais homogêneos, ou seja, aqueles divisíveis e de titulares determinados, mas
reunidos numa só ação ou processo, em razão da mesma origem, que lhes con-
fere homogeneidade.
O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará,
obrigatoriamente, como fiscal da lei (art. 5º, § 1º). Destaca-se, ainda, o instituto
previsto no § 6º do art. 5º da mesma lei, segundo o qual os órgãos públicos
legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de
sua conduta às exigências legais, mediante cominações, as quais terão eficácia
148
EXERCÍCIO DA CIDADANIA AMBIENTAL
Referências
BENJAMIN, Antônio Herman V. (Org.). Dano ambiental: prevenção, reparação e
repressão. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1993. 470 p.
FELDMANN, Fabio José; ARAÚJO, Suely Mara Vaz Guimarães de. Integração da política
nacional de resíduos sólidos com a política nacional de educação ambiental. In:
JARDIM, Arnaldo; YOSHIDA, Consuelo; MACHADO FILHO, José Valverde (Org.). Política
nacional, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. Barueri, SP: Manole, 2012.
p. 561-572.
FIORILLO, Celso Antonio; RODRIGUES, Marcelo Abelha; NERY, Rosa Maria Andrade.
Direito processual ambiental brasileiro: ação civil pública, mandado de segurança, ação
popular, mandado de injunção. Belo Horizonte: Del Rey, 1996. 279 p.
GUERRA, Isabella Franco. Ação civil pública e meio ambiente: doutrina, comentários à
Lei nº 7.347/1985, tradução das class actions. Rio de Janeiro: Forense, 1997. 104 p.
MILARÉ, Édis. Direito do ambiente: doutrina, prática, jurisprudência, glossário. 2. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001. 783 p.
149
LEI Nº 13.186, DE 11 DE Art. 3º Para atender aos objetivos da Política a
NOVEMBRO DE 2015 que se refere o art. 1º, incumbe ao poder público,
(Publicada no DOU de 12/11/2015) em âmbito federal, estadual e municipal:
I – promover campanhas em prol do consumo
Institui a Política de Educação para o Con-
sustentável, em espaço nobre dos meios de comu-
sumo Sustentável.
nicação de massa;
A presidenta da República II – capacitar os profissionais da área de edu-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu cação para inclusão do consumo sustentável nos
sanciono a seguinte Lei: programas de educação ambiental do ensino
Art. 1º Fica instituída a Política de Educação para médio e fundamental.
o Consumo Sustentável, com o objetivo de esti- Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
mular a adoção de práticas de consumo e de téc- blicação.
nicas de produção ecologicamente sustentáveis. Brasília, 11 de novembro de 2015; 194º da
Parágrafo único. Entende-se por consumo sus- Independência e 127º da República.
tentável o uso dos recursos naturais de forma a
DILMA ROUSSEFF
proporcionar qualidade de vida para a geração Aloizio Mercadante
presente sem comprometer as necessidades das
gerações futuras. LEI Nº 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965
(LEI DA AÇÃO POPULAR)
Art. 2º São objetivos da Política de Educação para
(Publicada no DOU de 5/7/1965 e republicada no DOU de
o Consumo Sustentável:
8/4/1974)
I – incentivar mudanças de atitude dos consu-
Regula a Ação Popular.
midores na escolha de produtos que sejam pro-
duzidos com base em processos ecologicamente O presidente da República
sustentáveis; Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
II – estimular a redução do consumo de água, sanciono a seguinte Lei:
energia e de outros recursos naturais, renováveis DA AÇÃO POPULAR
e não renováveis, no âmbito residencial e das ati- Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para
vidades de produção, de comércio e de serviços; pleitear a anulação ou a declaração de nulidade
III – promover a redução do acúmulo de resí- de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distri-
duos sólidos, pelo retorno pós-consumo de emba- to Federal, dos Estados, dos Municípios, de enti-
lagens, pilhas, baterias, pneus, lâmpadas e outros dades autárquicas, de sociedades de economia
produtos considerados perigosos ou de difícil de- mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades
composição; mútuas de seguro nas quais a União represente
IV – estimular a reutilização e a reciclagem dos os segurados ausentes, de empresas públicas, de
produtos e embalagens; serviços sociais autônomos, de instituições ou
V – estimular as empresas a incorporarem as fundações para cuja criação ou custeio o tesou-
dimensões social, cultural e ambiental no pro- ro público haja concorrido ou concorra com mais
de cinquenta por cento do patrimônio ou da recei-
cesso de produção e gestão;
ta anual de empresas incorporadas ao patrimônio
VI – promover ampla divulgação do ciclo de
da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos
vida dos produtos, de técnicas adequadas de ma-
Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou
nejo dos recursos naturais e de produção e gestão
entidades subvencionadas pelos cofres públicos.
