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História dos Maias, História dos Astecas e História

dos Incas
História da América, História do México, cultura, arte e religião dos povos pré-
colombianos da América,
comércio, formas de produção, sistemas de trabalho, economia, administração,
cultura inca

Pirâmide maia de Tikal, Pirâmide asteca de Teotihuacan e ruínas da cidade inca de


Machu Picchu

Civilização Maia

O povo maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras
e Península de Yucatán (região sul do atual México). Viveram nestas regiões entre os séculos
IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram essas regiões e dominaram a
civilização maia.

Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de
outros povos. As cidades formavam o núcleo político e religioso da civilização e eram
governadas por um estado teocrático.O império maia era considerado um representante dos
deuses na Terra.

A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos
cultos e conhecimentos), chefes militares e administradores do império (cobradores de
impostos). Os camponeses, que formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores
urbanos faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos.

Arte e arquitetura: pirâmide da civilização maia

A base da economia maia era a agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas
técnicas de irrigação eram muito avançadas. Praticavam o comércio de mercadorias com
povos vizinhos e no interior do império.

Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço na arquitetura. O


artesanato também se destacou: fiação de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas.

A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza.
Elaboraram um eficiente e complexo calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do
ano.
Assim como os egípcios, usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos).
Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados
importantes.

Desenvolveram muito a matemática, com destaque para a invenção das casas decimais e o
valor zero.

Civilização Asteca

Povo guerreiro, os astecas habitaram a região do atual México entre os séculos XIV e XVI.
Fundaram no século XIV a importante cidade de Tenochtitlán (atual Cidade do México),
numa região de pântanos, próxima do lago Texcoco.

A sociedade era hierarquizada e comandada por um imperador, chefe do exército. A nobreza


era também formada por sacerdotes e chefes militares. Os camponeses, artesãos e
trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta camada mais baixa da
sociedade era obrigada a exercer um trabalho compulsório para o imperador, quando este os
convocava para trabalhos em obras públicas (canais de irrigação, estradas, templos,
pirâmides).

Durante o governo do imperador Montezuma II (início do século XVI), o império asteca


chegou a ser formado por aproximadamente 500 cidades, que pagavam altos impostos para o
imperador. O império começou a ser destruído em 1519 com as invasões espanholas. Os
espanhóis dominaram os astecas e tomaram grande parte dos objetos de ouro desta
civilização. Não satisfeitos, ainda escravizaram os astecas, forçando-os a trabalharem nas
minas de ouro e prata da região.

Arte asteca e arquitetura: pirâmide da civilização asteca

Os astecas desenvolveram muito as técnicas agrícolas, construindo obras de drenagem e as


chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e colhiam milho, pimenta, tomate, cacau etc. As
sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como moedas por este povo.

O artesanato a era riquíssimo, destacando-se a confecção de tecidos, objetos de ouro e prata e


artigos com pinturas.

A religião era politeísta, pois cultuavam diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua, Trovão,
Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada. A escrita era representada
por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com modificações pelos astecas.
Desenvolveram diversos conceitos matemáticos e de astronomia.

Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios


humanos. Estes, eram realizados em datas específicas em homenagem aos deuses.
Acreditavam, que com os sacrifícios, poderiam deixar os deuses mais calmos e felizes.
Civilização Inca

Os incas viveram na região da Cordilheira dos Andes (América do Sul ) nos atuais Peru,
Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de
Cusco. Foram dominados pelos espanhóis em 1532.

pintura: arte inca

O imperador, conhecido por Sapa Inca era considerado um deus na Terra. A sociedade era
hierarquizada e formada por: nobres (governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes),
camada média ( funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa
(artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei em mercadorias
ou com trabalhos em obras públicas.

Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de pedras encaixadas,


como templos, casas e palácios. A cidade de Machu Picchu foi descoberta somente em 1911 e
revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. A agricultura era extremamente
desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus formados nas costas das
montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho (alimento sagrado) e batata. Construíram
canais de irrigação, desviando o curso dos rios para as aldeias. A arte destacou-se pela
qualidade dos objetos de ouro, prata, tecidos e jóias.

Domesticaram a lhama (animal da família do camelo) e utilizaram como meio de transporte,


além de retirar a lã , carne e leite deste animal. Além da lhama, alpacas e vicunhas também
eram criadas.

A religião tinha como principal deus o Sol (deus Inti). Porém, cultuavam também animais
considerados sagrados como o condor e o jaguar. Acreditavam num criador antepassado
chamado Viracocha (criador de tudo).

Criaram um interessante e eficiente sistema de contagem : o quipo. Este era um instrumento


feito de cordões coloridos, onde cada cor representava a contagem de algo. Com o quipo,
registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo
desenvolvimento, este povo não desenvolveu um sistema de escrita.
Deuses Astecas
Deuses da mitologia asteca, religião asteca, panteão, representação dos deuses,
simbolismos

Quetzalcóatl: o "Pássaro Serpente" era o deus mais venerado entre os astecas

Introdução

A mitologia asteca era repleta de deuses e deusas, pois a religião deste povo
era politeísta. Os astecas costumavam fazer rituais de sacrifícios humanos e de
animais para agradar ou acalmar seus deuses. Os deuses tinham forma humana
misturada com animais e estavam diretamente ligados às forças da natureza e
aos sentimentos humanos.

Principais deuses astecas:

- Quetzalcóatl: representado no formato de "Pássaro Serpente" com copo


humano era o principal deus da religião asteca. Representava a vida, a
vegetação, os alimentos e a força espiritual existente nos indivíduos. Também
representava o planeta Vênus.

- Huitzilopochtli: era o deus da guerra e do Estado Asteca. Era o deus


padroeiro da cidade de Tenochtitlán.

- Tlaloc: deus da chuva que detinha o poder de produzir os relâmpagos e


trovões. Era muito temido, pois também representava algumas doenças. Por
representar a chuva, era muito cultuado entre os agricultores astecas.

- Xipe Totec: deus da fertilidade.

- Acuecucyoticihuati: deusa dos mares e das águas dos rios.

- Atlacoya: deusa da seca.

- Centeotl: deus do milho (principal alimento dos astecas).

- Chalchiutotolin: deus muito temido entre os astecas, representava as pestes,


doenças e pragas.
- Chalmecacihuilt: deus do mundo subterrâneo e do sacrifício

- Chantico: deusa do fogo doméstico e dos vulcões.

- Ometeotl: deus da criação.

- Cochimetl: deus das atividades comerciais e dos mercadores.

- Ilmatecuhtli: criadora das estrelas, era considerada a deusa da beleza.

