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6.1 Introdução
O contexto social e histórico influencia em muito as teorias que surgem e
causam impacto em uma determinada época. A teoria geral dos sistemas
surgiu e foi popularizada após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1950,
a partir dos trabalhos de Ludwig von Bertalanffy, divulgando o conceito de
sistemas abertos em diversas disciplinas. Em 1950, von Bertalanffy publicou
“The theory of open systems in physics and biology”, na revista Science. Em
1956, finalmente, ele publicou o livro General system theory. Essas publi-
cações influenciaram autores em diversas linhas de estudo, entre elas, a
teoria das organizações. Burns e Stalker (1961), ao proporem o modelo de
empresa mecânica e empresa orgânica, Emery e Trist (1965), do Instituto
Tavistock de Londres, em seus estudos sociotécnicos, Joan Woodward (1968)
e Lawrence e Lorsch (1969) vinham trabalhando com o pressuposto teórico de
que a organização é um sistema aberto que deve se adaptar ao seu meio
ambiente. Apenas para fins didáticos, separaremos o trabalho desses autores
contemporâneos de acordo com a temática de que tratam. Neste capítulo ex-
plicitaremos as características gerais da teoria geral dos sistemas e do
funcionalismo, apresentando os trabalhos de Fred Emery e Eric Trist, do Insti-
tuto Tavistock de Londres, e, no Capítulo 7, apresentaremos os trabalhos de
Burns e Stalker, Woodward, e Lawrence e Lorsch.
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Tecria Geral da Admnistração m Editora Thomson
6.2 Origens
Vamos apresentar os conceitos gerais de Von Bertalanffy e, posteriormente,
o trabalho de outros autores importantes no campo de teoria das organi-
zações citados anteriormente, os quais já vinham desenvolvendo estudos
com base em alguns desses pressupostos.
Baseados na constatação de que os diversos ramos do conhecimento cons-
tituíam parte de um sistema maior, podendo ser explicados parcialmente
a partir de regras gerais aplicáveis a todos, alguns cientistas, entre eles
Bertalanffy, orientaram suas preocupações para o desenvolvimento de uma
teoria geral dos sistemas que desse conta das semelhanças, sem prejuízo
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Camo 6 — À Teoria dos Sistemas Abertos = à Perspectiva Socictécnica das Organizações ms Mota / Vasconcelos
das diferenças. Esse autor concebeu o modelo do sistema aberto, que entendeu
como um complexo de elementos em interação e em intercâmbio contínuo com
o ambiente. Em seu livro General system theory (Teoria geral dos sistemas),
ele apresenta a teoria e tece considerações a respeito de suas potencia-
lidades na física, na biologia e nas ciências sociais. No mesmo livro, Von
Bertalanffy lança os pressupostos e as orientações básicos de sua teoria
geral dos sistemas, como segue:
Teoria Geral |
dos Sistemas Objetivo de unidade da ciência
Integração da educação |
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Texia Geral da Adminisimação = Editora Tonson
o)
Cariruio 6 — À Teoria dos Sistemas Abertos = à Perspectiva Socoséenica das Organizações m Motta / Vasconcalas
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Teria Gural da Administração e Editora Thomsao
ou grupo social não pode ser explicada por elementos fortuitos nem total-
mente explicada por meio das características “objetivas” da situação. Há
outros elementos que influenciam as escolhas dos indivíduos ou grupos.
A norma social seria, portanto, o fator seletivo independente determinado
que influenciaria a ação humana. Recorrendo a seu artigo “Pattern variable
revised” (Parsons, 1960, p. 467-483), vemos que Parsons define a norma como
uma descrição verbal do curso concreto de ação visto como desejável,
combinado com um reforço no sentido de que dadas ações futuras estejam
em conformidade com esse curso. Ou seja, a norma social corresponde a
uma regra formal ou informal que pressiona o indivíduo ou grupo social
a agir de certa forma se quer receber reforços positivos, conseguir legitima-
ção ou recompensa. Agir de acordo com a norma social corresponde a receber
reforços positivos. De modo contrário, a ela corresponde a receber reforços
negativos e “punições”. Transgredir a norma tem o seu preço e obedecer =
ela, suas recompensas. As normas formais e informais são, pois, mecanis-
mos de controle social para indivíduos e grupos.
