MARTINEZ, Antonio Lopo. Agency Theory na Pesquisa Contábil .
O artigo destina-se discorre sobre o uso da Teoria do Agenciamento (Agency
Theory) pela pesquisa contábil, na perspectiva da Teoria do Agenciamento, os sistemas de informações contábeis são vistos como sistemas de monitoramento que produzem informações no qual o principal (proprietário) e o agente (gerente) baseiam suas relações. A Agency Theory, ou teoria do agenciamento, tem sido usada pelos acadêmicos em várias áreas do conhecimento das ciências sociais e comportamentais, entre as quais poder-seia destacar : economia, finanças, marketing, ciências políticas, psicologia, sociologia e na contabilidade. Constitui-se num referencial e instrumento de grande valor para o desenvolvimento do conhecimento nestas três últimas décadas, sendo amplamente investigado e analisado, surgindo várias pesquisas empíricas no sentido de validar suas hipóteses implícitas. O autor fala que o problema central de análise na Teoria do Agenciamento (agency problem) é a possibilidade do agente assumir um comportamento oportunista no tocante as suas ações (ou omissões), visando aumentar sua satisfação pessoal. Entre as hipóteses implícitas no modelo, observa-se que o agente é racional, evita o risco e está primariamente orientado para seus próprios interesses. Em outras palavras, o agente está procurando maximizar o seu bem estar (utilidades pessoais). Nas últimas três década tem-se presenciado a emergência e o crescimento de uma nova classe de teorias sobre a organização econômica. Geralmente, referidas e conhecidas como “the New Institucional Economics”. Essas teorias questionam a microeconomia tradicional na sua visão da organização e das funções de produção. Elas desenvolvem um estudo da organizações em termos de contratos. Cabe observar que por razões de bom senso, um dos objetivos traduzidos do bom entendimento da Teoria do Agenciamento é buscar a eficiência contratual. Logo, visa-se o desenvolvimento de contratos ótimos que simultaneamente minimizem os custos de Agency. Neste ponto mais uma vez a contabilidade mediante seu relatórios pode prestar informações no sentido de realizar-se decisões estratégicas no sentido de reduzir o custos de agenciamento. Os modelos de agenciamento são ferramentas lógicas úteis para a descoberta de importantes relações no campo da contabilidade. Esses modelos não são desenvolvidos para uma aplicação direta, como poderia ser o modelo CAPM (para precificação de ativos) ou o modelo Black-Sholes (para precificação opções), seus propósitos são os de prover uma estrutura lógica para a descoberta das relações intrínsecas entre o objeto e os sujeitos na contabilidade. Dessa forma, é desnecessário observar que uma teoria é a melhor para explicar um fenômeno até que surja outra que a supere. Tendo em vista essa ponderação, cabe registrar que a Agency Theory começa a encontrar conflito e choque com a Stewarship Theory. Ambas ainda que voltadas para explicar o comportamento do elemento humano na organização, preconizam pontos de vista por vezes radicalmente opostos.