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Coordenacao Pedagogica A Importancia Da Observacao de Sala de Aula e Do Acompanhamento No Ensino Remotopdf
Coordenacao Pedagogica A Importancia Da Observacao de Sala de Aula e Do Acompanhamento No Ensino Remotopdf
https://novaescola.org.br/conteudo/20294/coordenacao-pedagogica-a-
importancia-da-observacao-de-sala-de-aula-e-do-acompanhamento-no-ensino-
remoto
Ambiente virtual
Coordenação pedagógica: a
importância da observação de
sala de aula e do
acompanhamento no ensino
remoto
Objetivo é identificar se dinâmicas estão adequadas ao ambiente virtual e
se há trocas entre alunos e professores, para que os docentes possam
aprimorar suas práticas pedagógicas
Camila Cecílio
A observação da sala de aula é uma prática realizada pelo coordenador pedagógico para acompanhar
o trabalho do professor e ajudá-lo a aprimorar a didática e outras dinâmicas docentes.
“Trata-se de uma estratégia formativa que pode favorecer a reflexão sobre a prática docente, o que é
importante tanto para compreendê-la quanto para aprimorá-la”, afirma Paula Stella, professora do
curso “A função do coordenador pedagógico na construção de uma escola integradora”, realizado pela
Comunidade Educativa CEDAC.
A educadora diz que, além da observação ser uma forte aliada na hora da coordenação conversar
com o professor sobre aspectos que já estão bem resolvidos em sala de aula e outros que precisam
ser melhorados, as informações coletadas são matéria-prima para a capacitação da equipe docente.
Mas, com a pandemia e os desafios do ensino a distância, como adaptar essa prática para o contexto
remoto?
Estabelecer uma relação de parceria, de acordo com a especialista, é crucial para enfrentar desafios e
evitar eventuais desconfortos -- por exemplo, quando há o entendimento de que o intuito do
coordenador é fiscalizar a aula. Se coordenador e professor já tinham algum nível de relacionamento
antes da pandemia, lidar com as adversidades desse momento pode ser mais simples do que em uma
relação que começa no ensino remoto. Em todo caso, o gestor deve se empenhar para mostrar à
equipe que a cultura de parceria vale a pena.
Para dar conta disso, Jussimara dividiu as demandas com a colega de coordenação e, juntas,
contaram com o apoio da diretora da escola para replanejar 2020. Depois de um ano de ensino
remoto, a escola conseguiu encontrar um ponto de equilíbrio com aulas no Zoom, Meet e WhatsApp,
plataformas pelas quais Jussimara faz as observações das aulas, e também com materiais enviados
aos alunos.
Durante a observação no contexto remoto, Jussimara procura identificar se o professor usa didáticas
adequadas para atender os alunos, se as explicações são claras, se ele não está dando aulas rápidas
demais e, principalmente, se está havendo troca entre aluno e professor. A coordenadora observa,
ainda, a postura do professor nos vídeos produzidos em casa.
De acordo com Jussimara, toda a dinâmica da observação tem sido adaptada para o atual momento,
o que difere bastante do contexto presencial, quando o acompanhamento incluía visitas à sala de
aula e conversas com os alunos. Mesmo assim, a gestora tem se empenhado em participar dos 16
grupos de WhatsApp da escola, por onde algumas das aulas acontecem e, também, onde os
professores ficam à disposição para tirar dúvidas dos estudantes.
“Fazer esse acompanhamento é uma forma de poder auxiliar o professor, que também vive um
período difícil, e de saber o que está acontecendo no processo do ensino, pensando em uma
educação de qualidade para o aluno. É um momento de conversar, promover trocas e fazer sugestões
e melhorias”, pontua.
No horário combinado, as crianças, em casa, aguardam para começar a aula. O professor grava vídeos
e áudios com o conteúdo do dia ou posta vídeos do YouTube para explicar as atividades. A aula dura,
em média, 1h30, por dia, período em que as crianças podem interagir entre elas e com o professor. É
nesse momento que a coordenadora coloca em prática a observação e acompanha as interações na
“sala de aula virtual”. Mesmo após a aula online, o educador segue à disposição para atender as
crianças no privado, já que muitas vezes, por dificuldades de acesso, elas não podem estar na aula.
