A escravidão trouxe diversos costumes africanos ao Brasil, como o candomblé, capoeira e batuque. Estes contribuíram para a cultura brasileira e ainda são praticados hoje, preservando a herança cultural negra. Além disso, penteados e cabelos também carregam significados da cultura africana e são usados para celebrar a história do povo negro.
A escravidão trouxe diversos costumes africanos ao Brasil, como o candomblé, capoeira e batuque. Estes contribuíram para a cultura brasileira e ainda são praticados hoje, preservando a herança cultural negra. Além disso, penteados e cabelos também carregam significados da cultura africana e são usados para celebrar a história do povo negro.
A escravidão trouxe diversos costumes africanos ao Brasil, como o candomblé, capoeira e batuque. Estes contribuíram para a cultura brasileira e ainda são praticados hoje, preservando a herança cultural negra. Além disso, penteados e cabelos também carregam significados da cultura africana e são usados para celebrar a história do povo negro.
O Brasil tem sua história marcada por diversos acontecimentos dos
quais agregaram comportamentos e hábitos que estão presentes até hoje. Um desses casos foi a escravidão negra. Capturados e trazidos à força para o Brasil, os negros chegavam em condições subumanas através de navios abarrotados, muitos até não sobreviviam à viagem. Ao chegar, a situação apenas piorava, sendo obrigados a trabalharem por horas e com um péssimo tratamento de seus senhores. Além de todo trabalho diário, ainda sofriam castigos severos. O auge da escravidão se deu entre o século XVIII e o começo do século XIX, até alguns anos depois ser decretada a Lei Eusébio de Queirós, acabando permanentemente com o trágico negreiro. Com a diáspora negra, foi apresentado uma nova cultura totalmente diferente do que estavam acostumados. Mattos (2007 apud SILVEIRA, 2015) explica que os africanos chegando ao Brasil “passavam a conviver com os diversos grupos sociais”, até mesmo africanos de outras regiões da África. Com isso, para questão de sobrevivência, criavam vínculos com seus companheiros, “integrando as irmandades católicas, praticaram o islamismo e o candomblé e reuniram-se em batuques e capoeiras”. Assim, influenciando toda uma sociedade brasileira, deixando uma rica herança cultural. A respeito dessas práticas pode-se mencionar o candomblé como sendo a “prática de oferendas aos ancestrais” e o “processo de iniciação dos participantes no ritual de possessão” (MATTOS, 2012 apud SERRA, 2016, p. 12), que é o meio usado para se comunicar com as divindades africanas (orixás e voduns). É válido destacar também que os negros africanos para continuar cultuando seus deuses, mesclaram os mesmos com santos do catolicismo, baseando-se em “detalhes das estampas religiosas que poderiam lembrar certas características dos deuses africanos” (VERGER, 1997 apud ROMÃO, 2018). Através das danças, os escravos podiam manter sua cultura viva com a Capoeira e o Batuque. Soares (2002 apud SANTOS 2006) explica que a Capoeira servia também como um lazer, utilizando tambores e por vezes apenas um ritmo criado com as palmas das mãos. Mas não só como um jogo, a Capoeira era a luta contra a sociedade escravista, uma forma de resistência. O Batuque sendo o que originou o samba, do qual os “negros dançavam com movimentos de pés, braços e cabeça sempre contraindo as costas e nádegas” (KARASCH, 2000, apud SILVA, 2014) Outra característica importante a se destacar são os cabelos (e penteados), principalmente das mulheres negras, que de acordo com Gomes (2003, p, 82) “funcionava como um condutor de mensagens”. A partir de penteados feitos com tranças, as mensagens eram escondidas. A autora ainda afirma que o “significado social do cabelo era uma riqueza para o africano”. Nos dias atuais, é possível observar que esses costumes não foram perdidos, alguns até reinventados, mas sempre voltando a cultura antiga de seus antepassados. O Batuque, como já foi dito, é o samba, com instrumentos de percussão e unindo pessoas numa roda. A Capoeira se tornou um esporte com cada vez mais adeptos, dando continuidade a seu significado inicial, uma manifestação social e cultural. E por último, os cabelos que resgatam a essência de uma raça importantíssima para nossa cultura. Cada vez mais mulheres e homens usam seus cabelos para enaltecer e relembrar sua história, seja com “black powers” ou as “tranças nagô”.
Referências bibliográficas:
GOMES, Nilma Lino. Cultura negra e educação. Revista Brasileira de
Educação, v. 23, p. 75-85, 2003. SILVEIRA, Lueci da Silva. Tecendo falas e problematizando olhares no cotidiano escolar: a compreensão dos alunos do ensino médio no estudo das religiões afro-brasileiras. AEDOS, v. 7, n. 16, p. 310-329, 2015. ROMÃO, Tito Lívio Cruz. Sincretismo religioso como estratégia de sobrevivência transnacional e translacional: divindades africanas e santos católicos em tradução. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 57, n. 1, p. 353- 381, 2018. SANTOS, Ynaê Lopes dos. Além da senzala: arranjos escravos de moradia no Rio de Janeiro (1808-1850). 2006. 171p. Dissertação (Mestrado em História)– Programa de Pós-Graduação em História Social, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. SERRA, Nayane de Jesus Araujo. O ensino da história africana e afro- brasileira no centro de ensino prof. Rubem Almeida: conquistas e desafios. 2016 SILVA, Patrícia Morais da. A construção da identidade do povo afro- brasileiro. In: II Encontro nacional da ABET. Salvador: UFBA. 2014.