- Xochipilli: deus do amor, das danças e das flores.

- Tezcatlipoca: criador do mundo, era o deus das estrelas e da lua. Senhor da


morte, era muito temido pelos Astecas.
A Religião Maia

Poder da natureza

A selva imprimiu por completo a percepção da realidade. Os maias acreditavam que uma energia
biocósmica atravessava as pessoas, os animais, as plantas e os seres inanimados, imprimindo neles a
sua razão de ser.

Quanto maior fosse a carga de energia, maior era a categoria e a importância de cada ser vivo,
coisa, ou entidade. Os maias acreditavam que o gasto descomunal dos deuses era reposto com o
sangue humano dos sacrifícios.

A crença no poder de combustível do sangue mostra deuses vulneráveis. E ao contrário, destacava o


papel dos homens para manter o universo.

Os maias representavam a superfície da terra como as costas de caimão, ou como uma tartaruga
marinha que sustentava a paina, uma árvore gigante sobre a qual o céu se apoiava. Sob sua sombra
descansavam os sacerdotes, os guerreiros mortos em combate, e as mulheres falecidas no parto. O
céu era associado à imagem da serpente de duas cabeças, imagem da dualidade da vida e da morte.

Mas além da terra e do céu, os maias davam mais atenção ao subsolo ou inframundo. Esta era a
moradia dos mortos e dos deuses, além de fonte da vida e do milho, componente fundamental de
sua alimentação.

O Xibalbá, o País dos Mortos, era um reflexo do mundo terreno. Eles construíam as pirâmides como
representação do interior da terra.

Centralizada no subsolo, a noção maia do Outro Mundo abraçava uma dimensão mais complexa, um
universo paralelo ao dos seres vivos, que incluía o céu, a superfície terrestre, a profundidade do
oceano e a espessura da floresta.

O Outro Mundo, segundo acreditavam, resguardava os segredos do cosmos e do transcurso do


tempo, os mistérios da vida e o destino dos seres humanos.

Os deuses maia

Os pesquisadores da religião maia enfrentam fortes polêmicas. A informação disponível não permite
individualizar com precisão os distintos deuses do Período Clássico, suas origens, e suas funções. A
cerâmica policroma relata mitos cosmogonicos e descreve o mundo subterrâneo. As imagens dos
deuses se confundem com as cenas de adoração aos governantes.
Não obstante, nos templos de Uaxactún e Palenque é possível reconhecer representantes e
esculturas do deus Kinich Ahau ou Kukulkán, Ixchel, Chac e Kauil.

Destacam-se Itzmaná, inventor da escrita, senhor dos céus, dia e noite; Hunab-Ku era
irrepresentável e intocável, dele vinham todas as coisas materiais.

Vários deles eram antepassados divinizados. O próprio Kukulkán havia encabeçado os toltecas do
Vale Central do México que se estabeleceram em Mayapán no final do século X.

O panteão maia se identificava com o cosmos e os objetos celestes. Kukulkán ou Kinich Ahau havia
sido uma espécie de deus do sol, como o Ra dos egípcios. Seu nome significa: “Deus do rosto do
sol”.

A influência do Teotihuacán foi muito importante, a ponto de muitas das entidades do norte serem
incorporadas pelos maias. Quetzalcoalt, a “Serpente Emplumada”, foi assimilado com Kukulkán,
reforçando a identidade entre deuses e governantes.

Os deuses combinavam formas humanas, animais, vegetais e astrais. O deus Jaguar era o senhor da
noite estrelada, reinando sobre o céu, a terra e as trevas do inframundo.

As representações de Chac, o deus da chuva, o raio, o trovão e o vento, uniam a representação


destes fenômenos com os pontos cardeais. Acompanhados de rãs que a anunciavam, Chac era uma
divindade muito importante para os camponeses, e costumava se multiplicar esvaziando abóboras
para produzir a chuva, enquanto atirava machados de pedra.

Ah Mun era o deus do milho, na batalha permanente com Ah Puch, o deus da morte. Também se
relacionava com o inframundo Ek Chuah, um deus da guerra que aparece vestido de negro,
divindade dos comerciantes e do cacau.
O panteão maia era bastante numeroso, com divindades altamente especializadas: Ixtab, deusa dos
suicídios que era representada com uma corda no pescoço; IxChel, deusa do arco-íris, medicina,
adivinhação e maternidade; Ah Chicum Ek, o deus benevolente da estrela polar; e Buluc Chabtan,
deus guerreiro dos sacrifícios humanos entre outros.

Profecias e adivinhações

Para conhecer o destino dos defuntos no Além, suas opiniões, seus prognósticos e seus anseios em
relação aos vivos, os maias desenvolveram a técnica da necromancia.

Os reis maias acreditavam que se comunicavam com seus ancestrais ao se verem na superfície
polida dos espelhos mágicos de obsidiana, consumindo drogas alucinógenas, ingressando nas covas
ou nos templos-montanha.

Na língua maia, “profecia” e “lei” se escrevem com a mesma palavra, mostrando a concepção
regular e circular que tinham do transcurso do tempo.

Assim como os astecas, os maias pensavam que as profecias se cumpriam. Por isso, toda tentativa
de fugir da sorte estava destinada ao fracasso. O livro sagrado de Chilam Balam diz: “Estas coisas
serão compridas. Ninguém poderá detê-las”.

Apesar de se tratar de um relato das invasões toltecas, a tradição considera que Ah Xupan Nauat,
um profeta maia do século XI havia antecipado a chegada dos espanhóis a Yucatán, fato histórico
que aconteceu quinhentos anos depois.

Formuladas de maneira retrospectiva, os maias faziam o possível para cumpri-las. Aquele que
conhecia a profecia era considerado o favorito dos deuses, o mestre da interpretação, o dono
absoluto do poder.
Ao constatar essa idéia, o filósofo, lingüista e historiador Tzvetan Todorov explicou que a vida social
dos maias se caracterizava pela regularidade absoluta: “a palavra chave da sociedade
mesoamericana é ordem”, escreveu Todorov.

Cosmologia e o poder político

De modo parecido a outras sociedades antigas, a forma como percebiam o universo nos dá uma
radiografia da estrutura de poder, as funções dos governantes, as divisões territoriais, a ordem das
cidades, e os aparatos administrativos.

Os reis tinham caráter divino e trabalhavam como sumos sacerdotes. Eles fixavam a doutrina e
estabeleciam os procedimentos rituais. Os membros de suas linhagens também desempenhavam
tarefas religiosas.

O rei estava diretamente relacionado com os deuses, era considerado um deles. Quanto mais o
governante fosse sagrado e o culto fastuoso, mais a sociedade se sentia segura e integrada. De
acordo com as crenças, os reis eram potências geradoras de vida.