empresarial;
§ 1º Consideram-se patrimônio público para os
VII – fomentar o uso de recursos naturais com fins referidos neste artigo, os bens e direitos de
base em técnicas e formas de manejo ecologi- valor econômico, artístico, estético, histórico ou
camente sustentáveis; turístico. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 6.513,
VIII – zelar pelo direito à informação e pelo fo- de 20/12/1977)
mento à rotulagem ambiental; § 2º Em se tratando de instituições ou funda-
IX – incentivar a certificação ambiental. ções, para cuja criação ou custeio o tesouro pú-
150
LEI Nº 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965
blico concorra com menos de cinquenta por cento d) a inexistência dos motivos se verifica quando
do patrimônio ou da receita anual, bem como de a matéria de fato ou de direito, em que se funda-
pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas, menta o ato, é materialmente inexistente ou juridi-
as consequências patrimoniais da invalidez dos camente inadequada ao resultado obtido;
atos lesivos terão por limite a repercussão deles e) o desvio de finalidade se verifica quando o
sobre a contribuição dos cofres públicos. agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em previsto, explícita ou implicitamente, na regra de
juízo, será feita com o título eleitoral, ou com competência.
documento que a ele corresponda.
Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pes-
§ 4º Para instruir a inicial, o cidadão poderá
soas de direito público ou privado, ou das enti-
requerer às entidades, a que se refere este artigo,
dades mencionadas no art. 1º, cujos vícios não se
as certidões e informações que julgar necessárias,
compreendam nas especificações do artigo ante-
bastando para isso indicar a finalidade das mesmas.
rior, serão anuláveis, segundo as prescrições le-
§ 5º As certidões e informações, a que se refere
gais, enquanto compatíveis com a natureza deles.
o parágrafo anterior, deverão ser fornecidas den-
tro de 15 (quinze) dias da entrega, sob recibo, dos Art. 4º São também nulos os seguintes atos ou
respectivos requerimentos, e só poderão ser utili- contratos, praticados ou celebrados por quaisquer
zadas para a instrução de ação popular. das pessoas ou entidades referidas no artigo 1º:
§ 6º Somente nos casos em que o interesse pú- I – a admissão ao serviço público remunerado,
blico, devidamente justificado, impuser sigilo, po- com desobediência, quanto às condições de ha-
derá ser negada certidão ou informação. bilitação, das normas legais, regulamentares ou
§ 7º Ocorrendo a hipótese do parágrafo ante- constantes de instruções gerais;
rior, a ação poderá ser proposta desacompanhada II – a operação bancária ou de crédito real, quando:
das certidões ou informações negadas, cabendo a) for realizada com desobediência a normas
ao juiz, após apreciar os motivos do indeferimento legais, regulamentares, estatutárias, regimentais
e salvo em se tratando de razão de segurança na- ou internas;
cional, requisitar umas e outras; feita a requisição, b) o valor real do bem dado em hipoteca ou pe-
o processo correrá em segredo de justiça, que ces- nhor for inferior ao constante de escritura, con-
sará com o trânsito em julgado de sentença con- trato ou avaliação;
denatória. III – a empreitada, a tarefa e a concessão do ser-
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio viço público, quando:
das entidades mencionadas no artigo anterior, a) o respectivo contrato houver sido celebrado
nos casos de: sem prévia concorrência pública ou administra-
a) incompetência; tiva, sem que essa condição seja estabelecida em
b) vício de forma; lei, regulamento ou norma geral;
c) ilegalidade do objeto; b) no edital de concorrência forem incluídas
d) inexistência dos motivos; cláusulas ou condições, que comprometam o seu
e) desvio de finalidade. caráter competitivo;
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos c) a concorrência administrativa for processada
de nulidade observar-se-ão as seguintes normas: em condições que impliquem na limitação das
a) a incompetência fica caracterizada quando o possibilidades normais de competição;
ato não se incluir nas atribuições legais do agente IV – as modificações ou vantagens, inclusive
que o praticou; prorrogações, que forem admitidas, em favor do
b) o vício de forma consiste na omissão ou na adjudicatário, durante a execução dos contratos
observância incompleta ou irregular de formali- de empreitada, tarefa e concessão de serviço pú-
dades indispensáveis à existência ou seriedade blico, sem que estejam previstas em lei ou nos
do ato; respectivos instrumentos;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resul- V – a compra e venda de bens móveis ou imó-
tado do ato importa em violação de lei, regula- veis, nos casos em que não for cabível concor-
mento ou outro ato normativo; rência pública ou administrativa, quando:
151
a) for realizada com desobediência a normas § 3º A propositura da ação prevenirá a jurisdi-
legais, regulamentares, ou constantes de instru- ção do juízo para todas as ações, que forem poste-
ções gerais; riormente intentadas contra as mesmas partes e
b) o preço de compra dos bens for superior ao sob os mesmos fundamentos.
corrente no mercado, na época da operação; § 4º Na defesa do patrimônio público caberá a
c) o preço de venda dos bens for inferior ao cor- suspensão liminar do ato lesivo impugnado. (Pará-
rente no mercado, na época da operação; grafo acrescido pela Lei nº 6.513, de 20/12/1977)
VI – a concessão de licença de exportação ou
DOS SUJEITOS PASSIVOS DA
importação, qualquer que seja a sua modalida-
AÇÃO E DOS ASSISTENTES
de, quando:
a) houver sido praticada com violação das nor- Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas
mas legais e regulamentares ou de instruções e públicas ou privadas e as entidades referidas no
ordens de serviço; art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou
b) resultar em exceção ou privilégio, em favor administradores que houverem autorizado, apro-
de exportador ou importador; vado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou
VII – a operação de redesconto quando, sob que, por omissão, tiverem dado oportunidade à
qualquer aspecto, inclusive o limite de valor, deso- lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.
