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Grupo 7 - Fichamento - Auge - Não - Lugares
Grupo 7 - Fichamento - Auge - Não - Lugares
FICHAMENTO
1. Sobre o autor
Marc Augé é Antropólogo e Etnólogo nascido em Poitiers na França em 1935. Estudou
literatura clássica na École Normale Supérieure tendo concluído doutorado em ciências
humanas e sociais. De 1985 a 1995 foi presidente da École des Hautes Études en Sciences
Sociales (EHESS). Tendo realizado pesquisas de destaque na Costa do Marfim e Togo.
Por volta de 1980 diversificou seus campos de pesquisa por países como Venezuela, Bolívia,
Argentina e Chile focando nas realidades dos mundos contemporâneos como a França e outros
países do continente europeu.
Escreveu vários livros, dentre eles suas principais obras traduzidas para português são:
- AUGÉ, Marc. Não Lugares. Introdução a uma antropologia da supermodernidade.
Campinas: Papirus, 2012.
- AUGÉ, Marc. Para onde foi o futuro. Campinas: Papirus, 2012.
- AUGÉ, Marc. Antropólogo e o mundo global. Petrópolis: Vozes, 2013.
2. Temática abordada
O autor apresenta reflexões sobre as metodologias de abordagem tradicionais utilizadas pela
antropologia para analisar a complexidade da sociedade pós-moderna (Supermodernidade) e
as novas dinâmicas das relações criadas com o espaço destacando-se alguns termos criados
pelo autor como “supermodernidade”, “lugar antropológico” e “não lugar”, que seriam
consequência dessa nova conjuntura e propõe novos arcabouços metodológicos ao mesmo
tempo que se dedica a compreender e analisar as estruturas antropológicas buscando novos
termos e interpretações das entre o comportamento humano e o espaço.
3. Principais assuntos/abordagens
3.1. Ideia central
Ao final do século XX o autor se vê diante do mundo pós moderno que no livro é chamado de
Supermodernidade que resultou em significativas transformações da sociedade nas dinâmicas
das relações do ser humano com o espaço, tempo e com seus semelhantes. A partir desse
contexto o autor compara as metodologias da antropologia e etnologia tradicional
questionando o nível de compreensão das civilizações complexas e trazendo à tona a
necessidade de adaptação das ferramentas de abordagem para melhor análise dessas relações
que apresentam novos desafios ao abordar do método para o objeto. Durante o texto o autor
conceitua termos que foram criados a fim de interpretar algumas situações decorrentes da
interação do ser humano com o espaço a partir dos termos “lugares antropológicos” e “não
lugares” que são antagônicos entre si e insere o termo “Supermodernidade” para se referir à
configuração das transformações decorrentes da pós modernidade sempre relacionando e
interpretando o modo de compreender e abordar de forma eficaz o objeto de estudo.
Conceito de “Não lugar” remete espaços que não se classificam como identitários, relacionais
ou históricos, espaços multifuncionais voltados para a ação de passagem ou consumo de
caráter transitório (vias expressas, aeroportos, centros comerciais, etc) que apresentam
configurações físicas que permitem ao ser humano fazer mais coisas em menos tempo,
promovendo a virtualização do espaço (que permite estar presente virtualmente em outras
realidades), com caráter de permanência temporária e a transformação de nós mesmos em
outros criando situações de individualidade solitária não gerando identidade, outra
característica do “não lugar” é a de provável futuro.
Existe uma atratividade para os não lugares quando se pensa na busca pelo anonimato e fuga
da rotina (estadia em hotel por exemplo) que traz a sensação de plenitude ao se voltar para
casa (lugar antropológico), dessa forma, o não lugar complementaria o lugar.
Além disso, um espaço pode ser considerado lugar para uma pessoa e não lugar para outra, por
exemplo: um centro comercial pode ser um não lugar para os visitantes e consumidores, mas
pode ser considerado um lugar para as pessoas que lá trabalham.
“[...] pois é da nossa exigência de compreender todo o presente que decorre nossa dificuldade
de dar um sentido ao passado próximo.” (p. 33).
“Os não lugares são tanto as instalações necessárias a circulação acelerada de pessoas e bens
(vias expressas, trevos rodoviários, aeroportos) quanto os próprios meios de transporte ou os
grandes centros comerciais, ou ainda os campos de trânsito prolongado onde são alojados os
refugiados do planeta.” (p. 36).
TOSI, Lamia. Resenha: Augé, Marc. Não Lugares: Introdução a uma Antropologia da
Supermodernidade. Marília: Revista Aurora v. 8, n. 01 (2014).