Governar para os maias significava administrar corretamente a ordem do cosmos, a sociedade e a


natureza. Isso explica o poder absoluto dos reis, a partir da posse dos segredos do mundo dos
mortos.
Os ancestrais fundadores de linhagens eram associados a seres sobrenaturais, denominados wayob.
Os arqueólogos identificaram imagens destes seres nas peças de cerâmica. Para os maias, os
espíritos dos wayob viviam nas construções gigantescas das principais cidades.

Os rituais

Os relatos mais minuciosos sobre os ritos de sangue maia provêm do Período Pós-Clássico. Entre
eles, a cena da extração do coração de um guerreiro para oferecê-lo aos deuses.

Os jovens guerreiros pertencentes às elites inimigas eram as presas mais cobiçadas. No caso de
capturar um governante, ou um chefe principal, a vítima era reservada para ser decapitada durante
uma cerimônia especial.

Por outro lado, quanto mais distante fosse o povo de um cativo, geográfica ou culturalmente, mais
os maias o depreciavam para o sacrifício. Segundo Todorov, as vítimas preferidas deviam ser
simultaneamente, estrangeiras e próximas.

Os métodos de sacrifício eram diversos. Durante o Período Clássico foi posto em prática o
esquartejamento, realizado em ocasiões durante o jogo de bola.

O Templo dos Jaguares e dos Guerreiros em Chichén Itzá foram âmbitos privilegiados para a prática
dos sacrifícios humanos.

Os cronistas espanhóis descrevem o equipamento dos sacerdotes: resina de copal para utilizar
incenso, pintura negra e facas de sacrifício.

Segundo o pensamento maia, os ritos eram imprescindíveis para garantir o funcionamento do


universo, os acontecimentos do tempo, a passagem das estações, o crescimento do milho, e a vida
dos seres humanos. Os sacrifícios eram necessários para assegurar a existência dos deuses, repondo
seu consumo periódico de bioenergia.

Por Fenrir
Mitologia Inca: Rituais e festas

Dois lugares circundantes a Cusco que destacam pela sua arquitetura ritual são os centros de culto
de Qenqo e Tambomachay.

Qenqo é um imenso promontório rochoso talhado de escalões, covas e canais, seguramente feito
para depositar a chicha (bebida de milho) que se bebía nos rituais incas. Este sítio conta com um
pátio semicircular definido por um parâmetro isométrico con vários nichos grandes que rodeiam uma
pedra ou wanka de pouca espessura encerrada num recinto.

Tambomachay é um sítio impressionante de arquitetura fina composta de plataformas, nichos e


piletas que continúam funcionando e pelos seus desaguadouros corre água procedente de um
manancial que existe na parte alta. Nos tempos incas era um lugar sagrado destinado ao culto da
água, um dos adoratórios que conformavam o sistema de “ceques” de Cusco, conjunto de linhas
imaginárias nos lugares sagrados e indicavam o tempo e o lugar das cerimônias.
Rituais e Festas

RITUAL CHA’LLA

É costume que toda a terça-feira de carnaval se faça a ch’alla da casa, dos instrumentos de
trabalho, do carro, outros lugares e objetos considerados importantes para os bolivianos. Em outros
momentos da vida familiar e outros em âmbito público, como é o caso da festas religiosas, também
são realizados o ritual da cha’lla. Porém, nesse último espaço tal ritual se dá de forma velada com
o simples gesto de verter um gole de bebida ao chão (Pachamama), ou ainda orvalhando a imagem
do santo(a), com algumas gotas de bebida.

CORPACHADA

Este é um dos ritos consagrados à Pachamama. Esta deusa de origem Inca, junto a Inti (Rei Sol) e a
Mama Quilla (Lua) formam a trindade astrológica veneranda pelos calchaquies.

A Pachamama é a energia germinadora da natureza. Como os mortais, entretanto, ela sente fome e
sede. O seu culto consiste na “corpacharla”, isto é, dar-lhe de comer. Para tanto, cava-se
profundas covas, onde se enterram todo o tipo de comida e bebida. Este ritual é acompanhado de
rezas e invocações à deusa. A Pachamama é muito generosa para com as pessoas que lhe fazem este
tipo de agrado.

CAPAC RAYMI

A Capac Raymi, a Festa Grandiosa, era celebrada em dezembro(no Solstício de Verão). O Sapa Inca,
vestido a rigor, conduzia seu povo na adoração do Sol.

Capac Raymi e Inti Raymi, são datas onde os raios solares mostram o esplendor de várias
construções como traçados de ruas, aberturas nas casas, esculturas e templos que fazem jogos de
luz e sombra e revelam características místicas e astronômicas dos seus monumentos.

A 14 de novembro, eram buscadas em procissão as imagens de Viracocha, do deus Sol e das outras
divindades e as múmias dos Incas, que eram transportadas para o recinto sagrado. Ali, conduzindo o
misterioso moroy-urco, os príncipes dos ayllus davam volta à praça. Ao centro, um braseiro
consumia os cadáveres das vítimas imoladas e as oferendas. Começava assim a festa de Capac
Raimi.
INTI RAYMI

O Inti Raymi é o evento mais tradicional da cultura inca. É a festa do Sol que é celebrada todo ano
em Cusco no mês de junho e coincide com o solstício de inverno. Inti é uma palavra no idioma
Quéchua que quer dizer sol, e Raymi é festa.

Nesse dia as celebrações acontecem no centro de Cusco e depois continuam na fortaleza de


Saksayuaman.

PACHA-PUCHUY

Na Pacha-puchuy (Maturação), o Inca sacrificava um lhama preto para resgatar os pecados de seu
povo.

A FESTA DE INICIAÇÃO

Quando se tornavam púberes, os príncipes e filhos das famílias nobres incas submetiam-se a uma
série de provas, sendo que a última era a perfuração dos lobos das orelhas, precediam elas sua
admissão na casta dos Hatun-Rincriyoc. Este conjunto de ritos tinha o nome de festa de iniciação e
desenrolava-se durante a “Festa do Inca”, a Capac Raymi. Primeiro deveriam haver cumprido
certo número de provas, de modo a demonstrarem que eram capazes de desempenhar-se das
funções administrativas que lhes seriam confiadas.

As jovens nobres, também se preparavam para esta festa e lhes era dado o título de “sapay coya
nusta”, que significa “princesa virgem”. A presença delas servia como encorajamento para os
rapazes. Ao fim das provas, elas também eram encarregadas de dar de beber aos participantes e
para tanto, muniam-se de cântaros de prata contendo chica.
COYA RAYNI

Em setembro, os incas celebravam a “Coya Rayni”, a Festa da Lua e da Rainha.