bedecer a normas legais, regulamentares ou cons- § 1º Se não houver beneficiário direto do ato le-
tantes de instruções gerais; sivo, ou se for ele indeterminado ou desconhecido,
VIII – o empréstimo concedido pelo Banco Cen- a ação será proposta somente contra as outras
tral da República, quando: pessoas indicadas neste artigo.
a) concedido com desobediência de quaisquer § 2º No caso de que trata o inciso II, item b, do
normas legais, regulamentares, regimentais ou art. 4º, quando o valor real do bem for inferior ao
constantes de instruções gerais; da avaliação, citar-se-ão como réus, além das pes-
b) o valor dos bens dados em garantia, na época soas públicas ou privadas e entidades referidas no
da operação, for inferior ao da avaliação; art. 1º, apenas os responsáveis pela avaliação ine-
IX – a emissão quando efetuada sem obser- xata e os beneficiários da mesma.
vância das normas constitucionais, legais e regula-
§ 3º A pessoa jurídica de direito público ou de
mentadoras que regem a espécie.
direito privado, cujo ato seja objeto de impugna-
DA COMPETÊNCIA ção, poderá abster-se de contestar o pedido, ou
Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se
competente para conhecer da ação, processá-la e afigure útil ao interesse público, a juízo do respec-
julgá-la, o juiz que, de acordo com a organização tivo representante legal ou dirigente.
judiciária de cada Estado, o for para as causas que § 4º O Ministério Público acompanhará a ação,
interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado cabendo-lhe apressar a produção da prova e pro-
ou ao Município. mover a responsabilidade, civil ou criminal, dos
§ 1º Para fins de competência, equiparam-se a que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qual-
atos da União, do Distrito Federal, do Estado ou dos quer hipótese, assumir a defesa do ato impug-
Municípios, os atos das pessoas criadas ou manti- nado ou dos seus autores.
das por essas pessoas jurídicas de direito público, § 5º É facultado a qualquer cidadão habilitar-se
bem como os atos das sociedades de que elas se- como litisconsorte ou assistente do autor da ação
jam acionistas e os das pessoas ou entidades por popular.
elas subvencionadas ou em relação às quais te-
DO PROCESSO
nham interesse patrimonial.
§ 2º Quando o pleito interessar simultaneamen- Art. 7º A ação obedecerá ao procedimento ordi-
te à União e a qualquer outra pessoa ou entidade, nário, previsto no Código de Processo Civil, obser-
será competente o juiz das causas da União, se vadas as seguintes normas modificativas:
houver; quando interessar simultaneamente ao I – Ao despachar a inicial o juiz ordenará:
Estado e ao Município, será competente o juiz das a) além da citação dos réus, a intimação do
causas do Estado, se houver. representante do Ministério Público;
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LEI Nº 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965
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LEI Nº 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985
30/11/2011, publicada no DOU de 1º/12/2011, em vigor Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação prin-
180 dias após a publicação) cipal e a ação cautelar: (Caput do artigo com redação
I – ao meio ambiente; dada pela Lei nº 11.448, de 15/01/2007)
II – ao consumidor; I – o Ministério Público; (Inciso com redação dada
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, pela Lei nº 11.448, de 15/01/2007)
histórico, turístico e paisagístico; II – a Defensoria Pública; (Inciso com redação dada
IV – a qualquer outro interesse difuso ou cole- pela Lei nº 11.448, de 15/01/2007)
tivo; (Inciso acrescido pela Lei nº 8.078, de 11/9/1990) III – a União, os Estados, o Distrito Federal e
V – por infração da ordem econômica; (Inciso os Municípios; (Inciso acrescido pela Lei nº 11.448, de
acrescido pela Lei nº 8.884, de 11/6/1994, e com redação 15/01/2007)
dada pela Lei nº 12.529, de 30/11/2011, publicada no DOU IV – a autarquia, empresa pública, fundação ou
de 1º/12/2011, em vigor 180 dias após a publicação) sociedade de economia mista; (Inciso acrescido pela
VI – à ordem urbanística; (Inciso acrescido pela Me- Lei nº 11.448, de 15/01/2007)
dida Provisória nº 2.180-35, de 24/8/2001) V – a associação que, concomitantemente: (In-
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, ét- ciso acrescido pela Lei nº 11.448, de 15/01/2007)
nicos ou religiosos; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.966, a) esteja constituída há pelo menos 1 (um)
de 24/4/2014, retificado no DOU de 5/5/2014) ano nos termos da lei civil; (Alínea acrescida pela
VIII – ao patrimônio público e social. (Inciso acres- Lei nº 11.448, de 15/01/2007)
cido pela Lei nº 13.004, de 24/6/2014, publicada no DOU de b) inclua, entre suas finalidades institucionais,
25/6/2014, em vigor 60 dias após a publicação) a proteção ao patrimônio público e social, ao meio
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pú- ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à
blica para veicular pretensões que envolvam tri- livre concorrência, aos direitos de grupos raciais,
butos, contribuições previdenciárias, o Fundo de étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico,
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou outros estético, histórico, turístico e paisagístico. (Alínea
fundos de natureza institucional cujos benefi-
acrescida pela Lei nº 11.448, de 15/01/2007, e com redação
ciários podem ser individualmente determina-
dada pela Lei nº 13.004, de 24/6/2014, publicada no DOU de
dos. (Parágrafo único acrescido pela Medida Provisória
25/6/2014, em vigor 60 dias após a publicação)
nº 2.180-35, de 24/8/2001)
§ 1º O Ministério Público, se não intervier no
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão pro- processo como parte, atuará obrigatoriamente
postas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo como fiscal da lei.