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Teoria Geral da Admenistração = Editora Thomson
À =Adaptation = Adaptação
G = Goal = Objetivos
| =Integration = Integração
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Camruto E — À Teoria dos Sistemas Abenos = q Perspeciiva Socioléenica das Organizações m Matta / Vasconcelos
Essas quatro funções (cuja aplicação se faz dentro de uma ordem cibernética
de controle denominada Liga pelo autor) devem ser aplicadas a cada um dos
quatro subsistemas sociais. A aprendizagem, em teoria, pode ser consi-
derada um sistema analiticamente independente, em que a pessoa passa
sempre por um processo de diferenciação em relação ao sistema ante-
rior e pelo surgimento de um novo sistema que integra o que foi
aprendido no sistema anterior em uma dimensão mais abrangente
e complexa.
Desenvolvendo seu modelo de quatro funções, Liga, Parsons incorporou
a Gestalt como elemento de análise.
Com base na análise do comportamento infantil, Parsons descreve o pro-
cesso de individualização da criança em que, a partir dos 7 anos, vivencia
várias interações e identificações à medida que desenvolve sua personali-
dade (Parsons e Bales, 1955).
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Teoria Geral da Administração m Editora Tromsor
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Teoria Geral da Administração m Editora Thomson
e —— e
, Estudo de
padrões de comportamento
DO rimê im — SiS MO
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Capmao 6 — A Teoria dos Sistemas Abertos e a Perspectva Sociotéenica das Organizações m Marta;/ Vasconcetos
pode ser definida por suas importações e exportações, isto é, pela mani-
festação de suas relações com o ambiente (Rice, 1963, p. 16).
A grande mensagem do modelo de Tavistock parece ser a de que a organi-
zação eficiente precisa levar em conta tanto as importações que o subsistema
social faz do ambiente, quer dizer, valores e aspirações, como também as
que faz o subsistema técnico, ou seja, matérias-primas, equipamentos etc.
Eric Trist, mais tarde, desenvolveu trabalhos voltados para o estudos socio-
técnicos nos quais analisa a influência do meio ambiente em que as orga-
nizações atuam e suas estruturas organizacionais. Bion, Miller, Jacques e
outros, a partir dos trabalhos de Melaine Klein, continuam a desenvolver
estudos voltados para a psicanálise organizacional. Trataremos desses estu-
dos na Parte II deste livro, ao abordarmos os estudos de psicanálise nas
organizações.
Pode-se dizer que esse grupo desenvolveu estudos sobre o conceito de
identidade social, ou seja, indivíduos que pertencem a um mesmo grupo
social e desempenham o mesmo tipo de papel tendem a ter gostos, formas
de comportamento, valores e crenças semelhantes. A psicologia social tenta
entender, assim, a relação entre a personalidade do indivíduo e o grupo.
A personalidade não é vista apenas como uma soma de traços inatos e fixa-
dos independentemente do meio ambiente ou do meio social. O papel não é
considerado algo intangível, separado dos indivíduos. A soma de papéis for-
mais e as organizações informais estão associadas ao conceito de ambiente
social das organizações, o qual está ligado ao ambiente técnico, como vere-
mos a seguir.
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Teoria Geral da Adminisração m Editora Thomson
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CarímuLo 6 — À Tenris dos Sistemas Abertos é Perspectiva Sociolócnica cas Organizações m Motta/ Vascançelos
Mais tarde, nos anos 1960, Trist começa a trabalhar com Fred Emery
e
eles publicam em 1965 um importante artigo chamado “The causal textur
e
of organizational environments”. Esses são autores extremamente impor-
tantes nesse contexto. Por uma questão de didática, apresentaremos seu
trabalho no fim deste capítulo, após as características básicas da teoria
geral dos sistemas e da concepção sociotécnica das organizações.
a) Sistema externo
Para Homans, no ambiente existe um sistema social diferenciado e essa
diferenciação define atividades e interações aos participantes do sis-
tema. Ao conjunto dessas atividades e interações impostas pelo ambiente,
quer físico, cultural ou tecnológico, o autor denomina sistema externo.
As variáveis básicas desse esquema conceitual são atividades, interações
e sentimentos. Tais variáveis são apresentadas como interdependentes,
ou seja, qualquer modificação em qualquer delas produzirá transforma-
ções nas demais. Assim, é possível afirmar que quanto mais eleva
do
for o grau de interação de duas ou mais pessoas, mais positi
vos
serão os sentimentos que nutrirão uma(s) com a(s) outra(s) e
vice-versa.