Calendário de Festas e Rituais dos Incas

Por Totzil
Quais são os principais deuses maias?
por DANILO CEZAR CABRAL, DANYAEL LOPES, BERNARDO BORGES e
MARINA MOTOMURA

ITZAMNA

Era o deus dos céus, do dia e da noite, auxiliando a humanidade com os seus poderes de
cura. Para os maias, ele era o inventor da escrita, do calendário e o criador dos rituais
religiosos. Apesar de seu status, sua representação não impressionava muito: um velho
sem dentes de nariz torto!

IXCHEL

Esposa de Itzamna, Ixchel era uma deusa idosa de grande poder. Deusa do parto, da
gravidez e da fertilidade, Ixchel era a protetora das tecelãs e podia prever o futuro. Mas
ela também tinha um lado obscuro. Com serpentes no lugar dos cabelos, a deusa
mostrava sua insatisfação agitando as cobras

TOHIL

O deus do fogo e do sacrifício. Segundo o mito da criação maia, a primeira era da


humanidade chegou ao fim sob muito fogo e água. No início da segunda era, os
ancestrais dos humanos encontraram Tohil pela primeira vez em um local chamado “as
sete cavernas”.

CHAC

Era o deus da chuva, representado por um guerreiro cujas lágrimas caem na terra. As
chuvas ajudavam as plantações e Chac se tornou o deus da agricultura. Era adorado como
quatro entidades diferentes – cada uma representa um dos pontos cardeais.

PAUAHTUN

Era o deus dos céus e sustentava o firmamento. Apesar da função importante, Pauahtun
tinha fama de bêbado e instável, ligado aos ventos e ao trovão. Era retratado com uma
concha ou um casco de tartaruga. Para os maias, o céu tinha formato de concha!

KINICH-AHAU

Um dos deuses do Sol, assumia formas diferentes. De dia, era um pássaro de fogo. À
noite, andava no submundo dos mortos, Xibalba, como um jaguar, felino temido e ao
mesmo tempo admirado pelos maias. Kinich-Ahau era um dos governadores de Xibalba

AH PUCH

Com seus ossos expostos, o deus da morte era inconfundível. Segundo o Popol Vuh,as
escrituras sagradas dos maias, seus símbolos também eram típicos: um crânio e a cabeça
de um cadáver. Ah Puch rondava as casas de doentes para capturar a alma deles.
VUCUB CAQUIX

Era um pássaro monstruoso e um dos deuses-demônio de Xibalba. Arrogante,


considerava-se o Sol, a Lua e a luz. Competia com os deuses “bons” pelo lugar de
principal líder do panteão. Vucub acabou derrotado pelos heróis gêmeos por causa de seu
comportamento.

HUN HUNAHPU

Nasceu como humano, mas, graças à interação com os deuses, acabou se tornando uma
divindade. Ele e seu irmão, Vucub Hunahpu, foram desafiados a um jogo de bola no
reino dos mortos. Assim que chegaram, foram assassinados. A vingança ficou por conta
de seus filhos gêmeos, Hunahpu e Xbalanque

HUN BATZ E HUN CHOUEN

Eram humanos e se tornaram deuses associados a atividades artísticas. Filhos mais velhos
de Hun Hunahpu, eram artistas e dependiam dos mais novos, os gêmeos, para caçar. Os
caçulas não gostavam e acabaram prendendo-os em uma árvore mágica. Lá, eles viraram
macacos para poder descer.

HUNAHPU E XBALANQUE

Os “heróis gêmeos” têm origem humana e se tornaram deuses depois. Com a morte do
pai, foram ao submundo para o “jogo de volta”. Após a partida, cortaram-se em pedaços
e se formaram novamente. Os deuses quiseram fazer o mesmo. Os gêmeos
despedaçaram-nos, mas não os montaram de volta.

DO MILHO AO HOMEM

Humanos foram criados para fazer companhia aos superiores

Os deuses da criação maia resolveram gerar uma raça de adoradores para ter companhia.
Criaram os animais, mas, quando viram que eles não tinham voz, mandaram os bichos
para as selvas. Os deuses criaram então o homem, primeiro de lama, mas ele se
dissolveu. Moldaram um homem de madeira, mas ele não tinha alma. Enfurecidos, os
deuses destruíram o mundo com chuva e fogo. Em uma última tentativa, mais deuses
criadores se juntaram e fizeram o homem de farinha de milho. Finalmente deu certo, e os
maias passaram a crer que o milho era a matéria-prima de sua formação.

A MORTE É O DE MENOS

Mortos vão para obscuro reino subterrâneo e passam por provações

Na mitologia maia, os mortos iam para o reino subterrâneo de Xibalba, o “local do


medo”. Seus pontos de entrada, chamados de cenotes, eram cavernas ou pequenos lagos.
Apesar de existirem paraísos em áreas dentro de Xibalba, o que marcava o reino
subterrâneo eram dez deuses demoníacos (entre eles, Kinich-Ahau), associados ao
sofrimento humano. Quando chegavam a Xibalba, os mortos não eram julgados, como
em outras culturas, mas passavam por provações e testes, como rios de sangue, fogo, frio,
morcegos e leopardos.
Religião Maia - História da Religião Maia

O surgimento e o desenvolvimento cultural do chamado período clássico dos maias estendeu-se


aproximadamente de 250 até 900 d.C. A fonte mais completa e exaustiva para o conhecimento da
sua mitologia é o Popol Vuh (Livro da Comunidade ou do Conselho), a bíblia dos maia-quiches (de
qui, 'muitos' e che, 'árvore': 'terra de muitas árvores', do ano 1550. Outra fonte é o Chilam Balam,
escrito em maia de Yucatã na época da conquista e a Relação das Coisas de Yucatã, de 1566,
composta pelo espanhol Diego de Landa, que inclui interessantes dados sobre a vida dos maias no
século XVI.

Os deuses maias possuíam uma natureza antropomorfa, fitomorfa, zoomorfa e astral. A figura mais
importante do panteão maia é Itzamná, deus criador, senhor do fogo e do coração. Representa a
morte e o renascimento da vida na natureza. Itzamná é vinculado ao deus Sol, Kinich Ahau, e à
deusa Lua, Ixchel, representada como uma velha mulher demoníaca. Alguns pesquisadores
acreditam que seu nome deriva das palavras com as quais supostamente se definiu ante os homens:
"Itz en Caan, itz en muyal" ("Sou o orvalho do céu, sou o orvalho das nuvens"). Porém, também
parece significar 'Casa da Iguana'.