juízo terá competência funcional para processar § 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras as-
e julgar a causa. sociações legitimadas nos termos deste artigo habi-
Parágrafo único. A propositura da ação preve- litar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
nirá a jurisdição do juízo para todas as ações pos- § 3º Em caso de desistência infundada ou aban-
teriormente intentadas que possuam a mesma dono da ação por associação legitimada, o Ministé-
causa de pedir ou o mesmo objeto. (Parágrafo único rio Público ou outro legitimado assumirá a titulari-
acrescido pela Medida Provisória nº 2.180-35, de 24/8/2001)
dade ativa. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 8.078,
Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a conde- de 11/9/1990)
nação em dinheiro ou o cumprimento de obriga- § 4º O requisito da pré-constituição poderá
ção de fazer ou não fazer. ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto
Art. 4º Poderá ser ajuizada ação cautelar para os interesse social evidenciado pela dimensão ou
fins desta Lei, objetivando, inclusive, evitar dano ao característica do dano, ou pela relevância do
patrimônio público e social, ao meio ambiente, bem jurídico a ser protegido. (Parágrafo acrescido
ao consumidor, à honra e à dignidade de grupos pela Lei nº 8.078, de 11/9/1990)
raciais, étnicos ou religiosos, à ordem urbanística § 5º Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo
ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito
histórico, turístico e paisagístico. (Artigo com redação Federal e dos Estados na defesa dos interesses e
dada pela Lei nº 13.004, de 24/6/2014, publicada no DOU de direitos de que cuida esta lei. (Parágrafo acrescido
25/6/2014, em vigor 60 após a publicação) pela Lei nº 8.078, de 11/9/1990)
155
§ 6º Os órgãos públicos legitimados poderão to- do Ministério Público, conforme dispuser o seu
mar dos interessados compromisso de ajustamen- Regimento.
to de sua conduta às exigências legais, mediante § 4º Deixando o Conselho Superior de homo-
combinações, que terá eficácia de título executivo logar a promoção de arquivamento, designará,
extrajudicial. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 8.078, de desde logo, outro órgão do Ministério Público para
11/9/1990) o ajuizamento da ação.
Art. 6º Qualquer pessoa poderá e o servidor pú- Art. 10. Constitui crime, punido com pena de
blico deverá provocar a iniciativa do Ministério reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multa
Público, ministrando-lhe informações sobre fatos de 10 (dez) a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis
que constituam objeto da ação civil e indicando- do Tesouro Nacional (ORTN), a recusa, o retar-
-lhe os elementos de convicção. damento ou a omissão de dados técnicos indis-
Art. 7º Se, no exercício de suas funções, os juízes e pensáveis à propositura da ação civil, quando re-
tribunais tiverem conhecimento de fatos que pos- quisitados pelo Ministério Público.
sam ensejar a propositura da ação civil, remeterão Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumpri-
peças ao Ministério Público para as providências mento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz
cabíveis. determinará o cumprimento da prestação da ati-
Art. 8º Para instruir a inicial, o interessado poderá vidade devida ou a cessação da atividade nociva,
requerer às autoridades competentes as certidões sob pena de execução específica, ou de comina-
e informações que julgar necessárias, a serem for- ção de multa diária, se esta for suficiente ou com-
necidas no prazo de 15 (quinze) dias. patível, independentemente de requerimento do
§ 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob autor.
sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar,
qualquer organismo público ou particular, certi- com ou sem justificação prévia, em decisão sujei-
dões, informações, exames ou perícias, no prazo ta a agravo.
que assinalar, o qual não poderá ser inferior a § 1º A requerimento de pessoa jurídica de
10 (dez) dias úteis. direito público interessada, e para evitar grave
§ 2º Somente nos casos em que a lei impuser lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia
sigilo, poderá ser negada certidão ou informação, pública, poderá o Presidente do Tribunal a que
hipótese em que a ação poderá ser proposta de- competir o conhecimento do respectivo recurso
sacompanhada daqueles documentos, cabendo suspender a execução da liminar, em decisão fun-
ao juiz requisitá-los. damentada, da qual caberá agravo para uma das
Art. 9º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a
todas as diligências, se convencer da inexistência partir da publicação do ato.
de fundamento para a propositura da ação civil, § 2º A multa cominada liminarmente só será exi-
promoverá o arquivamento dos autos do inqué- gível do réu após o trânsito em julgado da decisão
rito civil ou das peças informativas, fazendo-o favorável ao autor, mas será devida desde o dia
fundamentadamente. em que se houver configurado o descumprimento.