Esses sentimentos positivos, por sua vez, produzirão novas normas,
novas
atividades e assim por diante.
b) Sistema interno
O autor conclui que, além das atividades e interações impos
tas pelo
ambiente, há atividades e interações geradas pelo próprio
sistema. Ao
conjunto dessas atividades e interação, ele chama sistema inter
no.
c) Interação entre sistemas
Os sistemas interno e externo, por sua vez, não são apenas depen
dentes
entre si; a interdependência inclui também o ambiente. Referindo-se
aos cuidados que deve ter a liderança para ser eficiente, Homa
ns consi-
dera a situação total um complexo que inclui os seguintes eleme
ntos:
* ambiente físico e social, incluindo no último os grupos maior
es, dos
quais os participantes do grupo fazem parte ou com os quais mant
êm
contatos;
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Teoria Geral ds Administração m Edikua Thomson
Esse autor sugere que a organização pode ser vista como um sistema de interli-
gação de grupos. Sugere, ainda, que os grupos são ligados por indivíduos
em posições-chave, que pertencem ao mesmo tempo a dois ou
mais grupos. Da mesma forma, a organização relaciona-se com o seu am-
biente por meio desses indivíduos, que desempenham o papel de elos. Esse
ambiente, contudo, não é algo impessoal, mas sim um conjunto de outros
sistemas. À essa altura, Likert distingue os vários sistemas que compõem
o ambiente de dada organização:
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Cartuto-6 — A Tegris das Sistemas Abertos e & Perspectiva Sociolbonica das Organizações m Matta
/ Vascanelos
Produtos Auxiliares
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Teoria Geral da Administração = Editora Thomson
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Carmo E — À Teoria dos Sistemas Abertos e a Perspectiva Sociatácnica das Organizações = Muita/ Vasconcelos
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Cupmao 6 — À Teoria dos Sistemas Abertos e a Perspectiva Sociclérnica das Organizações m Matta / Vasconcelos
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Teoria Geral da Admnisiração ms Editora Mamsan
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Carmo 5 — À Teora dos Sistemas Adeios 2 a Ferspectua Sociotécnica das Organizações m Morta/ Vascomceios
Trabalhadores ETR
A dE Supervisor Geral
ER | sures anos 2 e 7 s8 “
Pre]
EM | Femsões e cusros beseticios
ES | por tempo de serviço 13 " 1 2 15
=
ES tão tes ce tratialhar tanto 13 E 4 25 2
a 16 y 18 sa 7
separarrp tubercond a u 3 1 a
Dar-se bem com 0
seu supervisor
Boas possiniidades de
promoção 25% 23% 42% : 24% 47% "
Variáveis
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Tegriz Geral da Administração = Editora Tixmsor
que havia adotado padrões de tempo para uma parcela substancial de seus
cargos. Podemos ver o resumo anteriormente na Figura 6.7. O pagamento,
todavia, não era por peça, mas por dia de trabalho. Aos operários foi feita a
seguinte pergunta: “Pessoas diferentes desejam coisas diferentes? Quais as
coisas que você considera importantes no trabalho?”. Os dados da Figura 6.7
mostram a frequência das escolhas feitas pelos operários quando lhes foi
pedido que colocassem as três coisas que consideravam mais importantes
em uma lista de dez itens. Aos supervisores foi solicitado que indicassem
quais as coisas que, na sua opinião, os trabalhadores apontariam e quais as que
eles próprios consideravam mais importantes. Aos supervisores gerais (um
nível mais alto) foi feito um pedido idêntico. A lista de dez itens incluía
tanto variáveis econômicas quanto variáveis psicossociais, distribuídas
aleatoriamente quando apresentadas aos pesquisados.
Como se pode observar pela leitura da Figura 6.7, os superiores superes-
timaram bastante a importância que os subordinados davam aos fatores
econômicos e subestimaram a que davam aos fatores psicossociais. Assim,
no que diz respeito a altos salários, 61% dos supervisores estimaram que
seus subordinados lhes dariam grande importância, todavia apenas 28%
consideravam dessa forma. Likert sugere, porém, que, por várias razões,
esses dados não dão uma idéia clara da importância, indiscutivelmente
grande, dos motivos econômicos na situação de trabalho. Embora não
entre na análise dessas razões, o fato de a pesquisa ter sido realizada pelo
Instituto de Pesquisa Social da Universidade de Michigan, que ele dirige,
deu-lhe credibilidade suficiente.