Segundo esta idéia, haveria quatro Itzamnás, correspondentes às quatro direções do Universo.
Quatro gênios ou divindades, os Bacabs, por outro lado, aparecem sustentando o céu, identificados
com os quatro pontos cardeais, que por sua vez estão associados a quatro cores simbólicas
(Leste,vermelho; Norte, branco; Oeste, preto; Sul, amarelo), uma árvore (a seiva sagrada) e uma ave.
Segundo a versão de alguns povos maias, seria filho de Hunab Ku, ser supremo e todo-poderoso.

Chac, que se destacava pelo nariz comprido, ocupava o lugar de deus da chuva e costumava
aparecer multiplicado em chacs, divindades que produzem a chuva esvaziando suas cabaças e
jogando machados de pedra. As uo (rãs) são suas companheiras e agem anunciando a chuva. O
jovem deus do milho, Ah Mun estava relacionado com a vegetação e com o alimento básico;
freqüentemente brigava com o deus da morte, Ah Puch, Senhor do nono inferno. Outras divindades
associadas às trevas e à morte são Ek Chuah, deus negro da guerra, dos mercadores e das
plantações de cacau, e também Ixtab, deusa dos suicídios.

A semelhança e os contatos entre a cultura maia e a asteca explicam a aparição entre os maias da
Serpente Emplumada (Quetzalcoatl), que recebe o nome de Kukulcan em Yucatán e de Gucumatz
nas terras altas da Guatemala.
Mitologia maia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Civilização maia

Povos · Línguas · Sociedade

Religião · Mitologia · Sacrifício humano

Arquitetura · Calendário

Tecidos · Comércio

Música pré-colombiana · Escrita

História

Colapso maia do clássico

Conquista do Iucatã

v•e

A mitologia maia se refere às extensivas crenças politeístas da civilização maia pré-


colombina. Esta cultura mesoamericana seguiu com as tradições de sua religião há 3.000 anos
até o século IX, e inclusive algumas destas tradições continuam sendo contadas como
histórias inventadas pelos maias modernos.

Tão só três textos maias completos sobreviveram através dos anos. A maioria foram
queimados pelos espanhóis durante sua invasão da América. Portanto, o conhecimento da
mitologia maia disponível na atualidade é muito limitado.

• O Popol Vuh (ou Livro do Conselho dos indianos quiché) relata os mitos da criação da Terra, as
aventuras dos deuses gêmeos, e a criação do primeiro homem.
• Os livros de "Chilam Balam" também contêm informação sobre a mitologia maia, geralmente
descrevem as tradições desta cultura.
• As crônicas de Chacxulubchen é outro texto importante para a compreensão da mitologia maia.

Índice

• 1 O Popol Vuh
• 2 Mito da criação segundo os maias
• 3 Deuses notáveis
o 3.1 Os três primeiros deuses criadores
o 3.2 Os sete segundos deuses criadores
o 3.3 Os treze últimos deuses criadores
• 4 Os Senhores de Xibalbá
• 5 Referências
• 6 Bibliografía
• 7 Ver também

O Popol Vuh

A história maia da criação dos quiché é o Popol Vuh. Neste se descreve a criação do mundo a
partir do nada pela vontade do panteão maia de deuses. O homem foi criado da lama sem
muito sucesso, posteriormente se cria ao homem a partir de madeira com resultados
igualmente infrutuosos, depois dos dois fracassos se cria o homem em uma terceira tentativa,
esta ocasião a partir do milho e se lhe atribuem tarefas que elogiaram a deuses: herrero,
cortador de gemas, talhador de pedras, etc. Alguns acham que os maias não apreciavam a arte
por si mesmo, mas todos seus trabalhos eram para exaltação dos deuses.

Depois da história da criação, o Popol Vuh narra as aventuras dos heróis gêmeos legendários,
Hunahpú e Ixbalanqué, que consistiram em derrotar aos Senhores de Xibalbá, do mundo
terrenal. Estes são dois pontos focais da mitologia maia e a miúdo se encontraram
representados em arte maia.

Mito da criação segundo os maias

Na mitologia maia, Tepeu e Gucumatz (o Quetzalcoatl dos astecas) são referidos como os
criadores, os fabricantes, e os antepassados. Eram dois dos primeiros seres a existir e se diz
que foram tão sábios como antigos. Huracán, ou o ‘coração do céu', também existiu e se lhe
dá menos personificação. Ele atua mais como uma tempestade, da qual ele é o deus.

Tepeu e Gucumatz levam a cabo uma conferência e decidem que, para preservar sua herança,
devem criar uma raça de seres que possam adorá-los. Huracán realiza o processo de criação
enquanto que Tepeu e Gucumatz dirigem o processo. A Terra é criada, junto com os animais.
O homem é criado primeiro de lama mas este se desfaz. Convocam a outros deuses e achem
ao homem a partir da madeira, mas este não possui nenhuma alma. Finalmente o homem é
criado a partir do milho por uma quantidade maior de deuses e seu trabalho é completo.

A mitologia dos maias tem o seguinte panteão.


Deuses notáveis

Ah Puch, no Códex de Dresden

Os três primeiros deuses criadores

Estes realizaram a primeira tentativa da criação do homem a partir da lama, no entanto em


breve viram que seus esforços desembocaram no fracasso, já que suas criações não se
sustentavam por ser o material muito suave.

1. Gucumatz: Na mitologia maia, Gucumatz é o deus das tempestades. Acho vida por meio da água e
ensino aos homens a produzir fogo. É conhecido também por: Gucamatz, Cuculcán ou Kukulkán.
2. Huracán: Em linguagem maia, Huracan significa "o de uma só perna", deus do vento, tempestade e
fogo. Foi também um dos treze deuses criadores que ajudaram a construir a humanidade durante a
terceira tentativa. Além disso provoco a Grande Inundação depois que os primeiros homens
enfureceram aos deuses. Supostamente viveu nas neblinas sobre as águas torrenciais e repetiu "terra"
até que a terra emergiu dos oceanos. Nomes alternativos: Hurakan, Huracán, Tohil, Bolon Tzacab e
Kauil.
3. Tepeu: Na mitologia maia, foi deus do céu e um dos deuses criadores que participou das três tentativas
de criar a humanidade.