§ 1º Os autos do inquérito civil ou das peças de Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a
informação arquivadas serão remetidos, sob pena indenização pelo dano causado reverterá a um
de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) fundo gerido por um Conselho Federal ou por
dias, ao Conselho Superior do Ministério Público. Conselhos Estaduais de que participarão neces-
§ 2º Até que, em sessão do Conselho Superior sariamente o Ministério Público e representantes
do Ministério Público, seja homologada ou rejei- da comunidade, sendo seus recursos destinados
tada a promoção de arquivamento, poderão as à reconstituição dos bens lesados.
associações legitimadas apresentar razões escri- § 1º Enquanto o fundo não for regulamentado,
tas ou documentos, que serão juntados aos autos o dinheiro ficará depositado em estabelecimento
do inquérito ou anexados às peças de informação. oficial de crédito, em conta com correção mone-
§ 3º A promoção de arquivamento será subme- tária. (Primitivo parágrafo único renumerado pela Lei
tida a exame e deliberação do Conselho Superior nº 12.288, de 20/7/2010)
156
LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999
§ 2º Havendo acordo ou condenação com funda- Art. 20. O fundo de que trata o art. 13 desta Lei
mento em dano causado por ato de discriminação será regulamentado pelo Poder Executivo no pra-
étnica nos termos do disposto no art. 1º desta Lei, zo de 90 (noventa) dias.
a prestação em dinheiro reverterá diretamente ao Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e inte-
fundo de que trata o caput e será utilizada para resses difusos, coletivos e individuais, no que for
ações de promoção da igualdade étnica, conforme cabível, os dispositivos do Título III da lei que ins-
definição do Conselho Nacional de Promoção da tituiu o Código de Defesa do Consumidor. (Artigo
Igualdade Racial, na hipótese de extensão nacio- acrescido pela Lei nº 8.078, de 11/9/1990)
nal, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua pu-
Racial estaduais ou locais, nas hipóteses de danos blicação. (Primitivo art. 21 renumerado pela Lei nº 8.078,
com extensão regional ou local, respectivamente. de 11/9/1990)
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.288, de 20/7/2010)
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 14. O juiz poderá conferir efeito suspensivo (Primitivo art. 22 renumerado pela Lei nº 8.078, de 11/9/1990)
aos recursos, para evitar dano irreparável à parte. Brasília, 24 de julho de 1985; 164º da
Independência e 97º da República.
Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em
julgado da sentença condenatória, sem que a as- JOSÉ SARNEY
sociação autora lhe promova a execução, deverá Fernando Lyra
III – resultados de monitoramento e auditoria fácil acesso ao público, listagens e relações con-
nos sistemas de controle de poluição e de ativida- tendo os dados referentes aos seguintes assuntos:
des potencialmente poluidoras, bem como de pla- I – pedidos de licenciamento, sua renovação e
nos e ações de recuperação de áreas degradadas; a respectiva concessão;
IV – acidentes, situações de risco ou de emer- II – pedidos e licenças para supressão de
gência ambientais; vegetação;
V – emissões de efluentes líquidos e gasosos, e III – autos de infrações e respectivas penalida-
produção de resíduos sólidos; des impostas pelos órgãos ambientais;
VI – substâncias tóxicas e perigosas; IV – lavratura de termos de compromisso de
VII – diversidade biológica; ajustamento de conduta;
VIII – organismos geneticamente modificados. V – reincidências em infrações ambientais;
§ 1º Qualquer indivíduo, independentemen- VI – recursos interpostos em processo adminis-
te da comprovação de interesse específico, terá trativo ambiental e respectivas decisões;
acesso às informações de que trata esta Lei, me- VII – registro de apresentação de estudos de
diante requerimento escrito, no qual assumirá a impacto ambiental e sua aprovação ou rejeição.
obrigação de não utilizar as informações colhi- Parágrafo único. As relações contendo os dados
das para fins comerciais, sob as penas da lei civil, referidos neste artigo deverão estar disponíveis
penal, de direito autoral e de propriedade indus- para o público trinta dias após a publicação dos
trial, assim como de citar as fontes, caso, por qual- atos a que se referem.
quer meio, venha a divulgar os aludidos dados. Art. 5º O indeferimento de pedido de informa-
§ 2º É assegurado o sigilo comercial, industrial, ções ou consulta a processos administrativos de-
financeiro ou qualquer outro sigilo protegido por verá ser motivado, sujeitando-se a recurso hierár-
lei, bem como o relativo às comunicações internas quico, no prazo de quinze dias, contado da ciência
dos órgãos e entidades governamentais. da decisão, dada diretamente nos autos ou por
§ 3º A fim de que seja resguardado o sigilo a que meio de carta com aviso de recebimento, ou em
se refere o § 2º, as pessoas físicas ou jurídicas caso de devolução pelo Correio, por publicação
que fornecerem informações de caráter sigiloso em Diário Oficial.