A principal generalização a que chegou Rensis Likert a partir dessa e de
outras pesquisas relativas à motivação é a seguinte: “Os supervisores e admi-
nistradores na indústria e no governo norte-americano, que têm conseguido
altos índices de produtividade, custos baixos, menor índice de rotatividade
de pessoal e absenteísmo, além de altos níveis de motivação e satisfação de seus
subordinados, adotam, em geral, um padrão de liderança diferente daquele
adotado pelos que atingem níveis mais baixos. Tal padrão de liderança
difere muito do pregado pelas teorias tradicionais da administração”
(Likert, 1961, p. 47). Parece que só uma visão sistêmica da organização pode
indicar as linhas-mestras desse padrão. A partir dessa generalização, Likert
caminha para o desenvolvimento de seu modelo, de grande importância
para a perspectiva sistêmica das organizações, como um passo decisivo
em direção ao modelo de Katz e Kahn, que será o objeto principal de
nossa atenção.
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Caputo 6 - À Jeona dos Sistemas Abertos 2 à Perspectiva Sociotérnica das Organizações = Maria / Vasconcelos
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Teoria Geral Ca Administração m Edira Thomson
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Caríruto 6 — À Teoria dos Sistemas Abertos e à Perspectiva Sociotécnica das Organnações = Mom/ Vascormelos
| Processamento
de insumos para
Processamento as | transformá-los em produtos
À organização coloca
| Exportação de Energia produtos no ambiente
Diferenciação
- Multiplicação &
| elaboração de funções
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Teoria Gera! da Administração mm Editora Thomson
Retroalimentação — Feedback
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Cueio5 - A Teoria dos Sistemas Abertos & a Perspectiva Socuntécnica das Organizações m Morta/ Vasconcelas
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Caputo 6 — À Teoria dos Sistemas Abertos e a Perspectiva Socictécnica das Organizações m Marta / Vasconcelas
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Teoria Geral da Administração m Editora Thomson
Zuboff, professora de Harvard, em seu livro In the age of the smart machine,
publicado em 1984, sua tese de doutorado, relata o fato de que, por sua própria
natureza, a tecnologia da informação é caracterizada por uma dualidade
fundamental: a função automatização e a função informatização.
Em primeiro lugar, a tecnologia pode ser utilizada para automatizar
operações. O objetivo é substituir o esforço e a qualificação humanos por
uma tecnologia que permita que os mesmos processos sejam executados a um
custo menor, com mais controle e continuidade. A robotização de fábricas,
substituindo a mão-de-obra humana com mais eficiência, é um exemplo
dessa função da tecnologia (Zuboff, 1988).
A tecnologia tem outra função: a informatização. Nesse caso, vai-se além
da mera automação, gera-se e incorpora-se uma informação nova que aper-
feiçoa o próprio sistema. Um sistema que compara informações de dois
bancos de dados, gerando uma nova informação para o funcionário de um
dado setor; um sistema que divulga para diferentes setores de uma empresa
as diferentes práticas organizacionais, comparando-as. Esses sistemas geram
informações novas, que permitem o questionamento dos métodos atuais e
da reconfiguração do trabalho.
A autora então relaciona essas funções da tecnologia com o sistema social
mais amplo da sociedade.
A primeira função, automatização, está relacionada ao modelo in-
dustrial de produção e permite a melhoria contínua dos processos
e o atingimento de maior eficiência nos procedimentos já conhecidos e es-
quematizados. Trata-se da aprendizagem de circuito simples, como relata
Chris Argyris. Não se questionam os pressupostos básicos do sistema, a tecno-
logia ou ferramenta não é redesenhada ou modificada. Os sistemas ainda
não atingiram sua maturidade tecnológica ou gerencial e vão sendo mantidos
e aprimorados pouco a pouco, até uma etapa em que devem ser redesenha-
dos a fim de que gerem inovação e atinjam outros níveis de produtividade
(Vasconcelos e Vasconcelos, 2002).