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Uma vez por semana, Tatiana se reúne com os professores para ouvi-los, saber como foi a semana de
aula, se tiveram dificuldades e como está a participação das crianças. Ela aproveita o momento com a
equipe para dar orientações, fazer observações que viu em alguns grupos e compartilhar o que achou
interessante para que outros professores possam se inspirar também. “Nessa troca, vão surgindo
novas ideias, e a gente planeja a semana seguinte de aula considerando as particularidades de cada
turma”, explica.
Recentemente, a coordenadora observou, por exemplo, que os alunos de uma turma de 2º ano
estavam em níveis diferentes de aprendizagem, com crianças ainda na fase inicial de alfabetização e
outras que já liam fluentemente. “A partir disso, sugeri que a professora responsável fizesse um
trabalho de tutoria, dividindo a turma em pequenos grupos de acordo com esses níveis”, lembra.
Além da aula no horário pré-estabelecido, a professora reservou um tempo para atender grupos
específicos, em outro momento, a fim de auxiliar os alunos que estavam no início do processo de
alfabetização. “Temos percebido o efeito positivo, e essa é uma ação que está acontecendo a partir de
uma observação que fiz em uma aula remota”, reforça.
A gestora reconhece as limitações da observação de aula feita por Whatsapp, que se restringe às
interações entre professores e alunos, mas destaca a importância dessa proximidade com os
docentes, para que se sintam mais confiantes e seguros. “Muitos estão tendo que se reinventar, e a
função do coordenador pedagógico é passar essa segurança”.
Ela conta que, no ano passado, realizou um show de talentos com a turma do 1º ano pelo WhatsApp,
com o apoio da coordenadora e contribuições que ela tinha feito com base em observações de aula.
“Quando eu apresento uma ideia, ela vai ‘frutificando’ esse pensamento. Por exemplo, quando falei do
show de talentos, ela já idealizou um palco, um cenário montado pelo aluno e responsável, figurinos,
e anunciou a possibilidade para os demais professores. E na hora da apresentação, ela estava lá
dando a maior força”, recorda Jacira.
“Toda semana nos reunimos para fazer o planejamento e isso, com certeza, melhora a nossa prática
pedagógica. O trabalho na nossa escola tem sido participativo, todos falam e todos são ouvidos. Eu
me sinto muito privilegiada e amparada por saber que posso contar com a coordenação sempre que
precisar”, afirma Jacira.
1. Combine previamente com o professor o que será observado e quando a observação irá acontecer. O
planejamento é fundamental não só para coletar informações, mas também para reforçar uma cultura de
parceria entre coordenador e docente.
2. Apresente-se, mas não interfira na aula. Muitas vezes, a presença do coordenador pode instigar a
curiosidade dos estudantes. Por isso, vale explicar o motivo de estar ali. Se a aula acontecer por aplicativos
como Zoom e Meet, é preferível ficar com câmera e microfone desligados.
3. Tenha um conhecimento preliminar. Caso seja o primeiro contato com a turma, participe de atividades
anteriores à observação para conhecer os alunos e saber como é o funcionamento do grupo.
4. Quando possível, grave a aula. Aplicativos como Zoom e Meet têm recursos de gravação, o que pode
ajudar a recuperar as informações e os pontos a serem analisados com o professor. Vale lembrar que, para
fazer isso, é preciso sempre contar com o consentimento do docente.
5. Preste atenção nos registros escritos. O coordenador pode encontrar no chat desses aplicativos dúvidas,
respostas e comentários, que podem dar pistas do que está dando certo e do que precisa ser melhorado.
6. Dê devolutivas. Assim que possível, compartilhe com o educador o que foi observado e marque uma
conversa para ouvi-lo, considerando os aspectos positivos, o que precisa ser melhorado e as possibilidades
de formação.