Os sete segundos deuses criadores

Estes deuses que realizaram a segunda tentativa de achem ao homem a partir da madeira, mas
este não possuía nenhuma alma

1. Alom
2. Bitol - Deus do céu. Entre os deuses criadores, foi o que deu forma às coisas. Participou das duas
últimas tentativas de criar a humanidade.
3. Gucamatz
4. Huracán
5. Qaholom
6. Tepeu
7. Tzacol
Os treze últimos deuses criadores

Se podem encontrar referências aos Bacabs nos escritos do historiador do Século XVI Diego
de Landa e nas histórias maias colecionadas no Chilam Balam. Em algum momento, os
irmãos se relacionaram com a figura de Chac, o deus maia da chuva. Em Yucatán, Chan Kom
se refere aos quatro pilares do céu como os quatro Chacs. Também se acha que foram deuses
jaguar, e que estão relacionados com a apicultura. Como muitos outros deuses, os Bacabs
eram importantes nas cerimônias de adivinamiento, e se lhes faziam você pergunta sobre os
grãos, o clima e a saúde das abelhas.

Os Senhores de Xibalbá

Xibalbá é o perigoso inframundo habitado pelos senhores malignos da mitologia maia. Se


dizia que o caminho para esta terra estava infestado de perigos, era escarpado, espinhoso e
proibido para os estranhos. Este lugar era governado pelos senhores demoníacos Vucub-Camé
e Hun-Camé. Os habitantes de Xibalbá eram treze:

1. Hun-Camé
2. Vucub-Camé
3. Xiquiripat
4. Chuchumaquic
5. Ahalpuh
6. Ahalcaná
7. Chamiabac
8. Chamiaholom
9. Quicxic
10. Patán
11. Quicré
12. Quicrixcac
13. Kinich-ahau

Referências

Este artigo foi baseado na versão da Wikipédia em inglês: Maya Mythology

• Roys, Ralph L. "Ritual of the Bacabs: A Book of Maya Encantations." University of Oklahoma Press,
Norman, Oklahoma, 1965.
• J. Eric S. Thompson "Maya History and Religion." University of Oklahoma Press, Norman,
Oklahoma, 1970.
• Martin, Simon, and Mary Miller. Courtly Art of the Ancient Maya. New York: Thames & Hudson,
2004.
• Demarest, Arthur. Ancient Maya: The Rise and Fall of the Rainforest Civilization. Cambridge:
Cambridge University Press, 2004.

Bibliografía

• Anónimo, Popol Vuh. Relato maya del origen del mundo y de la vida. ISBN ISBN 978-84-8164-965-9
• De la Garza, Mercedes & Ilia Nájera Coronado, Marta, Religión maya. ISBN ISBN 978-84-8164-555-2
• Rivera Dorado, Miguel, El pensamiento religioso de los antiguos mayas. ISBN ISBN 978-84-8164-
871-3
Incas: Sociedade e Regilião

Sociedade

Infância

A infância de um inca pode parecer severa para os padrões atuais. Ao nascer, os incas
lavavam o bebê com água fria e o embrulhavam numa manta e o colocavam em uma cova
feita no chão. Quando a criança alcançava um ano de idade, se esperava que andasse ou ao
menos engatinhasse sem qualquer ajuda. Aos dois anos de idade, as crianças eram submetidas
a ritual no qual se lhes cortavam os cabelos, determinando assim o fim da infância. Desde
então, os pais esperavam que os filhos ajudassem em tarefas ao redor da casa. A partir daí as
crianças eram severamente castigadas quando se portavam mal. Aos quatorze anos os
meninos eram vestidos com uma tanga sendo então declarados adultos. Os meninos mais
pobres eram submetidos a vários testes de resistência e de conhecimento, ao fim dos quais
lhes eram atribuídos adornos (brincos) coloridos e armas. As cores dos brincos determinavam
o lugar hierárquico que ocupariam na sociedade.

Religião

Machu Picchu.

Ruínas de Ingapirca, no Equador, na província de Cañar.


Os Incas eram extremamente religiosos e viam o Sol e a Lua como entidades divinas às quais
suplicavam suas bençãos, fosse para melhores colheitas, fosse para o êxito em combates com
grupos rivais. O Deus Sol era o deus masculino e acreditavam que o Rei descendia dele.
Atribuíam ao Deus Sol qualidades espirituais, transmitidas à mente pela mastigação da folha
de coca, daí as profecias que justificaram a criação de templos sagrados construídos nas
encostas íngremes das montanhas andinas.[1]

Os incas construíram diversos tipos de casas consagradas às suas divindades. Alguns dos mais
famosos são o Templo do Sol em Cusco, o templo de Vilkike, o templo do Aconcágua (a
montanha mais alta da América do Sul) e o Templo do Sol no Lago Titicaca. O Templo do
Sol, em Cusco, foi construído com pedras encaixadas de forma fascinante. Esta construção
tinha uma circunferência de mais de 360 metros. Dentro do templo havia uma grande imagem
do sol. Em algumas partes do templo havia incrustações douradas representando espigas de
milho, lhamas e punhados de terra. Porções das terras incas eram dedicadas ao deus do sol e
administradas por sacerdotes.

Os sumo-sacerdotes eram chamados Huillca-Humu, viviam uma vida reclusa e monástica e


profetizavam utilizando uma planta sagrada chamada huillca ou vilca [1] (Acácia cebil) com a
qual preparavam uma chicha de propriedades enteógenas que era bebida na "Festa do Sol",
Inti Raymi. A palavra quíchua Huillca significa, simplesmente, algo "santo", "sagrado".

Lugares sagrados

A religião era politeísta, constituída de forças do bem e do mal. O bem era representado por
tudo aquilo que era importante para o homem como a chuva e a luz do Sol, e o mal, por forças
negativas, como a seca e a guerra.

Os huacas, ou lugares sagrados, estavam espalhados pelo território inca. Huacas eram
entidades divinas que viviam em objetos naturais como montanhas, rochas e riachos. Líderes
espirituais de uma comunidade usavam rezas e oferendas para se comunicar com um huaca
para pedir conselho ou ajuda.

Sacrifícios

Os incas ofereciam sacrifícios tanto humanos como de animais nas ocasiões mais importantes,
maioria das vezes em rituais ao nascer do sol. Grandes ocasiões, como nas sucessões
imperiais, exigiam grandes sacrifícios que poderiam incluir até duzentas crianças. Não raro as
mulheres a serviço dos templos eram sacrificadas, mas a maioria das vezes os sacrifícios
humanos eram impostos a grupos recentemente conquistados ou derrotados em guerra, como
tributo à dominação. As vítimas sacrificiais deviam ser fisicamente íntegras, sem marcas ou
lesões e preferencialmente jovens e belas.