A segunda função da tecnologia, informatização, está vinculada ao
modelo informacional de produção ou à característica da socie-
dade pós-industrial, descrita por Manuel Castells. O autor também
analisou o surgimento de uma nova estrutura social, associada ao infor-
macionalismo, fruto da reestruturação do modo capitalista de produção.
O autor foca a sua análise no fato de que a maior circulação de bens e capi-
tais a partir dos anos 80 tornou-se possível graças ao modo informacional
de desenvolvimento. A tecnologia (internet, intranet, fax, novos modelos de
telefonia digital, entre vutros) permitiria o contato entre os diferentes
mercados, entre os diversos países instantaneamente, em tempo real, ga-
rantindo o acesso a informações e o trabalho a distância. Dessa forma, no
atual sistema econômico, o capitalismo informacional, o processamento da
informação seria continuamente concentrado na melhoria da tecnologia
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Cagiru.o à — À Teoria dos Sistemas Abertos e a Perspactva Sociaéenica das Organizações m Adotta/ Vasconcelas
TR Automatizar operações |
| Informatizar operações |
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Teceia Geral ds Administração m Editora Thomson
e Mecanização de procedimentos
« Aprendizagem de circuito simples
« “Modelo Industrial" e Fordismo
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Capim 5 — À Teceia dos Sistemas Abertos é a Perspectiva Sociotécnica das Organizações m Motta / Vasconcelos
6.9 Críticas
A perspectiva sistêmica parece estar de acordo com a preocupação estru-
tural-funcionalista que vem caracterizando as ciências sociais nos últimos
tempos, o que pode explicar em parte uma propensão à sua aceitação, ainda
que com restrições, por muitos. De qualquer forma, porém, existem nessa cor-
rente de pensamento alguns pontos críticos. Em primeiro lugar, a teoria
geral dos sistemas pode ser responsável por uma ilusão científica. Com isso,
queremos dizer que o elaborado aparato teórico dessa corrente deu aos cien-
tistas sociais a oportunidade de realizar uma velha aspiração: tornar os
objetos de sua ciência suscetíveis de uma análise tão rigorosa quanto a
utilizada pelas ciências físicas. Ocorre, porém, que os instrumentos empre-
gados por essas últimas foram desenvolvidos a partir do estudo dos seus
objetos e não importados de outras ciências. A primeira linha que vislum-
bramos para a crítica da teoria geral dos sistemas na teoria das organizações
está no seu biologismo. Nossa pressuposição é de que, ao analisar as organi-
zações usando instrumentos importados da biologia e adaptados à natureza
social das organizações, o teórico é vítima do que chamamos ilusão cientí-
fica, isto é, passa a acreditar que o objeto de sua análise tende a
tornar-se tão previsível quanto os sistemas biológicos e que seu
campo do conhecimento se presta ao rigor científico que caracte-
riza as ciências físicas.
Em segundo lugar, na ênfase dada às relações entre organização e am-
biente, a maioria dos teóricos de sistemas na análise organizacional parece
dar uma importância excessiva ao papel desempenhado pelo último. A or-
ganização depende, para sua sobrevivência, do crescimento e eficiência
de sua adaptabilidade ao ambiente, o que quer dizer que a organização
mais propensa a sobreviver, crescer e ser eficiente é aquela na qual os pa-
péis, as normas e os valores estiverem mais de acordo com as demandas
do ambiente, o que, em última análise, traduz uma posição idealista que
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Teoria Geral da Administração m Euunra Thamsas
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Caríuio 6 — À Teoria dos Sistemas Abertos 8 a Perspectiva Socicéécnics das Ceganizações e Adottz/ Vasconcelos
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Teoria Geral da Administração = Editora Thomson
Tecnológica
Estratégia
Identificação é
É Solidariedade horizontal aos
corporativa ed :À
| pares e vertical identificações
entre 0s pares | aos líderes temporárias
Evitam conflitos
Apatiae
ausência de mosmas
ese a Apatia é ausência
| | Boa capacidadede
= mobilização | sy burocráticas
no — ação estratégica
Boa capacidade de
Pouca autonomia | ação estratégica é
L. exercício do poder
A G
Relações
organizacional estratégias
A G
Fontes de poder
na e Relações de poder
organizacional A
Coalizões
Valores e
Ideologia
Identidade Coletiva
í Aprendizagem
Lógicas do ator de capacidades