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As reflexões sobre a educação comparada possibilitam subsídios teóricos para conhecer e experienciar
diferentes sistemas de ensino e realidades educativas. Este artigo procura abordar alguns aspectos dos
estudos educacionais comparados em contexto de globalização, tendo como objetivo perceber as
mudanças que ocorreram e estão ocorrendo em diferentes realidades nacionais, como é o caso das
mudanças relativas às políticas educacionais.A Educação tem sido responsabilizada por não solucionar
problemas tidos como desafios do momento. Isso incentiva investimentos urgentes em projetos de ação
imediata, cujo fundamento são experiências advindas de práticas bem-sucedidas, evidentemente
respeitando a especificidade de cada realidade educativa. Como referiu Santos (2002), por serem muito
amplas, as experiências sociais do mundo não podem ser desperdiçadas.
Uma característica ímpar das novas perspectivas de estudos comparados consiste na utilização do
conceito de mediação que se sobrepõe ao conceito de variável, uma vez que a mediação envolve uma
perspectiva de análise a partir da própria definição do objeto:
A perspectiva das mediações implica incluir, na construção de um objeto, as relações que o determinam
(delimitam) em situação de espaço e tempo. A mediação é o campo da particularidade, do
conhecimento dos objetos singulares à luz dos conceitos mais gerais ou universais, passando pelo tempo
e o espaço onde ocorrem. A mediação é o campo da historicidade do objeto, do conhecimento dos
processos sociais que o produzem sob ação de sujeitos sociais, é o campo da história (FRANCO, 2000,
219).
Teoria sistêmica
Essa teoria é um estudo interdisciplinar de vários sistemas de maneira geral. Tem como objetivo
descobrir padrões, identificando regras que podem ser aplicadas em inúmeros campos distintos. Nela,
se entende por sistema qualquer organismo que possui partes interligadas e interdependentes.
Inclusive, é essa amplitude do conceito que o torna passível de ser aplicado a diferentes áreas do
conhecimento. A teoria dos sistemas tem base no conceito de homem funcional, considerando o
relacionamento interpessoal como um sistema aberto. Segundo ela, as organizações são como um
sistema de papéis e as pessoas são os atores que desempenham esses papéis.
A teoria dos sistemas consiste em um conjunto de elementos que interagem entre si, operando sobre
entradas e fornecendo saídas processadas. Assim é possível atingir um objetivo em comum. O método
foi desenvolvido pelo cientista alemão Ludwig von Bertalanffy em 1960, com base em três premissas.
Legado
Mudanças de perspectiva
Algo muito interessante a respeito da teoria dos sistemas é que ela propõe uma mudança de
perspectiva sob diferentes vieses:
Essa teoria propõe tirar o foco do objeto de estudo de cada área, levando-o para investigar as relações
entre essas áreas diferentes.
Mapeamento
Análises
Conhecimento epistemológico
Para ter uma compreensão mais profunda do tema é interessante conhecer alguns conceitos chave. A
seguir listamos os principais, acompanhe:
Entropia – Essa grandeza tem como objetivo mensurar o nível de irreversibilidade das alterações que um
sistema físico sofre.
Saída, exportação ou output – Trata-se da consequência final que é gerada pelo funcionamento do
sistema.
Retroalimentação (ou feedback) – Pode ter viés positivo ou negativo. No caso do feedback positivo, o
sistema age conforme a entrada recebida. Já o feedback negativo força o funcionamento contrário, ou
seja, resistente.
De acordo com os estudos de Bertanlanffy, os sistemas são constituídos por partes diversas
independentes. Contudo, têm características e atributos únicos que não podem ser encontrados em
suas partes isoladas.
Propósito
Sistemas sempre objetivam realizar uma finalidade. Essa finalidade não pode ser realizada pelas partes
isoladas do sistema.
Totalidade
Uma vez que os sistemas são organismos, qualquer alteração ocorrida em uma das partes levará a
consequências nas demais.
A natureza e a constituição dos sistemas permitem a sua classificação. De acordo com a constituição,
sistemas podem ser dos seguintes tipos:
Físicos
Nesta categoria estão os sistemas formados por coisas reais e palpáveis, como equipamentos, objetos,
computadores, maquinários, entre outros.
Abstratos
Esses sistemas são constituídos por ideias e conceitos formados por várias partes. São exemplos: teorias,
áreas do conhecimento e argumentos.
Abertos
Fechados
Os adjetivos que ajudam a descrever as práticas de educação aberta são: gratuidade e liberdade.
Gratuidade, porque os cursos e ensino oferecidos são abertos ao público de forma gratuita, e liberdade,
pois a grande maioria dos cursos abertos é disponibilizada em plataformas on line, o que promove a
mobilidade através do uso de tecnologia e ensino a distancia.
Este tipo de prática assumiu um novo significado na era digital. A expansão do uso da internet abriu o
caminho para que diversas estratégias de educação, como as plataformas de cursos abertos em que os
professores e até universitários compartilham seus materiais de ensino on-line, gratuitamente.
