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Vínculos

Vínculo do ódio
Ódio se origina do latim odium, como significado de ira, raiva, estado colérico.
Estando presente desde o início da história da humanidade, justificando muitas vezes
as guerras e conflitos que envolveram parte considerável da população. Assim na
psicanalise, o ódio se relaciona diretamente com a pulsão de morte e com a inveja
primaria, estando ele vinculado ao amor a falta dele. Ódio não é o mesmo que “menos
amor” e que essa reciproca também é verdadeira. Assim, o clássico conflito entre o
amor versus o ódio, considerado por longas décadas pela psicanalise clássica. Na
atualidade cede espaço para o conflito entre o amor e o menos amor, ou do ódio
contra ele próprio, embora ambos estejam sempre interligados entre si e com outros
vínculos.
Neste capitulo, consegui enxergar uma experiência aportada no subtítulo onde
se explica “a ira e o ódio”. Certa vez tive um relacionamento como se fosse uma
doença aguda. Foi um encantamento pela pessoa de imediato, e neste momento eu
não estava em uma boa fase e essa pessoa veio preencher o que parecia estar vazio.
Fiquei com ela mais ou menos uns dois meses que pareceram ser anos juntos. Mas
com o passar dos dias, as verdades foram aparecendo. Descobri que esta pessoa
mantinha um relacionamento com outra pessoa, aliás era sua verdadeira namorada.
Quando descobri fiquei sem chão e não sabia qual sentimento era aquele. No primeiro
momento queria expulsar a frustração que estava sentindo e que me provoca dor, fato
esse que considerei como uma injustiça. A minha ira foi muito grande ao ponto de
querer fazer vingança, vingança essa de tentar eliminar aquele sentimento que me
fazia tão mal. Queria que a pessoa passasse pela mesma dor que a minha. Não sabia se
sentia ira ou ódio, sei que era um sentimento que não conseguia entender. Queria que
ele pagasse pelo seu ato de injustiça de qualquer forma. Mas por gostar demais eu não
consegui fazer alguma coisa que realmente pudesse expressar minha ira e devolver a
esta pessoa o que ele realmente merecia no seu conceito. Preferi deixar que o tempo
resolvesse isso e fui controlando meu sentimento. Hoje não sinto absolutamente nada.
A conclusão que tiro da minha história baseada no conceito desse subtítulo, é
que o ódio por sua vez resulta de um derivado complexo e estruturado sentimento de
ira, e que este ódio, pode adquirir uma forma crônica, permanente, centrado em um
sentimento de vingança. Mas eu não me deixei levar por esse fato. Consegui superar
ambos os sentimentos, não carregando alguma sequela crônica, mas sim um
aprendizado.
A diferença de agressão e agressividade: Consideramos a agressão destrutiva e
a agressividade positiva. Assim a agressividade embora construtiva muitas vezes
exerça uma força e uma persistência tão grande no individuo, que ele começa a
descarregar essa pressão em outros indivíduos, sendo esse um tipo de conduta
maltrata, humilha e até mata. No princípio agredir era algo positivo, pois possibilitava
a sobrevivência, considerando que os nossos antepassados tinham que agredir o meio
para se alimentar. O ódio foi utilizado por Freud como base para sua teoria das pulsões
instintivas, sendo ela dividia em instintos sexuais e os do Ego, se essas duas
necessidades básicas fossem vividas, a pulsão de vida, estaria aumentada, caso o
indivíduo fosse privado dessas necessidades a agressividade crescia, e a era
descarregada em outros seres, na conduta agressiva. Estudos ainda afirmam que um
amor frustrado pode se tornar ódio, e que uma pulsão de agressão pode se
transformar em amor, sendo que ainda convivemos com um questionamento se a
agressividade já nasce com a gente ou se é desenvolvida no decorrer da vida.
Observamos manifestações concretas da agressão em todo o reino animal, inclusive no
humano, onde embora psiquiatras encontrem essas manifestações com maior
frequência em neuróticos e psicóticos, também é frequentemente observada em
indivíduos considerados normais em seu meio social e manifestada de forma
organizada e racional.
Vínculo do Conhecimento
Conhecimento é considerado como sendo uma função do psiquismo que faça
uma adequada ligação entre o pensamento e a realidade. Do ponto de vista
psicanalítico, o conhecimento está sempre, mutuamente, ligado ao pensamento e aos
problemas da verdade, com um destaque para um fato de que o pensamento pode
provir do desconhecido inconsciente, de modo que, muitas vezes, a realidade psíquica
é diferente da realidade exterior objetiva, como, por exemplo, são os sonhos, as
alucinações e as ideias delirantes.
Neste capitulo gostaria de ressaltar a evolução do conhecimento humano, mas
com enfoque do que se percebe na atualidade e que me chama atenção. Hoje percebo
que cada pessoa tem a sua filosofia de vida, e utiliza-se dessa como ciência para tentar
resolver os problemas da vida, tentando buscar explicações para a realidade na qual se
insere. A história cultural do homem revela que ele sempre esteve ligado à construção
do conhecimento, expressando-o como práxis social. Informações, experiências e
concepções despertaram o desejo de conquistar a liberdade de pensamento, abrindo
caminhos para registros dos fenômenos que estavam ao alcance da inteligência
humana. O homem, ao relacionar-se com o mundo e com os diversos modos de vida
que o rodeia, passa a desenvolver diferentes formas de conhecimentos e faz evoluir o
meio em que se insere, trazendo muitas contribuições para a sociedade. Assim penso
que estaremos em uma constante renovação e aprendizado que nos impulsione nessa
busca constante para novos conhecimentos. Imagino que na história da evolução
desde Adão e Eva, ou da época do homem da caverna, a descoberta da roda, da luz,
dentre tantas outras descobertas, iremos sempre estar em busca do conhecimento
para uma nova ciência e um novo aprendizado e uma nova filosofia de vida

Vínculo do Reconhecimento
Neste capitulo, o que me chamou atenção foi o subtítulo do ser reconhecido
pelos outros. Onde o autor menciona a frase poética “para existir, a estrela depende
do olhar dos outros”. Hoje, vivendo a sociedade que define a todos pelo sucesso,
muitos, evidentemente, não encontram o seu lugar, o espaço necessário de
reconhecimento em que possa atuar. Esta nítido hoje em nossa sociedade o descaso,
preconceito, humilhação, se a pessoa não tem um bom cargo de emprego ou uma boa
formação. A sociedade paulistana demonstra esse quadro visível e pecaminoso. Basta
sair na sacada de sua janela para ver. Muitos se fazem de cegos e nem querem
enxergar. Os principais cegos no meu ponto de vista são nossos governantes. Ou não
nos defrontamos, a todo instante, com a ameada do fracasso? Isso nos faz viver como
em uma corda bambam e o principal efeito é a destruição da nossa própria confiança.
Por essa razão o reconhecimento alude a uma necessidade crucial do ser humano, em
qualquer idade, circunstância ou época. Sentimos a necessidade de ser reconhecidos e
valorizados pelos demais. Hoje percebo a necessidade cada vez maior de dar valor a
oportunidade que é me dada, pois o não reconhecimento é capaz de adoecer o ser
humano.
OBS: Para Bion, o importante não é o médico ou o paciente, e sim o que acontece
nesse encontro, o que é construído nessa relação. Ninguém sai de uma consulta como
chegou. O que são esses vínculos na filosofia, religião e psicanalise?

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