De acordo com uma lenda, uma menina de dez anos de idade chamada Tanta Carhua foi
escolhida pelo seu pai para ser sacrificada ao imperador inca. A criança, supostamente
perfeita fisicamente, foi enviada a Cusco onde foi recebida com festas e honrarias para
homenagear-lhe a coragem e depois foi enterrada viva em uma tumba nas montanhas andinas.
Esta lenda prescreve que as vítimas sacrificiais deveriam ser perfeitas, e que havia grande
honra em conhecerem e serem escolhidas pelo imperador, tornando-se, depois da morte,
espíritos com caráter divino que passariam a oficiar junto aos sacerdotes. Antes do sacrifício,
os sacerdotes adornavam ricamente as vítimas e davam a ela uma bebida chamada chicha, que
é um fermentado de milho, até hoje apreciada.
Festivais

Os incas tinham um calendário de trinta dias, no qual cada mês tinha o seu próprio festival.

Os meses e celebrações do calendário são os seguintes:

Mês Gregoriano Mês Inca Tradução

Janeiro Huchuy Pacoy Pequena colheita

Fevereiro Hatun Pocoy Grande colheita

Março Pawqar Waraq Ramo de flores

Abril Ayriwa Dança do milho jovem

Maio Aymuray Canção da colheita

Junho Inti Raymi Festival do Sol

Julho Anta Situwa Purificação terrena

Agosto Qapaq Situwa Sacrifício de purificação geral

Setembro Qaya Raymi Festival da rainha

Outubro Uma Raymi Festival da água

Novembro Ayamarqa Procissão dos mortos

Dezembro Qapaq Raymi Festival magnífico

Costumes funerários

Os incas acreditavam na reencarnação. Aqueles que obedeciam à regra, ama sua, ama llulla,
ama chella (não roube, não minta e não seja preguiçoso), quando morressem iriam viver ao
calor do sol enquanto os desobedientes passariam os dias eternamente na terra fria.
Os incas também praticavam o processo de mumificação, especialmente das pessoas falecidas
mais proeminentes. Junto às múmias era enterrado uma grande quantidade de objetos do gosto
ou utilidade do morto. De suas sepulturas, acreditavam, as múmias mallqui poderiam
conversar com ancestrais ou outros espíritos huacas daquela região. As múmias, por vezes
eram chamadas a testemunhar fatos importantes e presidir a vários rituais e celebrações.
Normalmente o defunto era enterrado sentado.
Os deuses incas
Apesar de sua prática ter desaparecido da terra a alguns séculos, o culto aos deuses incas
ainda causa um grande fascínio. O esforço cristão para apagar as narrativas mitológicas da
mente coletiva não foi pequeno como o exemplo de Francisco Pizarro, responsável pela
grande queima das bibliotecas incas, e perpetrador de um dos maiores crimes culturais que a
história tem notícia. Sem acesso a muitas fontes originais, tudo o que sabemos hoje sobre os
deuses incas veio ou pena de algum padre espanhol ou da tradição oral sobrevivente entre os
povos nativos.

Os deuses incas eram o centro da cultura entre seu povo. Mesmo sendo politeístas o sol era o
aspecto mais importante da vida e havia uma quase exclusividade na adoração do estado para
com ele. No campo particular se repetia esta tendência clara pela adoração dos astros e da lua.
Todos os povos possuem mitos religiosos, mas os mitos da religião inca são particularmente
repletos com a assimilação de diferentes deuses. Isso aconteceu porque Império Inca, assim
como o Império Romano, permitia que as culturas e povos conquistados mantivessem suas
próprias crenças e rituais.

O mais importante culto inca era o do deus sol, Inti e seu culto era organizado por sacerdotes
chamados Huillca-Humu. Eles eram responsáveis por apaziguar a ira dos deuses com
sacrifícios e realizavam adivinhações. Eram tidos como possuidores de poderes
sobrenaturais. Viviam uma vida isolada do restante da população e por meio de uma planta
sagrada chamada Huilca, diziam ter a capacidade de se comunicar com os deuses e espíritos
guia. Sacsahuaman,localizado em Cusco era o centro da vida religiosa inca. Inti Raymi, a
festa do Sol, era a maior celebração do ano.

O mito da criação inca

Segundo a narrativa da criação Inca, no início dos tempos tudo era escuridão, então o deus
Con Tiqui Viracocha emergiu do lago Titicaca, trazendo eu suas mão a luz. Com a luz ele
criou o deus Sol, a lua, as estrelas e iluminou o mundo. Então ele criou as montanhas, e das
montanhas forjou homens e mulheres grávidas, não como os homens de hoje, mas seres
desprovidos de ossos no corpo. Então ele enviou as pessoas para todos os cantos do mundo,
mas manteve um macho e uma fêmea com ele em Cuzco, o "ventre do mundo".

Então Viracocha povou o mundo de coisas boas para os seres humanos. As pessoas no entanto
se esqueceram da bondade do deus criador e se rebelaram não prestando mais as devidas
honras, mentindo, roubando e dormindo o dia inteiro. Eles foram então punidos pelos deuses
e a chuva parou de cair sobre a terra. As pessoas forma obrigadas a trabalhar duro para
encontrar a pouca água que restava até que o deus Pachamac, filho do Sol (Inti), tomou o
poder de Viracocha, transformou seus humanos protegidos em macacos e criou os ancestrais
dos seres humanos. O irmão de Pachamac, Manco Capac foi colocado como senhor deste
mundo para vigiar a terra, organizar a civilização e garantir que os seres humanos não
cometessem o erro de seus predecessores.

Os três mundos da realidade Inca

Os incas viam o mundo como compostos de três níveis. A palavra inca para mundo é "Pacha"
que pode ser melhor traduzida como "Realidade" do que como "terra"
Uku Pacha, o mundo passado e inferior. Todos os seres vivos vinham deste lugar antes de ter
o direito de nascer na terra. Também é o destino dos seres humanos que morrem em erro ou
desgraça. A regra para não retornar a Uku Pacha era bem simples, sintetizada na máxima:
"ama sua, ama llulla, ama chella" (Não roube, não minta, não seja preguiçoso).

Kay Pacha, o mundo atual, intermediário, onde vivem os seres humanos, os espíritos e os
animais. Era considerada uma grande honra nascer em Kay Pacha, pois isso só era permitido
com a benção dos deuses. Para cada alma viva em Kay Pacha, muitas centenas de almas em
espera havia em Uku pacha. Esta vivo portanto era considerada uma oportunidade única, e
irritar os deuses uma atitude extremamente incensata.

Por fim, Hanan Pacha, o mundo futuro era o mundo superior, morada dos deuses e de
espíritos superiores. Não se trata do destino natural do ser humano, que já devia se considerar
muito feliz de nascer em Kay Pacha e não em Uku Pacha. Par ter-se a glória de nascer em
Hanan Pacha, era preciso ter uma morte gloriosa, seja em combate a serviço do Império ou
como em um sacrifício ritual aos deuses.