Os alunos que se interessam pelos temas dos cursos abertos ofertados pelas universidades(e outras
instituições de ensino) podem com autonomia construir um currículo que se adapta aos seus objetivos
profissionais utilizando diferentes tipos de recursos educacionais abertos (REA). Entenda o que é REA e
os conceitos envolvidos em Educação Aberta.
Os recursos educacionais abertos (REA) podem ser qualquer conteúdo educacional, desde cursos
completos até palestras gravadas, fórum e tópicos de discussão ou listas de leitura. Vale frisar que os
materiais que são disponibilizados de forma gratuita e possuem licença aberta (veja o conceito abaixo) e
visam promover o ensino-aprendizagem de uma disciplina ou tema.
Práticas Educacionais Abertas (PEA)
As práticas educacionais abertas se referem os métodos utilizados pelas instituições de ensino para
aplicar os REA, isto é, como estas instituições criam e promovem estes recursos.
Entenda que há uma diferença entre educação à distância (EAD) e educação aberta (EA); a EAD é a
forma como o ensino é disponibilizado os materiais e recursos de ensino ao aluno utilizando tecnologias
que conectem os alunos por meio de internet por exemplo. Já na Educação Aberta os alunos podem ter
acesso a aulas presenciais em laboratórios e oficinas de ensino e também pela internet, a distancia,
neste caso a Educação Aberta utiliza-se do ensino à distancia como um recurso de forma gratuita.
É a licença jurídica de uso gratuito para conteúdos educacionais, como por exemplo, Creative Commons
(CC).
São programas informatizados livres de licença, conhecidos como software livre ou software de código
aberto, como por exemplo, o sistema de código aberto Moodle (Modular Object Oriented Distance
Learning).
A educação aberta vem ganhando espaço no país tanto em instituições públicas como também em
privadas, oferecendo acesso a cursos e ensino para vários públicos, infantil, jovens e adultos com ofertas
para o ensino médio, técnico e ensino superior (tecnológico e graduação).
As principais tendências de Recursos Educacionais Abertos que estão sendo colocadas em prática nas
salas de aula ou em cursos a distancia são:
Uso de tablets e celulares com aplicativos
No Blog da UNICAMP com foco em discutir sobre as práticas de Educação Aberta e o uso dos REA
http://educacaoaberta.org/rea há várias ideias de inovações e projetos.
Conclusão
A nova concepção de mundo e de valores, nas sociedades em que as transformações são aceleradas,
não nos possibilita a sua gerência ou assimilação, em virtude da velocidade com que ocorrem. As
referências, como Estado, lei, cultura, experiências coletivas, religião e língua nacional, indicam
potencialidades geradoras e amplificadoras de desvios que dão lugar, historicamente, a configurações
socioculturais sempre novas e constituem contribuições duradouras de investigação social comparada.A
influência da globalização no campo educacional e suas conseqüências sobre a educação comparada
geraram, para alguns autores, a substituição da educação comparada pela educação internacional,
entendida esta como o campo da atividade intelectual e de interconexão internacional na educação, um
eixo histórico capaz de aceitar o desafio proposto pela perspectiva macro-histórica, que tem adquirido
forma em resposta aos processos de globalização e aos enfoques do sistema mundial. Sair em busca
desse desafio significa, a parte de identificar relações específicas entre variáveis e complementar a
reconstrução holística de configurações sócio-culturais, incorporar ambos os procedimentos
metodológicos a análise cada vez mais amplos da modernização social em grande escala e dos processos
de difusão e recepção transcultural. (SCHRIEWER, 1996, p. 40-41).
Nesse cenário, é importante que a educação comparada não seja vista como uma teoria científica
produzida de acordo com o compromisso da “ciência pura”, com critérios absolutos de “verdade”, mas
como teoria da reflexão formulada dentro dos subsistemas especializados de cada sociedade, com o
propósito de fomentar as capacidades de autocompreensão e autodireção dos sistemas. Nessa
perspectiva teórica, as análises comparadas podem possibilitar a reflexão reformadora sobre a
Educação. Luhmann e Schorr (apud SCHRIEWER, 1996) argumentam que a teoria da reflexão do sistema
educativo conta com três grandes pautas de “externalização”: princípios gerais de racionalidade
científica, valores e organização. Do ponto de vista interno de um sistema nacional de Educação,
comprometido com as preocupações práticas desse sistema, as referências aos exemplos externos, as
experiências mundiais e as situações do mundo devem ser compreendidas como algo mais que
histórico, que sirvam de lições que apostem em inovações estimuladoras, ofereçam novos ímpetos à
definição de políticas educativas e sejam um marco de referência para a especificação das reformas – é
o olhar mais além das próprias fronteiras em face dos países comparáveis.
Referências bibliográficas
BURBULES, N. C. & TORRES, C. A. Globalização e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004.
CANÁRIO, R. A Escola e a Abordagem Comparada: Novas realidades e novos olhares. Sísifo: Revista de
Ciências da Educação Lisboa, p. 27-36 set-dez./2006.
BARROSO, J. Os novos modos de regulação das políticas educativas na Europa: da regulação do sistema
a um sistema de regulações. Educação em Revista, Belo Horizonte, Faculdade de Educação / UFMG, v.
39, p. 19-28, Julho/2004.