à Administração Pública deverão indicar essa cir- Art. 6º (Vetado)
cunstância, de forma expressa e fundamentada.
Art. 7º (Vetado)
§ 4º Em caso de pedido de vista de processo
administrativo, a consulta será feita, no horário Art. 8º Os órgãos ambientais competentes inte-
de expediente, no próprio órgão ou entidade e na grantes do Sisnama deverão elaborar e divulgar
presença do servidor público responsável pela relatórios anuais relativos à qualidade do ar e da
guarda dos autos. água e, na forma da regulamentação, outros ele-
§ 5º No prazo de trinta dias, contado da data mentos ambientais.
do pedido, deverá ser prestada a informação ou Art. 9º As informações de que trata esta Lei se-
facultada a consulta, nos termos deste artigo. rão prestadas mediante o recolhimento de valor
Art. 3º Para o atendimento do disposto nesta Lei, correspondente ao ressarcimento dos recursos
as autoridades públicas poderão exigir a presta- despendidos para o seu fornecimento, observa-
ção periódica de qualquer tipo de informação por das as normas e tabelas específicas, fixadas pelo
parte das entidades privadas, mediante sistema órgão competente em nível federal, estadual ou
específico a ser implementado por todos os ór- municipal.
gãos do Sisnama, sobre os impactos ambientais Art. 10. Esta Lei entra em vigor quarenta e cinco
potenciais e efetivos de suas atividades, indepen- dias após a data de sua publicação.
dentemente da existência ou necessidade de ins- Brasília, 16 de abril de 2003; 182º da
tauração de qualquer processo administrativo. Independência e 115º da República.
Art. 4º Deverão ser publicados em Diário Oficial e LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
ficar disponíveis, no respectivo órgão, em local de Álvaro Augusto Ribeiro Costa
161
DECRETO Nº 4.281, DE 25 IV – sistematizar e divulgar as diretrizes nacio-
DE JUNHO DE 2002 nais definidas, garantindo o processo participativo;
(Publicado no DOU de 26/6/2002) V – estimular e promover parcerias entre insti-
tuições públicas e privadas, com ou sem fins lucra-
Regulamenta a Lei nº 9.795, de 27 de abril de
1999, que institui a Política Nacional de Educa- tivos, objetivando o desenvolvimento de práticas
ção Ambiental, e dá outras providências. educativas voltadas à sensibilização da coleti-
O presidente da República, no uso da atribuição vidade sobre questões ambientais;
VI – promover o levantamento de programas
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição,
e projetos desenvolvidos na área de Educação
e tendo em vista o disposto na Lei nº 9.795, de 27
Ambiental e o intercâmbio de informações;
de abril de 1999, decreta:
VII – indicar critérios e metodologias qualitati-
Art. 1º A Política Nacional de Educação Ambiental vas e quantitativas para a avaliação de programas
será executada pelos órgãos e entidades inte- e projetos de educação ambiental;
grantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente VIII – estimular o desenvolvimento de instrumen-
(Sisnama), pelas instituições educacionais públi- tos e metodologias visando o acompanhamento e
cas e privadas dos sistemas de ensino, pelos ór- avaliação de projetos de educação ambiental;
gãos públicos da União, Estados, Distrito Federal IX – levantar, sistematizar e divulgar as fontes
e Municípios, envolvendo entidades não gover- de financiamento disponíveis no País e no exte-
namentais, entidades de classe, meios de comuni- rior para a realização de programas e projetos de
cação e demais segmentos da sociedade. educação ambiental;
Art. 2º Fica criado o Órgão Gestor, nos termos do X – definir critérios considerando, inclusive, in-
dicadores de sustentabilidade, para o apoio insti-
art. 14 da Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, res-
tucional e alocação de recursos a projetos da área
ponsável pela coordenação da Política Nacional de
não formal;
Educação Ambiental, que será dirigido pelos Minis-
XI – assegurar que sejam contemplados como
tros de Estado do Meio Ambiente e da Educação.
objetivos do acompanhamento e avaliação das
§ 1º Aos dirigentes caberá indicar seus respec-
iniciativas em educação ambiental:
tivos representantes responsáveis pelas questões
a) a orientação e consolidação de projetos;
de Educação Ambiental em cada Ministério.
b) o incentivo e multiplicação dos projetos bem-
§ 2º As Secretarias-Executivas dos Ministérios
-sucedidos; e
do Meio Ambiente e da Educação proverão o
c) a compatibilização com os objetivos da Polí-
suporte técnico e administrativo necessários ao
tica Nacional de Educação Ambiental.
desempenho das atribuições do Órgão Gestor.
§ 3º Cabe aos dirigentes a decisão, direção e Art. 4º Fica criado Comitê Assessor com o objetivo
coordenação das atividades do Órgão Gestor, con- de assessorar o Órgão Gestor, integrado por um
sultando, quando necessário, o Comitê Assessor, representante dos seguintes órgãos, entidades
ou setores:
na forma do art. 4º deste Decreto.