Huacas: Deuses de pedra

Um costume muito comum entre os incas era o de culto a lugares sagrados. Ao contrário de
outras tradições religiosas ao redor do mundos, alguns lugares eram sagrados para os Incas,
não porque algo de especial aconteceu em seu solo, mas porque o próprio lugar era uma
espécie de deus. Estes lugares eram conhecidos como huacas, e em geral eram cavernas ou
montanhas, mas em alguns casos poderiam ser até mesmo lagos ou árvores. Não era incomum
que os sacerdotes de uma comunidade realizassem oferendas ou tentassem comunicação com
um huaca local em busca de proteção ou conselhos.

Os Deuses Incas

Segue uma pequena lista dos deuses que o Império inca permitiu integrar sua cultura. Devido
ao imenso número, muitos deles dividem seus domínios e confundem-se em suas origens.

Apo, espírito guardião das montanhas. Todas as montanhas importantes do Império tinham
seu próprio Apu, e alguns deles recebiam sacrifícios regulares para revelar certos aspectos de
sua divindade. Algumas pedras e cavernas também possuíam seus apus.

Apocatequil, deus dos relâmpagos

Ataguchu, deus que serviu Viracocha no mito da criação.

Catequil, deus dos trovões e dos relâmpagos

Cavillace, a deusa virgem que comeu uma fruta que continha o esperma de Coniraya, o deus
da lua. Quando seu filho nasceu, ela exigiu saber quem era seu pai. Nenhum deus se
manifestou, então ela colocou seu bebe no chão e ele engatinhou até Coniraya. Ela ficou
envergonhada devido a baixa estatura de Coniraya entre os deuses, e fugiu para a costa do
continente onde transformou a si e a seu filho em pedras.

Chasca, deusa da manhã, do crepúsculo e de Venus. Protetora das garotas virgens.

Chasca Coyllus, deus das flores e das meninas.


Chiqui Illapa- O Deus trovão, das tempestades, que norteia a cadência das secas e das
chuvas.

Kuka mama ou Mama Kuka. Deusa da saúde e da alegria. Originalmente uma mulher
promiscua que foi assassinada por seus vários amantes. De seu corpo nasceram as primeiras
folhas de coca. Seus adoradores mascavam folhas de coca sempre que levavam uma mulher
ao orgasmo.

Konira Viracocha, O deus trapaceiro. Na verdade uma das formas de Viracocha.Nesta forma
o deus vaga pelo mundo vestido como um mendigo ou forasteiro para testar a gratidão dos
seres humanos. Com uma simples palavra pode criar campos, ou arruinar colheitas.

Coniraia, deus da lua, que escondeu o esperma na fruta que Cavillaca comeu.

Copacati, uma deusa lago.

Ekkeko, deus do coração e da riqueza. Os sacerdotes deste deus criavam bonecos dele que
continham versões em miniatura de seus desejos no forro buscando desta forma atrair seu
poder e beneplácito.

Illapa, um extremamente popular deus do clima e do bom tempo. Seu feriado era celebrado
todos os anos para que ele mantivesse o universo no lugar e trouxesse a chuva. Sua aparência
era a de um homem usando roupas de luz, carregando uma vara e ele foi o principal deus do
reino de Colla antes da província de Collasuyu fosse anexada ao Império inca.

Inti, deus sol, fonte da luz, do calor, da fartura e protetor das pessoas. Inti era de longe o deus
mais importante do império. Seu nome quer dizer em quíchua, literalmente: Sol. Inti era visto
pelos incas como seu o progenitor de todos os seus imperadores. A própria representação da
cultura inca é o disco de inti, um disco de ouro com o rosto humano.

Kon, deus da chuva e do vento que sopra do sul. Filho de Inti com Mama Quilla

Mama Allpa, deus da fertilidade retratada como tento muitos e muitos seios.

Mama Cocha, mãe do mar, deusa dos oceanos e dos peixes, protetora dos navegantes e dos
pescadores. Em algumas lendas é mãe de Inti e Mama Quilla com Viracocha.

Mama Pacha, esposa de Pachamac, uma dragoa com poder sobre o plantio e a colheita.
Causadora dos terremotos.

Mama Quilla, mãe lua, ou mãe dourada, deusa da noite, dos casamentos e protetora das
mulheres. Filha de Viracocha com Mama Cocha e esposa de Inti. Mãe de Manco Capac ,
Pachamac, Kon, e Mama Ocllo.

Mama Zara, mãe dos grãos, deusa das colheitas do milho. Ela era associada com os pés de
milho que cresciam de maneira estranha e fora do normal. Estas plantas eram vestidas como
bonecas de Mama Zara e não eram colhidas.

Manco Capac - Manco Capac foi o legendário fundador da dinastia Inca, no Peru e da
dinastia Cuzco em Cuzco. As lendas e histórias ao redor desta figura são numerosas, e muitas
vezes contraditórias. Algumas por exemplo atestam que ele é filho de Tici Viracocha, o deus
criador, outras contam que ele foi trazido das profundezas do lago Titicaca pelo deus sol Inti.
De qualquer forma, todas as versões concordam com a origem divina deste fundador. Em
diversos relatos Manco Capac é ele mesmo igualado ao deus sol ou cultuado como o deus do
fogo.

Pacha Camac, um deus criador, adorado pelo povo de Ichma, mas posteriormente assimilado
na narrativa da criação Inca.

Pariacaca, deus da áhua na mitologia pré-inca. Também deus das tempestades. Nasceu como
falcão mas depois tomou a forma humana.

Paricia, deus das inundações que envia as enchentes para aqueles que não lhe demonstram o
respeito devido. Possivelmente outro nome para Pachacamac.

Supai, deus da morte e governante de Uca Pacha. Muito temido pelos Incas, visto que exigia
crianças em sacrifício para apaziguar sua ira. Em algumas narrativas este nome é usado para
se referir a todos os espíritos residentes de Uca Pacha.

Urcaguari, deus dos metais, das jóias e dos tesouros que existem abaixo da terra.

Uruchillai, deus protetor dos animais

Viracocha, deus primordial e senhor da criação de onde veio toda a vida e todos os outros
deuses. Ligado tradicionalmente à cidade de Tihuanaco, cuja importância centro religioso
remonta a era pré-inca. Segundo a narrativa original Viracocha nasceu de uma virgem e
apresenta com freqüência características solares. Seu título "Pachamac" designa-o como
"criador do mundo". Os que não lhe prestam homenagem devida são destruídos pela água ou
pelo fogo.

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