I – setor educacional-ambiental, indicado pelas
Art. 3º Compete ao Órgão Gestor: Comissões Estaduais Interinstitucionais de Educa-
I – avaliar e intermediar, se for o caso, progra- ção Ambiental;
mas e projetos da área de educação ambiental, II – setor produtivo patronal, indicado pelas
inclusive supervisionando a recepção e emprego Confederações Nacionais da Indústria, do Comér-
dos recursos públicos e privados aplicados em cio e da Agricultura, garantida a alternância;
atividades dessa área; III – setor produtivo laboral, indicado pelas Cen-
II – observar as deliberações do Conselho Na- trais Sindicais, garantida a alternância;
cional de Meio Ambiente (Conama) e do Conselho IV – organizações não governamentais que de-
Nacional de Educação (CNE); senvolvam ações em Educação Ambiental, indi-
III – apoiar o processo de implementação e ava- cado pela Associação Brasileira de Organizações
liação da Política Nacional de Educação Ambien- não Governamentais (Abong);
tal em todos os níveis, delegando competências V – Conselho Federal da Ordem dos Advogados
quando necessário; do Brasil (OAB);
162
VI – municípios, indicado pela Associação Na- IV – aos processos de capacitação de profis-
cional dos Municípios e Meio Ambiente (Anamma); sionais promovidos por empresas, entidades de
VII – Sociedade Brasileira para o Progresso da classe, instituições públicas e privadas;
Ciência (SBPC); V – a projetos financiados com recursos públi-
VIII – Conselho Nacional do Meio Ambiente cos; e
(Conama), indicado pela Câmara Técnica de Edu- VI – ao cumprimento da Agenda 21.
cação Ambiental, excluindo-se os já representa- § 1º Cabe ao Poder Público estabelecer meca-
dos neste Comitê; nismos de incentivo à aplicação de recursos priva-
IX – Conselho Nacional de Educação (CNE); dos em projetos de educação ambiental.
X – União dos Dirigentes Municipais de Educa- § 2º O Órgão Gestor estimulará os Fundos de
ção (Undime); Meio Ambiente e de Educação, nos níveis Federal,
XI – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Estadual e Municipal a alocarem recursos para o
Recursos Naturais Renováveis (Ibama); desenvolvimento de projetos de educação am-
XII – da Associação Brasileira de Imprensa (ABI); e biental.
XIII – da Associação Brasileira de Entidades Art. 7º O Ministério do Meio Ambiente, o Ministé-
Estaduais de Estado de Meio Ambiente (Abema). rio da Educação e seus órgãos vinculados, na ela-
§ 1º A participação dos representantes no Co- boração dos seus respectivos orçamentos, de-
mitê Assessor não enseja qualquer tipo de remu- verão consignar recursos para a realização das
neração, sendo considerada serviço de relevante atividades e para o cumprimento dos objetivos
interesse público. da Política Nacional de Educação Ambiental.
§ 2º O Órgão Gestor poderá solicitar assessoria Art. 8º A definição de diretrizes para implemen-
de órgãos, instituições e pessoas de notório saber, tação da Política Nacional de Educação Ambiental
na área de sua competência, em assuntos que em âmbito nacional, conforme a atribuição do
necessitem de conhecimento específico. Órgão Gestor definida na Lei, deverá ocorrer no
Art. 5º Na inclusão da Educação Ambiental em prazo de oito meses após a publicação deste
todos os níveis e modalidades de ensino, reco- Decreto, ouvidos o Conselho Nacional do Meio
menda-se como referência os Parâmetros e as Ambiente (Conama) e o Conselho Nacional de
Diretrizes Curriculares Nacionais, observando-se: Educação (CNE).
I – a integração da educação ambiental às disci- Art. 9º Este Decreto entra em vigor na data de sua
plinas de modo transversal, contínuo e perma- publicação.
nente; e Brasília, 25 de junho de 2002; 181º da
II – a adequação dos programas já vigentes de Independência e 114º da República.
formação continuada de educadores.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Art. 6º Para o cumprimento do estabelecido neste Paulo Renato de Souza
Decreto, deverão ser criados, mantidos e imple- José Carlos Carvalho
mentados, sem prejuízo de outras ações, progra-
mas de educação ambiental integrados:
I – a todos os níveis e modalidades de ensino; LEGISLAÇÃO TEMÁTICA
II – às atividades de conservação da biodiversi- COMPLEMENTAR
dade, de zoneamento ambiental, de licenciamen-
to e revisão de atividades efetivas ou potencial- Decretos legislativos
mente poluidoras, de gerenciamento de resíduos, DECRETO LEGISLATIVO Nº 2, DE 17 DE MARÇO
de gerenciamento costeiro, de gestão de recursos DE 1992
hídricos, de ordenamento de recursos pesqueiros, Aprova o texto da Convenção nº 155, da Organi-
de manejo sustentável de recursos ambientais, de zação Internacional do Trabalho (OIT), sobre a se-
ecoturismo e melhoria de qualidade ambiental; gurança e saúde dos trabalhadores e o meio am-
III – às políticas públicas, econômicas, sociais e biente de trabalho, adotada em Genebra, em 1981,
culturais, de ciência e tecnologia de comunicação, durante a 67ª Sessão da Conferência Internacio-
de transporte, de saneamento e de saúde; nal do Trabalho.
163
Publicado no DOU de 18/3/1992. 11.357, de 19 de outubro de 2006, e 7.957, de 20
Promulgado pelo Decreto nº 1.254, de 29/9/1994, de dezembro de 1989; revoga dispositivos das Lei
publicado no DOU de 30/9/1994. nos 8.028, de 12 de abril de 1990, e da Medida Pro-
DECRETO LEGISLATIVO Nº 143, DE 24 DE JULHO visória nº 2.216-37, de 31 de agosto de 2001; e dá
DE 2003 outras providências.
Aprova o texto da Convenção nº 169 da Orga- Publicada no DOU de 29/8/2007.
nização Internacional do Trabalho sobre os povos Decretos
indígenas e tribais em países independentes.
Publicado no DOU de 21/6/2002. DECRETO Nº 97.632, DE 10 DE ABRIL DE 1989
Promulgado pelo Decreto nº 5.051, de 19/4/2004, Dispõe sobre a regulamentação do artigo 2º, in-
publicado no DOU de 20/4/2004. ciso VIII, da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981,
e dá outras providências.
DECRETO LEGISLATIVO Nº 333, DE 24 DE JULHO
Publicado no DOU de 12/4/1989.
DE 2003
Aprova o texto do Acordo-Quadro sobre Meio DECRETO Nº 4.293, DE 2 DE JULHO DE 2002
Ambiente, assinado em Assunção, no âmbito do Regulamenta o § 1º do art. 1º da Lei nº 10.410, de
Mercado Comum do Sul (Mercosul), em 22 de 11 de janeiro de 2002, que disciplina a carreira
junho de 2001. de especialista em meio ambiente, e dá outras
Publicado no DOU de 25/7/2003. providências.
Promulgado pelo Decreto nº 5.208, de 17/9/2004,
Publicado no DOU de 3/7/2002.
publicado no DOU de 20/9/2004.
DECRETO Nº 6.961, DE 17 DE SETEMBRO DE 2009
Leis
Aprova o zoneamento agroecológico da cana-de-
LEI Nº 7.735, DE 22 DE FEVEREIRO DE 1989 -açúcar e determina ao Conselho Monetário Na-
Dispõe sobre a extinção de órgão e de entidade cional o estabelecimento de normas para as ope-
autárquica, cria o Instituto Brasileiro do Meio rações de financiamento ao setor sucroalcooleiro,
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e nos termos do zoneamento.
dá outras providências. Publicado no DOU de 18/9/2009.
Publicada no DOU de 23/2/1989.
DECRETO Nº 7.172, DE 7 DE MAIO DE 2010
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993
Aprova o zoneamento agroecológico da cultura da
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
palma de óleo e dispõe sobre o estabelecimento
Federal, institui normas para licitações e contratos
pelo Conselho Monetário Nacional de normas refe-
da administração pública e dá outras providências.
rentes às operações de financiamento ao segmen-
Publicada no DOU de 22/6/1993.
to da palma de óleo, nos termos do zoneamento.
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 Publicado no DOU de 10/5/2010.
Estabelece as diretrizes e bases da educação na-
cional. DECRETO Nº 7.352, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2010
Publicada no DOU de 23/12/1996. Dispõe sobre a política de educação do campo
e o Programa Nacional de Educação na Reforma
LEI Nº 10.410, DE 11 DE JANEIRO DE 2002
Agraria (Pronera).
Cria e disciplina a carreira de especialista em meio
Publicado no DOU de 5/11/2010.
ambiente.
Publicada no DOU de 14/1/2002. DECRETO Nº 8.099, DE 4 DE SETEMBRO DE 2013
LEI Nº 11.516, DE 28 DE AGOSTO DE 2007 Dispõe sobre a transferência de centros espe-
Dispõe sobre a criação do Instituto Chico Men- cializados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
des de Conservação da Biodiversidade (Instituto e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para
Chico Mendes); altera as Leis nos 7.735, de 22 de o Instituto Chico Mendes de Conservação da Bio-
fevereiro de 1989, 11.284, de 2 de marco de 2006, diversidade (Instituto Chico Mendes), e remaneja
9.985, de 18 de julho de 2000, 10.410, de 11 de os cargos em comissão.
janeiro de 2002, 11.156, de 29 de julho de 2005, Publicado no DOU de 5/9/2013.
164
DECRETO Nº 8.437, DE 22 DE ABRIL DE 2015 estabelecer as tipologias de empreendimentos e
Regulamenta o disposto no art. 7º, caput, in- atividades cujo licenciamento ambiental será de
ciso XIV, alínea h, e parágrafo único, da Lei Com- competência da União.
plementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011, para Publicado no DOU de 23/4/2015.
165
edições câmara
L E G I S L AT I V O